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7058 Diário da República, 1.ª série N.º de setembro de 2015

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Artigo 3.º Aditamento ao Código Civil

É aditado ao Código Civil, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 47 344, de 25 de novembro de 1966, o artigo 1904.º -A, com a seguinte redação:

«Artigo 1904.º -A

Exercício conjunto das responsabilidades parentais pelo único progenitor da criança e pelo seu cônjuge ou unido de facto

1 — Quando a filiação se encontre estabelecida ape-nas quanto a um dos pais, as responsabilidades parentais podem ser também atribuídas, por decisão judicial, ao cônjuge ou unido de facto deste, exercendo -as, neste caso, em conjunto com o progenitor.

2 — O exercício conjunto das responsabilidades pa-rentais, nos termos do número anterior, depende de pe-dido do progenitor e do seu cônjuge ou unido de facto. 3 — O tribunal deve, sempre que possível, ouvir o menor.

4 — O exercício das responsabilidades parentais, nos termos do presente artigo, inicia -se e extingue -se antes da maioridade ou emancipação apenas por decisão judi-cial, com fundamento nos artigos 1913.º a 1920.º -A.

5 — Em caso de divórcio, separação de pessoas e bens, declaração de nulidade ou anulação do casamento, separação de facto ou cessação da coabitação entre os corresponsáveis parentais aplica -se o disposto nos arti-gos 1905.º e 1906.º, com as devidas adaptações.»

Artigo 4.º Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no primeiro dia do mês seguinte à data da sua publicação.

Aprovada em 22 de julho de 2015.

A Presidente da Assembleia da República, Maria da

Assunção A. Esteves.

Promulgada em 25 de agosto de 2015. Publique -se.

O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.

Referendada em 27 de agosto de 2015.

Pelo Primeiro -Ministro, Paulo Sacadura Cabral Portas, Vice -Primeiro -Ministro.

Lei n.º 138/2015 de 7 de setembro

Segunda alteração ao Estatuto da Ordem dos Psicólogos Por-tugueses, aprovado pela Lei n.º 57/2008, de 4 de setembro, conformando -o com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcio-namento das associações públicas profissionais.

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º Objeto

A presente lei procede à segunda alteração à Lei n.º 57/2008, de 4 de setembro, alterada pela Lei n.º 27/2012, de 31 de julho, que criou a Ordem dos Psicólogos Portu-gueses e aprovou o seu Estatuto, no sentido de o adequar

à Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcionamento das as-sociações públicas profissionais.

Artigo 2.º

Alteração à Lei n.º 57/2008, de 4 de setembro

O artigo 4.º da Lei n.º 57/2008, de 4 de setembro, al-terada pela Lei n.º 27/2012, de 31 de julho, passa a ter a seguinte redação:

«Artigo 4.º Tutela administrativa

Os poderes de tutela administrativa sobre a Ordem dos Psicólogos Portugueses, em conformidade com o disposto no artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, e com o respetivo Estatuto, são exercidos pelo membro do Governo responsável pela área da saúde.»

Artigo 3.º

Alteração ao Estatuto da Ordem dos Psicólogos Portugueses O Estatuto da Ordem dos Psicólogos Portugueses, aprovado em anexo à Lei n.º 57/2008, de 4 de setembro, alterada pela Lei n.º 27/2012, de 31 de julho, passa a ter a redação constante do anexo I da presente lei e da qual

faz parte integrante.

Artigo 4.º Disposição transitória

1 — O disposto na presente lei não afeta a atual com-posição dos órgãos da Ordem dos Psicólogos Portugueses e os mandatos em curso na data da sua entrada em vigor com a duração inicialmente definida.

2 — Até à aprovação dos regulamentos referidos no nú-mero seguinte mantêm -se em vigor os regulamentos emitidos pela Ordem dos Psicólogos Portugueses que não contrariem o disposto no Estatuto aprovado em anexo à presente lei.

3 — A Ordem dos Psicólogos Portugueses aprova, no prazo de 180 dias a contar da data da entrada em vigor da presente lei, os regulamentos previstos no Estatuto apro-vado em anexo à presente lei.

4 — No prazo de 120 dias a contar da data da entrada em vigor da presente lei, podem pedir a dispensa da realização de estágio profissional os titulares de uma das habilitações a que se referem as alíneas a) a c) do n.º 1 do artigo 54.º do Estatuto aprovado em anexo à presente lei, que comprovem o exercício profissional da psicologia, durante um período mínimo de 12 meses até 12 de abril de 2010.

5 — O disposto no número anterior aplica -se também aos profissionais titulares das habilitações a que se refere a alínea d) do n.º 1 do artigo 54.º do Estatuto aprovado em anexo à presente lei.

6 — Os profissionais nacionais de Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujas qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal podem optar entre o regime previsto nos números anteriores, caso lhes seja aplicável, e o regime previsto no Estatuto apro-vado em anexo à presente lei.

7 — Sem prejuízo do disposto no artigo 63.º do Estatuto aprovado em anexo à presente lei, podem ainda inscrever--se na Ordem, no prazo de 120 dias a contar da entrada em vigor da presente lei, aqueles que, cumulativamente:

a) Tenham iniciado a sua formação em data anterior ao

início das licenciaturas em Psicologia no ensino superior público;

(2)

b) Tenham iniciado a atividade em data anterior ao ano

de saída dos primeiros licenciados em Psicologia no ensino superior público;

c) Tenham trabalhado no âmbito da psicologia,

nomeada-mente na formação dos primeiros psicólogos portugueses ou na implementação dos serviços de psicologia em Portugal;

d) Tenham exercido a sua atividade profissional, com

continuidade, no âmbito da psicologia.

8 — O modo de comprovação da experiência profissio-nal prevista no número anterior é o definido no Regula-mento de Inscrição da Ordem dos Psicólogos Portugueses. 9 — A limitação de mandatos dos órgãos executivos con-sagrada no Estatuto aprovado em anexo à presente lei apenas produz efeitos para os órgãos eleitos após a entrada em vigor da presente lei.

Artigo 5.º Norma revogatória

São revogados os artigos 2.º, 3.º e 5.º da Lei n.º 57/2008, de 4 de setembro, alterada pela Lei n.º 27/2012, de 31 de julho.

Artigo 6.º Republicação

É republicada, no anexo II da presente lei e da qual faz

parte integrante, a Lei n.º 57/2008, de 4 de setembro, com a redação atual.

Artigo 7.º Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor 30 dias após a sua pu-blicação.

Aprovada em 22 de julho de 2015.

A Presidente da Assembleia da República, Maria da

Assunção A. Esteves.

Promulgada em 20 de agosto de 2015. Publique -se.

O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.

Referendada em 24 de agosto de 2015.

Pelo Primeiro -Ministro, Paulo Sacadura Cabral Portas, Vice -Primeiro -Ministro.

ANEXO I

(a que se refere o artigo 3.º)

ESTATUTO DA ORDEM DOS PSICÓLOGOS PORTUGUESES

CAPÍTULO I Disposições gerais

SECÇÃO I

Natureza, fins, atribuições e profissões abrangidas

Artigo 1.º Natureza jurídica

1 — A Ordem dos Psicólogos Portugueses, adiante abre-viadamente designada por Ordem, é a associação pública profissional representativa daqueles que, em conformidade

com o presente Estatuto e as demais disposições legais aplicáveis, exercem a profissão de psicólogo.

2 — A Ordem é uma pessoa coletiva de direito pú-blico, que se rege pela respetiva lei de criação, pela Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, e pelo disposto no presente Estatuto.

Artigo 2.º

Autonomia administrativa patrimonial e financeira 1 — A Ordem goza de autonomia administrativa e, no exercício dos seus poderes públicos, pratica a título de-finitivo, sem prejuízo dos casos de homologação tutelar previstos na lei, os atos administrativos necessários ao desempenho das suas funções e aprova os regulamentos previstos na lei e no presente Estatuto.

2 — A Ordem dispõe de património próprio e de finan-ças próprias, bem como de autonomia orçamental.

