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Resumo: Placa eosinofílica representa uma das entidades do complexo granuloma

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Academic year: 2021

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PLACA EOSINOFÍLICA EM FELINO: RELATO DE CASO EOSINOFÍLICA PLATE IN FELINO: CASE REPORT

Joselma da Silva Cavalcanti BERTOLDO1; Keylla Raíssa Soares Pereira de MELO2;

Anderson Ramos da SILVA3;Ana Luiza Neves Guimarães BESSA⁴ ;Elayne Cristine

da SILVA⁴ ; Liana Mesquita VILELA⁴ ; Júlio Cézar dos Santos NASCIMENTO⁴

1 Aluna do Departamento de Medicina Veterinária da Faculdade Maurício de Nassau, Recife –PE, 2Aluna do Departamento de Medicina Veterinária da Faculdade Maurício de Nassau, Recife –PE, keylla.rayssa@hotmail.com.

3 Cirurgião Geral em Clínica de Pequenos Animais, graduado pela UFRPE. 4 Professores adjuntos do Departamento de Medicina Veterinária, UNINASSAU, Recife –PE.

Resumo:

Placa eosinofílica representa uma das entidades do complexo granuloma eosinofílico, macroscopicamente observada como lesões provenientes da reatividade cutânea pela ação de mastócitos e eosinófilos. Caracteriza-se por úlceras associadas à áreas alopécicas e graus variáveis de prurido e/ou dor, em felinos domésticos comumente em fêmeas, podendo ter etiologia vírica, infecciosa, alérgica, hormonal, psicogênica ou multifatorial. Esta dermatopatia é diagnostica mediante associação do histórico, exame clínico e exames complementares. A terapêutica é basicamente a instituição de glicocorticóides sistêmicos e remoção da causa primária. Este relato de caso tem como objetivo abordar sobre ocorrência de placa eosinofílica num felino, SRD, 6 anos, fêmea, diagnosticada através da citologia aspirativa (CAAF) discutindo os meios de diagnóstico e opções terapêuticas.

Palavras-chave: Eosinófilos, Mastócitos, Alopecia. Keywords: Eosinophils, Mast cells, Alopecia. Revisão de Literatura:

Placa eosinofílica em felinos é vista como uma das entidades do complexo granuloma eosinofílico (CGE), que apresenta-se clinicamente por áreas alopécicas, eritematosas e placas ulceradas, reativas pela ação de mastócitos e eosinófilos comum em felinos domésticos (BUCKLEY e NUTTALL, 2012).

Essa dermatopatia pode estar associada ou demonstrar-se isolada do granuloma linear eosinofílico e da úlcera indolente (CINTRA et al., 2013). Quando associada constitui o CGE, podendo apresentar etiologias comuns (PATEL e FORSYTHE,

2010).

As localizações mais freqüentes são o abdômen, a região inguinal, parte interna ou externa das extremidades pélvicas e espaços interdigitais, podendo manifestar-se no

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no pescoço cursando com intenso prurido (SANDOVAL et al., 2005). Sua etiologia é diversificada por estar relacionada a causas víricas, genéticas, bacterianas, autoimunes, parasitárias, reações de hipersensibilidade primária e de

caráter idiopático (SCOTT e MILLER, 2012). Como diagnóstico diferencial, destaca-se: dermatite atópica, sarna demodécica,

piodermite bacteriana, reação adversa a medicamentos, FIV, FeLV, mastocitoma e carcinoma de células escamosas (PATEL e FORSYTHE, 2010). De modo geral, felinos acometidos pelo CGE, são responsivos aos glicocorticóides sistêmicos e anti-histamínicos, devido a resistência aos efeitos colaterais (CERDEIRO e FAM, 2015). Este trabalho, objetiva relatar um caso de placa eosinofílica em um felino, SRD, 6 anos, fêmea diagnosticada através da citologia aspirativa (CAAF).

Descrição do Caso:

Foi encaminhado ao consultório veterinário, em Piedade – Jaboatão dos Guararapes, um felino, SRD, fêmea não castrada, pesando 3,15 kg, 6 anos, com histórico de fratura no fêmur, cuja queixa principal era a ferida na cadeia mamária e lambedura da lesão, que segundo o tutor tinha iniciado a quinze dias. Apresentando estado clínico geral bom, nenhuma outra alteração foi constatada. Portanto, demonstava comportamento agressivo.

