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(1)

TRANSLOCAÇAO E METABOLISMO DO INSETICIDA

VA-MIDOTHION EM PLANTAS DE TRIGO (S5*„ ml^m, L.J E

rtIJAU fá/nadeoátá vv/aauá L_, J

Dissertação apresentada à Escola Superior de Agricultura de Lavras, como parte das

exigências do curso de Pós-Graduação em Agronomia, área de Concentração

em Fitossanidade para obtenção do grau

de "MESTRE".

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA DE LAVRAS

LAVRAS - MINAS GERAIS

(2)

"V.

jy--PAULO CÉSAR DE OLIVEIRA

TRANSLOCAÇAO E METABOLISMO DO INSETICIDA

VA-MIDOTHION EM PLANTAS DE TRIGO 0T^n «*-. L.y E

FEIJÃO fêk«3,,/«> p*£»* L. y

Dissertação apresentada à Escola Superior de Agricultura de Lavras, como parte das exigências do curso de Pós-Graduação em A gronomia, área de Concentração

em Fitossanidade para obtenção do grau de "MESTRE".

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA DE LAVRAS LAVRAS - MINAS GERAIS

(3)

TRANSLOCAÇAO E METABOLISMO DO INSETICIDA VAMIDOTHION EM

PLANTAS

DE TRIGO (Triticum aestivum L.) E FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.)

APROVADA:

(4)

O DÉCIMO PRIMEIRO MANDAMENTO

HERDARÂS o solo sagrado e a fertilidade será trans

mitida de geração em geração, protegerás os seus campos contra

a

erosão e tua floresta contra a desolação, impedirás que tuas fon

tes sequem e que teus campos sejam devastados pelo gado, para que

teus descendentes tenham abundância para sempre.

Se falhares, ou

alguém depois de ti, na eterna vigilância de tuas terras,

teus

campos abundantes se transformarão em solo estéril e pedregoso ou

em grotões áridos, teus descendentes serão cada vez menos numero

sos, viverão miseravelmente e serão eliminados da face da terra.

(5)

A minha esposa Juliane, Ao meu filho Thiago,

e meus irmãos

Elias (In Memoriam),

Salete, Beth e Ronaldo

OFEREÇO

A José Vitor, meu pai, e

Conceição,

minha mãe, pelo carinho e amor transmi

tidos ao longo desses anos,

(6)

A DEUS, pelas maravilhas que nos revelastes.

A meus pais que, na sua humildade e honestidade se sacrificaram para educar-me condignamente.

A ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA DE LAVRAS e ao DE

PARTAMENTO DE FITOSSANIDADE pela oportunidade da realização

do

curso de pós-graduação.

Ao professor Renê Luiz de Oliveira Rigitano, orien tador dessa dissertação e autor da idéia que originou esse traba

lho, pela orientação dedicada e competente, pela amizade,

pela

compreensão e pelo amor a profissão.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico

e Tecnológico (CNPq) pela bolsa de estudos concedida.

Aos professores César, Luiz Onofre, Vanda e demais

professores do Departamento de Fitossanidade pela amizade e ensi namentos transmitidos.

Aos amigos laboratoristas Ailton e Rhandus pela pre

ciosa colaboração na execução das análises e à funcionária Maria de Lourdes por vários serviços prestados.

(7)

Aos colegas dé mestrado: Bernadete M. de Souza, Pau

Io Marcos, Jair Campos de Moraes, Paulo A.S. Gonçalves, pela ami

zade e companheirismo.

Aos amigos Raimundo José de Souza, Mauro Ribeiro de

Carvalho, Paulino Pereira e José Emílio pela longa e sincera ami

zade.

Ao meu sogro Criso e minha sogra Darci

pelos incen

tivos transmitidos.

Ao biblioteconomista Antônio Máximo de Carvalho pe

la amizade e correções das citações bibliográficas.

Aos muitos que aqui estão anônimos, mas que

sabem

de minha gratidão, pela ajuda oportuna durante todos os

momentos

(8)

BIOGRAFIA DO AUTOR

PAULO CÉSAR DE OLIVEIRA, filho de José Vitor de Oliveira e Conceição da Silva Oliveira, brasileiro, nascido aos

22 de fevereiro de 1959, na cidade de Lavras-MG.

Formou-se em Engenharia Agronômica, pela Escola Su

perior de Agricultura de Lavras-MG, em 17/12/83.

No período de agosto de 1985 a março de 1987, tra

balhou como Promotor Técnico na Indústria e Comércio Guarani S.A.,

fabricante de implementos agrícolas.

Em março de 1987, iniciou o curso de Pós-Graduação

em Fitossanidade, área de concentração Entomologia, no Departamen

to de Fitossanidade da Escola Superior de Agricultura de Lavras.

Contratado pela Empresa Biogalênica Química e Far

macêutica Ltda. (Grupo Ciba Geigy) para trabalhar no Setor de

(9)

SUMÁRIO

Página

1. INTRODUÇÃO x

2. REVISÃO DE LITERATURA 4

2.1. Transporte de água e solutos nas plantas 4

2.2. Fatores que afetam a absorção e translocação

de

pesticidas nas plantas 6

2.2.1. Absorção pelas raízes e subsequente trans

porte para a parte aérea 6

2.2.1.1. Compostos não-ionizáveis 6

2.2.1.2. Compostos ionizáveis (ácidos fra

cos ) g

2.2.2. Translocação no floema 11

2.2.2.1. Compostos nao-ionizáveis 11 2.2.2.2. Compostos ionizáveis (ácidos fra

cos) 15

2.2.3. Absorção e penetração cuticular após apli

cação na folhagem 16

2.3. Metabolismo e translocação do inseticida

(10)

Página

3. MATERIAL E MÉTODOS

22

3.1. Padrões analíticos de vamidothion, sulfoxido

de

vamidothion e sulfona de vamidothion

22

3.2. Determinação dos coeficientes de partição

entre

octanol e água (KQw> para vamidothion e seus pro

dutos de oxidação

23

3.3. Translocação e metabolismo de vamidothion em plan

tas de feijão 23

3.3.1. Aplicação via injeção no pecíolo

24

3.3.1.1. Translocação na planta 25 3.3.1.2. Distribuição na folha tratada 26 3.3.2. Aplicação na superfície das folhas 26

3.4. Translocação e metabolismo de vamidothion em plan

tas de trigo # 28

3.4.1. Penetração foliar e subsequente transloca

ção nas plantas 28

3.4.2. Translocação na folha tratada 30

3.5. Estabilidade de vamidothion aplicado sobre lâmi

nas de vidro 31

3.6. Métodos analíticos

32

3.6.1. Materiais, solventes, reagentes e equipa

-mentos utilizados 33

3.6.1.1. Materiais # 33

3.6.1.2. Solventes e reagentes 33

(11)

