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Adoum Jorge - O Povo Das Mil e Uma Noites[1]

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Livros de Jorge Adoum publicados ou a serem

Livros de Jorge Adoum publicados ou a serem publicadospublicados pela Fundação Cultural Avatar.

pela Fundação Cultural Avatar.

Como Sentir e Desfrutar da Felicidade * Como Sentir e Desfrutar da Felicidade * Cosmogênese *

Cosmogênese *

O Reino, ou o Homem Desvelado * O Reino, ou o Homem Desvelado * O Povo das Mil e Uma Noites * O Povo das Mil e Uma Noites *

O Livro sem Título de um Autor sem Nome O Livro sem Título de um Autor sem Nome O Génesis Reconstruído

O Génesis Reconstruído

O Evangelho da Paz pelo Discípulo João O Evangelho da Paz pelo Discípulo João A Sarsa de Horeb

A Sarsa de Horeb Ser Esposa Feliz Ser Esposa Feliz O Grânulo da Vida O Grânulo da Vida O Exército de Lamil O Exército de Lamil Batismo da Dor Batismo da Dor

O POVO DAS MIL

O POVO DAS MIL

E UMA

E UMA NOITE

NOITES

S

ppoorr

DR. JORGE ADOUM

DR. JORGE ADOUM

(Mago JEFA)

(Mago JEFA)

* Já publicados * Já publicados

COMISSÃO DIVULGADORA JORGE ADOUM

COMISSÃO DIVULGADORA JORGE ADOUM

(3)

Copyright Copyright

COMISSÃO DIVULGADORA JORGE ADOUM COMISSÃO DIVULGADORA JORGE ADOUM

Primeira edição em português 1977 Primeira edição em português 1977

1199reimpressão 1992reimpressão 1992

Í N D I C E Í N D I C E A presente obra foi editada através da Fundação Cultural Avatar

A presente obra foi editada através da Fundação Cultural Avatar com sede à rua Pereira Nunes, 141 - Cep,

24210-com sede à rua Pereira Nunes, 141 - Cep, 24210-3030- Niterói- Niterói

Telefone: (021) 2621 Telefone: (021) 2621--0217.0217.

UM POVO,

UM POVO, UM AUTOR, UM AUTOR, UMA UMA OBRAOBRA ... 99

PRIMEIRA PARTE PRIMEIRA PARTE

Adoum, Jorge Adoum, Jorge

O Povo das Mil e Uma Noites O Povo das Mil e Uma Noites

Jorge Adoum; tradução de Rômulo Durand da Motta aprova Jorge Adoum; tradução de Rômulo Durand da Motta aprovadada

pela Comissão Divulgadora Jorge Adoum. - Niterói, pela Comissão Divulgadora Jorge Adoum. - Niterói, Fundação Cultural Avatar, 1992.

Fundação Cultural Avatar, 1992. 272 pg. 23 cm

272 pg. 23 cm

ISBN 85

ISBN 85--71047104-026-5-026-5 Reprodução fac similar da 1

Reprodução fac similar da 1§§edição em português,edição em português, editada pela FEEU, em 1977.

editada pela FEEU, em 1977.

1. Ocultismo. I. Rômulo Durand da Motta. II. Titulo. 1. Ocultismo. I. Rômulo Durand da Motta. II. Titulo.

IMPRESSO NA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL IMPRESSO NA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Pré-Histórla

Pré-Histórla ee História da Cultura ÁrobeHistória da Cultura Árobe Capítulo

Capítulo I I GeografiaGeografia ... 1717

Capítulo

Capítulo II II Os ÁrabesOs Árabes ... ... ... ... 1919

Capítulo

Capítulo III III Quem Quem São São os os Árabes?Árabes? ... 20... 20

Capítulo

Capítulo IV IV A A Bíblia Bíblia não não é é HistóriaHistória ... 2222

Capítulo

Capítulo V V A A Génese Génese Mosaica Mosaica é é uma uma Cosmogenia Cosmogenia EspiritualEspiritual ... 2323

Capítulo VI

Capítulo VI A A Génese MGénese Mosaica é osaica é uma Cosmogenia uma Cosmogenia Espiritual Espiritual (continuação) (continuação) 2828

Capítulo

Capítulo VII VII Uma Uma História História que que não não Passa Passa de de LendaLenda ... 3030 Capítulo

Capítulo VIII VIII Lendas Lendas que que são são Histórias Histórias VerdadeirasVerdadeiras ...3131

Capítulo

Capítulo IX IX A A Segunda Segunda Sub-Raça: Sub-Raça: a a ÁrabeÁrabe ... 3636 Capítu

Capítu lo lo X X A A EspirituEspiritu alidade alidade da da BíbliaBíblia ... 3939 Capítulo

Capítulo XI XI Nossas Nossas FontesFontes ... ... ... ... 4040

Capítulo

Capítulo XXII XXII Que Que Significa Significa o o Nome Nome «Árabe»?«Árabe»? ... 4747 Capítulo

Capítulo XIII XIII Duas Duas CivilizaCiviliza ções ções Pré-HistóricaPré-Histórica ss... 4949 Capítulo

Capítulo XIV XIV Os Os Árabes Árabes Pré-Históricos Pré-Históricos do do Primeiro Primeiro PeríodoPeríodo ... 5252 Capítulo

Capítulo XV XV Os Os Árabes Árabes na na MesopotâmiaMesopotâmia ... 5454 Capítulo

Capítulo XVI XVI A A CivilizaçãCivilizaçã o o do do Reino Reino de de HamurábiHamurábi... 5656 Capítulo

Capítulo XVII XVII O O Reino Reino de de HamurábHamuráb i i é é ÁrabeÁrabe ... 5959 Capít

Capít ulo ulo XVIII XVIII O O Livro Livro de de Jó Jó é é ÁrabeÁrabe ... 6363 Capítu

Capítu lo lo XIX XIX Os Os AmmalikAmmalik s s no no EgitoEgito ... 6565 Capítulo XX

Capítulo XX Os Os Árabes Árabes Depois de Depois de sua sua Saída do Saída do EgitoEgito ... 7070 Capítulo XX

Capítulo XXI I Os Demais Os Demais Reinos Árabes Reinos Árabes de 1700 de 1700 a.C até a.C até a Vinda a Vinda de Mao-de

Mao-mé, 571 d.C... mé, 571 d.C... 7474 Capítu

Capítu lo lo XXII XXII A A Antiga Antiga CivilizaçCivilizaç ão ão do do lemenlemen ... 7777 Capítulo

Capítulo XXIII XXIII O$ O$ Árabes Árabes do do Norte Norte no no Segundo PeríodoSegundo Período ... 8181

Capítulo

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SEGUNDA PARTE SEGUNDA PARTE

A Cultura dos Árabes A Cultura dos Árabes Capítu

Capítulo lo I I O O ÁrabÁrab e e e e seu seu CarCar áteráter ... 9393 Capítu

Capítulo II lo II As As Leis Leis e e a a JustiJusti ça ça dos dos ÁrabeÁrabe ss ... 9898 Capítu

Capítulo lo III III A Mulher A Mulher Árabe Árabe Através dos Através dos SéculosSéculos ... 104104 Capítu

Capítulo lo IV IV Os Os MétodoMétodo s s CienCien tíficotífico s s dos dos ÁrabeÁrabe ss ... 110110 Capí

Capítultulo o V V As As ArteArte s s ÁrabÁrab eses ... 113113 Capítulo

Capítulo VI VI A A MúsicMúsic aa ... 117117 Capítu

Capítulo lo VII VII A A PoesPoes ia ia ÁrabÁrab ee ... 122122 Capítulo

Capítulo VIII VIII A A RetóricRetóric aa ... 126126 Capítu

Capítulo lo IX IX A A LiteraturLiteratur a a ÁrabeÁrabe ... .. 129129 Capi

Capitultulo X o X A A História História e e a a GeogrGeogr afiaafia ... 1 341 34 Capitulo

Capitulo XIXI CiêCiências Naturais: Medicina, Higiene e Farmáciancias Naturais: Medicina, Higiene e Farmácia ... 137137 Capitulo

Capitulo XIIXII Matemáticas e AstronomiaMatemáticas e Astronomia ... ... 142142

Capitulo

Capitulo XIII XIII A A Física, Física, a Química a Química e suas e suas AplicaçõesAplicações ... 145145 Capitulo

CapituloXIVXIV A Influência da Civilização Árabe no A Influência da Civilização Árabe no Oriente e no OcidenteOriente e no Ocidente 149149

Capítu

Capítu lo lo VI VI A A DoutriDoutri na na do do CoraCora ção ção e e o o Anel Anel de de AladimAladim ... 214214 Capítulo VII

