• Nenhum resultado encontrado

Sessão de Perguntas e Respostas Teleconferência sobre os Resultados do 4T07/ de fevereiro de 2008

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Sessão de Perguntas e Respostas Teleconferência sobre os Resultados do 4T07/ de fevereiro de 2008"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

Q&A da Teleconferência em Português

Jander Medeiros, UBS Pactual:

Bom dia a todos. Eu tenho duas perguntas, na verdade. A minha primeira pergunta se refere ao seu guidance. A gente ficou feliz de ver que no combinado vocês ficaram acima do que todo mundo esperava; um pouco abaixo, praticamente em linha na parte de aluguel de carros, com 24%, e bem acima na parte de crescimento. A minha primeira pergunta é se vocês podem dar um guidance para nós de o que é esse crescimento de volume e o que é a expectativa de vocês para 2008. Essa é a primeira pergunta.

Roberto Mendes:

Com referência ao guidance do ano passado, nós quase atingimos o crescimento que tínhamos divulgado para a divisão de aluguel de carros, que foi impactada pelo problema do tráfego aéreo no 3T, e realmente superamos bastante aquela expectativa que nós tínhamos divulgado para o crescimento na divisão de aluguel de frota, que nós tínhamos estimado, naquela ocasião, 15%.

No consolidado, em termos de crescimento, nós tínhamos dito que o crescimento seria de 20% e ultrapassamos essa previsão, em termos de crescimento de aluguel.

Para este ano, o que nós estamos apresentando é o cenário favorável para o crescimento. A nossa elasticidade em relação ao PIB nos últimos quatro anos foi entre 6x e 7x, e dentro dessa expectativa de cenário favorável em 2008, essa é a nossa apresentação. Ou seja, o cenário é favorável para a continuidade de um crescimento acelerado. Não vamos dar, como foi no ano passado, a taxa esperada para crescimento.

Jander Medeiros:

OK. Minha segunda pergunta, Roberto: a gente viu que vocês fizeram uma parte, pouco mais que 1/3 da recompra que vocês propuseram em dezembro. Eu queria de vocês um update sobre o que é a estratégia de vocês, como vocês esperam remunerar o acionista, se a gente vai convergir formalmente para um preço de dividendo mais agressivo, formal, que era uma expectativa de vocês, ou se essa recompra vai continuar. Na verdade tem um limite autorizado, adicional e é bastante para você fazer. Se essa vai ser a alternativa preferida no futuro ou não, se a gente volta a discutir uma política de dividendo formal maior que a de 2007. Obrigado. Salim Mattar:

Obrigado pela pergunta. Com referência à recompra de ações, eu gostaria de esclarecer que o objetivo da recompra de até 3% das ações RENT3 é para fazer face – eu vou deixar isso em tesouraria – ao nosso programa de stock option. Com

(2)

referência a futuras recompras, não existe nenhuma expectativa até o presente momento.

Com referência à segunda parte da sua pergunta, sobre a política de dividendos da Companhia, por favor, vá à página nove, ao fluxo de caixa livre. Como você pode ver, a Localiza é uma grande geradora de caixa, e nós renovamos 30.000 carros da frota e ainda geramos um caixa de R$199,6 milhões.

Porém, o nosso negócio é de capital intensivo. Todo este caixa foi utilizado para o crescimento da frota. Então, 90% do CAPEX-carro foi feito através de geração de caixa próprio.

Então, neste momento, devido ao tipo do nosso negócio, não justificaria a gente ter uma política mais agressiva de dividendos sabendo que a geração de caixa não é suficiente para suportar todo o crescimento. E como nós temos elevadas taxas de crescimento, no momento, como você viu, 90% do CAPEX-carro nós tivemos de geração de caixa.

Se, por exemplo, nós avaliarmos que no futuro taxas de crescimento poderão ser menores, e eu não estou falando em um futuro de curto prazo, porque a Localiza, como você viu na última linha da apresentação, é uma empresa com vocação para crescimento e queremos continuar sendo a empresa consolidadora da indústria de aluguel de carros. Então, no momento em que a taxa de crescimento da Localiza for inferior a 25%, alguns p.p. abaixo, nós teremos caixa suficiente inclusive para expansão, e no momento em que nós tivermos caixa suficiente para expansão e ainda sobrar, aí sim, eu acho que neste momento a Localiza deveria imediatamente, caso não tenha outros planos, devolver esse excesso de caixa para os acionistas.