Página

3.6.2. Quantificação conjunta de vamidothion e

seus produtos de oxidação 35

3.6.2.1. Extração dos compostos 35

3.6.2.2. Purificação do extrato e oxidação

dos compostos 35

3.6.2.3. Cromatografia de camada delgada . 36 3.6.2.4. Cromatografia gás-líquido 38 3.6.3. Quantificação individual de vamidothion e

de seus produtos de oxidação 39 3.6.3.1. Determinação dos fatores de reten

ção (RF) dos compostos nas placas

de cromatografia de camada delga

da 40

3.6.3.2. Separação e quantificaçãó dos com

postos nas amostras 41

3.6.4. Determinação de vamidothion em amostras não

vegetais 42

3.6.5. Eficiência dos métodos analíticos 43

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 45

4.1. Coeficientes de partição de vamidothion, sulfoxi

do e sulfona de vamidothion entre octanol e

á-gua 45

4.2. Eficiência dos métodos analíticos 46

4.3. Estabilidade de vamidothion sobre lâminas de vi

(12)

Página

4.4. Translocação e metabolismo de vamidothion em plan

tas de feijão 50

4.4.1. Aplicação via injeção no pecíolo 50 4.4.2. Aplicação na superfície das folhas 57

4.5. Translocação e metabolismo de vamidothion em plan

tas de trigo c 59

4.5.1. Penetração de vamidothion nas folhas 59

4.5.2. Translocação na planta 61 4.6. Considerações finais 65 5. CONCLUSÕES 68 b. RESUMO 7. SUMMARY 70 73 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 75

(13)

Tabela

LISTA DE TABELAS

Página

Valores de coeficiente de partição entre octanol

e água, expressos na forma logarítimica, para va

midothion, sulfoxido e sulfona de vamidothion .. 45

Eficiência do método analítico empregado na

de

terminação conjunta de vamidothion e de seus pro

dutos e oxidação em folhas

de

feijão

e trigo.

Valores expressos em termos de porcentagem de re

cuperaçao dos compostos em amostras fortificadas 47

Eficiência do método analítico empregado na

de

terminação individual de vamidothion e de seus produtos de oxidação em folhas de feijoeiro. Va

lores expressos em termos de porcentagem de recu

peraçao dos compostos em amostras fortificadas . 48

Distribuição do vamidothion e de seus

produtos

de oxidação, conjuntamente analisados, em plan

-tas de feijão, após a injeção de vamidothion

(14)

Tabela

Página

5

Distribuição de vamidothion e de seus produtos de

oxidação, analisados separadamente, em plantas de

feijão

após a injeção de vamidothion no

pecío-lo da primeira folha trifoliata

55

6

Distribuição de vamidothion e de seus produtos de

oxidação, conjuntamente analisados, nos

folíolos

da primeira folha trifolioláda de plantas de fei

jão,

após a injeção de vamidothion no pecíolo ..

56

7

Distribuição de vamidothion e de seus produtos de

oxidação, conjuntamente analisados, em plantas de

trigo após a aplicação de vamidothion na superfí

cie da terceira folha 62

8

Distribuição de vamidothion e de seus produtos de

oxidação. conjuntamente analisados, no limbo da

terceira folha de plantas de trigo, após a aplica

(15)

LISTA DE FIGURAS

Fi^ra

Página

1

Metabolismo

de

vamidothion em plantas

19

2

Decréscimo na quantidade de vamidothion, aplica

do sobre lâminas de vidro em condições de

casa--de-vegetação 49

3 Degradação de vamidothion em plantas de fei

jão 54

4

Penetração de vamidothion em folhas de feijoeiro.

58

5

Penetração de vamidothion em folhas de trigo ...

60

6

Degradação de vamidothion em plantas de trigo ..

65

(16)

O controle de insetos prejudiciais às plantas cul tivadas tem sido feito principalmente através do uso de substân

cias químicas com propriedades inseticidas.

Contudo,

a

maioria

dessas substâncias afeta não somente os insetos pragas, mas

tam

bém os insetos predadores ou parasitóides de outros insetos,

os

quais regulam as populações dos insetos pragas. Assim sendo, o

uso de inseticidas no controle de pragas freqüentemente acarreta o ressurgimento da praga em altos níveis e a ocorrência de surtos

de pragas secundárias, devido a eliminação dos inimigos naturais.

A eliminação de inimigos naturais leva a necessida

de de aumentar o número de aplicações para debelar os surtos popu

lacionais subsequentes, o que pode levar a um agravamento do pro

blema. Como exemplo tem-se o desenvolvimento de resistência das pragas aos inseticidas e também a questão de resíduos dos inseti

cidas nos produtos agrícolas e no ambiente, já que muitos inseti

cidas são tóxicos ao ser humano e aos animais domésticos ou sil vestres .

(17)

O controle dos pulgões em cultura do trigo no Bra

sil tem sido feito predominantemente com o emprego do

inseticida

monocrotofós.

Tratase de um composto muito tóxico para mamífe

-ros e que afeta drasticamente as populações de inimigos naturais

(VAN DEN BOSCH & MESSENGER, 1973; GASSEN, 1983).

No sul do país,

a aplicação desse produto é normalmente feita a cada 10 dias para

se ter um bom controle dos pulgões.

A necessidade de aplicação a

intervalos tão curtos provavelmente decorre da eliminação dos ini

migos naturais e também do fato do produto não translocar,

atra

vés do floema, das folhas mais velhas para aquelas mais novas, as

quais são preferidas pelos pulgões.

A utilização de compostos que

sejam transportados eficientemente nas plantas, via floema, pode

ria resultar em proteção das plantas por um tempo

relativamente

longo após a aplicação.

Assim sendo, o número de pulverizações se

ria reduzido, resultando em menor impacto sobre os inimigos natu

rais, além de diminuir os custos da produção.

Infelizmente, são raríssimos os inseticidas

que

translocam nas plantas juntamente com a seiva elaborada,

através

dos vasos do floema.

Um exame da literatura sobre a translocação

de inseticidas em plantas revela que, via de regra, os insetici

-das sistêmicos translocam apenas na direção ascendente, juntamen

te com a seiva bruta, através do sistema de vasos lenhosos do

xi-lema.

A

EMPRESA

produtora do inseticida

vamidothion

(KILVAL)

advoca que este é translocado bidirecionalmente nas pLan

tas, implicando em transporte tanto no xilema quanto no

floema.

(18)

do que compostos polares, e apenas esses, mostram mobilidade

no

floema.

No caso da translocação do vamidothion no floema ser com

provadamente eficiente, esse inseticida poderá substituir com van

tagens outros inseticidas atualmente utilizados na cultura do tri

go ou até mesmo em outras culturas.

0 presente trabalho foi conduzido com os seguintes

objetivos:

a) Investigar a translocação do inseticida

vamido

thion em plantas de trigo e feijão.

b) Determinar a taxa de degradação desse insetici

da nessas plantas.

(19)

2.1. Transporte de água e solutos nas plantas

O movimento de água e solutos no interior das plan

tas acontece em grande parte via duas rotas.

