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Cultura Filosofia Arte Bruna

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Academic year: 2021

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Seminário de Arte,

Cultura e Filosofia

Alunos: André Cristiano Lima; Bruno Antonio; Bruna Izidoro; Alan; Claudio; Patrícia; Laudicene; Douglas; Douglas; Marcos

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...3

2. CULTURA...4

2.1.Cultura no Brasil...11

2.2.Formação da cultura brasileira...12

3. FILOSOFIA...18

3.1.História da filosofia no Brasil...21

4. ARTE...22

4.1.História da arte...23

4.2.Manifestações artísticas, movimentos e principais artistas...29

4.3.Arte no Brasil...138

5. CONCLUSÃO...151

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INTRODUÇÃO

Pesquisar sobre estes três assuntos e conforme nosso feeling, escolher qual movimento, qual artista, qual filósofo, qual o carro chefe da nosso cultura e apresentar em um material, é muito, muito difícil.

Tentamos descrever e exemplificar o máximo possível sobre cada assunto e esperamos acertar em nossas escolhas. Tornando a leitura essencial para a formação dos indivíduos que dela se aproveitarão, mas, sem ter a pretensão de influenciar, sim de apresentar e instigar uma pesquisa mais minuciosa e detalhada pelo assunto que mais te interessar, com certeza independente da escolha, será de uma grande valia e riqueza cultural, podemos não ter exposto tudo sobre os

assuntos aqui abordados, mas, o que escolhemos mostrar com certeza vale o aprofundamento.

Atenciosamente, Grupo XPTO.

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CULTURA

É comum dizermos que uma pessoa não possui cultura quando ela não tem contato com a leitura, artes, história, música, etc. Se compararmos um professor

universitário com um indivíduo que não sabe ler nem escrever, a maior parte das pessoas chegaria à conclusão de que o professor é “cheio de cultura” e o outro, desprovido dela. Mas, afinal, o que é cultura?

Para o senso comum, cultura possui um sentido de erudição, uma instrução vasta e variada adquirida por meio de diversos mecanismos, principalmente o estudo. Quantas vezes já ouvimos os jargões “O povo não tem cultura”, “O povo não sabe o que é boa música”, “O povo não tem educação”, etc.? De fato, esta é uma

concepção arbitrária e equivocada a respeito do que realmente significa o termo “cultura”.

Não podemos dizer que um índio que não tem contato com livros, nem com música clássica, por exemplo, não possui cultura. Onde ficam seus costumes, tradições, sua língua?

O conceito de cultura é bastante complexo. Em uma visão antropológica, podemos o definir como a rede de significados que dão sentido ao mundo que cerca um

indivíduo, ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um conjunto de diversos aspectos, como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc.

Nesse sentido, podemos chegar à conclusão de que é impossível que um indivíduo não tenha cultura, afinal, ninguém nasce e permanece fora de um contexto social, seja ele qual for. Também podemos dizer que considerar uma determinada cultura (a cultura ocidental, por exemplo) como um modelo a ser seguido por todos é uma visão extremamente etnocêntrica.

A cultura é fundamental para a compreensão de diversos valores morais e éticos que guiam nosso comportamento social. Entender como estes valores se

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internalizaram em nós e como eles conduzem nossas emoções e a avaliação do outro, é um grande desafio.

É o conjunto de atividades e modos de agir, costumes e instruções de um povo. É o meio pelo qual o homem se adapta às condições de existência transformando a realidade.

É um processo em permanente evolução, diverso e rico. É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade; fruto do esforço coletivo pelo

aprimoramento de valores espirituais e materiais. É o conjunto de fenômenos materiais e ideológicos que caracterizam um grupo étnico ou uma nação ( língua, costumes, rituais, culinária, vestuário, religião, etc ), estando em permanente processo de mudança.

A Filosofia espera contribuir para uma reflexão mais profunda sobre as questões relativas ao tema e à partir desta, contribuir para a superação de valores de herança colonial que entravam o desenvolvimento da sociedade.

Se entendermos que cada grupo étnico possui sua forma de se expressar no mundo, ampliamos nossa compreensão de que há uma diversidade cultural que deve ser respeitada, senão compreendida. E o respeito compreende a liberdade de expressão.

A história ocidental nos deixou de herança o olhar etnocêntrico. Este olhar foi um dos fatores desencadeadores do fenômeno social da atitude preconceituosa e da discriminação.

No séc. XXI, uma parcela da população em um processo que é natural de mudança de mentalidade, se debruça sobre estes aspectos herdados com o objetivo de superá-los. Nesta parcela estão artistas, livres pensadores, educadores, governo e grupos sociais, editores de jornais, livros e revistas, etc. Em todos os setores e através de todos os meios de comunicação, o tema diversidade cultural está sendo tratado de forma profunda, pois entendem que só assim, se poderá avançar.

“Em geral, o senso comum emprega as expressões ‘ter cultura’ e ‘não ter cultura’ como sinônimos de culto e inculto, o que gera uma série de distorções e

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No sentido Antropológico, não falamos em Cultura, no singular, mas em culturas, no plural, pois a lei, os valores, as crenças, as práticas e instituições variam de

formação social para formação social. Além disso, uma mesma sociedade, por ser temporal e histórica, passa por transformações culturais amplas e, sob esse

aspecto, Antropologia e História se completam, ainda que os ritmos temporais das várias sociedades não sejam os mesmos, algumas mudando mais lentamente e outras mais rapidamente.

Se reunirmos o sentido amplo e o sentido restrito, compreenderemos que a Cultura é a maneira pela qual os humanos se humanizam por meio de práticas que criam a existência social, econômica, política, religiosa, intelectual e artística.

A religião, a culinária, o vestuário, o mobiliário, as formas de habitação, os hábitos à mesa, as cerimônias, o modo de relacionar-se com os mais velhos e os mais jovens, com os animais e com a terra, os utensílios, as técnicas, as instituições sociais (como a família) e políticas (como o Estado), os costumes diante da morte, a guerra, o trabalho, as ciências, a Filosofia, as artes, os jogos, as festas, os tribunais, as relações amorosas, as diferenças sexuais e étnicas, tudo isso constitui a Cultura como invenção da relação com o Outro.

O Outro, antes de tudo, é a Natureza. A naturalidade é o Outro da humanidade. A seguir, os deuses, maiores do que os humanos, superiores e poderosos. Depois, os outros humanos, os diferentes de nós mesmos: os estrangeiros, os antepassados e os descendentes, os inimigos e os amigos, os homens para as mulheres, as

mulheres para os homens, os mais velhos para os jovens, os mais jovens para os velhos, etc.

Em sociedades como a nossa, divididas em classes sociais, o Outro é também a outra classe social, diferente da nossa, de modo que a divisão social coloca o Outro no interior da mesma sociedade e define relações de conflito, exploração, opressão, luta. Entre os inúmeros resultados da existência da alteridade (o ser, um Outro) no interior da mesma sociedade, encontramos a divisão entre cultura de elite e cultura popular, cultura erudita e cultura de massa.

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DEFINIÇÕES A PARTIR DO ENTENDIMENTO DO QUE É CULTURA Discriminação

Discriminar significa "fazer uma distinção". O significado mais comum, tem a ver com a discriminação sociológica: a discriminação social, racial, religiosa, sexual, étnica ou especista.

Diversidade

Movimento que vai na contra-corrente da monocultura ou cultura única.

‘A diversidade é percebida, com freqüência, como uma disparidade, uma variação, uma pluralidade, quer dizer, o contrário da uniformidade e da homogeneidade. Em seu sentido primeiro e literal, a diversidade cultural referia-se apenas e

simplesmente, em conseqüência, à multiplicidade de culturas ou de identidades culturais. Mas, nos dias de hoje, esta visão está ultrapassada pois, para inúmeros especialistas, a «diversidade» não se define tanto por oposição à «homogeneidade» quanto pela oposição à disparidade.Ela é sinônimo de diálogo e de valores

compartilhados.’ Alain Kiyindou

“A sociedade brasileira reflete, por sua própria formação histórica, o pluralismo. Somos nacionalmente, hoje, uma síntese intercultural, não apenas um mosaico de culturas. Nossa singularidade consiste em aceitar – um pouco mais do que outros - a diversidade e transformá-la em algo mais universal. Este é o verdadeiro perfil brasileiro. Sabemos, portanto, por experiência própria, que o diálogo entre culturas supera – no final – o relativismo cultural crasso e enriquece valores universais”.