Está clara para a você a minha colocação? Jander Medeiros:

Está claro sim, Salim. Só complementando essa pergunta: do ponto de vista de estrutura de capital, então você acha que vocês já estão próximos do que vocês querem estar mesmo? Não tem seja um parâmetro de dividendo, ou seja, mais coisas para acontecer, mais emissão de dívida para adequação. Você acha que já está próximo. É isso?

Salim Mattar:

Não. Se você verificar na nossa lâmina de número oito, por favor, onde você tem endividamento e alavancagem, a Localiza tem uma alavancagem muito baixa ainda, nós temos um grande espaço para crescer a Companhia por muitos anos à frente, porque a nossa alavancagem, por exemplo, a dívida líquida/EBITDA em BR GAAP, é 1,4x EBITDA. Então a Localiza é muito pouco alavancada. Nós precisamos agregar mais valor aos acionistas ampliando nossa alavancagem.

(3)

Acrescentando à resposta do Salim, em que a geração de caixa pós-renovação da frota não for suficiente para cobrir o crescimento, esse recurso será buscado no mercado. Então, ao longo do tempo, nossa estrutura de capital vai se movendo para uma estrutura que agrega mais valor para o acionista.

Naturalmente, o próprio crescimento levará a isso, e só quando o número dessa geração de caixa pós-renovação for suficiente para cobrir o crescimento, aí sim nós vamos avaliar qual é a melhor estratégia de dividendo.

Salim Mattar:

Ainda complementando o Roberto, por favor, na página dez você pode verificar que o custo de capital de terceiros é de 8,4% no ano de 2007 contra o custo de capital próprio de 11,5%. Então faz sentido que efetivamente a Localiza amplie a alavancagem dela no sentido de agregar valor à Companhia.

Jander Medeiros:

A minha última pergunta, só para complementar novamente: você acha que você converge para isso, para estrutura de capital mais alavancada e um custo de capital combinado menor? Você acha que é gradualmente, conforme você for precisando de dinheiro, e não necessariamente rapidamente? Um pagamento de dividendos, por exemplo, lhe permitiria rapidamente convergir para a nova estrutura. Você acha que não é esse o caminho, o caminho é você fazer mais gradual mesmo?

Roberto Mendes:

Sim. Entendemos que para uma empresa de crescimento acelerado como a Localiza não é o momento de começar a devolver dinheiro aos acionistas antes desta consolidação e antes de um share de mercado muito maior do que nós temos hoje. Esse caminho vai acontecer naturalmente.

Jander Medeiros: OK, obrigado.

Bernardo Carneiro, Deutsche Bank:

Bom dia a todos. Parabéns pelos resultados, eu sei que eles foram muito bons. Eu estou com duas perguntas, mas eu queria só complementar a pergunta do Jander: eu acho que o mercado esperava há alguns meses, talvez desde o 3T, que a empresa fosse declarar um dividendo extra agora em fevereiro ou março. Eu gostaria que vocês deixassem claro então que não haverá esse pagamento extra de dividendo porque a empresa quer continuar a melhorar a estrutura de capital. Vocês confirmam então que não vai haver o pagamento de dividendo?

(4)

Você viu na minha última lâmina, a lâmina de número 13, mostrando que a Localiza é uma empresa com vocação para crescimento. Nós estamos muito satisfeitos com o crescimento de 2007, estamos nos preparando para continuar crescendo a Companhia, como você viu, com a contratação dessas empresas. Então, no presente momento, a nossa política de dividendos permanecerá em 25%, de acordo com a lei, que é o que será distribuído.

Roberto Mendes:

Bernardo, essa posição da Administração está no item oito do earnings release, na página sete, em que a Administração propôs a distribuição de R$24 milhões de dividendos, totalizando R$47,6 milhões no ano, 25% do lucro em US GAAP. É este percentual que estamos declarando, que é a manifestação já expressa desta nova política.

