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PORTUGUÊS - 3 o ANO MÓDULO 13 RELAÇÕES LÓGICO-SEMÂNTICAS DO TEXTO: FALHAS DE RACIOCÍNIO SOFISMAS

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(1)

PORTUGUÊS - 3

o

ANO

MÓDULO 13

RELAÇÕES

LÓGICO-SEMÂNTICAS

DO TEXTO: FALHAS DE

RACIOCÍNIO

— SOFISMAS

(2)

Deus existe?

Algumas pessoas não sabem responder a essa pergunta. Outras não têm dúvidas: “É claro que sim”. Ou: “Não”. O físico inglês Stephen Unwin lançou um estudo matemático com uma resposta mais exata: Deus tem 67% de chances de existir.

O passo a passo de suas equações está no livro The Probability of God (A possibilidade de Deus, inédito no Brasil). Unwin usou uma fórmula criada há 200 anos, o cálculo bayesiano. Começa-se com uma probabilidade de 1 para 1. Deus tem 50% de chances de existir e 50% de não existir. A partir daí, somam-se as evidências contra ou a favor da afirmação inicial. “A ideia foi equilibrar nosso lado que precisa de evidências racionais com nossa capacidade de acreditar em algo por intuição”, acrescentou o físico.

Exemplo: dar dinheiro a desabrigados sem esperar nada em troca é uma evidência da existência do Bem. E é mais provável que o Bem exista em um mundo com Deus. Já um furacão seria uma evidência de um mundo sem Deus.

O livro inclui uma planilha Excel para que o leitor possa reunir suas próprias evidências e fazer seu cálculo pessoal da existência divina. “O fascinante é que, como 67% não é uma resposta definitiva como “sim” ou “não”, para acreditar em Deus é preciso mesmo ter fé”. Êpa! Mas, se a conclusão é que precisa-mos ter fé, para que estaprecisa-mos fazendo cálculos bayesianos?

(AXT, Barbara. Superinteressante, maio de 2004.)

Êpa! Mas, se a conclusão é que precisamos ter fé, para que estamos fazendo cálculos bayesianos? Este último período retoma a ideia central que havia aparecido logo no título do texto. O argumento apresentado no trecho acima é um sofisma. Podemos caracterizar este sofisma como:

a) círculo vicioso; b) desvio de assunto; c) silogismo não válido;

(3)

Como pode cair no enem

Deus existe?

Algumas pessoas não sabem responder a essa pergunta. Outras não têm dúvidas: “É claro que sim”. Ou: “Não”. O físico inglês Stephen Unwin lançou um estudo matemático com uma resposta mais exata: Deus tem 67% de chances de existir.

O passo a passo de suas equações está no livro The Probability of God (A possibilidade de Deus, inédito no Brasil). Unwin usou uma fórmula criada há 200 anos, o cálculo bayesiano. Começa-se com uma probabilidade de 1 para 1. Deus tem 50% de chances de existir e 50% de não existir. A partir daí, somam-se as evidências contra ou a favor da afirmação inicial. “A ideia foi equilibrar nosso lado que precisa de evidências racionais com nossa capacidade de acreditar em algo por intuição”, acrescentou o físico.

Exemplo: dar dinheiro a desabrigados sem esperar nada em troca é uma evidência da existência do Bem. E é mais provável que o Bem exista em um mundo com Deus. Já um furacão seria uma evidência de um mundo sem Deus.

O livro inclui uma planilha Excel para que o leitor possa reunir suas próprias evidências e fazer seu cálculo pessoal da existência divina. “O fascinante é que, como 67% não é uma resposta definitiva como “sim” ou “não”, para acreditar em Deus é preciso mesmo ter fé”. Êpa! Mas, se a conclusão é que precisa-mos ter fé, para que estaprecisa-mos fazendo cálculos bayesianos?

(AXT, Barbara. Superinteressante, maio de 2004.)

Êpa! Mas, se a conclusão é que precisamos ter fé, para que estamos fazendo cálculos bayesianos? Este último período retoma a ideia central que havia aparecido logo no título do texto. O argumento apresentado no trecho acima é um sofisma. Podemos caracterizar este sofisma como:

a) círculo vicioso; b) desvio de assunto; c) silogismo não válido;

d) confusão entre causas e efeitos.

Fixação

(CICERO. Jornal de Brasília, 30/05/02.) 1) A conclusão a que chega o personagem da charge pode ser considerada falaciosa, incoe-rente. Explique por quê.

