ESCOAMENTO
SUPERFICIAL
Disciplina: Hidrologia
Prof. Josué Souza de Gois
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
1.
Conceitos gerais
2.
Postos fluviométricos e fluviográficos
3.
Medições de vazão
Escoamento superficial ou runoff
A rigor, definido como a porção de água de chuva, derretimento de neve e/ou água de irrigação que, ao invés de se infiltrar no solo, corre sobre a superfície do terreno em direção ao corpo hídrico mais próximo –
escoamento superficial ou surface runoff
Parcela de água de chuva que, assim como o fluxo de superfície, chega relativamente rápido ao corpo hídrico – escoamento subsuperficial ou
interflow
O escoamento superficial e subsuperficial formam, juntos, o volume de água que os hidrólogos costumam chamar de runoff
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
•
A figura abaixo mostra as quatro formas pelas quais os
cursos d’água recebem água:
•
1. Precipitação direta sobre o curso d’água (P);
•
2. Escoamento superficial (ES);
•
3. Escoamento sub-superficial ou hipodérmico (ESS);
•
4. Escoamento subterrâneo ou básico.
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
Fatores que influenciam o escoamento superficial
A quantidade e a velocidade da água que atinge um curso
d’água dependem de alguns fatores, tais como:
a)
Área e forma da bacia;
b)
Conformação topográfica da bacia: declividade, depressão,
relevo;
c)
Condições de superfície do solo e constituição geológica do
sub-solo: vegetação,impermeabilização, capacidade de
infiltração no solo, tipos de rochas presentes;
d)
Obras de controle e utilização da água: irrigação, canalização,
derivação da água para outra bacia, retificação.
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
•
Grandezas características
•
A seguir, são citadas algumas grandezas relacionadas
com oescoamento superficial.
•
Bacia hidrográfica: área geográfica coletora de água de
chuva, que, escoando pela superfície, atinge a seção
considerada.
•
Vazão (Q): volume de água escoado na unidade de
tempo em uma determinada seção do rio.
Normalmente, expressa-se a vazão em m
3/s ou l/s.
•
Velocidade (V): relação entre o espaço percorrido pela
água e o tempo gasto. É geralmente expressa em m/s.
•
Grandezas características
•
Vazão específica (q): relação entre a vazão e a área de
drenagem da bacia.
•
(expressa em l/s.km
2)
•
Altura linimétrica (h) ou altura na régua: leitura do nível d’água
do rio, em determinado momento, em um posto fluviométrico.
•
Coeficiente de escoamento superficial ou coeficiente de “run
off” (C): relação entre o volume de água que atinge uma seção
do curso d’água e o volume precipitado
.
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
A
Q
q
Escoamento superficial
Fatores que interferem no escoamento:
• Características da precipitação: intensidade
• Características do terreno: declividade, tipo de solo, cobertura vegetal –
Telhados
Ruas
Passeios
• Geração de escoamento superficial é quase imediata • Infiltração é quase nula
• Capacidade de infiltração é baixa
Gramados
Solos Compactados
Solos muito argilosos
Áreas de capacidade de
infiltração limitadas
Infiltração Escoamento Precipitação tempo Infiltração
Intensidade da chuva
x
capacidade de infiltração
• Considere chuva com
intensidade constante
• Infiltra completamente no
início
• Gera escoamento no fim
tempo Infi lt ra çã o Pr ec ipit aç ão início do escoamento intensidade da chuva capacidade de infiltração
• Considere chuva com
intensidade constante
• Infiltra completamente no
início
• Gera escoamento no fim
tempo In filt ra çã o Pr ec ipit aç ão início do escoamento intensidade da chuva capacidade de infiltração
volume infiltrado
• Considere chuva com
intensidade constante
• Infiltra completamente no
início
• Gera escoamento no fim
tempo In filt ra çã o Pr ec ipit aç ão início do escoamento intensidade da chuva capacidade de infiltração
volume infiltrado
volume escoado
Precipitação
Infiltração
Escoamento em áreas
de solo saturado
Precipitação
Solo saturado
Escoamento em áreas
de solo saturado
Precipitação
Solo saturado
Escoamento
Escoamento em áreas
de solo saturado
I (mm/h) F (mm/h) Q (mm/h)
Q = I – F
Geração de Escoamento
• Intensidade da precipitação é
maior do que a capacidade de
infiltração do solo
• Processo hortoniano
(Horton, 1934)
Q (mm/h)
Geração de Escoamento
• Precipitação atinge áreas saturadas
• Processo duniano (Dunne)
Mecanismos de geração de escoamento ou
trajetórias de fluxo
a) Escoamento direto (stormflow)
a.1) Fluxo por excesso de infiltração (Mecanismo do Horton): a.2) Fluxo por excesso de saturação (Mecanismo do Dunne): a.3) Fluxo sub-superficial
Fluxo por excesso de infiltração-
Mecanismo de Horton
Taxa de precipitação excede a capacidade de infiltração, podendo ocorrer mesmo com o solo seco
Eventos intensos de curta duração
Áreas impermeáveis: solos com elevado teor de argila (ou declividade acentuada), solo compactado (ou pisoteado), áreas urbanas, solos sob ocorrência de fogo, cobertura vegetal
Intimamente associado ao fenômeno de erosão e transporte de sedimentos
Ocorre raramente nas áreas de floresta.