Capítulo VII O O Caminho da Caminho da Direita Direita e e o o Caminho da EsquerdaCaminho da Esquerda ... 220220 Capítulo VII

Capítulo VIII I Os HomOs Homens quens que Podem e Podem Ser Iniciados Ser Iniciados e as e as Provas da Provas da IniciaçãoIniciação 233233 Capítulo

Capítulo IX IX O O Livro Livro das das Iniciações Iniciações e e das das Viagens Viagens IniciáticasIniciáticas ... 237237 Capítulo

Capítulo X X Abre-te Abre-te Sésamo Sésamo ou ou o o Poder Poder da da ImaginaçãoImaginação ... 241241

Capítulo XI

Capítulo XI Os Os Mistérios Mistérios do do Astral ou Astral ou do Mdo Mundo de undo de DesejosDesejos... 246246 Capítulo

Capítulo XII XII Cosmogenia Iniciática Cosmogenia Iniciática A A Grande EstóGrande Estória ria do do Moço Moço dede Recados e das Três Princesas

Recados e das Três Princesas de de BagdáBagdá ... 250250 Capítulo

Capítulo XIII XIII Rápidas Rápidas OlhadelasOlhadelas ... 267267

TERCEIRA TERCEIRAPARTEPARTE

Do Solo da História Do Solo da História Lealdade, Favor e Perdão

Lealdade, Favor e Perdão ... 157157 Jafar el Barmatci e o Vendedor de Favas

Jafar el Barmatci e o Vendedor de Favas ... 159159 El Fadl Iben Yahya e o Beduíno

El Fadl Iben Yahya e o Beduíno ... ... 1616 11

Omar

OmarIben el Jatab e a ViúvaIben el Jatab e a Viúva ... 166166 O Mais Generoso dos Árabes

O Mais Generoso dos Árabes ... 167167 A Indulgência de Maan Ibn Zaida

A Indulgência de Maan Ibn Zaida ... .. 169169 Maan e seus Prisioneiros

Maan e seus Prisioneiros ... 170170 O Poeta que Desobedeceu às Ordens do Califa

O Poeta que Desobedeceu às Ordens do Califa ... 1717 11

Um Galanteio Real

Um Galanteio Real ... 174174

QUARTA PARTE QUARTA PARTE

O Livro

O Livro das Mil das Mil Uma Noites Uma Noites e seus e seus MistériosMistérios Prólogo

Prólogo ... 179179 Capítulo I

Capítulo I Os Os Mistérios Mistérios dasdas Mil e Uma Noites:Mil e Uma Noites:IntroduçãoIntrodução ... 183183 Capítulo I

Capítulo II I Estória Estória do do Comerciante, El Comerciante, El Efrit Efrit e e os os Três Três Velhos Velhos Cheiques Cheiques . . .. 187187 Capítulo

Capítulo III III As As Divisões Divisões dasdas Mil e Uma NoitesMil e Uma Noites ... 191191

Capítu

Capítu lo lo IV IV O O Livro Livro dosdos MeredsMeredsou dos Espíritos da Águaou dos Espíritos da Água ... 201201

Capítulo

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UM POVO, UM AUTOR, UMA OBRA UM POVO, UM AUTOR, UMA OBRA

Não creio que seja, apenas, uma questão de sangue, porque Não creio que seja, apenas, uma questão de sangue, porque muitas e muitas outras pessoas, que não possuem um glóbulo sequ muitas e muitas outras pessoas, que não possuem um glóbulo sequ ererdede sangue

sangue oriental, sonharam oriental, sonharam como como eu eu e e talvez talvez alguns alguns até até aindaaindasonhemsonhem com o Povo das Mil e Uma Noites. Tornaram-se familiares, em nossa com o Povo das Mil e Uma Noites. Tornaram-se familiares, em nossa infância, as figuras de Simbad, de Aladim e de Ali Babá. Conhecemos, infância, as figuras de Simbad, de Aladim e de Ali Babá. Conhecemos, quase palmo a palmo, as cidades de Damasco, Bássora, Bagdá e Meca. quase palmo a palmo, as cidades de Damasco, Bássora, Bagdá e Meca. E, muitas vezes, experimentamos o ardente desejo de passear por E, muitas vezes, experimentamos o ardente desejo de passear por alguma rua de Beirute.

alguma rua de Beirute.

Mais tarde, na adolescência, passamos muitas noites acordados, Mais tarde, na adolescência, passamos muitas noites acordados, pensando nos olhos de Dejnaná ou nos lábios ocultos de alguma pensando nos olhos de Dejnaná ou nos lábios ocultos de alguma Scheherazade ou de alguma Aziyadé. Rapidamente criamos estórias Scheherazade ou de alguma Aziyadé. Rapidamente criamos estórias de aventuras, de raptos românticos, mesclados ao terror dos escravos de aventuras, de raptos românticos, mesclados ao terror dos escravos núbios.

núbios. Ou Ou chegamos chegamos a a ver ver por por que que não? não? um um harém harém repleto repleto dede mulheres e vinhos. Ou pensávamos nas grandes histórias passionais mulheres e vinhos. Ou pensávamos nas grandes histórias passionais que, fosse pelo capricho do autor ou pelo ambiente sugestivo, que, fosse pelo capricho do autor ou pelo ambiente sugestivo, desenvolviam-se na terra do ciúme extremado, no país dos turbantes e desenvolviam-se na terra do ciúme extremado, no país dos turbantes e dos desertos.

dos desertos.

Não é, apenas, uma questão de sangue. Há muito de imaginação e Não é, apenas, uma questão de sangue. Há muito de imaginação e muito de literatura. Benoit, Loti, Hull nos prenderam a Arábia no muito de literatura. Benoit, Loti, Hull nos prenderam a Arábia no sangue. Eles nos fizeram ver o rastro deixado pelas caravanas de sangue. Eles nos fizeram ver o rastro deixado pelas caravanas de camelos sobre as areias crestadas de sol, puseram em nossos lábios o camelos sobre as areias crestadas de sol, puseram em nossos lábios o tremor que se apoderava dos lábios das mulheres conquistadas pela tremor que se apoderava dos lábios das mulheres conquistadas pela força e conhecemos, de perto e de longe, o cabelo e a pele negra dos força e conhecemos, de perto e de longe, o cabelo e a pele negra dos beduínos... Sempre ou, pelo menos, uma vez vivemos ali. aonde a beduínos... Sempre ou, pelo menos, uma vez vivemos ali. aonde a mesquita e a tenda albergam homens que foram mestres da paixão e da mesquita e a tenda albergam homens que foram mestres da paixão e da intriga, nas canções nostálgicas e no galope dos cavalos.

intriga, nas canções nostálgicas e no galope dos cavalos. Para a imaginação romântica isto era o bastante. Para

Para a imaginação romântica isto era o bastante. Para a cultura, porém,a cultura, porém, significava, apenas, uma aproximação ínfima e inexata. Pouco ou nada significava, apenas, uma aproximação ínfima e inexata. Pouco ou nada nos era dito sobre a estória da Lâmpada Maravilhosa ou

nos era dito sobre a estória da Lâmpada Maravilhosa ou

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da Caverna dos Ladrões Só umas poucas páginas eram escritas: "As da Caverna dos Ladrões Só umas poucas páginas eram escritas: "As Desencantadas" ou "O Árabe".

Desencantadas" ou "O Árabe".

Os árabes, despidos de suas paixões e de suas luxuosas vesti

Os árabes, despidos de suas paixões e de suas luxuosas vestimentas, foramentas, fora dos palácios onde se deleita a boca com

dos palácios onde se deleita a boca com vinho e tâmavinho e tâma ras, e sim colocados naras, e sim colocados na estepe ou na montanha, montados em corcéis e com fuzis aos ombros, estepe ou na montanha, montados em corcéis e com fuzis aos ombros, eram

eram--nosnos figuras totalmente desconhecidas. Só conhecíamos algo sobre afiguras totalmente desconhecidas. Só conhecíamos algo sobre a conquista da Espanha e nada

conquista da Espanha e nada mais...mais...

De onde vinham e quem eram? Qual a trajetória seguida por esse De onde vinham e quem eram? Qual a trajetória seguida por esse povo epovo e aonde deveria ser assinalado o seu ponto de partida? Que legaram eles à aonde deveria ser assinalado o seu ponto de partida? Que legaram eles à cultura do Ocidente, que era sustentada sobre colu

cultura do Ocidente, que era sustentada sobre colunas gregas? Todas essasnas gregas? Todas essas perguntas não eram respondidas pela História, porque nem sequer as havia perguntas não eram respondidas pela História, porque nem sequer as havia mencionado.

mencionado.

