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O PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL

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Anais do 15º Encontro Científico Cultural Interinstitucional e 1º Encontro Internacional - 2017 ISSN 1980-7406

O PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL

COMINETTI JUNIOR, Airton.1

SILVA, Rhuan Ritter 2

MUNARO, Marcos Vinícius Tombini.3

RESUMO

O princípio do devido processo legal só teve o devido respaldo em nossa nação a partir da Constituição Federal de 1988, com disposição no artigo 5º Inciso LIV, garantindo assim que ninguém sofra uma punição estatal sem que seja seguido um tramite devido em que as partes possam esclarecer os fatos, bem como a autoridade competente e ninguém mais influa no processo, para que apenas assim o convencimento sobre o ocorrido seja pleno, implicando assim se for um caso, uma pena de acordo com o ocorrido, assegurando a todos da sociedade brasileira o acesso a um judiciário justo. Um verdadeiro estado democrático de direito.

PALAVRAS-CHAVE: Constituição, Punição, Sociedade, Judiciário, Garantia De Direito Fundamentais.

1 INTRODUÇÃO

Desde a composição da Constituição Federal de 1988 muitas mudanças ocorreram no sentido de assegurar tanto o acesso quanto a implicação da justiça, antes que houvesse aplicação expressa o legislador brasileiro utilizava-se do direito comparado, em especial do direito Norte Americano, que antes de sua aplicação em nosso país, já instituía tal imposição para alcance da justiça.

Nossa Carta magna ressalta em seu artigo 5º que “todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”, evidenciando assim um problema que existia dentro de nosso território nacional, a desigualdade, em que pessoas independentemente do motivo, tinham punições distintas pelo mesmo fato que cometeram. Evidenciado o problema, o legislador passou a ter mais equidade ao analisar as situações que diante do contexto apareciam.

Muito além de assegurar tais medidas, o legislador preocupou-se em impor medidas para que o esclarecimento dos fatos, fossem mais versáteis, em que pese as pessoas passaram a ter uma confiança

1

Discente do 5° Período do Curso de Graduação em Direito do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz. E-mail: juniorcominetti@hotmail.com

2 Discente do 8° Período do Curso de Graduação em Direito do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz. E-mail:

rhuan_rrs@hotmail.com

3

Advogado. Docente orientador do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz. Mestrando em Direito Processual Civil e Cidadania no programa de Mestrado da UNIPAR – Universidade Paranaense. E-mail: marcosmunaro@hotmail.com

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Anais do 15º Encontro Científico Cultural Interinstitucional e 1º Encontro Internacional - 2017 ISSN 1980-7406

maior no judiciário, pois como nos é sabido até 3 anos antes da promulgação de nossa Carta Magna, nossa nação vivia refém do medo, por conta da ditadura militar que ali imperava, superado tal “transição”, o legislador deixou claro que ninguém mais seria submetido a um julgamento perverso, sem que fossem tomadas as medidas cabíveis a manutenção da justiça, tais medidas estão devidamente postas no teor de nosso objeto de estudo, o inciso LIV do artigo 5º que reza “ ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.

2 EFICÁCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL NAS RELAÇÕES

O devido processo legal possibilita o maior e mais amplo controle dos atos jurídico estatais, gerando uma ampla eficácia do princípio do estado democrático de direito, no qual o povo não só se sujeita a imposição de decisões como participa de maneira ativa das mesmas.

Os princípios são normas que exigem que algo seja realizado na maior medida possível diante das possibilidades fáticas e jurídicas existentes. Isso significa, entre outras coisas que, ao contrário do que ocorre com as regras jurídicas, os princípios podem ser realizados em diversos graus.A ideia regulativa é a realização máxima, mas esse grau de realização somente pode ocorrer se as condições fáticas e jurídicas forem ideais, o que dificilmente ocorre nos casos difíceis (NUNES JUNIOR, 2011).

Por sua crescente e prestigiosa aplicação, acabou por transformar-se essa garantia constitucional em principio vetor das manifestações do estado contemporâneo e das relações de toda ordem entre o poder público, de um lado, a sociedade e os indivíduos de outro. Assumiu especifica importância na área do poder de polícia, considerando genérica e modernamente como a competência explicita ou implícita dos órgãos estatais para disciplinar o exercício da liberdade individual (Carlos Roberto Siqueira Castro 2011).

Regras expressam deveres definitivos e são aplicadas por meio de subsunção. Princípios expressam deveres prima facie, cujo conteúdo definitivo somente é fixado após sopesamento com princípios colidentes. Princípios são, portanto, ‘normas que obrigam que algo seja realizado na maior medida possível, de acordo com as possibilidades fáticas e jurídicas’, são, por conseguinte, mandamentos de otimização (SILVA, 2011)

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Anais do 15º Encontro Científico Cultural Interinstitucional e 1º Encontro Internacional - 2017 ISSN 1980-7406

A eficácia social da norma jurídica significa que a conduta humana se efetiva realmente de acordo com a própria norma; a norma é realmente seguida e aplicada; através dela está um fenômeno real de poder, que exige e comanda efetivamente sua obediência (PINTO FERREIRA, 1995).