Etnocentrismo

É uma atitude na qual a visão ou avaliação de um grupo sempre estaria sendo baseado nos valores adotados pelo seu grupo, como referência, como padrão de valor. Trata-se de uma atitude discriminatória e preconceituosa. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico sendo considerado como superior a outro.

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Não existem grupos superiores ou inferiores, mas grupos diferentes. Um grupo pode ter menor ou maior desenvolvimento tecnológico se comparado um ao outro,

possivelmente, é mais adaptável a determinados ambientes, além de não possuir diversos problemas que esse grupo "superior" possui.

Folclore

Gênero de cultura de origem popular, constituído pelos costumes, lendas, tradições e festas populares transmitidos por imitação e via oral de geração em geração. "Folclore é tradição! Passado e presente! É cultura embasada nos usos e costumes de uma Nação! Todos os povos possuem suas tradições, crendios e superstições, que transmitem através de lendas ,contos, provérbios e canções ".

Preconceito

É uma atitude discriminatória que baseia conhecimentos surgidos em determinado momento como se revelassem verdades sobre pessoas ou lugares determinados. Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são o social, racial e sexual.

Relativismo cultural

É uma ideologia político-social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos.

O relativismo cultural defende que o bem e o mal são relativos a cada cultura. O "bem" coincide com o que é "socialmente aprovado" numa dada cultura. Os

princípios morais descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas normas da nossa sociedade. Harry Gensler

Exemplo: Na cultura européia-ocidental, o ato de comer é feito com garfo, faca e colher. Excetuando-se os cerimoniais, não há ordem estabelecida para sentar na mesa. Na China o costume é comer sentado. No interior do nordeste é costume comer utilizando-se os dedos. Junta-se um punhado de comida, em geral com

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farinha e com os dedos leva-a à boca. Hábitos diferentes que naturais em seus contextos, podem ser mal interpretados fora deles. Assim, comer com a mão pode ser uma falta de educação, comer com colher pode ser coisa de pobre ou comer com garfo e faca ou palitos pode parecer estranho a quem não tem este hábito. A cultura ao ser definida se refere à literatura, cinema, arte entre outras, porém seu sentido é bem mais abrangente, pois cultura pode ser considerada como tudo que o homem através da sua racionalidade, mais precisamente a inteligência, consegue executar, dessa forma todos os povos e sociedades possuem sua cultura por mais tradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das gerações passadas para as futuras.

Os elementos culturais são artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir).

A cultura é uma das principais características humanas, pois somente o homem tem a capacidade de desenvolver culturas, distinguindo-se dessa forma de outros seres como os vegetais e animais.

Apesar das evoluções pelas quais passa o mundo, a cultura tem a capacidade de se permanecer quase intacta, e são passadas aos descendentes como uma memória coletiva, lembrando que a cultura é um elemento social, impossível de se

desenvolver individualmente.

Por ter sido fortemente associada ao conceito de civilização no século XVIII, a

cultura muitas vezes se confunde com noções de: desenvolvimento, educação, bons costumes, etiqueta e comportamentos de elite. Essa confusão entre cultura e

civilização foi comum, sobretudo, na França e na Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, onde cultura se referia a um ideal de elite.Ela possibilitou o surgimento da dicotomia (e, eventualmente, hierarquização) entre “cultura erudita” e “cultura popular”, melhor representada nos textos de Matthew Arnold, ainda fortemente presente no

imaginário das sociedades ocidentais.

A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades.

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Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a invenção ou introdução de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras culturas. Há também a descoberta, que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela decide adotar.

A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que os aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros. Modificações na maneira de produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicação de leis. A resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido de que somente modificações realmente proveitosas, e que sejam por isso inevitável, serão adotadas evitando o esforço da sociedade em adotar, e depois rejeitar um novo conceito. O 'ambiente' exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por

contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.

CULTURA NO BRASIL

A cultura brasileira reflete os vários povos que constituem a demografia deste país sul-americano: indígenas, europeus, africanos, asiáticos, árabes etc. Como

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resultado da intensa miscigenação de povos, surgiu uma realidade cultural peculiar, que sintetiza as várias culturas.

A tensão entre o que seria considerada uma cultura popular e uma erudita sempre foi bastante problemática no país. Durante um longo período da história, desde os Descobrimentos até meados dos séculos XIX e XX, a distância entre a cultura

erudita e a popular era bastante grande: enquanto a primeira buscava ser uma cópia fiel dos cânones e estilos europeus, a segunda era formada pela adaptação das culturas dos diferentes povos que formaram o povo brasileiro num conjunto de valores, estéticas e hábitos rejeitado e desprezado pelas elites. Grande parte do projeto estético modernista foi o de resgatar nos campos considerados "nobres" da Cultura (nas artes em geral, na literatura, na música, etc) e até mesmo nos hábitos quotidianos a vertente popular, considerando-a como a legítima cultura brasileira. Atualmente, o país passa por um processo de integração cultural no Mercosul, e, de forma a acelerar esse processo, está a criar a Universidade do Mercosul, uma instituição multicampi que terá unidades em todos os países do bloco, inclusive os associados.

FORMAÇÃO DA CULTURA BRASILEIRA

Os portugueses

Dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os europeus aqueles que exerceram maior influência na formação da cultura brasileira, principalmente os de origem portuguesa. Durante 322 anos o País foi colônia de Portugal e houve uma transplantação da cultura da metrópole para as terras sul-americanas. Os colonos portugueses chegaram em maior número à colônia a partir do século XVIII, sendo já neste século o Brasil um país Católico e de língua dominante portuguesa.

Os indígenas

Segundo alguns historiadores, séculos de dominação moura e relação com outras civilizações facilitaram o contacto entre os colonos portugueses e os indígenas brasileiros, todavia isso não impediu que os nativos fossem dizimados pela ação colonizadora.

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As primeiras décadas de colonização possibilitaram uma rica fusão entre a cultura dos europeus e a dos indígenas, dando margem à formação de elementos como a Língua geral, que influenciou o português falado no Brasil, e diversos aspectos da cultura indígena herdadas pela atual civilização brasileira. Além da dizimação dos povos autóctones, houve a ação da catequese e a intensa miscigenação, o que contribuiu para que muitos desses aspectos culturais fossem perdidos. A influência indígena faz-se mais forte em certas regiões do país em que esses grupos

conseguiram manterem-se mais distantes da ação colonizadora e em zonas povoadas recentemente, principalmente na Região Norte do Brasil.

Os africanos

A cultura africana chegou através dos povos escravizados trazidos para o Brasil num longo período que durou de 1550 à 1850. A diversidade cultural de África contribuiu para uma maior multiplicidade do povo brasileiro. Os próprios escravos eram de etnias diferentes, falavam idiomas diferentes e tinham tradições distintas. Assim como a indígena, a cultura africana fora subjugada pelos colonizadores, sendo os escravos batizados antes de chegarem ao Brasil. Na colônia aprendiam o português e eram batizados com nomes portugueses e obrigados converter-se ao catolicismo. Alguns grupos, como os escravos das etnias hauçá e nagô, de religião islâmica, já traziam uma herança cultural e sabiam escrever em árabe e outros, como os bantos, eram monoteístas. Através do sincretismo religioso, os escravos adoravam os seus orixás através de santos Católicos, dando origem às religiões afro-brasileiras como o Candomblé.

Os negros legaram para a cultura brasileira uma enormidade de elementos: na dança, música, religião, cozinha e no idioma. Essa influência faz-se notar em

praticamente todo o País, embora em certas zonas (nomeadamente nos estados do Nordeste como Bahia e Maranhão) a cultura afro-brasileira seja mais presente.

