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Composição taxonômica e ecologia trófica da ictiofauna em reservatórios do semiárido brasileiro

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA Pró-Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa - PRPGP Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação/PPGEC. SILVIA YASMIN LUSTOSA COSTA. COMPOSIÇÃO TAXONOMICA E ECOLOGIA TRÓFICA DA ICTIOFAUNA EM RESERVATÓRIOS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Campina Grande – PB 2016.

(2) SILVIA YASMIN LUSTOSA COSTA. COMPOSIÇÃO TAXONOMICA E ECOLOGIA TRÓFICA DA ICTIOFAUNA EM RESERVATÓRIOS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Estadual da Paraíba, como requisito à obtenção do título de Mestre em Ecologia e Conservação.. Orientador: Profº. Dr. José Etham de Lucena Barbosa. CAMPINA GRANDE-PB 2016.

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(5) Á minha mãe, por sempre acreditar mais em mim do que eu mesma, e á meu pai, por me amar incondicionalmente, Dedico..

(6) AGRADECIMENTOS. Agradeço primeiramente a Deus, por permitir que eu concluísse mais essa etapa da minha vida, sendo sempre muito abençoada, tendo sempre muita luz em meu caminho, e por não permitir que nenhuma energia negativa me fizesse desistir. A minha mãe Monaliza, por ser sem dúvida minha maior inspiração para crescer, por me ensinar a ser forte como ela em todos os momentos, por ter comemorado comigo, chorado comigo, e acreditado sempre que eu podia, por todo empenho e amor colocado em mim em todos os momentos da minha vida. A meu pai Silvio, por ter sido meu suporte, minha proteção maior, meu amor maior, a pessoa que me faz querer ser alguém que sempre o deixe cheio de orgulho, pois nada me deixa mais feliz que isso. Pelas bençãos de todos os dias meus pais, muito obrigada! A meu irmão Tallys por me ensinar sempre algo a mais sobre os peixes, e por desde pequenininha me mostrar o amor por eles, a minha cunhada Juliana e (Maria) e minha amiga-irmã Marcela, obrigada por aguentar todo meu abuso esses dois anos dentro de casa. A meus sobrinhos, Henry por ter me dado tanta alegria, e a minha Maria Clara que me fazia querer ser uma pessoa inspirável para ela, muito obrigada meu amor por existir. A meu namorado Felipe, por querer estar sempre ao meu lado até quando eu mandava ele ir embora, pois eu precisava estudar, e ele dizia que podia me ajudar, e pelas tantas fichas de dieta que digitou, e por todo carinho, por toda paciência, meu muito obrigada. As pessoas que me acolheram no Leaq com os braços abertos (Laboratório de Ecologia Aquática – UEPB) ao meu orientador José Etham, e a Janiele França, obrigada por confiar este trabalho a mim e acreditar que eu podia concluir, obrigada por permitir que eu continuasse a trabalhar com peixes, e por tudo que foi vivido com vocês durante esses anos, que me fizeram crescer, e muito. Meu muito obrigada. A todo pessoal que formam esse laboratório, obrigada pelos momentos descontraídos e de trabalho (Renata, Larissa, Vanessa, as Dayanes, Ranielle, Gustavo, Camila, Moiga). Chico, Morgana e Patrícia obrigada pela companhia nessas mais de 13 coletas, era muito bom viajar com vocês. Obrigada Dani Danoninho, pela árdua triagem do zooplânctom juntamente com meu amigo Chico. A Ruan, pela ajuda ao medir os peixes comigo, e dentre outras pessoas, que quando ele não vinha, fazia esse trabalho. A Camila e Iara, pelo tempo que tiraram os músculos dos peixes comigo. A os técnicos, Climélia pelos bons conselhos, e Adriano, pelas manhãs e tardes de análises químicas e físicas compartilhadas, acompanhadas de uma boa salada de fruta nos intervalos e muita conversa juntamente com Chico e Patrícia..

(7) Obrigada a todos do Lep (Laboratório de Ecologia de Peixes) por sempre me ajudar quando precisava, fosse pelo freezer, pelos calões, ou por um café. Em especial a Nat e Rays, pela ajuda ao longo do curso. A alguns professores do programa que se fizeram mais. Ao professor André Pessanha, por ter me criado e me dado asas para voar (nadadeiras para nadar rsrs) academicamente, e por sempre me ajudar quando precisei. A professora Joseline Molozzi pela ajuda nas estatísticas, você não é chata Josi, você é peso! A meus colegas de turma de mestrado, pela amizade e descontração nas carregadas disciplinas, vocês são demais! Em especial Maria Rita e Carlinda Raylli pela amizade desde a graduação, pelos estresses compartilhados, por todo carinho, obrigada. A Dona Mari e Edilma pelos cafés repartidos quando erámos só nós Patrícia e Chico nas Três Marias. Aos motoristas que nos acompanharam durante as coletas (Seu Nino e Wellington, e os demais). Aos pescadores nas coletas, principalmente Maurício, obrigada. A Leandro, a você meu amigo “Chico”. Obrigada por pescar comigo, por triar o zoo. Pelo cansaço compartilhado nas análises. Obrigada por cumprir o trato de não me deixar só nas coletas. Obrigada pelas vezes que me disse que eu não desistisse por que no final dava tudo certo, que era muito trabalho, mas que a gente ia conseguir. Pelas manhãs e tardes que você e Patricia ficavam comigo enquanto eu filetava os meus peixes, aguentando aquele cheirinho que só eu tinha rsrs. Obrigada por aguentar meus “esporros” sempre com muita gaiatice, pela amizade oferecida de graça, por ter se tornado um amigo que levarei por toda vida. Muito obrigada por tudo! A Patrícia. Agradeço o dia que você entrou no Leaq e disse: Vamos abrir esses “buchos”?, e mesmo sem nunca ter aberto nenhum estomago de peixe, se dispôs a aprender, e comigo ficava no Lapeca, até tarde, para que conseguissemos dar conta dos mais de 2.000 estomagos. Obrigada pelas coletas organizadas e super divertidas mesmo diante de tanto esforço, pelas análises químicas e físicas, dias e dias sempre juntos. Obrigada por ser sido como uma mãe para mim, por ter me ensinado tanta coisa e se tornado essa amiga que és hoje, quando eu crescer Pati, eu quero ser como você! Muito obrigada por tudo. A o professor Telton Ramos, por toda ajuda oferecida desde a identificação dos peixes até as coletas, mesmo sem nenhuma obrigação, agradeço pela confiança depositada no meu trabalho, e em mim, e por ter feito eu me apaixonar ainda mais pela ictiologia. Muito obrigada por tudo. A UEPB, essa instituição que me acolheu a seis anos, a qual fiz minha segunda casa, e a CAPES pela bolsa fornecida durante os dois anos de mestrado. E a todos peixes que foram sacrificados para que esse trabalho fosse concluído. Muito obrigada!.

(8) Até um erro pode revelar-se um elemento necessário a um feito meritório. Henry Ford.

