• Nenhum resultado encontrado

VER SUS. Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde. João Pessoa Paraíba

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "VER SUS. Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde. João Pessoa Paraíba"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

VER – SUS

Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde

João Pessoa – Paraíba

“[...] Assim a terra se converte em causa,

a liberdade se converte em sonho,

o grito forte se converte em guerra

e o povo todo segue um só caminho

na trilha estreita plantando futuro.

Que a noite escura da dor e da morte passe ligeira,

que o som dos nossos hinos anime nossas consciências

e que a luta redima nossa pobreza,

que o amanhecer nos encontre sorridentes

festejando a nossa liberdade."

[Ademar Bogo]

Agosto 2015

(2)

VER – SUS

Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde

João Pessoa – Paraíba

Bruna de Oliveira Abreu

Graduanda em Fisioterapia da Faculdade Mauricio de Nassau

Participante do projeto de extensão Fisioterapia Comunitária na Comunidade

São Rafael

Vivente no VERSUS Zona da Mata Paraibana – Projeto de Inverno 2015.2

Agosto 2015

(3)

O VER SUS Zona da Mata Paraibana ocorreu no período de 27 de julho a 02 de agosto de 2015, no Centro de Atividades e Lazer Padre Juarez Benício (CEJUB). Tem como objetivo reunir estudantes de diversas graduações e militantes de vários

movimentos populares, para discutir sobre o sistema de saúde e o sistema político, vivenciar a realidade do SUS, buscando por a teoria em prática na defesa por um sistema público de qualidade, visando uma justiça social.

Os viventes eram divididos em núcleos de base (NB), cada núcleo era composto por 5 viventes e 2 facilitadores, onde podíamos interagir com diferentes culturas e aprender um pouco mais com o próximo, gerando assim uma maior interação entre os

participantes. Nesses NBs eram discutidos textos que antecediam as vivências externas, tínhamos uma leitura e uma partilha de opiniões. Também montávamos apresentações lúdicas para os demais NBs com temas específicos (cada NB tinha seu momento).

Nas vivências externas eram formados os grupos de vivências (GV), esses eram bem variados, pois eram compostos por pessoas de NBs diferentes, para que todos

pudessem se entregar melhor ao grupo. Todo final do dia acontecia uma plenária para ser posto em debate os pontos de vista de cada um sobre suas respectivas vivências.

(4)

Nos dois primeiros dias não houve vivência externa, aconteceu plenárias onde debatemos sobre:

 Mudança no Sistema Político / Constituinte Já – Marquinhos  Reforma Sanitária – Socorro Borges

 Reforma Política – Gleydson

Esses debates foram de grande importância para o meu aprendizado, foi uma forma de abrir meus olhos para realidade na política e na saúde brasileira. Existiu uma troca de experiência e conhecimento bem vasta que fez com que a roda de conversa fluísse de uma maneira bem descontraída. Me fez refletir sobre tudo aquilo que eu aprendi nas disciplinas já cursadas, olhar com novos olhos e acreditar que podemos construir um país melhor de se viver.

Em outros dias também tivemos alguns assuntos abordados como:  Racismo – A luta do povo negro

 Machismo – Opressão contra as mulheres  Movimento LGBT – A luta por igualdade social  Determinantes sociais

 Movimento popular da juventude  Aborto – Legalizar ou não?

Foram temas debatidos de forma bem lúdicas, com apresentações dos NBs e visualização de alguns vídeos.

(5)

 Dia 29 de Julho de 2015:

Visita à Unidade de Saúde da Família São José, que fica localizada no bairro São José. É uma unidade integrada que conta com 4 equipes para atender uma população em cerca de 16.000 habitantes (4 mil famílias). Possui uma unidade ancora que é um apoio da USF, fica próximo ao Manaíra Shopping onde faz atendimentos mais básicos, por exemplo: aferir pressão arterial e teste da glicose. A USF São José faz parte do programa Mais Médico, composta por uma equipe de 4 médicos, 24 agentes de saúde, 7 técnicas de enfermagem, psicóloga, dentista, nutricionista e enfermeiras.

(6)

 Dia 30 de Julho de 2015:

Durante a manhã fizemos uma visita ao Complexo Hospitalar Mangabeira Governador Tarcísio Burity (Hospital Municipal: Urgência e Emergência de Clinica Médica /

Traumato – Ortopedia), também conhecido como Trauminha. Área de média e alta complexidade, possui uma estrutura bem danificada com paredes rachadas, lixo hospitalar próximo ao refeitório e uma grande fila de espera para procedimentos cirúrgicos. O acolhimento é feito separando as áreas de atendimento por cor: azul – sem urgência; verde – baixa urgência; amarelo – média urgência; vermelho – alta urgência.

Nas áreas delimitadas do complexo há também o PASM (Pronto Atendimento da Saúde Mental) onde há atendimento de urgências relacionadas a álcool e drogas, distúrbios mentais etc.

Há o setor ambulatorial que é exclusivo para retorno cirúrgico. Tem também o

CENDOR (Centro Municipal de Reabilitação e Tratamento da Dor) que é um centro de fisioterapia com uma boa estrutura e bem equipado, são atendidos pacientes com encaminhamentos.

