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Academic year: 2021

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16°

TÍTULO: A EXPRESSÃO FACIAL DAS EMOÇÕES BÁSICAS

TÍTULO:

CATEGORIA: EM ANDAMENTO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

ÁREA:

SUBÁREA: PSICOLOGIA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): CAIO HENRIQUE FERREIRA DA COSTA

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): FLÁVIO THEODORO DA SILVA

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1. RESUMO

Este artigo visa traçar um panorama, cobrindo as principais e mais relevantes publicações científicas acerca da universalidade das emoções básicas e do facial

action coding system (FACS), sendo esse, apresentado enquanto ferramenta

científica de mensuração dos movimentos faciais e interpretação dos estados afetivos relacionados. No caso deste artigo, abordaremos a expressão facial das emoções básicas em seres humanos, onde buscou-se o objetivo de contribuir para organização do que há de relevante e atualizado sobre o estudo científico desse campo e divulgar seus resultados e descobertas em língua portuguesa para o Brasil – de forma inédita – e aos demais países falantes desse idioma.

2. INTRODUÇÃO

É possível dizer que a primeira grande publicação sobre a expressão facial das

emoções foi escrita por Charles Darwin1 na sua obra “The Expession of the Emotions

in Man and Animals”2, publicada no ano de 1872. Antes disso, tivemos alguns tratados que buscaram abordar, não só a parte fisiológico-anatômica, mas também, algumas hipóteses sobre as questões emocionais, porém, nenhum deles teve mais importância e influência do que a publicação de Darwin. O que Darwin propôs, nesse trabalho, pautado por justificativas evolucionistas e heranças genéticas, é que as expressões das emoções são universais, isto é, iguais para a espécie, independentemente de sua

cultura particular em questão. “Os principais movimentos expressivos de homens e

animais inferiores são inatos ou hereditários, isto é, não foram aprendidos pelo indivíduo” (Darwin, 1872/2009, p. 298). Anos mais tarde, na contramão das ideias de Darwin, a antropóloga Margaret Mead (1967) afirmou justamente o contrário, ao discorrer que a expressão facial das emoções teria modificações de cultura para cultura. Foi então, que o psicólogo Paul Ekman decidiu investigar qual dos dois teóricos estaria certo. Sua base no estudo das emoções veio principalmente das

1 Apresentando e organizando os mais relevantes estudos até então publicados, onde vale citar as obras

Conférences sur l’expressions des différents caracteres des passion (Le Brun, 1667); Discours par Pierre Camper sur le moynen de représenter les diverses passions (Pierre Camper, 1792); Anatomy and philosophy of expression

(Sir Charles Bell, 1806/1844); The physiology or mechanism of blushing (Dr. Burgess, 1839) e Mécanisme de la

physionomie humaine (Dr. Duchenne, 1862).

2 Para este artigo, foi utilizada a versão traduzida por Leon de Souza Lobo Garcia e publicada pela editora

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teorias das emoções de seu professor, orientador e parceiro de pesquisa S. S. Tomkins (1962; 1963) (Ekman & Friesen, 1971), e dentro de sua pesquisa, a fim de descobrir se as emoções seriam expressas de forma universal ou específicas às culturas, vale destacar os estudos (Ekman, Sorenson, and Friesen, 1969; Ekman and Friesen, 1971; Ekman, 1972) com uma tribo da Nova Guine, que nunca teve contato com tecnologia, outras civilizações ou mesmo vira o próprio rosto, haja visto que não possuíam espelhos ou tinham rios que os permitissem de ver o próprio reflexo na água. Foi esta “tribo virgem” que possibilitou a Ekman encontrar evidências suficientes para poder constatar que as emoções são expressas na face de forma inata e

universal3. Com W. Friesen e S. S. Tomkins, elaborou, no ano de 1971, um método

de medição das ações faciais – o Facial Affect Scoring Technique (FAST) – e

interpretação das emoções básicas: alegria, tristeza, raiva, medo, aversão e surpresa (Ekman, Friesen & Tomkins, 1971). Esse método passou por modificações e, no ano de 1978, foi publicado como Facial Action Coding System (FACS), e então revisado em 2002, onde a emoção desprezo foi incorporada ao manual (Ekman, Friesen & Hager, 2002), e respaldada como universal por pesquisas realizadas anteriormente (Ekman & Friesen, 1986; Ekman & Heider, 1988). Outros teóricos apareceram como pupilos de Ekman ou como interessados na sua pesquisa, repetindo seus experimentos, realizando novos e ampliando os conhecimentos e aplicações do FACS, onde vale citar os nomes de Erika Rosenberg (Stanford University, EUA), David Matsumoto (San Francisco State University, EUA) e Armindo Freitas-Magalhães (Universidade Fernando Pessoa, Portugal). Onde, para este artigo, foram selecionadas algumas publicações de Freitas-Magalhães, que entre outros pioneirismos, foi o responsável por criar o Laboratório de Expressão Facial (FEELab) em Portugal e não só traduzir, mas apresentar a primeira versão crítica do FACS em

língua portuguesa4 (Freitas-Magalhães, 2016), onde afirma que “Ao professor Paul

Ekman deve-se a assunção consensual da comunidade científica mundial quanto ao quadro das emoções básicas (tristeza, cólera5, surpresa, medo, aversão, alegria e desprezo)” (p.18). É necessário também, dizer que compreendemos emoção como

3 Ekman também encontrou variações a nível cultural, que chamou de display rules, e esses, dizem respeito às

regras culturais de exibição de uma determinada emoção, enquanto aceitável ou reprimível, socialmente, isto é, como as pessoas são instruídas socialmente a demonstrarem ou a mascararem as suas emoções. (Ekman, 1972).