Desse modo, os árabes apenas chegavam à América. Conhecíamos a Desse modo, os árabes apenas chegavam à América. Conhecíamos a uns poucos deles, por referência, ficando todo o resto perdido nas planícies uns poucos deles, por referência, ficando todo o resto perdido nas planícies que raras vezes nos demos ao

que raras vezes nos demos ao trabalho de observar para encontrátrabalho de observar para encontrá--los.los. Apresenta

Apresenta-nos agora, o Dr. Jorge Adoum, essa parte omissa,-nos agora, o Dr. Jorge Adoum, essa parte omissa,nãonão como a indicação feita com o dedo em riste, como fez o Emir Emin Arslan, como a indicação feita com o dedo em riste, como fez o Emir Emin Arslan, mas uma apresentação dos homens acompanhados de seus próprios nomes e mas uma apresentação dos homens acompanhados de seus próprios nomes e passados. Agora já os conhecemos, pelo menos em suas

passados. Agora já os conhecemos, pelo menos em suas origens.origens.

Anteriormente, na obra "Adonai", soubemos um pouco a respeito deles. Anteriormente, na obra "Adonai", soubemos um pouco a respeito deles. Conhecemos sua história durante a época da guerra. De nosso palco de Conhecemos sua história durante a época da guerra. De nosso palco de le

leitores vimos moverem-se homens, mulheres, povos, governos e religiões.itores vimos moverem-se homens, mulheres, povos, governos e religiões. Agora, com os mesmos atores, porém noutra obra e com outra Agora, com os mesmos atores, porém noutra obra e com outra caracterização. Vestem trajes passados da moda, são nómades de mar e caracterização. Vestem trajes passados da moda, são nómades de mar e terra, conquistadores e conquistados e todos que antes víamos como terra, conquistadores e conquistados e todos que antes víamos como sacerdotes ou amantes transfiguram-se agora usando a barba dos profetas sacerdotes ou amantes transfiguram-se agora usando a barba dos profetas ou habitando laboratórios e biblio

ou habitando laboratórios e bibliotecas.tecas.

Funcionando como arqueólogo da História, o Dr. Adoum expõe Funcionando como arqueólogo da História, o Dr. Adoum expõe asas bases da sua raça e da sua cultura, que hão de ser também os

bases da sua raça e da sua cultura, que hão de ser também os fundamentos dafundamentos da cultura de onde o sol se põe. As artes e as ciências, os costumes e as leis, cultura de onde o sol se põe. As artes e as ciências, os costumes e as leis, conhecemo

conhecemo-las somente hoje em dia, embora descansem debaixo da terra-las somente hoje em dia, embora descansem debaixo da terra durante séculos incontáveis os protagonistas desta nova obra do autor de durante séculos incontáveis os protagonistas desta nova obra do autor de "Adonai".

"Adonai".

Ele não chega senão à pré

Ele não chega senão à pré--história e já o faz bastante, porque ahistória e já o faz bastante, porque a base dosbase dos edifícios não ultrapassa o nível do solo.

edifícios não ultrapassa o nível do solo.

No entanto, veremos mais coisas de perto, uma outra grande

No entanto, veremos mais coisas de perto, uma outra grande construção:construção: a cultura europeia. Ela pertence ao mesmo modelo árabe

a cultura europeia. Ela pertence ao mesmo modelo árabe

e para sua edificação foram utilizados os mesmos materiais. E só e para sua edificação foram utilizados os mesmos materiais. E só agoraagora podemos dar-nos conta dos credores que temos na história de podemos dar-nos conta dos credores que temos na história de nossanossa civilização.

civilização.

Junto ao historiador surge, no entanto, o novelista. Ele nos traz Junto ao historiador surge, no entanto, o novelista. Ele nos traz umum presente todo feito de lendas e anedotas misturadas a con

presente todo feito de lendas e anedotas misturadas a condimentosdimentos nitidamente árabes. A alguns de nós ele nos volta à adolescência, nitidamente árabes. A alguns de nós ele nos volta à adolescência, quandoquando desenhávamos em nossa mente o perfil de Emires e Sultões, de escravas e desenhávamos em nossa mente o perfil de Emires e Sultões, de escravas e de eunucos.

de eunucos.

E aparece também como mergulhador das ciências ocultas. Ele E aparece também como mergulhador das ciências ocultas. Ele interpreta, como ninguém, o significado esotérico e iniciático daque

interpreta, como ninguém, o significado esotérico e iniciático daqueles relatosles relatos que, em nossa infância, foram apenas objetos de distração e devaneio. As que, em nossa infância, foram apenas objetos de distração e devaneio. As escadarias que nos faziam arregalar os olhos de medo ao rangerem sob os escadarias que nos faziam arregalar os olhos de medo ao rangerem sob os pés de algum temível ladrão, conduzem-nos agora a mundos d

pés de algum temível ladrão, conduzem-nos agora a mundos desconhecidos,esconhecidos, aonde as trevas são luz. Aladim, que foi um mestre de ilusões e um homem aonde as trevas são luz. Aladim, que foi um mestre de ilusões e um homem que mais ou menos contou

que mais ou menos contou com a nossa inveja, embora se tenha despedido decom a nossa inveja, embora se tenha despedido de nós na infância,

nós na infância, apareceaparece-nos agora com nosso próprio rosto. Sua lâmpada-nos agora com nosso próprio rosto. Sua lâmpada mágica

mágica está guardada em algum lugar de nosso corpo. E também sentimosestá guardada em algum lugar de nosso corpo. E também sentimos tremer a ilha que descobrimos, como Simbad, o herói de nossas antigas e tremer a ilha que descobrimos, como Simbad, o herói de nossas antigas e irrequietas imaginações.

irrequietas imaginações.

"O Povo das Mil e Uma Noites" não é um livro: são quatro livros

"O Povo das Mil e Uma Noites" não é um livro: são quatro livros diferentesdiferentes que se dirigem a todos. Suas palavras hão de chegar aos

que se dirigem a todos. Suas palavras hão de chegar aos que estudam, aosque estudam, aos que amam a lenda, aos que investigam a origem de nosso modo de ser e que amam a lenda, aos que investigam a origem de nosso modo de ser e aos que amam as religiões desconhecidas dos mistérios enterrados nos aos que amam as religiões desconhecidas dos mistérios enterrados nos subsolos do homem. Dentro do campo dos

subsolos do homem. Dentro do campo dos livros de sólida base, é certamentelivros de sólida base, é certamente um dos que trazem para a América maior número de novidades. É um um dos que trazem para a América maior número de novidades. É um continente novo, uma Ilha povoada que descobrimos não por força de um continente novo, uma Ilha povoada que descobrimos não por força de um naufrágio, mas

naufrágio, mas por havermos dirigido para ali a proa dos por havermos dirigido para ali a proa dos barcos destinados abarcos destinados a en

encontrácontrá-la, a fim de que amanhã, em viagens sucessivas, venham a ela-la, a fim de que amanhã, em viagens sucessivas, venham a ela 0808 encarregados de colonizá-la. Por ora, nossa sinceridade, erguida como encarregados de colonizá-la. Por ora, nossa sinceridade, erguida como vigia no mastro mais alto, não deve cair, mas gritar: "Terra à vista!" Sim, vigia no mastro mais alto, não deve cair, mas gritar: "Terra à vista!" Sim, porque ela está à vista.. .

porque ela está à vista.. .

O autor da obra não é um descobridor. Ele sabia que ela e

O autor da obra não é um descobridor. Ele sabia que ela estavastava ali.ali. Assemelha

Assemelha-se mais com o vento, que remove a névoa, a fim de que nós, -se mais com o vento, que remove a névoa, a fim de que nós, maismais distantes, possamos ver. Ele nos fala com o cérebro da Ciência e com o distantes, possamos ver. Ele nos fala com o cérebro da Ciência e com o sangue de sua raça. É seu povo e, de um certo modo, nosso pov

sangue de sua raça. É seu povo e, de um certo modo, nosso pov o.o. Em nenhuma outra História Universal encontramos estas li Em nenhuma outra História Universal encontramos estas linhas.nhas. Alguém citou Averroes, enquanto outros citaram Avicena. Algum curioso Alguém citou Averroes, enquanto outros citaram Avicena. Algum curioso pesquisador do jornais e revistas terá visto o rosto de

pesquisador do jornais e revistas terá visto o rosto de 10

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Kalil Gibran. E todos, graças à propaganda, vimos bem de

Kalil Gibran. E todos, graças à propaganda, vimos bem de perto as barbas deperto as barbas de Maomé.. . Porém dos outros, daqueles que ninguém tirou de suas tumbas e Maomé.. . Porém dos outros, daqueles que ninguém tirou de suas tumbas e de sua língua, nada sabemos. . . Este

de sua língua, nada sabemos. . . Este é o valoré o valor principal da obra. É algo maisprincipal da obra. É algo mais do que um livro novo.

do que um livro novo.ÉÉum doum documentocumento imprescindível, em nosso País e emimprescindível, em nosso País e em

muitos outros, para que se vá completando, pouco a pouco, nossa história muitos outros, para que se vá completando, pouco a pouco, nossa história universal, que ainda é bastante omissa apesar de seus múltiplos universal, que ainda é bastante omissa apesar de seus múltiplos compêndios.

compêndios.