Artigo 3.º Fins

São fins da Ordem exercer o controlo do exercício e acesso à profissão de psicólogo, bem como elaborar, nos termos da lei, as normas técnicas e deontológicas respetivas e exercer o poder disciplinar sobre os seus membros, no quadro de um regime disciplinar autónomo.

Artigo 4.º Atribuições São atribuições da Ordem:

a) A defesa dos interesses gerais dos utentes;

b) A representação e a defesa dos interesses gerais da

profissão;

c) A regulação do acesso e do exercício da profissão; d) Conceder, em exclusivo, o título profissional e os

títulos de especialização profissional;

e) A atribuição, nos termos do presente Estatuto, de

prémios ou títulos honoríficos;

f) A elaboração e a atualização do registo dos seus

membros;

g) O exercício do poder disciplinar;

h) A prestação de serviços aos seus membros, no

respei-tante ao exercício profissional, designadamente em relação à informação e à formação profissional;

i) A colaboração com as demais entidades da

Adminis-tração Pública na prossecução de fins de interesse público relacionados com a profissão;

j) A participação na elaboração da legislação que

diga respeito ao acesso e exercício da profissão de psi-cólogo;

k) A participação nos processos oficiais de acreditação

e na avaliação dos cursos que dão acesso à profissão;

l) O reconhecimento de qualificações profissionais

obti-das fora de Portugal, nos termos da lei, do direito da União Europeia ou de convenção internacional;

m) Quaisquer outras que lhe sejam cometidas por lei.

Artigo 5.º Profissões abrangidas

1 — A Ordem abrange os profissionais de psicologia que, em conformidade com o presente Estatuto e as dispo-sições legais aplicáveis, exercem a profissão de psicólogo.

(3)

2 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 63.º, estão obrigados a inscrição todos os que exercem a pro-fissão de psicólogo, seja de forma liberal ou por conta de outrem, e independentemente do setor, público, privado, cooperativo e social, em que exerçam a atividade.

3 — O exercício da atividade profissional por conta de outrem não afeta a autonomia técnica, nem dispensa o cumprimento dos deveres deontológicos.

SECÇÃO II

Âmbito, sede e delegações e insígnias

Artigo 6.º Âmbito e sede 1 — A Ordem tem âmbito nacional. 2 — A Ordem tem sede em Lisboa.

3 — A Ordem tem delegações regionais nas regiões Norte, Centro e Sul e nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

Artigo 7.º Insígnias

A Ordem tem direito a usar emblema e selo próprios, conforme modelos a aprovar pela assembleia de represen-tantes, sob proposta da direção.

CAPÍTULO II Organização da Ordem SECÇÃO I Disposições gerais Artigo 8.º Territorialidade e funcionamento

1 — A Ordem tem órgãos nacionais e regionais, nos termos do presente Estatuto.

2 — O funcionamento da Ordem baseia -se nos prin-cípios da democracia representativa e na separação de poderes.

Artigo 9.º Órgãos

1 — São órgãos nacionais da Ordem:

a) A assembleia de representantes; b) A direção;

c) O bastonário;

d) O conselho jurisdicional; e) O conselho fiscal.

2 — São órgãos regionais da Ordem:

a) A assembleia regional; b) A direção regional.

Artigo 10.º Desempenho de cargos

1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, o desempenho de cargos nos órgãos da Ordem não é remu-nerado.

2 — Por deliberação da assembleia de representantes, o desempenho de cargos executivos permanentes nos órgãos da Ordem pode ser remunerado, nos termos do disposto em regulamento.

Artigo 11.º

Condições de exercício dos membros dos órgãos da Ordem 1 — Os membros dos órgãos executivos da Ordem que sejam trabalhadores por conta de outrem têm direito, para o exercício das suas funções no âmbito dos cargos para que foram eleitos, a:

a) Licença sem vencimento, com a duração máxima

do respetivo mandato, a atribuir nos termos da legislação laboral;

b) Um crédito de horas correspondente a 24 dias de

trabalho por ano, que podem utilizar em períodos de meio dia, que contam, para todos os efeitos legais, como serviço efetivo.

2 — Os membros dos órgãos não executivos da Ordem usufruem do direito a 24 faltas justificadas, que contam para todos os efeitos legais como serviço efetivo, salvo quanto à remuneração ou retribuição.

3 — A Ordem comunica, por meios idóneos e seguros, incluindo o correio eletrónico, às entidades empregadoras das quais dependam os membros dos seus órgãos, as datas e o número de dias de que estes necessitam para o exercício das respetivas funções.

4 — A comunicação prevista no número anterior é feita com uma antecedência mínima de cinco dias ou, em caso de reuniões ou atividades de natureza extraordinária dos órgãos da Ordem, logo que as mesmas sejam convocadas.

SECÇÃO II

Eleições e respetivo processo eleitoral

Artigo 12.º Mesa eleitoral

Nas eleições para os órgãos, a mesa da assembleia de representantes assume as funções de mesa eleitoral.

Artigo 13.º Candidaturas

1 — As listas para os órgãos são apresentadas perante o presidente da mesa da assembleia de representantes.

2 — Cada lista é subscrita por um mínimo de 100 mem-bros efetivos, deve conter os nomes de todos os candidatos aos órgãos, incluindo os respetivos suplentes por cada órgão, e ser acompanhada da respetiva declaração de aceitação.

3 — As candidaturas são apresentadas com a antecedên-cia de 60 dias em relação à data designada para as eleições. 4 — Caso a cessação do mandato ocorra antes da data prevista para o seu termo, as candidaturas são apresentadas com a antecedência mínima de 30 dias em relação ao ato eleitoral.

Artigo 14.º Cadernos eleitorais

1 — Os cadernos eleitorais devem ser afixados na sede nacional da Ordem 45 dias antes da data da realização da assembleia eleitoral.

(4)

2 — Da inscrição irregular ou da omissão nos cader-nos eleitorais pode qualquer eleitor reclamar para a mesa eleitoral nos 15 dias seguintes aos da afixação referida no número anterior, devendo esta decidir da reclamação no prazo de 48 horas.

Artigo 15.º Comissão eleitoral

1 — A comissão eleitoral é composta pelo presidente da mesa da assembleia de representantes e por dois represen-tantes de cada uma das listas concorrentes, devendo iniciar funções 24 horas após a apresentação das candidaturas.

2 — Os representantes de cada uma das listas concorren-tes devem ser indicados conjuntamente com a apresentação das respetivas candidaturas.

3 — Compete à comissão eleitoral:

a) Fiscalizar o processo eleitoral e resolver todas as

questões surgidas no seu âmbito;

b) Elaborar relatórios das irregularidades detetadas e

apresentá -los à mesa eleitoral;

c) Distribuir entre as diferentes listas de candidatos os

meios de apoio disponibilizados pela direção da Ordem. Artigo 16.º

Suprimento de irregularidades

1 — A mesa eleitoral deve verificar a regularidade das candidaturas nos cinco dias subsequentes ao encerramento do prazo para entrega das listas.

2 — Com vista ao suprimento das eventuais irregu-laridades encontradas, a documentação é devolvida ao primeiro subscritor da lista, o qual deve saná -la no prazo de três dias úteis.

3 — Findo o prazo referido no número anterior sem que se proceda à regularização das candidaturas, consideram -se as mesmas automaticamente rejeitadas.

Artigo 17.º Boletins de voto

1 — Os boletins de voto são emitidos pela Ordem, de-pendendo da aprovação prévia da mesa eleitoral.

2 — Os boletins de voto, bem como as listas de candi-datura, são enviados a todos os membros da assembleia eleitoral até 10 dias úteis antes da data marcada para o ato eleitoral e estão disponíveis no local de voto.

Artigo 18.º Identidade dos eleitores

A identificação dos eleitores é feita através da cédula profissional ou, na sua falta, através de documento de identificação civil.

Artigo 19.º Votação

1 — As eleições fazem -se por sufrágio universal, direto, secreto e periódico.