A primeira

consis

te no contínuo extra-protoplasmico (apoplasto) da planta, incluin

do transferência a curta distância através dos espaços

intercelu-lares e a longa distância através dos vasos do xilema.

A

segun

da rota consiste no contínuo citoplasmático (simplasto) da planta,

onde o movimento a curta distância, de

célula a célula, ocorre via

plasmodesmata, e a longa distância através das células

crivadas

do floema (CRAFTS & CRISP, 1971; PATE, 1975; MOORBY, 1981).

Os vasos do xilema consistem de células mortas for

mando longos tubos ininterruptos, que transportam água e

solutos

das raízes as folhas.

0 efeito de sucção causado pela

transpira-ção na superfície da folha é a principal força motriz para o trans

porte no xilema.

É geralmente admitido que o movimento de

água

e solutos na epiderme e cortex da raiz ocorre predominantemente ,

(20)

(apoplasto). Porém, a água e solutos absorvidos pela raiz u..\u

que atravessar a endoderme antes de chegar até os vasos do xilema.

As paredes das células da endoderme, na região de contato entre

elas. são espessas e impermeáveis devido a deposição adicional de

suberina e lignina (estria ou cinta de Caspary). Consequentemen te, água e solutos não podem atingir os vasos do xilema nas raí zes pelo caminho exclusivamente apoplástico mas, têm que se mover no simplasto das células da endoderme (RICHARDSON, .1976; BROMILOW

et alii . 1986) .

O mecanismo de transporte de água e solutos no

floema é ainda muito investigado.

A teoria proposta por Munch, em

1930 para explicar o movimento de água e solutos nesse sistema

ainda prevalece (RICHARDSON, 1976; CHRIST, 1979). De acordo com

essa teoria, os açúcares sintetizados nas folhas (folhas desenvol,

vidas) entram nas células do floema por um mecanismo ativo contra

um gradiente de concentração. 0 plasmalema das células do floema

é suposto ser semi-permeável e assim a água se move para

dentro

do floema devido a um gradiente osmótico, gerando uma alta

pres

são hidrostática nas células do floema.

Ao mesmo tempo, em

ou

tras regiões da planta, a pressão hidrostática é diminuída, uma vez que os açúcares são removidos para crescimento ou armazenamen

to. Dessa forma há um fluxo de água e solutos via floema para fru

_

tos e tecidos em desenvolvimento.

Com base no conceito simplasto-apoplasto para defi.

nir a translocação de solutos em plantas, CRISP (1972) definiu um

pesticida simplástico, como aquele que é absorvido pela planta, a

(21)

distância juntamente com a corrente de assimilados no floema para

outras áreas da planta.

Ele definiu como um pesticida

apoplásti-co, aquele que pode ser absorvido pela planta e é quase exclusiva mente transportado pela corrente de transpiração no contínuo apo-plasto. PETERSON & EDGINGTON (1976) utilizam o termo "ambimóvel" para pesticidas que podem ser transportados em ambos sistemas.

2.2. Fatores que afetam a absorção e translocação de pestici • das nas plantas

2.2.1. Absorção pelas raízes e subsequente transporte pa

ra a parte aérea

2.2.1.1. Compostos não-ionizáveis

A grande maioria dos inseticidas e fungicidas com

preende compostos químicos que não se dissociam (ionizam) em água.

Vários estudos têm demonstrado que a translocação de produtos quí

micos não-ionizáveis para a parte aérea das plantas, após

absor

ção pelas raízes, é afetada pela lipofilicidade dos

compostos

^SHONE & WOOD. 1974; BRIGGS et alii, 1982).

A eficiência de translocação de pesticidas para as

folhas, após absorção pelas raízes dos compostos dissolvidos em solução nutritiva, tem sido convenientemente descrita pelo Fator

(22)

rnos

TSCF = Concentração na Corrente Transpiratória

Concentração na solução nutritiva

A concentração dos compostos na corrente transpiratória é usual -mente medida indiretmente medindo-se a quantidade do composto

a-cumulada na parte aérea e o volume de água perdido por

transpira-ção.

O TSCF possui valor máximo de 1,0 para absorção passiva e é

independente do tempo.

SHONE & WOOD (1974) investigaram a acumulação nas

raízes e a translocação para a parte aérea de alguns

herbicidas

não-ionizáveis em plantas de cevada, tendo constatado que

o grau

de acumulação dos compostos nas raízes e a eficiência de transpor

te para as folhas (medida como TSCF) foram correlacionados com o

coeficiente de partição dos compostos entre óleo de oliva e água.

Usando

séries

de

compostos

feniluréias

e

O-metilcarbamoiloximas, abrangendo uma ampla faixa de

lipofilici-dade, determinada através do log K (logarítimo do coeficiente de

U W

partição entre octanol e água), BRIGGS et alii (1976) e posterior

mente BRIGGS et alii (1982) identificaram em maiores detalhes o

efeito da lipofilieidade de compostos não-ionizáveis sobre a sua

acumulação nas raízes e subsequente translocação para a parte aé

rea em plantas de cevada. Esses autores observaram uma correia

-ção direta entre o grau de acumula-ção dos compostos nas raízes e

o valor de log KQW, implicando que essa acumulação é principalmen

te devida à adsorçao (partição) dos compostos nos constituintes só

lidos lipofilicos das raízes.

A eficiência de translocação

dos

(23)

compostos foi máxima para compostos com log K entre 1,5 e 2,5, os quais foram translocados com eficiência próxima àquela da água

(TSCF ~ 1,0). Compostos mais polares (log K <- -0,5) ou muito

lipofilicos (log Kqw > 4,0) foram translocados para as folhas com

eficiência muito baixa, apesar da concentração dos compostos lipo

fílicos nas raízes ser muito alta. Os autores atribuíram es

ses resultados a maior permeabilidade das membranas das células da

endoderme das raízes a compostos com log K

- 2,0.

A permeabili

dade das membranas celulares a compostos mais polares ou muito li

pofílicos sendo baixa, resulta em baixa eficiência de transloca

-ção para as folhas, pois os compostos têm que atravessar as

mem-bianas das células da endoderme para atingirem os vasos do xile

ma. Outros trabalhos independentes também demonstraram uma es

treita correlação entre lipofilicidade de compostos e a sua taxa

de permeação através de membranas celulares a esses (COLLANDER

1959: PETERSON et alii, 1978).

BRIGGS et alii (1982), observaram que compostos de

natureza química diferente, porém com lipofilicidade semelhante

tiveram eficiência de translocação das raízes para as folhas tam

bém semelhante.