Outras pessoas, que possuam a faculdade de ver

Outras pessoas, que possuam a faculdade de ver dentro da obsdentro da obscuridade,curidade, valorizarão ainda mais, talvez, esta nova versão das "Mil e Uma Noites", ou valorizarão ainda mais, talvez, esta nova versão das "Mil e Uma Noites", ou seja, conhecerão de novo seus personagens, porque agora eles são seja, conhecerão de novo seus personagens, porque agora eles são outros... E para os colecionadores de lendas, aqui oferecemos um álbum outros... E para os colecionadores de lendas, aqui oferecemos um álbum novo, cheio de fotografias e de core

novo, cheio de fotografias e de cores.s.

Porém, "O Povo das Mil e Uma Noites" há de destacar

Porém, "O Povo das Mil e Uma Noites" há de destacar--se comose como uma dasuma das primeiras vozes, neste Continente, a ensinar quem foram os

primeiras vozes, neste Continente, a ensinar quem foram os antepassados deantepassados de nossa cultura. Ela própria há de conhecer, como mulher formada, os avós nossa cultura. Ela própria há de conhecer, como mulher formada, os avós que não teve em sua infância: os árabe

que não teve em sua infância: os árabes,s, com suas leis e religiões, seuscom suas leis e religiões, seus sábios e seus guerreiros.

sábios e seus guerreiros.

Ê

Êque o sol nasce sempre no Oriente. ..que o sol nasce sempre no Oriente. ..

JORGE ADOUM (Filho) JORGE ADOUM (Filho)

Primeira Parte Primeira Parte PRÉ

PRÉ--HISTÓRIA E HISTÓRIAHISTÓRIA E HISTÓRIADA CULTURADA CULTURA Á

ÁRABERABE

12 12

(9)

PRÓLOGO PRÓLOGO

A Cultura Árabe não foi reconhecida pelos europeus antes do

A Cultura Árabe não foi reconhecida pelos europeus antes do Renascimento.Renascimento. Desde aquela época, muitos sábios europeus come

Desde aquela época, muitos sábios europeus come çaram a indagar e a perquirirçaram a indagar e a perquirir até virem a escrever uma multiplicidade de livros em seus idiom

até virem a escrever uma multiplicidade de livros em seus idiom as. Milhares deas. Milhares de volumes tratam, hoje em dia,

volumes tratam, hoje em dia, da cultura dos árabes, de sda cultura dos árabes, de s ua civilização e de seuua civilização e de seu idioma.

idioma.

Alguns europeus acreditam que os árabes não escreveram sobre sua Alguns europeus acreditam que os árabes não escreveram sobre sua própria cultura, o que não é verdade, pois eles foram os pri

própria cultura, o que não é verdade, pois eles foram os pri meiros a tratar dela.meiros a tratar dela. Temos o livro "Afaherst" (índice) de Ibn Ennadim (ano 1000), aonde se Temos o livro "Afaherst" (índice) de Ibn Ennadim (ano 1000), aonde se fala da cultura e da

fala da cultura e da literatura árabes desde suas origensliteratura árabes desde suas origens até aquela época. Talaté aquela época. Tal livro não apresenta, apenas, a história da Literatura Árabe, mas também tudo o livro não apresenta, apenas, a história da Literatura Árabe, mas também tudo o que

que diz respeito à linguística islâmica e a tudo dos demais idiomas, juntamentediz respeito à linguística islâmica e a tudo dos demais idiomas, juntamente com a biografia de seus autores, tradutores, poetas e intelectuais. Sem o com a biografia de seus autores, tradutores, poetas e intelectuais. Sem o mencionado

mencionado livro teríamos perdido o rastro de poetas, sábios e de valiososlivro teríamos perdido o rastro de poetas, sábios e de valiosos livros.

livros. Ê uma enciclopédia de valor inestimável sobre artes e ciências.Ê uma enciclopédia de valor inestimável sobre artes e ciências. Posteriormente, Tash Kibri-Zaada, que morreu no ano 1592, escreveu um Posteriormente, Tash Kibri-Zaada, que morreu no ano 1592, escreveu um livro intitulado "Miftah Esahada" (A Chave da Felicidade),

livro intitulado "Miftah Esahada" (A Chave da Felicidade), organizouorganizou-o por-o por temas e arrolou 150 artes nele.

temas e arrolou 150 artes nele. Em seguida, vem o

Em seguida, vem o livro "Cashf Ezsanun", da autoria de Mela Cateb Jelbi,livro "Cashf Ezsanun", da autoria de Mela Cateb Jelbi, espécie de dicionário que apresenta o nome de 15.000

espécie de dicionário que apresenta o nome de 15.000 Obras, com indicação deObras, com indicação de seus respectivos autores, além da História das Ciências mais importantes seus respectivos autores, além da História das Ciências mais importantes naquele tempo.

naquele tempo.

Tal obra está condensada em 7 tomos e recentemente

editou-Tal obra está condensada em 7 tomos e recentemente editou-sese um livroum livro chamado "Abjad

chamado "Abjad--el Ulum" (Abecedário de Ciências) da auel Ulum" (Abecedário de Ciências) da autoria de Sadik el Anuji.toria de Sadik el Anuji. É muito volumoso, escrito em forma de en

É muito volumoso, escrito em forma de enciclopédia, em três tomos.ciclopédia, em três tomos. No entanto, a maioria desses livros que falam da cultura árabe

No entanto, a maioria desses livros que falam da cultura árabe abarcamabarcam somente uns poucos séculos antes de Maomé e ninguém

somente uns poucos séculos antes de Maomé e ninguém

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atreveu

atreveu-se a descrever os aspectos pré-históricos daquela civilização-se a descrever os aspectos pré-históricos daquela civilização porpor falta de documentos.

falta de documentos.

A pré-história dos árabes é um conglomerado de mitologias e

A pré-história dos árabes é um conglomerado de mitologias e exagerosexageros herdados através dos séculos, sem qualquer polimento,

herdados através dos séculos, sem qualquer polimento, que, com o tempo,que, com o tempo, serviu para aumentar a confusão, já mencionada nas raízes da decadência serviu para aumentar a confusão, já mencionada nas raízes da decadência árabe e isso por dois motivos: primeiro,

árabe e isso por dois motivos: primeiro, porque os europeus quiseram zombarporque os europeus quiseram zombar deles e de sua decadência e, segundo, porque os próprios ár

deles e de sua decadência e, segundo, porque os próprios árabes exageravamabes exageravam ao tentarem ocultar suas

ao tentarem ocultar suas debilidades, vangloriandodebilidades, vangloriando--se de seus antepassados,se de seus antepassados, que con

que conquistaram meio mundo.quistaram meio mundo.

Continuaram assim as coisas até que a civilização moderna, com Continuaram assim as coisas até que a civilização moderna, com basebase nas leis

nas leis da existência, eliminou-aquelas cadeias tradicionaisda existência, eliminou-aquelas cadeias tradicionais e lançou forae lançou fora tudo que pudesse contradizer a razão. Muitos críticos esquadrinharam a tudo que pudesse contradizer a razão. Muitos críticos esquadrinharam a Historia e encontraram algo surpreendente na

Historia e encontraram algo surpreendente na prépré-história dos árabes.-história dos árabes. Apressaram

Apressaram-se, então, em conhecer a verdade sobre aquela raça e-se, então, em conhecer a verdade sobre aquela raça e começaram a estudar sua antiga história, comparando-a com aquilo que era começaram a estudar sua antiga história, comparando-a com aquilo que era relatado pelos gregos, pelos próprios árabes e por outras fontes. Chegaram, relatado pelos gregos, pelos próprios árabes e por outras fontes. Chegaram, assim, a conhecer coi

assim, a conhecer coisas que haviam permanecido ocultas até os tempos dasas que haviam permanecido ocultas até os tempos da História Mo

História Moderna.derna.

