No fim de 2015, a diretoria do Flu-minense surpreendeu ao anunciar o rompimento com a Adidas, parceira do time desde 1996, para fechar com a canadense e ainda desconhecida Dryworld. Após 11 meses e muita dor de cabeça, a cúpula do clube já mostra sinais de desistência com o acordo.
Segundo a Máquina do Esporte apu-rou, a situação entre clube e empresa é
insustentável e a direção do clube já se cansou da Dryworld. Hoje, há apenas um fato que mantém o contrato entre as duas partes: a eleição do clube, mar-cada para o dia 26 deste mês.
Como a presidência do clube será alterada, caberá ao próximo mandatá-rio tomar uma decisão. Oficialmente, o atual presidente Peter Siemsen ainda mede palavras. “Já recebemos ofertas,
Fluminense espera eleição
para romper com Dryworld
POR DUDA LOPES B O L E T I M
NÚMERO DO DIA
EDIÇÃO • 634 QUARTA-FEIRA, 16 DE NOVEMBRO DE 2016
Fluminense fechou com a Dryworld há um ano, mas ainda convive com atrasos
em pagamentos e em materiais esportivos. Na foto, sub-15 do time enfrenta o Botafogo. A equipe, assim como o restante da base e outros esporte, ainda veste
camisa da Adidas.
O F E R E C I M E N T O
30mi
de dólares foi o prejuízo
do GP de Interlagos
de Fórmula 1 deste
ano; o contrato entre
São Paulo e FIA está
previsto para ir até 2020
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F1 TEM ALTA NA
AUDIÊNCIA
A despedida de Felipe Massa do GP do Brasil de Fórmula 1 rendeu boa audiência para a Globo no fim de semana. Em São Paulo, a corrida paulistana conquistou 17 pontos de audiência e 32% de share (número de TVs ligadas). Desde 2012, a corrida brasileira não registrava audiência igual ou superior a 17 pontos.
No Rio de Janeiro, a vitória de Lewis Hamilton rendeu 16 pontos de audiência em média.
BOTAFOGO TERÁ
TCL EM JOGO
O Botafogo ampliou a parceria pontual com a empresa de tecnologia chinesa TCL.O clube atuará nesta quarta-feira (16), contra a Chapecoense, com a marca na camisa.
Antes, o acordo entre o clube e a TCL abrangia apenas os jogos contra o Flamengo e o Palmeiras.
A marca da TCL tem ficado na região das mangas e dos ombros do uniforme botafoguense.
GRÊMIO FAZ NOVO
PROGRAMA
O Grêmio terá um novo programa online. Chamado de "Queremos a Copa", o clube reuniu membros de sua rádio oficial para fazer uma mesa redonda focada no time gaúcho.
Foram fechados nove programas até o fim do ano, que serão transmitidos ao vivo pela página do Facebook da equipe.
O programa terá a apresentação da Coca-Cola, que já fazia parceria para a rádio oficial do Grêmio.
mas vamos fazer um último esforço com a Dryworld”, afirmou o dirigente ao Globoesporte.com, na última semana.
No ano passado, o clube foi seduzido pelas cifras canadenses; a Dryworld ofereceu cerca de três vezes mais do que a Adidas pagava. A relação, no entanto, nunca foi boa. Além dos atrasos financeiros, o clube teve problemas na entrega de materiais. Até
hoje, quase um ano depois, times da base e de outros esportes estão sem camisa. Os uniformes da Adidas são utilizados.
Outros clubes que apostaram na Dryworld também vivem pro-blemas. O Atlético Mineiro é outro exemplo. Até loja oficial, que deveria ser gerida pela marca, foi devolvida ao clube. Uma resci-são no fim deste ano não é descartada em Minas Gerais.
Nem jogador tem escapado da crise da empresa canadense. Luan, do Atlético, havia fechado com a companhia para ser em-baixador da marca. “Eles, no começo, mandavam mensagens, 'todo felizão', trocava ideia, falava que éramos uma família. E até hoje não arcaram com os compromissos deles”, afirmou publica-mente o atleta no início deste mês.
Na Justiça, a Dryworld já acumula 400 processos por dívidas no Brasil. Mas o principal imbróglio está no comando da marca no país. No meio deste ano, a companhia trocou a razão social de Rocamp/Logic para Dryworld Industrias Américas LTDA EPP. Em agosto, os sócios da Rocamp/Logic conseguiram retomar o comando da companhia na Justiça; eles haviam sido retirados.
O problema, claro, foi o prejuízo acumulado pelos canadenses no Brasil. O processo ainda corre em segredo de Justiça.
Procurado, o presidente da Dryworld no mercado brasileiro não atendeu à reportagem.
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"Preocupados com o fluxo de caixa, os clubes enxergam nos novos parcei-ros a galinha dos ovos de ouro. Mas não se atentam para o detalhe que é vital na relação das marcas esportivas com os clubes: capacidade de entrega.
A Dry Wolrd até hoje não tem ope-ração no Brasil. Vai usar os dois clubes como chamariz para a marca. Di-nheiro, aparentemente, existe. O que falta é capacidade de produzir as peças prometidas em contrato e, mais ainda, de fazer o produto ser colocado à ven-da ao torcedor, razão de ser do clube."
