TÍTULO: ESTUDO SOBRE ACESSIBILIDADE EM ESTABELECIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS NO BAIRRO ATERRADO EM VOLTA REDONDA E SUA CONEXÃO A USUÁRIOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
TÍTULO:
CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA:
ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA ÁREA:
SUBÁREA: ENGENHARIAS SUBÁREA:
INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE INSTITUIÇÃO:
AUTOR(ES): PAULO VICTOR ALVES DE AVILA, ALEXANDRE CAETANO ROSA, AMANDA SIMÕES SOUZA DE OLIVEIRA, ANDRÉ DE OLIVEIRA ALVES, DANILO DE OLIVEIRA CAETANO, ERICK BRUNO VALENTIM BATISTA, JANDERSON ROBERTO SANTOS LIMA, WALLACE GONÇALVES DO NASCIMENTO
AUTOR(ES):
ORIENTADOR(ES): LUCIANA SESSA GENEROSO, MYRIAM KIENITZ LEMOS ORIENTADOR(ES):
1. RESUMO
Este estudo propõe uma pesquisa para levantamento de informações atuais sobre a estrutura dos estabelecimentos públicos e privados situados no bairro Aterrado de Volta Redonda, em relação à acessibilidade. Com o objetivo de identificar as condições dos locais reflete-se sobre o motivo pelo qual estabelecimentos públicos e privados eventualmente não possuam instalações acessíveis. Apresentam-se os dados parciais da pesquisa correspondentes à aplicação de questionário próprio nos estabelecimentos privados. Os dados tratados estatisticamente confirmaram a desinformação acerca da temática, que em geral os estabelecimentos atendem a pessoas com deficiências e demonstraram interesse em saber sobre o assunto. Os resultados também mostraram que há dificuldade em realizar adequações prediais e poucos estabelecimentos que possuem instalações acessíveis não a divulgam para o público interessado.
Palavras Chaves: Engenharia Civil, Acessibilidade, Deficiência. 2. INTRODUÇÃO
Ao percorrer trajetos urbanos nota-se a baixa presença de deficientes o que provoca questionamentos tais como: Por qual motivo grande parte dos estabelecimentos públicos e privados não investem em instalações que proporcionam a acessibilidade? Por outro lado desperta a curiosidade compreender as razões que levaram alguns estabelecimentos a modificar seu espaço de forma a torná-los acessíveis.
Realizou-se pesquisa para levantamento de informações e identificação das condições atuais da estrutura dos estabelecimentos públicos e privados situados no bairro Aterrado de Volta Redonda, em relação à acessibilidade. Esta ação visa identificar se as edificações podem ser consideradas acessíveis de acordo com as especificações da ABNT NBR 9050/15.
3. OBJETIVOS
Conhecer estabelecimentos públicos e privados do bairro Aterrado de Volta Redonda visando identificar se possuem instalações que proporcionem a acessibilidade. Realizar um estudo sobre o Estatuto da Cidade no que tange à acessibilidade. Levantar dados do IBGE e de órgãos públicos acerca do quantitativo de deficientes em Volta Redonda. Elaborar um folheto informativo sobre a acessibilidade para ser distribuído a cada responsável por estabelecimento privado ou público. Propor o desenho de um
aplicativo para celular com o objetivo de conectar estabelecimentos com acessibilidade a usuários com necessidades especiais.
4. METODOLOGIA
Trata-se de pesquisa aplicada com objetivos exploratório e descritivo. Envolveu procedimentos tais como: pesquisa bibliográfica e estudo de campo no município de Volta Redonda. Aplicou-se um questionário próprio junto aos proprietários de estabelecimentos privados cujos resultados são relatados na próxima seção. A pesquisa com os responsáveis por órgãos públicos encontra-se em desenvolvimento.
5. DESENVOLVIMENTO
O estudo sobre a acessibilidade se intensificou em função da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (2015) “destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão e cidadania”. De acordo com dados do IBGE (2010) no município de Volta Redonda existem 55720 deficientes identificados por deficiência auditiva, visual, mental e motora, sendo que alguns destes apresentam múltiplas deficiências. Considerando os dados do IBGE (2010) para Volta Redonda que possui 257.803 habitantes verifica-se que a população que se declara deficiente corresponde a 22% o que justifica um olhar sensível quanto às suas necessidades particulares cotidianas.