Os imigrantes

A imigração européia foi incentivada não apenas para suprir o fim da mão-de-obra escrava, mas também foi promovida pelo governo, que tinha a intenção de

branquear o Brasil e europeizar a sua cultura, afinal, a maior parte da população no século XIX era composta por negros e mestiços. Dentre os diversos grupos de

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imigrantes que aportaram ao Brasil, foram os italianos que chegaram em maior número, entre 1870 e 1950. Espalharam-se desde o sul de Minas Gerais até ao Rio Grande do Sul, sendo que a maior parte instalou-se na região de São Paulo. Além dos italianos, destacaram-se os alemães, que chegaram em fluxo contínuo desde 1824. Esses fixaram-se primariamente na Região Sul do Brasil, onde diversas regiões herdaram influências germânicas desses colonos.

Os imigrantes que se fixaram na zona rural do Brasil meridional, vivendo em pequenas propriedades familiares (sobretudo alemães e italianos), conseguiram manter os costumes do país de origem, criando no Brasil uma cópia das terras que deixaram na Europa. Em contrapartida, os imigrantes que se fixaram nas grandes fazendas e nos centros urbanos do Sudeste (portugueses, espanhóis e árabes), rapidamente se integraram na sociedade brasileira, perdendo muitos aspectos da herança cultural do país de origem. A contribuição asiática viria com a imigração japonesa, porém de forma mais limitada.

Religiosidade individual

Nem todos os brasileiros consideram-se membros de qualquer religião, organizada ou não. Prevalece a liberdade de culto dentro do Estado Brasileiro. De acordo com a Constituição Federal, a participação de cidadãos brasileiros em quaisquer atividades religiosas no país é um direito e uma responsabilidade individual que não deve jamais ser abdicada, sofrer quaisquer tipos de coerções e/ou incitações. Nenhuma religião está acima das leis seculares vigentes em solo nacional.

Cerca de três quartos da população brasileira segue a Religião Católica Romana, o que faz do país o maior em número absoluto de católicos no mundo. Há ainda um pequeno número de seguidores da Igreja Católica Apostólica Brasileira. Seguem o Protestantismo 15 por cento da população (a maior parte através de igrejas

evangélicas pentecostais), 1 por cento é espírita, 0,5 por cento é testemunha de Jeová e cerca de 7 por cento não tem religião. Outras religiões que, apesar de poucos praticantes, merecem citação são as religiões de origem africana (praticadas por vezes em sincretismo com a religião católica), como a Umbanda e o Candomblé. O Judaísmo, o budismo, o islamismo e hinduísmo (hare krisna) têm um número

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reduzido de seguidores no Brasil, geralmente concentrados em cidades do Sul, Sudeste ou Nordeste.

Aspectos culturais do nordeste

Composta por nove estado, a região nordeste apresenta grande pluralidade cultural quer seja nos eventos populares, culinária, na dança ou nos artesanatos.

O carnaval é o evento mais famoso da região, especialmente em Salvador, Olinda e Recife. Porém essa manifestação cultural só chegou ao país com os portugueses e com o nome de “Intrudo”. O intrudo era baseado principalmente em brincadeiras em que pessoas sujavam umas as outras. Havia também uma distinção social nessa festa onde, as famílias brancas brincavam nas casas e os escravos brincavam nas ruas. Somente com a declaração de independência de 1822, o intrudo, de raiz colonial passou a ser visto como algo negativo e atrazado. Então modelos de festas trazidos da Itália e França, já com o nome de carnaval, deram origens aos bailes e aos desfiles com alegorias no país.

Outros eventos importantes como os festejos do “bumba meu boi “, são tradicionais em todos os estados nordestinos. Essa representação folclórica brasileira surgiu através de elementos das culturas européia, africana e indígena e constitui uma espécie de ópera popular.

As regiões nordestinas também possuem uma culinária riquíssima e tem suas raízes mergulhadas no tempo da colonização portuguesa.

Outro elemento cultural importante no nordeste são os artesanatos onde, podemos destacar produtos de couro, cerâmica, rendas, entre outros, revelando costumes, tradições e características dessa região.

Aspectos culturais do norte

A região norte possui sete estado onde a população é bem miscigenada. Europeus, asiáticos, africanos, nordestinos, cearenses, gaúchos e paranaenses contribuíram para a diversidade cultural desse povo tão receptivo e alegre.

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O norte possui uma grande quantidade de eventos culturais. Os mais importantes são o Círio de Nazaré que virou uma tradição desde 1793 e atualmente reúne cerca de 2 milhões de pessoas em Belém(PA), e o Festival de Parintins que acontece no Amazonas e é a mais conhecida festa de boi bumba do país e uma das mais antigas formas de distração popular. Foi introduzido pelos colonizadores europeus, sendo a primeira expressão de teatro popular brasileiro.

A herança indígena é fortíssima na culinária do norte, baseada na mandioca e em peixes.

Outra característica cultural importante do norte é o artesanato que é bastante diversificado.

Aspectos culturais do centro-oeste

O Centro-Oeste brasileiro é uma região bem diversificada culturalmente, pois recebeu contribuições dos indígenas, paulistas, gaúchos, mineiros, paraguaios e bolivianos..

Um dos eventos cultural que ocorre na região é a Procissão do Fogaréu que é uma tradicional procissão católica introduzida em Goiás no século XVIII pelo espanhol Perestelo de Vasconcelo. Ela é realizada anualmente na cidade de Goiás e atrai cerca de 10 mil turistas.

Outra manifestação cultural que foi herdada, provavelmente, dos indígenas é o Cururu, uma dança do Mato Grosso que homenageia santos padroeiros de cidades do interior.

A culinária é bem diversificada no Distrito federal, devido o mesmo ser oriundo de imigrantes de diversos estados brasileiro, responsável por essa diversificação, não só na culinária, mas também no sotaque, costumes, entre outros.

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Quatro estados compõem a região mais rica do país e que tem suas manifestações de origem indígena, africana, asiática e européia.

Um dos eventos mais famosos do mundo, acontece nessa região, ou seja, o

carnaval carioca é uma manifestação cultural que também foi trazido de fora do país, mais precisamente da Europa, e esta definitivamente agregado a cultura brasileira. Alguns tipos de danças dessa região como o Batuque e Samba de Lenço, são de origem africana. Outras tem influência indígena como o Caiapó.

Com forte influência do índio, do escravo e dos diversos imigrantes europeus e asiáticos, a culinária do sudeste se tornou bem diversificada.

Aspectos culturais do sul

A região que é composta por três estado, apresenta grande diversidade cultural,sendo as de maior influência, a dos imigrantes europeus.

Nessa região do Brasil, nota-se uma grande quantidade de casa com arquitetura européia. Os imigrantes também contribuíram com sua cultura vinhateira.

Grande parte das danças gaúcha é de origem portuguesa. Vale destacar também as de origem espanhola como a tirana e o anu.

Um dos eventos que acontece na região é a Oktoberfest, em Blumenau (SC), a tradicional festa da cerveja. Este evento, trazido por imigrante alemão, é

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FILOSOFIA

O QUE É FILOSOFIA ?

Filosofia vem do grego, philos e sophia, e quer dizer amor à sabedoria.

A filosofia é uma forma de pensar acerca de certas questões. A sua característica mais marcante é o uso de argumentos lógicos.

Muitas vezes, examinam crenças que todo mundo acredita e aceita. Ocupam-se de questões relacionadas com o que podemos chamar “o sentido da vida”: questões acerca da religião, do bem e do mal, da política, da natureza do mundo exterior, da mente, da ciência, da arte.

Os principais métodos utilizados são a Análise Conceitual, Experiências de Pensamento, Argumentação Lógica.

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A filosofia pode ser definida como um modo de vida, que se constrói ao longo dos anos; o pensamento filosófico é um estado de espírito que se torna parte da própria natureza de uma pessoa.

PRINCIPAIS MOVIMENTOS - FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA; - FILOSOFIA CLÁSSICA; - FILOSOFIA PÓS-SOCRÁTICA; - FILOSOFIA MEDIEVAL; - FILOSOFIA MODERNA; - SÉCULO XVIII; - SÉCULO XIX; - FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA PRINCIPAIS FILÓSOFOS • Peter Abelardo

(1079 - 1142). Filósofo francês. Um dos mais influentes e teólogos medievais. Cerca de 1113, ao passo que ensinar teologia em Paris.