Muitas missões arqueológicas decifraram inscrições gravadas Muitas missões arqueológicas decifraram inscrições gravadas nasnas ruínas das cidades árabes, no lemen, em Hedjaz e nas proximidades de ruínas das cidades árabes, no lemen, em Hedjaz e nas proximidades de Damasco.

Damasco.

Essa escassa descoberta levantou o véu que impedia a visão de Essa escassa descoberta levantou o véu que impedia a visão de coisascoisas ocultas relativas a reinos e nações que eram até mesmo des

ocultas relativas a reinos e nações que eram até mesmo desconhecidos pelosconhecidos pelos árabes e pelos gregos.

árabes e pelos gregos.

No entanto, aqueles sábios arqueólogos não se atreveram a escrever a No entanto, aqueles sábios arqueólogos não se atreveram a escrever a pré

pré-história dos árabes. Muitos começaram, mas não terminaram, ficando na-história dos árabes. Muitos começaram, mas não terminaram, ficando na metade do caminho, enquanto a esses soma-se o grupo dos que acreditam metade do caminho, enquanto a esses soma-se o grupo dos que acreditam ser impossível escrever tal espécie de

ser impossível escrever tal espécie de tratado.tratado.

Tal fracasso fez nascer em muitos o desejo de possuir um livro Tal fracasso fez nascer em muitos o desejo de possuir um livro queque versasse sobre a matéria, livro esse que, de acordo com pro

versasse sobre a matéria, livro esse que, de acordo com promessa feita pelomessa feita pelo falecido rei sueco Oscar II, seria merecedor de uma recompensa pecuniária falecido rei sueco Oscar II, seria merecedor de uma recompensa pecuniária bastante grande ao autor que melhor escrevesse a Pré-História Árabe. bastante grande ao autor que melhor escrevesse a Pré-História Árabe. Muitos escritores apresentaram suas obras, mas a comissão julgadora Muitos escritores apresentaram suas obras, mas a comissão julgadora designada para examinar os trabalhos não encontrou nenhuma digna do designada para examinar os trabalhos não encontrou nenhuma digna do prémio.

prémio.

Cada Nação há

Cada Nação há que possuir uma história universal, na qual seque possuir uma história universal, na qual se encontre oencontre o relato de sua política, de sua

relato de sua política, de sua sociedade, de sua economiasociedade, de sua economiae de sua ciência. Ae de sua ciência. A história política relata as

história política relata as conquistasconquistas, as , as guerrasguerras

e as mudanças de governo. A história de sua sociedade descreve e as mudanças de governo. A história de sua sociedade descreve seusseus costumes e caracteres. A história económica fala de

costumes e caracteres. A história económica fala de suas forsuas fortunas, indústriastunas, indústrias e de sua produção natural. Paralelamente, a história cultural de uma raça e de sua produção natural. Paralelamente, a história cultural de uma raça fala de suas ciências e de suas artes, de

fala de suas ciências e de suas artes, de

seus poetas e sábios, de seus intelectuais e de tudo que tenham dei seus poetas e sábios, de seus intelectuais e de tudo que tenham dei--xado como fruto de suas mentes em alguns livros. Em

xado como fruto de suas mentes em alguns livros. Em resumo: é aresumo: é a história científica de uma Nação.

história científica de uma Nação.

A História Universal há que apresentar, forçosamente, o relato A História Universal há que apresentar, forçosamente, o relato dasdas conquistas, das guerras das tiranias. No presente trabalho nada mais faremos conquistas, das guerras das tiranias. No presente trabalho nada mais faremos senão descrever a cultura dos árabes, bem como suas artes, desde a senão descrever a cultura dos árabes, bem como suas artes, desde a pré

pré-história, porque a história da cultura é a história das mentes que-história, porque a história da cultura é a história das mentes que palpavelmente nos demonstram a evolução das

palpavelmente nos demonstram a evolução das nanações.ções.

Os marcos científicos que nos são legados por uma nação Os marcos científicos que nos são legados por uma nação de-monstram

monstram--nos sua Moral e sua Religião, seu progresso e sua decanos sua Moral e sua Religião, seu progresso e sua deca --dência, pois, como afirma certo provérbio árabe, "as nações duram dência, pois, como afirma certo provérbio árabe, "as nações duram enquanto dura o seu caráter".

enquanto dura o seu caráter".

A civilização moderna busca a história política

A civilização moderna busca a história política de uma naçãode uma nação em suaem sua história cultural e a divide consoante as épocas em que esta sofreu mudanças, história cultural e a divide consoante as épocas em que esta sofreu mudanças, podendo por esse meio profetizar o futuro de uma raça, quando estuda a podendo por esse meio profetizar o futuro de uma raça, quando estuda a etapa de sua poesia épica que logo passará à ciência, filosofia, etc. etapa de sua poesia épica que logo passará à ciência, filosofia, etc.

De todo o exposto, compreendemos que a história cultural de De todo o exposto, compreendemos que a história cultural de umauma raça é a história da mente de seus filhos, com toda a impressão deixada por raça é a história da mente de seus filhos, com toda a impressão deixada por seus espíritos e caracteres. Nela encontra-se gravada a evolução a que seus espíritos e caracteres. Nela encontra-se gravada a evolução a que chegou, superando as demais, a história de toda a ciência com suas chegou, superando as demais, a história de toda a ciência com suas respectivas conquistas e a descrição de todas as suas pegadas escritas respectivas conquistas e a descrição de todas as suas pegadas escritas segundo suas utilidades e diferenças umas

segundo suas utilidades e diferenças umas das outras.das outras.

Capítulo I Capítulo I GEOGRAFIA GEOGRAFIA

Quando se menciona o país árabe, compreende-se a Ásia Menor Quando se menciona o país árabe, compreende-se a Ásia Menor queque estava habitada pelos árabes. Seus limites variaram no transcorrer dos estava habitada pelos árabes. Seus limites variaram no transcorrer dos séculos, dando origem à aparição e ao

séculos, dando origem à aparição e ao desaparecimentdesaparecimento deo de reinos. Esse país,reinos. Esse país, antigamente, estendia

antigamente, estendia--se desde as margens dose desde as margens do Eufrates até o Nilo.Eufrates até o Nilo.

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Os árabes consideravam o deserto do Sinai, a Palestina, o Líbano e a Sí Os árabes consideravam o deserto do Sinai, a Palestina, o Líbano e a Síriaria como porções da Ilha Arábica. Suas tribos, ao tempo dos

como porções da Ilha Arábica. Suas tribos, ao tempo dos faraós, armavam tendasfaraós, armavam tendas entre o Nilo e o

entre o Nilo e o Mar Vermelho. Os egípciosMar Vermelho. Os egípcioschamavam de "árabe" a todo homemchamavam de "árabe" a todo homem que habitasse a leste de seu país, até os limites de Babel.

que habitasse a leste de seu país, até os limites de Babel.

A Ilha Arábica era dividida, antigamente, consoante o clima: o deserto, ao A Ilha Arábica era dividida, antigamente, consoante o clima: o deserto, ao norte, e a porção habitada, ao sul. O deserto compreendia

norte, e a porção habitada, ao sul. O deserto compreendia a parte norte, desde osa parte norte, desde os limites de Damasco até os de Hedjaz, e a

limites de Damasco até os de Hedjaz, e a parte sul que constituía todo o restanteparte sul que constituía todo o restante da Ilha Arábica, como Hedjaz, Najd, o lemen e outros mais. Posteriormente os da Ilha Arábica, como Hedjaz, Najd, o lemen e outros mais. Posteriormente os gregos acrescenta

gregos acrescentaramram-lhes uma terceira parte, a que deram o nome de Arábia-lhes uma terceira parte, a que deram o nome de Arábia Pétrea,

Pétrea, nome derivado de Petra, no vale de Moisés (Uadi Masa), ao sul danome derivado de Petra, no vale de Moisés (Uadi Masa), ao sul da Palestina, ficando o país árabe, dessa forma, dividido, segundo Pto

Palestina, ficando o país árabe, dessa forma, dividido, segundo Ptolomeu, em trêslomeu, em três ppartes, a saber: Arábia Deserta, Arábia artes, a saber: Arábia Deserta, Arábia Pétrea e AráPétrea e Arábia Feliz.bia Feliz.

Ptolomeu descobriu muitas das cidades existentes naquela época, tais Ptolomeu descobriu muitas das cidades existentes naquela época, tais comocomo Taima, Haula e Hurana (hoje chamada de Iran) e, no deserto, Petra Basra, Yarash, Taima, Haula e Hurana (hoje chamada de Iran) e, no deserto, Petra Basra, Yarash, Aman, Ezroch, Liza, além de outras na Petra. Mencione

Aman, Ezroch, Liza, além de outras na Petra. Mencione --se, também, Saba, Mareb,se, também, Saba, Mareb, Szafar, Hadramaut e algumas outras da Arábia Feliz. Até bem pouco tempo essa Szafar, Hadramaut e algumas outras da Arábia Feliz. Até bem pouco tempo essa divisão do

divisão dopaís árabe ainda era utilizada pelos europeus.país árabe ainda era utilizada pelos europeus.

