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HOMILIA E MENSAGEM DO SENHOR D. ANTÓNIO NA SOLENIDADE DO CORPO DE DEUS

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Academic year: 2021

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1.A celebração da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo reconduz-nos a Quinta - Feira Santa, o dia em que Jesus, na Vigília da sua Paixão, instituiu a Eucaristia. Foi no

Cenáculo, na Ceia desejada e preparada para celebrar a Páscoa dos Judeus, que Jesus confiou aos Apóstolos o mandato de fazerem em sua Memória o que Ele fez. A Eucaristia instituída na tarde desse dia transporta consigo o sentido da Ceia pascal e antecipa a alegria da Páscoa.

Somos, hoje, convidados a afirmar, com o entusiasmo e a beleza de sempre, a nossa fé na Eucaristia.

 

Viver a Eucaristia é saborear a alegria de nos encontrarmos com Cristo, de O seguirmos, de sermos transformados por Ele e de, alimentados por Ele, anunciarmos a alegria do evangelho e servirmos melhor os nossos irmãos.

A Igreja celebra-a diariamente na Santa Missa, guarda-a com o máximo respeito, adora-a nas Igrejas, distribui-a, como alimento sagrado, aos sãos e aos doentes, adora-a, contempla-a e mostra-a com fé, pelas ruas de cidades e aldeias.

Quanto mais e melhor vivermos da Eucaristia, mais as nossas paróquias serão verdadeiras comunidades de rosto missionário e espírito evangelizador. No centro de qualquer verdadeira comunidade cristã está sempre a Eucaristia. “A Eucaristia não é algo que nós fazemos; não é uma comemoração nossa daquilo que Jesus disse e fez. A Eucaristia é uma ação de Cristo!” ( Papa Francisco, Cat. Sobre a Eucaristia, 12 de fev. 2014).

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Nós, sacerdotes da nova Aliança, somos testemunhas desta verdade e ministros desta “epifani

a” de

Jesus Cristo na Eucaristia. Também a nós, hoje, como outrora ao Povo de Israel, no deserto, é dirigida esta palavra:

“o Senhor, teu Deus, (…) te alimenta com o maná, que tu não conhecias” (Dt 8, 3)

2. É este alimento de Deus, transformado em Palavra, em Pão e em Bênção, que devemos procurar mais intensamente neste tempo em que a Humanidade sente que, além da fome material, que atinge ainda tanta gente, o homem leva consigo outra fome, uma fome que não pode ser saciada com o alimento comum. É a fome de vida, de fé, de alegria, de esperança, de amor e de eternidade.

Jesus dá-nos o alimento que sacia esta fome. É Ele mesmo, o pão vivo que dá vida ao Mundo. Na última Ceia, sintetiza-se toda a história da aliança de Deus com a Humanidade: “Isto é o Meu Corpo, por vós entregue”;

“este é o cálice do Meu Sangue por vós derramado” , diz Jesus aos discípulos (

Mt 26, 26-28) .

A Eucaristia é na Palavra proclamada, no Pão repartido e na Comunidade reunida, a fonte donde procede a vitalidade da Igreja e para a qual convergem todas as nossas atividades de missão. “Com a Eucaristia, escreve o Papa Francisco, sentimos (…) esta pertença à Igreja, ao Povo de Deus, ao Corpo de Deus, a Jesus Cristo” (

Papa Francisco, Cat. Sobre a Eucaristia, 5 de fev.2014)

3.Somos convidados a fazer deste tempo, em que vivemos, um tempo centrado na Eucaristia, porque na Eucaristia recebemos o alimento para o caminho e a força para a missão.

Sentimos, sempre que cruzamos os nossos caminhos com os que sofrem, nos sentamos à mesa da refeição das nossas casas e nos reunimos em torno do altar, que falta pão em muitas mesas humanas, escasseia esperança no brilho triste de tantos olhares e está ausente da vida de tantos cristãos o alimento da Eucaristia.

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Sabemos todos como vai já longa e como é dura para tanta gente a crise social que vivemos. Mas temos experimentado, igualmente, em tantos momentos do nosso caminho que aqueles que se alimentam da Eucaristia crescem em disponibilidade, em solidariedade e em comunhão com os irmãos que mais sofrem.

Acredito firmemente que a vida presente, por muito difícil que seja, e o reencontro com os valores essenciais da Humanidade, por muito abandonados que tenham estado até agora, acabarão por fazer-nos mais humanos. Sinto igualmente que a participação mais consciente na Eucaristia, em cada passo dado pelas famílias e em cada horizonte sonhado por Deus para as nossas Comunidades paroquiais, está a fazer-nos cristãos mais conscientes, mais audazes e mais disponíveis para a missão.

Queremos que Jesus caminhe por onde nós caminhamos, que Jesus viva onde nós vivemos, que Jesus nos alimente e fortaleça. O nosso mundo, as nossas terras, os nossos lares e o nosso coração devem tornar-se o seu templo.

A Eucaristia é para a Igreja e para cada cristão o momento mais forte de encontro com Jesus Cristo, vivo e ressuscitado. A Eucaristia é a fonte onde se sacia a nossa sede e o banquete que mata a nossa fome.

A Comunidade cristã neste dia de festa proclama que a Eucaristia é a sua própria vida, a fonte do amor que vence a morte, destrói o pecado, lava as faltas, edifica a unidade e constrói a comunhão.

A Eucaristia enquanto vivência da Humanidade redimida em Cristo é fermento de um mundo novo e de comunidades renovadas.

Façamos que as portas da Igreja se abram cada vez mais para acolher, para congregar e para celebrar à volta do altar este mistério admirável da nossa fé, que Jesus nos deixou para a salvação do mundo.