Pr Pr
Lf In
Es B. Fluxo em Área de Contribuição Parcial
A. Fluxo por Infiltração em Excesso
In
Fluxo por excesso de saturação-
Mecanismo de Dunne
Solo na condição saturada – importância da umidade do solo
Chuva moderada e de longa duração ou após sucessivos eventos de chuva
Ocorrência:
Clima úmido, áreas planas e taludes pouco inclinados (áreas de várzea)
• Entorno do curso d´água, onde o lençol freático está próximo à superfície e é rapidamente saturado
• Depressões das vertentes, onde o fluxo subsuperficial ou subterrâneo converge e retorna à superfície (fluxo de retorno) • Solos rasos (rochosos) ou com queda acentuada da condutividade
hidráulica no subsolo
• Pé das declividades, onde o fluxo diminui a sua velocidade e a profundidade do fluxo subsuperficial diminui e emerge à superfície • Principal mecanismo de escoamento em bacias de florestas tropicais
In Pr
Es Fr
C. Fluxo por Saturação em Excesso
Fluxo sub-superficial
fluxo relativamente rápido que ocorre abaixo da superfície, em direção ao canal (gradiente hidráulico)
mais rápido que o fluxo de base, porém mais lento que o fluxo de superfície
pode ser tão importante quanto o fluxo de superfície, para efeito de previsão de cheias regiões com elevadas taxas de infiltração e terreno inclinado – processo dominante pelo
qual os rios reagem rapidamente à chuva
áreas úmidas com solos profundos ou solos finos com ocorrência de camada impermeável
principal mecanismo de transporte de solutos (transporte de contaminantes, lixiviação de nutrientes) dentro do solo e do escorregamento de encostas
Fluxo de base
Suprimento de longo prazo da água, que mantém o nível de base dos rios durante longos períodos de seca. É proveniente da água que percola para as camadas mais profundas
Hidrograma
• “O hidrograma pode ser entendido como a resposta da
bacia hidrográfica a uma dada precipitação e a
contribuição de um aqüífero (Porto et al.,2001)”;
• A distribuição da vazão no tempo é resultado da
interação de todos os componentes do ciclo
hidrológico entre a ocorrência da precipitação e a
vazão na bacia hidrográfica;
Escoamentos
• O escoamento direto é um escoamento rápido em
relação ao sub-superficial e ao de base, devido ser um
escoamento livre;
• O escoamento sub-superficial é um pouco mais lento
do que o superficial porém mais rápido do que o de
base, devido ser afetado pelo solo;
• O escoamento de base é lento em relação ao outros
devido a irregularidade no meio poroso onde ocorre o
escoamento do lençol.
Razões para a variação de Q x t
• Nas bacias hidrográficas o escoamento varia
ao longo do tempo devido a variação da precipitação
e das características físicas da bacia;
• As chuvas próximas à saída da bacia alcançam a saída
mais cedo enquanto as chuvas no ponto mais distante
levam um certo tempo para alcançarem a saída da bacia;
• O escoamento numa bacia é gerado principalmente pelo
excesso de chuva sobre a capacidade de infiltração e pela
contribuição do lençol subterrâneo.
Hidrograma
• O hidrograma pode representar um evento isolado
(hidrograma de cheias) ou uma série de eventos
(fluviograma);
• Varia em função das características climáticas
(altura da chuva, intensidade, evapotranspiração) e
fisiográficas da bacia (relevo, solos, cobertura).