2 — Apenas têm direito de voto os membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos.

3 — No caso de voto por correspondência, o boletim é encerrado em sobrescrito acompanhado de carta assinada pelo votante e de fotocópia da cédula profissional.

4 — Não é permitido o voto por procuração.

5 — A votação faz -se separadamente para cada um dos órgãos.

Artigo 20.º Data das eleições

1 — As eleições realizam -se durante o último trimes-tre do ano imediatamente anterior ao quadriénio subse-quente.

2 — A data das eleições é a mesma para todos os órgãos submetidos a sufrágio.

3 — Compete ao presidente da mesa da assembleia de representantes a marcação da data das eleições.

4 — A convocatória das eleições é efetuada com a an-tecedência mínima de 90 dias relativamente à data das eleições.

Artigo 21.º Mandatos

1 — Os titulares dos órgãos eletivos são eleitos por um período de quatro anos.

2 — Não é admitida a eleição de titulares dos órgãos para um terceiro mandato consecutivo, para as mesmas funções.

3 — Sempre que se revelar necessário proceder a elei-ções intercalares para qualquer dos órgãos da Ordem, o respetivo mandato acompanha a duração do mandato dos restantes órgãos.

4 — Sem prejuízo do disposto no artigo 32.º, no que se refere ao bastonário, não pode ser exercido pelo mesmo membro, em simultâneo, mais de um cargo nos órgãos estatutários.

Artigo 22.º Assembleias de voto

1 — Para efeitos da realização das eleições, constitui -se uma mesa de voto na sede nacional e uma mesa de voto em cada uma das delegações regionais, sem prejuízo da constituição de outras mesas, neste caso, de forma a ga-rantir o fácil acesso de todos os membros às assembleias de voto.

2 — A constituição de outras mesas além das da sede nacional e de cada uma das delegações regionais depende de deliberação da direção, ouvida a mesa eleitoral.

Artigo 23.º Reclamações e recursos

1 — Os eleitores podem apresentar reclamação, com fundamento em irregularidades do ato eleitoral, a qual deve ser apresentada à mesa eleitoral até três dias após o encerramento do mesmo.

2 — A mesa eleitoral deve apreciar a reclamação no prazo de 48 horas, sendo a decisão comunicada ao recor-rente por escrito e afixada na sede da Ordem.

3 — Da decisão da mesa eleitoral cabe recurso para o conselho jurisdicional, no prazo de oito dias úteis a contar da data em que os recorrentes tiveram conhecimento da decisão da mesa eleitoral.

4 — O conselho jurisdicional é convocado pelo respe-tivo presidente, para o efeito, nos oito dias seguintes.

(5)

Artigo 24.º Financiamento das eleições

A Ordem comparticipa nos encargos das eleições com o montante a fixar pela direção.

Artigo 25.º Tomada de posse

A tomada de posse de todos os órgãos eleitos ocorre no prazo de um mês a contar da data das eleições.

Artigo 26.º Renúncia e suspensão

1 — Os membros dos órgãos da Ordem gozam do direito de renúncia ao mandato para o qual tenham sido eleitos.

2 — Qualquer membro dos órgãos da Ordem pode solicitar ao presidente do órgão respetivo a suspensão temporária do exercício das funções correspondentes, por motivos devidamente fundamentados, não podendo o prazo de suspensão exceder seis meses.

3 — A renúncia ou suspensão do mandato devem ser co-municadas aos presidentes dos respetivos órgãos, bem como ao presidente da mesa da assembleia de representantes.

4 — Excetuam -se do disposto nos n.os 2 e 3 a renúncia do bastonário, que deve ser apresentada apenas ao presidente da mesa da assembleia de representantes.

5 — A renúncia ou a destituição, nos termos do n.º 7 do artigo 92.º, de mais de metade dos membros eleitos para um determinado órgão, depois de todas as substituições terem sido efetuadas pelos respetivos suplentes eleitos, obriga à realização de eleições para o órgão respetivo.

SECÇÃO III

Dos órgãos

Artigo 27.º Assembleia de representantes

A assembleia de representantes é composta por 50 membros.

Artigo 28.º

Competências da assembleia de representantes Compete à assembleia de representantes:

a) Eleger e destituir, nos termos do presente Estatuto,

a sua mesa;

b) Aprovar o orçamento e plano de atividades;

c) Aprovar o relatório e contas da direção e o relatório

de atividades a apresentar à Assembleia da República e ao Governo;

d) Aprovar os projetos de alteração do presente Estatuto; e) Aprovar propostas de criação de novas

especiali-dades;

f) Aprovar as propostas de regulamentos apresentadas

pela direção;

g) Aprovar o montante das quotas e taxas, sob proposta

da direção, bem como o respetivo regime de cobrança;

h) Aprovar a celebração de protocolos com associações

congéneres, sob proposta da direção;

i) Aprovar o seu regimento;

j) Decidir quaisquer questões que não estejam atribuídas

a outros órgãos.

Artigo 29.º Funcionamento

1 — A assembleia de representantes reúne ordinaria-mente:

a) Para a eleição da mesa da assembleia de

represen-tantes;

b) Para a aprovação do orçamento e plano de atividades,

bem como do relatório e contas da direção.

2 — A assembleia de representantes reúne extraordina-riamente sempre que as circunstâncias o aconselhem e o seu presidente a convoque, por sua iniciativa ou a pedido da direção, de qualquer das direções regionais ou de um mínimo de um terço dos seus membros.

3 — Se à hora marcada para o início da assembleia de representantes não se encontrar presente pelo menos metade dos membros efetivos, a assembleia inicia as suas funções meia hora depois, com a presença de qualquer número de membros.

4 — A assembleia de representantes só pode deliberar eficazmente com a presença de, pelo menos, um terço dos membros efetivos.

5 — A assembleia de representantes destinada à discus-são e votação do relatório e contas da direção realiza -se até ao fim do mês de março do ano seguinte ao do exercício respetivo.

6 — A assembleia de representantes destinada à dis-cussão e votação do relatório de atividades a apresentar à Assembleia da República e ao Governo realiza -se até ao dia 20 de março do ano seguinte ao do exercício respetivo.

Artigo 30.º Convocatória

1 — A assembleia de representantes é convocada pelo seu presidente mediante aviso postal ou eletrónico expe-dido para cada um dos membros efetivos, com pelo menos 15 dias de antecedência em relação à data designada para a realização da assembleia.

2 — Da convocatória devem constar a ordem de traba-lhos, o horário e o local de realização da assembleia.

Artigo 31.º

Mesa da assembleia de representantes

A mesa da assembleia de representantes é composta por um presidente e dois secretários.

Artigo 32.º Direção

A direção é composta por um presidente, que é o bas-tonário, dois vice -presidentes e por um número par de vogais, no mínimo de seis.

Artigo 33.º Competência Compete à direção:

a) Decidir sobre a aceitação de inscrições ou mandar

cancelá -las, a pedido dos próprios ou por decisão do con-selho jurisdicional;

(6)

b) Elaborar e manter atualizado o registo de todos os

membros;

c) Dar execução às deliberações da assembleia de

re-presentantes;

d) Elaborar e propor à assembleia de representantes a

aprovação de regulamentos;

e) Submeter à assembleia de representantes as propostas

de criação de novas especialidades;

f) Dirigir a atividade da Ordem;

g) Emitir, diretamente ou através de comissões

consti-tuídas para o efeito, pareceres e informações a entidades públicas e privadas, no âmbito das atribuições da Ordem;

h) Cobrar as receitas e efetuar as despesas previstas no

orçamento;

i) Elaborar e apresentar à assembleia de representantes

o plano e o relatório de atividades, as contas e o orçamento anuais;

j) Contratar o revisor oficial de contas que integra o

conselho fiscal, sob proposta dos membros deste;

k) Aprovar o respetivo regimento.

Artigo 34.º Funcionamento

1 — A direção reúne ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente sempre que convocada pelo seu presidente.