Bernardo Carneiro:

Obrigado. Eu vou para mais duas perguntas que eu tenho. Primeiro, eu sei que vocês não estão confortáveis em dar guidance de crescimento, de taxa percentual de crescimento para Total Fleet e para Localiza, mas eu gostaria de conversar um pouco sobre a utilização da frota. Eu acho que foi substancial o aumento de eficiência da empresa, você conseguiu gerar mais receita e conseqüentemente mais EBITDA no seu core business, isso é reflexo de uma maior eficiência nas agências. Qual seria a perspectiva em taxa de utilização média para o aluguel em 2008, o que vocês estão esperando e quais são as atitudes que a empresa está tomando para continuar a melhorar esse indicador?

Salim Mattar:

Obrigado pela pergunta. Como você viu, a divisão de aluguel de carros, que em 2006 tinha uma utilização de 65,5%, melhorou substancialmente, indo para 70,7% em 2007. A nossa utilização anterior, de 60%, 58%, 65%, era uma utilização baixa, que poderia ser melhorada, como de fato o fizemos. A indústria de aluguel de carros no Brasil é uma indústria nova, é até uma indústria que ainda não está aculturada no consumidor. A Localiza deseja ser a consolidadora.

Diferentemente do mercado americano, em que muitas vezes as empresas de aluguel de carros não têm carros disponíveis para atender a demanda de seus clientes, nós estamos em outro estágio. No presente momento, se nós quisermos ser a consolidadora do Brasil, nós teremos que ter frota suficiente para atender os novos entrantes, com o objetivo de melhorar o aculturamento da utilização do aluguel de carros.

Por isso faz sentido, para o estágio da indústria de aluguel de carro no Brasil, uma empresa como a Localiza sempre ter carros disponíveis para os nossos clientes, para nós mostrarmos que é fácil alugar um carro e para aculturar o hábito de aluguel de carros.

(5)

Assim, consideramos muito boa a nossa utilização de 70,7% em 2007, nós deveremos incrementar alguma coisa mais gradualmente, ao longo dos anos, mas não um salto como de 2006 para 2007.

E gostaria de lembrar a você e a todos que estão nos ouvindo que a Localiza tem uma fantástica estratégia de aluguel de carros nos períodos de pico de demanda. Nós vamos às nossas lojas de seminovos, e aqueles carros ótimos seminovos que estão à venda são trazidos de volta para a divisão de aluguel de carros, alugamos aquele carro naquele período necessário, de três dias a uma semana, dez dias, e depois o retornamos para os pátios de venda de seminovos.

Essa estratégia é única na indústria de aluguel de carros mundial. Por isso nós estamos sempre buscando sempre um grande volume de novos clientes, novos entrantes na indústria, porque nós temos não só uma frota disponível muito grande da Localiza, mas nos momentos de pico de demanda ainda adicionamos à nossa frota que está disponível para venda.

Então é essa estratégia que está ajudando a Localiza a ser a consolidadora do mercado de aluguel de carros do Brasil e manter a atual taxa de crescimento que você tem visto nos últimos anos, essa grande performance de crescimento.

Bernardo Carneiro:

Então a gente pode esperar a taxa de utilização estável ou um pequeno aumento sobre 2007?

Salim Mattar:

Sensível aumento sobre 2007. Pequeno aumento. Bernardo Carneiro:

OK. Eu gostaria de perguntar sobre a tendência de preço de carro novo e carro usado daqui para frente. Eu observei que mais uma vez vocês conseguiram comprar os carros novos com as montadoras a um preço mais baixo do que o preço que vocês vendem seus carros, é uma diferença de preço muito vantajosa para o fluxo de caixa, e eu gostaria de saber se isso é uma tendência ou foi atípico, e se isso é fruto do mix de carros. Porque eu acredito que o mercado de carro usado está indo muito bem e está valorizando a sua própria frota, ao mesmo tempo em que você tem um poder de barganha maior do que as montadoras.

Eu gostaria de ter um guidance com relação a como projetar essa diferença de preço do carro que você está comprando com o carro que você está vendendo ao mesmo tempo. Obrigado.

