A PRECIPITAÇÃO DE COMPOSTOS DE VANÁDIO
RESUMO
AFONSO HENRlQUES "MARTINS 1 josセ@ CLODOALDO SILVA CASSA 2
Este trabalho apresenta os resultados do estudo da química do pro cesso de precipitação de compostos de vanádio em meio sulfú ri c o. Este estudo faz parte do projeto que está sendo desen
=
volvido no PEMM-COPPE/UFRJ que objetiva o aproveitamento do va nád io contido no miné rio de Campo Alegre de Lourdes (Bahia,Brãsil).
-ABSTRACT
Th i s paper presents the results o f a study on the chemistry of the precipitation process of vanadium compounds in sulfuric me d ia. The study is part of a major project being developed at PEMM- COPPE / UFRJ the aim of which is the recovery ofvanadium fr om a Brazilian ore (Campo Alegre de Lourde s, Bahia).
1 M.Sc., Eng9 Metalúrgico. Doutorando do Programa de
Engenha-ria Metalúrgica e de MateEngenha-riais da COPPE/UFRJ
2 Ph.D., DIC, M.Sc., Eng9 Químico. Professor Adjunto da Esco-la Politécnica da UFBa; Professor Vi s itante do Programa de Enge nharia Metalúrgica e de Materiais da COPPE/UFRJ
A PREC!P!TAÇAO DE COMPOSTOS DE
vanセdioHャI@
Afonso Henriques Martins( 2 ) (COPPE)Josê Clodoaldo Silva Cassa( 3 ) (UFBa e COPPE) l. INTRODUÇAO
Analisando a literatura disponlvel relativa a qulmica e metalurgia extrativa do vanãdio, constata-se que mesmo com o ・ャ・カセ@
do numero de pesquisas jã realizadas, existe ainda uma grande escas sez de conhecimentos sobre o comportamento do vanãdio em solução aquosa. Isto se deve, principalmente, as suas propriedades qu1micas seguirem os padrões dos elementos de transição em muitos de seus compostos. Este fato gera incertezas quanto ãs reações que podem ocorrer nas diversas etapas de processamento dos minêrios contendo este metal.
O vanãdio em ウッャオ ̄セ@ aquosa pode apresentar os estados de
oxidação II, III, IV e V e formar compostos com caracter1sticas tan
_ . II III) - . IV V) Al- d"
-to bas1cas (V e V quanto ac1das (V e V . em 1sso, pode se comportar como ãtomo central em poliãcidos e fcrmar uma grande variedade de complexos. Por isso, o desenvolvimento e otimização dos processos relativos a metalurgia e xtrativa do var.ãdio tem como fator limitante a· complexidade de sua qu1mica de modo que, ainda ィセ@ je, a maioria dos 」ッューッセエッウ@ inorgânicos deste metal não possuem uma formulação qulmica definida e as espêcies i6nicas aquosa$, gerado-ras do composto, ainda são alvo de grande controvêrsia em relação não sõ as suas caracter1sticas qu1micas, como tambêm ã sua existên-cia ou não.
(1) Trabalho apresentado no II Encontro do Hemisfêrico Sul Tecnologia Mineral, Rio de Janeiro, Maio de 1987.
Sobre (2) M.Sc., Eng. Metalúrgico. Doutorando do Programa de
Metalúrgica e de Materiais da COPPE/UFRJ.
Engenharia (3) Ph.D., DIC, M.Sc., Eng. Qulmico. Prof. Adjunto da Escola
Poli-têcnica da UFBa; Professor Visitante do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da COPPE/UFRJ.
O conhecimento do comportamento das reações de precipita-ção do vanãdio é de grande importância para o dominio tecnológico dos processos de extração e recuperação dos compostos deste metal. Neste trabalho são apresentados os resultados do estudo da quimica do vanãdio em meio sulfúrico, visando a precipitação dos vanadatos de sõdio a partir da neutralização com H2
so
4 de soluções de NaOH contendov
2o
5 solubilizado. Esse estudo e xperimental faz parte do projeto desenvolvido no PEMM-COPPE/UFRJ que objetiva o aproveitamento do vanãdio contido no minério de Campo Alegre de Lourdes (Bahia, Brasil).2. A QUTMICA DOS COMPOSTOS DE VANAUIO
O õxido de vanãdio (V 205) se dissolve em soluções de ba-ses alcalinas dando origem a um grande numero de compostos comple-xos denominados vanadatos.