2 — A direção só pode deliberar validamente quando esteja presente mais de metade dos seus membros.

3 — As deliberações são tomadas por maioria simples dos membros presentes, dispondo o presidente de voto de qualidade.

Artigo 35.º Bastonário

O bastonário representa a Ordem e é o presidente da direção.

Artigo 36.º Competências Compete ao bastonário:

a) Representar a Ordem em juízo e fora dele,

designa-damente perante os órgãos de soberania e as organizações comunitárias e internacionais;

b) Executar e fazer executar as deliberações da direção

e dos demais órgãos nacionais;

c) Exercer as competências da direção em casos de

reco-nhecida urgência ou nas situações em que tal competência lhe seja delegada;

d) Assegurar o normal funcionamento dos serviços da

Ordem, no respeito da lei, do presente Estatuto e dos res-petivos regulamentos;

e) Designar o vice -presidente que o substitui nas suas

faltas e impedimentos.

Artigo 37.º Elegibilidade

Para a candidatura ao cargo de bastonário é necessário que o membro efetivo tenha, no mínimo, 10 anos de exer-cício profissional.

Artigo 38.º Vinculação

1 — Para que a Ordem fique obrigada são necessárias as assinaturas do bastonário e de um outro membro da direção em efetividade de funções.

2 — A direção pode constituir mandatário para a prática de determinados atos, devendo para tal fixar o âmbito e duração dos poderes conferidos.

Artigo 39.º Responsabilidade solidária

1 — Os membros dos órgãos respondem solidariamente pelos atos praticados no exercício do mandato que lhes foi conferido.

2 — O disposto no número anterior não se aplica aos membros que não tenham estado presentes na ssão na qual tenha sido tomada a deliberação ou, es-tando presentes, tenham votado expressamente contra a deliberação em causa, em declaração consignada na respetiva ata.

Artigo 40.º Conselho jurisdicional

1 — O conselho jurisdicional é composto por cinco membros, sendo um dos seus membros presidente e os restantes vogais.

2 — O conselho jurisdicional é assessorado por um consultor jurídico.

Artigo 41.º Competência Compete ao conselho jurisdicional:

a) Velar pelo cumprimento da lei, do presente Estatuto

e dos regulamentos internos, quer por parte dos órgãos da Ordem, quer por parte de todos os seus membros;

b) Dar parecer sobre as propostas de alterações do

pre-sente Estatuto e de regulamentos;

c) Instruir e julgar todos os processos disciplinares

ins-taurados aos membros;

d) Decidir os recursos sobre a validade das decisões

dos demais órgãos da Ordem, a requerimento dos inte-ressados;

e) Aprovar o respetivo regimento.

Artigo 42.º Elegibilidade

Para a candidatura ao cargo de presidente do conselho jurisdicional é necessário que o membro efetivo tenha um mínimo de 10 anos de exercício profissional.

Artigo 43.º Funcionamento

1 — O conselho jurisdicional reúne na sede da Ordem, quando convocado pelo seu presidente.

2 — As deliberações são tomadas por maioria, dispondo o presidente de voto de qualidade, e não há lugar a abs-tenções.

(7)

Artigo 44.º Conselho fiscal

1 — O conselho fiscal é constituído por um presidente e dois vogais.

2 — O conselho fiscal integra ainda um revisor oficial de contas.

Artigo 45.º Competência Compete ao conselho fiscal:

a) Examinar e emitir parecer sobre as contas anuais a

apresentar pela direção à assembleia de representantes;

b) Verificar a gestão patrimonial e financeira da Ordem; c) Apresentar à direção as sugestões que entenda de

interesse;

d) Acompanhar a atividade da direção; e) Elaborar as atas das suas reuniões.

Artigo 46.º Órgãos regionais

1 — A assembleia regional é composta por todos os mem-bros inscritos na Ordem cujo domicílio profissional esteja situado na área geográfica incluída na delegação regional.

2 — A direção regional é composta por um presidente e um número par de vogais no mínimo de dois.

Artigo 47.º Competência e funcionamento 1 — Compete à assembleia regional:

a) Eleger a sua mesa;

b) Aprovar o orçamento, o plano de atividades e contas

da direção regional;

c) Deliberar sobre assuntos de âmbito regional, por

iniciativa própria ou a pedido da direção regional;

d) Aprovar o seu regimento.

2 — Compete à direção regional:

a) Representar a Ordem na respetiva área geográfica,

designadamente perante as entidades públicas que aí exer-çam atribuições, sempre que mandatada para o efeito pela direção;

b) Dar execução às deliberações da assembleia de

re-presentantes e da assembleia regional e às diretrizes da direção;

c) Exercer poderes delegados pela direção; d) Executar o orçamento da delegação regional; e) Gerir os serviços regionais;

f) Elaborar e apresentar à direção o relatório e as contas

anuais aprovados pela assembleia regional;

g) Aprovar o seu regimento.

SECÇÃO IV

Dos colégios

Artigo 48.º Colégios de especialidade

1 — A Ordem dispõe dos colégios de especialidade de psicologia clínica e da saúde, de psicologia da educação e de psicologia do trabalho, social e organizações.

2 — Cada colégio de especialidade é constituído por to-dos os membros titulares da especialidade correspondente. 3 — Existem tantos colégios quantas as especialidades.

Artigo 49.º Conselho de especialidade

Cada colégio de especialidade profissional é dirigido por um conselho de especialidade, composto por um pre-sidente, um secretário e três vogais, eleitos por quatro anos pelos membros da respetiva especialidade, de acordo com regulamento próprio, aprovado pela direção.

Artigo 50.º Título de especialidade

1 — A Ordem atribui os seguintes títulos de especia-lidade:

a) Psicologia clínica e da saúde; b) Psicologia da educação;

c) Psicologia do trabalho, social e organizações.

2 — A obtenção do título de especialista é regida por regulamento elaborado pela direção e aprovado pela as-sembleia de representantes.

3 — O regulamento a que se refere o número anterior só produz efeitos após homologação do membro do Governo responsável pela área da saúde.

4 — A criação de novas especialidades obedece ao dis-posto no presente Estatuto e é feita por lei.

CAPÍTULO III

Responsabilidade externa da Ordem Artigo 51.º

Relatório anual e deveres de informação

1 — A Ordem elabora anualmente um relatório sobre a prossecução das suas atribuições, que é apresentado à Assembleia da República e ao Governo até 31 de março de cada ano.

2 — A Ordem presta à Assembleia da República e ao Governo toda a informação que lhe seja solicitada relati-vamente à prossecução das suas atribuições.

3 — O bastonário deve corresponder ao pedido das comissões parlamentares competentes para prestar as in-formações e esclarecimentos de que estas necessitem.

Artigo 52.º Recursos

1 — Os atos praticados pelos órgãos regionais da Ordem admitem recurso hierárquico, sendo o prazo de interposição de oito dias úteis.

2 — Os atos e omissões dos órgãos da Ordem no exer-cício de poderes públicos ficam sujeitos ao contencioso administrativo, nos termos das leis do processo adminis-trativo.

3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, os recursos contenciosos ali referidos não podem ser interpos-tos antes de serem esgotados os recursos internos previsinterpos-tos no presente Estatuto, designadamente os recursos para o conselho jurisdicional.

(8)

CAPÍTULO IV

Membros e demais prestadores de serviços de psicologia

SECÇÃO I

Inscrição

Artigo 53.º Obrigatoriedade

1 — A atribuição do título profissional, o seu uso e o exercício da profissão de psicólogo, em qualquer setor de atividade, individualmente ou em sociedade profissional, dependem da inscrição na Ordem como membro efetivo, sem prejuízo do disposto no n.º 5 do artigo seguinte.

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, considera -se qualquer setor de atividade o setor público, privado, cooperativo, social ou outro, independentemente do exercício por conta própria ou por conta de outrem.