No entanto, os árabes dividiam sua terra segundo a natureza e

No entanto, os árabes dividiam sua terra segundo a natureza e a situaçãoa situação em qu

em que se encontravam. Os pontos básicos da divisão são as montanhas de Serat,e se encontravam. Os pontos básicos da divisão são as montanhas de Serat, uma cordilheira formada por uma cadeia de montanhas que começava no uma cordilheira formada por uma cadeia de montanhas que começava no lemen elemen e ia terminar nos confins do deserto de Damasco, a qual dividia a Ilha Arábica em ia terminar nos confins do deserto de Damasco, a qual dividia a Ilha Arábica em duas partes: a ocidental e a oriental. A parte ocidental era a menor. Tinha solo incli duas partes: a ocidental e a oriental. A parte ocidental era a menor. Tinha solo incli --nado a partir das faldas daquelas montanhas até

nado a partir das faldas daquelas montanhas até o Mar Vermelho,o Mar Vermelho,sendo por issosendo por isso chamada de "Gaur" ou "Tohama", ao passo que a

chamada de "Gaur" ou "Tohama", ao passo que a parte oriental era a maior dasparte oriental era a maior das duas, elevando

duas, elevando--se até a Mesopotâmia.se até a Mesopotâmia.RecebiaRecebia, por isso, o nome de , por isso, o nome de "Najd" ou "o"Najd" ou "o elevado". Posteriormente esta cordilheira que servia para dividir essas duas elevado". Posteriormente esta cordilheira que servia para dividir essas duas regiões recebeu o

regiões recebeu o nome de "Hedjaz", que significa "linha divisória".nome de "Hedjaz", que significa "linha divisória".

18 18 Capítulo II Capítulo II OS ÁRABES OS ÁRABES

Quando, hoje, dizemos "árabes", queremos designar os habitantes da Ilha Quando, hoje, dizemos "árabes", queremos designar os habitantes da Ilha Arábica, da Mesopotâmia, da Síria, do Líbano, da Palestina, do Egito, do Sudão e Arábica, da Mesopotâmia, da Síria, do Líbano, da Palestina, do Egito, do Sudão e da Algéria, ao passo que, antes do Islam, os árabes habitavam apenas a Ilha, da Algéria, ao passo que, antes do Islam, os árabes habitavam apenas a Ilha, porquanto os que viviam na Mesopotâmia e em Damasco eram os Sírios, os porquanto os que viviam na Mesopotâmia e em Damasco eram os Sírios, os Caldeus, os Nabateus,

Caldeus, os Nabateus, os Judeus e os Gregos. Os que habitavam o Egito eram osos Judeus e os Gregos. Os que habitavam o Egito eram os Coptas,

Coptas, enquanto os que habitavam a Algéria eram bárbaros, gregos e vânenquanto os que habitavam a Algéria eram bárbaros, gregos e vândalos, edalos, e os do Sudão eram os negros. Quando o Islam surgiu, os

os do Sudão eram os negros. Quando o Islam surgiu, os árabes, espalharamárabes, espalharam--se,se, habitando esses países, e triunfou o seu idioma sobre os aborígenes, o que lhes habitando esses países, e triunfou o seu idioma sobre os aborígenes, o que lhes valeu a denominação de árabes.

valeu a denominação de árabes. Ao tempo da

Ao tempo da História Antiga, no entanto, na época dos faraós,História Antiga, no entanto, na época dos faraós, dos assíriosdos assírios e dos fenícios, eram árabes os que habitavam a região norte da Ilha Arábica e a e dos fenícios, eram árabes os que habitavam a região norte da Ilha Arábica e a parte leste do vale do Nilo, no ponto que se

parte leste do vale do Nilo, no ponto que se estende entre o Eufrates, a leste, e oestende entre o Eufrates, a leste, e o Nilo, a oeste, no qual estava contido o deserto da Mesopotâmia, o deserto de Nilo, a oeste, no qual estava contido o deserto da Mesopotâmia, o deserto de Damasco, da Penín

Damasco, da Península do Sinai e da parte oriental do Egito, entre o Nilo e sula do Sinai e da parte oriental do Egito, entre o Nilo e o Maro Mar Ver

Vermelho. O vale do Nilo era o marco divisório natural entre a Líbia, nomelho. O vale do Nilo era o marco divisório natural entre a Líbia, no ocidente, eocidente, e o país dos árabes, no oriente.

o país dos árabes, no oriente.

Os egípcios designavam a cordilheira oriental, que limitava o

Os egípcios designavam a cordilheira oriental, que limitava o Nilo, como "aNilo, como "a Montanha Árabe" ou "o país dos árabes", enquanto a cordilheira ocidental era Montanha Árabe" ou "o país dos árabes", enquanto a cordilheira ocidental era chamada de "Montanha da Líbia".

chamada de "Montanha da Líbia".

Na história antiga a palavra "árabe" era sinónimo de beduíno ou de Na história antiga a palavra "árabe" era sinónimo de beduíno ou de habitante do Sahara. Os árabes, no entanto, denominaram sua Ilha de "Arabat". habitante do Sahara. Os árabes, no entanto, denominaram sua Ilha de "Arabat". Porém, quando algumas tribos, em tempos idos, pas

Porém, quando algumas tribos, em tempos idos, passaram asaram a habihabitar as cidades detar as cidades de lemen, Hedjaz, Huran e outras, a palavra "árabe" não mais

lemen, Hedjaz, Huran e outras, a palavra "árabe" não mais significava beduíno,significava beduíno, tendo sido criado outro

tendo sido criado outro nome para designar aqueles que viviam nas cidades e essenome para designar aqueles que viviam nas cidades e esse nome foi

nome foi "Hadar", que significa "sedentários"."Hadar", que significa "sedentários".

Os Sabaítas (Reino de Sabá) quando mencionavam algumas tri Os Sabaítas (Reino de Sabá) quando mencionavam algumas tribos,bos, diziam

diziam--nas "sedentárias com seus beduínos" ou "a tribo tal enas "sedentárias com seus beduínos" ou "a tribo tal e seu beduínos". Osseu beduínos". Os árabes que habitavam o deserto estavam divididos

árabes que habitavam o deserto estavam divididos em tribos, ramos, etc.em tribos, ramos, etc. Os antigos gregos chamavam de

Os antigos gregos chamavam de "Etíopes" aos árabes que ha"Etíopes" aos árabes que habitavam entre obitavam entre o Golfo da Pérsia e o Mar Vermelho, considerando assim a Etiópia, o lemen e as Golfo da Pérsia e o Mar Vermelho, considerando assim a Etiópia, o lemen e as margens do Golfo Pérsico como uma só região, a que chamavam de Etiópia margens do Golfo Pérsico como uma só região, a que chamavam de Etiópia Asiática, habitada por tribos que

Asiática, habitada por tribos que

19 19

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tinham nomes especiais, tais como os Sabaítas, os Petraítas, os Ma tinham nomes especiais, tais como os Sabaítas, os Petraítas, os Ma--hanitashanitas e outros mais.

e outros mais.

Quando os gregos conquistaram o Oriente e habitaram Alexandria, ao Quando os gregos conquistaram o Oriente e habitaram Alexandria, ao tempo dos Ptolomeus, modificaram aqueles nomes e deram à Ilha Arábica a tempo dos Ptolomeus, modificaram aqueles nomes e deram à Ilha Arábica a denominação de "País dos Árabes", dividindo

denominação de "País dos Árabes", dividindo--a em três partes, cujos nomesa em três partes, cujos nomes citamos no capítulo anterior. Por esse motivo, os habitantes da Ilha Arábica citamos no capítulo anterior. Por esse motivo, os habitantes da Ilha Arábica foram batizados de "sarracenos" pelos gregos, acreditando-se que tal nome foram batizados de "sarracenos" pelos gregos, acreditando-se que tal nome tenha derivado do termo "Sharquiyin", que era o nome de uma tribo que vivia a tenha derivado do termo "Sharquiyin", que era o nome de uma tribo que vivia a leste da mon

leste da montanha de El Serat (Sharquitanha de El Serat (Sharqui--oriental).oriental).

Capítulo III Capítulo III QUEM SAO OS ÁRABES? QUEM SAO OS ÁRABES?