Esses autores utilizaram plantas de cevada

em

seus estudos, porém, ao examinar os resultados obtidos por outros

autores, com outros compostos e outras espécies de plantas,

foi

confirmado que compostos com log Kqw semelhante apresentam efici

ência semelhante de translocação, independente da natureza quími

ca do composto e da espécie da planta. Esses estudos foram reali

zados, aplicando-se os compostos na solução nutritiva onde as

(24)

BRIGGS (1984) postulou que a absorção de compostos

quando aplicados no solo é esperada ser menos eficiente em compa

ração com a aplicação em solução nutritiva, devido à adsorçao dos

compostos (especialmente aqueles lipofilicos) na matéria orgânica do solo. Assim,compostos mais lipofilicos (log K > 3,5) não mostram ação sistêmica quando aplicados no solo devido a baixa

permeabilidade das membranas celulares a esses compostos e devido

à acentuada adsorçao desses compostos na matéria orgânica do

so

lo.

Esse autor também postulou que, em função da

adsorçao

dos

compostos lipofilicos pela matéria orgânica do solo, a eficiência

de translocação para as folhas é máxima para compostos

com

log

Kqw entre 1 e 1,5.

2.2.1.2. Compostos ionizáveis (ácidos fracos)

Conforme mencionado anteriormente, a grande maio

ria dos inseticidas e fungicidas não sofre dissociação (ionização)

em água, não se caracterizando portanto como compostos ácidos fra

cos.

No entanto, muitos herbicidas são passíveis de sofrerem dis_

sociação (ionização) em água (Exemplos: 2,4-D, picloran, etc). 0 grau de ionização desses compostos ácidos fracos depende da

constante de ionização do composto (pK ) e do pH

da

solução

(BRIGGS et alii, 1987).

SHONE & WOOD (1974) estudaram a absorção de

rios herbicidas ácidos fracos em raízes de cevada e observaram que

(25)

solu-ção nutritiva.

A concentração de 2,4-D nas raízes foi 88 ou 8 ve

zes maior que na solução nutritiva mantida a pH 4,0 ou 6,5,

res

pectivamente.

BRIGGS et alii (1987) estudaram a absorção

pelas

raízes e subsequente translocação de vários compostos ácidos fra

cos para folhas de cevada.

Os autores confirmaram os

resultados

obtidos por SHONE & WOOD (1974), tendo constatado um aumento

na

acumulação dos compostos nas raízes com a diminuição do pH da so

lução nutritiva.

BRIGGS et alii (1987) observaram que, ao contra

rio dos compostos não ionizáveis, os ácidos fracos acumulam

no

protoplasma das células das raízes (contra um gradiente de concen

tração) e não nos constituintes sólidos.

A acumulação dos compôs

tos no interior das células contra um gradiente de

concentração

foi atribuída ao mecanismo de armadilha de íons proposto

por

EDGINGTON (1981).

De acordo com esse mecanismo, a entrada de áci

dos fracos nas raízes ocorre principalmente por difusão das

for

mas não ionizadas do ácido, as quais penetram as membranas

muito

mais rapidamente que as respectivas formas ionizadas.

Uma

vez

dentro das células, a dissociação ocorre em mais alto grau ( >pH)

e, como os ânions (muito polares) atravessam as membraruss

muito

vagarosamente, ocorre acumulação dos ácidos fracos no interior cas

células, quando o pH da solução nutritiva é muito menor que aque

le do interior das células.

A magnitude dessa acumulação

pode

ser predita conhecendo-se parâmetros físico-químicos tais como

o

pKa do ácido, o pH no interior das células e na solução nutritiva

e a razão de permeabilidade das membranas às formas ionizada

e

(26)

níveis de acumulação de vários compostos ácidos fracos em

raízes

de cevada foram muito próximos a aqueles previstos pelo

mecanis

mo denominado armadilha de íons.

2.2.2. Translocação no floema

2.2.2.1. Compostos não-ionizáveis

Um exame da literatura sobre a ação sistêmica de

pesticidas, revela que a grande maioria dos inseticidas e fungici

das sistêmicos transloca apenas na direção ascendente nas plantas,

através dos vasos do xilema, juntamente com a corrente de transpi

ração.

CRISP (1972), sugeriu que, aqueles compostos

que

não translocam no floema são incapazes de atravessar as membranas

celulares e portanto incapazes de penetrar nas células do floema.

Contudo, vários estudos independentes têm demonstrado que

muitos

compostos que não translocam no floema são capazes de penetrar

o

simplasto livremente.

DONALDSON et alii (1973) observaram que

o

herbicida monuron, o qual reconhecidamente não transloca no floe ma, foi capaz de penetrar no interior das células das raízes de cevada, com a concentração do composto no interior das células sen do similar àquela na solução nutritiva. PETERSON & EDIGINGTON

(1976) examinaram a absorção de vários pesticidas apoplásticos por

pedaços de tuberculo de batata e encontraram que, os compostos

á±

(27)

fundem rapidamente para o interior das células, atingindo a mesma

concentração no interior das células como na solução nutritiva. A

questão levantada após esta descoberta foi: se alguns

pesticidas

apoplasticos estão presentes no simplasto da planta, porque

eles

não exibem mobilidade no simplasto?

PETERSON & EDGINGTON

(1976)

sugeriram que esses compostos não são retidos no simplasto e, vis

to que o transporte na corrente de transpiração no apoplasto

é

muito mais rápido (e geralmente ocorre em direção oposta), o pes

ticida tende a se movimentar na direção da corrente de transpira

ção.

PETERSON et alii (1978), observaram algum transpor

te do inseticida-nematicida oxamil a partir de folhas maduras pa

ra outras partes da planta de batata (incluindo ápice, raízes

e

outras folhas maduras) e explicaram esse transporte como sendo de

vido a um lento movimento de oxamil através das membranas

célula

res.

Os autores sugeriram que uma vez no interior do floema

das

folhas o oxamil é retido no floema por um tempo

suficientemente

longo que permite o seu transporte para outras partes da

planta

juntamente com os assimilados.

Em um trabalho subsequente, TYREE et alii

(1979),

denominaram esta idéia como sendo a "Hipótese da permeabilidadein

termediária" e fizeram algumas suposições teóricas

para explicar

a mobilidade no floema de compostos não-ionizáveis, com base

em

suas taxas de permeação através das membranas celulares.

Foi su

gerido que, há uma permeabilidade ótima que permite

translocação

tanto no simplasto como no apoplasto (incluindo floema e xilema).

De acordo com os autores, a permeabilidade ótima deve ser

(28)

sufici-entemente grande para permitir substancial permeação ao

composto

para o interior das células do floema nas folhas mas, e3sa

per

meabilidade deve ser também pequena o bastante para que o compos

to seja retido e transportado no floema.

COLLANDER (1959), trabalhando com células da alga

Nitella mucronata, concluiu que a taxa de movimento de um compos

to através da membrana celular está correlacionada com seu coefi ciente de partição, entre óleo e água. Conforme mencionado ante

riormente, BRIGGS et alii (1976), demonstraram que a translocação

de compostos não-ionizáveis das raízes para as folhas de cevada

é governada pela lipofilicidade dos compostos,

com

a

eficiên

cia de translocação (como TSCF) sendo muito baixa para

compostos

polares (log K

< 0) e máxima para compostos com log K

? ao

re-OVv

dor de 2,0.