• St. Anselm

(1033 - 1109). St. Anselm fundada Escolástica, integrado lógica aristotélica em teologia, e acreditava que a razão e a revelação são compatíveis. Ele é mais famoso por seu influente argumento ontológico da existência de Deus.

• St. Thomas Aquino

(1225 - 74). O maior pensador da Escola Scholastic. Suas idéias eram, em 1879, tornou a filosofia oficial católica. Ele incorporou idéias em grego Aristóteles cristianismo, mostrando-se do pensamento de ser compatível com a doutrina da Igreja. Em seu sistema, razão e fé (revelação) forma harmoniosa dois reinos separados, mas cujo complemento verdades, em vez de opor-se mutuamente. Ele apresentou provas influente filosófica para a existência de Deus.

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• Rene Descartes

(1596 - 1650).Filósofo e cientista francês, considerado o pai da moderna

investigação filosófica. Descartes tentou estender a todos os métodos matemáticos conhecimento na sua busca de certezas.

• Karl Marx

(1818 - 83). Pensador revolucionário alemão, filósofo social e economista. Suas idéias, formuladas com Engels, os alicerces para a do século XIX, socialismo e do comunismo do século vinte.

PINTURAS COM A FILOSOFIA COMO TEMA

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A Escola de Atenas, de Rafael, representa os mais importantes filósofos, matemáticos e cientistas da Antiguidade.

HISTÓRIA DA FILOSOFIA NO BRASIL

A filosofia no Brasil foi estabelecida por dois dos grandes filósofos contemporâneos: Rodolfo Mondolfo (1877/1976) e Nicolai Hartmann (1882/1950). O movimento

começa pela busca

do ponto de vista da compreensão da “pessoa humana”. O aparecimento de uma filosofia política nem sempre concordava a explicitar plenamente seus objetivos, com a aceitação dos ideais propostos.

Principais filósofos que se destacaram no Brasil Antônio Carvalho Filho (21/03/1946 – 17/05/2008) Antônio Cícero Correa Lima (1945)

Benedito Nunes (21/11/1929)

Carlos Roberto Velho Cirne Lima (1931) Álvaro Vieira Pinto (1909)

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ARTE

O QUE É ARTE?

Criação humana de valores estéticos: beleza, equilíbrio, harmonia, revolta. Que sintetizam suas emoções, sua história, seus sentimentos e sua cultura.

É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, no qual aplicamos nossos conhecimentos.

Se apresenta sob várias formas: a música, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura, etc...

O artista precisa da arte e da técnica para comunicar-se.

A arte nos faz repensar nossos posicionamentos socioculturais, a arte de alguma forma interfere na sociedade e ao mesmo tempo recebe influências do meio em que está inserida.

Estudá-la significa entender e refletir, buscando a arte na relação homem-mundo, pensando e analisando os momentos cultural-artístico e estético de diversos tempos e sociedades.

O homem cria objetos para:

- Satisfazer as suas necessidades práticas.

- Como meio de vida para que o mundo saiba o que pensa. - Para divulgar suas crenças ou as de outros.

- Para estimular e distrair a si mesmo e aos outros.

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HISTÓRIA DA ARTE

Podemos escrever sobre a história da arte dividindo-a através de seus períodos e discorrendo sobre eles que são: Pré-histórica, Antiga, Medieval, Moderna e

Contemporânea.

Pré-histórica

Por convenção, a consolidação da religião dá-se no período Neolítico, porém, há registros de que no Paleolítico houve uma religião primitiva de culto a uma Deusa mãe, ao feminino e à associação desta ao poder de dar a vida.

Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas

cauris, descritas como "o portal por onde uma criança vem ao mundo" e cobertas por um pigmento de cor ocre vermelho, que simbolizava o sangue, e que estavam

intimamente ligados ao ritual de adoração às estatuetas femininas; escavações apresentaram que estas estatuetas, as chamadas vênus neolíticas eram

encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição aos símbolos

masculinos localizados em posições perféricas ou ladeando as estatuetas femininas.

Vênus de Laussel, estatueta talhada num bloco de pedra calcária dura; representa a uma mulher despida, que na mão direita sustem um corno de bisão.

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Antiga

Refere-se à arte desenvolvida pelas civilizaçõesantigas após a criação da escrita e que se estende até à queda do império romano do ocidente, em 476 d.C, aquando das invasões bárbaras. Abaixo seguem os movimentos que compõem o período.

- Arte Mesopotâmica: Suméria, Assíria, Babilônica e Persa. - Arte do Vale do Nilo: Egípcia.

- Arte Celta e Germânica: dos povos de língua Cela em especial das ilhas da Inglaterra e Irlanda e povos que falam as línguas germânicas em especial Áustria, Alemanha e Países Baixos.

- Arte Egéia: Cicládica, Minóica e Micénica. - Arte Fenícia

- Arte da Antiguidade Clássica: Etrusca, Grega, Helenística e Romana. - Arte do Cristianismo: Paleocristã e Bizantina.

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Medieval

Insere-se no período que, convencionalmente, se chama de Idade Média. A Igreja Católica assume neste período um papel de extrema importância filtrando todas as produções científicas eculturais, fazendo com que muitas obras artísticas tenham temática religiosa. Abaixo seguem os movimentos que compõem o período.

- Pré-Românico: Islâmica e dos povos Germânicos.

- Próximo ao Românico: Merovíngia, Carolíngia e Otoniana. - Românico e Gótico: Românca, Gótica e Manuelina.

Durante a Idade Média europeia, as pinturas e esculturas tendiam a focalizar a religião, mais especialmente o Cristianismo.

Na passagem da arte medieval para a arte moderna, ocorreram senão, os mais importantes com certeza os mais conhecidose divulgados movimentos da História da arte que são: Renascimento, Maneirismo, Barroco, Neoclassicismo, Romantismo, Iluminismo, Impressionismo e o Pós-Impressionismo.

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Algumas peças de arte relacionadas aos períodos citados:

Moderna

É o termo genérico usado para editar a maior parte da produção artística do fim do século XIX até meados dos anos 1970, embora não haja consenso sobre essas datas e alguns de seus traços distintivos. A arte moderna se refere a uma nova abordagem da arte em um momento no qual não mais era importante que ela representasse literalmente um assunto ou objeto (através da pintura e da escultura) o advento da fotografia fez com que houvesse uma diminuição drástica.

Movimentos que se destacaram neste período são: Expressionismo, Surrealismo, Concretismo, Cubismo, Fauvismo, Futurismo, Arte Cinética, Abstracionismo, Primitivismo, Pop Art, Op Art e a Arte Mínima.

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É um período artístico que surgiu no meio do século XX e prolonga-se até hoje. Consolida-se a partir dos anos 70 quando importantes mudanças no mundo e a nossa relação de tempo e espaço transformam globalmente os seres humanos. Entre os movimentos mais célebres estão a Body Art, o Fotorrealismo, a Internet Art e a Street Art, a arte das ruas, baseada na cultura do grafiti e inspirada faccionalmente na geração hip-hop, tida muitas vezes como vandalismo. CURIOSIDADE: O MANIFESTO DAS 7 ARTES

Em 1911 publicado pelo italiano Ricciotto Canudo o artigo intitulado "La Naissance d'un sixième art. Essai sur le cinematografe”,mais conhecido como o Manifesto das 7 artes, considerado o primeiro texto no qual se define o cinema como arte, a 7ª arte.

Pergunta: Quais são as outras 6?

Na verdade não há um consenso, mas, encontramos em várias matérias e listas a seguinte sequencia, que não 7, mas, sim 11 formas de arte distribuídas numa certa linha de tempo:

1ª Arte - Música (som);

2ª Arte - Dança/Coreografia (movimento);3ª Arte - Pintura (cor);

4ª Arte - Escultura (volume);5ª Arte - Teatro (representação);6ª Arte - Literatura (palavra);

7ª Arte - Cinema (integra os elementos das artes anteriores mais a 8ª e no

cinema de animação a 9ª).

Há uma certa dúvida se a ordem colocada estaria correta, porém um maior número de pessoas concorda com a ordem encontrada, apenas criando uma grande dúvida na posição do teatro e da literatura.