Hidrograma
Tempo (h)
Hietograma da chuva
Tempo (h)
Q (m
3/s)
Hidrograma da cheia
Q(t) = Q
s+ Q
ss+ Q
bQ
max= vazão de pico
Q(t)
Características do Hidrograma
Principais Características:
• Volume do escoamento:
– Área sob o hidrograma
• Vazão de pico:
– Vazão máxima observada no hidrograma
• Tempo do escoamento:
Características do Hidrograma
i = intensidade da chuva f = capacidade de infiltração
Gi = centro de massa da chuva efetiva
i, f
Q
B
t
it
ft
lA
C
t
pt
cQ
picoG
hG
it
rt
mt
b A – início do escoamentoB – momento do pico do escoamento C – final do escoamento rápido
Gh = centro de massa do hidrograma tl = tempo de retardo (lag time)
tp = tempo do pico
tc = tempo de concentração tm = tempo de ascensão tb = tempo de base = tf - ti
Características do Hidrograma
• Tempo de retardo (t
l):
tempo entre os centros de
massa da chuva e do hidrograma (Tucci,1993).
• Tempo de pico (t
p):
tempo entre o centro de massa
da chuva e o pico do hidrograma.” (Tucci,1993).
• Tempo de ascensão (t
m):
tempo do início da chuva
ao pico do hidrograma (Tucci, 1993).
• Tempo de base (t
b):
duração do escoamento
superficial direto (Porto et al.,2001).
• Tempo de concentração (t
c):
é o tempo necessário
para a água precipitada no ponto mais distante na
bacia, deslocar-se até a seção principal. (Tucci,
1993); nesse tempo a bacia está contribuindo
plenamente e a vazão é máxima.
Características do Hidrograma
• Os tempos do hidrograma estão diretamente
relacionados com as características físicas da bacia:
– Bacias mais íngremes tem tempo de concentração t
ce
tempo de base t
bmenores relativamente e maiores
picos do escoamento;
– Bacias mais vegetadas tem tempo de retardamento t
rmaiores relativamente, maior infiltração e menores
picos;
– Bacias com solos mais profundos (arenosos)
apresentam tempo de ascensão t
me concentração t
cmaiores, relativamente, e baixo volume do
escoamento superficial direto.
Fatores que Influenciam o Escoamento
• Relevo
(maior declive gera maior velocidade, menor
tempo de concentração e maior pico);
• Cobertura da Bacia
(a vegetação retarda o
escoamento, aumenta a infiltração e reduz o pico);
• Altura e intensidade da chuva
(maior altura gera
maior volume, intensidade e vazão de pico);
• Solo
(solo permeável e profundo tem maior
capacidade de infiltração e o escoamento diminui);
• Uso do Solo
(a urbanização e o desmatamento
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
•
Postos fluviográficos, fluviógrafos ou limnígrafos
•
Chama-se de posto fluviográfico o posto que registra
continuamente a variação do nível d´água.
•
O aparelho utilizado para registrar o N.A. chama-se
limnígrafo ou fluviógrafo e o gráfico resultante é
denominado limnigrama ou fluviograma
Hidrometria
Hidrometria
•Ramo da Hidrologia – base experimental
•Responsável pela coleta e fornecimento dos dados -
monitoramento hidrológico
•Hidrometrista - deve entender e optar pelos métodos
apropriados para medida do fenômeno em questão
•Hidrologia aplicada à engenharia – depende principalmente da
precipitação e da vazão, foi nessa área que a Hidrometria mais
se desenvolveu – padronização e consolidação dos métodos de
medição
•A água de chuva não cai somente no rio – necessidade de
conhecer o processo de geração de vazão como um todo
Vazão ou descarga
Volume de água que passaatravés de uma determinada seção em um dado intervalo de tempo
As unidades mais comuns são:
•Litros por segundos (l.s -1),
•Metros cúbicos por segundo (m3.s-1).
A
v
Medição de vazões
Importância para projetos de engenharia, previsões de seca e
cheia, sistemas de abastecimento, navegação, irrigação, sistemas de alerta
Feitas periodicamente em postos fluviométricos (determinadas seções dos cursos d´água,)
Métodos de medição
Métodos velocidade x área Flutuadores
Molinetes hidrométricos ADCP
Por processos químicos – traçadores Estruturas pré-dimensionadas
Métodos velocidade - área
Levam em conta a própria definição de vazão É necessário, portanto, medir a velocidade de escoamento e a
área do perfil transversal
Problemas:
• A velocidade do rio é a mesma ao longo de toda a seção transversal?