6. RESULTADOS PRELIMINARES
Delimitou-se a área do bairro em cinco zonas diferentes. O questionário com 18 perguntas diferentes foi aplicado em duas etapas sendo a primeira de visitação aos estabelecimentos privados e a segunda (ainda não realizada) aos estabelecimentos públicos. Foram visitados 40 estabelecimentos privados.
A desinformação acerca do quantitativo de deficientes existentes em Volta Redonda prevalece na população quando 93% dos entrevistados declararam desconhecer o dado do IBGE de 2010. 90% dos entrevistados responderam que o estabelecimento atende a pessoas deficientes (Gráfico 1) e posteriormente definiram os quantitativos para os tipos de deficiências (Gráfico 2). Os dados mostram que na prática os lojistas percebem este público e suas limitações.
Outro dado que se mostrou significativo diz respeito à pergunta sobre a existência de instalações mínimas de acessibilidade nos estabelecimentos que revelou que 45% declararam não possuir e 47% declararam possuir as instalações, os demais responderam em branco. No entanto, este resultado aumenta para o número de estabelecimentos sem instalações acessíveis para todas as cinco perguntas respondidas sobre itens específicos de acessibilidade (Tabela 1).
Tabela 1: Respostas para itens específicos de acessibilidade Não possui Possui, sem acesso a todos os locais Possui, em condições precárias Possui, em boas condições Sim, em excelentes condições Possui rampa? 22 3 1 6 6 Possui corrimão? 21 3 1 4
Possui banheiro acessível? 29 5 1 3
Possui estacionamento próprio? 33 4
Possui vaga para deficiente? 21 3 3
Fonte: Arquivo dos Autores.
Nota: A pergunta sobre a existência de elevador foi excluída, pois foi observado que quase todos os estabelecimentos possuíam apenas o andar térreo, portanto não se aplica.
Frente aos dados já coletados encontramos forte necessidade de se levar informação à população. O questionário revelou ainda que 80% dos entrevistados têm interesse em saber mais sobre a acessibilidade. Além disso, disseram que a maior dificuldade em adequar o estabelecimento à acessibilidade esbarra no investimento financeiro e 92% dos entrevistados afirmaram que veem vantagem em ter clientes com deficiência, o que motiva a área da construção civil na busca por alterações prediais com soluções personalizadas de baixo custo. Um último dado mostrou que dos 47% de estabelecimentos que disseram possuir acessibilidade apenas 7% informou que divulga
90% 7%
3%
Seu estabelecimento recebe clientes com alguma
deficiência? Sim Não 0 20 40
Seu estabelecimento recebe clientes com quais
deficiências?
Gráfico 1: Deficientes frequentam o estabelecimento. Fonte: Arquivo dos autores
Gráfico 2: Tipos de deficiência Fonte: Arquivo dos autores
o diferencial em alguma mídia a fim de atrair clientes. Este último dado confirma uma lacuna que mostra a necessidade de se criar um canal de comunicação versátil que conecte estabelecimentos e usuários com necessidades especiais.
7. FONTES CONSULTADAS
CONVENÇÃO SOBRE DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA COMENTADA. RESENDE, A. P. C.; VITAL, F. M. P. (Coord.). Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência. Brasília. 2008. Disponível
em http://www.governoeletronico.gov.br/biblioteca/arquivos/a-convencao-sobre-os-direitos-das-pessoas-com-deficiencia-comentada. Acesso em 01/02/2016.
ESTATUTO DA CIDADE. Disponível
em:http://www.senado.gov.br/senado/programas/estatutodacidade/oquee.htm. Acesso em 23/02/2017.
IBGE, Censo Demográfico 2010. Disponível em <br />Clique <a STYLE="text-decoration:none"
href="http://www.censo2010.ibge.gov.br/"target="_blank"><fontcolor=7F7C50>aqui</fon t></a> para obter as informações do Censo Demográfico 2010. Acesso em 29/08/2017. LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (Estatuto da
Pessoa com Deficiência). Disponível
emhttp://www.senado.leg.br/atividade/rotinas/materia/getPDF.asp?t=169153&tp=1. Acesso em 01/02/2016.
NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 9050 de 11/10/2015. Disponível