Na parte da tarde visitamos o Centro de Práticas Integrativas Equilíbrio do Ser

(Cepics) que conta com diversos serviços de saúde e bem estar, sessões individuais e em grupo de Yoga, pilates, quiropraxia, psicologia, dança, atividades orientais,

(7)

 Dia 31 de Julho de 2015:

Pela manhã visitamos o CEREST (Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador), teve início nos anos 2000, faz parte do RENAST (Rede Nacional de Saúde do Trabalhador), trabalha em cerca de 700 municípios. Tem as seguintes funções: assessora os trabalhadores, capacita os trabalhadores e vigilância em saúde do trabalhador. Tem relação com os sindicatos dos trabalhadores, não luta por causas trabalhistas, mas dar toda a assistência técnica.

Durante a tarde fomos ao CAPS Caminhar (Centro de Atendimento Psicossocial) que fica localizado no bairro dos Bancários, atende 24h por ser um CAPS tipo 3, trabalha de igual para igual se adequando a comunidade. Não há internação, os pacientes vivenciam as crises (caso esteja correndo risco). Atende pacientes com esquizofrenia, transtorno de bipolaridade, distúrbios mentais, autismos etc. São em média de 400 pessoas assistidas. São 3 mini equipes e cada mini equipe é responsável por um grupo de cerca de 15 pessoas. Fazem educação sobre a luta anti manicomial, têm reuniões técnicas toda quinta-feira. Têm apoio da Secretária da Saúde Mental, possuem o Projeto Terapêutico Singular (PTS) que são oficinas para os usuários, atende de acordo com o que eles se identificam.

(8)

 Dia 01 de Agosto de 2015:

Visitamos uma Ocupação Urbana no bairro de Mangabeira (Comunidade do Aratu). ELE PREFERIU SÓ SER HUMANO

Nas lutas por conquistas nascera pobremente Um fiapo de espírito preso a um corpo torto

Não pretendia mais do que a fronte via Nem se apegava ao pouco que juntava. Tornou-se ele em si em meio aos outros Um figurante, um jovem, um campeador...

Queria um pouco do muito que importava E o que importava tornava-se valor. Aprendera a sonhar, a sorrir, a fazer graça.... Das próprias deficiências trazidas como herança

Tornou-se astuto e ao mesmo tempo o fruto De uma colheita pelas suas mãos feitas.

Que belos rastros marcou pelo caminho Formando linhas de solas em fileiras Se o Céu com lágrimas desmanchar o exemplo

(9)

Tornou-se homem formado em meio ao gênero Paciente e calmo plantava nas consciências Sobre as barreiras queria formar as sementeiras

Para os cultivos dos braços combativos. Não pretendeu ser mais do que cresceu;

Cresceu rasteiro como o oceano Se em seu lugar comum seria brilhar Ele ao passar quis ser somente humano.

Deixa-nos e leva-nos ao raciocínio Ao pensamento do tudo praticado Como quem diz: tudo o que disse, fiz;

Mas há fazer ainda por dizer. E se amanhã nas frontes levantadas

Brilhar o Sol com raios vencedores Brilha por ti por sempre ter estado À frente, ao lado, da prática dos valores.

(10)

O que o VER-SUS me ensinou? Me ensinou a realidade nua e crua, me mostrou que onde não se tem a menor condição de viver, se tem amor e muito amor. Onde tem descaso (abandono) por parte de governos, tem união, tem solidariedade, tem amor ao próximo, tem a vontade de construir um mundo melhor. Foram 7 dias intensos, retirada de um mundo da fantasia e colocada no mundo real, foi onde eu pude perceber que a raiz do problema na saúde pública está muito além do que a mídia mostra e a população conhece. No SUS existe dificuldades sim, mas também existe profissionais que lutam diariamente para fazer - lo melhor, profissionais que trabalham com amor e que querem reforma política já! Ah, o carinho e a receptividade vem dos mais humildes! Percebi que não vou lutar para o povo ou pelo povo, vou lutar com o povo, eu também sou o povo, nós fazemos parte do povo que a burguesia que engolir e não vai conseguir. O SUS surgiu da luta, da garra e da raça do povo, o SUS é uma conquista, faz parte da minha história! Serei sim, uma profissional que acredita e busca dias melhores na saúde pública. "Juventude que ousa lutar, constrói um SUS popular."

"Companheiro me ajude eu não posso andar só, eu sozinho ando bem

mas com vocês ando melhor!"

Referências

Documentos relacionados

A colonização do Brasil deu-se a partir de um desdobramento da expansão marítimo-comercial européia, aliado aos recém-formados Estados centralizados, propiciado

o perfil clínico-epidemiológico de crianças e adolescentes com câncer, atendidos em um serviço de oncologia de um hospital público localizado na região norte do Brasil, indicou

Objetivou-se com este estudo avaliar a qualidade de leite pasteurizado com inspeção estadual pela pesquisa de estafilococos coagulase positiva, sua

Carmo (2013) afirma que a escola e as pesquisas realizadas por estudiosos da educação devem procurar entender a permanência dos alunos na escola, e não somente a evasão. Os

Em Minas Gerais, a escala de proficiência utilizada pelo Proalfa está dividida em três faixas: baixo desempenho (até 450 pontos), desempenho intermediá- rio (de 450 a 500 pontos)

Relembrar os antigos (muito antigos) games de escolhas alternadas e diálogos longos que mudam a rota do nosso personagem é uma ótima estratégia em videogames. O jogo traz uma

Essa perspectiva, acentua Mance (2002a, p. 147-148), leva à conversão de rede econômica em rede política, pois, além da subsistência material, faz-se necessário lutar

Por fim, na terceira parte, o artigo se propõe a apresentar uma perspectiva para o ensino de agroecologia, com aporte no marco teórico e epistemológico da abordagem