4 Traduzido como Sistema de Codificação da Acção Facial (SCAF).

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fora definida de forma analítica por Freitas-Magalhães, em 2011, na sua obra O Código de Ekman:

Apesar da dificuldade na definição de emoção enquanto conceito consensual, a literatura atesta, porém, o envolvimento dos processos neuronais, motores e experienciais. A emoção é uma resposta automática, intensa e rápida, inconsciente e/ou consciente, perante o perimundo, e um impulso neuronal que leva o organismo a produzir uma acção (p.36)

E também com as referências específicas da neurociência, como nos define Suzana Herculano-Houzel, ao escrever sobre as emoções em Cem Bilhões de Neurônios? (2010) de Roberto Lent:

Envolvem sempre três aspectos: (1) um sentimento, que pode ser positivo ou negativo; (2) comportamento, ou seja, reações motoras

características de cada emoção; e (3) ajustes fisiológicos

correspondentes. As regiões neurais envolvidas são geralmente reunidas em um conjunto denominado sistema límbico, que agrupa regiões corticais e subcorticais situadas sobretudo, mas não exclusivamente, nos setores mais mediais do encéfalo.

Sem abordar outras aplicações e implicações do FACS (assunto esse para outra publicação), este artigo se resume a apresentar esse método científico de medição das ações faciais, apenas para a compreensão das emoções básicas já referidas.

3. OBJETIVOS

Divulgar os conhecimentos atualizados do Facial Action Coding System (FACS) para a compreensão da expressão facial a nível das emoções básicas em seres humanos.

4. METODOLOGIA

Desenho do estudo: Desenvolver uma revisão sistemática da literatura científica

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em um artigo de revisão com o objetivo de contribuir para a ampliação e divulgação de informações científicas relacionadas ao estudo da face humana.

Fontes de pesquisa: realizar revisão bibliográfica nas seguintes bases de dados:

PUBmed; Pepsic; LILACS; Medline; PsycInfo; SciELO; utilizando os seguintes

descritores: (1) “Facial Action Coding System (FACS)”; (2) ““Expressão Facial”; (3)

“Emoções Básicas”; (4) “Emoções Manifestas”.

5. DESENVOLVIMENTO

O Facial Action Coding System (FACS) foi apresentado em 1978 por P. Ekman e W. V. Friesen. Foi revisado em 2002, onde participou J. C. Hager e consiste em um código que caracterizou 44 AUs (Action Units ou Unidades de Ação) que estão associadas com um ou um conjunto de músculos faciais específicos...

6. RESULTADOS PRELIMINARES

Tabela: Identificação e descrição das emoções básicas. Fonte: Freitas-Magalhães, 2011, p.13

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7. FONTES CONSULTADAS

Darwin, C. (2009). A expressão das emoções no homem e nos animais. (Leon de Souza Lobo Garcia, Trad.). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1872).

Ekman, P. (1972). Universals and cultural differences in facial expressions of emotion. Nebraska Symposium on Motivation, University of Nebraska Press.

Ekman, P. & Friesen, W. V. (1971). Constants across cultures in the face and emotion. Journal of Personality and Social Psychology, 1971, 17 (2), 124-129.

Ekman, P. & Friesen, W. V. (1986). A New Pan-Cultural Facial Expression of Emotion. Motivation and Emotion, Vol. 10, No. 2.

Ekman, P., Friesen. W. V., & Tomkins, S. S. (1971). Facial affect scoring technique: a

first validity study. Semiotica, 3, 37-58. Retirado de

https://www.paulekman.com/wp-content/uploads/2013/07/Facial-Affect-Scoring-Technique-A-First-Validity-Study.pdf

Ekman, P., Sorenson, E. R., & Friesen, W. V. (1969). Pan-cultural elements in facial displays of emotions. Science, April 4, 1969, 164 (3875), 86-88.

Ekman, P., Friesen, W. V., & Ancoli, S. (1980). Facial signs of emotional experience. Journal of Personality and Social Psychology, 39, 1125–1134.

Ekman, P.; Friesen, W. V.; & Hager, J. C. (2002). The Facial Action Coding System. (2nd ed.) Salt Lake City, UT: research Nexus ebook.

Ekman, P.; Heider, K. G. (1988). The universality of a contempt expression: a replication. Motivation and Emotion, Vol. 12, No. 3.

Freitas-Magalhães, A. (2011). O código de ekman: o cérebro, a face e a emoção. Porto, Portugal: FEELab Science Books.

Freitas-Magalhães, A. (2016). Facial Action Coding System: manual de codificação da face humana. Porto, Portugal: FEELab Science Books.

Lent, R. (2010) Cem bilhões de neurônios? conceitos fundamentais de neurociência - 2ª edição. São Paulo: Atheneu.

Mead, M.. (1967). Cooperation and competition among primitive people. Boston: Beacon.

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Tomkins,S. S. (1962). Affect, imagery, consciousness Vol 1. The positive affects. New York: Springer.

Tomkins,S. S. (1963). Affect, imagery, consciousness Vol 2. The negative affects. New York: Springer.

Referências

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