(9) Resumo. Estudos de levantamento da diversidade e dinâmicas da comunidade de peixes de reservatórios do semiárido faz-se importante para o embasamento de estudos de ecologia e conservação das espécies. Eventos ambientais extremos em ecossistemas como os reservatórios e mudanças na morfologia dos de peixes podem acarretar mudanças de hábitos alimentares. O primeiro manuscrito deste estudo teve como objetivo fazer o levantamento taxonômico da ictiofauna de dois reservatórios da bacia do Rio Paraíba do Norte e suas respectivas jusantes (Epitácio Pessoa e Argemiro de Figueiredo). O segundo manuscrito objetivou-se analisar a estrutura trófica do reservatório Argemiro de Figueiredo e possíveis variações sazonais e ontogenéticas na alimentação diante um evento de seca prolongada, para este manuscrito foram testadas as seguintes hipóteses (i) as guildas tróficas sofrem alterações em função do regime hidrológico de reservatórios do semiárido, que afeta a abundância das presas reduzindo os itens mais consumidos pelas espécies no período de menor volume hídrico, (ii) a redução do volume hídrico do reservatório acarretará mudanças na disponibilidade de alimentos e estratégias tróficas dos indivíduos, levando as espécies a sobrepor seus nichos tróficos no período de menor volume hídrico, o que pode resultar em competições interespecíficas e intraespecíficas. Para atingir o objetivo do primeiro manuscrito, foram realizadas coletas mensais com diversos apetrechos de pesca, no período de Outubro de 2014 a Setembro de 2015 nos reservatórios Epitácio Pessoa (Boqueirão) e Argemiro de Figueiredo (Acauã), pertencentes a bacia do Rio Paraíba do Norte, semiárido nordestino. Dentro dos reservatórios foram coletados 2057 espécimes distribuídos em 17 espécies, 10 famílias e três ordens de peixes. Nas áreas de jusantes dos reservatórios foram coletados 271 indivíduos, distribuídos em 24 espécies, 11 famílias e cinco ordens. Para atingir os objetivos do segundo manuscrito, foram escolhidas para a análise da dieta as espécies mais abundantes no reservatório Argemiro de Figueiredo, e para a análise ontogenética essas espécies foram divididas em juvenis e adultos. A variação sazonal no estudo fez-se insignificante para a variação da dieta da maioria das espécies, enquanto ontogeneticamente as espécies variam de preferências alimentares refletindo formações de guildas tróficas distintas para cada espécie, e mesmo diante de valores relativamente altos de sobreposição de nichos, as espécies coexistem, pois, adotam estratégias distintas para uma partição trófica no reservatório. Palavras-chave: Reservatórios; guildas tróficas; taxonomia e ontogenéticas..

(10) Abstract The studies of diversity survey and dynamics of fish communities of reservoirs from semiarid are important as a basis for ecological studies and conservation of species. Extreme environmental events in ecosystems such as reservoirs and changes in fishes' morphology can cause the change of eating habits. The first manuscript of this study aimed to make the taxonomic survey of the ichthyofauna from two reservoirs of the basin of the River Paraíba do norte and and their respective downstream (Epitácio Pessoa and Argemiro Figueiredo). The second manuscript aimed to analyze the trophic structure of the reservoir Argemiro de Figueiredo and possible seasonal variations and ontogenetic in feeding on an extended drought event, for this manuscript the following hypotheses were tested, (I) the trophic guilds show changes depending on the hydrological regime of the reservoirs of semi-arid which, affects the abundance of prey items reducing the preferences of the species in the lowest water volume period, (ii) reducing the water volume of the reservoir causes changes in food availability and in the trophic strategies of individuals, Leading the species to override their trophic niches in the lowest period of water volume, which may result in interspecific and intraspecific competitions. To achieve the goal of the first manuscript, Monthly collections were made with various fishing tackle, in the period from October 2014 to September 2015 in the reservoirs of Epitácio Pessoa (Boqueirão) and Argemiro de Figueiredo (Acauã), belonging to the basin of the River Paraíba do norte, in the semiarid of Northeast. Within the reservoirs 2057 specimens were collected distributed in 17 species, 10 families and three fishes orders. In the downstream areas of the reservoirs were collected 271 individuals belonging to 24 species, 11 families and five orders. To achieve the objectives of the second manuscript, were selected for the analysis of the diet, the most abundant species in the reservoir Argemiro de Figueiredo, and for the ontogenetic analysis these species were divided into youth and adults. Seasonal variation in the study was negligible for the variation of the diet of most species, While ontogenetically the species range the dietary preferences, reflecting in the formation of different trophic guilds for each species, and even with relatively high values of niche overlap, species coexist, because they adopt different strategies for a trophic partition in the reservoir. Keywords: Reservoirs; trophic guilds; taxonomy and ontogenetic..

(11) LISTA DE FIGURAS Primeiro Capítulo DIVERSIDADE E COMPOSIÇÃO TAXONOMICA DA ICTIOFAUNA EM RESERVATÓRIOS DO SEMIÁRIDO NORDESTINO Figura 1. Representação da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Norte, com destaque para os dois reservatórios onde foram realizados os estudos: Argemiro de Figueiredo (Acauã) e Epitácio Pessoa (Boqueirão). ........................................................................ 30. Figura 2.Volume hídrico mensal dos reservatórios Argemiro de Figueiredo (Acauã) e Epitácio Pessoa (Boqueirão), dados em milhões de m³, do período de Outubro de 2014 a Setembro de 2015 (AESA, 2015). ................................................................................. 33 Figura 3. Abundancia relativa de espécimes por Ordem (A), por Famílias (B) e por Espécies (C) capturadas nos reservatórios de Boqueirão e Acauã no período de Outubro/2014 a Setembro/2015, Nordeste, Brasil. ........................................................ 39 Figura 4. Número de espécies por ordem registrado nas jusantes dos reservatórios Argemiro Figueiredo e Epitácio Pessoa, Estado da Paraíba, Brasil. ............................. 45. Figura 5. Número de espécies por família registrado nas jusantes dos reservatórios Argemiro Figueiredo e Epitácio Pessoa, Estado da Paraíba, Brasil. ..............................45. Segundo Capítulo VARIAÇÃO TEMPORAL E ONTOGENÉTICA NO USO DE RECURSOS ALIMENTARES PELA COMUNIDADE DE PEIXES EM UM RESERVATÓRIO DO SEMIÁRIDO. Figura 1. Representação da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Norte, com destaque para o reservatório onde foi realizado o estudo: Argemiro Figueiredo (Acauã). .......... 65.

(12) Figura 2. Volume hídrico mensal do reservatório Argemiro de Figueiredo, dados em milhões de m³, do período de Outubro de 2014 a Julho de 2015 (AESA, 2015). ......... 67 Figura 3. Variação da dieta das espécies estudadas nos períodos de maior/menor volume hídrico. Vide metodologia para código das espécies. Itens: Cladocera ( Palaemolidae (. ), Peixe (. invertebrados (. ), Alga filamentosa (. (. ), Escama cicloide (. (ni) (. ), Sedimento (. ), Gastropoda (. ), Material vegetal (. ), Hemiptera (. ), Diptera (. ),. ), Ovos de. ), Escama ctenoide. ), Sementes (. ) e Inseto. ). ...................................................................................................................... 71. Figura 4. Análise Cluster de agrupamento baseada nos valores de FV% dos grupos alimentares identificados no conteúdo estomacal das 10 espécies. Número de indivíduos coletados por espécie indicado ao lado. Vide metodologia para código das espécies. Guildas formadas: Carnívoros (Car.), Onívoros (Oni.) e apenas uma espécie classificada como Detritivora (Det.). Itens mais abundantes: Cladocera( Peixe ( (. ), Sedimento (. ), Diptera (. ), Trichuris trichiura(. ), Inseto (ni) (. ), Alga filamentosa (. ), Rotifera (. ), Palaemolidae (. ), Escama cicloide (. ), Material vegetal ( ), Copepoda (. ),. ), Gastropoda. ), Ovos de invertebrados (. ).................................................72. Figura 5. Análise Cluster de agrupamento baseada nos valores de FV% dos grupos alimentares identificados no conteúdo estomacal das 10 espécies. Vide metodologia para código das espécies no período de maior volume, e nas diferentes classes de tamanho Juvenil (A) e Adulto (B). Guildas formadas: Carnívoros (Car.), Onívoros (Oni.) e apenas uma espécie classificada como Detritivora (Det.). Itens mais abundantes: Cladocera ( trichiura(. ), Palaemolidae (. ), Escama cicloide (. Material vegetal ( ), Copepoda (. ), Peixe (. ), Gastropoda (. ), Ovos de invertebrados (. ), Sedimento (. ), Diptera (. ), Trichuris. ), Inseto (ni) (. ), Alga filamentosa (. ),. ), Rotifera (. )............................................................................................................. 74. Figura 6. Análise Cluster de agrupamento baseada nos valores de FV% dos grupos alimentares identificados no conteúdo estomacal das 10 espécies no período de menor volume, e nas diferentes classes de tamanho Juvenil (A) e Adulto (B).. Vide. metodologia para código das espécies. Guildas formadas: Carnívoros (Car.), Onívoros (Oni.) e apenas uma espécie classificada como Detritivora (Det.). Itens mais abundantes: Cladocera (. ), Palaemolidae (. ), Peixe (. ), Sedimento (. ), Trichuris.