Esses dois parágrafos faziam parte da coluna escrita em 14 de dezembro de 2015, quando Atlético-MG e Flu-minense encaminhavam acerto com a Dry World para substituir Puma e Adidas, respectivamente, como forne-cedora de material esportivo do clube. Não durou um ano a relação entre a marca e os dois times, que diziam, na ocasião, que fariam "o melhor ne-gócio" da história do clube ao fechar o contrato com a novata empresa ca-nadense, sem qualquer história com o futebol e sem operação no Brasil.
O esporte adora se fazer de vítima quando um caso como esse estoura, mas o fato é que ele continua a ser um paraíso para aventureiros. Qual em-presa trocaria de fornecedor por um novato e desconhecido do mercado?
É isso que fazem as entidades espor-tivas, sempre olhando sob a ótica de mais dinheiro, e não de melhor par-ceiro. A gestão precisa evoluir para o esporte depender menos do fluxo de caixa para não cometer bobagens.
Esporte não pode ser paraíso
para aventureiros no mercado
O Black Friday é uma tradição americana após o feriado de Ação de Graças. Há alguns anos, a prática foi adotada entre lojistas brasi-leiros. A Netshoes, focada em artigos esporti-vos, resolveu ampliar as promoções para todo o mês de novembro. E o resultado é um novo pico de vendas para o site brasileiro.
O grupo que comanda a Netshoes chegou até a patentear o nome da ação. O Black Friday se transformou, então, no Black November. Na prática, isso deu pico de vendas ao site duran-te o mês e mudou o planejamento da empresa. “O Black November passou a ser preparado durante todo o ano. Desde o início do ano, conversamos com todos os fornecedores para
este mês. Quando terminar, já vamos voltar a falar sobre o ano que vem”, explicou a diretora de operações da Netshoes, Graciela Tanaka.
O mês envolve uma operação que, somente de colaboradores temporários, são 600 contra-tações, sendo 500 apenas para os Centros de Distribuição. Os locais, por sinal, passam a fun-cionar 24 horas por dia durante toda a semana. Os objetivos para este ano são considera-dos estratégicos e não foram revelaconsidera-dos. Ainda assim, em 2015 o aumento de venda no Black November foi de 50% em relação ao ano ante-rior, com 1 milhão de pedidos. Somente no dia do Black Friday, as vendas chegam a 50% do que é a média de um mês normal.
Com promoções, novembro vira mês de
pico de venda para Netshoes
4
POR DUDA LOPES
O P I N I Ã O
POR ERICH BETING
A ESPN adquiriu os direitos ex-clusivos do Troféu Bola de Prata, mais tradicional premiação do fu-tebol brasileiro. O canal comprou a marca junto à Editora Caras, ex--detentora do prêmio e da revista Placar. Com exclusividade para o nome, a emissora irá promover a 47ª edição da Bola de Prata em parceria com a Sportingbet.
“A aquisição da marca do Troféu Bola de Prata é mais uma ação que
reforça o compromisso e a credibi-lidade da ESPN quando o assunto é esporte”, afirmou German Her-tenstein, diretor geral da emissora ESPN no Brasil.
“É com orgulho que passaremos a promover a premiação mais im-portante do futebol nacional, que já reconheceu nomes como Zico, Júnior, Falcão, Rogério Ceni e Ney-mar”, acrescentou o executivo da emissora fechada.
Além dos naming rights do even-to, o acordo com o site de apos-tas online terá novidades, como a criação do prêmio Gol Mais Bonito Sportingbet, que irá homenagear o ex-lateral Carlos Alberto Torres, capitão do tricampeonato mundial de futebol, em 1970.
A premiação será promovida pelo canal fechado pelo décimo ano seguido após a última rodada do Brasileirão, que neste ano ter-mina em 5 de dezembro.
Para a escolha dos vencedores, uma comissão de jornalistas da ESPN assiste à todas as partidas do Brasileirão, atribuindo notas de 0 a 10 para cada jogador. Ao térmi-no do campeonato, quem tiver as melhores notas conquista o prê-mio. A relação dos jogadores mais bem avaliados até o momento será divulgada a partir da semana que vem nos programas jornalísticos da emissora de TV por assinatura.
Em 2015, o grande vencedor foi o então corintiano Renato Augusto.
POR ADALBERTO LEISTER FILHO
ESPN compra direitos exclusivos
de Troféu Bola de Prata
A CBB foi suspensa pela Fiba após reunião do Comitê Executivo da entidade internacional.
Com a decisão, o Brasil está fora de torneios internacionais até 28 de janeiro de 2017, quando nova reunião irá reavaliar a situação.
Entre as falhas apontadas pela federação nacional estão a ausência em competições
inter-nacionais, a desistência a 20 dias do evento de se-diar uma etapa do Circuito Mundial de basquete 3 x 3, o cancelamento de campeonatos brasileiros de base, a necessidade de interferência externa para financiar viagens de seleções brasileiras de base para torneios oficiais.
A CBB acumula dívidas de R$ 17 milhões.