(6)

Como você tem ciência, a indústria de aluguel de carros, as montadoras brasileiras estão passando por um período de um boom de demanda e cujo crescimento no ano passado foi de 28%, o volume de mais carros vendidos em 2007 contra 2006.

As montadoras e a Associação das Concessionárias Brasileiras têm uma previsão de um ano muito aquecido em 2008, e 2009 também. Então, na realidade, o acesso ao consumo, a queda da taxa de juros, a estabilidade, os fundamentos da economia brasileira, o baixo índice de desemprego no Brasil, hoje em 7%, redundaram em um aquecimento na economia; e a indústria, as montadoras estão indo muito bem.

Por conseqüência, como houve um boom de demanda de carros novos, nós vendemos um produto muito próximo do carro novo, tanto é que é um carro seminovo não chegou a ser muito usado, é seminovo. É um carro que está ainda dentro do período de garantia, um carro em excelentes condições, já que nas nossas lojas de seminovos só vendemos os carros que são muito bons, os carros excepcionais, carros que são acidentados ou que têm problema não são vendidos em nossas lojas.

Então, com isso, de alguma forma nós somos beneficiados pelo aquecimento do mercado. Nós esperamos também que em 2008 o mercado continue muito aquecido. Aliás, pela previsão a gente acredita que o aquecimento na indústria de carros no Brasil deverá ser ainda um pouco mais longo, talvez dois, três ou quatro anos de aquecimento. Talvez não seja de 28%, mas um grande aquecimento.

Eu vou pedir ao Roberto para te explicar em relação à sua primeira afirmação, sobre a compra e venda de carros. Ele vai te explicar o porquê do mix.

Roberto Mendes:

Quanto à compra de carros, a projeção para o futuro, o valor médio desse ano, R$27 mil, reflete uma melhor adequação do mix em função da demanda crescente do mercado fora de aeroporto, que são o replacement e o mini lease principalmente. Então, a compra para o futuro deverá ficar próxima deste mesmo número, exceto a efeito de inflação para o futuro.

E com referência ao preço de venda, que você também citou, em relação ao preço de compra houve um balanço em relação ao mix. O mix de carro que nós vendemos esse ano é um pouco diferente do mix de carro que nós compramos no ano em função desse próprio crescimento que eu lhe disse, fora de aeroporto, que demanda mais carros de menor valor agregado.

Esse efeito do mix é um benefício de uma vez só, então ele não vai se projetar para frente. Nos beneficiamos esse ano, e 2008 deverá ser menor. Então, realmente, para 2008 a expectativa é que esse preço de venda de carro reflita um pouco essa volta ao mix normal dos carros que estamos comprando este ano.

E só para lembrá-los que se considerarmos o resultado da parte que diz respeito à venda de carro, as receitas menos vendas, menos custos financeiros, todas as demais despesas envolvidas não representam um ganho nessa atividade, porque nosso core

(7)

business é a atividade de aluguel de carros, e a atividade de venda de carro é uma atividade acessória, necessária e importante para o nosso negócio, e estratégica também.

Bernardo Carneiro: OK. Muito obrigado. André Rocha, Unibanco:

Bom dia, eu gostaria de falar sobre a expectativa que vocês tinham de compra e venda de carros no 3T07. Havia uma estimativa de compra de 37.600 carros para o ano e venda de 30.300, e vocês adquiriram mais carros, 450 carros a mais, finalizou o ano com uma aquisição de 38.050 carros, e venderam 17 carros a menos que a previsão; vocês venderam em torno de 30.093 carros, por isso a frota de vocês teve um acréscimo de 657 carros.

Eu queria saber se essa diferença já remete a uma expectativa de crescimento mais acelerado para o ano de 2008 do que vocês tinham na época do guidance, ou essa é uma diferença meramente estatística, sem grande relevância?

Roberto Mendes:

Obrigado, André. Na verdade, essa diferença não é nada de muito significativo. Só lembrando, toda vez que tem um crescimento a gente pode administrar isso de duas maneiras, tanto comprando mais carros como vendendo um pouco menos carros, e a estratégia de venda de carro é sempre na forma de precificação.