Até o momento, seguimos o relato dos historiadores, antigos e modernos, Até o momento, seguimos o relato dos historiadores, antigos e modernos, que tiveram a Bíblia como base, porém posteriormente demonstraremos o que tiveram a Bíblia como base, porém posteriormente demonstraremos o equí

equívoco de todos eles, ao tratarmos dos árabes,voco de todos eles, ao tratarmos dos árabes, de sua descendência e dede sua descendência e de sua origem.

sua origem.

Os historiadores de nossos tempos convencionaram chamar de

Os historiadores de nossos tempos convencionaram chamar de "etíopes""etíopes" aos povos que falam o hebraico, o assírio e o etíope, enquanto aos que aos povos que falam o hebraico, o assírio e o etíope, enquanto aos que falavam o fenício, o sírio e o aramaico denominaram

falavam o fenício, o sírio e o aramaico denominaram de "NAÇÕES de "NAÇÕES SEMITAS",SEMITAS", pois, segundo a Bíblia, eles são descenden

pois, segundo a Bíblia, eles são descenden tes de Sem, filho de Noé, sendo portes de Sem, filho de Noé, sendo por isso chamados de semitas aos seus idiomas. Sem dúvida, tais línguas se isso chamados de semitas aos seus idiomas. Sem dúvida, tais línguas se parecem na construção das palavras e parecem derivar de um

parecem na construção das palavras e parecem derivar de um troncotronco --matrizmatriz igual, assim como se parecem os ramos da língua latina e os ramos do igual, assim como se parecem os ramos da língua latina e os ramos do Sânscrito, o que faz com que se diga, por exemplo, que o Italiano e o

Sânscrito, o que faz com que se diga, por exemplo, que o Italiano e o EspanholEspanhol são línguas irmãs, cuja mãe é a língua latina. A diferença, no enfán^x

são línguas irmãs, cuja mãe é a língua latina. A diferença, no enfán^xto, entreto, entre estas e as anteriores é que a mãe das primeiras ainda vive,

estas e as anteriores é que a mãe das primeiras ainda vive, podendopodendo-se a ela-se a ela devolver as filhas, enquanto a mãe das línguas se

devolver as filhas, enquanto a mãe das línguas se mitas já não tem, atualmente,mitas já não tem, atualmente, existência alguma apesar de alguns filólogos acreditarem que essa mãe era existência alguma apesar de alguns filólogos acreditarem que essa mãe era hebraica, enquanto outros a criam árabe ou babilónica. No devido tempo hebraica, enquanto outros a criam árabe ou babilónica. No devido tempo daremos nossa opinião.

daremos nossa opinião. Discute

Discute-se, também, a origem dos semitas, e os arqueólogos e-se, também, a origem dos semitas, e os arqueólogos e historiadores não chegaram a um acordo sobre isto. Há, sobre o assunto, duas historiadores não chegaram a um acordo sobre isto. Há, sobre o assunto, duas opiniões: a primeira, pertencente aos que respeitam o relato bíblico, afirma que opiniões: a primeira, pertencente aos que respeitam o relato bíblico, afirma que o berço do homem foi a Mesopotâmia e que foi

o berço do homem foi a Mesopotâmia e que foi 20

20

a partir dali que ele veio a povoar a terra, descendendo dos semitas a partir dali que ele veio a povoar a terra, descendendo dos semitas osos assírios e babilônios na Mesopotâmia, os Aramaicos em Damasco,

assírios e babilônios na Mesopotâmia, os Aramaicos em Damasco, os feníciosos fenícios nas costas da Síria, os hebreus na Palestina, os árabes na Arábia e os nas costas da Síria, os hebreus na Palestina, os árabes na Arábia e os etíopes na Etiópia. A Bíblia teria sido o manancial de suas histórias. Tal etíopes na Etiópia. A Bíblia teria sido o manancial de suas histórias. Tal opinião será, depois, refutada.

opinião será, depois, refutada. Os orientalistas examinara

Os orientalistas examinaram o assunto segundo a m o assunto segundo a filologia dos idiomas efilologia dos idiomas e alguns deles encontraram certa semelhança entre as línguas Semitas e alguns deles encontraram certa semelhança entre as línguas Semitas e Camitas (línguas africanas). Acreditaram, assim, que o berço dos semitas Camitas (línguas africanas). Acreditaram, assim, que o berço dos semitas tivesse sido a África e, pelo fato de a Arábia estar próxima à Etiópia, tivesse sido a África e, pelo fato de a Arábia estar próxima à Etiópia, afirmaram que esta última era o berço dos semitas. Outros, no entanto, afirmaram que esta última era o berço dos semitas. Outros, no entanto, afirmaram que esse berço foi a Ilha Arábica e apresentaram muitas provas afirmaram que esse berço foi a Ilha Arábica e apresentaram muitas provas linguística

linguísticas sociais s sociais e carace características que sustentam tal suposição, sendo umaterísticas que sustentam tal suposição, sendo uma delas a seguinte: nos idiomas hebreus e aramaico podemos encontrar uma delas a seguinte: nos idiomas hebreus e aramaico podemos encontrar uma quantidade

quantidadeincalculável de raízes árabes, querendoincalculável de raízes árabes, querendo-s-se com isso provar que ae com isso provar que a língua árabe é a que mais se aproxima da matriz. Tal grupo detém língua árabe é a que mais se aproxima da matriz. Tal grupo detém apenasapenas uma parte da verdade.

uma parte da verdade.

Outros ainda afirmam que o berço dos semitas foi a região a Outros ainda afirmam que o berço dos semitas foi a região a leste doleste do Eufrates, apoiando-se em razões geográficas relacionadas com as divis Eufrates, apoiando-se em razões geográficas relacionadas com as divisõesões da flora e da fauna, cujos nomes eram semitas. Alguns disseram que foi da da flora e da fauna, cujos nomes eram semitas. Alguns disseram que foi da Etiópia que os semitas saíram em direção à Ilha Arábica, utilizando o Etiópia que os semitas saíram em direção à Ilha Arábica, utilizando o Estreito de Bab el Mandeb, até o lemen, ali multiplicando-se e passando a Estreito de Bab el Mandeb, até o lemen, ali multiplicando-se e passando a Hedjaz, Najed, depois à Palestina, ao passo que outras tribos invadiram a Hedjaz, Najed, depois à Palestina, ao passo que outras tribos invadiram a Mesopotâmia, cujos habitantes eram os Acádios, os Sumerianos e os Mesopotâmia, cujos habitantes eram os Acádios, os Sumerianos e os Turanianos (mongóis); outras tribos foram à Fenícia e ali fundaram os reinos Turanianos (mongóis); outras tribos foram à Fenícia e ali fundaram os reinos de Babel, Assíria,

de Babel, Assíria, Fenícia e Palestina. Os seguidores desta teoria dizem que osFenícia e Palestina. Os seguidores desta teoria dizem que os hebreus vieram de Hedjaz e os Arameus de Najed, porque ARAM significa hebreus vieram de Hedjaz e os Arameus de Najed, porque ARAM significa "montanhas" e NAJED significa "montanhoso", baseando tal teoria "montanhas" e NAJED significa "montanhoso", baseando tal teoria emem Heródoto, que menciona o êxodo dos fenícios das costas do

Heródoto, que menciona o êxodo dos fenícios das costas do Golfo Pérsico.Golfo Pérsico. Em suma, o berço dos semitas permanece desconhecido até hoje. A Em suma, o berço dos semitas permanece desconhecido até hoje. A verdade, porém, é que todas aquelas nações falavam apenas um idioma. O verdade, porém, é que todas aquelas nações falavam apenas um idioma. O idioma semita foi o idioma original. Ele sofreu mutações de acordo com as idioma semita foi o idioma original. Ele sofreu mutações de acordo com as regiões ocupadas e as leis da evolução natural, diferenciando-se desse modo regiões ocupadas e as leis da evolução natural, diferenciando-se desse modo as suas palavras, modismos e construção vocabular, embora ainda hoje as suas palavras, modismos e construção vocabular, embora ainda hoje guardem relações e semelhanças.

guardem relações e semelhanças.

Até este ponto chegam as afirmações dos historiadores. Cabe, agora, a Até este ponto chegam as afirmações dos historiadores. Cabe, agora, a nós dar provas diametralmente opostas a essas crenças anteriores.

nós dar provas diametralmente opostas a essas crenças anteriores.

21 21

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Capítulo IV Capítulo IV

A BÍBLIA NAO É HISTÓRIA A BÍBLIA NAO É HISTÓRIA

A Bíblia é, para nós, um livro sagrado pelo que contém de A Bíblia é, para nós, um livro sagrado pelo que contém de ensi-namentos alegóricos, porém como documento histórico nada tem de namentos alegóricos, porém como documento histórico nada tem de verdadeiro.

verdadeiro.