• Em que ponto da seção transversal deveremos medir? • Como determinar a área da seção transversal?
A
v
Velocidade do escoamento
É o resultado de
• Forças da gravidade
• Força de resistência: fricção nas paredes do canal (rugosidade) e
turbulência
A velocidade varia:
• Com a distância ao leito
• Com a distância às beiras
• No tempo e espaço
Medida da velocidade
Como medir a velocidade?
Flutuadores
• Idéia central – jogar um objeto leve e bem visível, na corrente
• Medir distância percorrida e tempo • Medir área da seção transversal • Simples e rápido, porém fornece
resultados incertos Escolha do trecho
• Reto, com, no mínimo 15cm de profundidade
• Não ser uma área de águas paradas
Medida da velocidade
Molinetes (ou correntômetros)
• Pequena hélice (ou concha) que, acoplada a um eixo que gira sob ação da corrente e manda sinais elétricos a um contador de rotações • Aparelhos que permitem, desde que bem aferidos, a determinação da
velocidade mediante correlação entre os giros da hélice e a velocidade da corrente
• Método mais difundido de medida de velocidade para rios e canais, por ser relativamente barato e confiável
A velocidade de fluxo é calculada com uma equação
própria do aparelho:
Onde:
V – velocidade (m.s
-1)
N – número de rotações do aparelho
a e b - características do aparelho
Molinetes
b
an
V
Medição a vau
Cursos d´água de pouca profundidade (< 1,20m) O correntômetro é fixado a
uma barra
Mantém-se uma distância mínima do leito (> 20 cm)
Sobre ponte
Facilita, em alguns casos, a mediçãoda velocidade
Pilares apoiados no leito podem interferir na velocidade de
escoamento
Determinação da geometria da seção é complicada
Escolher uma seção menos influenciada
Peso ou lastro: mantém o cabo na vertical e na direção da
Com teleférico
Usado em rios profundos e nãomuito largos
Necessidade de fixação dos cabos nas margens
Aonde medir a velocidade se ela varia
na horizontal e a vertical?
•Grandeza extremamente variável
• Idealmente, deve-se medir em um número suficiente de pontos verticais e horizontais de maneira a permitir uma boa representação da distribuição de velocidades da seção
• é necessário medir em várias verticais e em vários pontos na vertical
Medida da velocidade
Número de verticais de medição
Procura pela representatividade do perfil de velocidades
Fonte : Anuário Fluviométrico n. 2 Ministério da Agricultura - DNPM - 1941 Largura do Rio (m) Espaçamento Max (m)
Até 3 0.30 3 a 6 0.50 6 a 15 1.00 15 a 30 2.00 30 a 50 3.00 50 a 80 4.00 80 a 150 6.00 150 a 250 8.00 250 a 400 12.00
USGS (United States Geological Survey) • desenvolveu uma técnica padrão
para determinar a velocidade “média” em uma vertical:
• Profundidade menor que 0,75m: velocidade média a 6/10 da
profundidade total
• Profundidade maior que 0,75 m: a velocidade medida a 2/10 e
8/10 da profundidade total a média dos dois pontos é
considerada a velocidade média da vertical.
Portanto, em uma seção, a distribuição de medições do correntômetro ficaria:
Medida da velocidade
Baseado em experiências, são sugeridas profundidades e número ideal de verticais.
Medida da velocidade
Medida da vazão
m i i i i i i Th
L
a
a
v
q
q
Q
Qt – vazão total da seção (m3/s)
qi – vazão parcial, em cada vertical
ai – área da seção vertical (m2)
Li – largura da vertical (m) hi – altura da vertical (m)
Medida da área
Sendo:
vi = a velocidade média na vertical i
(
)
2
1 1 1 1 i i i i n i i id
v
d
v
b
b
Q
Medida da profundidade
A profundidade numa vertical é medida através do próprio elemento sustentador do molinete – haste (“peixe”) ou cabo
em rios muito profundos e/ou com altas velocidades de escoamento, onde a medição com hastes e cabos torná-se impraticável, pode-se usar
Método direto
Mede a velocidade de fluxo a partir da velocidade das partículas em suspensão Transmite ondas de som na água e
recebe o reflexo (eco) proveniente do fundo e das partículas suspensas na água (ecobatímetro)
Mede a velocidade da vertical de uma só vez (não é pontual como os molinetes) Efeito Doppler: mudança na freqüência
de uma onda sonora causada pelo movimento relativo entre o aparelho transmissor de som (transdutor) e o material em suspensão na água
O ADCP permite fazer medições em locais remotos e de difícil acesso, pode ser
instalado em barcos e voadeiras.