Se reparar nesse trimestre, nós vendemos menos carros que no mesmo trimestre do ano passado. Então nós podemos sempre ter essa alternativa de administrar o volume de carros vendidos. Realmente essa pequena diferença é irrelevante, é só um erro de estatística de previsão.

Salim Mattar:

Eu gostaria de adicionar ao que o Roberto está falando, que em período de final de ano, devido ao boom que houve com as montadoras, com a demanda de carros novos, muitas transportadoras tiveram problemas, e muitas vezes isso acontece também por causa da logística de distribuição.

Em certos momentos, nós temos que acelerar a venda de carros, ou temos que retardá-la de acordo com a logística das montadoras, a disponibilidade de carretas. No final do ano, muitas vezes algumas montadoras entram em férias coletivas e fica mais difícil o transporte, então às vezes a gente tem que acelerar um pouco, antecipar algumas entregas, postergar algumas entregas, mas esse número é um número no contexto geral, ele não tem uma relevância maior.

(8)

André Rocha:

Certo. E até em linha com essa pergunta sobre o aquecimento do mercado de carros novos, o crescimento agora em janeiro foi 40% ano contra ano, acho que talvez por causa do IOF talvez tenha tido uma demanda que foi antecipada.

Vocês acreditam que a margem EBITDA do segmento de seminovos em 2008 tende a ser linha com o que foi 2007? Porque o Roberto falou de uma queda do preço médio de venda devido ao mix. Como é que vocês vêem, em linhas gerais, a margem EBITDA do segmento de seminovos durante o ano de 2008 tendo em vista esse aquecimento muito forte na indústria automotiva brasileira?

Salim Mattar:

O EBITDA da área de seminovos normalmente é por volta de 3% a 4%. Neste ano de 2007 ele foi pouco acima de 5%, e em 2008, ainda em função do aquecimento do mercado de carros novos, poderá ser um número próximo a este, mas não é uma coisa que nós podemos entender como sustentável para sempre.

Isso vai estar um pouco em linha com o aquecimento do mercado de carros novos. Por quê? Porque a taxa de depreciação em US GAAP sempre busca uma margem de EBITDA próxima de 3%. Então, ao longo do tempo, a margem EBITDA mais provável para o longo prazo é um número por volta de 3%. Mas para 2008 ainda vemos um cenário de mercado de carros novos aquecido, que deverá ter reflexo na nossa venda de seminovos.

André Rocha:

Então talvez a margem seja flat em relação ao ano de 2007, mais ou menos? Salim Mattar:

Sim, por aí. André Rocha: OK. Obrigado.

Q&A da Teleconferência em Inglês

Nick Sebrell, Morgan Stanley:

Bom dia, senhores. Eu gostaria que vocês falassem um pouco sobre o guidance. Qual seria o guidance para a receita, dias de locação ou EBITDA em 2008? Esta é minha primeira pergunta.

(9)

A segunda é se vocês poderiam falar...bem, os senhores disseram – e eu acho que concordo – que de fato não há consenso com relação às economias internacionais, que não os EUA que, obviamente, estão passando por um momento de crise; mas os senhores poderiam falar um pouco sobre as suas perspectivas para o setor de viagens no Brasil? 2007 foi um ano difícil; como vocês visualizam os desdobramentos em 2008?

Localiza:

Obrigado pelas suas perguntas, Nick. Com relação ao guidance, este foi fornecido no ano passado, mas neste momento não estamos prevendo um guidance em termos operacionais e financeiros. Assim, nossa perspectiva é de seguir o padrão de crescimento que apresentamos ao mercado.

Nick Sebrell:

Isto se deve ao fato de que vocês esperam adiante um macroambiente incerto, ou vocês não esperam um crescimento como aquele observado em 2007, ou por outra razão?

Localiza:

É porque visualizamos um cenário econômico favorável mais adiante, e mantemos um bom histórico que permite aos analistas avaliarem nossas operações e projetarem o crescimento futuro.

No que diz respeito ao consenso sobre a economia mundial, visualizamos um cenário favorável positivo mais adiante. No tocante ao tráfego aéreo e companhias aéreas, esperamos um crescimento de aproximadamente 11% em 2008.