(4)

(BROWNE, Chris. O Globo, 10/04/05.) 2) Ao raciocínio vicioso ou falacioso a Lógica chama sofisma, um falso raciocínio com a intenção de enganar. Dentre os principais sofismas estão a definição inexata, a ignorância ou desconheci-mento da questão, o círculo vicioso, a falsa analogia, a confusão causa/efeito, o desvio de assunto.

A fala de Hagar apresenta-se como um exercício retórico, podendo ser considerada um so-fisma. Diga de que falha de raciocínio se trata e justifique sua resposta.

(5)

Fixação

(BROWNE, Chris. O Globo, 10/04/05.) 2) Ao raciocínio vicioso ou falacioso a Lógica chama sofisma, um falso raciocínio com a intenção de enganar. Dentre os principais sofismas estão a definição inexata, a ignorância ou desconheci-mento da questão, o círculo vicioso, a falsa analogia, a confusão causa/efeito, o desvio de assunto.

A fala de Hagar apresenta-se como um exercício retórico, podendo ser considerada um so-fisma. Diga de que falha de raciocínio se trata e justifique sua resposta.

Fixação

3) (UNICAMP) Dois adesivos foram colocados no vidro traseiro de um carro: Em cima: Deus é fiel

E bem embaixo: Porque para Deus nada é impossível

É possível ler os dois adesivos em sequência, constituindo um único período. Neste caso, o que se estaria afirmando sobre a fidelidade?

(6)

4) O que o dono do carro poderia estar querendo afirmar sobre si mesmo? (UERJ) Ciência e Hollywood

Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço. Não me lembro de um só filme que tenha retratado isso direito. (Pode ser que existam alguns, mas se existirem não fizeram muito sucesso.) Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos fantásticos. Para existir ruído é necessário um meio material que transporte as perturbações que chamamos de ondas sonoras. Na ausência de atmosfera, ou água, ou outro meio, as perturbações não têm onde se propagar. Para um produtor de cinema, a questão não passa pela ciência. Pelo menos não como prioridade. Seu interesse é tornar o filme emocionante, e explosões têm justamente este papel; roubar o som de uma grande espaçonave explodindo torna a cena bem sem graça. Recentemente, o debate sobre as liberdades científicas tomadas pelo cinema tem aquecido. O sucesso do filme O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow) faturando mais de meio bilhão de dólares e seu cenário de uma idade do gelo ocorrendo em uma semana em vez de décadas ou, melhor ainda, centenas de anos, levantaram as sobrancelhas de cientistas mais rígidos que veem as distorções com desdém e esbugalharam os olhos dos espectadores (a maioria) que pouco ligam se a ciência está certa ou errada. Afinal, cinema é diversão.

Até recentemente, defendia a posição mais rígida, que filmes devem tentar ao máximo ser fiéis à ciência que retratam. Claro, isso sempre é bom. Mas não acredito mais que seja absoluta-mente necessário. Existe uma diferença crucial entre um filme comercial um documentário científico. Óbvio, documentários devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a população. Filmes não têm um compromisso pedagógico. As pessoas não vão ao cinema para serem educadas, ao menos como via de regra. Claro, filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural. Outros educam as emoções através da ficção. Mas se existirem exageros, eles não devem ser criticados como tal. Fantasmas não existem,

(7)

Fixação

4) O que o dono do carro poderia estar querendo afirmar sobre si mesmo?

Fixação (UERJ)

Ciência e Hollywood

Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço. Não me lembro de um só filme que tenha retratado isso direito. (Pode ser que existam alguns, mas se existirem não fizeram muito sucesso.) Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos fantásticos. Para existir ruído é necessário um meio material que transporte as perturbações que chamamos de ondas sonoras. Na ausência de atmosfera, ou água, ou outro meio, as perturbações não têm onde se propagar. Para um produtor de cinema, a questão não passa pela ciência. Pelo menos não como prioridade. Seu interesse é tornar o filme emocionante, e explosões têm justamente este papel; roubar o som de uma grande espaçonave explodindo torna a cena bem sem graça. Recentemente, o debate sobre as liberdades científicas tomadas pelo cinema tem aquecido. O sucesso do filme O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow) faturando mais de meio bilhão de dólares e seu cenário de uma idade do gelo ocorrendo em uma semana em vez de décadas ou, melhor ainda, centenas de anos, levantaram as sobrancelhas de cientistas mais rígidos que veem as distorções com desdém e esbugalharam os olhos dos espectadores (a maioria) que pouco ligam se a ciência está certa ou errada. Afinal, cinema é diversão.

