• Nenhum resultado encontrado

Diagnóstico político-eleitoral do Distrito Federal ( )

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Diagnóstico político-eleitoral do Distrito Federal ( )"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

Diagnóstico político-eleitoral do Distrito Federal (2002-2014)

Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas. (Sun Tzu)

Wendel Pinheiro1 Marcelo Barros2

O mapa político-eleitoral aponta, sem dúvidas, não apenas o resultado político de uma eleição, mas o comportamento eleitoral de um determinado eleitorado, de acordo com as suas nuances e de acordo com a conjuntura política vigente. Sem vislumbrar tais vetores, se torna um tanto quanto temerário a disputa de um mandato.

Diante da urgência do processo eleitoral, a medida mais imediata é a construção de um mapeamento político capaz de: 1) Apontar as tendências político-eleitorais do Distrito Federal;

2) Mapear as principais forças políticas/candidaturas em vigência;

3) Abordar, a partir de uma rápida análise de História do Tempo Presente, a possível relação entre a conjuntura política nacional e a conjuntura política distrital, tanto na relação direta entre elas como nas peculiaridades da política local;

4) Mapeamento político dos grupos de interesse na sociedade civil organizada e os seus respectivos apoios a grupos/partidos e/ou quadros políticos.

Com esta leitura, é possível que se delineie, a partir da linha ideológica do PDT, as táticas e as linhas centrais da campanha, a partir das concepções democrático-populares seguidas pela legenda trabalhista.

O critério para a escolha das eleições de 2002, de 2006 e de 2010 reside não apenas na análise recente dos atores políticos como também das forças políticas que participam, incluindo as alianças e as coalizões eleitorais.

1 Historiador e membro do Diretório Nacional do PDT.

(2)

Tabela 01 – Relação de Deputados Distritais eleitos (2002 – 2010)

Deputados (2002) Votos (2002) Deputados (2006) Votos (2006) Deputados (2010) Votos (2010)

Arlete Sampaio (PT) 35.466 Paulo Tadeu (PT) 28.505 Chico Leite (PT) 36.806

Benício Tavares (PTB) 26.252 Cristiano Araújo (PTB) 26.266 Eliana Pedrosa (DEM) 35.387

Eurides Brito (PMDB) 24.065 Reguffe (PDT) 25.805 Arlete Sampaio (PT) 26.376

José Edmar (PMDB) 23.634 Milton Barbosa (PSDB) 24.478 Cabo Patrício (PT) 22.209

Paulo Tadeu (PT) 21.320 Jaqueline Roriz (PSDB) 24.129 Liliane Roriz (PRTB) 21.999

Augusto Carvalho (PPS) 21.266 Junior Brunelli (PFL) 23.734 Washington Mesquita (PSDB)

21.111

Gim Argello (PMDB) 17.868 Aguinaldo de Jesus (PL) 23.262 Alírio (PPS) 19.207

Chico Vigilante (PT) 17.592 Chico Leite (PT) 23.109 Chico Vigilante (PT) 19.201

Rôney Nemer (PSD) 15.433 Rôney Nemer (PMDB) 22.966 Raad Massouth (DEM) 17.997

Izalci (PFL) 14.958 Érika Kokai (PT) 22.916 Rôney Nemer (PMDB) 17.778

Érika Kokai (PT) 14.610 Eliana Pedrosa (PFL) 22.664 Wasny de Roure (PT) 17.579

Leonardo Prudente (PMDB) 13.459 Pedro Passos (PMDB) 20.431 Cristiano Araújo (PTB) 17.047 Francisco de Assis Dantas (PT) 12.689 Cabo Patrício (PT) 18.889 Evandro Garla (PRB) 15.867

Wigão (PPB) 12.085 Leonardo Prudente (PFL) 18.624 Agaciel Maia (PTC) 14.073

Anilcéia Machado (PSDB) 11.927 Benício Tavares (PMDB) 15.367 Joe Valle (PSB) 13.876

Eliana Pedrosa (PL) 11.817 Rogério Ulysses (PSB) 14.932 Aylton Gomes (PR) 13.278

Odilon Aires (PMDB) 11.495 Alírio (PPS) 13.055 Dr. Michel (PSL) 13.256

Jorge Cauhy (PFL) 10.930 Benedito Domingos (PP) 12.955 Raimundo Ribeiro (PSDB) 12.794

Pedro Passos (PSD) 10.590 Dr. Charles (PTB) 11.591 Olair Francisco (PTdoB) 12.477

Chico Leite (PCdoB) 10.558 Paulo Roriz (PFL) 11.409 Prof. Israel Batista (PDT) 11.349

Carlos Xavier (PSD) 7.804 Wilson Lima (PRONA) 8.983 Claudio Abrantes (PPS) 11.047

Junior Brunelli (PPB) 7.665 Aylton Gomes (PMN) 8.448 Wellington Silva (PSC) 10.333

Fábio Barcellos (PL) 7.179 Raimundo Ribeiro (PSL) 8.303 Benedito Domingos (PP) 9.479 Peniel Pacheco (PSB) 6.114 Batista das Cooperativas

(PRP)

(3)

Tabela 02 – Bancada de Deputados Distritais (2002 – 2010)

Partidos PFL/DEM PT PMDB PSDB PTB PDT PL/PR PPB/PP PSC PPS PRB PSB Outros

2002 2 5 5 1 1 - 2 2 - 1 - 1 1 PCdoB + 3 PSD

2006 4 4 3 2 2 1 1 1 - 1 - 1 1 PSL + 1 PRONA + 1 PMN

2010 2 5 1 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 PRTB + 1 PSL + 1 PMN +

1 PTdoB + 1 PTC

Algumas considerações podem ser feitas, a saber:

1) O destaque, em todas as eleições, da votação dos candidatos do PT. De 2002 em diante, o PT elegeu o deputado distrital mais votado (Arlete Sampaio em 2002, Paulo Tadeu em 2006 e Chico Leite em 2010). Independente da conjuntura política vigente, a explicação está associada diretamente ao perfil dos quadros petistas, associados diretamente ao eleitorado de opinião.