3 — A prestação de serviços de psicologia por empre-sas empregadoras ou subcontratantes de psicólogos não depende de inscrição na Ordem, sem prejuízo do regime das sociedades profissionais e do disposto no n.º 1 do artigo 63.º

Artigo 54.º Inscrição

1 — Para o exercício da atividade de psicologia devem inscrever -se na Ordem, como membros:

a) Os titulares do grau de licenciado em Psicologia

confe-rido na sequência de um ciclo de estudos com estágio curri-cular incluído realizado no quadro da organização de estudos anterior ao regime de organização de estudos introduzido pelo Decreto -Lei n.º 74/2006, de 24 de março, alterado pelos Decretos -Leis n.os 107/2008, de 25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de 7 de agosto;

b) Os titulares do grau de mestre em Psicologia conferido

na sequência de um ciclo de estudos integrado de mestrado organizado nos termos do n.º 7 do artigo 14.º da Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada pela Lei n.º 46/86, de 14 de outubro, com estágio curricular incluído;

c) Os titulares dos graus de licenciado e de mestre em

Psicologia conferidos na sequência de ciclos de estudo de licenciatura e de mestrado em Psicologia com estágio curri-cular incluído realizados no quadro da organização de estudos aprovada pelo Decreto -Lei n.º 74/2006, de 24 de março, alterado pelos Decretos -Leis n.os 107/2008, de 25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de 7 de agosto;

d) Os titulares de um grau académico superior

estran-geiro no domínio da Psicologia com estágio curricular incluído a quem tenha sido conferida equivalência a um dos graus a que se referem as alíneas anteriores;

e) Os profissionais nacionais de Estados membros da

União Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujas qualificações profissionais tenham sido obtidas fora de Portugal, nos termos do artigo 62.º

2 — A inscrição de nacionais de Estados terceiros cujas qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, e aos quais se aplique o disposto na alínea d) do número anterior, depende igualmente da garantia de reciprocidade de trata-mento, nos termos de convenção internacional, incluindo

convenção celebrada entre a Ordem e a autoridade con-génere do país de origem do interessado.

3 — A inscrição na Ordem para o exercício da profissão só pode ser recusada:

a) Por falta de formação académica superior nos termos

das alíneas a) a d) do n.º 1;

b) Quando ao interessado tiver sido aplicada a pena

dis-ciplinar de expulsão e ainda não tiverem decorrido 10 anos contados do trânsito em julgado da decisão.

4 — Inscrevem -se ainda na Ordem, como membros:

a) As sociedades profissionais de psicólogos, incluindo

as filiais de organizações associativas de psicólogos cons-tituídas ao abrigo do Direito de outro Estado, nos termos do artigo 71.º;

b) As representações permanentes em território nacional

de organizações associativas de psicólogos constituídas ao abrigo do Direito de outro Estado, caso pretendam ser membros da Ordem, nos termos do artigo 72.º

5 — Ao exercício de forma ocasional e esporádica em território nacional da atividade de psicologia, em regime de livre prestação de serviços, por profissionais nacionais de Estados membros da União Europeia e do Espaço Eco-nómico Europeu cujas qualificações profissionais tenham sido obtidas fora de Portugal, aplica -se o disposto no n.º 1 do artigo 63.º

Artigo 55.º Estágios profissionais

1 — Para a passagem a membro efetivo da Ordem, o profissional cuja formação tenha sido obtida em Portugal tem obrigatoriamente de realizar um estágio profissional promovido e organizado pela Ordem e de acordo com um projeto de estágio submetido e acompanhado por um orientador de estágio.

2 — Além do disposto no presente Estatuto, os estágios profissionais regem -se por regulamento próprio elaborado pela direção e aprovado pela assembleia de representantes, que só produz efeitos após homologação pelo membro do Governo responsável pela área da saúde.

3 — O estágio profissional tem a duração de 12 meses a contar da data de inscrição.

4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o estágio pode ser excecionalmente prorrogado, a pedido do estagiário, nos termos previstos no regulamento de estágio, até ao período máximo de 18 meses.

5 — O estagiário só se considera inscrito após a apre-ciação pela Ordem de todos os documentos legal e regula-mentarmente exigidos, incluindo o projeto de estágio.

6 — A apreciação pela Ordem, nos termos do disposto no número anterior, deve ocorrer no prazo de 30 dias a contar da data de apresentação de todos os documentos por parte do candidato a estágio.

7 — Com a realização do estágio pretende -se que o es-tagiário aplique, em contexto real de trabalho, os conheci-mentos teóricos decorrentes da sua formação académica, desenvolva capacidade para resolver problemas concretos e adquira as competências e métodos de trabalho indispensá-veis a um exercício competente e responsável da profissão. 8 — A inscrição como membro estagiário pode ocorrer a todo o tempo.

9 — Os profissionais nacionais de Estados membros da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu

(9)

cujas qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal e pretendam realizar o estágio em território nacional podem inscrever -se como membro estagiário da Ordem.

10 — Os estágios profissionais enquanto medida de compensação são regidos pela Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.

11 — Durante o estágio profissional, o estagiário deve beneficiar de seguro de acidentes pessoais e de seguro profissional, a contratar pelo próprio ou pela entidade recetora.

Artigo 56.º

Direitos e deveres do membro estagiário

1 — Constituem deveres do membro estagiário, em território nacional e fora dele, designadamente:

a) Respeitar os princípios definidos no presente

Esta-tuto, no código deontológico e nos demais regulamentos aprovados pelos órgãos da Ordem;

b) Observar as regras e condições que se imponham no

seio da entidade que o recebe;

c) Ser orientado por um profissional membro efetivo

da Ordem, no pleno gozo dos direitos que lhe cabem a este título e com, pelo menos, cinco anos de experiência profissional;

d) Respeitar e ser leal para com o orientador de estágio

profissional e para com a entidade que o recebe;

e) Participar na definição dos parâmetros do

funcio-namento e orientação de estágio e cumprir o definido no projeto de estágio profissional;

f) Proceder a um registo de horas, a ratificar pelo

orien-tador de estágio;

g) Colaborar com diligência, empenho e competência

em todas as atividades, trabalhos e ações de formação que venha a frequentar no âmbito do estágio profissional;

h) Elaborar e apresentar um relatório de estágio; i) Pagar atempadamente as quotas ou suportar os

encar-gos a que possa estar obrigado.

2 — Constituem direitos do estagiário, designadamente:

a) Ser apoiado pela Ordem na defesa dos seus direitos

e interesses profissionais;

b) Aceder a todos os meios de comunicação institucional

disponíveis aos membros;

c) Aceder aos recursos técnicos e científicos

disponibi-lizados pela Ordem;

d) Aceder aos benefícios protocolados pela Ordem com

quaisquer instituições;

e) Receber, em média, uma hora de orientação por

se-mana;

f) Participar nos cursos de formação de estagiários

or-ganizados pela Ordem;

g) Inscrever -se na Ordem como membro efetivo após

a conclusão do estágio profissional, nos termos do regu-lamento de estágio.

Artigo 57.º

Direitos e deveres do orientador

1 — Ao orientador de estágio profissional cabe a res-ponsabilidade pela direção e supervisão da atividade pros-seguida pelo estagiário.

2 — Qualquer membro efetivo com, pelo menos, cinco anos de experiência profissional pode assumir a orientação de estágio profissional.

3 — O orientador de estágio profissional está sujeito, designadamente, aos seguintes deveres:

a) Zelar pelo cumprimento do projeto de estágio

pro-fissional;

b) Garantir o rigor profissional, ético e deontológico,

tanto ao nível da formação concedida ao estagiário como da exigência que lhe é imposta;

c) Disponibilizar formação regular ao estagiário; d) Apreciar e ratificar o registo de horas do estagiário,

nos termos previstos no regulamento de estágios;

e) Dar parecer quanto ao requerimento de prorrogação

ou de suspensão do período de estágio, apresentado pelo psicólogo estagiário;

f) Apreciar o relatório final do estagiário, fazendo -o

acompanhar de parecer fundamentado que conclua pela aptidão ou inaptidão do estagiário para o exercício das suas funções profissionais, e remetê -lo à direção;

g) Colaborar com a Ordem na avaliação final do

psi-cólogo estagiário;

h) Colaborar com a autoridade competente de outro

Estado sempre que o profissional aí pretenda ingressar na profissão.