Até recentemente, defendia a posição mais rígida, que filmes devem tentar ao máximo ser fiéis à ciência que retratam. Claro, isso sempre é bom. Mas não acredito mais que seja absoluta-mente necessário. Existe uma diferença crucial entre um filme comercial um documentário científico. Óbvio, documentários devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a população. Filmes não têm um compromisso pedagógico. As pessoas não vão ao cinema para serem educadas, ao menos como via de regra. Claro, filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural. Outros educam as emoções através da ficção. Mas se existirem exageros, eles não devem ser criticados como tal. Fantasmas não existem,

mas filmes de terror sim. Pode-se argumentar que, no caso de filmes que versam sobre temas científicos, as pessoas vão ao cinema esperando uma ciência crível. Isso pode ser verdade, mas elas não deveriam basear suas conclusões no que diz o filme. No mínimo, cinema pode servir como mecanismo de alerta para questões científicas importantes: o aquecimento global, a inteligência artificial, a engenharia genética, as guerras nucle-ares, os riscos espaciais como cometas ou asteroides etc. Mas o conteúdo não deve ser levado ao pé da letra. A arte distorce para persuadir. E o cinema moderno, com efeitos especiais absolutamente espetaculares, distorce com enorme facilidade e poder de persuasão.

O que os cientistas podem fazer, e isso está virando moda nas universidades norte-americanas, é usar filmes nas salas de aula para educar seus alunos sobre o que é cientificamente correto e o que é absurdo. Ou seja, usar o cinema como ferramenta pedagógica. Os alunos certamente prestarão muita atenção, muito mais do que em uma aula convencional. Com isso, será possível educar a população para que, no futuro, um número cada vez maior de pessoas possa discernir o real do imaginário.

(Marcelo Gleiser. Adaptado de www.folha.uol.com.br.)

5) Marcelo Gleiser é um cientista que admite mudar de opinião se confrontado com novas evidências ou com novas reflexões.

De acordo com o texto, o autor antes pensava que filmes devem tentar ao máximo ser fiéis à ciência que retratam, mas atualmente tem outra opinião.

A opinião que hoje ele defende, acerca desse assunto, baseia-se na seguinte conclusão:

a) “Existe uma diferença crucial entre um filme comercial e um documentário científico.” (l. 28-29)

b) “documentários devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a população,” (l. 30-32)

c) “filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural.” (l. 34-35)

d) “As pessoas vão ao cinema esperando uma ciência crível.” (l. 40-41)

(8)

6) Na construção argumentativa, uma estratégia comum é aquela em que se reconhecem dados ou fatos contrários ao ponto de vista defendido, para, em seguida, negá-los ou reduzir sua importância.

O fragmento do texto que exemplifica essa estratégia é:

a) “Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço.” (I. 1-2) b) “Pode ser que existam alguns, mas se existirem não fizeram muito sucesso.” (I. 3-4) c) “Para um produtor de cinema, a questão não passa pela ciência.” (I. 9-11)

d) “Mas o conteúdo não deve ser levado ao pé da letra.” (I. 47-48)

7) Ao longo do texto, o autor procura evitar generalizações, admitindo, após algumas conclusões, a possibilidade de exceções.

Essa atitude do autor está exemplificada em:

a) “Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos fantásticos.” (l. 4-5)

b) “Recentemente, o debate sobre as liberdades científicas tomadas pelo cinema tem aque-cido.” (l. 14-16)

c) “óbvio, documentários devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a popula-ção,” (l. 30-32)

(9)

Fixação

6) Na construção argumentativa, uma estratégia comum é aquela em que se reconhecem dados ou fatos contrários ao ponto de vista defendido, para, em seguida, negá-los ou reduzir sua importância.

O fragmento do texto que exemplifica essa estratégia é:

a) “Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço.” (I. 1-2) b) “Pode ser que existam alguns, mas se existirem não fizeram muito sucesso.” (I. 3-4) c) “Para um produtor de cinema, a questão não passa pela ciência.” (I. 9-11)

d) “Mas o conteúdo não deve ser levado ao pé da letra.” (I. 47-48)

Fixação

7) Ao longo do texto, o autor procura evitar generalizações, admitindo, após algumas conclusões, a possibilidade de exceções.