Os diferentes radicais ãcidos existentes nas soluções são suscetiveis de receber ou perder as moléculas do pentõxido de vanã-dio, podendo se transformar em radicais condensados que evoluem com facilidade de uma forma ã outra. Por exemplo, ao se modificar a 。」セ@ dez de uma solução, pode-se provocar profundas modificações na es-trutura dos anions, de modo que a constituição quimica de um sal no estado sÕlido não revela, necessariamente, o estado da solução que lhe deu origem, uma vez que considerãveis ュッ、ゥヲゥ」。 セ ・ウ@ ocbrrem ao
longo da cristalização.
Os vanadatos são compostos relacionados pelo produto do numero de moléculas de
v
2o
5 e o numero de moléculas de óxido metãlico, sendo designados por suas fórmulas quimicas. As exceções são os vanadatos mais simples que são chamados de ortovanadatos, metavana-datos, hexavanadatos e pirovanadatos.
Em solução aquosa, quando os vanadatos são submetidos ã acidificação, uma série de reações complexas de hidrólise e ーッャゥュセ@ rização ocorrem. Por isso, muitas formulações diferentes são dadas aos vãrios polivanadatos em solução, devido em parte ãs medidas não serem tomadas sob condições de equilibrio.
As diversas espécies de vanãdio que têm sido estudadas
são apresentadas na Figura (1) como uma função de concentração
to-tal de vanãdio e do pH. 01- \ ,
v,.p.-.-,
?J.o.,.
t l \ \ I tI \ '
t I 4- l \ I ' / Va0? 1 \ I \1 li- \ ' \ : セカ T@ ッLNセM\ :
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51- I I1J
VIOHJ.セ@
14 12 lO 8 6 4 2o
pHFigura l - Diagrama de predominância das diversas espec1es de vanãdio em função da concentração epH(25°C)(l) Existem algumas duvidas de que na região fortemente
bâsi-ca, o ion
voセM
seja a espécie predominante. Este ion forma basesュセ@
deradamente fortes que se hidrolizam em solução para gerar o ion
hvoセ
MN@
Esta espécie irã se condensar ãv
2o;-
e pode ser protonadapara formar o ion H2
vo4
A natureza das espécies formadas peli polimerização do
ion H2
vo4
ainda não foi suficientemente estudada havendo, contudo,evidências em favor do tr1mero
カ
S
ッセM
e do tetrâmeroカ
T
ッセRᄋ@
A natureza das espécies existentes no lado ãcido da
re-glao de predominância dos metavanadatos,
e
também alvo de algumascontrovérsias. Rossotti e Rossotti(2
), foram capazes de detectar, a
partir de medidas de f.e.m. e dados espectrais, as quatro espécies
·- . + 4- 5-
6-lOnlcas V02 , H2
v
10o
28 , HV10o
28 ev
10o
28 • Contudo , trabalhos ーッウエセセ@riores indicaram que o ion decavanadato não-protonatado não é
estã-vel termodinamicamente nas condições de pH
=
6,5(2).Através de medidas de f.e . m., a 40°C e pH na faixa de 2 a
8, as espécies de vanadato encontradas por Brito(3
eviden-2.1 - Os Ions de Vanãdio em Solução Aquosa
A adição de uma pequena quantidade de ãcido a uma solução
alcalina de vanadato, provoca o aparecimento de uma cor amarela,
que pode desaparecer rapidamente se o pH da solução for elevado pa-ra um valor superior a 10.
A elevação de temperatura acelera consideravelmente o fe-nômeno, contudo, a partir de um pH ligeiramente ãcido entre 6 e 7, a ebulição prolongada pode provocar a obtenção de uma solução
ir.co-1 o r.