2) Alto índice de volatilidade eleitoral no Distrito Federal e parca fidelidade partidária, a partir do olhar dos deputados distritais eleitos desde 2002 – principalmente entre os quadros políticos associados ao campo da direita brasiliense. O real entendimento sobre as forças políticas locais reside na díade entre o rorizismo e o petismo, sem que necessariamente haja com constância a existência de uma força política que consiga galvanizar a condição de via política alternativa.

3) No que tange às eleições de 2002, é preciso atentar para a polarização da representação entre o PMDB de Joaquim Roriz, com 5 deputados distritais eleitos3, contra os 5 do PT, destacando-se quadros como Arlete Sampaio4, na condição de deputada distrital mais votada, e a

expressiva votação de Paulo Tadeu.

4) A bipolarização entre o “rorizismo” e o petismo se tornou muito claro nas eleições de 2002, incluindo a disputa para o senado com a eleição de Cristovam Buarque (PT) e de Paulo Octávio (PFL). A base de coalizão rorizista (PMDB, PSDB, PFL e PSD) contara com a eleição de 11 distritais, contra a esquerda (PT, PSB, PCdoB e PPS) que contava com 8 distritais.

3 Com quadros como Gim Argello e Eurides Brito.

(4)

5) A influência do rorizismo em 2002 fora tão expressiva que, dos 8 deputados federais eleitos pelo Distrito Federal, 3 foram eleitos pelo PMDB. Destes 3, a legenda peemedebista contara com os dois deputados federais mais votados: José Roberto Arruda (324.248 votos) e Tadeu Filippelli (166.958 votos)5.

6) Em relação às eleições de 2006, a influência do PFL se tornaria muito claro, dobrando a sua bancada de deputados distritais, diante da influência e do peso eleitoral da eleição de José Roberto Arruda (PFL). A cisão no campo da direita nas eleições faria com que, na prática, Joaquim Roriz não se empenhasse na campanha de Maria de Lourdes Abadia (PSDB), corroborando para a vitória de Arruda com 50,38% contra 23,97% de Abadia e apenas 20,93% de Arlete Sampaio (PT). A coligação do candidato pefelista6 elegera 9 deputados distritais, sendo 4

destes pertencentes ao PFL, contra apenas 5 parlamentares ligados à Abadia7, com a queda de representação do PMDB de 5 distritais em

2002 para apenas 3 em 20068.

7) Com a queda do PFL/DEM em 2009, o resultado se expressou não apenas na expressiva representação do PT, com eleição de 3 deputados entre os 5 mais votados (Chico Leite, Arlete Sampaio e Cabo Patrício), como também na parca representação do grupamento da direita brasiliense que sustentou o governo Arruda. O grupamento que apoiara Weslian Roriz (PSC, PSDB, PR, PP, DEM, PSDC, PRTB, PMN e PTdoB) elegeu 10 deputados distritais, contra 13 da aliança com Agnelo Queiroz (PT, PMDB, PCdoB, PDT, PTB, PRB, PPS, PTC, PSB, PV, PHS e PRP)9 e 1

apenas pelo PSL10.

5 Para que se tenha uma dimensão da expressão política da votação de Arruda, passados 12 anos, José Antônio Reguffe (PDT-DF) se tornara o deputado federal mais votado com 266.465 votos – quase 60 mil votos a menos que Arruda em 2002.

6 Além do PFL, Arruda contou com o apoio do PPS, PP, PSC, PTN, PR, PMN e PRONA. É preciso lembrar que em 2003, o PPB se tornara PP e a fusão de PL com o PRONA formaria o PR em 2007.

7 O PSDB de Abadia teve como seus aliados o PMDB, PTB, PAN, PHS, PTC, PRP e PTdoB.

8 Destes 3 eleitos pelo PMDB em 2006, 2 foram deputados distritais pelo PSD (Rôney Nemer e Pedro Passos) e 1 pelo PTB (Benício Tavares), eleitos em 2002. Dos 5 deputados do PMDB eleitos na eleição de 2002, Eurides Brito não se elegeu, caindo de 24.065 votos para os parcos 11.168 votos em 2006, na 1ª suplência do PMDB; José Edmar não foi eleito deputado federal em 2006 pelo PRONA com 29.794 votos; Gim Argello, com capacidade política de articulação e lealdade ao grupo político rorizista, assumiu a 1ª suplência do senado pela chapa de Joaquim Roriz (PMDB), estando filiado ao PTB. Meses depois, Gim se tornou senador em meados de julho de 2007, após denúncias de escândalo em relação a Roriz. O mesmo fora obrigado a renunciar o seu mandato, após ter assumido por apenas 6 meses a sua vaga no Senado. No que tange ao Leonardo Prudente, ele migrou para o PFL, se elegendo com 18.624 votos em 2006. Já Odilon Aires não se reelegeu, caindo dos 11.495 votos em 2002 para apenas 9.243 votos em 2006, como 4º suplente, atrás de Eurides Brito (11.168 votos), Vigão (9.657 votos) e Ivelise Longhi (9.496 votos).

9 Que teria o apoio do próprio Senador Gim Argello (PTB-DF).

(5)

Tabela 03 – Relação entre votos/percentuais dos deputados distritais eleitos, votos válidos e número de eleitores (2002 – 2010)

Eleições de 2002 Eleições de 2006 Eleições de 2010

Número total de eleitores 1.518.437 1.655.050 1.833.942

Comparecimento 1.284.097 1.425.300 1.550.765

Votos totais dos distritais eleitos com percentual em relação aos

votos válidos

366.776 (29,73%) 437.711 (31,89%) 418.297 (29,72%)

Ausência 230.340 (15,43%) 229.750 (13,88%) 283.177 (15,44%)

Brancos e percentual em relação ao número total de eleitores

31.191 (2,43%) 46.152 (2,79%) 62.661 (3,41%)

Nulos e percentual em relação ao número total de eleitores

19.374 (1,51%) 51.572 (3,12%) 80.477 (4,39%)

