PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 37ª Câmara de Direito Privado

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li b e ra d o n o s a u to s e m 20 /08/ 2 01 4 à s 1 3 :5 8 , é c ó p ia d o o ri g in a l a s s in a d o d ig it a lm e n te po r IS R A E L G O E S D O S A N J O S . a l, a c e s se o s it e h tt p s :/ /es a j. tj s p .j u s .b r/ e s a j, i n fo rm e o p ro c e ss o 1 04 6 028 -4 9 .2 01 3 .8.2 6 .010 0 e c ód ig o B 56 C F 4 . Registro: 2014.0000502460 ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1046028-49.2013.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que é apelante ITAÚ UNIBANCO S/A, é apelada XXXXXXXXX

ACORDAM, em 37ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ TARCISO BERALDO (Presidente) e SERGIO GOMES.

São Paulo, 19 de agosto de 2014. Israel Góes dos Anjos

RELATOR Assinatura Eletrônica

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 1046028-49.2013.8.26.0100 SÃO PAULO. APELANTE: ITAÚ UNIBANCO S.A. -

APELADA:

AÇÃO DE SUSTAÇÃO DE PROTESTO CUMULADA

COM REVISIONAL DE FINANCIAMENTO E

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. Pretensão de que seja afastada a inexigibilidade do débito e a condenação ao pagamento de indenização por danos morais, ou subsidiariamente que seja reduzido o valor fixado. INADMISSIBILIDADE: O Banco réu não comprovou a efetiva prestação de serviços. Cabia a ele a comprovação da efetiva existência de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito da autora, a teor do disposto no artigo

333, inciso II do Código de Processo Civil, ônus do qual não se incumbiu. A inclusão indevida no rol de inadimplentes causa constrangimentos ao consumidor, o que por si só constitui dano moral a ser indenizado. A indenização foi fixada em valor razoável e proporcional. Sentença mantida.

RECURSO DESPROVIDO.

Vistos.

Trata-se de recurso de apelação interposto por Itaú Unibanco S.A. contra a r. sentença de fls. 152/155, cujo relatório se adota, que julgou

parcialmente procedente a ação movida por XXXXXXXXXXXXXXXXX

para, mantendo a liminar anteriormente concedida, declarar a inexigibilidade da dívida objeto da lide e para condenar o banco réu ao pagamento do valor de R$ 4.000,00 a título de indenização por danos morais. O banco réu foi condenado, ainda, ao pagamento das custas e das despesas processuais, além de honorários advocatícios fixados em 15%

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sobre o valor da condenação.

Somente o banco réu apela (fls. 160/169)

alegando que o contrato de nº , objeto da demanda,

não deve ser declarado inexigível porque foi formalizado por meio eletrônico com a utilização de cartão magnético e senha pessoal e intransferível de 06 dígitos. Sustenta que referido contrato não possui qualquer relação com os débitos renegociados pelas partes. Ressalta que a inscrição do nome da autora no cadastro dos órgãos de proteção ao crédito constitui exercício regular do direito de cobrança. Subsidiariamente pede a redução do valor fixado a título de indenização por danos morais.

recurso (fls. 176/180).

A autora apresentou contrarrazões ao

É o relatório.

Não prospera o inconformismo do banco recorrente. A r. sentença deu correto desfecho à lide. Em razão disso, adota- se a fundamentação nela contida como razão de decidir do presente recurso, com fulcro no artigo 252 do Regimento Interno deste E. Tribunal de Justiça.

Cabe, contudo, acrescentar aos fundamentos do “decisum” algumas considerações.

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A autora moveu ação de sustação de protesto cumulada com revisional de financiamento e indenização por danos materiais e morais contra o Banco Itaú Unibanco S.A., na qual relata que em 4 de junho de 2010 firmou com o banco réu contrato de empréstimo de nº ___________ no valor original de R$ 46.600,00, que com a renegociação passou a valer R$ 81.324,03 (fl. 19) . Alega que só conseguiu honrar com o pagamento de 10 parcelas. Noticia que em abril de 2013 renegociou o valor total da dívida que mantinha com o banco réu. Sustenta que foi cadastrada nos órgãos de proteção ao crédito e está sendo

cobrada pelo banco réu a pagar um valor decorrente de um contrato de

empréstimo de nº _ , o qual afirma desconhecer. Daí sua

pretensão de que seja declarada a inexigibilidade da dívida e que seja o réu condenado a pagar-lhe indenização por danos morais.

In casu, não existem provas mostrando de maneira direta e inequívoca que a autora tenha celebrado eletronicamente o contrato em questão.

A discussão gira em torno de um dos contratos firmados pelas partes.

Verifica-se dos autos que há dois contratos.

Um deles de número _ no valor

original de R$ 46.600,00, que teve seu valor renegociado em abril de 2013 para R$ 81.324,03 (fls. 19/22).