A perda de cor da solução é acompanhada de uma liberação de ions H+. A reação pode ser esquematizada da seguinte maneira:
1. rapidamente
ion incolor + nH+ セ@ ion colorido 2. 1 entamente
2
sendo que esta reação é favorecida por um pH elevado no sentido da direita para a esquerda.
Ho sentido de melhor compreender o fenômeno, DUCRET(•) es tudou a curva de neutralização de uma solução de ortovanadato de so
dio 3Na 2
o.v
2o
5 com ãcido perclõrico.Na Figura 2, temos a curva de セ・オエイ。ャゥコ。 ̄ッ@ de uma .
solu-ção de vanadato de sõdio 0,2M por ãcido perclÕrico onde na curva A a solução foi aquecida até a ebulição apôs cada adição de ãcido.
Nas Figuras 3, 4 e 5 são apresentadas as curvas de neutra
lização de soluções alcalinas de metavanadato de sõdio por ãcido
ウオャヲセイゥ」ッN@ Ao se comparar estas curvas com a da Figura 2, que indi-ca a neutralização de uma solução de metavanadato de sõdio por
per-clÕrico a partir do ponto
f,
pode-se observar que o comportamento épH I 1,0 2.0 3,0 4,0, 5,0 6.0 7,0
Qセ@
ᄋᄋᄋセQ@
2 f ! 3 30cm3 de vonadolo deQV、ゥッセ@
pHセヲ@
t de HT.
I.
.
.
.
:
' I 10 t 5 lO 15 C M3HCI 04 0,966N Figuro2. Por H C I 04 Experimento obe.oL--
,
1 9.-0 I I I I I I I 1,0 2./::J 3,0 4 ,0 5,0 6.0 7{) \[セNhコsoN⦅@ (2,18N l Figuro 4.Por HzS04 · pH 1.0 2.0 3.0 4,0, 5,0 6.0 7{) 8{) 9,0 Experimento b 1,0 2.0 3,0 4,0 5,0 6{) 7,0 セ[セ N@ H 2S04 (2,18N ) Figuro 3. Por H z S04 · Experimento Otimizodo l{J 2,0 3{) 4,0 5,0 6.0 7.0 8,0 9.0 セ[セNhR
sPT@
( 2 ,5N) Fi guro5 .Por HzS04 .Nos dois casos aparecem os denominados "cotovelos", que
poderiam indicar reações de condensação similares ãs descritas para o sistema perclÕrico. Tambêm pode-se observar que atê o inicio da precipitação no meio sulfúrico, que ocorre a um pH inferior a 2,0,
ィセ@
a adição de aproxjmadamente 3 g de H2so
4 . No meioー・イ」ャイゥ」ッHセャL@
a neutralização e precipitação exigiu l g de hcセP
T
N@As Figuras 3 e 4 representam a neutralização de soluções de metavanadato de sÕdio 0,2 Me 0,5 M para soluções 2,18 N H2
so
4 enquanto a Figura 5 representa o experimento otimizado com solução de metavanadato de sõdio 0,2 M titulada por solução 2,5 N H2so
4 . A 。ョセャゥウ・@ dos experimentos sera discutida no item 3.1.Para explicar a formação dos tons coloridos e a complexi-dade das combinações de precipitados obtidos a partir das soluções de vanadatos de cor alaranjada, ê que se supõe a existência de ions polimoleculares. Assim sendo, o エイ・」ィッセ@ na Figura 2, pode
repre-sentar a reação de condensação do pirovanadato de sõdio (V 2
o
5 .2Na 20), a que se atribue uma fÕrmula bimoleculare o trecho セN@ representando a reação de descondensação, ou seja, a passagem para o ion metavanadato
vo;;
Por fim, ao trecho cde atribui-se a formação de um ãnion ainda mais condensado.