Essas observações levaram PETERSON et alii (1978), e

subseqüentemente EDGINGTON (1981), a postular que outros

compos

tos polares não-ionizáveis, além do oxamil, deveriam também ter baixas taxas de permeação através das membranas e assim satisfa zer os requerimentos da hipótese da permeabilidade intermediária

de translocação de xenobióticas no floema.

BROMILOW et alii (1987) evidenciaram essa hipótese

e estabeleceram uma correlação entre a lipofilicidade dos compos

tos (em termos de log KQw) e sua retenção nos vasos do floema.

U-sando plantas de mamona (Ricinus communis), das quais é

possível

coletar seiva elaborada através de incisoes feitas no caule, es ses autores mediram a retenção de uma série de compostos nos va sos do floema, entre as lâminas foliares e caule. Foi observado

(29)

iog Kow

C

~0'5 ate 9% Para compostos com log K

- 2,0.

Esses

resultados evidenciaram que os compostos sistêmicos são continua

mente reciclados do floema para o xilema, com esse processo ocor

rendo nas folhas (ou próximo a elas) para compostos com log K

2,0, aos quais as membranas têm alta permeabilidade, ou

então,

no pecíolo, caule e raízes para os compostos polares (log K

<

0), os quais escapam mais lentamente dos vasos do floema. Assim

sendo, apenas os compostos polares, devido a sua baixa

permeação

através das membranas, são suficientemente retidos nos vasos

do

floema para serem transportados das folhas para outras partes das

plantas. Essa correlação entre a permeabilidade das membranas e

a lipofilicidade do composto está de acordo com a

explicação

de

BRIGGS et alii (1982) para a variação na eficiência de transloca

ção dos compostos das raízes para as folhas.

BROMILOW et alii (1987) observaram que, mesmo para os compostos que melhor translocaram no floema, a quantidade dos

compostos retida nas raízes após a aplicação nas folhas foi muito

baixa, indicando que esses compostos eventualmente escapam do fio

ema e retornam para as folhas através do xilema.

Foi comprovado,

por exemplo, que a aplicação de sulfona de aldicarbe (loa K

^ ow

-0,57) em apenas uma das folhas maduras, resultou após 48 h

no

transporte de cerca de 10% da dose aplicada para a folha madura

(30)

2.2.2.2. Compostos ionizáveis (ácidos fracos)

Ao contrário dos inseticidas e fungicidas, muitos herbicidas translocam eficientemente no floema, como por exemplo: 2,4-D: picloran; 2,4,5-T, etc. CRISP (1972) observou que os her bicidas com essa propriedade eram ácidos fracos e sugeriu que ape

nas os compostos com um radical ácido carboxílico (R-COOH) mostra

riam mobilidade no floema. Ele também sugeriu que a incorporação

do grupo carboxílico na molécula de um pesticida resultaria em mo bilidade no floema, tendo denominado essa idéia como "hipótese da

ativação ácida".

EDGINGTON (1981) atribuiu o eficiente transporte de compostos ácidos fracos no floema a um mecanismo chamado arma

dilha de íons.

De acordo com esse mecanismo, no apoplasto (pH

~

5,5) os ácidos fracos são apenas parcialmente ionizados6 A forma

não dissociada difunde facilmente através do plasmalema e penetra

os vasos do floema. No interior dos vasos (pH ~ 8,0), os ácidos

encontram-se extensivamente ionizados. Visto que os ânions não

atravessam facilmente a membrana lipofílica, os ácidos fracos são

retidos e transportados no floema em sua forma ionizada. Esse me

canismo também prevê a acumulação de ácidos fracos nos vasos do

floema. RIGITANO et alii (1987) estudaram a acumulação e trans

locação de ácidos fracos no floema em plantas de mamona e apresen

taram fortes evidências para essa teoria.

A acumulação dos com

-postos nos vasos do floema pode ser predita conhecendo-se parâme tros tais como o pKa do ácido e a permeabilidade das membranas ce

(31)

lulares às formas ionizada e não-ionizada dos ácidos.

2.2.3. Absorção e penetração cuticular após aplicação

na

folhagem

A superfície das folhas é coberta por uma fina ca

mada de natureza predominantemente lipofílica, a cutícula, a qual

consiste de uma complexa matriz polimérica contendo lipídios

ex-traíveis por solventes.

Alguns trabalhos têm demonstrado

que

a

cutícula atua como uma barreira à penetração de pesticidas nas fo

lhas, embora a eficiência dessa barreira seja muito

variável

em

função do composto químico e da espécie vegetal.

STEVENS & BAKER (1983) mediram a absorção de 15 di

ferentes compostos pelas folhas de várias espécies vegetais,

com

ou sem a adição do surfactante NP8.

Seus estudos mostraram que a

absorção dos compostos foi relacionada com a lipofilicidade e com

o tamanho das moléculas.

A penetração foi máxima para compostos

com log KQw - 1,0, excetuando-se aqueles com peso molecular acima

de 250, indicando que o tamanho molecular limita a penetração dos

compostos nas folhas.

CHAMBERLAIN et alii (1987) estudaram a absorção por

folhas de cevada de uma série de carbamoiloximas

e

feniluréias,

abrangendo valores de log KQw entre -0,5 e 3,7.

Esses autores ob

servaram que na ausência do surfactante NP8, a penetração cuticu

lar foi rápida para compostos com log K

entre 1,0 e 3,0. Na pre

(32)

sença do surfactante, as taxas de penetração foram altas para com

postos com log KQw entre -0,5 e 2,0, com os compostos sendo rapi

damente transportados do local de aplicação pelo fluxo do xilema. Para compostos mais lipofilicos (log K > 2,5), a taxa de pene

-tração diminuiu e a retenção no local de aplicação aumentou com o

aumento na lipofilicidade, embora a técnica experimental não te nha permitido distinguir entre retenção no tecido foliar ou na eu

ticuia.

A penetração cuticular de compostos polares

( log

Kow K 0) tem sido observada em vários estudos e isso tem levado a

sugestões de duas vias de entrada de compostos para o interior das

folhas.

SCHONHERR (1978) identificou dois componentes na cutícu

la, os quais podem estar arranjados em série ou em paralelo.

Se

gundo o autor, no arranjo em paralelo ocorre a presença de

micro-poros na cutícula, os quais apresentam-se como rota alternativa pa

ra a penetração de compostos polares ou não. O autor concluiu

a-inda que em Citrus, o raio desses poros é 0,45 nm.

A função dos estômatos como rota para entrada de

pesticidas nas folhas tem sido investigada.

TAYLOR et alii (1980)

observaram que a absorção de alguns herbicidas foi maior

quando

os estômatos estavam abertos e menor em condições de calor exces

sivo, seca, quando os estômatos estão fechados. De acerdo com os

autores, a absorção através das câmaras estomatais (livre de

ce-ras) pode ser a principal rota na absorção do composto bentazone

em Chenopodium álbum.