Nick Sebrell: Ok. Obrigado.

Eu quero aproveitar a oportunidade para fazer algumas observações. Com relação à estratégia de preços, os senhores mencionaram durante a teleconferência que a estratégia de preços da Companhia é manter esses preços totalmente estáveis. Os rendimentos vêm caindo mesmo em termos nominais. Por quanto tempo vocês acham que isto deverá continuar? Vocês acham que isto deverá continuar em 2009?

E em qual momento fará mais sentido aumentar os preços? pois, por exemplo, as suas operações próprias em aeroportos não têm espaço para aumentar sua participação de mercado, correto? Dessa forma, me parece que diminuir os preços para concorrer por participação no mercado de aeroportos realmente não faz sentido. E também tenho uma observação a fazer sobre as fontes de financiamento.

(10)

Obrigado pela sua pergunta, Eu gostaria de falar um pouco sobre a nossa estratégia de preços. Graças a esta estratégia, a Localiza está se tornando a consolidadora no setor fragmentado de locação de veículos no Brasil.

Como você pode ver, durante nove anos consecutivos, mantemos os mesmos preços nominais, apesar da inflação de 87%. Como a Localiza conseguiu isso? Em todos os anos, a Localiza melhorou seu lucro, ganhos de escala, ganhos de produtividade, aumentou as taxas de utilização e o custo da taxa de juros ainda declinou nos últimos anos. Lembre-se que nove anos atrás a taxa de juros no Brasil era de 35% enquanto hoje ela se encontra em torno de 11%.

Então, analisando estes dados em grande escala, se a Localiza continuar crescendo mais de 20% graças aos ganhos de escala, seremos capazes de manter os mesmos preços sem reduzir as margens, lucratividade e EBITDA.

Nós tínhamos cerca de 2.000 pequenas empresas locais de locação de veículos concorrendo conosco e esta concorrência se restringe aos preços apenas. Como você pode ver, nós temos excelente lucratividade, excelentes margens. Em nossas mentes, não faz sentido aumentar nossas margens agora, mas faz sentido aumentar o tamanho da Companhia devido aos ganhos de escala.

Todo ano a Localiza está aumentando sua participação no mercado. Nós precisamos continuar fazendo isso porque é impossível para nossos concorrentes – qualquer concorrente – concorrer com a Localiza, devido aos nossos ganhos de escala.

Em decorrência disto, quase 100% dos principais concorrentes da Localiza no país não estão concorrendo hoje em dia. Por quê? Porque eles não possuem escala. Assim, neste momento é preferível aumentar a participação de mercado, aumentar o tamanho da Companhia visando obter ganhos de escala e não permitir que nossos concorrentes ganhem dinheiro. Ou seja, acredito que essa estratégia de preços deverá ser mantida em 2008, porém não posso afirmar qual será nossa estratégia para 2009. Nick Sebrell:

Ok. Obrigado. E até que ponto vocês acham que a estabilidade e a participação de mercado atingirão? Atualmente, a sua participação no mercado não é tão elevada em relação ao mercado, 20% de participação de mercado? Este número cairá para a metade, vai subir para 30%? Em outras palavras, qual seria a sua projeção para cinco anos, por exemplo.

Localiza:

Ok. Em cinco anos haverá um guidance. Mas você pode observar que nos últimos anos, a Localiza vem aumentando sua participação de mercado no segmento de locação de veículos entre 2 pontos percentuais e 3 pontos percentuais ao ano. Sendo assim, acredito que no segmento de locação de veículos...bem, eu não tenho os dados de 2007 da ABLA, a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, mas

(11)

acreditamos que a Localiza detenha atualmente mais de 30% do mercado de locação de veículos.

Acredito que a Localiza seja capaz de continuar aumentando sua participação de mercado nos próximos anos. Eu gostaria de lembrá-los que apenas uma companhia de locação de veículos detém mais de 60% do mercado local nos EUA: a Rent-a-Car. Dessa forma, acredito que a Localiza, que detém cerca de 30%, pode facilmente alcançar 35%, 40% de participação de mercado nos próximos anos.

