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Contribuição para o estudo morfológico do quartzo dos pegmatitos graníticos da Serra do Gerez

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Academic year: 2021

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Contribuição para o estudo morfológico do quartzo dos pegmatitos graníticos da

Serra do Gerez

Autor(es):

Albuquerque, C. A. Ribeiro

Publicado por:

Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Universidade de

Coimbra

URL

persistente:

http://hdl.handle.net/10316.2/42044

Accessed :

17-Mar-2021 00:10:08

digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

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Memórias

e Notícias

N.° 45

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Em 1942, o Prof. Cotelo Neiva referiu alguns aspectos mor­ fológicos de cristais de quartzo da Serra do Gerez (1), e agora reto­ mámos este assunto aproveitando uma colecção de algumas deze­ nas de cristais colhidos naquela Serra e oferecidos pelo Prof. Celes­ tino Maia ao Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Universidade de Coimbra.

Nos exemplares observados, o quartzo defumado é a varie­ dade mais comum.

Apresenta-se em cristais bem desenvolvidos, de cor castanha, ou, mais frequentemente, negra. Os cristais de coloração menos intensa são por vezes transparentes ou sub-transparentes. Os de cor negra podem ser sub-transparentes, mas geralmente são opacos.

As faces têm brilho vítreo intenso, o que se verifica também nos cristais de quartzo hialino.

O quartzo hialino e o quartzo leitoso apresentam cristais de maior perfeição e, por isso, os mais favoráveis à observação.

O quartzo leitoso aparece em cristais brancos, opacos. Encon­ tram-se ainda cristais de quartzo ferruginoso, opacos, de cor ver­ melha devido a pigmentos hematíticos disseminados no cristal.

(1) J. M. Cotelo Neiva — Subsídio para o estudo cristalográfico do

quartzo das pegmatites portuguesas. Publ do Mus. e Lab. Min. e Geol. da

Fac de Ciências do Porto, n.° xxvi, 2.a série, 1912.

J. M. Cotelo Neiva — Observações sobre o crescimento de alguns cris­

tais. Idem, idem, n.° xxviii, 2.a série, 1942.

por

C. A. Ribeirode Albuquerque

Contribuição para o estudo morfológico

do quartzo dos pegmatitos graníticos

(4)

As dimensões dos cristais são variáveis, oscilando o seu com­ primento, na maior parte, entre 4 e 10 cm; há exemplares de pequenas dimensões, e outros atingem cerca de 20 cm de com­ primento.

O hábito destes critais pode ser regular, mas, mais frequen­ temente, prismático.

Deu-se um grande desenvolvimento das faces do prisma {1010} em relação às outras faces do cristal, nomeadamente às dos romboedros {1011} e {0111}, que encimam aquelas (Figs. 2 e 3).

O hábito pseudo-ortorrômbico encon- tra-se nalguns cristais. É devido a um desenvolvimento acentuado, em largura, de duas faces prismáticas paralelas e das duas faces de cada um dos romboedros, em zona com aquelas faces prismáticas, o que dá ao cristal a forma achatada característica deste hábito (Fig. 1).

Os cristais mais simples são consti­ tuídos pelo protoprisma {1010}, cujas faces são encimadas pelas dos romboedros positivo {1011} e negativo {0111}. Estas três formas são comuns a todos os cristais.

As faces prismáticas apresentam ge­ ralmente estriação horizontal caracterís­ tica, 0 que facilita a orientação de cristais distorcidos.

As faces dos romboedros podem apresentar desenvolvimento idêntico, mas geralmente a forma {1011} é a predominante.

Em zona com as faces prismáticas e com os romboedros cita­ dos, podem ocorrer outras formas de romboedros, como {6061},

{4041}, por vezes com face de grande desenvolvimento.

Outras formas, que também ocorrem, são os romboedros posi­ tivos {5051} e {10.0.10.1} e os negativos {0771} e {0.11.11.1}.

Com frequência encontram-se associações de dois ou mesmo de três destes romboedros, com faces de desenvolvimento apre­ ciável em certos exemplares.

Assim, ocorrem as formas {6061}, {4041} e mais vulgar­ mente {10.0.10.1}, associadas ao romboedro negativo {011.11.1}.