Total de abstenções (ausência + brancos + nulos) e percentual em

relação ao número total de eleitores

280.905 (19,37%) 327.474 (19,79%) 426.315 (23,24%)

Votos válidos 1.233.532 1.372.576 1.407.627

Coeficiente eleitoral para a eleição de deputado distrital (votos) e percentual em relação aos votos

válidos

51.397 (4,17%) 57.191 (4,17%) 58.651 (4,17%)

Número de votos do deputado distrital mais votado e percentual

em relação aos votos válidos

35.466 (2,87%) 28.505 (2,08%) 36.806 (2,61%)

Número de votos do deputado distrital menos votado e percentual em relação aos votos

válidos

(6)

Algumas rápidas considerações podem ser pontuadas, a saber:

1) A expressiva abstenção em Brasília não apenas é elevada, como também cresce à medida em que o eleitorado descrê das instituições democráticas, a partir das seguidas crises institucionais, passando dos 19,37% em 2002 para os 23,24% em 2010 – um acréscimo real de 19,97%. A tendência é que, de acordo com a atual conjuntura política, a depender do nível da campanha de deputados distritais e da forma como for conduzida a disputa para as eleições ao governo do Distrito Federal, a abstenção possa atingir uma margem entre 25% a 30%. 2) O elevado acréscimo no número total de eleitores, fruto da característica do Distrito Federal como um ente federativo caracteristicamente de

imigrantes, com o acréscimo de eleitores em torno de aproximadamente 10% a cada eleição.

3) Decorrente do aumento de eleitores, embora o crescimento do coeficiente eleitoral fosse expressivo entre 2002 e 2006, passando dos 51.397 votos para os 57.191 votos, o percentual se manteve intacto com 4,17%. E ainda com toda a crise de 2009 no Distrito Federal, o mesmo percentual se manteve, ainda que o coeficiente eleitoral subisse um pouco mais para o patamar dos 58.651 votos. Na hipótese deste percentual do coeficiente seguir nos 4,17% e se tivermos 25% de abstenção, uma vez que o atual eleitorado do Distrito Federal em junho de 2014 está em 1.897.677 eleitores, o coeficiente eleitoral atingirá, pelo menos, o patamar de 61.641 votos nas eleições de 2014.

4) Embora o deputado distrital mais votado não tenha tido um voto tão expressivo em 2006 (com apenas 2,08% dos votos válidos), se comparado com as eleições de 2002 e de 2010, o que podemos notar é a uniformidade maior do voto, com a proximidade não apenas dos votos dos deputados distritais eleitos, como também um grande equilíbrio na obtenção dos votos – bem diferente da crise de 2009, favorecendo a expressão eleitoral significativa dos candidatos com maior inserção político-eleitoral.

5) Ainda assim, nenhum deputado distrital eleito – nem mesmo o mais votado – conseguiu a atingir o quantitativo de votos do coeficiente eleitoral, nas respectivas eleições de 2002, de 2006 e de 2010. Em 2002, os votos de Arlete Sampaio chegaram a 69% do coeficiente eleitoral, enquanto que em 2006, a votação de Paulo Tadeu atingiu 49,84% do coeficiente, sofrendo uma queda de 27,77%. Já em 2010, o quantitativo de votos de Chico Leite chegou ao patamar de 62,75% do total do coeficiente eleitoral para eleger uma vaga.

6) A eleição de deputados distritais com menos de 10 mil votos caiu dos 4 deputados distritais eleitos (2002 e 2006) para a metade, com apenas 2 deputados em 2010 – entre as vagas na sobra e/ou como a eleição de uma vaga via coeficiente eleitoral do seu respectivo partido. Isto, sem dúvida, aponta para eleições cada vez mais competitivas, mesmo com o acréscimo das abstenções a cada eleição. Podemos exemplificar a partir não só do percentual do último mais votado em relação aos votos válidos, passando dos 0,5% em 2002 para 0,55% em 2010 (aumento de 9,1%), mas também no que tange ao percentual do mesmo último eleito em relação ao coeficiente eleitoral em cada eleição. Dos 11,89% em 2002, o percentual avançou para 12,05% em 2006 e em 2010 chegou na cifra de 13,24%. Comparando as eleições de 2002 com as de 2010, o acréscimo no número de votos do último deputado distrital eleito em relação ao coeficiente eleitoral foi na ordem de 10,2%. Contando com a hipótese que o percentual do último lugar nas eleições de 2014 correspondam a 15% do coeficiente eleitoral, é possível que o último deputado distrital eleito tenha o patamar de 9.246 votos.

(7)

Tabela 04 – Localização das Zonas Eleitorais (ZE’s) nas eleições de 2002/2006 e de 2010 (Resolução TRE-DF 6207/2007)11

Eleições de 2002 e de 2006 Eleições de 2010

1ª ZE Asa Sul, Lago Sul e Setor de Indústrias Gráficas Asa Sul

2ª ZE Paranoá, São Sebastião e Jardim Botânico PAD/Nova Betânia Paranoá, Itapoã, Lago Norte, Varjão, Taquari e Granja do Torto 3ª ZE Taguatinga Norte (desde o Córrego Vicente Pires) Taguatinga Norte (QNJ, QNL, EQNL e EQNM)

4ª ZE Setor Leste do Gama, Santa Maria, Sítio do Gama e DVO Setor Leste do Gama, Santa Maria, Sítio do Gama e DVO 5ª ZE Sobradinho, Sobradinho II, Setor de Mansões de Sobradinho,

Posto Colorado, Fercal, Córrego do Ouro, Queima Lençol, Engenho Velho, Santa Helena, Córrego do Sobradinho, Capão

da Eva, Itapoã e Taquari

Sobradinho, Sobradinho II, Setor de Mansões de Sobradinho, Posto Colorado, Fercal, Córrego do Ouro, Queima Lençol,

Engenho Velho e Capão da Eva 6ª ZE Planaltina, Núcleos Rurais: Tabatinga, Rio Preto, Pipiripau II,

São

José, Altamir, Santos Dumont, Cerâmica Reunidas Dom Bosco, Estância, Lagoinha, Rajadinha, COPERBRÁS e Barra