De modo geral, os direitos fundamentais referentes à atuação processual e procedimental alicerçam-se no princípio da dignidade da pessoa humana, porquanto as atividades legislativa e jurisdicional devem ser acomodadas por procedimentos justos e adequados.

De fato, o devido processo legal abarca uma série de normas ou princípios constitucionais, que são considerados corolários daquele sobreprincípio, os quais asseguram o direito de ação e o direito de defesa judicial aos indivíduos, a saber: ampla defesa, contraditório, juiz natural, publicidade dos atos processuais, duração razoável do processo, motivação das decisões, tratamento paritário conferido às partes envolvidas no processo, etc.

Outrossim, destaca-se as duas óticas sob as quais o devido processo legal é analisado nos dias atuais, quais sejam: o devido processo legal formal, que reflete o conceito tradicional do princípio, segundo o qual o juiz deve, no caso concreto, prestar atenção aos princípios processuais anteriormente mencionados (contraditório, ampla defesa, motivação das decisões, etc.); e o devido processo legal substancial, que está relacionado à interpretação das normas jurídicas, como uma forma de controle para evitar as arbitrariedades do Estado. Aqui, devem ser observadas as regras de proporcionalidade e razoabilidade da atividade legislativa, a fim de serem buscados os ideais de justiça.

Diante de todos os aspectos ora analisados, e considerando a grande preocupação do constitucionalismo contemporâneo em assegurar os direitos fundamentais por meio do processo constitucional, restou demonstrado que o devido processo legal é expressão de democracia e cidadania, por reunir em seu conteúdo, inúmeras garantias de ordem constitucional e processual.

3 METODOLOGIA

O trabalho foi realizado a partir de pesquisa doutrinária abrangendo obras nacionais, bem como pesquisa jurisprudencial. Utilizou-se também de métodos teóricos, consistindo na consulta de obras e documentos eletrônicos, relacionados ao tema proposto.

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4 ANALÍSES E DISCUSSÕES

É estável nas doutrinas e nas jurisprudências brasileiros o reconhecimento do Devido Processo Legal, como sendo a garantia de contenção do poder estatal (Jurisdicional, Legislativo e Administrativo) nas relações jurídicas públicas. Mas a clausula do devido processo legal não pode ficar circunstanciada ao Poder Público, seguindo o direito fundamental due process of law igualmente aos particulares, fundada em pilares axiológicos como a igualdade substancial (Artigo 3° da Constituição Federativa do Brasil de 1988).

Ao Estado cabe também além do dever de abstenção, o dever positivo de proteção dos direitos fundamentais, de ameaças e lesões presentes não só nas relações públicos, como também, nas relações privadas. O Devido Processo Legal enquanto garantia de contenção de poder terá relevância nas relações em que há desequilíbrio perceptivo entre as partes.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Antes da Consolidação de nossa atual Constituição Federal, pouco se falava em direitos ou garantias, sempre que necessário se baseava em consultar consolidações de países “pioneiros”, no ramo da aplicação de garantias fundamentais. Independentemente do tempo que levou, nos dias de hoje contamos com nossa Carta magna repleta de garantias, que visam essencialmente a manutenção da justiça, para que assim nosso país se consolide cada vez mais como um estado verdadeiramente democrático de direito.

Vale ressaltar que além de trazer grandes avanços para a nação, nossa lei maior também, deu voz aos oprimidos, vez que não contavam com nenhum dispositivo legal, que assegurassem direitos iguais a pessoas pertencentes as classes sociais mais baixas, por mais que a desigualdade ainda exista em nosso país, não podemos nem comparar com o contexto que se findava anteriormente a sua promulgação, com prisões ilegais, totalmente desnecessárias que sucateavam cada vez mais os menos favorecidos pela sorte.

E, por fim, o princípio do devido processo legal exige um processo justo não apenas daqueles que fazem parte da relação processual ou que atuam diretamente no processo, mas também, de todos que

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indiretamente exercem funções consideradas essenciais à justiça, o inciso LIV do artigo 5º bem dispõe que“ ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 05 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 10 out. 2017.

FERREIRA PINTO, Curso de direito Constitucional – 7º ED. Ampl. E atual. – São Paulo: Editora Saraiva, 1995.

NUNES JUNIOR, Flávio Martins Alves. Remédios constitucionais. 4. ED. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011 – (Coleção elementos do direito; 13).

SILVA. Virgílio Afonso da. Teoria Dos Principios : Da definição a aplicação dos principios júridicos 7. ED. – São paulo: Malheiros, 2011.

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