Nick Sebrell:

Ok, perfeito. A última pergunta está relacionada com as fontes de financiamento. Vocês afirmaram que não enfrentam quaisquer problemas em obter financiamentos; no entanto, caso a situação se complique, quais são suas fontes alternativas de financiamento? Em outras palavras, a sua escolha seria recorrer aos bancos e pagar um taxa maior ou abrir mão de pagar uma taxa mais elevada e talvez reduzir o crescimento? Qual a sua opinião a respeito?

Roberto Mendes:

Neste momento, não estamos enfrentando problemas quanto a aumentar nossa dívida e prevemos que o mesmo será válido dentro de um futuro próximo. Mas, se algo mudar muito rapidamente, poderemos vender alguns de nossos ativos e quitar nossa dívida. Outros setores não podem fazer o mesmo. No entanto, não prevemos que isto ocorrerá no curto prazo ou no médio prazo.

Nick Sebrell: Ok. Muito obrigado. Alex Thümmler, GWISE:

Bom dia. Parabéns pelos resultados. A minha pergunta está relacionada com a atividade de locação de veículos. Parece-me que vocês tiveram um trimestre muito bom em termos de taxa de utilização e eu gostaria de saber quão isto será sustentável em 2008 e se vocês esperam que os números do quarto trimestre se repitam durante 2008 ou não. Esta é a minha pergunta.

Localiza:

Como eu disse quando apresentei o slide número 12, você pode constatar que o setor de locação de veículos da Localiza está crescendo 6.8x o PIB. O Banco Central e alguns economistas do Brasil prevêem que o PIB do Brasil será de pelo menos 4% nos próximos dois ou três anos. Então você pode avaliar que o PIB é um dado muito importante para nossas operações.

(12)

Considerando que os fundamentos macroeconômicos do Brasil são um pouco diferentes daqueles verificados nos Estados Unidos, acreditamos que o crescimento da Localiza poderá ser sustentável, e que a Companhia continuará apresentando uma margem consistente de EBITDA, como você pode observar no quadro número seis. Alex Thümmler:

A minha pergunta foi mais específica com relação ao setor de locação de veículos. Eu apenas gostaria que vocês fizessem alguns comentários sobre este setor especificamente.

Localiza:

Quanto à sustentabilidade de crescimento para o setor de locação de veículos, nossos fatores de crescimento estão relacionados com o crescimento do PIB, onde temos uma elasticidade de 6,8x que demonstramos nesta teleconferência; a taxa de utilização por passageiro doméstico retornou para a faixa normal este ano e acreditamos que crescerá cerca de 11% no próximo ano; a elasticidade que nós temos em agências de aeroportos, que está entre 1x e 1,5x a elasticidade do número de crescimento em aeroportos.

O setor de locação de veículos depende da expansão do cartão de crédito. No Brasil, havia 71 milhões de portadores de cartão de crédito em 2006 e atualmente existem 93 milhões de portadores de cartão de crédito: eles cresceram 18% CAGR nos últimos quatro anos, o que significa que mais pessoas têm disponibilidade de crédito e cartões de crédito e isto é muito importante para nossas operações, já que é um pré-requisito na locação de um veículo, além de permitir ao cliente parcelar o pagamento em dez prestações, atraindo muito mais pessoas da classe C, classe C+ e classe C-.

Outro fator de crescimento é o replacement, específico do setor de locação de veículos. O segmento de replacement é o que fez a empresa Rent-A-Car se tornar a maior dos Estados Unidos, detendo mais de 60% do mercado local, especificamente durante o período de troca de seguro. No Brasil, há cerca de 10 milhões de carros segurados cuja taxa de freqüência de colisão situa-se entre 15% e 16% ao ano e trabalhamos com as principais companhias de seguro que já estão fornecendo carros-reserva. Acreditamos que isto deverá se tornar uma tendência no mercado e esta é a razão pela qual nós crescemos tão rapidamente neste mercado; as grandes companhias de seguro decidiram adotar a cláusula gratuita: 7 dias de locação de veículo livre para aqueles que tiveram seus carros atingidos.