Planaltina, Núcleos Rurais: Tabatinga, Rio Preto, Pipiripau II, São José, Altamir, Santos Dumont, Cerâmica Reunidas Dom Bosco, Estância, Lagoinha, Rajadinha, COPERBRÁS e Barra 7ª ZE Brazlândia, Zonas Rurais: INCRA 06, INCRA 07, INCRA 08, Polo

da Torre e Rodeador

Brazlândia, Zonas Rurais: INCRA 06, INCRA 07, INCRA 08, Polo da Torre e Rodeador

8ª ZE Ceilândia Norte (QNP 05, EQNP 5/1, QNM 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24, 26, 28, 30 e 32, QNN 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15,

17, 19, 21, 23, 25, 27 ,29, 31, 33, 35, 37 e 39)

Setor QNM (2, 4, 6, 8, 10 e 12), Setor QNN (quadras ímpares), Setor P norte (menos QNP 17, QNP 19, EQNP 13/17 e EQNP

15/19), CNN 1 e CNM 2 9ª ZE Guará I, Guará II, Setor de Inflamáveis, Setor de Transporte

Rodoviário de Carga, Setor de Indústria e Abastecimento, Setor de Oficinas Sul e Estrutural

Guará I, Guará II, Setor de Inflamáveis, Setor de Transporte Rodoviário de Carga, Setor de Indústria e Abastecimento, Setor

de Oficinas Sul e Estrutural 10ª ZE Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Metropolitana, Setor de

Mansões, Park Way, Vargem Bonita, CAUB I, CAUB II, Riacho Fundo I e Riacho Fundo II

Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Metropolitana, Park Way, Vargem Bonita, CAUB I, CAUB II, Riacho Fundo I e Riacho

Fundo II 11ª ZE Cruzeiro Velho, Cruzeiro Novo, Octogonal, Setor Militar

Urbano,

Cruzeiro Velho, Cruzeiro Novo, Octogonal, SMU, Setor de Abastecimento Norte, Setor Sudoeste e Setor de Indústrias

11 Para o melhor entendimento, foram desmembradas as seguintes zonais vigentes em 2006 para as eleições de 2010: 1ª ZE, 2ª ZE, 3ª ZE, 5ª ZE, 8ª ZE, 12ª ZE, 13ª ZE, 14ª ZE, 15ª ZE e 16ª ZE.

(8)

Setor de Abastecimento Norte e Setor Sudoeste Gráficas

12ª ZE Ceilândia Sul, Setor P Sul e Guariroba Setor QNM (quadras ímpares), Setor QNM (14, 16, 18, 20, 22, 24, 26, 28, 30 e 32), Setor QNN (2, 4, 6, 8 e 10) e CNM 1 13ª ZE Samambaia, Setor Só Frango e Recanto das Emas Samambaia, Recanto das Emas

14ª ZE Asa Norte, Lago Norte, Varjão, Granja do Torto e Vila Planalto Asa Norte e Vila Planalto 15ª ZE Taguatinga Sul, Taguatinga Centro, QNA, QNB, QND, Setor de

Mansões Leste, Águas Claras e Arniqueira

Taguatinga Sul, Taguatinga Centro, Setor QNA, Águas Claras, Arniqueira e Setor de Mansões Leste

16ª ZE EQNP, QNP, QNQ, QNR, Condomínio Prive, Setor de Indústria, Núcleo Rural Boa Esperança, Núcleo Rural Alexandre Gusmão e

INCRA 9

Setor O, Setor Q, Setor QNP (17 e 19), EQNP 13/17, QNP 15/19, Setor QNR, Condomínio Prive, Setor de Indústria,

Núcleo Rural Incra 09 e Núcleo Rural Boa Esperança 17ª ZE Setor Oeste do Gama, Setor Sul do Gama, Setor Norte do

Gama,

Setor de Indústria, Setor Central do Gama e Zonas Rurais (Tamanduá, EMBRAPA, Córrego Barreiro, Ponte Alta de Baixo,

Ponte Alta de Cima, Engenho das Lages, Cerâmica São Paulo, Casa Grande e Cachoeirinha)

Gama (Setores Oeste, Sul, Norte, Industrial e Central), Zonas Rurais (Tamanduá, EMBRAPA, Córrego Barreiro, Ponte Alta de Baixo, Ponte Alta de Cima, Engenho das Lages, Cerâmica São

Paulo, Casa Grande e Cachoeirinha)

18ª ZE - Lago Sul, São Sebastião e Jardim Botânico

19ª ZE - Taguatinga Norte (Setores QNB, CNB, QNC, QND, CND, QNE,

QNF, QNG, QNH, EQNH, EQNG e ECNF) e Vicente Pires

20ª ZE - Ceilândia (Setores P-Sul, EQNN24/26, EQNN 22/24, EQNN

20/22, EQNN 18/20 e QNN 14)

(9)

Tabela 05 – Eleitorado do Distrito Federal, com percentual de abstenções12 e ausências por Zonas Eleitorais (ZE’s) Eleitorado (2002)13 Total de abstenções (2002) Ausência (2002) Eleitorado (2006) Total de abstenções (2006) Ausência (2006) Eleitorado (2010) Total de abstenções (2010) Ausência (2010) Eleitorado (2014) 1ª ZE 130.438 19,80% 16,56% 132.785 24,68% 17,19% 107.784 67.706 2ª ZE 70.247 23,76% 20,06% 81.244 19,03% 15,07% 78.596 94.202 3ª ZE 112.410 16,32% 12,77% 120.970 18,10% 12,06% 77.578 64.950 4ª ZE 91.521 20,86% 17,48% 99.406 19,14% 13,69% 113.468 123.166 5ª ZE 86.255 17,31% 14,09% 99.965 18,41% 13,45% 107.171 115.901 6ª ZE 82.550 18,94% 12,90% 96.130 16,77% 13,37% 109.722 117.723 7ª ZE 41.680 17,96% 15,11% 43.796 17,24% 13,56% 46.945 45.662 8ª ZE 79.368 20,21% 16,58% 79.999 20,60% 14,01% 81.568 71.668 9ª ZE 97.162 17,39% 14,6% 104.898 20,10% 13,74% 114.521 113.298 10ª ZE 59.856 18,59% 15,55% 71.457 19,30% 13,79% 85.276 101.341 11ª ZE 54.056 17,17% 13,98% 61.280 21,82% 14,84% 67.696 64.189 12ª ZE 122.847 17,20% 13,78% 124.366 18,52% 12,16% 72.751 54.191 13ª ZE 111.781 21,13% 17,91% 138.032 18,99% 13,83% 86.202 116.769 14ª ZE 117.003 18,91% 15,52% 127.098 23,76% 16,24% 109.027 87.929 15ª ZE 93.429 16,81% 13,75% 100.600 19,18% 12,99% 85.690 127.357 16ª ZE 85.369 17,54% 13,65% 88.870 18,85% 11,40% 78.770 88.421 17ª ZE 82.465 19,40% 15,90% 84.154 19,02% 13,82% 88.710 79.380 18ª ZE - - - 81.797 103.214 19ª ZE - - - 82.302 90.863

