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EDIÇÃO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA 14FEV. COM PARA A VIDA

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(1)

E st a re vi st a é d is tr ib uí d a a ni ve ln ac io na lc om o jo rn al P úb lic o d e 12 .0 2. 09 e nã o p od e se r ve nd id a se p ar ad am en te .

NAMORADOS

COM

CORAÇÃO

PARA A VIDA

14FEV.

EDIÇÃO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA

CARTAEUROPEIA

(2)

XXX

Congresso Português de

CARDIOLOGIA

19 a 22 Abril 2009

(3)

editorial

SociedadePortuguesaCardiologia

A Sociedade Europeia de Cardiologia com a Rede Europeia do Coração (conjunto de Fundações de Cardiologia da Europa) apresentaram em Junho de 2007 ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, a Carta Europeia para a Saúde do Coração. Este documento, que o convidamos a ler nas páginas que se seguem, pretende diminuir o peso da doença cardiovascular na União Europeia e na região europeia da Organização Mundial de Saúde, reduzindo, também, as desigualdades na prevenção da doença entre os diferentes países e dentro de cada país. Com efeito, a doença cardiovascular é a principal causa de morte na Europa e, muitas vezes, é evi-tável. E todos podemos contribuir para a combater.

Ao aderirem aos princípios desta Carta, Governos, Organizações não-governamentais e Sociedades Científicas, comprometem-se a colocar a problemática da doença cardiovascular nas primeiras linhas da sua agenda de trabalho, assumindo alguns objectivos estratégicos, os quais passam pela criação de condições que permitam um estilo de vida saudável. Redução do número de fumadores, promo-ção duma alimentapromo-ção saudável e estimulapromo-ção para a prática regular de exercício físico, são condi-ções indispensáveis à implementação da saúde cardiovascular.

As Recomendações da Carta Europeia para a Saúde do Coração foram aprovadas em Dezembro de 2007, em Conselho de Ministros Europeu, durante a Presidência Portuguesa e à Sociedade Portuguesa de Cardiologia, como Sociedade científica, coube-lhe, desde o início do processo, a promoção dos princípios da Carta, contribuindo para que os mesmos sejam aplicados na prática.

Mas, para que tal aconteça, é necessário que saiba o que se passa, reconheça a dimensão do problema e que faça as melhores opções para a sua vida.

Para que viva intensamente o Dia dos Namorados, com o Coração, agora e durante muitos anos, leia com aten-ção esta Carta. A saúde do seu coraaten-ção depende de todos. Mas principalmente depende de si.

Dulce Brito

Consultora de Cardiologia do Hospital de Santa Maria; Professora da Faculdade de Medicina de Lisboa; Secretária-Geral da Sociedade Portuguesa de Cardiologia

COISAS DO

CORAÇÃO

Edição: Sociedade Portuguesa de Cardiologia

www.spc.pt

Redacção e design: Inédia www.inedia.net Páginação electrónica: Full Design Impressão: Multiponto Depósito Legal: 288892/09 Tiragem de 65.000 exemplares com o jornal Público

(4)

D

esde há vários anos a Comunidade Científica decidiu intervir politicamente de forma global para ajudar a proteger a saúde da população. A nível cardiovascular e particularmente na Europa, tal intervenção é mais necessária de que nunca e, se bem que no espaço territorial europeu se estejam a registar taxas de mortalidade decrescentes, é cada vez maior o número de homens e de mulheres a viver diariamente com doença cardiovascular. Este aparente paradoxo está relacionado com o aumento da longevidade e da sobre-vivência.

A doença cardiovascular é também uma das principais causas de incapacidade e de redução da qualidade de vida. Sublinhe-se ainda que as consequências da doença cardiovascular matam mais pessoas que todas as formas de cancro combinadas e com uma taxa de mortalidade mais elevada nos homens e mulheres com uma situação socio-económica desfavorecida.

Finalmente e numa época em que tanto se analisam as

relações custo/benefício, valerá a pena referir que a doença cardiovascular custa à economia europeia 169 mil milhões de euros por ano – 372 euros per capita – embora com variações assinaláveis entre os Estados-membros e as várias regiões europeias.