Em cristais mais complexos encontram-se as formas seguin­ tes: {1010}, {1011}, {0111}, {4011}, {10.0.10.1}, {0.11.11.l},

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cristal representado na fig. 2, podendo encontrar-se noutros exem­ plares, em vez do romboedro {4041}, qualquer das formas {6061},

{5051}, {0771}.

O aparecimento de formas complementares, como os romboe­ dros {5051} e {0551}, dá ao cristal a aparência de simetria superior.

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Uma forma encontrada em muito poucos exemplares é o romboedro {5053}, com faces pouco desenvolvidas e por vezes associadas a faces de pirâmide.

Num exemplar de quartzo hialino tivemos ocasião de obser­ var as formas (Fig. 3): protoprisma {1010}, romboedros {1011} e {0111}, deuteropirâmide trigonal direita {1121}, romboe­ dro {6061}, com faces muito desenvolvidas, e em zona com faces dos romboedros positivos {1011} e {6061}, o romboedro {6065}, com faces de pequenas dimensões.

O romboedro {3032}, com faces de pequeno desenvolvi­ mento, aparece num cristal defumado, associado à pirâmide esquerda {2111} e às formas mais comuns {1010}, {1011} e {0111}.

(6)

Faces de grande interesse para a orientação dos cristais são as das deuteropirâmides trigonais, direita ]112l( e esquerda

{2111}.

Estas faces são geralmente estriadas, e pela posição das estrias distinguem-se as formas direitas, com estriação paralela à aresta (1011) / (0110), das esquerdas, em que a estriação é paralelas à aresta (1011) / (1100).

Não se notando estriação deter­ mina-se o carácter esquerdo ou direito do cristal pela posição da face de pirâ­ mide em relação à face (1011), o que ó válido igualmente para as faces de trapezoedro.

Nalguns cristais com faces de pirâmide, {1121} ou {2111}, ocorre o romboedro positivo {6061}.

Noutros associam-se as formas {10 0.10.1} e {0.11.11.1}, e em exem­ plares mais complexos podem ver-se as formas seguintes: {1010}, {1011},

{0111}, {1121}, {6061}, {10.0 10.1}, {0.11.11.1}. Outros romboedros, como {5051},{0771}, podem ocorrer em vez do {6061}, assim como a forma es­ querda da deuteropirâmide em lugar da direita.

No cristal representado na Fig. 4

podem ver-se a deuteropirâmide esquerda {2111} e o romboedro negativo {0771}.

Faces de trapezoedros ocorrem frequentemente, pertencendo às formas {5161}, {4151}, {3141}, trapezoedros positivos direi­ tos, ou respectivas formas complementares. Os trapezoedros negativos esquerdos {1561}, {1451}, {1341} aparecem nalguns exemplares, e encontram-se também as formas direitas comple­ mentares. Associadas às faces destes cristais notam-se, algumas vezes, as dos romboedros {10.0.10.1} e {0.11.11.1}.

Em cristais direitos, ocorrem, associados à deuteropirâ­ mide {1121}, os trapezoedros {5161} ou {3141}. Tivemos ocasião de observar, em cristais direitos, a ocorrência da pirâ­ mide {1121} com o trapezoedro negativo esquerdo {1341}

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(Fig. 5), assim como, em cristais esquerdos, faces da pirâmide esquerda {2111} e do trapezoedro negativo direito {1431}.

As formas trapezoédricas positivas esquerdas {6151}, {5141} ou {4131} ocorrem por vezes com a deuteropirâmide esquerda {2111}.

O cristal representado na fig. 6 é notável pela variedade de formas que nele ocorrem. E um exemplar de quartzo defumado constituido pelas formas seguintes: {1010}, {1011}, {0111},

{1121}, {5161}, {6061}, {10.0.10.1} e {0.11.11. 1}.

Outro exemplar, também de quartzo defumado, mostra, em associação com pequenas faces de deuteropirâmide esquerda {2111}, faces mais desenvolvidas do trapezoedro negativo direito {1431}, e faces de pequenas dimensões dos trapezoedros negativos direi­ tos {1541} e {1651} (Fig. 7).

Num cristal direito de quartzo defumado, observámos, asso­ ciado à deuteropirâmide {1121} o trapezoedro positivo {3253}. Aparece ainda o trapezoedro {5161} (Fig. 8).

As faces da forma {3253}, de pequeno desenvolvimento, apresentam estriação paralela à aresta (1011)/(0110), assim como as de deuteropirâmide, estas mais desenvolvidas.