Essa atitude do autor está exemplificada em:

a) “Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos fantásticos.” (l. 4-5)

b) “Recentemente, o debate sobre as liberdades científicas tomadas pelo cinema tem aque-cido.” (l. 14-16)

c) “óbvio, documentários devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a popula-ção,” (l. 30-32)

(10)

8) Mas, se existirem exageros, eles não deverão ser criticados como tal. (l. 36-38)

Esta afirmação, embora pareça contraditória, sugere um elemento fundamental para a compreensão do ponto de vista do autor.

O fragmento que melhor sintetiza o ponto de vista expresso pela frase citada é: a) “Até recentemente, defendia a posição mais rígida,” (l. 25)

b) “filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural.” (l. 34-35) c) “A arte distorce para persuadir.” (l. 48)

d) “Os alunos certamente prestarão muita atenção,” (l. 56-57)

9)

Recordações do escrivão isaías Caminha

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para que ele possa ser lido, pois quero falar das minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse, com a linguagem acessível a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha procurado modelos e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance das mãos, tenho os autores que mais amo. (...) Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o segredo de fazer. Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para animar e fazer viver estas pálidas Recordações. Com elas, queria modificar a opinião dos meus concidadãos, obrigá-los a pensar de outro modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade quando encontrarem na vida um rapaz como eu e com os desejos que tinha há dez anos passados. Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo menos dignos de indiferença.

“só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar.” (l. 5-7) Esse trecho se refere à utilização do seguinte método de argumentação:

a) indutivo; c) dialético;

(11)

Fixação

8) Mas, se existirem exageros, eles não deverão ser criticados como tal. (l. 36-38)

Esta afirmação, embora pareça contraditória, sugere um elemento fundamental para a compreensão do ponto de vista do autor.

O fragmento que melhor sintetiza o ponto de vista expresso pela frase citada é: a) “Até recentemente, defendia a posição mais rígida,” (l. 25)

b) “filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural.” (l. 34-35) c) “A arte distorce para persuadir.” (l. 48)

d) “Os alunos certamente prestarão muita atenção,” (l. 56-57)

Fixação

9)

Recordações do escrivão isaías Caminha

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para que ele possa ser lido, pois quero falar das minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse, com a linguagem acessível a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha procurado modelos e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance das mãos, tenho os autores que mais amo. (...) Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o segredo de fazer. Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para animar e fazer viver estas pálidas Recordações. Com elas, queria modificar a opinião dos meus concidadãos, obrigá-los a pensar de outro modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade quando encontrarem na vida um rapaz como eu e com os desejos que tinha há dez anos passados. Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo menos dignos de indiferença.

“só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar.” (l. 5-7) Esse trecho se refere à utilização do seguinte método de argumentação:

a) indutivo; c) dialético;

(12)

(UERJ)

Lóri, pela primeira vez na sua vida, sentiu uma força que mais parecia uma ameaça contra o que ela fora até então. Ela então falou sua alma para Ulisses:

— Um dia será o mundo com sua impersonalidade soberba versus a minha extrema individualidade de pessoa

mas seremos um só.

Olhou para Ulisses com a humildade que de repente sentia e viu com surpresa a surpresa dele. Só então ela se surpreendeu consigo própria. Os dois se olharam em silêncio. Ela parecia pedir socorro contra o que de algum modo involuntariamente dissera. E ele com os olhos miúdos quis que ela não fugisse e falou:

— Repita o que você disse, Lóri. — Não sei mais.

— Mas eu sei, eu vou saber sempre. Você literalmente disse: um dia será o mundo com sua impersonalidade

soberba versus a minha extrema individualidade de pessoa mas seremos um só.

— Sim.

Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida mortal a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem dou minha felicidade, que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta. Não, não quero ser feliz. Prefiro a mediocridade. Ah, milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a mediocridade. Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo.

(LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990.)

1) Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres tem como protagonista uma personagem — Lóri —, que se depara com a descoberta do amor em sua totalidade, iniciando a busca do reconhecimento de si mesma, do mundo e do outro — Ulisses.

A alternativa que melhor expressa esse processo de descoberta pela personagem Lóri é: a) “Só então ela se surpreendeu consigo própria.”

b) “Os dois se olharam em silêncio.”

c) “E ele com os olhos miúdos quis que ela não fugisse” d) “— Mas eu sei, eu vou saber sempre.”

(13)

Proposto

(UERJ)

Lóri, pela primeira vez na sua vida, sentiu uma força que mais parecia uma ameaça contra o que ela fora até então. Ela então falou sua alma para Ulisses:

— Um dia será o mundo com sua impersonalidade soberba versus a minha extrema individualidade de pessoa

mas seremos um só.