Acoustic Doppler Current Profiler
(ADCP)
Traçadores (corantes)
Determinam a velocidade baseados no deslocamento do traçador.
É um método aproximado
Método da diluição de um volume
conhecido usando sal
50L água + sal
Tambor 50 L
1. Adiciona-se um traçador a uma massa conhecida de água
Método da diluição de um volume
conhecido usando sal
Tambor 50 L
Igarapé
condutivímetro
Método da diluição de um volume
conhecido usando sal
Igarapé Tambor 50
L
condutivímetro
Método da diluição de um volume
conhecido usando sal
Igarapé Ta m b o r 5 0 L 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 00:00 07:12 14:24 21:36 28:48 C E (μ S/ cm 2 ) Tempo (minutos) Seção Colosso
4. Registra-se a passagem do traçador na seção de controle
Método da diluição de um volume
conhecido usando sal
C
t
C
dt
V
C
C
Q
b i b i
)
(
0 Onde: Q = Vazão (m3/s);Ci = Concentração do sal na solução adicionada;
Cb = Concentração na água do Igarapé antes de adicionar a solução;
C(t)= Concentração no tempo (t) após adicionada a solução; Vi = Volume adicionado (m3).
5. Calcula-se a vazão pelo princípio de conservação da massa
condutivímetro
Estruturas pré-dimensionadas
Estruturas hidráulicas, com seção transversal definida, construídas empequenos cursos d´água não utilizados para navegação
Obrigam a água a passar por uma “situação” na qual o equacionamento matemáticos das variáveis hidráulicas (vazão, velocidade, altura de água, regime, etc.) fique mais confiável
A partir da construção dessas obras, tem-se uma seção transversal de área conhecida e, a partir da calibração da estrutura (construção da
curva-chave), a velocidade pode ser determinada simplesmente com a medição da altura
• Possuem dimensões padronizadas • A vazão é determinada diretamente
pelo nível registrado
• Princípio – a vazão que passa pela calha é a mesma que passa em outra seção do rio
• Pode-se determinar a curva chave em outros pontos do rio medindo-se a vazão na calha e as cotas na seção transversal selecionada
• Não alteram a vazão do rio, mas são aplicadas somente em pequenos cursos d´água
Calha Parshall
Equação definida para estimativa de vazão, do tipo
• C e n coeficientes que dependem da
dimensão da calha, • W a largura da calha e
• Ha a carga hidráulica no meio do estreitamento n a
CWH
Q
Ha medido a 2/3 a montante do estreitamentoCalhas
Vertedores
• Usam o mesmo princípio de medição que as calhas – determinação da vazão a partir do nível da água
• Servem para pequenos cursos de água e apresentam grande precisão. • Soleira espessa e soleira delgada
Soleira espessa – elevação plana do fundo do canal ou leito do rio
Soleira delgada - placa fina que intercepta transversalmente o curso d´água (triangular, retangular, trapezoidal, etc.)
Vertedores de soleira delgada
Seção retangular
Vertedores
A descarga através dos vertedores depende fundamentalmente da diferença de carga H medida no curso de água a montante, onde a
profundidade não está influenciada pelo vertedor, e o ponto mais baixo da crista, quando o fluído passa acima do vertedor.
Triangular (tipo Thompson)
Retangular (tipo Francis)
2 5 . 42 , 1 H Q 2 3 2 , 0 . 84 , 1 L H Q
Medir vazão em alguns rios
não é simples
A medida do nível do rio pode ser feita usando:
•Escalas graduadas, instaladas em estruturas como pontes, beiras de
rio, etc.
•Sensores, instalados em estações hidrológicas automáticas.
Medição do nível do rio
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
•
Postos fluviométricos, fluviômetros ou limnímetros
•
Posto fluviométrico ou fluviômetro consiste em vários lances
de réguas (escalas) instaladas em uma seção de um curso
d´água, que permite a leitura dos seus níveis d´água.
Normalmente, dá-se ao posto o nome do município ou cidade
onde ele é instalado e identifica-se por um prefixo.
•
A leitura do nível d´água é feita duas vezes ao dia, às 7 h e 17
h (ou 18 h), e seus valores são anotados em uma caderneta.
