Usinagem
Aulas 04-05-06
Professor Bruno BaptistaConceitos Fundamentais
MOVIMENTOS NOS PROCESSOS DE USINAGEM
• Movimentos que causam diretamente a saída do cavaco:
1. Movimento de corte: movimento entre a peça e a
ferramenta, no qual sem o movimento de avanço, origina uma única retirada do cavaco;
2. Movimento de avanço: movimento entre a peça e a ferramenta que juntamente com movimento de corte origina a retirada contínua de cavaco;
3. Movimento efetivo: movimento resultante dos movimentos de corte e avanço realizado ao mesmo tempo.
Conceitos Fundamentais
MOVIMENTOS NOS PROCESSOS DE USINAGEM
• Movimentos que não causam saída do cavaco:
1. Movimento de aproximação ou posicionamento;
2. Movimento de profundidade;
3. Movimento de ajuste ou correção;
Conceitos Fundamentais
MOVIMENTO DE CORTE
• Movimento entre a peça e a ferramenta, o qual sem o
movimento de ação origina somente uma única remoção de cavaco, durante uma volta ou curso
Conceitos Fundamentais
MOVIMENTO DE AVANÇO
• Movimento entre a peça e a ferramenta, que, juntamente com o movimento de corte, origina um levantamento repetido ou contínuo de cavaco, durante várias revoluções ou cursos
Conceitos Fundamentais
MOVIMENTO EFETIVO DE CORTE
• Movimento resultante dos movimentos de corte e de avanço, realizados ao mesmo tempo.
Conceitos Fundamentais
MOVIMENTO DE APROXIMAÇÃO OU POSICIONAMENTO
• Movimento entre a peça e a ferramenta, com o qual a ferramenta, antes da usinagem, é aproximada á peça.
• Exemplo: a broca sendo levada em direção à posição em que vai realizar o furo.
Conceitos Fundamentais
MOVIMENTO DE PROFUNDIDADE
• Movimento entre a peça e a ferramenta, no qual a espessura da camada de material a ser retirada é determinada de
antemão.
• Exemplo: fixação, no torno, da profundidade ap da ferramenta.
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MOVIMENTO DE AJUSTE OU CORREÇÃO
• Movimento de correção entre a peça e a ferramenta, no qual o desgaste da ferramenta deve ser compensado.
• Exemplo: ajuste para compensar o desgaste do rebolo de retificação.
MOVIMENTO DE RECUO
• Movimento entre a peça e a ferramenta, no qual a ferramenta é afastada da peça.
Conceitos Fundamentais
DIREÇÃO DOS MOVIMENTOS DE CORTE
• Dados os movimentos de corte, temos três direções principais:
1. Direção de corte: direção instantânea do movimento de corte;
2. Direção de avanço: direção instantânea do movimento de avanço;
Conceitos Fundamentais
PERCURSOS
• Dados os movimentos de corte, temos três percursos principais:
1. Percurso de corte (lc): espaço percorrido sobre a peça pelo ponto de referência da aresta cortante, seguindo a direção de corte.
2. Percurso de avanço (lf): espaço percorrido sobre a peça pelo ponto de referência da aresta cortante, seguindo a direção de avanço.
3. Percurso efetivo (le): espaço percorrido sobre a peça pelo ponto de referência da aresta cortante, seguindo a direção de corte efetiva.
Conceitos Fundamentais
Conceitos Fundamentais
VELOCIDADES
• Dados os movimentos de corte, temos também as três velocidades principais:
1. Velocidade de corte (vc): velocidade instantânea do ponto de referência da aresta cortante da ferramenta, segundo a direção e sentido do corte;
2. Velocidade de avanço (vf): velocidade instantânea do ponto de referência da aresta cortante da ferramenta, segundo a direção e sentido do avanço;
3. Velocidade efetiva do movimento de corte (ve): velocidade instantânea do ponto de referência da aresta cortante da ferramenta, segundo a direção e sentido efetivo do corte.
Conceitos Fundamentais
VELOCIDADES
• Existem também os movimentos, direções e velocidades dos para aproximação (posicionamento), correções (ajustes) e recuos.