Outras formas expressivas também consideradas artes foram posteriores adicionadas ao manifesto:

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9ª Arte - Banda desenhada (cor, palavra, imagem);

10ª Arte - Jogos de Computador e de Vídeo (alguns jogos integram

elementos de todas as artes anteriores somado a 11ª, porém no mínimo, ele integra as 1ª, 3ª, 4ª, 6ª, 9ª arte somadas a 11ª desde a Terceira Geração dos Videogames);

11ª Arte - Arte digital (integra artes gráficas computorizadas 2D, 3D e

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MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS, MOVIMENTOS E

PRINCIPAIS ARTISTAS

PRÉ-HISTÓRIA Definição Geral

Na sua definição estrita, considera-se arte pré-histórica as manifestações que existiram antes do advento da escrita no planeta como um todo. Isso pressupõe, como se pode imaginar, uma heterogeneidade que dificilmente pode ser submetida a uma classificação dentro de características uniformes, como se se tratasse de um movimento artístico dentro da história da arte. De fato, é valido perguntar a partir de que momento começou a existir uma arte pré- histórica e quais são as

manifestações que devem ser analisadas como tal.

Nesse contexto, a produção do homem pré- histórico, pelo menos a que foi

encontrada e conservada, é representada por objetos em grande parte portadores de uma utilidade, seja ela doméstica ou religiosa: ferramentas, armas ou figuras com uma simbologia específica. No entanto, seu estudo e a comparação entre elas permitiram constatar que já existiam então noções de técnica, habilidade e desenho, embora não se possa separar o conceito de arte, em praticamente nenhum caso, dos conceitos de funcionalidade e religião.

A arte pré-histórica surgiu na Europa aproximadamente no ano 25000 do período paleolítico (40000 - 8000 a.C.), estendendo- se até o mesolítico (8000 - 5000 a.C.), ao neolítico (5000 - 3000 a.C.) e à idade do ferro (3000 a.C.), na qual iniciou-se a arte proto-histórica, caracterizada por manifestações artísticas muito mais concretas. Isso sempre em relação à Europa, pois é preciso lembrar que no Oriente, a partir do ano 5000 a.C., existiam culturas com um alto grau de civilização, que já tinham iniciado sua história.

As áreas da Europa de maior concentração de vestígios pré-históricos correspondem à Espanha, ao centro e ao sul da França e ao sul da Itália. Destaca-se em

importância, pela quantidade e qualidade dos achados, a região franco-cantábrica, onde estão localizadas as famosas cavernas de Castilho, Altamira e Lascaux, entre outras. Nelas foi descoberta uma quantidade considerável de pinturas rupestres em

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bom estado de conservação. Tal fato pode ser atribuído em parte à alta densidade demográfica dessas regiões durante o paleolítico médio.

"Caçadores"/Valência

Pintura

A pintura pré-histórica recebeu o nome de arte rupestre ou parietal pelo fato de ter se desenvolvido quase que exclusivamente em paredes de pedra, no interior de

cavernas e grutas e, com menor freqüência, fora delas. É curioso notar que essa pintura passou por uma evolução muito semelhante à experimentada pela pintura histórica. As primeiras manifestações, de caráter naturalista, foram evoluindo até chegar à abstração total de formas no seu último período.

As pinturas do paleolítico (25000 a.C. - 8000 a.C.) concentraram-se em três temas principais: a representação de animais, (principalmente cavalos e bisões e, em menor número, cervos, leões, mamutes e touros); o desenho de signos, cujo verdadeiro significado ainda se desconhece, apesar das diferentes hipóteses; e a figura humana, tanto masculina quanto feminina, ou em combinação com formas animais. As cores empregadas foram o preto e as tonalidades avermelhadas, ocres e violáceas, que são as mais fáceis de se obter na natureza.

Avançando em direção ao mesolítico (8000 a.C.), surgem os seixos pintados, ou amuletos, com símbolos e cercaduras, entre geométricas e abstratas. Já no neolítico (5000 a.C. - 3000 a.C.), além das primeiras peças de cerâmica decoradas,

encontram-se verdadeiras cenas murais que documentam a vida de então. Pelo estudo dos desenhos, pode-se deduzir que o homem pré-histórico não só pintava com os dedos, mas também com pincéis e espátulas, além de empregar um sistema de nebulização para obter os sombreados de mão em negativo.

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Por volta do ano 2000 a.C., em plena idade do bronze, produziu-se uma evolução cuja tendência era voltada para a abstração, principalmente nas representações rupestres. As figuras, signos e símbolos atingiram um nível muito próximo ao da escrita. No decorrer dos períodos pré-histórico e proto-histórico, a pintura cumpriu diferentes funções, seja como parte de um ritual religioso ou mágico, na

representação e celebração da fecundidade, seja com relação ao culto totêmico aos antepassados.

"Bisão" / Font-de-Gaule,França

Escultura

A escultura da pré-história corresponde à chamada arte móvel e abrange tanto os objetos religiosos e artísticos quanto os utensílios. A temática dessa disciplina não fugiu dos conceitos pictóricos: animais e figuras humanas. Os gêneros

desenvolvidos foram a estatueta e a gravação, tanto em pedras calcárias quanto em argila ou madeira queimada. Os utensílios utilizados na tarefa de modelagem eram de pedra, sendo muitos deles decorados com asas modeladas como se fossem estatuetas.

As figuras femininas foram mais numerosas, sem dúvida devido à sua clara relação com o culto à fecundidade. Todos os objetos encontrados, a maior parte pertencente ao período paleolítico (25000 a.C. - 8000 a.C.), mostram uma desproporção

deliberada entre os genitais e as demais partes do corpo, o que reforça a teoria de mulher-mãe-natureza. Essas estatuetas são conhecidas entre os especialistas como Vênus Esteatopígeas. Entre elas, as mais famosas são a Vênus de Lespugne, na França, e a Vênus de Willendorf, na Áustria.

As gravações repetem os esquemas e motivos da modelagem, ressalvando- se, entretanto, que as representações costumam ser de tamanho maior. Uma das

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características mais evidentes dessas manifestações paleolíticas é que as figuras representadas são verdadeiras adaptações das formas naturais da pedra, fato que deve ter desafiado a imaginação do artista, mas que com certeza lhe poupou trabalho na etapa de modelagem.

No período neolítico (5000 a.C.-3000 a.C.), o homem já conhece o fogo e

especializa-se na combinação de materiais. A comprovação desse fato são as peças de cerâmica cozida, em forma de vasos e conchas, com cercaduras decorativas de motivos geométricos gravadas na superfície. A partir da idade do bronze alcançou-se uma diversificação muito grande na arte da cerâmica, em razão da importância que esses artefatos tinham como utensílios domésticos e recipientes para o transporte de alimentos.

"Estatueta"

ARTE MESOPOTÂMICA Definição Geral

No início do século XX, importantes expedições arqueológicas de cientistas

americanos, ingleses e alemães se deslocaram para os vales circundados pelos rios Tigre e Eufrates para prosseguir com o trabalho dos pesquisadores que, em meados de 1819, haviam desenterrado os primeiros restos da civilização mais antiga do Oriente Próximo: os sumérios. Esse povo, que por volta do ano 3500 a.C. havia se estabelecido nas terras da Mesopotâmia, erigiu uma das civilizações mais

esplendorosas do mundo antigo.

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uso diário quanto os suntuosos, além das ruínas arquitetônicas, permitiram também fazer um traçado da história e dos costumes de outros povos importantes que posteriormente ocuparam a região: babilônios, assírios e persas, entre outros. A cidade mais antiga até hoje desenterrada pelas expedições arqueológicas é Uruk, mencionada na Bíblia como Erech, circundada por uma extensa muralha e com um templo pré-histórico.

Não menos importantes foram as escavações em Ur, na Caldéia, e na Babilônia, com sua Porta dos Deuses e os Jardins Suspensos, sem esquecer Assur, berço da cultura assíria; Nínive, com a Biblioteca de Assurbanipal; Lagash, onde aparece a primeira estela de narrações épicas; a esplêndida Dur-Sarrukin, de Sargão; e Nimrud, sede do palácio de Salmanasar. O passar dos séculos não conseguiu apagar totalmente os estilos das primeiras cidades sumérias, mas, ao contrário, garantiu e estilizou, às vezes aprimorando, as formas originais.