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Os cristais encontram-se muitas vezes maclados segundo a lei de Dauphiné, macia de penetração em que os indivíduos que a compõem têm ambos carác­

ter direito, ou esquerdo. Por vezes encontram-se irregularmente unidos, e as estrias das faces de prisma aparecem interrompidas.

As formas encontradas nos cristais simples ocorrem também nos maclados.

Na macia do Delfinado a face (1011) dum indivíduo coincide com a face (0111) do outro, e o cristal fica com aspecto de possuir simetria superior.

Na Fig. 9 está represen­ tado um cristal em que os indivíduos maclados são es­

querdos e têm faces da deuteropirâmide {2111} e do trapezoedro positivo {6151}. Observa-se ainda a linha de união dos dois indivíduos. Se o cristal não tem faces de pirâ­ mide, torna-se difícil distinguir as formas trapezoédricas direitas das esquerdas, assim como o caso de só existirem faces de pirâmide, sem es­ triação, não permite distinguir esta macia da macia segundo a lei do Brasil.

Macias múltiplas encontram-se com certa frequência, geralmente com os indivíduos componentes irre­ gularmente unidos.

Se estes apresentam faces de tra­ pezoedro, a macia fica bem visível, pois

observam-se, numa face do cristal, várias faces de trapezoedro, pertencendo estas aos indivíduos macla­

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Encontram-se cristais agrupados em agregados irregulares, ou, mais frequentemente, em associação paralela segundo as faces do prisma {10l0}.

Em inclusões nos cristais de quartzo, encontram-se cristais aciculares de turmalina negra.

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Nos exemplares de quartzo encapuzado, o cristal interno é de quartzo defumado e o de cobertura de quartzo leitoso ou hia­ lino-leitoso. Num outro exemplar o cristal interno ó de quartzo defumado e o de cobertura de quartzo ferruginoso. A substân­ cia entreposta entre os cristais de quartzo é a moscovite, que se apresenta em pequenas palhetas de brilho sedoso.

Devido à transparência da moscovite, pudemos observar, num exemplar, o cristal interno, visto o invólucro ser de quartzo hialino-leitoso, também bastante transparente.

Sobre faces dos romboedros {1011} e {0111} podem obser- var-se figuras de crescimento formadas pela sobreposição de finas camadas de sílica, sendo o seu contorno aproximadamente trian­ gular.

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RESUME

CONTRIBUTION À L'ÉTUDE MORPHOLOGIQUE DE CRISTAUX DE QUARTZ DES PEGMATITES

DE LA SERRA DU GEREZ

Domination du prisme {1010} et des romboèdres {1011} et {0111}.

On en trouve parfois des associés {6061} et {4041}, ayant des faces de développement appréciable.

On rencontre parfois {5051}, {10.0.10.1}, {0771}, {0.11.11.1}. On trouve également les formes complémentaires {5051} et {0551}. Le rom- boèdre {3032} est rare. Chez quelques cristaux on peut observer aussi {1121} f et chez d'autres {2111}.

Assez fréquemment sont associés à ces formes les trapézoèdres {5161} ; {4151}, {3141}; chez quelques exemplaires {1561}, {1451} et {1341}, chez d'autres {6151}, {5141} et {4131} ; rarement {3253}.

Les rnacles, d'auprès la loi de Dauphiné, sont fréquentes. On rencon­ tre également des rnacles multiples.

Il y a divers cristaux de quartz encapuchonné.

S U M M A R Y

CONTRIBUTION TOWARDS THE MORPHOLOGICAL STUDY OF QUARTZ CRYSTALS OF PEGMATITES

IN THE GEREZ MOUNTAIN

Predominance of prism {1010} and rhombohedra {1011} and {0111}. Occasionally associated, {6061} or {4041} are found with well deve- lopede surfaces.

Also occurring occasionally are {5051} , {10.0.10.1}, {0771}, and {0.11.11.1}.

The complementary shapes {5051} and {0551} also appear.

Rhombohedra {3032} is rarely found. In some crystals {1121} appears and {2111} in others.

Trapezohedra {5161}, {4151}, {3141} are frequently associated with these shapes; in some samples {1561}. {1451}, and {1341} ; in others,

{6151}, {5141}, and {4131}, rarely, {3253}.

Twin crystals according to the Dauphiné twin are frequently found, as well as manifold macles.

Referências

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