Conceitos Fundamentais
VELOCIDADE DE CORTE
• Para processos de torneamento e fresamento, a velocidade de corte vc é calculada pela equação:
𝑣𝑐 = 𝜋𝑑𝑛 1000 Onde:
• d = diâmetro da peça (torneamento) ou ferramenta (fresamento) (mm)
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VELOCIDADE DE CORTE
• Para processos de com movimento retilíneo (aplainamento) a velocidade de corte vc é calculada pela equação:
𝑣𝑐 = 2. 𝑐. 𝑔𝑝𝑚 1000 Onde:
• c = percurso da ferramenta (fresamento) (mm)
Conceitos Fundamentais
VELOCIDADE DE CORTE
• A velocidade de corte é um dos parâmetros mais importantes da usinagem, e influencia diretamente na vida da ferramenta.
• Fatores que influenciam na velocidade de corte:
1. Tipo de material da ferramenta;
2. Tipo de material a ser usinado;
3. Condições de refrigeração;
4. Condições da máquina.
• Maior velocidade corte = maior temperatura = menor vida útil.
• Menor velocidade corte = problemas de acabamento e de produtividade.
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VELOCIDADE DE AVANÇO
• A velocidade de avanço vf é calculada pela equação: 𝑣𝑓 = 𝑓. 𝑛 = 1000. 𝑣𝑐. 𝑓
𝜋. 𝑑 Onde:
• f = percurso de avanço em cada volta (mm/volta) ou em cada curso da ferramenta (mm/golpe)
• n = rotação da peça ou ferramenta (rpm) ou golpes por minuto (gpm)
• Este é o parâmetro mais influente na qualidade de acabamento superficial da peça.
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AVANÇO
• O avanço (f) é o percurso de avanço em cada volta ou curso.
• Para ferramentas multicortantes (fresas), distingue-se o avanço por dente (fz) e o valor de f = fz.z (z = número de dentes).
• Geralmente, a velocidade de avanço é menor do que a velocidade de corte. A exceção se dá em processos de roscamento.
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AVANÇO
Conceitos Fundamentais
AVANÇO
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PROFUNDIDADE OU LARGURA DE CORTE
• É a profundidade (ap) ou largura de penetração da aresta
principal de corte, medida numa direção PERPENDICULAR AO PLANO DE TRABALHO.
ap
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ESPESSURA DE PENETRAÇÃO DE CORTE
• A espessura de penetração (ae) é a penetração da ferramenta em relação à peça, medida NO PLANO DE TRABALHO e numa direção PERPENDICULAR À DIREÇÃO DO AVANÇO. Muito
importante em fresamento e retificação.
ap
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PENETRAÇÃO DE AVANÇO
• A penetração de avanço (af) é a penetração da ferramenta em relação à peça, medida NO PLANO DE TRABALHO e NA
DIREÇÃO DO AVANÇO.
af
ap
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FORÇAS DE USINAGEM
• Durante a usinagem de um material, os movimentos e as direções de corte e avanço resultam em forças, uma vez que ferramenta e material atuam em direções opostas.
• Assim, pela lei de ação e reação, a ferramenta exerce uma força na direção da peça, e a peça exerce uma força igual e contrária na ferramenta.
Conceitos Fundamentais
FORÇAS DE USINAGEM
• O conhecimento da força de usinagem FU e suas componentes são base para:
1. projeto de uma máquina ferramenta (dimensionamento das estruturas, acionamentos, fixações, etc.);
2. determinação das condições de corte em condições de trabalho;
3. avaliação da precisão de uma máquina ferramenta, em certas condições de trabalho (deformação da ferramenta, máquina e peça);
4. explicação de mecanismos de desgaste.
• A força de usinagem também é um critério para determinação da usinabilidade de um determinado material de peça.
Conceitos Fundamentais
FORÇAS DE USINAGEM
• As forças de usinagem são:
• Força ativa Ft: oposta à direção do movimento efetivo;
• Força de corte Fc: oposta à direção do movimento de corte;
• Força de avanço Ff: oposta à direção do movimento de avanço;
• Força de apoio Fap: oposta à força de suporte da ferramenta;
• Força de usinagem FU: somatório das forças acima.
• Força passiva Fp: projeção de Fu perpendicular ao plano de trabalho;
• FU é a força que a PEÇA exerce sobre a FERRAMENTA. A força da ferramenta sobre a peça é igual e oposta, denominada FU’. Sendo assim, podemos dizer que FU+FU’=0.