Talvez o período em que a evolução da arte na Mesopotâmia se revele melhor seja o compreendido entre os séculos VIII e VI a.C., sob os reinados de Ciro, o Grande, e Dario. Os limites do império persa se estendiam muito além da região

mesopotâmica, mas na totalidade das manifestações aquemênidas é possível encontrar referências muito concretas à ourivesaria suméria, ao baixo-relevo babilônico e à estatuária assíria com certos detalhes egípcios, hebreus ou jônicos, como nas cidades de Persépolis, Pasárgada e Susa.

"Escitas com Oferendas"/Arte Persa/Relevo

Escultura

As primeiras esculturas descobertas na Mesopotâmia datam de 5000 a.C. e são em sua maioria figuras que lembram muito as Vênus pré-históricas encontradas no

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restante da Europa. No milênio seguinte reflete-se uma estilização das formas tendentes ao naturalismo e são encontradas peças de mármore, tais como bustos, estelas comemorativas e relevos. A mais importante é a estela encontrada em Langash, não apenas por ser considerada a mais antiga do mundo, como também porque é nela que aparece pela primeira vez a representação de uma batalha.

As estátuas mais características são figuras de homem ou mulher em pé, chamadas de oradores, trajados com túnicas amplas, com as mãos postas na altura do peito, sendo o rosto a parte mais chamativa do conjunto, devido ao superdimensionamento dos olhos, normalmente elaborados com incrustações de pedra. Quanto aos relevos, sua importância é indubitavelmente fundamental para a compreensão da história, da iconografia religiosa e do cerimonial dos povos mesopotâmicos.

Existiam vários tipos, entre eles os esculpidos em pedra e os realizados sobre ladrilhos esmaltados, como é o caso dos poucos restos encontrados da famosa "Porta dos Deuses" (o que, na verdade, significa Babilônia) e os de argila.

Dependendo do povoado e da cidade, os temas e os estilos variavam: durante as dinastias acádia e persa, a temática era a narração da vitória dos reis, enquanto na época dos babilônios a preferência era pelas representações das divindades ou das tarefas cotidianas do povo.

Estatueta/Arte Mesopotâmica

ARTE EGIPICIA Definição Geral

Em todos os tempos, a civilização egípcia foi, sem dúvida, uma das culturas orientais mais admiradas e estudadas pelas nações ocidentais. As investigações sobre essa

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antiga e misteriosa civilização atingiram o auge na Idade Média e no renascimento, mas foi somente no período neoclássico que avançaram decisivamente. Com base na pedra Rosetta, encontrada por um soldado de Napoleão, o cientista francês Jean- François Champollion decodificou em 1799 uma série muito importante de

hieróglifos, levando em conta as traduções em grego e em escrita demótica feitas na pedra.

A partir de então constituiu-se a ciência da egiptologia. Sua aplicação imediata serviu para a tradução e interpretação dos textos pintados e gravados em muros e

esculturas de templos funerários. Esses textos, por sua vez, revelavam a sua função: repouso de reis e nobres e de seus incalculáveis tesouros, após sua morte. Muito pouco, no entanto, resistiu até os nossos dias. Os magníficos tesouros dos faraós foram, em sua época, alvo de assaltantes e ladrões, que ignoraram seu caráter intocável e sagrado.

As obras conservadas mais significativas pertencem ao chamado império novo. A imponência e beleza dos templos de Luxor e Carnac e o delicado trabalho de

ourivesaria também em objetos de uso diário refletem o apogeu de uma cultura que perseguiu, na beleza indescritível das manifestações artísticas, uma sincera

oferenda a suas inúmeras divindades, cada qual para uma situação. Essas entidades costumavam ser representadas por esculturas com corpo de homem e cabeça de animal, vestidas com os mesmos trajes usados pelo faraó, um deus na terra.

Pintura

A pintura egípcia teve seu apogeu durante o império novo, uma das etapas históricas mais brilhantes dessa cultura. Entretanto, é preciso esclarecer que, devido à função religiosa dessa arte, os princípios pictóricos evoluíram muito pouco de um período para outro. Contudo, eles se mantiveram sempre dentro do mesmo naturalismo original. Os temas eram normalmente representações da vida cotidiana e de batalhas, quando não de lendas religiosas ou de motivos de natureza escatológica.

As figuras típicas dos murais egípcios, de perfil mas com os braços e o corpo de frente, são produto da utilização da perspectiva da aparência. Os egípcios não

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representaram as partes do corpo humano com base na sua posição real, mas sim levando em consideração a posição de onde melhor se observasse cada uma das partes: o nariz e o toucado aparecem de perfil, que é a posição em que eles mais se destacam; os olhos, braços e tronco são mostrados de frente. Essa estética

manteve-se até meados do império novo, manifestando-se depois a preferência pela representação frontal.

Um capítulo à parte na arte egípcia é representado pela escrita. Um sistema de mais de 600 símbolos gráficos, denominados hieróglifos, desenvolveu-se a partir do ano 3300 a.C. e seu estudo e fixação foi tarefa dos escribas. O suporte dos escritos era um papel fabricado com base na planta do papiro. A escrita e a pintura estavam estreitamente vinculadas por sua função religiosa. As pinturas murais dos hipogeus e as pirâmides eram acompanhadas de textos e fórmulas mágicas dirigidas às

divindades e aos mortos.

É curioso observar que a evolução da escrita em hieróglifos mais simples, a chamada escrita hierática, determinou na pintura uma evolução semelhante,

traduzida em um processo de abstração. Essas obras menos naturalistas, pela sua correspondência estilística com a escrita, foram chamadas, por sua vez, de Pinturas Hieráticas. Do império antigo conservam- se as famosas pinturas Ocas de Meidun e do império novo merecem menção os murais da tumba da rainha Nefertari, no Vale das Rainhas, em Tebas.

"Casal Jogando Damas"

Escultura

A escultura egípcia foi antes de tudo animista, encontrando sua razão de ser na eternização do homem após a morte. Foi uma estatuária principalmente religiosa. A

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representação de um faraó ou um nobre era o substituto físico da morte, sua cópia em caso de decomposição do corpo mumificado. Isso talvez pudesse justificar o exacerbado naturalismo alcançado pelos escultores egípcios, principalmente no império antigo. Com o passar do tempo, a exemplo da pintura, a escultura acabou se estilizando.

As estatuetas de barro eram peças concebidas como partes complementares do conjunto de objetos no ritual funerário. Já a estatuária monumental de templos e palácios surgiu a partir da dinastia XVIII, como parte da nova arquitetura imperial, de caráter representativo. Paulatinamente, as formas foram se complicando e passaram do realismo ideal para o amaneiramento completo. Com os reis ptolemaicos, a

grande influência da Grécia revelou-se na pureza das formas e no aperfeiçoamento das técnicas.

A princípio, o retrato tridimensional foi privilégio de faraós e sacerdotes. Com o tempo estendeu-se a certos membros da sociedade, como os escribas. Dos retratos reais mais populares merecem menção os dois bustos da rainha Nefertite, que, de acordo com eles, é considerada uma das mulheres mais belas da história universal. Ambos são de autoria de um dos poucos artistas egípcios conhecidos, o escultor Thutmosis, e encontram-se hoje nos museus do Cairo e de Berlim.

Igualmente importantes foram as obras de ourivesaria, cuja maestria e beleza são suficientes para testemunhar a elegância e a ostentação das cortes egípcias. Os materiais mais utilizados eram o ouro, a prata e pedras. As jóias sempre tinham uma função específica (talismãs), a exemplo dos objetos elaborados para os templos e as tumbas. Os ourives também colaboraram na decoração de templos e palácios,

revestindo muros com lâminas de ouro e prata lavrados contendo inscrições, dos quais restaram apenas testemunho.