Não relacionado à locação de veículos, porém relativo à frota, a perspectiva para a frota de veículos não está relacionada com o PIB, mas à tendência de terceirização que temos no Brasil devido ao crescente número de empresas que buscam agências, tais como a Total Fleet – nossa subsidiária – no fornecimento de frota de veículos. Empresas de software, aço e farmacêuticas: não faz sentido para elas aumentarem suas bases de ativos, possuindo mais carros, então, essas empresas decidem

(13)

terceirizar as suas frotas de veículos; aumentaram seu ROA (retorno sobre ativos), direcionando as frotas a serem administradas aos cuidados da Total Fleet e Localiza. E o maior e mais importante aspecto em termos de sustentabilidade do nosso crescimento é a consolidação do mercado. Cinco anos atrás, o Brasil tinha 2.511 pequenas empresas de locação de veículos. Atualmente, existem 1.964 pequenas empresas de locação de veículos, sendo que algumas delas desapareceram, outras migraram para outros nichos e, na realidade, talvez 700 empresas estejam desaparecendo e 200 empresas entrando na concorrência.

A consolidação fez com que a participação da Localiza no mercado aumentasse de 15,5% para 20,5% nos últimos dois anos e acreditamos que a tendência de consolidação no Brasil acontecerá da mesma forma que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos.

Estes sãos os fatores que nos permitem prever a sustentabilidade do nosso crescimento atual.

Alex Thümmler: Obrigado.

Jander Medeiros, UBS Pactual:

Bom dia a todos. Na verdade, a minha pergunta é muito parecida com a pergunta feita pelo Alex. A questão é a seguinte: como vocês vêem a utilização, especificamente na locação de veículos em 2008? Vocês acreditam que o nível de 74% registrado no quarto trimestre é um bom nível a se esperar em 2008? Esta é a minha pergunta. Localiza:

Prevemos que a utilização irá seguir o mesmo nível apresentado em 2007 ou ficará um pouco acima do nível atual. Assim, como podemos observar no release de resultados, a nossa taxa de utilização passou de 60,6% para 58,8% para 65,5% para 70,7% nos últimos quatro anos.

No ano passado, observamos um aumento de 5,2 pontos percentuais; seria muito difícil obtermos uma alta como esta no ano que vem. Acreditamos que o crescimento da utilização se manterá um pouco acima deste número, mas não apresentará um salto como aquele observado entre 2006 e 2007.

Roberto Mendes:

Eu gostaria de acrescentar o seguinte comentário: o setor de locação de veículos no Brasil é incipiente; na verdade, é um setor muito jovem ainda. Assim, ao contrário dos Estados Unidos, onde a empresa de locação de veículos já está habituada a ter uma alta taxa de utilização – em torno de 80% a 85% - o Brasil precisa ter uma taxa de utilização um pouco inferior a dos Estados Unidos, pois este setor é novo e não há

(14)

uma cultura sólida de locação de veículos no Brasil. Em razão disso, sempre dispomos de veículos aos clientes, principalmente para os novos clientes, com o intuito de continuarmos a crescer rapidamente, realizar a consolidação e mostrar ao cliente que é muito fácil alugar um carro.

Jander Medeiros: Ok. Obrigado.

Referências

Documentos relacionados

Ficou com a impressão de estar na presença de um compositor ( Clique aqui para introduzir texto. ), de um guitarrista ( Clique aqui para introduzir texto. ), de um director

O facto da execução das tarefas do plano não exigirem um investimento avultado a nível das tarefas propostas é possível neste caso em concreto visto que na Empresa A

ed è una delle cause della permanente ostilità contro il potere da parte dell’opinione pubblica. 2) Oggi non basta più il semplice decentramento amministrativo.

dois gestores, pelo fato deles serem os mais indicados para avaliarem administrativamente a articulação entre o ensino médio e a educação profissional, bem como a estruturação

Our contributions are: a set of guidelines that provide meaning to the different modelling elements of SysML used during the design of systems; the individual formal semantics for

São considerados custos e despesas ambientais, o valor dos insumos, mão- de-obra, amortização de equipamentos e instalações necessários ao processo de preservação, proteção

das políticas de saúde e saúde mental no Brasil, como subsídio para uma melhor compreensão dos aspectos históricos que influenciaram a constituição do Sistema Único

[r]