(13) trichiura(. ), Escama cicloide (. Material vegetal ( ), Copepoda (. ), Gastropoda (. ), Ovos de invertebrados (. ), Diptera (. ), Inseto (ni) (. ), Alga filamentosa (. ),. ), Rotifera (. ). ........................................................................................................... 76.

(14) LISTA DE TABELAS Primeiro Capítulo DIVERSIDADE E COMPOSIÇÃO TAXONOMICA DA ICTIOFAUNA EM RESERVATÓRIOS DO SEMIÁRIDO NORDESTINO Tabela I. Lista das espécies de peixes presentes no reservatório Argemiro Figueiredo (AF) e Epitácio Pessoa (EP), bacia do rio Paraíba do Norte, Nordeste, Brasil com seus respectivos nomes populares. Endêmica: Endemismo para a Caatinga; Alóctone: Introduzidas de outras regiões; Autoctones: nativa da região. ...................................... 34 Tabela II. Classificação da frequência de ocorrência (F.O %) das espécies dos reservatórios Argemiro Figueiredo e Epitácio Pessoa. .................................................. 40 Tabela. III.. Lista. das. espécies. de. peixes. presentes. nas. jusantes. dos. reservatóriosArgemiro Figueiredo (JAF) e Epitácio Pessoa (JEP), bacia do rio Paraíba do Norte, Nordeste, Brasil com seus respectivos nomes populares. Endêmica: Endemismo para a Caatinga; Alóctone: introduzidas de outras regiões; Autóctones: nativa da região. ............................................................................................................. 41. Segundo Capítulo VARIAÇÃO TEMPORAL E ONTOGENÉTICA NO USO DE RECURSOS ALIMENTARES PELA COMUNIDADE DE PEIXES EM UM RESERVATÓRIO DO SEMIÁRIDO Tabela I. Lista de espécies, número de indivíduos (n), comprimento total (Tamanho min./Tamanho máx. em cm.), código para as espécies, e fonte para as primeiras maturações. .....................................................................................................................68 Tabela. II.. Resultados. da. análise. permutacional. univariada. de. variância. (PERMANOVA) aplicada aos dados de dieta das espécies entre os períodos de maior/menor volume hídrico. ........................................................................................ 71.

(15) Tabela III. Contribuição geral (90%) dos itens mais importantes dentro de cada grupo alimentar formado, no período de Outubro de 2014 a Julho de 2015 a partir da análise SIMPER. Guildas tróficas: Onívoro (Oni.), Carnívoro (Car.) e seus respectivos valores de similaridade média. ................................................................................................... 73 Tabela IV. Contribuição (90%) dos itens dentro de cada grupo alimentar formado nas diferentes UTOs, no período de maior volume de Outubro de 2014 a Julho de 2015 a partir da análise SIMPER. Guildas tróficas: Zooplanctívoro (Zoo), Fitoplânctívoro (Fit.), Carnívoro (Car.) e Onívoros (Oni.) e seus respectivos valores de similaridade média. ............................................................................................................................ 74 Tabela V. Contribuição (90%) dos itens dentro de cada grupo alimentar formado nas diferentes UTOs, no período de menor volume, de Outubro de 2014 a Julho de 2015 a partir da análise SIMPER. Guildas tróficas: Carnívoro (Car.) e Onívoro (Oni.) e seus respectivos valores de similaridade média. ................................................................... 75. Tabela VI. Amplitude de nicho baseada nos valores de Frequência Volumétrica (FV%) dos itens alimentares encontradas no conteúdo estomacal das 9 espécies nas duas classes de tamanho (Juvenil-1 e Adulto-2) e nos dois períodos Maior e Menor volume hídrico, vide metodologia para código das espécies. .................................................................. 77.

(16) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................................................. 16 2 PERGUNTAS ................................................................................................................................... 19 3 HIPÓTESES ..................................................................................................................................... 19 3 OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 20 3.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................................................... 20 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 20 4 REFERENCIAS ............................................................................................................................... 21 INTRODUCÃO ................................................................................................................................... 27 MATERIAL E METODOS ................................................................................................................ 29 Área de estudo ..................................................................................................................................... 29 Coleta de dados .................................................................................................................................... 30 Análise de dados .................................................................................................................................. 32 Variação sazonal.................................................................................................................................. 32 REFERENCIAS .................................................................................................................................. 48 ANEXOS .............................................................................................................................................. 54 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 61 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................................... 63 Área de estudo ..................................................................................................................................... 63 Amostragens ........................................................................................................................................ 63 Variação sazonal.................................................................................................................................. 64 Análise estomacal ................................................................................................................................ 65 Variação ontogenética ......................................................................................................................... 65 Análise de Dados ................................................................................................................................. 66 RESULTADOS .................................................................................................................................... 67 Análise sazonal dos itens alimentares ................................................................................................ 68 Guildas tróficas.................................................................................................................................... 69 Variação sazonal ontogenética dos itens alimentares ...................................................................... 71 Amplitude de nicho ............................................................................................................................. 74 Sobreposição de nicho ......................................................................................................................... 75 DISCUSSÃO ........................................................................................................................................ 76 REFERENCIAS .................................................................................................................................. 81 ANEXOS .............................................................................................................................................. 87.

(17) 16. 1 INTRODUÇÃO GERAL A região semiárida do Nordeste do Brasil é caracterizada pelas secas recorrentes e severas, assim, com o passar do tempo, algumas medidas foram sendo necessárias para o armazenamento da água. Uma dessas medidas foi a construção de reservatórios, que eventualmente se tornam ambientes ecologicamente heterogêneos e complexos (ARAÚJO-LIMA et al., 1995; AGOSTINHO et al., 1999; AB'SABER, 2003; FERRAREZE et al., 2014; NOVAES et al., 2014). Embora a construção de reservatórios seja uma solução para os problemas associados à necessidade de água, assegurando a disponibilidade na época da seca, esses ambientes são influenciados por fatores como tempo de residência da água, altas temperaturas e evapotranspiração. Tais fatores ocasionam alterações na composição e abundância da fauna geral, desde a redução drástica ou até mesmo o desaparecimento local de algumas espécies e a disseminação de espécies exóticas (AGOSTINHO et al., 2007a). Esses ambientes podem causar alterações na qualidade da água, fluxo e condições de habitat, reduzir a biodiversidade e modificar processos ecológicos e biológicos, como a reprodução e o recrutamento de espécies com diferentes padrões de história de vida (PETRY et al., 2003; AGOSTINHO et al., 2004, GAO et al., 2010; YANG et al., 2012). A assembleia de peixes em reservatórios é um resultado da combinação das espécies anteriormente presentes nos rios formadores e as espécies introduzidas após o represamento (FERNANDO; HOLČÍK, 1991; AGOSTINHO et al., 2007). A fauna de peixes dos sistemas aquáticos do semiárido brasileiro por algum tempo foi considerada como pobre em diversidade, e com baixo endemismo (PAIVA; CAMPOS, 1995). No entanto, alguns estudos mostram que existe um grande número de espécies endêmicas nessa região (LEAL et al., 2003; ROSA et al., 2003; MEDEIROS et al., 2006; ABEL et al., 2008). A falta de conhecimento preciso da sistemática e distribuição da maioria dos táxons da ictiofauna é um dos aspectos relevantes que limitam a avaliação da diversidade dos peixes do semiárido do Nordeste, tendo em vista, que os estudos sobre diversidade e estrutura das assembleias de peixes nesses ecossistemas, são ainda fragmentados, e escassos, reportando a necessidade de levantamentos taxonômicos para o embasamento de estudos a cerca da comunidade dos ecossistemas (ROSA et al., 2005;.