Durante a consulta, foi relatado pelo tutor que os protocolos de vermifugação e vacinação estavam desatualizados, porém a suspeita clínica foi dermatite fúngica associada à piodermite. Ao comparecer novamente, notou-se áreas alopécicas na cabeça associada a descamações na região de pescoço, submandibular e face externa do pavilhão auricular, suspeitando ser dermatite atópica. Em seguida, foi solicitado exames complementares como raspado cutâneo, onde este atestou parasitológico de pele negativo para ácaro. Já no hemograma observou-se hemáceas normocíticas normocrômicas, anisocitose discreta, hiperproteinemia, trombocitopenia, leucócitos morfologicamente bem conservados, neutrofilia relativa, eosinofilia absoluta, linfopenia relativa e linfopenia absoluta. Com o agravamento da alopecia e posterior evolução em forma de lesão na região ventrocervical e uma lesão crostosa no pavilhão auricular similiar às causadas pelo

Sporothrix schenckii, foi prescrito Polaramine na dose de 2 ml por VO, a cada 12

horas, durante 15 dias. Prednisolona na dose de 1 ml por VO, a cada 12 horas, durante 8 dias e Acetato de dexametasona 1 mg/g creme para uso tópico na lesão

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após higienização com gaze e soro fisiológico, a cada 24 horas. O tutor foi devidamente aconselhado a manter a lesão seca e protegida, não permitindo a

lambedura do animal com o uso do colar elizabetano.

Com os retornos à clínica, diante do agravamento do quadro, o animal foi conduzido ao internamento do local, onde permaneceu em média 6 mêses e instituíram a administração da Prednisolona na dose de 1 ml por VO, BID e 0.01 ml SC, alternando as formas de administração; adotando-se a limpeza diária da ferida e aplicação da medicação tópica. Posteriormente, a citologia aspirativa por agulha fina (CAAF) da região lesionada (pescoço) foi realizada confirmando ser placa eosinofílica. Não houve solicitação de histopatológico e exame micológico.

Após o período de internamento, o animal retornou a sua residência, mas manteve consultas diárias para o curativo das lesões e notificação de possíveis piora do quadro, até porque a alopecia adjacente à lesão no pescoço progrediu acometendo a região ventral torácica e membro anterior direto na face lateral direita.

Discussão:

Essa dermatose eosinofílica, demonstra-se variável clinicamente, em diferentes localizações anatômicas através de lesões que comumente afetam a pele na região ventral do abdômen, perineal, face medial dos membros pélvicos e espaço interdigital, incluindo cavidade bucal (LERNER, 2013). Considerando este relato, não

foram observadas lesões em região oral, sendo considerado incomum. As lesões apresentam variações desde uma pequena erosão mal definida à uma

grande placa circunscrita (LERNER, 2013), visto que, a paciente deste caso apresentava grande placa circunscrita sem relevo em região ventrocervical com visível exposição da veia jugular. Vários estudos tentam elucidar os mecanismos etiopatológicos (BUCKLEY e NUTTALL et al., 2012), porém, sabe-se que é mais relatado em fêmeas (TILLEY e SMITH, 2008), coincidindo com caso. Autores consideram ser uma manifestação cutânea alergênica, onde alergia à pulgas, hipersensibilidade à mosquitos e mutucas, alergia alimentar são as maiores causadoras de placas eosinofílicas (SANDOVAL et al., 2005). Com isso, não foi prescrito controle de ectoparasitas no paciente nem restrição do animal a possíveis alérgenos ambientais e dieta

hipoalergênia, como mecanismo de investigação da possível causa.

A investigação da causa primária, torna-se um trabalho essencial em função da ocorrência de recidivas pós-tratamento (SANDOVAL et al., 2005), pelo fato de

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animais com protocolos de vacinação atualizados favorecer a construção do diagnóstico etiológico ao minimizar a probabilidade da doença ser secundária ao Herpesvírus Tipo 1, FeLV ou FIV (BUCKLEY e NUTTALL et al., 2012).