Olhou para Ulisses com a humildade que de repente sentia e viu com surpresa a surpresa dele. Só então ela se surpreendeu consigo própria. Os dois se olharam em silêncio. Ela parecia pedir socorro contra o que de algum modo involuntariamente dissera. E ele com os olhos miúdos quis que ela não fugisse e falou:

— Repita o que você disse, Lóri. — Não sei mais.

— Mas eu sei, eu vou saber sempre. Você literalmente disse: um dia será o mundo com sua impersonalidade

soberba versus a minha extrema individualidade de pessoa mas seremos um só.

— Sim.

Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida mortal a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem dou minha felicidade, que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta. Não, não quero ser feliz. Prefiro a mediocridade. Ah, milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a mediocridade. Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo.

(LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990.)

1) Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres tem como protagonista uma personagem — Lóri —, que se depara com a descoberta do amor em sua totalidade, iniciando a busca do reconhecimento de si mesma, do mundo e do outro — Ulisses.

A alternativa que melhor expressa esse processo de descoberta pela personagem Lóri é: a) “Só então ela se surpreendeu consigo própria.”

b) “Os dois se olharam em silêncio.”

c) “E ele com os olhos miúdos quis que ela não fugisse” d) “— Mas eu sei, eu vou saber sempre.”

Proposto

— Um dia será o mundo com sua impersonalidade soberba versus a minha extrema individualidade de pessoa mas seremos um só.

2) Nessa declaração, o discurso da personagem se estrutura a partir de um raciocínio que pode ser caracterizado como:

a) silogístico; b) dedutivo; c) dialético; d) indutivo.

(14)

Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo.

3) Na percepção de Lóri, Ulisses representa o perigo. Pela leitura do texto, isso se explica porque ele foi capaz de:

a) ameaçá-la com uma crítica inesperada; b) assustá-la com uma interpretação insensível; c) contrariá-la com um questionamento irônico; d) inquietá-la com um sentimento desconhecido.

(15)

Proposto

Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo.

3) Na percepção de Lóri, Ulisses representa o perigo. Pela leitura do texto, isso se explica porque ele foi capaz de:

a) ameaçá-la com uma crítica inesperada; b) assustá-la com uma interpretação insensível; c) contrariá-la com um questionamento irônico; d) inquietá-la com um sentimento desconhecido.

Proposto (UERJ)

Internet está à mercê de qualquer um

Em 7 de fevereiro, o portal americano Yahoo! Foi a primeira vítima de uma série de ataques. Damien Bancal, es-pecialista em pirataria e responsável por um dos melhores sites franceses dedicados a esse assunto, Taz (www.zataz. com), não acredita que os piratas estejam na origem do ataque. Mas ele destaca a extrema vulnerabilidade da Internet.

LE NOUVEL OBSERVATEUR – Os comentários falam de ciberterrorismo, embora não tenha havido saque propriamente

dito. O que aconteceu realmente?

DAMIEN BANCAL – Até o momento, tinha-se assistido principalmente a incidentes isolados (...) Esta onda de ataques é

muito mais impressionante porque os sites foram bombardeados numa extensão inédita. É como se 50 milhões de pessoas tivessem me telefonado ao mesmo tempo para me desejar Feliz Dia dos Namorados: minha central telefônica teria explodido.

N. O. – Uma das hipóteses atribui os fatos a um pirata isolado. Outras acusam as empresas de segurança de

infor-mática e, até mesmo, o governo americano, que deseja impor uma ciberpolícia (...)

D. BANCAL – Se isso é obra de um pirata isolado, ele é um gênio que dispõe de meios impressionantes. Não acredito

nisso. Para o ano novo, esperava-se “a grande peste”, um desafio lançado por um russo a todos os outros piratas do planeta. Talvez essa peste tenha chegado com atraso (...) mas ainda continuo descrente. Pois se os autores são hackers, eles planejaram as ações com muito tempo de antecedência. O mais desconcertante é a ausência de assinatura. Os piratas geralmente têm sede de reconhecimento. Nesse caso, não há nenhuma reivindicação. Fala-se também de uma operação conduzida pelos concorrentes das vítimas. Seria suicídio: abalar a imagem da rede é como dar um tiro no próprio pé (...) Eu acho, na verdade, que esses ataques podem ser responsabilidade das empresas especializadas em segurança, pois é preciso ter um poder de fogo colossal [NR: as ações dessas empresas deram um salto na Bolsa no dia seguinte].