Tal rota de penetração pode explicar a en

trada de compostos polares nas folhas, vencendo a barreira essen cialmente lipofílica imposta pela cutícula.

(33)

2.3. Metabolismo e translocação do inseticida vamidothion em plantas

O inseticida vamidothion é um composto organofosfo rado com reconhecida atividade sistêmica em plantas. No Brasil, esse inseticida tem sido comercializado em formulação concentrado

emulsionavel (KILVAL 300 CE - 300

q<

de vamidothion/1) , a qual tem

sido empregada em várias culturas, principalmente para o controle

de pulgões e cochonilhas.

A exemplo de outros inseticidas tioéteres (R, S

-R2)

tem sido demonstrado que o vamidothion é extensivamente

o-xidado à forma sulfoxido no interior das plantas.

O

metabólito

sulfona de vamidothion também tem sido encontrado em plantas, em

bora em quantidades muito baixas (WORLD HEALTH ORGANIZATION

1974).

Um esquema dessas transformações é mostrado na Figura 1.

A transformação de vamidothion a sulfóxido de va

midothion não caracteriza um processo de degradação do

composto,

visto que as formas sulfóxido e sulfona dos inseticidas organofos

forados tioéteres têm, em geral, propriedades inseticidas tão ou mais pronunciadas que aquelas do composto original ( MATSUMURA,

1980).

A degradação de vamidothion em compostos inativos

no interior das plantas ocorre de forma relativamente lenta, com valores de meia-vida de degradação entre 6 e 20 dias (WORLD

(34)

CH O O C H O

/

P CH^O O

3\ll

CH0 O

l 3 f

S — CH0— CHn— S —CH C'

2

2

\

NHCH. vamidothion

O

CH3

O

P — S — CH — CH S CH — C

/

\

ch3o

CH«0 O

3\ll

NHCH. sulfóxido de vamidothion O CH.

,P — S — CH2

CH2

S —CH

C

/

\.

CH30"

NHCH. sulfona de vamidothion

FIGURA 1 - Metabolismo de vamidothion em plantas (WORLD HEALTH

(35)

Èm um folheto elaborado pela Empresa RHODIA

AGRO

S;A. paira divulgação do produto KILVAL 300 CE, é mencionado que o

inseticida vamidothion é transportado bidirecionalmiente no inte rior das plantas, implicando em transporte no xilema e no floema.

Contudo, consultando a literatura em busca de trabalhos sobre me

tabolismo e translocação do vamidothion em plantas (incluindo con sulta feita através do Programa de Levantamento Bibliográfico da EMBRAPA) não foi encontrado qualquer trabalho publicado sobre es

se assunto.

Em consulta feita à Rhodia Agro S.A. para a obtenção

de trabalhos sobre metabolismo e translocação do vamidothion em plantas, obteve-se como resposta que os trabalhos foram em geral conduzidos por técnicos da companhia no exterior, sem contudo te

rem sido publicados. De fato, uma monografia elaborada pela Orga

nização Mundial de Saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1974) sobre

vários pesticidas, incluindo o vamidothion, observa-se que

quase

todas referências citadas são relativas a trabalhos não publica

-dos.

O inseticida vamidothion é esperado ser bastante

polar, em virtude de sua alta solubilidade em água, ou seja, 4 kg/ 1, WORTHING (1983). De fato, calculando-se o coeficiente de par

tição do vamidothion entre octanol e água (K ), com base na e-quação de BRIGGS (1981):

log KQw = -log WS - 0,01 (Tmp - 25)

[onde WS é á solubilidade em água (moles/1) e Tmp é a

temperatu

ra ( C) do ponto de fusão do composto], o valor de log K obtido é -0,92, o que confirma a natureza polar do composto. O valor

(36)

por falta de conhecimento sobre sua solubilidade em água e

ponto

de fusão.

Contudo, esse metabólito é esperado ser ainda mais po

lar que o composto original, conforme observado por BRIGGS (1984)

para a forma sulfóxido de outros compostos tioéteres.

Conforme mencionado anteriormente, BROMILOW et

alii (1987) demonstraram que pesticidas polares (log K < 0) são transportados no floema. Assim sendo, o transporte descendente ób

vamidothion nas plantas, conforme advocado pela companhia produto

(37)

3.1. Padrões analíticos de vamidothion, sulfóxido de vamido*

thion e sulfona de vamidothion

Os padrões analíticos de vamidothion e sulfona de

vamidothion foram obtidos junto à Empresa RHONE-POULENC

AGROCHI-MIE (França), através da RHODIA AGRO S.A. Esses padrões tinham es

pecificação de pureza acima de 98,5%.

Com relação ao sulfóxido de

vamidothion não havia disponibilidade desse metabólito na referi

da companhia ou na Agência de Proteção Ambiental (Environmental

Protection Agency) dos Estados Unidos. Desta forma, obteve-se

u-ma solução padrão deste composto, a partir de folhas de feijoeiro

que receberam a aplicação de vamidothion via injeção no interior

do pecíolo.

Aos 4 dias após a aplicação, vamidothion e seus pror

dutos de oxidação, foram extraídos das folhas e o metabólito sul

fóxido de vamidothion foi purificado e identificado por cromato

-grafia de camada delgada, conforme será descrito adiante. Em se

guida uma alíquota da solução de sulfóxido de vamidothion foi sub

(38)

gás-lí-quido para confirmação e quantificação do composto.

3.2. Determinação dos coeficientes de partição entre octanol

e água (K

) para vamidothion e seus produtos de oxidação

Os coeficientes de partição entre octanol e água

^KovP Para vamidothion, sulfóxido de vamidothion e sulfona de va

midothion foram determinados seguindo a metodologia adotada

por

LEO et alii (1971).

Cada composto foi diluído em 10 ml

de

água

pré-saturada cora octanol na concentração de 1 mg/litro.

Em segui

da, 5 ml dessa solução foram transferidos para um funil de separa

ção (250 ml) o qual continha 50 ml de octanol pré-saturado

com

água.

Após a inversão do funil de separação por 50 vezes,

este

foi deixado em repouso por 2 horas para separação das fases.

Em

seguida, duas alíquotas de 1 ml da fase aquosa foram separadas pa

ra a quantificação da concentração do composto.

A concentração òb

composto na fase orgânica (octanol) foi calculada com base na di

ferença entre as concentrações inicial e final na fase aquosa.

3.3. Translocação e metabolismo de vamidothion em plantas

de

feijão

(39)

experimen-tos foram desenvolvidos em casa-de-vegetação do Departamento

de

Fitossanidade da Escola Superior de Agricultura de Lavras,

Sêmen

tes de feijão, variedade Carioquinha-80 foram semeadas em sacos

plásticos (18 x 12 cm), contendo 2 kg da mistura de solo, areia e

estéreo de curral, na proporção de 3:1:1, previamente esteriliza

da com brometo de metila e enriquecida com 15 g de fertilizante (4-14-8) por saquinho. As irrigações foram realizadas normalmen te a cada dois dias.