4 — O orientador de estágio tem, designadamente, di-reito a:

a) Receber, por parte da Ordem, formação necessária

para o exercício da função de orientador de estágio pro-fissional;

b) Ver reconhecido pela Ordem, em termos de experiência

profissional, o desempenho da função de orientador de es-tágios profissionais.

5 — Um orientador não pode orientar anualmente mais do que cinco estágios profissionais.

Artigo 58.º Suspensão do estágio

1 — O estagiário pode, em virtude de motivos atendí-veis, devidamente justificados, requerer a suspensão do seu estágio, devendo, desde logo, indicar a duração previsível da suspensão.

2 — A suspensão não pode exceder a duração máxima de seis meses, seguidos ou interpolados.

3 — O período de seis meses referido no número an-terior pode ser prorrogado, caso o estagiário o requeira e demonstre a respetiva necessidade, designadamente em casos de doença, gravidez, maternidade e paternidade.

Artigo 59.º

Conclusão do estágio profissional

1 — Quando o estagiário completar o período de dura-ção do estágio profissional deve apresentar um relatório final de estágio, no qual descreve as atividades desenvol-vidas no decurso do mesmo.

2 — O relatório final de estágio deve ser acompanhado de parecer do respetivo orientador.

3 — A data de conclusão do estágio profissional cor-responde à data em que é atribuída classificação final ao

(10)

desempenho do estagiário, a qual deve ser comunicada ao interessado, no prazo máximo de 15 dias úteis.

4 — No caso de não ser apresentado o relatório de es-tágio ou de a classificação global do eses-tágio ser de «Não aprovado», a inscrição como estagiário caduca.

5 — O período que medeia entre a aceitação da inscrição como estagiário e a comunicação da nota de classificação final a que se refere o n.º 3 não pode exceder 18 meses.

Artigo 60.º Cédula profissional

1 — Com a admissão da inscrição de profissional é emi-tida cédula profissional de membro efetivo ou de membro estagiário, conforme os casos, assinada pelo bastonário.

2 — A cédula profissional segue o modelo a aprovar pela assembleia de representantes.

Artigo 61.º Suspensão e cancelamento

1 — São suspensos da Ordem os membros que:

a) Sejam sujeitos à medida disciplinar de suspensão; b) Por sua iniciativa requeiram a suspensão;

c) Se encontrem em situação de incompatibilidade com

o exercício da profissão.

2 — É cancelada a inscrição na Ordem aos membros que:

a) Sejam sujeitos à medida disciplinar de expulsão; b) Deixem de exercer, voluntariamente, a atividade

profissional e declarem junto da direção a intenção de cancelamento.

3 — Em caso de aplicação de sanção que tenha como efeito a interdição do exercício da profissão, cessa ime-diatamente a inscrição na Ordem.

SECÇÃO II

Profissionais da União Europeia e do Espaço Económico Europeu

Artigo 62.º Direito de estabelecimento

1 — O reconhecimento das qualificações profissionais de nacional de Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu obtidas fora de Portugal, para a sua inscrição como membro da Ordem, é regulado pela Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem prejuízo de condições especiais de reciprocidade, caso as qualificações em causa tenham sido obtidas fora da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu.

2 — O profissional que pretenda inscrever -se na Ordem nos termos do número anterior e que preste serviços, de forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou que atue como gerente ou administrador no Estado membro de origem, no âmbito de organização associativa de profissionais, deve, observado o disposto no n.º 4 do artigo 37.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, identificar a organização em causa no pedido apresentado nos termos do artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada

pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.

3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número anterior ocorra após a apresentação do pedido de reconhe-cimento de qualificações, deve a organização associativa em causa ser identificada perante a Ordem, no prazo de 60 dias.

Artigo 63.º Livre prestação de serviços

1 — Os profissionais legalmente estabelecidos noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Econó-mico Europeu e que aí desenvolvam atividades compará-veis à atividade profissional de psicólogo regulada pelo presente Estatuto podem exercê -las, de forma ocasional e esporádica, em território nacional, em regime de livre prestação de serviços, nos termos da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.

2 — Os profissionais referidos no número anterior po-dem fazer uso do título profissional de psicólogo e são equiparados a psicólogos, para todos os efeitos legais, exceto quando o contrário resulte das disposições em causa.

3 — O profissional que preste serviços, de forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou que atue como gerente ou administrador no Estado membro de origem, no âmbito de organização associa-tiva de profissionais e pretenda exercer a sua atividade profissional em território nacional nessa qualidade, em regime de livre prestação de serviços, deve identi-ficar, perante a Ordem, a organização associativa por conta da qual presta serviços, na declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.

Artigo 64.º Comércio eletrónico

Os profissionais legalmente estabelecidos em Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu que aí desenvolvam atividades comparáveis à atividade profissional de psicólogo regulada pelo pre-sente Estatuto podem exercê -las, através de comércio eletrónico, com destino ao território nacional, observa-dos que sejam os requisitos aplicáveis no Estado mem-bro de origem, nomeadamente as normas deontológicas aí vigentes, assim como a disponibilização permanente de informação prevista no artigo 10.º do Decreto -Lei n.º 7/2004, de 7 de janeiro, alterado pelo Decreto -Lei n.º 62/2009, de 10 de março, e pela Lei n.º 46/2012, de 29 de agosto.

SECÇÃO III

Categorias de membros

Artigo 65.º

Categorias dos membros da Ordem

A Ordem tem membros efetivos, estagiários, correspon-dentes, honorários e beneméritos.

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Artigo 66.º Membros efetivos Consideram -se membros efetivos:

a) Os profissionais em psicologia que preencham os

requisitos de inscrição previstos no presente Estatuto;

b) As sociedades profissionais de psicólogos e as

re-presentações permanentes de organizações associativas de psicólogos referidas no n.º 4 do artigo 54.º, inscritos nos termos do presente Estatuto.

Artigo 67.º Membros estagiários

Consideram -se membros estagiários os profissionais cuja formação referida no artigo 54.º tenha sido obtida em Portugal e não tenham realizado ou concluído o estágio profissional, bem como os profissionais referidos no n.º 9 do artigo 55.º

Artigo 68.º Membros correspondentes

1 — Consideram -se membros correspondentes:

a) Os profissionais que exerçam a sua atividade

exclu-sivamente no estrangeiro;

b) Os membros de associações estrangeiras congéneres

que confiram igual tratamento aos membros da Ordem. 2 — Os membros correspondentes gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres que expressamente lhes caibam, nos termos do presente Estatuto.

Artigo 69.º Membros honorários

1 — São admitidas como membros honorários as pes-soas singulares ou coletivas que, exercendo ou tendo exercido atividade de reconhecido interesse público e contribuído para a dignificação e o prestígio da profissão de psicólogo, sejam consideradas como merecedoras de tal distinção.

2 — A qualidade de membro honorário é conferida por proposta apresentada pela direção e aprovada pela assem-bleia de representantes.

3 — Os membros honorários gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres que expressamente lhes caibam, nos termos do presente Estatuto.

Artigo 70.º Membros beneméritos

1 — São admitidas como membros beneméritos as pessoas singulares ou coletivas que, tendo prestado contributo pecuniário ou patrimonial em favor da Or-dem, sejam consideradas como merecedoras de tal dis-tinção.

2 — A qualidade de membro benemérito é conferida por proposta apresentada pela direção e aprovada pela assembleia de representantes.

3 — Os membros beneméritos gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres que expressamente lhes caibam, nos termos do presente Estatuto.

Artigo 71.º Sociedades de profissionais

1 — Os psicólogos estabelecidos em território nacional podem exercer em grupo a profissão, desde que constituam ou ingressem como sócios em sociedades profissionais de psicólogos.