Contudo, outras interpretações podem ser efetuadas em re-lação ã curva de neutralização da solução de ortovanadato de sõdio. Por exemplo, pode-se atribuir aos diferentes patamares, as seguin-tes reações:
- no trecho セN@ existiria o ion pirovanadato em solução, sob a for-ma monomolecular;
- no trecho bc teriamos uma condensação trimolecular onde:
2- + +
3-3HV04 + 3H セ@ (V 309) + 3H 20
- no trecho cde ocorreria uma nova condensação que conduziria aos
vanadatos de cor alaranjada, duplamente condensados em relação
aos seus precedentes;
3- + +
3-2V309 + 3H セ@ HV 6
o
17 + H20Na Figura 6, e apresentada a neutralização de uma solução
2+ de VO por NaOH. pH 6 • 7 e 9 10 o 5 c
2-E cluivõiõi\iõs
-de
-N"oõii--10 ... ,, ' I
.
\
E \ cm3 No OH 0,099NFigura 6 -Curva de neutralização de uma solução de
vo
2+por NaOH(•)
A porção AB, com pH ate 3,5 corresponde a neutralização do
ãcido forte H3
o+
qu;-e designado por "acidez 1 ivre". Esta acidez 1.:!_vre e muito dificil de ser determinada diretamente com precisão,
porque não hã uma variação brusca de pH no ponto de equivalência.
No ponto
I
aparece o patamar de precipitação. A ーイ・」ゥーゥエセ@ção do hidrõxido e completada em
Q.
apõs a adição de 10,5 tm3 de0,099 N de NaOH. Isto corresponde exatamente a adição de dois equi-valentes de base conforme a reação
vo 2+ + 20H
セ@
VO(OH) 2Contudo, este resultado estã em desacordo com pesquisas
anteriores que observaram que a precipitação de hidrõxido necessita
va de mais de dois equivalentes de base, devido a formação de um
"vanadito de sõdio", pouco solüvel(-l.
Ao se avançar alem do ponto
Q,
temos o patamarcorrespon-dente a redissolução do precipitado. Este patamar representado pela linha pontilhada e obtido ao acidificar uma solução alcalina de hi-povanadato, com vanãdio no estado tetravalente. Ele surge em pH prÕ
- - . - -2
-ximo a 8,0 em que a concentraçao de vanad1o e cerca de 10 N. A
precipitação e lenta no trecho mas pode ser acelerada por elevação
de temperatúra. A precipitação termina no pH prõximo a 6,0 apõs a
adição de 0,5 equivalente de H+. Isto permite supor a existência do
ion HV 2
D5
(ouカ
T
ッセMI@
em um pH entre 8,0 e 9,0. A reação deprecipi-tação pode ser descrita por
Quando se adiciona NaOH i uma solução ãcida concentrada,
contendo vanadatos e ions vo 2+, obtendo-se um pH
=
2,5,temos afor-mação do colÕide que pode ser dissolvido lentamente, conduzindo a
uma continua variação do pH e do potencial. Por esta razão foi ・ウエセ@
dada a variação do potencial em função do pH a partir de uma
solu-ção de pH
=
3,0 acidificada por ãcido perclõrico. A Figura 7.a(-)イセ@
presenta a variação completa do potencial aparente versus pH do sis tema v+ 5;v+ 4 , para o meio perclõrico.
As Figuras 7.b, 7.c e 7.d representam a variação do ーッエ・セ@
cial Eh versus o pH ao longo das neutralizações de soluções de ュ・エセ@
vanadato de sõdio 0,2 M, 0,5 M e 0,2 M respectivamente, por
solu-ções de ãcido sulfÜrico. Nas Figuras 7.b e 7.c a solução foi neutra
lizada por solução 2,18 N H2so4 enquanto na Figura 7.d a solução
ãcida foi de 2,5 N H2so 4.