12 O total das abstenções se refere a partir da soma dos percentuais de ausência com o percentual de votos brancos e nulos. É preciso dizer que não estava disponibilizado no site do TSE e do TRE-DF os dados de votos brancos, nulos e ausências em 2010 por Zonas Eleitorais (ZE’s).

13 As cinco maiores zonais do Distrito Federal em 2002 eram, a saber, a 1ª ZE (130.438 eleitores), a 12ª ZE (122.847 eleitores), a 14ª ZE (117.003 eleitores), a 3ª ZE (112.410 eleitores) e a 13ª ZE (111.781 eleitores).

(10)

20ª ZE - - - 76.784 69.226

21ª ZE - - - 83.922 100.521

Como observações válidas, podemos atentar às seguintes considerações, a saber:

1) Nas eleições de 2002, os maiores contingentes de abstenção coincidiram com o percentual de ausentes. Na liderança das abstenções esteve a 2ª ZE, seguida da 13ª ZE, 4ª ZE, 8ª ZE e 1ª ZE. No que concerne à ausência de eleitores, as zonais com maior percentual são, na ordem, a 2ª ZE, 13ª ZE, 4ª ZE e a diferença diminuta de 0,02% entre a 8ª ZE e a 1ª ZE. Já o maior índice de votos brancos e nulos, decorrentes da subtração das abstenções com a ausência, esteve na 6ª ZE (6,04%). O menor contingente de abstenções coincidiu com o menor número de ausências na 3ª ZE. Depois desta zonal, o segundo menor percentual de abstenções foi na 15ª ZE, enquanto que o segundo menor índice de ausência foi na 6ª ZE.

2) Acréscimo expressivo entre 2002 e 2006 no eleitorado da 5ª ZE, 6ª ZE, 10ª ZE, 14ª ZE e, principalmente, da 13ª ZE. Os maiores contingentes de abstenções e de ausência estiveram na 1ª ZE, seguida pela 14ª ZE. Em outras palavras, no que tange a estas zonais – se compararmos com as demais –, poderemos afirmar, a partir dos expressivos percentuais, que quanto maior o índice de desenvolvimento humano (IDH) em Brasília, maior é o índice de não comparecimento nas urnas e de se abster em escolher qualquer candidato no voto proporcional, de forma consciente, ativa e deliberada, devido à falta de credibilidade do Poder Legislativo no Brasil e à campanha de desmoralização do parlamento massificada pela grande mídia. As mesmas zonais registraram também o elevado percentual de brancos e nulos (7,52% na 14ª ZE e 7,49% na 1ª ZE), junto com as 16ª e a 11ª ZE’s (7,45% e 6,98% respectivamente).

3) Ainda em 2006, podemos conferir os menores índices de ausência tanto na 16ª ZE, como nas 3ª e 12ª ZE’s. Elas diferiram do menor índice de abstenções (soma da ausência com os votos brancos e nulos) presentes nas 6ª e 7ª ZE’s. Vale destacar que a 6ª ZE lograra o menor índice de ausência na eleição anterior, com 0,47% a menos que em 2006.

(11)

Tabela 06 – Prognóstico dos possíveis deputados distritais eleitos em 2014

Coligação Número de cadeiras prováveis Possíveis eleitos

PSB-PDT-SDD 1 + 1 Celina Leão (PDT) + disputa pela vaga da sobra entre

Sandra Faraj (SDD) e Joe Valle (PDT). Por fora, disputam Adécio Sartori (PSB) ou Professor Crepaldi

(PSB).

PSD 1 Candidatos disputam por uma vaga. O primeiro da

nominata ASSUME!

PMDB 2 + 1 Robério Negreiros e Welington Luiz + disputa entre

Rafael Prudente e Pr. Daniel de Castro. Por fora, disputam Wilson Lima e Aguinaldo de Jesus.

PV-PRP 1 Professor Israel Batista (PV)

PEN-PSL-PHS-PTdoB 1 a 1 + 1 O(s) primeiro(s) da nominata da coligação se

elege(m).

PRB-PTC 1 + 1 Agaciel Maia (PTC) + o segundo nome, podendo se

eleger candidatos como o Pr. Júlio Cesar (PRB) ou Leila do Vôlei (PRB).

PCdoB-PPL-PTN 1 a 1 + 1 A disputa pela(s) vaga(s) se concentra(m) entre

Batista das Cooperativas (PPL), Pedro do Ovo (PPL), Rodrigo Delmasso (PTN) e Olgamir Amância (PCdoB)

PROS-PSC 1 Pr. Egmar Tavares (PSC)

PT-PP 4 + 1 a 5 + 2 Chico Leite (PT), Chico Vigilante (PT), Wasny de

Roure (PT) e Paulo Roriz (PP). A(s) última(s) vaga(s) e é (são) disputada(s) por Risomar (PT), Dr. Michel (PP), Rejane Pitanga (PT), Cláudio Abrantes (PT) e

mais um da nominata pelo PP ou pelo PT.