(18) 17. TEXEIRA; GURGEL, 2005; MARINHO et al., 2006; MONTENEGRO et al., 2012; RAMOS et al., 2014). Nos reservatórios os peixes se movimentam sob a influência de fatores espaciais (lóticos, lênticos, litoral e zona pelágica) e temporais (diurno / noturno, sazonalidade, e as flutuações no nível da água), a assembleia característica desses ecossistemas são regulados por flutuações ambientais (fatores abióticos e / ou interações bióticas) (COUTANT, 1985; GIDO; MATTHEWS, 2000; JACKSON et al., 2001). Dados da literatura reportam a relevância do estudo da estrutura das assembleias de peixes como uma ferramenta para compreender o ecossistema e para o estabelecimento de relações entre as suas estruturas e fatores ambientais (GRANADO-LORENCIO et al., 2005). Através do conhecimento da estrutura alimentar de uma comunidade de peixes e posterior avaliação das guildas dos mesmos, pode-se descrever a estrutura trófica e as suas interações dentro das comunidades biológicas (SPECZIÁR; REZSU, 2009). O grupo de espécies que exploram o mesmo recurso alimentar é denominado de guilda trófica (YODZIS, 1982; BURNS, 1989). As informações sobre a preferência por um determinado recurso de diferentes espécies poderão agrupa-las em uma mesma guilda (XIMENES et al., 2011). A sobrevivência dos peixes e suas adaptações dependem das condições tróficas do reservatório, abrigo, presença de microhabitats e a disponibilidade de alimento (AGOSTINHO et al., 1999; OLIVEIRA; GOULART, 2000). As espécies de peixes em reservatórios podem apresentar uma maior plasticidade trófica (ABELHA; GOULART, 2004), mas a ocorrência de diferentes estratégias tróficas (especialistas: espécies que consomem geralmente um item especifico, ou generalistas: indivíduos que exploram muitos recursos disponíveis no ambiente) em um determinado tipo de habitat é influenciada pelos recursos alimentares disponíveis no ambiente (ABELHA et al., 2001). A variação temporal na disponibilidade de itens alimentares pode ser considerada um fator de divisão de recursos entre os peixes, e algumas medidas, tais como a sobreposição de nicho trófico podem determinar o grau de segregação entre as espécies. (JEPSEN et al., 1997; CORRÊA et al., 2011). No entanto, estudos têm mostrado resultados diferentes, tais como uma maior sobreposição em condições de maior volume hídrico (ZARET; RAND, 1971; DELBEEK; WILLIAMS, 1987; PARAFÓLI et al., 2010) e maiores valores de sobreposição, no período de menor volume hídrico (GOULDING, 1980; PREJS; PREJS, 1987)..

(19) 18. O conhecimento da ecologia trófica de um determinado sistema é importante não apenas para que sejam definidos os hábitos alimentares das espécies, mas para compreender as relações interespecíficas e inter-guildas (ELLIOTT et al., 2007), uma vez que as guildas tróficas podem sofrer alterações que geralmente são regidas por modificações espaciais e temporais do habitat (ABELHA et al., 2001). Mudanças temporais na disponibilidade de alimentos alteram a oferta de recursos ao longo do ano o que reflete na estratégia de forrageamento dos indivíduos (HAHN; FUGI, 2009), esse padrão de variação sazonal vem sendo observado recentemente em estudos com comunidades de peixes de água doce (XIMENEZ et al.,2011; QUIRINO, 2015).. Outro fator que pode exercer mudanças na alimentação dos peixes, são as mudanças ontogenéticas que resultam em adaptações morfológicas e fisiológicas para utilização de recursos disponíveis e minimizar a competição (SARDINA; LOPEZ-CAZORLA, 2005). A maioria das espécies de peixes mostram ampla flexibilidade em hábitos alimentares, o que parece estar relacionado com morfologia (abertura da boca) e comportamentais (a capacidade de locomoção) alterações que acontecem durante o desenvolvimento dos indivíduos (WOOTON, 1999). Ante o exposto, este estudo teve como principal objetivo fazer o levantamento da diversidade de peixes em reservatórios da bacia do Rio Paraíba e analisar a estrutura trófica da comunidade de peixes do reservatório Argemiro de Figueiredo e suas possíveis variações ontogenéticas e temporais diante um evento de seca prolongada. Essa dissertação está dividida em dois capítulos, o primeiro aborda a avaliação da diversidade taxonômica da comunidade de peixes de reservatórios do semiárido, e o segundo visando caracterizar a ecologia trófica, através da variação ontogenética, da ictiofauna do reservatório Argemiro de Figueiredo durante um evento de seca prolongada..

(20) 19. 2 PERGUNTAS 2° CAPÍTULO VARIAÇÃO TEMPORAL E ONTOGENÉTICA NO USO DE RECURSOS ALIMENTARES PELA COMUNIDADE DE PEIXES EM UM RESERVATÓRIO DO SEMIÁRIDO Pergunta (1) A diminuição gradativa do volume hídrico em um reservatório do semiárido pode alterar a formação de grupos tróficos das espécies de peixes em diferentes classes de tamanhos? Pergunta (2) Valores mais altos de sobreposição de nicho trófico no período de menor volume hídrico pode ser resultado das espécies a uma condição de estresse hídrico?. 3 HIPÓTESES Hipótese (1) As guildas tróficas da ictiofauna sofrem alterações em função do regime hidrológico de reservatórios do semiárido, que afeta a abundância das presas reduzindo os itens mais consumidos pelas espécies no período de menor volume hídrico. Hipótese (2) A condição de estresse hídrico diante a redução do volume do reservatório acarreta mudanças na disponibilidade de alimentos e estratégia trófica dos indivíduos, levando as espécies a sobrepor seus nichos tróficos no período de menor volume hídrico, o que pode resultar em competições interespecíficas e intraespecíficas..

(21) 20. 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Analisar a composição e diversidade da ictiofauna de reservatórios (Argemiro de Figueiredo e Epitácio Pessoa) do semiárido brasileiro, e verificar possíveis variações sazonais e ontogenéticas na comunidade de peixes do reservatório Argemiro de Figueiredo. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Realizar um levantamento taxonômico da ictiofauna de reservatórios do semiárido (Argemiro de Figueiredo e Epitácio Pessoa) e suas respectivas vazantes; Avaliar variações sazonais e ontogenéticas na formação de guildas tróficas das espécies durante os períodos de maior e menor volume hídrico no reservatório Argemiro de Figueiredo; Investigar padrões de amplitude e sobreposição de nichos tróficos na comunidade do reservatório Argemiro de Figueiredo..