2 — Podem ainda ser sócios de sociedades profissionais de psicólogos:

a) As sociedades profissionais de psicólogos

previa-mente constituídas e inscritas como membros da Ordem;

b) As organizações associativas de profissionais

equi-parados a psicólogos, constituídas noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, cujo capital e direitos de voto caiba maioritariamente aos profissionais em causa.

3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú-mero anterior não é aplicável caso a organização associa-tiva não disponha de capital social.

4 — O juízo de equiparação referido na alínea b) do n.º 2 é regido:

a) Quanto a nacionais de Estado membro da União

Eu-ropeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio;

b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas

qualifi-cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime de reciprocidade internacionalmente vigente.

5 — As sociedades de psicólogos gozam dos direitos e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua natureza, estando nomeadamente sujeitas aos princípios e regras deontológicos constantes do presente Estatuto.

6 — Às sociedades de profissionais não é reconhecida capacidade eleitoral.

7 — Os membros do órgão executivo das sociedades profissionais de psicólogos, independentemente da sua qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e científica e as garantias conferidas aos psicólogos pela lei e pelo presente Estatuto.

8 — As sociedades de psicólogos podem exercer, a título secundário, quaisquer atividades que não sejam incompatí-veis com a atividade de psicologia, em relação às quais não se verifique impedimento nos termos do presente Estatuto, não estando essas atividades sujeitas ao controlo da Ordem.

9 — A constituição e o funcionamento das sociedades de profissionais constam de diploma próprio.

Artigo 72.º

Organizações associativas de profissionais de outros Estados membros

1 — As organizações associativas de profissionais equi-parados a psicólogos, constituídas noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, cujo capital com direito de voto caiba maioritariamente aos profissionais em causa e ou a outras organizações as-sociativas cujo capital e direitos de voto caiba maioritaria-mente àqueles profissionais, podem inscrever as respetivas representações permanentes em Portugal, constituídas nos termos da lei comercial, como membros da Ordem, sendo enquanto tal equiparadas a sociedades de psicólogos para efeitos da presente lei.

(12)

2 — Os requisitos de capital referidos no número ante-rior não são aplicáveis caso esta não disponha de capital social, aplicando -se, em seu lugar, o requisito de atribui-ção da maioria de direitos de voto aos profissionais ali referidos.

3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é regido:

a) Quanto a nacionais de Estado membro da União

Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio;

b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas

qualifi-cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime de reciprocidade internacionalmente vigente.

4 — O regime jurídico de inscrição das organizações associativas de profissionais de outros Estados membros consta do diploma que regula a constituição e funciona-mento das sociedades de profissionais.

5 — Às organizações associativas de profissionais de outros Estados membros não é reconhecida capacidade eleitoral.

Artigo 73.º Outros prestadores de serviços

As pessoas coletivas que prestem serviços de psico-logia e não se constituam sob a forma de sociedades de profissionais não estão sujeitas a inscrição na Ordem, sem prejuízo da obrigatoriedade de inscrição na Ordem dos profissionais que aí exercem a respetiva atividade nos termos do presente Estatuto.

Artigo 74.º

Deveres dos prestadores de serviços de psicologia 1 — Todos os psicólogos e sociedades profissionais de psicólogos ou equiparadas ficam sujeitos aos requisitos constantes dos n.os 1 e 2 do artigo 19.º e dos artigos 20.º e 22.º do Decreto -Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e ainda, no que se refere a serviços prestados por via eletrónica, ao disposto no artigo 10.º do Decreto -Lei n.º 7/2004, de 7 de janeiro, alterado pelo Decreto -Lei n.º 62/2009, de 10 de março.

2 — O disposto no número anterior não se aplica aos serviços e organismos da administração direta e indireta do Estado, das regiões autónomas e das autarquias locais, nem às demais pessoas coletivas públicas não empresariais.

SECÇÃO IV

Direitos e deveres dos membros

Artigo 75.º Direitos dos membros efetivos

1 — Constituem direitos dos membros efetivos:

a) O exercício da atividade de psicólogo;

b) Ser apoiado pela Ordem para defesa dos seus direitos

e interesses profissionais;

c) Ser informado acerca de todos os estudos, disposições

e pareceres relativos ao exercício da profissão;

d) Beneficiar da atividade editorial e utilizar os serviços

oferecidos pela Ordem;

e) Eleger e ser eleito para os órgãos da Ordem, salvo as

incapacidades previstas no presente Estatuto;

f) Participar nas atividades e exercer quaisquer funções

no âmbito da Ordem, nos termos do presente Estatuto;

g) Participar e beneficiar da atividade social, cultural,

recreativa e científica da Ordem.

2 — Os membros estagiários gozam dos direitos que não lhes estejam vedados e que não sejam incompatíveis com a sua condição.

3 — O não pagamento de contribuições por um período superior a seis meses, após aviso prévio, determina o im-pedimento de participação na vida institucional da Ordem, bem como de usufruir dos seus serviços, enquanto perdurar aquela situação.

Artigo 76.º Deveres dos membros efetivos Constituem deveres dos membros efetivos:

a) Participar na vida da Ordem;

b) Respeitar os princípios definidos no código

deon-tológico;

c) Prestar a comissões e grupos de trabalho a

colabora-ção que lhes seja solicitada;

d) Contribuir para a boa reputação da Ordem e procurar

alargar o seu âmbito de influência;

e) Desempenhar as funções para as quais sejam

desig-nados;

f) Cumprir e fazer cumprir as deliberações dos órgãos

da Ordem;

g) Pagar as quotas e suportar os demais encargos

re-gulamentares;

h) Atualizar os respetivos conhecimentos para o

exer-cício da profissão, no caso dos profissionais;

i) Agir solidariamente na defesa dos interesses coletivos

dos membros da Ordem;

j) Utilizar as vinhetas profissionais, nos termos do

re-gulamento de utilização de vinhetas. Artigo 77.º

Direitos e deveres dos membros correspondentes 1 — Constituem direitos dos membros correspondentes os previstos nas alíneas c) e d) do artigo 75.º

2 — Constituem deveres dos membros correspondentes os previstos nas alíneas b) e d) do artigo anterior.

Artigo 78.º

Direito dos membros honorários e beneméritos

Constitui um direito dos membros honorários e bene-méritos o previsto na alínea c) do n.º 1 do artigo 75.º

CAPÍTULO V Regime financeiro

Artigo 79.º Receitas 1 — Constituem receitas da Ordem:

a) As quotas pagas pelos seus membros;

b) As taxas cobradas pelos serviços prestados aos seus

membros;

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d) As doações, heranças, legados e subsídios; e) Os rendimentos de bens que lhe sejam afetos; f) As receitas provenientes de atividades e projetos; g) Outras receitas de bens próprios ou de demais

pres-tações de serviços.

2 — As receitas são afetas às atribuições da Ordem, nos termos a definir no orçamento e plano de atividades anuais.

3 — As taxas pelos serviços prestados devem ser fixadas de acordo com critérios de proporcionalidade.

4 — As deliberações sobre a fixação das quotas e das taxas são aprovadas pela assembleia representativa, por maioria absoluta, sob proposta da direção.

Artigo 80.º Quotas

1 — As quotas são anuais, sem prejuízo do seu paga-mento semestral, trimestral ou mensal.

2 — O regime de cobrança de quotas é definido em regulamento próprio.

3 — O regulamento referido no número anterior pode prever um montante de quotas diferente consoante a anti-guidade da inscrição.

4 — As receitas de quotas são afetas às atribuições da Ordem nos termos a definir no orçamento e plano de ati-vidades anuais.

Artigo 81.º Despesas

Constituem despesas da Ordem as relativas à instalação e as incorridas com o pessoal, manutenção, funcionamento e todas as necessárias à prossecução dos seus objetivos.

CAPÍTULO VI Regime disciplinar SECÇÃO I Disposições gerais Artigo 82.º Infração disciplinar

1 — Considera -se infração disciplinar toda a ação ou omissão que consista na violação, por qualquer membro da Ordem, dos deveres consignados nos presentes Estatutos e nos respetivos regulamentos.