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"A Deusa Hatar e uma divindade feminina"

GRÉCIA

Definição Geral

Os gregos foram os primeiros artistas realistas da história, ou seja, os primeiros a se preocupar em representar a natureza tal qual ela é. Para fazerem isso, foi

fundamental o estudo das proporções, em cuja base se encontra a consagrada máxima segundo a qual o homem é a medida de todas as coisas. Podem-se

distinguir quatro grandes períodos na evolução da arte grega: o geométrico (séculos IX e VIII a.C.), o arcaico (VII e VI a.C.), o clássico (V e IV a.C.) e o helenístico (do século III ao I a.C.).

No chamado período geométrico, a arte se restringiu à decoração de variados utensílios e ânforas. Esses objetos eram pintados com motivos circulares e semicirculares, dispostos simetricamente. A técnica aplicada nesse trabalho foi herdada das culturas cretense e micênica. Passado muito tempo, a partir do século VII a.C., durante o denominado período arcaico, a arquitetura e a escultura

experimentaram um notável desenvolvimento graças à influência dessas e outras culturas mediterrâneas.

Também pesaram o estudo e a medição do antigo megaron, sala central dos palácios de Micenas a partir da qual concretizaram os estilos arquitetônicos do que seria o tradicional templo grego. Entre os séculos V e IV a.C., a arte grega consolida suas formas definitivas. Na escultura, somou-se ao naturalismo e à proporção das figuras o conceito de dinamismo refletido nas estátuas de atletas como o Discóbolo

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de Miron e o Doríforo de Policleto.

Na arquitetura, em contrapartida, o aperfeiçoamento da óptica (perspectiva) e a fusão equilibrada do estilo jônico e dórico trouxe como resultado o Partenon de Atenas, modelo clássico por excelência da arquitetura dessa época. No século III, durante o período helenístico, a cultura grega se difunde, principalmente graças às conquistas e expansão de Alexandre Magno, por toda a bacia do Mediterrâneo e Ásia Menor.

Ajax com o cadáver de Aquiles

Pintura

Para falar da pintura grega é necessário fazer referência à cerâmica, já que foi precisamente na decoração de ânforas, pratos e utensílios, cuja comercialização era um negócio muito produtivo na antiga Grécia, que a arte da pintura pôde se

desenvolver. No começo, os desenhos eram simplesmente formas geométricas elementares - de onde se originou a denominação de geométrico conferida a esse primeiro período (séculos IX e VIII a.C.) - que mal se destacavam na superfície.

Com o passar do tempo, elas foram gradativamente se enriquecendo, até adquirir volume. Surgiram então os primeiros desenhos de plantas e animais guarnecidos por adornos chamados de meandros. Numa etapa próxima, já no período arcaico

(séculos VII e VI a.C.), começou a ser incluída nos desenhos a figura humana, que apresentava um grafismo muito estilizado. E, com o aparecimento de novas

tendências naturalistas, ela passou a ser cada vez mais utilizada nas representações mitológicas, o que veio a aumentar sua importância.

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As cenas eram apresentadas em faixas horizontais paralelas que podiam ser visualizadas ao se girar a peça de cerâmica. Com a substituição do cinzel pelo pincel, os traçados se tornaram mais precisos e ricos em detalhes. As peças de cerâmica pintadas começam a experimentar uma perceptível decadência durante o classicismo (séculos IV e V a.C.). No entanto, passado um bom tempo, elas

acabaram ressurgindo triunfantes no período helenístico (século III), totalmente renovadas, cheias de cor e ricamente decoradas.

A "Pinax"

Escultura

As primeiras esculturas gregas (século IX a.C.) não passavam de pequenas figuras humanas feitas de materiais muito brandos e fáceis de manipular, como a argila, o marfim ou a cera. Essa condição só se alterou no período arcaico (séculos VII e VI a.C.), quando os gregos começaram a trabalhar a pedra. Os motivos mais comuns das primeiras obras eram simples estátuas de rapazes (kouros) e moças (korés). As figuras esculpidas apresentavam formas lisas e arredondadas e plasmavam na pedra uma beleza ideal.

Essas figuras humanas guardavam uma grande semelhança com as esculturas egípcias, as quais, obviamente, lhes haviam servido de modelo. Com o advento do classicismo (séculos V e IV a.C.), a estatuária grega foi assumindo um caráter próprio e acabou abandonando definitivamente os padrões orientais. Foi o

consciencioso estudo das proporções que veio oferecer a possibilidade de se copiar fielmente a anatomia humana, e com isso os rostos obtiveram um ganho

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Mais tarde introduziu-se o conceito de contrapposto - posição na qual a escultura se apoiava totalmente numa perna, deixando a outra livre, e o princípio do dinamismo tomou forma nas representações de atletas em plena ação. Entre os grandes artistas do classicismo estão: Policleto, Miron, Praxíteles e Fídias. Contudo, não se pode tampouco deixar de mencionar Lisipo, que, nas suas tentativas de plasmar as verdadeiras feições do rosto, conseguiu acrescentar uma inovação a esta arte, criando os primeiros retratos.

Durante o período helênico (século III a.C.), verificou-se uma ênfase nas formas herdadas do classicismo, e elas foram se sofisticando. O resultado disso foi o surgimento de obras de inigualável monumentalidade e beleza, como O Colosso de Rodes, de trinta e dois metros de altura. É interessante esclarecer que, tanto por sua função religiosa quanto pela sua importância como elemento decorativo, a escultura estava estreitamente ligada à arquitetura. Isso se evidencia nas estátuas trabalhadas nas fachadas, colunas e interiores dos templos.

Discóbolo de Mison

ROMA

Definição Geral

O desenvolvimento da arte romana começou a partir do século II a.C., época em que Roma já dominava a totalidade do Mediterrâneo e avançava com passos firmes sobre o norte da Europa e a Ásia. Duas importantes culturas convergiram no

período: a etrusca e a grega. A primeira, presente desde o início, no século VIII a.C., se caracterizava por um acentuado orientalismo, fruto do estreito contato comercial que os etruscos mantinham com outros povos da bacia do Mediterrâneo.

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Quanto à influência grega, o processo de helenização dos romanos tornou-se intensivo a partir do século IV a.C. e se traduziu em todos os âmbitos da cultura: a escultura, a arquitetura, a literatura e, inclusive, a religião e a língua. Ou se

mandavam trazer da Grécia esculturas, colunas e objetos de todo tipo, ou se faziam cópias dos originais nas oficinas da cidade. O espírito romano, mais prático e menos lírico, não demorou muito a oferecer sua própria versão do estilo.

Desde a instauração do império, no século I a.C., a arte foi utilizada em Roma como demonstração de grandeza. Não apenas mudou totalmente a imagem da capital como também a do resto das cidades do império. Palácios, casas de veraneio, arcos de triunfo, colunas com estelas comemorativas, alamedas, aquedutos, estátuas, templos, termas e teatros foram erguidos ao longo e ao largo dos vastos e variados domínios do império romano.

Pintura

A pintura romana sempre esteve estreitamente ligada à arquitetura, e sua finalidade era quase exclusivamente decorativa. Já no século II a.C., na época da república, disseminou-se entre as famílias patrícias, empenhadas em exibir sua riqueza, o peculiar costume de mandar que se fizessem imitações da opulenta decoração de templos e palácios, tanto na casa em que viviam quanto naquela em que passavam o verão. Graças a um bem-sucedido efeito ótico, chegavam a simular nas paredes portas entreabertas que davam acesso a aposentos inexistentes.

Além dos ornamentos palacianos, os temas favoritos escolhidos por essa arquitetura fictícia eram quase sempre cenas da mitologia grega, vistas de cidades ou praças públicas e bucólicas paisagens tipicamente romanas. Com o tempo,

aproximadamente na metade do império, esse costume deixou de ser moda e foi se atenuando, até que as grandes pinturas murais acabaram tendo reduzidas suas dimensões, para transformarem-se finalmente em pequenas imagens destinadas a obter efeitos decorativos.

Isso se passava no âmbito da pintura propriamente dita, porque, convivendo com ela nos lares abastados e em não raros edifícios públicos, o mosaico foi o outro grande favorito na decoração de interiores romana. Os temas prediletos para a aplicação dessa complicada e minuciosa técnica foram, por um lado, o retrato, que podia ser

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bem pessoal ou apresentar um caráter familiar, e, por outro, as onipresentes cenas mitológicas, além das paisagens rurais ou das marinhas, com sua fauna e flora.