(Entrevistador: Stéphane Arteta. Traduzido de Le Nouvel Observateur, 17/02/2000.) 4) A característica do texto que mais contribui para causar no leitor a impressão de uma transcrição exata do que foi dito é a seguinte:

a) Utilização do discurso direto. b) Introdução sobre o assunto. c) Inclusão de Nota de Redação. d) Indicação de marcas temporais.

(16)

5) A primeira pergunta de Stéphane Arteta solicita a explicação de um fato. Para respondê-la de forma clara, Damien Bancal utiliza basicamente o seguinte recurso:

a) Dedução. b) Suposição. c) Comparação. d) Quantificação.

(17)

Proposto

5) A primeira pergunta de Stéphane Arteta solicita a explicação de um fato. Para respondê-la de forma clara, Damien Bancal utiliza basicamente o seguinte recurso:

a) Dedução. b) Suposição. c) Comparação. d) Quantificação. Proposto (UERJ) A pátria

Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem (...) Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada (...) O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas cousas de tupi, do folklore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!

O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.

A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete. Nem a física, nem a moral, nem a intelectual, nem a política que julgava existir, havia. A que existia de fato, era a do Tenente Antonino, a do doutor Campos, a do homem do Itamarati.

E, bem pensando, mesmo na sua pureza, o que vinha a ser a Pátria? Não teria levado toda a sua vida norteado por uma ilusão, por uma ideia a menos, sem base, sem apoio, por um Deus ou uma Deusa cujo império se esvaía? Não sabia que essa ideia nascera da amplificação da crendice dos povos greco-romanos de que os ancestrais mortos continuariam a viver como sombras e era preciso alimentá-las para que eles não perseguissem os descendentes? Lembrou-se do seu Fustel de Coulanges (...) Lembrou-se de que essa noção nada é para os Menenanã, para tantas pessoas (...) Pareceu-lhe que essa ideia como que fora explorada pelos conquistadores por instantes sabedores das nossas subserviências psicológicas, no intuito de servir às suas próprias ambições (...)

Reviu a história; viu as mutilações, os acréscimos em todos os países históricos e perguntou de si para si: como um homem que vivesse quatro séculos, sendo francês, inglês, italiano, alemão, podia sentir a Pátria?

Uma hora, para o francês, o Franco-Condado era terra dos seus avós, outra não era; num dado momento, a Alsácia não era, depois era e afinal não vinha a ser.

Nós mesmos não tivemos a Cisplatina e não a perdemos; e, porventura, sentimos que haja lá manes dos nossos avós e por isso sofremos qualquer mágoa?

Certamente era uma noção sem consistência racional e precisava ser revista.

(BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Brasiliense, 1986.)

6) O personagem Policarpo Quaresma, no trecho acima, se encontra preso, prestes a ser executado pelo exército de Floriano Peixoto, por ter escrito uma carta ao presidente protestando contra assassinato de prisioneiros. Antes de ser executado, ele reflete sobre a noção de pátria.

Nos dois primeiros parágrafos, ele parte de suas próprias experiências, o que configura o seguinte método de raciocínio: a) indutivo, pensando do particular para o geral;

b) dedutivo, pensando do abstrato para o concreto; c) dialético, pensando a partir das suas contradições; d) sofismático, pensando do geral para o particular.

(18)

Reviu a história; viu as mutilações, os acréscimos em todos os países históricos e perguntou de si para si: como um homem que vivesse quatro séculos, sendo francês, inglês, italiano, alemão, podia sentir a Pátria?

7) A pergunta de Policarpo refere-se a determinado território na Europa que de fato mudou quatro vezes de nacionalidade em quatro séculos. A pergunta permite subentender a seguinte afirmação:

a) Se a Pátria pode mudar de lugar, então um homem que seguisse o seu percurso histórico se sentiria eterno imigrante.

b) Se a Pátria é uma noção histórica, então um homem que acompanhasse as mudanças se perceberia mais humano do que patriota.

c) Se a Pátria pode abrigar línguas diferentes, então um homem que nela vivesse teria um sentimento muito mais forte de patriotismo.

d) Se a Pátria pode mudar de tamanho, então um homem que crescesse com ela veria o seu sentimento patriótico alterar-se na mesma proporção.

(19)

Proposto

Reviu a história; viu as mutilações, os acréscimos em todos os países históricos e perguntou de si para si: como um homem que vivesse quatro séculos, sendo francês, inglês, italiano, alemão, podia sentir a Pátria?