2 — A infração disciplinar é:

a) Leve, quando o arguido viole de forma pouco

in-tensa os deveres profissionais a que se encontra adstrito no exercício da profissão;

b) Grave, quando o arguido viole de forma séria os

de-veres profissionais a que se encontra adstrito no exercício da profissão;

c) Muito grave, quando o arguido viole os deveres

pro-fissionais a que está adstrito no exercício da profissão, afetando com a sua conduta a dignidade e o prestígio pro-fissional de tal forma que fique definitivamente inviabili-zado o exercício da profissão.

3 — As infrações disciplinares previstas no presente Estatuto e demais disposições legais e regulamentares aplicáveis são puníveis a título de dolo ou negligência.

Artigo 83.º Jurisdição disciplinar

1 — Os membros da Ordem estão sujeitos ao poder disciplinar dos órgãos da Ordem, nos termos previstos no presente Estatuto e no regulamento disciplinar.

2 — Durante o tempo de suspensão da inscrição o mem-bro da Ordem continua sujeito ao poder disciplinar da Ordem.

3 — O cancelamento da inscrição não faz cessar a responsabilidade disciplinar por infrações anteriormente praticadas.

4 — A punição com a sanção de expulsão não faz cessar a responsabilidade disciplinar do membro da Ordem relati-vamente às infrações por ele cometidas antes da respetiva decisão definitiva que as tenha aplicado.

Artigo 84.º

Independência da responsabilidade disciplinar dos membros da Ordem

1 — A responsabilidade disciplinar é independente da responsabilidade civil e criminal decorrente do mesmo facto e coexiste com qualquer outra prevista por lei.

2 — A responsabilidade disciplinar perante a Ordem coexiste com qualquer outra prevista por lei.

3 — Quando, com fundamento nos mesmos factos, tiver sido instaurado processo penal contra membro da Ordem e, para se conhecer da existência de uma infração disciplinar, for necessário julgar qualquer questão que não possa ser convenientemente resolvida no processo disciplinar, pode ser ordenada a suspensão do processo disciplinar durante o tempo em que, por força de decisão jurisdicional ou de apreciação jurisdicional de qualquer questão, a marcha do correspondente processo não possa começar ou continuar a ter lugar.

4 — A suspensão do processo disciplinar, nos termos do número anterior, é comunicada pela Ordem à autoridade judiciária competente, a qual deve ordenar a remessa à Ordem de cópia do despacho de acusação e, se a ele houver lugar, do despacho de pronúncia.

5 — Decorrido o prazo fixado nos termos do n.º 3 sem que a questão tenha sido resolvida, a questão é decidida no processo disciplinar.

6 — Sempre que, em processo penal contra membro da Ordem, for designado dia para a audiência de julgamento, o tribunal deve ordenar a remessa à Ordem, preferen-cialmente por via eletrónica, do despacho de acusação, do despacho de pronúncia e da contestação, se esta tiver sido apresentada, bem como quaisquer outros elementos solicitados pela direção ou pelo bastonário.

7 — A responsabilidade disciplinar dos membros pe-rante a Ordem decorrente da prática de infrações é inde-pendente da responsabilidade disciplinar por violação dos deveres emergentes de relações de trabalho.

Artigo 85.º

Responsabilidade disciplinar das sociedades de profissionais e dos profissionais em livre prestação de serviços

1 — As pessoas coletivas membros da Ordem estão sujeitas ao poder disciplinar dos seus órgãos, nos termos

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do presente Estatuto e da lei que regula a constituição e o funcionamento das sociedades profissionais.

2 — Os profissionais que prestem serviços em território nacional em regime de livre prestação são equiparados aos membros da Ordem para efeitos disciplinares, nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, al-terada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, com as especificidades constantes do n.º 8 do artigo 92.º e do regulamento disciplinar.

Artigo 86.º Prescrição

1 — O direito a instaurar o processo disciplinar pres-creve no prazo de cinco anos a contar da prática do ato ou do último ato, em caso de prática continuada.

2 — Se a infração disciplinar constituir simultaneamente infração criminal para a qual a lei estabeleça prescrição sujeita a prazo mais longo, o procedimento disciplinar apenas prescreve após o decurso deste último prazo.

3 — O prazo de prescrição do procedimento disciplinar corre desde o dia em que o facto se tiver consumado.

4 — O prazo de prescrição só corre:

a) Nas infrações instantâneas, desde o momento da

sua prática;

b) Nas infrações continuadas, desde o dia da prática

do último ato;

c) Nas infrações permanentes, desde o dia em que cessar

a consumação.

5 — O procedimento disciplinar também prescreve se, desde o conhecimento pelo órgão competente para a ins-tauração do processo disciplinar ou desde a participação efetuada nos termos do n.º 1 do artigo 89.º, não se iniciar o processo disciplinar competente no prazo de um ano.

6 — O prazo de prescrição do processo disciplinar suspende -se durante o tempo em que o processo discipli-nar estiver suspenso, a aguardar despacho de acusação ou de pronúncia em processo penal.

7 — O prazo de prescrição volta a correr a partir do dia em que cessar a causa da suspensão.

8 — O prazo de prescrição do processo disciplinar re-ferido nos n.os 1 e 5 interrompe -se com a notificação ao arguido:

a) Da instauração do processo disciplinar; b) Da acusação.

SECÇÃO II

Do exercício da ação disciplinar

Artigo 87.º Exercício da ação disciplinar

1 — Têm legitimidade para participar à Ordem factos suscetíveis de constituir infração disciplinar:

a) Qualquer pessoa direta ou indiretamente afetada pelos

factos participados;

b) A direção;

c) O Ministério Público, nos termos do n.º 3.

2 — Os tribunais e quaisquer autoridades devem dar conhecimento à Ordem da prática, por parte de membros

da Ordem, de factos suscetíveis de constituírem infração disciplinar.

3 — O Ministério Público e os órgãos de polícia crimi-nal remetem à Ordem certidão das denúncias, participações ou queixas apresentadas contra membros da Ordem e que possam consubstanciar factos suscetíveis de constituir infração disciplinar.

Artigo 88.º Desistência da participação

A desistência da participação disciplinar pelo interes-sado extingue o processo disciplinar, salvo se a infração imputada afetar a dignidade do membro da Ordem visado e, neste caso, este manifeste intenção de continuação do processo, ou o prestígio da Ordem ou da profissão, em qualquer das suas especialidades.

Artigo 89.º

Instauração do processo disciplinar

1 — Qualquer órgão da Ordem, oficiosamente ou tendo por base queixa, denúncia ou participação apresentada por pessoa devidamente identificada, contendo factos susce-tíveis de integrarem infração disciplinar do membro da Ordem, comunica, de imediato, os factos ao órgão com-petente para a instauração de processo disciplinar.

2 — Quando se conclua que a participação é infundada, dela se dá conhecimento ao membro da Ordem visado e são--lhe passadas as certidões que o mesmo entenda necessárias para a tutela dos seus direitos e interesses legítimos.

Artigo 90.º Legitimidade processual

As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo relativamente aos factos participados, podem solicitar à Ordem a sua intervenção no processo, requerendo e ale-gando o que tiverem por conveniente.

Artigo 91.º Direito subsidiário

Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto, o proce-dimento disciplinar rege -se pelo regulamento disciplinar, sendo subsidiariamente aplicáveis as normas procedimen-tais previstas na Lei Geral do Trabalho em Funções Públi-cas, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, alterada pela Lei n.º 82 -B/2014, de 31 de dezembro.

SECÇÃO III

Das sanções disciplinares

Artigo 92.º

Aplicação das sanções disciplinares 1 — As sanções disciplinares são as seguintes:

a) Advertência;

b) Obrigação de prática supervisionada até ao máximo

de 12 meses;

c) Repreensão registada;

d) Suspensão até ao máximo de 24 meses; e) Expulsão.

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