Os historiadores, por sua vez, procedem como meninos Os historiadores, por sua vez, procedem como meninos deslum-brados: agarram-se ao símbolo e tomam-no pela verdade.

brados: agarram-se ao símbolo e tomam-no pela verdade.

Passam

Passam-se os séculos e as mentiras históricas continuam rei--se os séculos e as mentiras históricas continuam rei-nando sobre as mentes e o coraç

nando sobre as mentes e o coraç ão dos homens, pois os historiadoão dos homens, pois os historiadoresres

continuam extraindo informações da Bíblia e propagando aqueles continuam extraindo informações da Bíblia e propagando aqueles símbolos sob a forma de verdades históricas.

símbolos sob a forma de verdades históricas.

Já dissemos que a Bíblia é, como doutrina espiritual, um livro Já dissemos que a Bíblia é, como doutrina espiritual, um livro sagrado por excelência, porém devemos repetir que, como história, sagrado por excelência, porém devemos repetir que, como história, ela é inexata, porque aquilo que ela afirma não pode ser sustentado ela é inexata, porque aquilo que ela afirma não pode ser sustentado hoje em dia, face ao adiantamento e ao progresso da Ciência. No hoje em dia, face ao adiantamento e ao progresso da Ciência. No entanto, considerand

entanto, considerando que Moisés atribuiu as pao que Moisés atribuiu as pa lavras nela escritaslavras nela escritasaa

Deus, ainda que tais palavras expressem fatos evidentemente falsos, Deus, ainda que tais palavras expressem fatos evidentemente falsos,

deveremos chega

deveremos chegar a uma r a uma das seguintes conclusões:das seguintes conclusões: 1º) ou Deus

equivocou-1º) ou Deus equivocou-se no relato que fez de Sua obra, o quese no relato que fez de Sua obra, o quenosnos

parece coisa absurda e inadmissível; parece coisa absurda e inadmissível;

2º) ou Moisés não teve revelação alguma; 2º) ou Moisés não teve revelação alguma;

3º) ou o tradutor da Bíblia tergiversou por ignorância ou por 3º) ou o tradutor da Bíblia tergiversou por ignorância ou por cálculo sobre o sentido do texto bíblico;

cálculo sobre o sentido do texto bíblico;

4º) ou a Humanidade continua até hoje com a mente obtusa, sem 4º) ou a Humanidade continua até hoje com a mente obtusa, sem possibilidade de entender a linguagem espiritual.

possibilidade de entender a linguagem espiritual.

Não desprezamos a Gênese bíblica. Muito pelo contrário, Não desprezamos a Gênese bíblica. Muito pelo contrário,

estu-damo

damo-la a fundo, tal como fizemos com a historia da infância dos-la a fundo, tal como fizemos com a historia da infância dos povos. É uma epopéia rica em alegorias, cujo sentido conviria povos. É uma epopéia rica em alegorias, cujo sentido conviria desen-terrar e comentar, bem como explica

terrar e comentar, bem como explica r à luz da razão e da ciência.r à luz da razão e da ciência. AoAo ressaltar as belezas poéticas e espirituais que existem nas construções ressaltar as belezas poéticas e espirituais que existem nas construções envoltas naquela linguagem figurada,

envoltas naquela linguagem figurada, não tememos demonsnão tememos demonstrar os trar os erroserros que cientistas e historiadores cometeram quando tentaram tomar que cientistas e historiadores cometeram quando tentaram tomar aquele relato ao pé da letra. Fá-lo-emos no interesse da

aquele relato ao pé da letra. Fá-lo-emos no interesse da própriaprópria Verdade e, dessa forma, Deus não parecerá estar associado

Verdade e, dessa forma, Deus não parecerá estar associado a tantosa tantos erros manifestos.

erros manifestos.

As palavras hebraicas perderam, pouco a pouco, seu significado As palavras hebraicas perderam, pouco a pouco, seu significado primitivo e não mais conservam dele senão pequena sombra. Tal primitivo e não mais conservam dele senão pequena sombra. Tal fato nos surpreende, quando sabemos que as línguas semitas fato nos surpreende, quando sabemos que as línguas semitas dis-22

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punham de uma série de matizes e de significados expressos por punham de uma série de matizes e de significados expressos por uma mesma palavra.

uma mesma palavra.

A Gênese foi traduzida para o Grego, deste para o Latim e para os A Gênese foi traduzida para o Grego, deste para o Latim e para os idiomas modernos, tomando por base textos hebraicos mal

idiomas modernos, tomando por base textos hebraicos mal entenentendidos,didos, o que fazia

o que fazia com que com que esse escasso entendesse escasso entendimento fosse arrastado pelasimento fosse arrastado pelas

sucessivas traduções, que não podiam expressar o verdadeiro sentido sucessivas traduções, que não podiam expressar o verdadeiro sentido

oculto nos mal comp

oculto nos mal comp reendidos termos hebraicos doreendidos termos hebraicos dotexto original. Paratexto original. Para saber o que a Gênese procurava dizer, seria preciso, antes de mais saber o que a Gênese procurava dizer, seria preciso, antes de mais nada, remontar às raízes e ao primitivo sentido das palavras hebraicas nada, remontar às raízes e ao primitivo sentido das palavras hebraicas e, com base nesse novo sentido, traduzir de novo o livro da Gênese. e, com base nesse novo sentido, traduzir de novo o livro da Gênese. Infelizmente, porém, nem os próprios

Infelizmente, porém, nem os próprios hebreus, nem o público em geralhebreus, nem o público em geral

dão

dão-se ao trabalho de mostrar interesse por essa formidável obra, o-se ao trabalho de mostrar interesse por essa formidável obra, o que faz com que todos os historiadores continuem copiando erros que faz com que todos os historiadores continuem copiando erros

sécu

século após século.lo após século.

Devemos, antes de mais nada, esclarecer que os hebreus jamais Devemos, antes de mais nada, esclarecer que os hebreus jamais tiveram um alfabeto especial, já que utilizavam o dos caldeus. tiveram um alfabeto especial, já que utilizavam o dos caldeus. É,É, portanto, absolutamente impossível negar a origem caldaica dos portanto, absolutamente impossível negar a origem caldaica dos caracteres que compõem atualmente o alfabeto hebraico.

caracteres que compõem atualmente o alfabeto hebraico. O próprio nome desse alfabeto é suficiente para demonstrá-O próprio nome desse alfabeto é suficiente para demonstrá-lo.lo.

Esse nome, que se escreve "Chahtiabah astourith", significa "escri Esse nome, que se escreve "Chahtiabah astourith", significa "escrituratura

assíria" e é um

assíria" e é um epíteto conhecido por todos os rabinos.epíteto conhecido por todos os rabinos.

Por que, no entanto, este fato nos chama tanto a atenção? Até Por que, no entanto, este fato nos chama tanto a atenção? Até ontem todo mundo acreditava que os Dez Mandamentos eram de ontem todo mundo acreditava que os Dez Mandamentos eram de Moisés e que a ele haviam sido dados por Deus no Monte Sinai. Hoje, Moisés e que a ele haviam sido dados por Deus no Monte Sinai. Hoje,nono

entanto, temos diante dos olhos um ladrilho babilônico, exposto entanto, temos diante dos olhos um ladrilho babilônico, exposto nono

Museu Britânico, sobre o qual acham-se escritos, textualmente, Museu Britânico, sobre o qual acham-se escritos, textualmente, emem

alfabeto cuneiforme, esses dez mandamentos, só que mil anos alfabeto cuneiforme, esses dez mandamentos, só que mil anos antesantes

de Moisés. de Moisés.

Capítulo V Capítulo V

A GÉNESE MOSAICA É UMA COSMOGONIA ESPIRITUAL A GÉNESE MOSAICA É UMA COSMOGONIA ESPIRITUAL

A língua hebraica extraviou-se completamente após o Cativeiro A língua hebraica extraviou-se completamente após o Cativeiro da Babilônia. Este é um fato histórico do qual não se pode duvidar, da Babilônia. Este é um fato histórico do qual não se pode duvidar, seja qual for o ceticismo que se alimente. A Bíblia o demonstra, o seja qual for o ceticismo que se alimente. A Bíblia o demonstra, o Talmud afirma-o, sendo também o sentido mais famoso dos rabinos. Talmud afirma-o, sendo também o sentido mais famoso dos rabinos. Assim, portanto, cerca de seis séculos antes de Cri

Assim, portanto, cerca de seis séculos antes de Cri sto, os hebreus,sto, os hebreus, 23

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