Os segmentos observados sobre as curvas experimentais
po-deriam indicar a existência de espécies iônicas de vanãdio ウ・ュ・ャィ。セ@
tes is descritas para o sistema perclórico na Figura 7.a. Ao se ana
>e
セQRPP@ w セQPPP@fi
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4
Q. • Experimento b MV 0,2M HS 2,18N.
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Figura 7o. Meio perclórico
2
o
pH Figuro 7b _Meio sulfúrico pH 10 8 6 4 2
o
セ@ Nセセ@
..§ 1200 o Experimento ob
voz
vo⦅jRPPセ@
• Expe.rimentoセ@ MV 0,5M セ@ ot1m1Zodo 1000 HS 2 18N -1000 MV 0,2 M セ@ ' セ@ HS 2,5N セ@
5
800セ@
800 I Q. セ@ w .J o 600 Q. 600 o w o o セTPP@ 8400 セ@ o w a: .J セ@ w 200 セ@ 200 VONOf
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O O H2V04 - ...J セ ᄋ@ u セ@ セ@ Z - I w - 200 u - 200! /
Hv.o-セ@
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25 Q. セ@ 10 8 6 4 2o
!(
10 8 6 4 2o
pH pHFiguro 7c _ Meio sulfúrico Figuro 7 d _Meio sulfúnco
tes no sistema ê função da concentração de vanãdio em solução , por isso na fゥァオイセ@ 7.c, onde a concentração de metavanadato de sódio e 0,5 M, o comportamento diferenciado da curva poderia indicar a pre-sença de outras espécies de vanãdio em solução,possivelmente, dife-rentes daquelas existentes nos experimentos b e otimizado {0,2 M de metavanadato de sõdio).
Dados experimentais obtidos por Rossotti e Rossotti(z) ,na faixa de pH entre 2,8 e 7,0, foram interpretados em termos de uma hidról i se posterior de um dos comple xos polinucleares
J (V0 2)10 (0H) 14J4- ou então da formação de uma sêrie de complexos
com um elevado grau de condensação.
O exame de alguns polivanadatos de cor alaranjada, que se cristalizam a partir de soluções com pH ; 6,5 tais como (NH4)6Vl0028' 6H20; K6Vl0028' •9H20; K6Vl0028; 10H20; Ca3Vl0028' 16H 20; K2Mg 2v10o28 , 16H 20 e K2Zn 2v10o28 , 16H 2o, apresentaram boa concordância com a fÕrmula proposta de modo que a interpretação mais provãvel dos dados obtidos pode ser representada pelos segui! tes equil1brios: ャovoセ@
-
8H 2o -:. H2V10°28 4- + 14H+ 4- + 5- H+ H2V10°28....
HV10°28 + 5- + 6- + H+ HV10°28 .... v1o 028INGRI e
britoHセI@
estudaram o equil1brio de soluções alca-linas de vanadato (V) em Nac! a 25°C. Medidas de f.e.m. foramefe-.. .
tuadas com dois eletrodos ·de vidro e de hidrogênio, que juntos apr! sentaram resultados satisfatórios. A fai xa estuoada corresponde ã carga media do complexo por ãtomo de vanãdio (Z) variando entre -2 e -1. Nesta faixa hã a tr.ansição de pirovanadato (Z
= -
2) a ュ・エ。カセ@ nadato (Z=-
1). A posição na escala de pH ê mostrada na Figura 8.Uma anãlise dos resultados na faixa de concentração de va nãdio entre 0,08 M e 0,00062 M, com Z entre -1 e -2, indicou que as principais espec1es encontradas foram
hvoセM
hカ
R
ッセM
e v3o9 3 , exis-tindo evidências da formação dos complexos mononucleares H2vo4 e vo;.3. A PRECIPITAÇAO DE COMPOSTOS OE VANADIO
O processo usualmente empregado para a extração de vanã-dio contido em minérios de ferro-titânio-vanãvanã-dio, consiste na 」。ャ・セ@ nação, do minério ou concentrado, para transformar o vanãdio ーイ・ウ・セ@ te em sal de sõdio. A temperatura e tempo de calcinação dependem das características do minério ou do concentrado. A reação de 」。ャ・セ@ nação para a formação do sal de sõdio solúvel em ãgua ocorre quando o vanãdio estã no estado de oxidação + 5.