PSDB-PSDC 1 Raimundo Ribeiro (PSDB), embora seja preciso uma

certa atenção com o Virgílio Neto (PSDB).

PPS 1 Eduardo Pedrosa

(12)

Poliglota (líder militar)

PR-PTB 3 a 3 + 1 Cristiano Araújo (PTB), Washington Mesquita (PTB)

e Dr. Charles (PR). A vaga da sobra pode ser fruto também do voto de legenda no PR, alavancado pela

votação de José Roberto Arruda. Ela está disputada entre o Bispo Renato (PR) e Aylton Gomes (PR).

PMN-PRTB 4 Liliane Roriz (PRTB), Guarda Jânio (PRTB), Adélia

Frejat (PRTB) e Dedé Roriz (PRTB). Atenção ao nome da jovem Jaqueline Roriz (PRTB).

PSOL - Mesmo com a candidatura de Sigmaringa Seixas e

Maninha, o PSOL tem nominata fraca e não chega ao coeficiente eleitoral.

Tabela 07 – Relação de Deputados Federais eleitos (2002 – 2010)

Deputados (2002) Votos (2002) Deputados (2006) Votos (2006) Deputados (2010) Votos (2010) José Roberto Arruda (PFL) 324.248 Tadeu Filippelli (PMDB) 129.771 José Antônio Reguffe (PDT) 266.465

Tadeu Filippelli (PMDB) 166.958 Fraga (PFL) 95.514 Paulo Tadeu (PT) 164.555

Maninha (PT) 98.049 Geraldo Magela (PT) 87.649 Jaqueline Roriz (PMN) 100.051

Agnelo Queiroz (PCdoB) 95.879 Augusto Carvalho (PPS) 79.235 Izalci (PR) 97.914

Sigmaringa Seixas (PT) 78.580 Jofran Frejat (PTB) 69.450 Geraldo Magela (PT) 86.276

Pastor Jorge (PMDB) 41.288 Bispo Rodovalho (PFL) 68.378 Erika Kokay (PT) 72.651

Tatico (PSD) 29.997 Laerte Bessa (PMDB) 61.850 Ronaldo Fonseca (PR) 67.920

(13)

Tabela 08 – Bancada de Deputados Federais (2002 – 2010)

Partidos PFL/DEM PT PMDB PSDB PTB PDT PL/PR PPB/PP PSC PPS PSB PCdoB Outros

2002 1 2 3 - - - 1 1 PSD

2006 2 1 2 - 1 - - - - 1 1 - -

2010 - 3 1 - - 1 2 - - - 1 PMN

Tabela 09 – Relação entre votos/percentuais dos deputados federais eleitos, votos válidos e número de eleitores (2002 – 2010)

Eleições de 2002 Eleições de 2006 Eleições de 2010

Número total de eleitores 1.518.437 1.655.050 1.833.942

Comparecimento 1.281.803 1.425.300 1.550.765

Votos totais dos federais eleitos com percentual em relação aos

votos válidos

862.938 (70,69%) 647.764 (49,18%) 907.323 (64,53%)

Ausência 230.340 (15,17%) 229.750 (13,88%) 283.177 (15,44%)

Brancos e percentual em relação ao número total de eleitores

36.582 (2,41%) 60.949 (3,66%) 87.395 (4,76%)

Nulos e percentual em relação ao número total de eleitores

24.446 (1,61%) 47.360 (2,86%) 57.287 (3,12%)

Total de abstenções (ausência + brancos + nulos) e percentual em

relação ao número total de eleitores

291.368 (19,19%) 338.059 (20,4%) 427.859 (23,22%)

Votos válidos 1.220.775 1.316.991 1.406.083

Coeficiente eleitoral para a eleição de deputado federal (votos) e percentual em relação aos votos

(14)

válidos

Número de votos do deputado federal mais votado e percentual

em relação aos votos válidos

324.248 (26,56%) 129.771 (9,85%) 266.465 (18,95%)

Número de votos do deputado federal menos votado e percentual

em relação aos votos válidos

27.939 (2,28%) 55.917 (4,25%) 51.491 (3,66%)

Considerações:

1) O PT caiu de 2 deputados eleitos em 2002 para 1, sem reeleger os seus respectivos parlamentares, lembrando que Maninha tinha migrado para o recém-criado PSOL e Sigmaringa Seixas sequer disputou as eleições de 2006, além da crise política de 2005. Quem ocuparia a vaga do PT seria Geraldo Magela, com uma votação entre aquela obtida por Maninha e por Sigmaringa em 2002.

2) A eleição de 2010, se comparada com a de 2006, apenas reelegeu Geraldo Magela (PT-DF) como deputado federal, com menos 1373 votos. A bancada do PT aumentou de 1 deputado em 2006 para 3 em 2010, diante da coligação na proporcional do PT com o PDT, através do “fenômeno” eleitoral de José Antônio Reguffe14 e a votação expressiva de Paulo Tadeu15 como o 2º deputado federal mais votado.

3) Ao mesmo tempo que ampliou o percentual de abstenções, de 19,19% em 2002 para 23,22% em 2010, é válido afirmar que houve, entre 2006 e 2010, o crescimento de votação nominal dos deputados federais eleitos, de 49,18% para os 64,53% – um crescimento real de 31,21%. Isto se explica, entre outras questões, diante da conjuntura política brasiliense com a crise de 2009 que resultou na prisão de José Roberto Arruda (DEM), na renúncia do então Vice-Governador Paulo Octávio (DEM) e no sentimento de descrença da Câmara Distrital pelo conjunto da sociedade civil organizada. A ideia de renovação e combate à corrupção resultou na votação expressiva de Reguffe e de Paulo Tadeu que, somados os seus votos, representavam 47,5% de todos os votos nominais dos deputados eleitos em 2010 – além, é claro, na votação expressiva de Chico Leite (PT) para a eleição de Deputado Distrital e a votação de Toninho de PSOL ao Governo do DF com 14,25% dos votos válidos – equivalendo a 199.025 votos.