Deve-se suspeitar de placa eosinofílica a partir das características clínicas das lesões e análise citológica (BUCKLEY e NUTTALL et al., 2012), logo empregamos o diagnóstico sugestivo do quadro apresentado neste trabalho, pois revelou alta predominância de eosinófilos na lesão, que ocorre de igual modo na histopatologia (PORCELLATO et al., 2014). No entanto, o aspecto macroscópico das lesões cutâneas associado a citologia, suspeitou - se de placa eosinofílica Eosinófilos, macrófagos, neutrófilos contendo bactérias das estirpes de Staphylococcus coagulase positivo, Streptococcus B-hemolíticos e Pasteurella spp. também podem ser isoladas das lesões cutâneas (WILDERMUTH et al., 2011). Então, se infecções bacterianas ou fúngicas são suspeitadas, a cultura bacteriológica e fúngica contribui para a investigação da causa primária (BUCKLEY e NUTTALL et al., 2012), o que não foi feito neste caso. Mas a eosinofilia revelada pelo exame hematológico, coincide com Cintra et al. (2013), pois afirma ser o tipo

celular mais predominante, tanto na citologia como no hemograma. Como tratamento dessa dermatose, a prednisona oral deve ser administrada na

dose de 2mg/kg, a cada 12 horas, por oito semanas consecutivas (CINTRA et al., 2013) ou na dose de 1,0 a 2,0 mg/kg a cada 24 horas (LENER, 2013). Desconhecimentos sobre os efeitos adversos dos glicorticóides, a via de administração oral é preferíveis(PATEL e FORSYTHE, 2010).

Conclusão:

Apesar da atuação dos eosiófilos exercer um papel importante na patogênese da doença, na abordagem clínica não tem sido enfatizado o suficiente que a placa eosinofílica é um padrão de reação à determinada causa primária, pois felinos são mais predispostos a doença. Mesmo que o paciente deste relato não tenha sido submetido aos testes virais e de cultura, não significa que não houve infecção fúngica, bacteriana ou viral.

Referências:

BUCKLEY, L.; NUTTALL, T. Feline Eosinophilic Granuma Complex(ities) – Some Clinical Clarification. Journal of Feline Medicine and Surgery, London, v. 14, n. 14, p. 471 – 481, 2012.

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CERDEIRO, A. P.; FAM, A. L. Complexo granuloma eosinofílico em felinos domésticos: revisão de literatura. anacerdeiro@veterinaria.med.br, Disponível: https://www.equalis.com.br/arquivos_fck_editor/Complexo_Granuloma_eosinofilico_f elino_-_especializacao_veterinaria_equalis.pdf. 2015.

CINTRA, C. A.; JÚNIOR, D. P.; BRUM, A. M.; DIAS, L. G.; DIAS, F. G.. Granuloma Linear Eosinofílico em Felino: Relato de Caso. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v.9, n.17, p. 1157, 2013.

LERNER, D. D. Complexo Granuloma Eosinofílico em Felinos Domésticos, Disponível: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/80514/000902258.pdf, 2013. [Capturado em 20 Jan. 2017].

PATEL, A.; FORSYTHE, P. Dermatologia em pequenos animais – Série Clínica Veterinária na Prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, p. 379.

PORCELLATO, I.; GIONTELLA, A.; MECHELLI, L.; DEL, E.; BRACHELENTE, C. Feline Eosinophilic Dermatoses: a Retrospective Immunohistochemical and Ultrastructural Study of Extracellular Matrix Remodelling. Veterinary Dermatology, Oxford, v. 2, p. 86–94, 2014.

SANDOVAL, J. G.; ESMERALDINO, A.; RODRGUES, N. C.; FALLAVENA, L. C. Complexo granuloma eosinofílico em felinos: revisão de literatura. Veterinária em foco, Canoas, v. 2, n. 2, p. 109 - 119, 2005.

SCOTT, D. W.; MILLER, W. H. Idiopathic eosinophilic granuloma in cats: a retrospective study of 55 cases (1988-2003). O Japanese Journal of Veterinary Dermatology, Japan, v. 18, n. 1, p. 13 - 18, 2012.

SOUZA, K. S.; SANTOS, R. F.; TING, E.; FIORETTO, E. T.; ROCHA, L. B.; Rânula associada ao granuloma eosinofílico em felino doméstico: Um Estudo de Caso. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v.10, n.18, p. 2603, 2014.

TILLEY, L. P.; SMITH, F. W. Consulta veterinária em cinco minutos: espécies canina e felina. 3. ed. São Paulo: Manole, 2008, 1604p.

WILDERMUTH, B. E.; GRIFFIN, C. E.; ROSENKRANTZ, W. S. Response of feline eosinophilic plaques and lip ulcers to amoxicillin trihydrate-clavulanate potassium therapy; a randomized, double-blind placebo-controlled prospective study. Veterinary Dermatology, Oxford , v. 23, n. 2, p.100-125, 2012.

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