(22) 21. 4 REFERENCIAS AB’SÁBER, A.N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 159 p. 2003. ABELHA, M. C. F., AGOSTINHO, A. A., GOULART, E. Plasticidade trófica em peixes de água doce. Acta Sci. Biol. Sci., 23(2): 425-434, 2001. ABELHA, M. C. F., GOULART, E. Oportunismo trófico de Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) (Osteichthyes, Cichlidae) no reservatório de Capivari, Estado do Paraná, Brasil. Acta Sci. Biol. Sci., 26(1): 37-45, 2004. ABELL, R.; THIEME, M. L.; REVENGA, C.; BRYER, M.; KOTTELAT, M.; BOGUTSKAYA, N. ; COAD, B.; MANDRAK, N. ; BALDERAS, S. C.; BUSSING, W.; STIASSNY, M. L. J.; SKELTON, P.; ALLEN, G. R.; UNMACK, P.; NASEKA, A.; NG, R.; SINDORF, N.; ROBERTSON, J.; ARMIJO, E.; HIGGINS, J. V.; HEIBEL, T. J.; WIKRAMANAYAKE, E.; OLSON, D.; LÓPEZ, H. L.; REIS, R. E.; LUNDBERG, J. G.; S. PÉREZ, M. H. ; PETRY, P. Freshwater ecoregions of the world: a new map of biogeographic units for freshwater biodiversity conservation. BioScience, 58: 403-414. 2008. AGOSTINHO, A. A.; GOMES, L. C.; PELICICE, F. M. Ecologia e manejo de recursos pesqueiros em reservatórios do Brasil. Maringá: EDUEM, 501p, 2007. AGOSTINHO, A.A.; MIRANDA, L.E.; BINI, L.M.; GOMES, L.C.; THOMAZ, S.M.; SUZIKI, H.I. Patterns of colonization in Neotropical reservoirs, and prognoses on aging. In: TUNDISI and STRASKRABA, M.S. orgs. Theoretical reservoir ecology and its application. São Carlos: IIE, pp. 227-265. 1999. AGOSTINHO, A. A.; BINI, L. M.; GOMES, L. C.; JÚLIO, J. R. H. F.; PAVANELLI, C.S.; AGOSTINHO, C.S. Fish assemblages. In: THOMAZ, S. M.A.; AGOSTINHO, A. A.; HAHN N. S. (Org.). The upper Paraná river and its floodplain. Leiden: Backhuys Publishers, p.1-381. 2004. ANG, S.; GAO, X.; LI, M.; MA, B.; LIU, H. Interannual variations of the fish assemblage in the transitional zone of the Three Georges Reservoir: persistence and stability. Environmental Biology of Fishes, vol. 93, no. 2, p. 295-304. http://dx.doi. org/10.1007/s10641-011-9936-6. 2012. ARAUJO-LIMA, C.A.R.M.; AGOSTINHO, A.A.; FABRÉ, N.N. Trophic aspects of fish communities in Brazilian rivers and reservoirs. In TUNDISI, J.G. ; BICUDO, C E.M.; MATSUMURA-TUNDISI, T. eds. Limnology in Brazil. Rio de Janeiro: ABC/SBL, pp. 105-136. 1995. BURNS, T.P. Lindman's contradiction and the trophic structure of ecosystems. Ecology 70:1355-1362. doi:10.2307/1938195. 1989. CORRÊA, C.E; ALBRECHT, M.P.;HAHN, N.S. Patterns of niche breadth and feeding overlap of the fish fauna in the seasonal Brazilian Pantanal, Cuiabá River basin. Neotropical Ichthyology 9 (3): 637-646. doi: 10.1590/S1679-62252008000400004. 2011..

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(25) 24. XIMENES, L.Q.L. Variação temporal e espacial na composição de guildas alimentares da ictiofauna em lagoas marginais do Rio Cuiabá, Pantanal Norte. Biota Neotropica, v.1, n. 1, p. 205-216, 2011. YODZIS, P. The compartmentation of real na assembled ecossystms. Am. Nat. 120:551-570. doi:10.1086/284013. 1982. ZARET, T.M.; RAND, A.S. Competition in tropical stream fishes: support for the competitive exclusion principle. Ecology 52:336–342, doi:10.2307/1934593. 1971..

(26) 25. CAPÍTULO 1 DIVERSIDADE E COMPOSIÇÃO TAXONOMICA DA ICTIOFAUNA EM RESERVATÓRIOS DO SEMIÁRIDO NORDESTINO Silvia Yasmin Lustosa Costa Orientador: José Etham de Lucena Barbosa Resumo: Epitácio Pessoa e Argemiro de Figueiredo são importantes reservatórios construídos na bacia hidrográfica do rio Paraíba do Norte, no Estado da Paraíba, os quais abastecem vários municípios do estado e vão receber águas da transposição do rio São Francisco. Dessa maneira o objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento taxonomico da ictiofauna destes dois reservatórios e suas respectivas áreas de jusantes, de forma a contribuir com conhecimento da ictiofauna do Nordeste brasileiro, principalmente antes da transposição. Para alcançar esse objetivo foram realizadas amostragens mensais durante 12 meses nos dois reservatórios e uma amostragem nas respectivas áreas de jusante, entre os anos de 2014 e 2015. Os espécimes foram coletados com redes de espera, tarrafa, arrasto, peneiras e puçás, em seguida acondicionados em gelo no campo, e posteriormente no laboratório transferido para o formol a 10% e depois conservado em álcool 70%. Nos dois ecossistemas foram coletados um total de 2328 espécimes distribuídas em 30 espécies. Dentro dos reservatórios foram coletados 2057 espécimes distribuídos em 17 espécies, 10 famílias e três ordens de peixes durante 12 meses de amostragem. Nas áreas de jusantes dos reservatórios foram coletados 271 indivíduos, distribuídos em 24 espécies, 11 famílias e cinco ordens.Das 30 espécies registradas no estudo 13 são endêmicas das bacias hidrográficas que drenam a Caatinga. Destas 13, sete (Apareiodon davisi, Characidium bimaculatum, Hypostomus pusarum, Parotocinclus jumbo, P. spilosoma, Pimelodella enochi e Prochilodus brevis) são endêmicas do Nordeste Médio Oriental. Dentre estas ultimas, Parotocinclus spilosoma e Pimelodella enochi são endêmicas do Rio Paraíba do Norte, drenagem a qual pertence os ecossistemas estudados. Palavras-chave: Paraíba; endemismo; transposição..

(27) 26. Abstract Epitácio Pessoa and Argemiro de Figueiredo are important reservoirs built in the basin of the River Paraíba do Norte, in the state of Paraíba, which supply many municipalities in the state and will receive transposition of water from the River São Francisco. Thus, the aim of this study was to conduct a taxonomic survey of the Ichthyofauna of these two reservoirs and their respective areas of downstream, thus contributing to the knowledge of the Ichthyofauna of the Brazilian Northeast, especially before the transposition. To achieve this goal monthly samplings were carried out during 12 months in the two reservoirs and one sampling in their downstream areas, between the years 2014 and 2015. The specimens were collected with gill nets, cast net, trawling, screens and dip nets, then packed with ice on field, and then, in the laboratory, transferred to formalin in 10% formalin and then preserved in 70% ethanol. In the two ecosystems were collected a total of 2328 species distributed in 30 species. Within the reservoirs were collected 2057 specimens distributed in 17 species, 10 families and Three fishes orders, during 12 months of sampling. In the Downstream areas of the reservoirs were collected 271 individuals, belonging to 24 species, 11 families and five orders. Of all the 30 species recorded in the study, 13 are endemic to the river basins that drain the Caatinga. Of these 13, seven (Apareiodon davisi, Characidium bimaculatum, Hypostomus pusarum, Parotocinclus jumbo, P. spilosoma, Pimelodella enochi and Prochilodus brevis) are endemic to the Middle East northeast. Among these last, Parotocinclus spilosoma and Pimelodella nochi are endemic to the River Paraíba do norte, which drainage belongs to the studied ecosystems. Keywords: Paraíba; endemism; transposition..