4) Mesmo com a expressiva votação nominal dos deputados federais eleitos em 2010, o percentual seria bem menor se comparado às eleições de 2002, chegando ao patamar de 70,69% dos votos dos deputados eleitos, diante do recorde eleitoral da votação de José Roberto Arruda

14 Diante do mandato eticista e moralizante, com o estardalhaço de suas medidas na Câmara Distrital, frente à opinião pública.

(15)

(PFL) na história política do Distrito Federal16. Vale ressaltar que, com exceção de 2006, todos os deputados federais mais votados

ultrapassaram o coeficiente eleitoral. É bem provável que, nas eleições de 2014 – com os candidatos que se apresentam para a disputa eleitoral –, o mais votado sequer atinja o coeficiente eleitoral.

5) Considerando que há, em junho de 2014, 1.897.677 eleitores e o percentual de abstenções, entre brancos, nulos e ausências, cheguem a 25% (isto é, um universo total de 474.419 eleitores), o coeficiente para uma vaga de deputado federal pelo Distrito Federal atinge a marca de 177.907 votos – salvo fator conjuntural superveniente que faça acrescer ou diminuir o percentual de abstenções.

6) Se a votação do último eleito para deputado federal atingir o modesto patamar de 3,7% dos votos válidos, o número mínimo de votos para se eleger nesta vaga é de 52.661 votos, ou seja, 1.170 votos acima da votação de 2010 na última vaga de deputado federal.

7) É possível atestar sobre o crescimento expressivo da votação do último deputado federal eleito, de 2002 para 2006, aumentando em 86,4%. Mesmo com a queda do percentual de 2006 para 2010, na ordem de 13,88% na votação do último eleito, podemos assegurar que, comparando a votação de 2002 com a de 2010, o crescimento real na votação da última vaga foi na ordem de 60,53%.

Tabela 10 – Prognóstico dos possíveis deputados federais eleitos em 2014

Coligação Número de cadeiras prováveis Possíveis eleitos

PSB-PDT-PSD-SDD 0 a 1 Disputado entre Rogério Rosso (PSD), Augusto

Carvalho (SDD) e Marcelo Dourado (PSB). PMDB-PTdoB-PRP-PHS-PEN-PV-PTN-PPL-PSL-PTC 1 ou 1 + 1 Dependendo da performance eleitoral, a(s) vaga(s)

pode(m) ser disputada(s) entre Alírio Neto (PEN), Roney Nemer (PMDB), Campanella (PPL) e, por fora,

Sandro Avelar (PMDB) e Eduardo Brandão (PV).

PT-PRB-PCdoB-PP-PSC-PROS17 2 Erika Kokay (PT) + disputa da última vaga entre Cabo

Patrício (PT), Bispo Vítor Paulo (PRB), Policarpo (PT) e Ronaldo Fonseca (PROS).

16 Inferior apenas ao percentual de Leonel Brizola nas eleições de 1962 a Deputado Federal pelo PTB-GB. É possível interpretar a expressiva votação de Arruda a partir do “salvo-conduto” concedido pelo eleitorado brasiliense, após o pedido de desculpas do prócer pefelista depois do escândalo da fraude do Painel no Senado em 2001.

17 Nesta coligação, os candidatos de confissão religiosa evangélica (Pr. Ronaldo Fonseca e Bp. Vítor Paulo) apenas completarão, com a soma de seus votos, o coeficiente eleitoral para eleger, possivelmente, 1 a 2 deputados pelo PT.

(16)

PSDB-PPS-PSDC 1 ou 1 + 1 Tanto Izalci Lucas (PSDB) quanto Eliana Pedrosa (PPS) e, em certa medida, Maria de Lourdes Abadia

(PSDB) disputam a única vaga. Ou, na melhor das hipóteses, 1 vaga a mais na sobra. DEM-PMN-PR-PRTB-PTB 2 ou, dependendo da campanha do

Arruda, 2 + 1

Jaqueline Roriz (PMN) e Alberto Fraga (DEM). Se houver sobra, impulsionada pelo voto de legenda no

PR, o provável eleito é Laerte Bessa (PR).

Considerações finais:

1) O índice de renovação das cadeiras para Deputado Federal é bem maior, se comparado com as eleições para Deputado Distrital. De imediato, as ausências de José Antônio Reguffe (PDT) e de Geraldo Magella (PT) na disputa por uma vaga para o Senado e a ausência de Luiz Pitiman (PSDB) na disputa ao Governo do Distrito Federal somam-se à ausência de Paulo Tadeu (PT)18, renovando automaticamente a bancada de

deputados federais em 50%.

2) É possível afirmar que a bancada evangélica eleja de 4 a 6 deputados distritais. Mais: os candidatos que apostam na radicalização do discurso fundamentalista como bandeira eleitoral terão uma viabilidade eleitoral reduzida, ainda que o eleitorado brasiliense seja conservador. No que tange às eleições para a Câmara dos Deputados, a bancada evangélica provavelmente tenha muitas dificuldades para eleger um deputado federal. A explicação emblemática se dá uma vez que os potenciais candidatos deste segmento para a Câmara dos Deputados se encontram em uma coligação pesada, com chances remotas de eleição e apenas somando os votos para a eleição de 1 a 2 deputados pelo PT. É necessário ressaltar a dificuldade do Pr. Ronaldo Fonseca dentro da própria Assembleia de Deus (AD), enfrentando focos consideráveis de insatisfação interna entre os respectivos fieis e as lideranças eclesiásticas assembleianas. O equívoco maior se deu com o PRB que, em seu projeto político nacional, deslocou o Deputado Federal Bispo Vítor Paulo (PRB-RJ) do estado fluminense, onde tinha uma reeleição garantida, para apostar em uma eleição incerta e bastante árida no Distrito Federal, onde a IURD sequer emplacou um deputado federal ao longo da trajetória da história política brasiliense após a Era FHC.

3) Em contrapartida, é viável afirmar, sem sombra de dúvidas, que lentamente o grupamento de LGBT’s no Distrito Federal tem a representação assegurada do Professor Israel Batista em sua reeleição pelo PV (ex-PDT) para deputado distrital e a provável reeleição de Érika Kokay (PT), dependendo da performance eleitoral de sua coligação. O caráter proativo destes parlamentares ao longo de seus mandatos gradativamente constrói uma legitimidade mínima que permita e, ao mesmo tempo, seja capaz de assegurar as suas respectivas reeleições no seio da sociedade civil – em especial, entre os formadores de opinião com acesso à informação.