As plantas de feijão utilizadas nos experimentos

tinham cerca de 4 semanas de idade e encontravam-se no

seguinte

estágio de desenvolvimento: folhas primárias, num (1) par de

fo

lhas trifolioladas já desenvolvidas e uma folha apical em

fase

inicial de desenvolvimento.

Nos experimentos as folhas primárias

foram amputadas, uma vez que observações preliminares revelaram

que elas estariam em estágio avançado de senescência ao final do

período de duração dos experimentos, ou seja, 12 dias.

3.3.1. Aplicação via injeção no pecíolo

Plantas selecionadas de acordo com o padrão descri to no item anterior foram levadas para o laboratório a fim de fa

cilitar a aplicação do composto.

A partir do padrão analítico de

vamidothion foi preparada uma solução do composto em água na con

centração de 12 mg do ingrediente ativo por ml.

No

pecíolo

da

lâ folha (folha mais velha) foram injetados 5 ai da solução

(40)

atra-vés de uma microseringa de 10 ul.

Na técnica de injeção, a agulha foi introduzida

em posição oblíqua em relação ao pecíolo, na face superior e

re

gião mediana do mesmo, injetando-se a solução lentamente.

Em al

guns casos, após a retirada da agulha, observou-se que um pequeno

volume da solução extravasava pelo orifício feito

pela

agulha.

Nesses casos aguardou-se alguns minutos para a penetração daquele

volume no interior do pecíolo: se isso não ocorresse naquele tem

po, essas plantas eram descartadas.

3.3.1.1. Translocação na planta

A translocação e metabolismo de vamidothion em

plantas de feijão foram investigados, determinando-se a distri

buição de vamidothion e de seus produtos de oxidação nas diferen

tes partes das plantas, aos 4, 8 e 12 dias após a injeção no

pe

cíolo.

Esses experimentos foram conduzidos com 2 repetições, sen

do cada tratamento (dias após a aplicação), composto por 3

plan

tas. Nessas datas, as plantas foram divididas da seguinte forma:

pecíolo da folha tratada, folíolos desta folha, folha oposta (in

cluindo o pecíolo), folhas novas (folhas além da folha oposta)

caule e raízes.

As várias partes das plantas foram embaladas com

papel alumínio e acondicionadas em "freezer" para posterior análise.

Vamidothion e seus produtos de oxidação foram analisados conjunta

mente conforme descrito no item 3.6.2.

(41)

3.3.1.2. Distribuição na folha tratada

Neste experimento objetivou-se determinar a dis

tribuição de vamidothion e de seus produtos de oxidação nas lâmi

nas foliolares das folhas que receberam a injeção do produto

no

pecíolo.

A técnica de injeção, a quantidade de vomidothion

injetado e estágio de desenvolvimento das plantas foram os mesmos

descritos no item 3.3.1. Os tratamentos (coleta dos folíolos aos

4. 8 e 12 dias após a aplicação) foram compostos por

3 plantas.

Os nove folíolos referentes a cada tratamento fo

ram seccionados das plantas e levados para o laboratório, onde fo

ram recortados em 3 partes: na Ia parte, recortou-se uma faixa de

1 cm ao redor dos folíolos (esta faixa foi denominada bordos dos

folíolos); na 2* parte, retirou-se também uma faixa de 1 cm abai

xo da 1* parte (região intermediária); já a última parte foi cons

tituída pela parte restante dos folíolos (centro dos folíolos). Em

seguida as partes foram pesadas, embaladas e acondicionadas em

"freezer" para posterior análise.

3.3.2. Aplicação na superfície das folhas

Neste experimento, objetivou-se determinar, a efi

(42)

a-pós a aplicação do composto na superfície das folhas.

As plantas selecionadas obedeceram ao mesmo crité

rio adotado nos experimentos anteriores. Para esta aplicação uti.

lizou-se, o produto comercial KILVAL 300 CE (300 g de vamidothion por litro). Preparou-se uma solução desse produto em água na con centraçãode 1% (V/v) , equivalente a três gramas do ingrediente a-tivo por litro. Com auxílio de uma microseringa de 25 uX aplicou -se 50 ^l1 desta solução em cada folíolo da folha mais valha (450

g por planta), distribuindo-se uniformemente a solução em peque

nas gotas (cerca de 1

yl)

na superfície foliar.

A penetração

do

vamidothion nas folhas foi investigada aos 1, 4, 8 e 12 dias após a aplicação, tendo sido conduzidas 2 plantas para cada tratamen to.

Nas respectivas datas de coleta, cada folíolo tra

tado foi lavado com jatos de acetona contida numa pisseta (cerca

de 30 ml/folíolo), com as soluções de lavagens dos folíolos de ca

da tratamento recolhidas conjuntamente em um becker.

A eficiência de penetração de vamidothion nas fo lhas foi determinada comparando-se a quantidade remanescente na

solução de lavagem e no interior da folha, nos diferentes interva

los após a aplicação. Da solução de lavagem de cada tratamento,

foi retirada uma alíquota de 1/5 do volume, para determinação de

(43)

3.4. Translocação e metabolismo de vamidothion em plantas de

trigo

Nestes experimentos foram utilizadas plantas de

trigo do cultivar IAC-5 Maringá, desenvolvidas na

casa-de-vegeta-ção do Departamento de Fitossanidade da ESAL. Foram utilizados sa

cos plásticos (18 x 12 cm) contendo 2 kg da mistura de solo, areia

e estéreo de curral na proporção 3:1:1, previamente esterilizado com brometo de metila e enriquecido com 15 g de fertilizante na formulação 4-14-8 por saquinho.

Plantas típicas utilizadas nos experimentos tinham

cerca de 4 semanas de idade, apresentando 4 folhas desenvolvidase a folha apical em início de desenvolvimento. As duas folhas mais velhas foram amputadas, por se encontrarem em estágio de senescên

cia.

3.4.1. Penetração foliar e subsequente translocação

nas

plantas

Os estudos de penetração de vamidothion em folhas de trigo e subsequente translocação na planta foram conduzidos

a-plicando-se o composto na superfície do limbo foliar da folha mais

velha remanescente nas plantas teste. Utilizou-se para tanto uma

(44)

vamidothion por litro de água.

Com auxílio de uma microseringade

25

}jl,

a folha mais velha de cada planta recebeu 50 ul desta solu

ção, na forma de pequenas gotas (cerca de 1 jul) distribuídas uni

formemente na superfície superior do limbo foliar. A fim de evi

tar o escorrimento do produto para a região da bainha das folhas,

e também para se evitar o contato da folha tratada com outras fo

lhas da planta, esta foi fixa na posição horizontal, com auxílio

de linha de costura, sobre um plano de papelão

apoiado num supor

te de madeira e as demais folhas foram amarradas a uma haste

de

bambu.