(28) 27. INTRODUCÃO. O grupo de peixes é o mais representativo dentre os vertebrados, com cerca de 27.977 espécies, representavam em 2006, mais 50% (54.711) dos vertebrados conhecidos (NELSON, 2006). Em 2012 a diversidade de peixes estimada chegou em torno de 32.000 espécies (MIRANDA, 2012). Desde 1758 com as 478 espécies de peixes teleósteos listadas, por Carl Linnaeus, o conhecimento desse grupo de vertebrados tem aumentado notavelmente, no entanto, a quantidade exata de espécies ainda não foi estabelecido (LÉVÊQUE et al., 2008). Dentre as espécies de peixes conhecidas, estimasse que cerca de 40-43% habitam ambientes de água doce (MOYLE; LEIDY, 1992; Eschmeyer 2005; Nelson 2006; Lévêque et al., 2008). Da diversidade de peixes de água doce, a região Neotropical apresenta a maior riqueza do planeta, com mais de 7000 espécies (ALBERT; REIS, 2011), grande parte desta diversidade se encontra no Brasil (BUCKUP et al., 2007). O número de espécies de peixes de água doce descritas do Brasil tem aumentado significativamente nos últimos anos, com um crescimento anual maior que 20%, média nunca registrada antes no país. Em 2007, foram elencadas 2587 espécies válidas, exclusivas de água doce, distribuídas em 517 gêneros, 39 famílias e nove ordens (BUCKUP et al., 2007). No entanto, o conhecimento sobre a diversidade ictiofaunística do Brasil está centralizado em determinadas regiões, sendo o Nordeste uma das quais apresenta menor volume de estudos e restrito número de pesquisadores (ROSA; MENEZES, 1996; LANGEANI et al., 2009; RAMOS et al., 2014). A falta de conhecimentos precisos da sistemática e distribuição da maioria dos táxons da região nordeste é um dos principais aspectos que limitam a avaliação da diversidade ictiofaunística e a determinação biogeográfica dos peixes desta região (ROSA et al. 2003; RAMOS et al. 2014). Embora as últimas décadas tenham.

(29) 28. apresentado um grande crescimento do conhecimento da diversidade da ictiofauna brasileira, este não tem sido homogêneo entre as diferentes regiões do país, muitas regiões carecem de grupos que trabalhem com sistemática e taxonomia de peixes de água doce (LANGEANI et al., 2009). Nos últimos anos, a diversidade de peixes de água doce do Nordeste vem também sendo bastante impactada por processos naturais, como as alterações históricas do clima regional com a intensificação da semiaridez (ALMEIDA, 1995). No Brasil, aproximadamente 10% de seu território está classificado como região semiárida e abriga cerca de 23 milhões de habitantes (MIN, 2005), o que torna os ecossistemas aquáticos, ambientes fundamentais para as estratégias de sobrevivência da população humana local (MALTCHIK, 1996a). Os rios do Estado da Paraíba drenam suas águas sobre a porção oriental do escudo brasileiro, onde o planalto da Borborema é o principal divisor de águas, direcionando os rios no sentido oeste-leste até o Oceano Atlântico (ROSA et al. 2003). A rede hidrográfica do estado é constituída de bacias de médio porte, como as dos rios Paraíba do Norte e Piranhas, e bacias de pequeno porte, como as bacias costeiras dos rios Curimataú, Camaratuba, Mamanguape, Miriri, Gramame e Abiaí (AESA 2013). A bacia hidrográfica do rio Paraíba do Norte é a terceira maior do Nordeste Médio Oriental (ecorregião composta pelas bacias hidrográficas localizadas entre a bacia do São Francisco e Parnaíba, sensusensu ABELL et al., 2008). Além disso é uma das bacias que irá receber águas da transposição do São Francisco, o que aumenta a necessidade de melhor conhecer a sua ictiofauna antes da transposição. Ante o exposto, o presente estudo teve como escopo fazer o levantamento da ictiofauna de dois grandes reservatórios da bacia do Rio Paraíba do Norte (Epitácio Pessoa e Argemiro de Figueiredo) e suas respectivas jusantes, e assim contribuir para o.

(30) 29. conhecimento da diversidade de peixes de água doce desta bacia, além de contribuir para a elaboração de políticas futuras de conservação das espécies visando a sustentabilidade da biota aquática da região.. MATERIAL E METODOS Área de estudo O estudo foi realizado em dois reservatórios, Epitácio Pessoa (Boqueirão) e Argemiro de Figueiredo (Acauã), ambos construídos na bacia hidrográfica do rio Paraíba do Norte, no Estado da Paraíba (Figura 1). O rio Paraíba do Norte possui cerca de 360 Km de extensão, nasce acima de mil metros de altitude na Serra deJabitacá, município de Monteiro, e deságua no Oceano Atlântico, no município de Cabedelo. A bacia compreende uma área de 20.071,83 km², sendo a segunda maior do Estado da Paraíba e apresenta cinco principais reservatórios (PARAÍBA, 2007). O reservatório Epitácio Pessoa (7º29’20”S e 36º17’3”W), conhecido popularmente por Boqueirão, está situado na porção alta da bacia, no município de Boqueirão em plena região semiárida nordestina. Com capacidade máxima de 411.686. 287m³, é o maior e o principal reservatório da bacia do rio Paraíba do Norte, com cerca de 14.000 km2 e é responsável pelo abastecimento de 26 municípios paraibanos, sendo os seus principais usos para o abastecimento humano (aproximadamente 600.000 pessoas), dessedentação animal e irrigação (SILVA et al., 1987; AESA, 2015). O reservatório Argemiro de Figueiredo, conhecido como Acauã, está localizado no médio curso do rio Paraíba do Norte, entre as coordenadas geográficas 7º36’51’’S 35º33’01’’W, no município de Itatuba e também serve para o abastecimento de várias cidades da região, assim como também para irrigação e dessedentação animal, e a.

(31) 30. criação de peixes em tanques rede, este reservatório possui uma área de 1.725 hectares com 253.142.247m3 de capacidade de acumulação (PARAÍBA, 2006).. Figura 1. Representação da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Norte, com destaque para os dois reservatórios onde foram realizados os estudos: Argemiro de Figueiredo (Acauã) e Epitácio Pessoa (Boqueirão).. Coleta de dados As amostragens nos reservatórios Epitácio Pessoa (Boqueirão) e Argemiro de Figueiredo (Acauã) foram realizadas mensalmente no período de um ano, entre outubro/2014 e setembro/2015. Além destas foi realizada uma amostragem nas áreas de jusantes. dos. respectivos. reservatórios.. As. amostragens. foram. padronizadas. mensalmente em cada reservatório. No Argemiro de Figueiredo os espécimes foram coletados com rede de arrasto (10 m de comprimento, 2 m de altura e malha 10 mm), tarrafa (malha de 25 mm) e redes de espera (três redes com 10m de comprimento por 2,5m de altura cada e malhas de 35, 45 e 55 mm). No reservatório Epitácio Pessoa só.

(32) 31. foram utilizadas nas amostragens as redes de espera. Essas redes foram colocadas ao anoitecer e retiradas ao amanhecer, sendo assim armadas durante um período de 12 horas em cada reservatório. As jusantes dos reservatórios, também chamados de vazantes, são ambientes que geralmente apresentam regime lótico o que pode explicar o registro de outras espécies que não foram coletadas dentro do regime lêntico dos reservatórios. Nas amostragens das jusantes dos dois reservatórios foram utilizadas além das mesmas redes de arrasto, tarrafa e de espera foram também utilizadas peneiras, puças e rede de arrasto de 4m por 2 de altura e malha de 5 mm. Os espécimes coletados nos reservatórios foram colocados em gelo e levados para Universidade Estadual da Paraíba. Grande parte do material foi utilizado para estudos de alimentação, outra parte dos espécimes coletados juntamente com o material da amostragem das regiões de jusante dos reservatórios foram tratados de acordo com as normas de curadoria científica, que consistem na sua fixação em formol durante um período de dois a oito dias, na transferência deles para uma solução de álcool etílico a 70° GL, na triagem por lotes de espécimes e na etiquetagem individual de cada lote, de acordo com Malabarba & Reis (1987). A triagem e a identificação dos espécimes foram realizadas no Laboratório de Ecologia Aquática na Universidade Estadual da Paraíba (LEAQ/UEPB), Laboratório de Sistemática e Morfologia de Peixes da Universidade Federal da Paraíba (LASEP/UFPB) e Laboratório de Ictiologia Sistemática e Evolutiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LISE/UFRN). Este material ictiológico foi depositado, após identificação e tombamento, nas Coleções Ictiológicas das universidades federais da Paraíba e Rio Grande do Norte..