Uma vez formado o sal de sõdio inicia-se a etapa de recu-peração que e efetuada através da lixiviação com ãgua quente segui-da segui-da etapa de precipitação. Em alguns casos adiciona-se sal de 。ュセ@ nio (sulfato ou cloreto) de modo a formar vanadato de amônio que apôs ser precipitado, pode ser decomposto para dar
v
2o
5 , que e o composto de vanãdio mais empregado industrialmente.Nos estudos desenvolvidos para o aproveitamento do vana-dio contido no minério de Campo Alegre de Lourdes(6
) (Bahia, Bra-sil), utilizou-se sulfato de amônio adicionado em solução (pH>7,0) para a precipitação de metavanadato de amônio. A reação de ーイ・」ゥーセ@
tação pode ser descrita como:
2NaV0 3 + (NH 4) 2 S04 + NH 4
vo
3 + Na 2so
4Em solução ãcida (pH < 7,0) e temperatura acima da am-biente, pode-se precipitar polivanadato de amônio pela adição de sulfato de amônio. A reação pode ser representada por:
6NaV0 3 + 2H 2
so
4 + (NH 4}2so
4 + 2NH 4v
3o
8 + 3Na 2so
4 + 2H 20 Convem destacar que nestes procedimentos em que hã a adi-çao de sais de sÕdio na etapa de calcinação, alem do nível ・ウエ・アオゥセ@métrico, ocorre uma contaminação de sõdio na etapa de precipitação, que deve ser minimizada.
Algumas das variãveis ·que influenciam a precipitação de compostos de vanãdio são:
- teor de vanãdio em solução
- método de adição de H2
so
4- método e velocidade de aquecimento - temperatura
- geometria do reatar
- tipo, posicionamento e velocidade do agitador - presença de sementes
Além do pH, o potencial Redox da solução tem uma influên-cia significativa sobre a precipitação. Os diagramas para os
siste-mas V-H 2
o
e V-S-H 2o
apresentados nas Figuras 9 e 10(7), ilustram es
ta relação de dependência (Eh x pH).
3.1 - A Precipitação de Compostos de Vanãdio em Meio Sulfúrico Existem poucos dados na literatura sobre o comportamento
de soluções alcalinas contendo
v
2o
5 solubilizado no processo de neutralização com ãcidos inorgânicos.
O objetivo deste trabalho é ampliar o conhecimento sobre a quimica do vanãdio em solução aquosa, notadamente no meio sulfú-rico. Com isso cria-se.a perspectiva de se estabelecer novas rotas tecnológicas para a precipitação de compostos de vanãdio. Esses
co-nhecimentos poderão ser relevantes para o tratamento adequado das
soluções resultantes da lixiviação de minérios brasileiros de ferro -titânio-vanãdio (Campo Alegre de Lourdes, Maracãs, etc.).
3.1 .1 - Procedimento Experimental
A primeira etapa deste trabalho consiste na neutralização
com H2
so
4 de soluções de vanadato de sódio visando a precipitaçãode compostos de vanãdio. Os experimentos são realizados em reatares
cilindricos de vidro de 7,5 cm de diâmetro interno e 10,5 cm de
altura, onde a adição de H2
so
4ã
solução ê feita através de umabu-reta graduada. O sistema é aquecido por um banho de areia até a tem peratura de 60°C.
As medições de potencial eletroquimico (Eh) são efetuadas
através de um multimetro potenciométrico ligado a um eletrodo
medido através de um eletrodo de vidro combinado com um eletrodo
cloreto de prata-prata. Um esquema representativo da unidade ・クー・イセ@
mental e apresentado na Figura 11.
Visando オュセ@ investigação sistematizada, foi elaborado um
planejamento experimental pelo metodo fatorial em que as variãveis e seus respectivos níveis foram:
Variãvel A - concentração de metavanadato de sõdio (MV)
nível inferior 0,2 M
nível superior 0,5 M
Variãvel B - concentração de ãcido sulfúrico (HS) nível inferi o r
nível superior
0,21 8 N 2,18 N
Os resultados são apresentados no quadro a seguir:
VI\Kli\Vt.L A B Rl ( g) R2(g) tcal QZZNQ「nhQエL[anセャj@ EXPERIMENTO RELATIVA % 1 0,2 M 0,218 N
o
o
27,95s
a 0,5 M 0,218 No
o
1 3. 91s
b 0,2 M 2, 18 N 7. 05 6,70 27,95s
ab 0,5 M 2,18 N 19,55 21.50 1 3. 91s
R1 e R2 são as quantidades de precipitados de vanadato de sõdio, em gramas.