7) A pergunta de Policarpo refere-se a determinado território na Europa que de fato mudou quatro vezes de nacionalidade em quatro séculos. A pergunta permite subentender a seguinte afirmação:

a) Se a Pátria pode mudar de lugar, então um homem que seguisse o seu percurso histórico se sentiria eterno imigrante.

b) Se a Pátria é uma noção histórica, então um homem que acompanhasse as mudanças se perceberia mais humano do que patriota.

c) Se a Pátria pode abrigar línguas diferentes, então um homem que nela vivesse teria um sentimento muito mais forte de patriotismo.

d) Se a Pátria pode mudar de tamanho, então um homem que crescesse com ela veria o seu sentimento patriótico alterar-se na mesma proporção.

Proposto

Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem (...)

8) Com essas frases, Policarpo Quaresma critica o sofisma que liga o tamanho dos rios brasileiros à grandeza moral da pátria brasileira.

Esse tipo de sofisma ocorre quando se estabelece uma relação arbitrária entre dois elemen-tos independentes que são apresentados como:

a) efeito e causa; b) opinião e citação; c) generalização e fatos; d) interrogação e resposta.

(20)

Certamente era uma nação sem consistência racional e precisava ser revista.

9) A frase final constitui uma conclusão preparada, ao longo do texto, por ideias que se contra-põem a uma noção de pátria que o personagem-narrador indica ter cultivado durante a sua vida. Um argumento que conduz à conclusão da falta de consistência racional da noção de pátria é: a) “O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não.”

b) “As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros.”

c) “A pátria que quisera ter era mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete” d) “Lembrou-se de que noção nada é para os Menenanã, para tantas pessoas (...)”

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Proposto

Certamente era uma nação sem consistência racional e precisava ser revista.

9) A frase final constitui uma conclusão preparada, ao longo do texto, por ideias que se contra-põem a uma noção de pátria que o personagem-narrador indica ter cultivado durante a sua vida. Um argumento que conduz à conclusão da falta de consistência racional da noção de pátria é: a) “O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não.”

b) “As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros.”

c) “A pátria que quisera ter era mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete” d) “Lembrou-se de que noção nada é para os Menenanã, para tantas pessoas (...)”

Proposto (UERJ)

O problema não é a escassez de recursos

Assessor da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Libânio, diz que o levantamento sobre as condições de vida no Rio demonstra que a relação da instituição com o Brasil se dará cada vez mais no campo da informação e menos no de recursos financeiros.

O GLOBO: Por que o Rio foi escolhido para ter o primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano de uma cidade?

JOSÉ CARLOS LIBÂNIO: Primeiro, pela oferta de recursos intelectuais, que permitiu não só a criação de novos indicadores, como também desagregá-los. O Brasil foi o primeiro país a ter um índice para todas as cidades. Com a experiência, resolvemos enfrentar o de-safio de fazer o mesmo em nível local. O Rio foi escolhido porque se destaca no imaginário nacional e mundial. Era preciso identificar suas peculiaridades e talentos para planejar o seu futuro.

O GLOBO: Em que situação de desenvolvimento humano o Rio se encontra?

LIBÂNIO: Olhamos para a vida carioca por diversos prismas e aparece uma cidade inusitada. Está entre as quatro capitais com melhores condições de vida. Mas, se comparada a outras capitais, sofre uma intensa desproporção de renda. Em termos de desigualdades, está em 11o. Fica claro que a dificuldade da cidade é a repartição dos recursos. A Zona Sul, por exemplo, tem renda per capita cinco vezes maior do

que a Zona Norte.

O GLOBO: Os problemas do Rio atingem a todos da mesma maneira?

LIBÂNIO: A vantagem do relatório é justamente olhar a informação desagregada, fechando o zoom do microscópio, para identificar onde a cidade está bem e onde não está. Médias, normalmente, mais escondem do que revelam. Não podemos supor, por exemplo, que todas as áreas pobres da cidade têm as mesmas condições de saneamento e acesso à água.

O GLOBO: Como a ONU espera que o relatório seja aproveitado?

LIBÂNIO: O Brasil está se graduando junto à ONU e ao Banco Mundial. Isso significa que virão menos recursos a fundo perdido destes dois orga-nismos. Vai ser preciso que haja mobilização da sociedade, porque vemos que o problema não é a escassez de recursos. A tendência é de que a ONU mande mais recursos para África e Ásia. Para o Brasil, os recursos serão mandados em ordem decrescente. O país poderá continuar contando com a ONU, mas a colaboração para o desenvolvimento se dará cada vez mais no campo da informação e menos da mobilização dos recursos financeiros.