(33) 32. Os dados merísticos e morfométricos envolvidos no processo de identificação foram tomados segundo os métodos de HUBBS & LAGLER (2006). A identificação foi procedida de acordo com a literatura especializada (KULLANDER, 1983; BRITSKI et al. 1984; VARI, 1989; CASTRO; VARI, 2004; RAMOS, 2012), tendo sido solicitada a orientação de especialistas, quando necessário. A classificação taxonômica segue ESCHMEYER (2015) e o endemismo das espécies seguiu ROSA et al. (2003). Análise de dados Para verificar a ocorrência das espécies durante o período de amostragem foi realizado a avaliação da frequência de ocorrência (F.O %) das espécies. Foi utilizado um critério de avaliação para esses valores: Muito frequente (FO% > 70); Frequente (FO% entre 50 e 70); Pouco frequente (FO% entre 10 e 50) e Raras (FO% < 10). Para avaliar a abundância de cada espécie foi considerado o número total de espécies capturadas e a abundancia relativa de cada espécie foi obtida dividindo-se o número de indivíduos capturados de cada espécie, pelo número total de espécimes das espécies. As análises de diversidade (Shannon_H) foram feitas no programa PAST® versão 3.06 (HAMMER et al., 2001). Variação sazonal O clima da região é BSh, semiárido quente segundo a classificação de KöppenGeiger (KÖPPEN, 1936) com uma média significativa de chuvas de 400 mm / ano e uma temperatura mínima entre 18 e 22 °C (Junho a Agosto) e uma temperatura máxima entre 28 e 31 °C (Novembro a Dezembro) (AESA, 2010). Foram utilizados os dados mensais de volume hídrico em milhões de m³ e em porcentagem que foram disponibilizados pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA, 2015) do reservatório Argemiro de Figueiredo e Epitácio Pessoa..

(34) 33. De acordo com a classificação climática da região (Classificação de Koppen) no Nordeste do semiárido, os meses de Novembro e Dezembro são considerados os mais quentes do ano, e o mês de Junho é caracterizado pelas maiores taxas pluviométricas e considerados períodos de chuva para a região, porém, o ano de 2015 foi um ano átipico onde as chuvas não ocorreram e o volume do reservatório baixou muito. Portanto o período de Outubro a Março no presente estudo, foram os meses com maiores taxas pluviométricas, e os meses de Março a Setembro obtiveram as menores (AESA, 2015), e devido a essa particularidade nos dois anos onde foram realizadas as amostragens, os meses de Outubro a Março foram considerados período de maior volume hídrico, e os meses de Março a Setembro menor volume hídrico (Figura 2).. Figura 2.Volume hídrico mensal dos reservatórios Argemiro de Figueiredo (Acauã) e Epitácio Pessoa (Boqueirão), dados em milhões de m³, do período de Outubro de 2014 a Setembro de 2015 (AESA, 2015).. RESULTADOS Foram coletados um total de 2057 espécimes nos reservatórios Epitácio Pessoa e Argemiro Figueiredo, distribuindo-se em 17 espécies, 16 gêneros, 10 famílias e três ordens de peixes de água doce (Tabela I). No reservatório Argemiro Figueiredo foram coletados 1482 espécimes distribuídos em 13 espécies e no Epitácio Pessoa foram 575 dentro de 16 espécies. Das 17 espécies elencadas 10 foram comuns aos dois reservatórios, uma foi coletada apenas no reservatório Argemiro Figueiredo.

(35) 34. (Apareiodon davisi) e quatro apenas no Epitácio Pessoa (Astronotus ocellatus, Cichlasoma orientale, Cichla monoculus e Psectrogaster rhomboides).. Tabela I. Lista das espécies de peixes presentes no reservatório Argemiro Figueiredo (AF) e Epitácio Pessoa (EP), bacia do rio Paraíba do Norte, Nordeste, Brasil com seus respectivos nomes populares. Endêmica: Endemismo para a Caatinga; Alóctone: Introduzidas de outras regiões; Autoctones: nativa da região. Nome popular. Origem. AF. "Curimatã". Endêmica. X. X. UFPB10608. "Piau". Endêmica. X. X. UFPB10606. Astyanax aff. bimaculatus (Linnaeus, 1758). "Piaba". Autóctone. X. X. Astyanax aff. fasciatus (Cuvier 1819). "Piaba". Autóctone. X. X. "Sardinha". Endêmica. X. X. "Canivete". Endêmica. X. "Traíra". Autóctone. X. "Braquinha". Endêmica. "Cascudo". Endêmica. "Pescada". Alóctone. "Oscar". Alóctone. Taxon. EP Voucher. ORDER CHARACIFORMES Family Prochilodontidae Prochilodus brevis Steindachner, 1875 Family Anostomidae Leporinus piau Fowler, 1941 Family Characidae UFPB10603 UFPB10635. Family Triportheidae Triportheus signatus (Garman, 1890). UFPB10600. Family Parodontidae Apareiodon davisi Fowler, 1941. UFPB10601. Family Erythrinidae Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) Family Curimatidae Psectrogaster rhomboides Eigenmann & Eigenamann, 1889. X. UFPB10604. X. UFPB10607. X. X. UFPB10602. X. X. UFPB9983. X. UFPB10605. ORDER SILURIFORMES Family Loricariidae Hypostomus pusarum (Starks, 1913) ORDER PERCIFORMES Family Sciaenidae Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) Family Cichlidae Astronotus ocellatus (Agassiz, 1831).

(36) 35. Cichla monoculus Spix & Agassiz, 1831 Cichlasoma orientale Kullander, 1983 Crenicichla menezesi Ploeg, 1991. "Tucunaré" "Corró preto" "Quatroolho". Alóctone. X. Endêmica. X. Endêmica. X. X. Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard 1824). "Acará". Autóctone. X. X. Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758). "Tilápia". Alóctone. X. X. Coptodon rendalli (Boulenger, 1897). "Tilápia". Alóctone. X. X. UFPB10609 UFPB10609 UFPB9980 UFPB9952 UFPB9985 -. As ordens com maior riqueza de espécies foram Characiformes e Perciformes, ambas com oito (47,1%) das 17 espécies registradas. No entanto, das oito espécies da ordem Perciformes, cinco foram introduzidas (Astronotus ocellatus, Cichla monoculus, Oreochromis niloticus, Coptodon rendalli e Plagioscion squamosissimus). As oito espécies da ordem Characiformes estão distribuídas em sete gêneros e sete famílias; em Perciformes as oito espécies estão distribuídas em oito gêneros e duas famílias. A ordem Siluriformes, neste trabalho, foi representada com apenas uma espécie (Hypostomus pusarum) coletado dentro dos reservatórios. A família com maior riqueza de espécies nos reservatórios Epitácio Pessoa e Argemiro Figueiredo foi Cichlidae (41,1%), com sete espécies, porém, com a retirada da contribuição das espécies alóctones supracitadas, a família contribui apenas com três espécies da mesma forma que a família Characidae (17,7%). As espécies mais abundantes foram Oreochromis niloticus, com 473 espécimes coletados (23%) e Plagioscion squamosissimus, com 430 (21%), ambas espécies alóctones. Das espécies autóctones para a Caatinga, Astyanax aff. bimaculatus foi a mais abundante, com 189 (9%) espécimes coletados, seguida de Geophagus brasiliensis com 172 (8%). Para os valores de abundancia relativa, a família Cichlidae apresentou maior percentual (45% de toda amostragem dos dois reservatórios), seguida de Scianidae (21%). É importante ressaltar que a Família Scianidae foi representada por apenas uma espécie, Plagioscion.