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FORÇAS DE USINAGEM
• Fatores que influenciam a força de corte:
1. Material da peça (maior teor de carbono, maior a força);
2. Material da ferramenta (atua na interface cavaco ferramenta, influenciando no coeficiente de atrito, atuando na força passiva e de avanço e quanto maior a condutividade térmica da ferramenta, maior a força de corte);
3. Velocidade de corte (maior velocidade, maior temperatura, menor resistência);
4. Avanço e profundidade de corte (maior avanço e profundidade, maior o esforço da ferramenta, maiores as forças envolvidas);
5. Geometria da ferramenta (ângulos de saída γ e de inclinação λ lateral );
6. Estado de afiação da ferramenta (arestas desgastadas geram maiores esforços);
7. Uso de fluido de corte (características lubrificantes e refrigerantes).
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POTÊNCIA DE CORTE
• A partir da força de corte Fc, podemos determinar a potência de usinagem necessária.
• A potência de corte Pc é a potência disponível no gume da
ferramenta e consumida na operação de remoção de cavacos. É ela que interessa no cálculo de forças e pressões específicas de corte.
• Para processos de torneamento, pode-se relacionar a força de corte com a seção de usinagem:
𝐹𝑐 = 𝑘𝑐. 𝐴 = 𝑘𝑐. 𝑎𝑝. 𝑓 Onde:
kc = pressão específica de corte [N/mm²] (valores tabelados segundo norma AWF-158);
A = seção de corte [mm²]; f = avanço [mm/rot];
Conceitos Fundamentais
Conceitos Fundamentais
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Conceitos Fundamentais
POTÊNCIA DE CORTE
• Para processos de torneamento, a potência de corte é: 𝑃𝑐 = 𝑓𝑐.𝑣𝑐
60.103
Onde a força é dada em N e a velocidade em m/min, resultando na potência em kW.
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POTÊNCIAS DE ACIONAMENTO
• A potência de acionamento Pa é a potência fornecida pelo motor à máquina-ferramenta.
• Ela difere da potência de corte pelas perdas que ocorrem por atrito nos mancais, engrenagens, sistemas de lubrificação e refrigeração, sistema de avanço, etc.
• A potência de avanço, embora seja uma parcela utilizada na operação de corte, é muito pequena em relação à potência de corte, sendo mais prático reuni-la no grupo das “perdas”.
• Esta potência é calculada por:
𝑃𝑎 = 60.10𝑓𝑓.𝑣𝑓6
Onde a força é dada em N e a velocidade em mm/min, resultando na potência em kW.
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POTÊNCIAS EM VAZIO
• A potência em vazio Po é a potência consumida pela máquina-ferramenta ligada, com o mecanismo de avanço funcionando, porém sem que tenha lugar qualquer operação de corte.
• O rendimento da máquina é dado por: η = 𝑃𝑐𝑃.100
𝑎 =
𝑃𝑎−𝑃𝑜 𝑃𝑎
• Normalmente, o rendimento gira entre 60 a 80% para máquinas convencionais e 90¢ para máquinas CNC.
POTÊNCIA FORNECIDA PELO MOTOR 𝑃𝑚 = 𝑃𝑐
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POTÊNCIA DE CORTE
• Generalizando, a potência de corte pode ser calculada a partir da seguinte equação: 𝑃𝑐 = 𝐹𝑐.𝑣𝑐 60.103 = 𝑘𝑐.𝐴.𝑣𝑐 60.103 = 𝑘𝑐.𝑎𝑝.𝑓.𝑣𝑐 60.103 Onde:
Pc = potência de corte necessária no gume da ferramenta [kW]; Fc = força de corte [N];
kc = pressão específica de corte [N/mm²]; A = seção de corte [mm²];
A.vc = volume de cavacos produzidos por unidade de tempo [mm³/min];
Ap = profundidade de corte [mm]; f = avanço [mm/rot];
Exercício
POTÊNCIA DE CORTE
• Determinar a potência do motor de um torno universal que deve fazer um torneamento cilíndrico em uma barra de aço ABNT 1060 com diâmetro 50 mm.
• Parâmetros de corte: vc = 110 m/min, ap = 1,4 mm e f = 0,4
mm/rot.
• Ferramenta: Metal duro s/fluido de corte.
• Rendimento mecânico da transmissão do motor à árvore principal: 70%.