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O outro, que é o que a autora não , no valor contratado de R$ 46.600,00 e datado de 4.6.2010.

Pois bem, o segundo contrato que é o que interessa para solução da lide, teria se originado segundo a versão apresentada pelo banco réu, de uma contratação eletrônica de empréstimo feita pela autora.

Acontece que o banco foi instado várias vezes pelo juízo a trazer a prova dessa contratação e trouxe vários papeis referente à cédula de credito bancário sem qualquer assinatura das partes e, portanto sem qualquer validade.

Bastava o banco trazer a impressão eletrônica do dito empréstimo que teria sido contratado eletronicamente, o que não foi feito. Alguns documentos a partir de fls. 72 são ilegíveis e não servem como prova. Outros que estão no meio dos ilegíveis são fichas de cobrança e não mostram a contratação do alegado empréstimo, por serem de emissão unilateral do Banco.

Conclui-se, portanto, que em razão do ônus da prova ser do banco réu, não demonstrou ele a existência do alegado empréstimo, cujo valor foi inscrito no cadastro dos órgãos de proteção ao crédito.

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seria remanescente do primeiro contrato mencionado acima, em razão de uma renegociação de dívida anterior. Todavia, o banco réu também não fez prova inequívoca e eficaz que poderia concatenar ou evidenciar uma conexão entre os dois contratos. Nada disso foi feito em razão dos documentos imprestáveis trazidos pelo banco.

Assim sendo, como muito bem ressaltou o nobre Magistrado sentenciante, o banco réu não provou a celebração do contrato que deu origem ao débito que incluiu o nome da autora no cadastro dos órgãos de proteção ao crédito.

Cabia ao réu, ora apelante, a comprovação da efetiva existência de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito da autora, a teor do disposto no artigo 333, inciso II do Código de Processo Civil, ônus do qual não se incumbiu, posto que não apresentou a comprovação da efetiva celebração do contrato que originou o débito em questão.

A inclusão indevida no rol de inadimplentes causa constrangimentos ao consumidor, o que por si só constitui dano moral a ser indenizado.

de Justiça:

“(...).

Esse é o entendimento do Superior Tribunal

O comportamento irregular dos apelantes, decorrente da falha na prestação do serviço, restou devidamente demonstrado pelos elementos de convicção coligidos

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Aliás, sem razões hábeis a desconstituir o título condenatório proferido, colidem os apelantes na apresentação de suas teses recursais na mesma medida em que admitem expressamente o erro no apontamento realizado, mesmo não havendo qualquer débito em aberto.

Do mesmo modo, não lograram êxito na defesa da combativa tese eximente do exercício regular de um direito facultado em lei, já que, à época do apontamento

(06/09/2006 - fls. 28), reitera-se, não havia

inadimplência.

Como bem destacado na r. decisão proferida "... por evidente falta de organização interna, o litisdenunciado acabou encaminhando o título a protesto, quando não lhe era dado desconhecer que o mesmo já estava pago, o que autoriza reconhecer que agiu com manifesta imprudência por ato próprio e não apenas como representante da litisdenunciante." (fls. 183).

Deste modo nada mais é necessário dizer no tocante à condenação do dano moral indenizável, uma vez que inadimplência não havia e o nome do autor foi lançado indevidamente como inadimplente. A culpa do mandatário faz refletir, no caso, a culpa do mandante. Correta, portanto, a r. decisão de 1º grau ao decretar a procedência da ação declaratória de inexistência do débito apontado e, por conseguinte, imputação ao pagamento de indenização por dano moral pelo protesto indevido.

Realmente, as provas colacionadas, incluindo a admissão expressa do denunciado quanto ao fato, conduzem ao acerto da decisão agravada. (AREsp Nº

76.407-SP, Relatora Ministra MARIA ISABEL

GALLOTTI, DJe 10.8.2012).

pelos danos morais sofridos.

Está evidente o dever de indenizar a autora

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redução do valor arbitrado a título de indenização por danos morais.

A indenização por danos morais não pode ser exagerada no sentido de causar enriquecimento a quem é indenizado e nem pode ser fixada em valor irrisório e insuficiente ao fim a que se destina que é o de evitar e desencorajar futuros equívocos e servir como indenização ao autor pelos dissabores experimentados.

O valor fixado na r. sentença a título de indenização por danos morais está correto para compensar o dano suportado, além de atender aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.

Deste modo, nada há a se reparar na bem lançada r. sentença que fica mantida por seus próprios e jurídicos fundamentos.

Por fim, já é entendimento pacífico o de que não está obrigado o julgador a citar todos os artigos de lei e da Constituição Federal para fins de prequestionamento. Sendo assim, ficam consideradas prequestionadas toda a matéria e disposições legais discutidas pelas partes.

PROVIMENTO ao recurso.

Ante o exposto, NEGA-SE

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