Almedo e Salceste

Escultura

Os romanos costumavam dedicar especial apreço pelas obras totalmente naturalistas, dinâmicas e proporcionadas da estatuária grega. Diante da impossibilidade de transportar as obras mais valiosas de Fídias, Policleto ou

Praxítenes, eles tomavam providências no sentido de que seus próprios escultores as copiassem. Isso fez com que surgissem importantes escolas de copistas. Pode-se dizer que quase todas elas logo atingiram um excelente nível de realização. Desse modo, a arte estatuária do império compensou com quantidade sua falta de

originalidade.

Encontrando na escultura a maneira ideal de perpetuar a história e seus

protagonistas, proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas eqüestres de imperadores e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade, alçados praticamente à categoria de deuses. Cláudio, por exemplo, fez-se esculpir com os atributos de Júpiter, e Augusto se fez retratar com seus galões militares, afundado numa armadura que deixava entrever os músculos do Doríforo de Policleto.

A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares tomou forma nos relevos. Num primeiro momento foram utilizados como suporte os frontispícios de templos e arcos de triunfo. No entanto, não demorou muito para essas superfícies se tornarem um espaço exíguo para conter o volume dos acontecimentos que

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deviam transmitir. Foi dessa maneira que nasceram as colunas comemorativas, ao redor das quais se esculpiam as imagens das batalhas do império. A riqueza de detalhes era uma das características desse trabalho.

A loba Capitólia amamentando Remo e Rômulo

ORIENTAL (CHINESA E JAPONESA) Definição Geral

A arte do Extremo Oriente, rica e variada em suas manifestações, revela, na China e no Japão, estreito relacionamento com a religião, sendo ao mesmo tempo eco das numerosas dinastias chinesas e dos guardiães da cultura (bonzos) japoneses. O vínculo permanente entre ambos os países determinou a influência do primeiro sobre o segundo, desde os séculos V e VI até o XIX, em todas as disciplinas artísticas, embora com o tempo os artistas japoneses tenham forjado sua imagem própria, naturalista e distanciada do simbolismo chinês.

Um dos fatores que determinaram essa estreita relação cultural foi a religião, mais precisamente o budismo. Os chineses, a princípio taoístas e confucionistas,

começaram a absorver as crenças budistas, depois da expansão do império gupta (indiano) no século IV, sendo definitiva a instauração dessa religião durante a dinastia T'ang (século VI). O Japão recebeu o budismo das mãos dos chineses durante o período Nara (645-784). Difundiram-se assim os primeiros templos chineses, os pagodes, inspirados nos stupas hindus.

A escultura chinesa também adotou as ousadas e elegantes formas da Índia, que transpôs para o Japão nas estátuas colossais de Buda. A cerâmica e a porcelana ocorreram com igual profusão em ambas as culturas, embora os motivos tenham nascido da iconografia chinesa. Os melhores expoentes pertencem às dinastias Ming

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e Ts'ing. A pintura de paisagens atingiu o auge na China a partir do século XII, mas então o Japão desenvolveu um estilo próprio, de costumes e narrativo, carente do lirismo e da intelectualidade dos chineses.

Pintura

A extensa história da pintura chinesa começou com um quadro sobre seda

encontrado recentemente e que pertenceu à dinastia Shou (206 a.C.). A ele seguem-se os afrescos dos tempos da dinastia Han e mais tarde os da T'ang, muito bem-conservados e de uma elegância e refinamento característicos das cortes imperiais. Os motivos eram tanto religiosos quanto profanos. Existia o pequeno formato de álbuns, combinando as ilustrações com letras desenhadas. No século XI aparecem os primeiros quadros de paisagem.

O paisagismo foi considerado na China o gênero pictórico mais relevante e atingiu o apogeu durante a dinastia Song (IX-XIII). As paisagens ostentavam formas puras e simbólicas, as composições eram em geral assimétricas e obtinha-se uma ilusão de perspectiva sem paralelo na pintura universal. A partir de então, a pintura chinesa se limitou à imitação dos modelos antigos, e surgiram a pintura sobre seda e as

gravuras, que tão imitadas seriam na Europa rococó (Chinoiserie).

A pintura japonesa, no essencial, não se afastou do modelo chinês. A princípio também se produziu grande quantidade de afrescos, que decoravam as paredes dos templos. De caráter naturalista, eram semelhantes às primeiras pinturas budistas dos pagodes chineses. Já em plena Idade Média, os pintores japoneses abandonaram definitivamente os temas religiosos e optaram por ilustrar o refinamento e os luxos da corte. Adquiriu então importância a técnica da aquarela sobre papel ou seda, sempre segundo cânones estéticos chineses.

A partir do século XIV, a pintura sobre seda se transformou no gênero mais

valorizado, e manifestou-se uma renovada religiosidade nos temas. Também foi o apogeu dos gêneros paisagista e de costumes, com os conhecidos quadros da cerimônia do chá. O grande ressurgimento da pintura não chegou senão no século XVIII, com os quadros de costumes conhecidos como ukiyo e obras de Utamaro e Hokusai, que tanta influência exerceram sobre a pintura dos séculos XIX e XX,

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principalmente a dos impressionistas e modernistas.

Principe e Cavaleiro / Arte Japonesa

Escultura

As primeiras esculturas chinesas eram figuras zoomórficas monumentais da época da dinastia Han, tanto em pedra como em bronze. Sob o governo da dinastia T'ang proliferaram as figuras em madeira pintada e folheadas a ouro, típicas da plástica indiana. Pode-se dizer que esses modelos se conservaram ao longo de toda a história da arte chinesa quase sem variações estilísticas, com exceção das famosas estátuas monumentais do príncipe Buda, pertencentes à dinastia Ming (século XIV).

Os escultores japoneses adotaram os modelos búdicos austeros da dinastia chinesa T'ang, combinando-os com os preceitos históricos do xintoísmo. Não satisfeitos com a idealização chinesa, tentaram dotar sua estatuária de grande expressividade, o que os levou a colorir rostos e intensificar as feições. Esse expressionismo foi transferido depois para as máscaras de teatro do século XV. Ousados e inconformados, os artistas japoneses não temeram cair num certo maneirismo próximo do grotesco.

Os trabalhos em jade, bronze, cerâmica e porcelana de caráter suntuoso, nos quais tanto os chineses quanto os japoneses demonstraram um refinamento singular e uma grande exigência de qualidade, obscureceram a escultura. As jóias e os objetos decorativos em jade, pedra extremamente difícil de se esculpir, e os espelhos

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porcelana faz parte da tradição: a mais representativa continua sendo a azul cobalto e branca (Arte Ming).

Personificação de Buda / Arte Chinesa

ORIENTAL (INDIANA E KHMERIANA) Definição Geral

Deve-se entender como arte indiana aquela que se manifestou não apenas na Índia, mas também na Caxemira, Ceilão, Nepal, Tibete e Indonésia. O modelo, entretanto, foi forjado no país que lhe dá o nome e difundiu-se a partir do reino vizinho, o Khmer, pelos demais. As origens da arte indiana remontam às invasões dos arianos, no século VII a.C., que depois de devastar a civilização do vale do Indo impuseram sua língua, o sânscrito, e seus escritos religiosos, Os Vedas. Com a dinastia dos

Mauryas começou um período de esplendor cultural.

O budismo, apesar de posterior ao bramanismo e contemporâneo do jainismo, estabeleceu os princípios da arte indiana ao longo de toda a história, desde seu surgimento. A necessidade de difusão desse movimento religioso levou à adoção de determinados parâmetros de representação, que depois foram estendidos às outras religiões. A arte indiana também recebeu influência persa, principalmente nas cortes, sob o reinado de Asoka (274-237 a.C.). No século I d.C. surgiram as três escolas mais importantes da Índia.

A de Gandhara e a de Mathura, no norte; e a de Wengi, no sul. A primeira foi a mais importante, na medida em que, influenciada pela arte grega, criou a chamada arte grecobúdica e foi também responsável pela primeira representação figurativa do príncipe Buda, sentado e com auréola, até então simbolizado pelo vazio. O chamado período clássico começou com os reis guptas, que revitalizaram notavelmente a

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