(LIBÂNIO, José Carlos. O Globo, 24/03/2001.) Fica claro que a dificuldade da cidade é a repartição dos recursos.

10) Logo após essa afirmação de Libânio, o entrevistador faz nova pergunta a ela relacionada. De acordo com o sentido dessa pergunta e da resposta que lhe é dada, pode-se dizer que seu objetivo seria levar o entrevistado a:

a) levantar hipóteses; b) expandir sua análise; c) generalizar estatísticas; d) contestar comparações.

(22)

Médias, normalmente, mais escondem do que revelam. Não podemos supor, por exemplo, que todas as áreas pobres da cidade têm as mesmas condições de saneamento e acesso à água.

11) O trecho transcrito acima critica um uso específico do seguinte método de raciocínio: a) Dedutivo.

b) Dialético. c) Indutivo. d) Silogístico.

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Proposto

Médias, normalmente, mais escondem do que revelam. Não podemos supor, por exemplo, que todas as áreas pobres da cidade têm as mesmas condições de saneamento e acesso à água.

11) O trecho transcrito acima critica um uso específico do seguinte método de raciocínio: a) Dedutivo. b) Dialético. c) Indutivo. d) Silogístico. Proposto (UERJ) Herói na contemporaneidade

Quando eu era criança, passava todo o tempo desenhando super-heróis.

Recorro ao historiador de mitologia Joseph Campbell, que diferenciava as duas figuras públicas: o herói (figura pública antiga) e a celebridade (a figura pública moderna). Enquanto a celebridade se populariza por viver para si mesma, o herói assim se tornava por viver servindo sua comunidade. Todo super-herói deve atravessar alguma via crucis. Gandhi, líder pacifista indiano, disse que, quanto maior nosso sacrifício, maior será nossa conquista. Como Hércules, como Batman.

Toda história em quadrinhos traz em si alguma coisa de industrial e marginal, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. Os filmes de super-herói, ainda que transpondo essa cultura para a grande e famigerada indústria, realizam uma outra façanha, que provavelmente sem eles não ocorreria: a formação de novas mitologias reafirmando os mesmos ideais heroicos da Antiguidade para o homem moderno. O cineasta italiano Fellini afirmou uma vez que Stan Lee, o criador da editora Marvel e de diversos heróis populares, era o Homero dos quadrinhos.

Toda boa história de super-herói é uma história de exclusão social. Homem-Aranha é um nerd, Hulk é um monstro amaldiçoado, Demolidor é um deficiente, os X-Men são indivíduos excepcionais, Batman é um órfão, Super-Homem é um alienígena expatriado. São todos símbolos da solidão, da sobrevivência e da abnegação humana.

Não se ama um herói pelos seus poderes, mas pela sua dor. Nossos olhos podem até se voltar a eles por suas habilidades fantásticas, mas é na humanidade que eles crescem dentro do gosto popular. Os super-heróis que não sofrem ou simples-mente trabalham para o sistema vigente tendem a se tornar meio bobos, como o Tocha--Humana ou o Capitão América.

Hulk e Homem-Aranha são seres que criticam a inconsequência da ciência, com sua energia atômica e suas expe-riências genéticas. Os X-Men nos advertem para a educação inclusiva. Super-Homem é aquele que mais se aproxima de Jesus Cristo, e por isso talvez seja o mais popular de todos, em seu sacrifício solitário em defesa dos seres huma-nos, mas também tem algo de Aquiles, com seu calcanhar que é a kriptonita. Humano e super-herói, como Gandhi.

Não houve nenhuma literatura que tenha me marcado mais do que essas histórias em quadrinhos. Eu raramente as leio hoje em dia, mas quando assisto a bons filmes de super-heróis eu lembro que todos temos um lado ingênuo e bom, que pode ser capaz de suportar a dor da solidão por um princípio.

(CHUÍ, Fernando. Adaptado de http://fernandochui.blogspot.com) 12) O autor distingue herói de celebridade. Pela leitura do texto, é possível afirmar que o herói e a celebridade se ca-racterizam, respectivamente, por:

a) tender à ingenuidade / mostrar mais esperteza; b) servir aos outros / se ocupar da própria fama; c) defender uma verdade / sustentar uma mentira; d) representar a inclusão social / evidenciar a exclusão.

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