A penetração, translocação e metabolismo de vamido

thion foram determinados aos 4, 8 e 12 dias após a aplicação. Ca

da tratamento constou de 2 repetições, tendo sido utilizadas

6

plantas por repetição.

Nas datas de coleta, cada planta foi dividida em:

limbo da folha tratada, limbo da folha oposta, limbos das

folhas

novas, colmo (incluindo as bainhas), raízes e perfilhos

(quando

presentes).

A fim de determinar a quantidade de vamidothion

não

penetrado, o limbo da folha tratada foi lavado com jatos de aceto

na (cerca de 20 ml), com as soluções de lavagem das folhas de ca

da tratamento recolhidas conjuntamente em um becker.

Da

solução

de lavagem de cada tratamento, retirou-se uma alíquota de 1/3

do

volume para determinação de vamidothion e de seus produtos de oxi

dação.

As partes das plantas foram embaladas em

papel

alumínio

(45)

3.4.2. Translocação na folha tratada

Nesse^experimento objetivou-se determinar a distri

buição de vamidothion e/ou de seus produtos de oxidação em folhas

de trigo que receberam a aplicação de vamidothion (Kilval 300 CE)

no terço médio dos limbos foliares.

Após a fixação do limbo

fo

liar em um plano de papelão conforme anteriormente descrito, pro

cedeu-se a

marcação do limbo em três partes de igual comprimen

to.

Em seguida, aplicou-se 30

jxl

de uma solução de vamidothion

em água (3 g i.a./l), na forma de pequenas gotas uniformemente dis

tribuídas na superfície do terço mediano do limbo foliar, por in

termédio de uma microseringa de 25 ul.

A distribuição de vamidothion e/ou de seus

produ

tos de oxidação no limbo foliar foi determinada aos 1, 4, 8 e 12 dias após a aplicação. Para cada tratamento foram utilizadas 3

plantas. O limbo tratado de cada planta foi dividido nas três

partes previamente demarcadas: terço basal, terço médio

(região

tratada) e terço apical. As três partes do limbo foliar foram se

paradamente analisadas, conforme descrito no item 3.6.2 a 3.6.5. A região mediana (parte tratada) do limbo foliar foi lavada com acetona, a fim de remover o vamidothion e seus produtos de oxida

(46)

3.5. Estabilidade de vamidothion aplicado sobre lâminas de

vidro

A estabilidade de vamidothion sobre lâminas de vi

dro foi investigada, a fim de auxiliar a interpretação dos resul tados sobre penetração do composto em folhas de feijoeito e trigo. Para tal, foram utilizadas placas de vidro de 5 x 20 cm, as quais receberam a aplicação de 50 ul de uma solução de vamidothion (KIL

VAL 300 CE) em água, na concentração de 3 g i.a./l. A exemplo da

aplicação na superfície das folhas, utilizou-se uma microseringa 25 uX, para a aplicação da solução na forma de pequenas gotas dis tribuídas sobre a placa.

A quantidade de vamidothion (e/ou seus produtos de oxidação) remanescente nas placas foi determinada aos 1, 4, 8 e 12 dias após a aplicação, com as placas sendo mantidas em casa--de-vegetação onde as plantas de trigo e feijoeiro se desenvol viam. Para cada tratamento (intervalo de tempo após a aplicação) foram conduzidos duas repetições. Nas datas de amostragens, as placas foram lavadas com jatos de acetona (com auxílio de uma pis

seta) recolhidos em becker a fim de remover o vamidothion e seus

produtos de oxidação. A solução de lavagem de cada tratamento foi

(47)

3.6. Métodos analíticos

Para determinar quantitativamente o vamidothion, sul.

foxido e sulfona de vamidothion nas amostras de tecido vegetal,es

tes compostos foram extraídos utilizando-se acetona como solvente extrator. Vamidothion e sulfóxido dè vamidothion foram oxidadosâ

forma sulfona pela adição de permanganato de potássio.

Após puri

ficação adequada do extrato, através de partição com solventes

e

cromatografia de camada delgada, o vamidothion e seus

produtos

de oxidação foram quantificados conjuntamente na forma de sulfona

de vamidothion, por cromatografia gás-líquido.

A oxidação

dos

compostos à forma sulfona se fez necessária porque o

vamidothion

e o sulfóxido de vamidothion não são adequadamente

quantificados

por cromatografia gás-líquido com detector de captura de elétrons.

Em alguns casos, quando desejou-se analisar isola

damente o vamidothion, sulfóxido e sulfona de vamidothion, estes

foram separados e identificados por cromatografia de camada delga

da.

Após a separação, os compostos foram então oxidados e quanti

ficados na forma de sulfona de vamidothion, por cromatografia gás

-líquido.

Os métodos analíticos foram adaptados daqueles de

(48)

3.6.1. Materiais, solventes, reagentes e equipamentos uti lizados 3 . 6 . 1 . 1 . Materiais Gral e pistilo Provetas: 25, 50, 100, 250 e 500 ml Pipetas graduadas: 0,1: 0,2: 1,0: 2,0: 5,0 e 10 ml Funis de separação: 250 e 500 ml

Balões de fundo redondo: 50, 125, 250 e 500 ml

Pipetas de "Pasteur"

Placas de vidro 10 x 20 para cromatografia de camada delgada

Cuba de vidro (25 x 10 x 22 cm)

Balões volumétricos: 10, 100 e 500 ml

Funis de vidro: 3, 5 e 10 cm de diâmetro Tubos de centrífuga graduados: 15 ml

Microseringas: 10 e 25 jal

3.6.1.2. Solventes e reagentes

Acetona - grau resíduo - MERCK

Acetona - PA - MERCK - redestilada

Hexano - grau resíduo - MERCK

(49)

Acetato de etila - para cromatografia - MERCK Éter etílico - PA - VETEC - redestilado

Sulfato de sódio anidro granulado - PA - MERCK - ativado a 150°C por 48 horas

Sílica gel 60 GF254 (9el fluorescente) - MERCK

Solução tampão concentrada (pH = 7,6)

. Fosfato de potássio, monobásico - 136,1 g

. Hidróxido de sódio I N - 850 ml

. Água destilada - 1150 ml

Solução tampão diluída (pH = 7,0)

. Fosfato de potássio, monobásico - 6,81 g

. Hidróxido de sódio 1 N - 29,5 ml

. Água destilada - 1000 ml

Permanganato de potássio - PA

3.6.1.3. Equipamentos

- Evaporador rotativo a vácuo - BUCHII - modelo RE 120

- Cromatografo a gás CG modelo 370, equipado com detector de cap_

tura eletrônica ( Ni)

- Balança analítica MAITE mod. A-200

- Aplicador de sílica gel sobre lâminas de vidro (obtenção de pia

cas para cromatografia de camada delgada)

- Estufas - Geladeira

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