Buscando-se a otimização do procedimento experimental ・ヲセ@
tuada através do metodo do passo ascendente ("stepwise path"), foi
elaborado um teste em que a concentração de metavanadato de sõdio
foi mantida em 0,2 M porque, para fins tecnolÕgicos, e mais intere!
sante trabalhar-se com a concentração mínima de
v
2o
5 solubilizado.Neste teste o nível superior da variãvel "concentração de H2
so
4•foi elevado de 2,18 N para 2,50 N e os resultados obtidos mostraram que a quantidade de precipirado aumentou de aproximadamente 7,00 g para 11,68 g. Ao longo dos experimentos de otimização pode-se obser var que outro fator relevante que deve ser levado em consideração e
o "metodo de preparação da solução" de metavanadato de sõdio.
z
-2PO- H.vo.--v,o!--Foi•o de lns1obllldado0 - ---H-,iJ>f Hll,;J:;'>oOu -1,00 2 3 4 5 6 7 8 9 lO 11 pH Figura 8 --2o
Figura 10-Carga mêdia do comple-xo de vanãdio em fun-ção da variafun-ção do pH ( 5) . 5 7 lO 14 16 pH Regiões de predominân
cia das vãrias ・ウー↑セ@
cies iónicas de vanã-dio e enxôfre em meio aquoso(7). E IV) 11 -2
o
Figura 9 -t_MCJi't;)01t O[ PH 7 pH 14 16 Regiões depredomi-nância das var1as
espêcies dissolvi-das de)vanãdio
ã
250C(7_. l .. &.:Ar" t ,.P\,.ACA &0\.:t(tXa.t. j ⦅ poGtヲ[セ」エ[Nエ@ Uti!O t .. セセg[taNWMAr@ ャイエエAエセ Z」ZM 1-HA$1( OE mitセG[ᅢo@ セ@ .EI..UI\'OCO CO'I!I-.AOO 6 .. TE«<MÕ»t"'"O lO .. エエetゥゥoセ@ C€ PLATl:o'A 1 LELETFlOOO C! ciGセomeセBMセiBャ@Figura 11 - Unidade
'
·;. T ᄋセ@...
NNセ@0412. 1 C41
15 :41
:::"P."C.
BセWZZB[Ncセ
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Z@
G[イセtANlllZヲG_y@
ZZ^iviセᄋicn@
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FOU'!' .... S ?OR rZZZZ」ッカセNZZ_Nョイg@FL:CICJC
ᄋセ ]セセls@ セrセZ@ セillzr@P?.CCCSS
SLAG '
1 セas@ bssセ@ accepセsセ@ ZZL colセ@ polyセ GAZcゥゥINt ique@;·:c:-;Tr.
1''l
C'"''"'A'
ᄋGセM^イN@ , 1 .-. . . r. LI tセlRx Z@ セセTQTV@ セi_po l yt Z c@MTL
.?L':-:;AS..: ..
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menta de otimização, através da adição de 3,64 g de
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5 em 100 mlde solução 2 N de NaOH e, portanto, considerada nova, precipitou 7,01 g, a so lução preparada pelo mesmo procedimento, todavia, dei-xando- se em repouso por 24 horas para ser utilizada no experimento apresentou uma quantidade de precipitado igual a 11,68 g.
4. CONCLUSAO
Os estudos, ainda em desenvolvimento, permitem as seguin-tes conclusões:
- os sis tem as perclÕrico e sulfúri co apresentam similaridades no que diz respeito ao セウー・」エッ@ das Cllrvas de neutralização em função
do pH, indicando qu 3 an âli se para as espécies iônicas de vanâ·
dio presentes nos •a perclôrico pode ser vãlida para o siste-ma s ulfúrico.
- a quantidade de precipitado estã relacionada não sõ com a concen-tração de H2
so
4 co mo também com o método de preparação da soluçãode metavanadato de sõdio. 5. BIBLIOGRAFIA
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