(17)

4) É improvável que o mais votado deputado distrital alcance o coeficiente eleitoral. Mais ainda: pode haver a hipótese do deputado federal mais votado conseguir atingir uma votação igual ou superior ao coeficiente, por sinal um tanto quanto difícil – salvo se existir um fator político fortuito que permita, a partir da comoção social, alavancar a votação de um candidato que saiba capitalizar o sentimento de determinado grupamento social expressivo.

5) A possibilidade concreta de aumento não só no índice de abstenções (ausência + branco + nulo) alcançará a cifra mínima de 25%, como também teremos o crescimento em potencial na votação da última vaga tanto de deputado distrital, chegando a aproximadamente 10 mil votos, assim como na disputa pela conquista da última vaga de deputado federal, chegando ao patamar dos quase 53 mil votos.

6) A expressão de quadros com envergadura eleitoral como José Antônio Reguffe e Cristovam Buarque pelo PDT não reflete em dividendos político-eleitorais imediatos para a legenda trabalhista, diante do apoio do PDT à candidatura do PSB. O PDT perderá a sua única cadeira de deputado federal e manterá a eleição de um deputado distrital, podendo chegar a somar mais outro distrital na sobra, se o PSB não tiver um candidato com uma votação expressiva. Se o PDT lançasse Reguffe ou mesmo o Cristovam ao Governo, a agremiação trabalhista poderia ter não apenas a eleição do seu Governador, como também alcançaria uma eleição de 2 a 3 deputados distritais (com uma nominata de candidatos a deputados distritais bastante motivados) e até a possível eleição de um deputado federal, dependendo apenas no processo político-eleitoral. Porém...

7) Sobre o mesmo PSB, a candidatura de Rodrigo Rollemberg ao Governo do DF, contando com o apoio do PDT, não trará resultados à altura daquilo que agremiação socialista lograria. Na prática, o PSB mal vislumbrará, talvez, um deputado distrital eleito na sobra. Para interpretar a atuação do PSB nas eleições de 2014, poderíamos afirmar uma expressão em poucas palavras: muito estardalhaço e pirotecnia na candidatura majoritária do PSB-REDE para nada... ou melhor: em um desempenho desprezível na proporcional (federal/distrital). Amadorismo e falta de visão e perspectiva política, ainda que no âmbito pragmático.

8) A sobrevivência do rorizismo reside através do PRTB como a maior surpresa do processo eleitoral nas eleições de 2014 para a Câmara Distrital. Qualquer governo eleito terá que atentar para o grau expressivo de representação da bancada rorizista que pode atingir até 20% dos deputados distritais eleitos – incluindo, neste ínterim, o Paulo Roriz (PR). Este percentual pode interferir inclusive na escolha do Presidente da Câmara Distrital e nas composições para a mesa diretora.

9) A representatividade considerável do PR como expressão política advinda de José Roberto Arruda, com seu prestígio político, refletindo-se na possibilidade concreta de eleição de 1 deputado federal e de 3 deputados distritais pelo seu partido.

10) A inexpressividade político-eleitoral do PCdoB, desde a saída de Chico Leite e de Agnelo Queiroz para o PT, mantém-se intacta nas eleições de 2014, ainda que o projeto nacional da legenda comunista consista na eleição de uma bancada de 18 a 22 deputados federais. Isto também pode ser estendido ao PSOL que, mesmo com quadros com certa representatividade como Toninho do PSOL e Maninha, sequer conseguirá eleger um deputado distrital.

11) Mesmo com a parca atuação de Agnelo Queiroz em seu governo, isto não atingirá diretamente no número de deputados federais e distritais eleitos pela agremiação petista – embora é possível afirmar que a nominata da coligação entre PT e PP na distrital seja muito mais pesada que a coligação entre PT, PRB, PCdoB, PP, PSC e PROS na eleição de deputados federais.

(18)

12) A frágil representação tucana no Distrito Federal continua em 2014, sendo aprofundada pela frágil candidatura de Luiz Pitiman ao Governo do Distrito Federal, que não agrega sequer o apoio de seus correligionários. Isto refletirá na eleição de um deputado federal e de um distrital. Idem à queda do DEM, sem mais a representação que o mesmo partido obtivera nas eleições de 2002 e, principalmente, de 2006, mal tendo a possibilidade de eleger o seu Distrital e concentrando todas as suas forças na eleição de Alberto Fraga para Federal. O voto no Aécio pelos brasilienses estará presente naqueles que em tese apoiarem, com o seu voto, a candidatura de José Roberto Arruda (PR).

13) O PMDB tenta, a todo o custo, sobreviver politicamente no cenário brasiliense, embora as eleições para deputado distrital e federal pela legenda peemedebista em 2014 tenham uma nominata pesada, com parcos candidatos com envergadura eleitoral, em meio a uma nominata fraca – ainda que a legenda peemedebista tenha Tadeu Filippelli como o candidato a Vice-Governador na chapa de Agnelo Queiroz (PT). Nem de longe o PMDB de 2014 é similar ao que era em 2002, sob o comando de Joaquim Roriz.

Referências

Documentos relacionados

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..

A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

Fonte: elaborado pelo autor. Como se pode ver no Quadro 7, acima, as fragilidades observadas após a coleta e a análise de dados da pesquisa nos levaram a elaborar

No primeiro, destacam-se as percepções que as cuidadoras possuem sobre o hospital psiquiátrico e os cuidados com seus familiares durante o internamento; no segundo, evidencia-se

Esta realidade exige uma abordagem baseada mais numa engenharia de segu- rança do que na regulamentação prescritiva existente para estes CUA [7], pelo que as medidas de segurança

Taking into account the theoretical framework we have presented as relevant for understanding the organization, expression and social impact of these civic movements, grounded on

O Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (BRASIL,