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No ano da Eucaristia dizia-nos S. João Paulo II que, “voltados para o futuro, entraremos a partir da Eucaristia numa dinâmica que lança na missão e que dá ao caminho dos cristãos o sopro

novo da esperança” . Que seja assim

connosco na nossa Diocese, hoje e sempre! Ámen!

Igreja da Trindade, Porto, 22 de junho de 2014

António, Bispo do Porto      

Alocução no final da PROCISSÃO DO CORPO DE DEUS

Vivemos este momento de adoração ao Santíssimo Sacramento em Igreja Diocesana, unidos a todas as Comunidades cristãs da Diocese e em comunhão com todos os portuenses. A bênção que nos preparamos para receber é a bênção do Filho de Deus dada à Cidade e à Diocese.

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É Deus que nos abençoa. Ele é a nossa Bênção. A missão da Igreja é ser servidora e multiplicadora desta Bênção, tornando-a presente no coração das Pessoas, na casa das Famílias e na vida das Cidades.

Somos chamados a ser testemunhas da presença, da ação e da bênção de Deus na celebração da Eucaristia, no silêncio contemplativo do Sacrário e no testemunho de tantas vidas que Deus abençoa.

A celebração solene da Eucaristia continua, neste dia do Corpo e Sangue de Cristo, na

tradição multissecular de levar o Santíssimo Sacramento em procissão pública e festiva pelas ruas das nossas cidades, vilas e aldeias. É um gesto cheio de significado. Ao levarmos o Corpo de Cristo, a partir da Eucaristia, que celebramos, pelas ruas e praças da nossa Cidade,

queremos dar ao quotidiano da nossa vida o Pão descido do Céu; queremos que Jesus caminhe connosco por onde nós caminhamos, que viva em nós onde nós vivemos.

Nesta procissão, a mais solene de todas, confiamos as nossas ruas, as nossas casas, as nossas famílias - a nossa vida quotidiana – a Jesus, em Quem encontramos alimento e de Quem recebemos vida, ânimo e esperança.

Com este gesto colocamos sob o Seu olhar a alegria das crianças, os sonhos dos jovens, o amor feliz das famílias, o fruto de tanto trabalho de universidades, escolas, serviços,

instituições e empresas, os sofrimentos dos doentes, a solidão dos idosos, as tentações, as fragilidades e os medos de todos os que sofrem. Percorremos as nossas ruas, também nós, como discípulos de Jesus e mensageiros da sua vida, da sua presença e da sua bênção.

Vivei esta hora, irmãos e irmãs, como tempo de procura de Deus e lugar centrado na Eucaristia celebrada, adorada, contemplada e vivida! Obrigado pela vossa presença, Irmãos e Irmãs!

Saúdo, a partir desta Sé, em abraço fraterno a Igreja do Porto, que se abre ao mundo e a todo o bem que nele se realiza, através de todos quantos, em formas tão belas, contribuem para multiplicar e repartir o pão que falta em tantas casas. Saúdo o Cabido Portucalense, o

Presbitério Diocesano, os Seminários, as Congregações Religiosas, os Diáconos, as Ordens Terceiras, as Irmandades, os Consagrados e Leigos da nossa Cidade e Diocese.

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Saúdo com sentida dedicação e diariamente acrescentada estima e comunhão todas as Autoridades Civis, Autárquicas, Académicas e Militares da nossa Cidade, conscientes de que todos estamos ao serviço do Bem Comum. Estou convicto e consciente de que o Bem Comum, que sonhamos para a nossa Cidade a todos os níveis, só é possível com o contributo generoso e com o esforço criativo de todos e de cada um de nós.

Há necessidade de cristãos que tornem visível aos homens de hoje a misericórdia de Deus, a sua ternura por cada criatura. Há necessidade de cristãos que saibam dizer na linguagem de hoje à Humanidade do nosso tempo as palavras de Jesus: “Vinde a Mim vós todos que estais cansados e oprimidos, e encontrareis descanso para as vossas almas ( Mt 11, 28-30).

Está connosco nestes dias, de forma mais expressa e sentida, a presença de S. João Batista que dá sentido, alegria e bênção à nossa Cidade. Foi João Baptista que apresentou aos discípulos e às multidões Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. A liturgia da Igreja fez desta sua palavra de anúncio da presença de Jesus a fórmula de convite para a comunhão na Eucaristia. Aprendamos com o seu testemunho da sua vida.

Agradeçamos a sua proteção.

É a partir da Eucaristia que nos sentimos enviados para acolher e para partilhar, para

evangelizar e para servir os nossos irmãos. “Aquele que encontrou Cristo não o pode guardar para si próprio; deve anunciá-lo” (João Paulo II ).

Só pode anunciar a alegria do Evangelho, como nos pede o Papa Francisco, quem

primeiramente tiver encontrado Jesus Cristo, vivo e ressuscitado, e quem for capaz de fazer suas as alegrias e as dores humanas!

Senhor Jesus ensina-nos a encontrar-Te sempre e não só Hoje! Dá-nos a tua Bênção todos os dias e a todos!

Rezo, ancorado nas palavras e na oração de Teilhard de Chardin:

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“Colocarei hoje sobre a minha patena, meu Deus, a messe esperada de um novo esforço e de um contínua alegria.

Derramarei no meu cálice a seiva nova de todos os frutos que este tempo de início de verão já  faz adivinhar.

Meu cálice e minha patena são as profundezas de almas abertas a Deus e de corações disponíveis para viver como irmãos.

Que venham celebrar connosco a Eucaristia todos aqueles que a vossa luz divina, dia a dia, desperta para novas jornadas ao serviço da missão. Ámen”.

Porto e Terreiro da Sé, 22 de junho de 2014

Referências

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