(37) 36. squamosissimus. As outras famílias apresentaram um percentual de abundancia relativa abaixo de 10% (Figura 2B). A ordem mais abundante nos reservatórios Epitácio Pessoa e Argemiro Figueiredo foi Perciformes com 1372 (67%) indivíduos coletados, seguido de Characiformes com 598 (29%) e Siluriformes com 87 (4%) (Figura 2A).. A. B.

(38) 37. C. Figura 2. Abundancia relativa de espécimes por ordem (A), por Famílias (B) e por Espécies (C) capturadas nos reservatórios nos reservatórios Epitácio Pessoa e Argemiro Figueiredo no período de Outubro/2014 a Setembro/2015, Nordeste, Brasil.. De acordo com a frequência de ocorrência (F.O %), seis espécies foram classificadas como Muito Frequentes, quatro como Frequentes, duas como Pouco frequentes e apenas uma como rara, durante o período de amostragem no reservatório Argemiro de Figueiredo (Tabela 2). Para o reservatório Epitácio Pessoa cinco espécies foram consideradas como Muito frequentes, seis como Frequentes, quatro como Pouco frequentes e uma como rara (Tabela 3). Tabela 2. Classificação da frequência de ocorrência (F.O %) das espécies do reservatório Argemiro de Figueiredo (Acauã).. Espécies P. squamosissimus O. niloticus C. menezesi G. brasiliensis T. signatus A. davisi A. bimaculatus H. pusarum T. rendalli H. malabaricus L. piau A. fasciatus P. brevis. N. FO (%). Classificação. 422 406 149 120 29 104 155 24 23 9 6 30 2. 100 100 100 83,3 83,3 75 50 50 50 50 41,6 16,6 8,33. Muito frequente Muito frequente Muito frequente Muito frequente Muito frequente Muito frequente Frequente Frequente Frequente Frequente Pouco frequente Pouco frequente Rara.

(39) 38. Tabela 3. Classificação da frequência de ocorrência (F.O %) das espécies do reservatório Epitácio Pessoa (Boqueirão).. Espécies H. malabaricus A. ocellatus C. monoculus P. brevis G. brasiliensis L. piau P. romboides H. pusarum T. signatus C. orientale C. menezesi O. niloticus A. bimaculatus P. squamosissimus T. rendalli A. fasciatus. N. FO(%). Classificação. 45 34 53 52 52 54 19 63 58 19 11 67 34 8 5 1. 100 91,6 83,3 83,3 75 66,6 66,6 58,3 58,3 50 50 41,6 25 25 25 8,3. Muito frequente Muito frequente Muito frequente Muito frequente Muito frequente Frequente Frequente Frequente Frequente Frequente Frequente Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente Rara. Nas amostragens realizadas nas jusantes dos reservatóriosArgemiro de Figueiredo e Epitácio Pessoa, foram coletados 271 espécimes distribuídos 24 espécies, 20 gêneros, 11 famílias e cinco ordens de peixes de agua doce (Tabela 3). As amostragens nas jusantes também. revelaram espécies não coletadas dentro dos. reservatórios. Na jusante do reservatório Epitácio Pessoa foram registradas 12 espécies das quais cinco não foram coletadas dentro reservatório, são elas: Apareiodon davisi, Steindachnerina notonota, Parotocinclus spilosoma, Pimelodella enochi e Poecilia vivipara. Na vazante do reservatório Argemiro de Figueiredo foram registradas 20 espécies, das quais 11 não foram coletadas dentro do reservatório, são elas: Characidium bimaculatum, Compsura heterura, Hyphessobrycon cf. parvellus, Hemigrammus marginatus, Hemigrammus rodwayi, Parotocinclus jumbo, Poecilia reticulata, Rhamdia quelen, Serrapinnus heterodon, Steindachnerina notonota,.

(40) 39. Synbranchus marmoratus. Das 12 famílias registradas nas jusantes dos reservatórios, sete foram representadas com apenas uma espécie. Tabela 3. Lista das espécies de peixes presentes nas jusantes dos reservatórios Argemiro Figueiredo (JAF) e Epitácio Pessoa (JEP), bacia do rio Paraíba do Norte, Nordeste, Brasil com seus respectivos nomes populares. Endêmica: Endemismo para a Caatinga; Alóctone: introduzidas de outras regiões; Autóctones: nativa da região. Taxon. JAF. JEP. Nome popular. Origem. Voucher. "Piau". Endêmica. Astyanax aff. bimaculatus (Linnaeus, 1758). "Piaba". Autóctone. X. Astyanax aff. fasciatus (Cuvier 1819). "Piaba". Autóctone. X. Compsura heterura Eigenmann, 1915. "Piaba". Autóctone. X. Hemigrammus rodwayi Durbin, 1909. "Piaba". Autóctone. X. Hemigrammus marginatus Ellis, 1911. "Piaba". Autóctone. X. Serrapinnus heterodon (Eigenmann 1915). "Piaba". Autóctone. X. Hyphessobrycon parvellus Ellis, 1911. "Piaba". Autóctone. X. -. Endêmica. X. UFPB10631. "Sardinha". Endêmica. X. UFPB10622. "Piau". Endêmica. X. X. UFPB10601. "Traíra". Autóctone. X. X. UFPB10618. "Piaba". Endêmica. X. X. Pimelodella enochi Fowler, 1941. "Cascudo". Endêmica. Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824). "Cascudo". Autóctone. "Cascudo". Endêmica. ORDER CHARACIFORMES Family Anostomidae Leporinus piau Fowler, 1941. X. UFPB10606. Family Characidae X. UFPB10621 UFPB10620 UFPB10627 UFPB10632 UFPB10630 UFPB10634 UFPB10633. Family Crenuchidae Characidium bimaculatum Fowler, 1941 Family Triportheidae Triportheus signatus (Garman, 1890) Family Parodontidae Apareiodon davisi Fowler, 1941 Family Erythrinidae Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) Family Curimatidae Steindachnerina notonota (Miranda Ribeiro, 1937). UFPB10616. ORDER SILURIFORMES Family Heptapteridae X X. UFRN0443 UFPB10625. Family Loricariidae Hypostomus pusarum (Starks, 1913). X. UFPB10602.

(41) 40 UFPB10628. Parotocinclus jumbo Britski & Garavello, 2002. "Cascudinho". Endêmica. X. Parotocinclus spilosoma (Fowler, 1941). "Cascudinho". Endêmica. Poecilia reticulata Peters, 1859. "Barrigudinho". Alóctone. X. Poecilia vivipara Bloch & Schneider 1801. "Barrigudinho". Autóctone. X. X. "Corró preto". Endêmica. X. X. "Quatro-olhos". Autóctone. X. X. "Acará". Autóctone. X. X. "Mussum". Autóctone. X. X. ORDER CYPRINODONTIFORMES Family Poeciliidae UFPB10629 UFPB10626. ORDER PERCIFORMES Family Cichlidae Cichlasoma orientale Kullander, 1983 Crenicichla menezesi Ploeg, 1991 Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard 1824). UFPB10617 UFPB10624 UFPB10619. ORDER SYNBRANCHIFORMES Family Synbranchidae Synbranchus marmoratus Bloch, 1795. A ordem com maior número de espécies entre as ocorrentes nas jusantes dos reservatórios Argemiro Figueiredo e Epitácio Pessoa foi Characiformes, com 13 espécies, representando 54% das espécies registradas. As espécies desta ordem foram distribuídas em 11 gêneros e sete famílias. A segunda mais representativa foi a ordem Siluriformes com cinco espécies, dentro de quatro gêneros e duas famílias, representando 21% das espécies registradas nas jusantes (Figura 4). As famílias com maior número de espécies foram Characidae, com sete espécies, representando 29% das espécies amostradas, seguida de Loricariidae e Cichlidae, com três (13%) espécies cada (Figura 5).. UFPB10623.

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