Completada a leitura de 1 mês, essa caderneta é enviada ao
escritório central, onde os dados são analisados, processados
e disponibilizados na internet (www.sigrh.sp.gov.br).
Limnígrafo
grava as variações de nível continuamente no tempo
Permite registrar eventos significativos, de curta duração, ocorrendo
essencialmente em pequenas bacias
Limnígrafo de bóia
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
Postos
fluviográficos
Eixo do registrador com Rosca sem-fim
Limnígrafo com registro em papel
Escalas graduadas
Escalas graduadas, réguas ou limnímetros
Elementos verticais de 1m graduados em cm
Aço inoxidável ou madeira
O observador faz leitura das cotas diariamente
Caderneta
de campo
A determinação de vazões é um processo demorado e oneroso, principalmente em grandes rios
Toda medida de vazão é referida a um nível, altura ou uma cota de referência. A vazão medida é função dessa cota.
Experimentalmente, determina-se a relação entre a altura e a vazão. Essa relação denomina-se curva chave, que é específica de cada seção do rio. A curva chave se justifica porque é muito mais fácil medir o nível do rio do
que sua vazão
Curva chave
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 A lt u ra ( c m ) Vazão (m3s-1)Stage-discharge curves for Cabo Frio (secondary forest)
Se conhecermos a variação de nível do rio ao logo do tempo, a curva chave nos
permite obter a série de vazões.
40 45 50 55 60 65 70
ago-06 ago-06 ago-06 set-06 set-06 set-06 set-06 set-06 set-06 out-06 out-06
A lt u r a ( c m )
Igarapé Ponta Verde - Seção Cabo Frio
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18
ago-06 ago-06 ago-06 set-06 set-06 set-06 set-06 set-06 set-06 out-06 out-06
V a z ã o (m 3 / s e g )
Igarapé Ponta Verde - Seção Cabo Frio
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 A lt u r a ( c m ) Vazão (m3s-1)
Stage-discharge curves for Cabo Frio (secondary forest)
Variação da curva-chave com o tempo
Curva-chave: intimamente ligada às características hidráulicas da seção de controle
Variação da expressão matemática quando há variação nestas constantes
Alterações na geometria da seção: erosões ou assoreamento causam mudanças na velocidade do escoamento, relações entre área, raio hidráulico e profundidade, afetando a relação cota-descarga
Extrapolação da curva-chave
Seção para controle
Lugar de fácil acesso
Seção com forma regular – a regularidade da seção facilita a
operação de levantamento dos pares cota-vazão, diminuindo a
possibilidade de erros na determinação da curva-chave
Trecho retilíneo e com declividade constante – o escoamento
possui um comportamento relativamente uniforme nas suas
imediações. Isso facilita as medições a serem realizadas, não
havendo perturbações no escoamento devido a meandros ou
ressaltos decorrentes da variação da declividade
Margem e leito não erodíveis – garante a integridade da seção
levantada por longo tempo
Velocidades entre 0,2 e 2 m/s – minimiza o erro das medições
Constância das características hidráulicas – nível, velocidade,
Conhecimento da vazão
Séries históricas
Úteis para diversos projetos de engenharia Responder perguntas tais como:
Onde existe água? Quanta água existe?
Como ela varia sazonalmente?
Balanceamento das disponibilidades e demandas ao longo do tempo
Riscos no abastecimento em função da diminuição da vazão Dimensionamento das obras hidráulicas
Tratamento das séries históricas
Traçado da curva chave
A curva chave pode ser determinada a partir de um método de ajustes de curva – interpolação dos pontos
Extrapolação - deve ser cuidadosa, pois pode haver variações consideráveis na seção transversal do rio
Interpretação da curva-chave - deve considerar todas as informações disponíveis, pesquisando-se históricos e relatórios de inspeção, alterações da posição das réguas e das seções transversais, e possíveis mudanças nas condições de escoamento nas proximidades das seções
y = 0,0261x2 - 38,816x + 19353 R² = 0,8991 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 0 500 1000 1500 2000 2500 Série1
Curva-chave
é a relação entre os níveis d´água com as
respectivas vazões de um posto fluviométrico.
Traçado da curva-chave em um determinado posto
fluviométrico é necessária uma série de medição de
vazão no local, ou seja, a leitura da régua e a
correspondente vazão (dados de h e Q).
Partindo-se desta série de valores (h e Q) a determinação
da curva-chave pode ser feita de duas formas: gráfica ou
analiticamente.