E todavia, a doença cardiovascular pode perfeitamente ser evitada. A OMS calcula que uma ligeira redução em toda a população mundial da pressão arterial, da obesi-dade, do colesterol e do consumo de tabaco iria fazer cair a incidência da doença cardiovascular em mais de metade.

A PROPÓSITO DA PUBLICAÇÃO

DA

PARA A

SAÚDE

Hugo Madeira

Professor da Faculdade de Medicina de Lisboa Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia

A DOENÇA CARDIOVASCULAR – INCLUINDO NESTA

DESIGNAÇÃO AS DOENÇAS CARDÍACAS, OS ACIDENTES

VASCULARES CEREBRAIS E AS DOENÇAS VASCULARES

PERIFÉRICAS – MATA ANUALMENTE CERCA DE 18 MILHÕES

DE PESSOAS EM TODO O MUNDO.

TAL EQUIVALE A 1 MORTE A CADA 2 SEGUNDOS.

NA REGIÃO EUROPEIA DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE

SAÚDE (OMS) – 52 PAÍSES – ESTA DOENÇA É A PRIMEIRA

CAUSA DE MORTE, SENDO RESPONSÁVEL POR

4,35 MILHÕES DE ÓBITOS, EM CADA ANO. NA UNIÃO

EUROPEIA, PROPRIAMENTE DITA, ESSE NÚMERO É JÁ

SUPERIOR A 2 MILHÕES. EM PORTUGAL, DADOS RECENTES

DIZEM QUE MAIS DE 30% DAS MORTES OCORRIDAS

ANUALMENTE SÃO DEVIDAS À DOENÇA CARDIOVASCULAR.

(5)

destaque

SociedadePortuguesaCardiologia

Para modificar a realidade actual, a Sociedade Europeia de Cardiologia e a Rede Europeia do Coração, traba-lharam durante anos para obter os apoios de ordem política necessários, a nível dos órgãos de poder da União Europeia, expressos em várias Declarações de intenções e elaboraram a Carta do Coração – hoje aqui publicada – a qual surge como a primeira resposta públi-ca e doutrinária face à realidade terrível da doença públi- car-diovascular na Europa.

A Carta – cujo objectivo é a redução do impacto da doença cardiovascular – foi apresentada no dia 12 de Junho de 2007 ao Parlamento Europeu, na presença do Comissário Europeu para a Saúde e Ambiente e do Director Regional para a Europa da OMS e aprovada em Conselho de Ministros Europeu, sob a Presidência Portuguesa, a 6 de Dezembro do mesmo ano.

Ao aprovarem esta Carta, Governos, Organizações Não-Governamentais e Sociedades Científicas comprome-tem-se a colocar na agenda política o problema da doença cardiovascular e a assumir como seus alguns objectivos estratégicos, visando o cumprimento das recomendações contidas na Carta do Coração, que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia foi incumbida de divulgar.

Que fazer então para manter a saúde cardiovascular?

A resposta está no combate aos chamados factores de risco associados à doença cardiovascular e claramente enunciados na Carta, a saber: elevação da pressão arteri-al, subida do colesterol e do açúcar no sangue, excesso de peso/obesidade, consumo de tabaco, dieta pouco saudável, consumo excessivo de álcool e sedentariedade. Todavia, estes não são os únicos factores de risco que devemos vigiar. Outros há que, embora indirectamente, influenciam a saúde cardiovascular. Estão neste caso o rendimento disponível nas famílias, a educação, as condições de vida e de trabalho, pois que são as popu-lações que vivem em piores condições socio-económicas as mais afectadas pela doença cardiovascular, como a Carta, claramente, enfatiza.

Quando este combate não é levado a efeito de forma efi-caz, a doença cardiovascular desenvolve-se mais preco-cemente, às vezes de forma bem dramática e muitos doentes irão sofrer um acidente vascular cerebral, um

enfarte agudo de miocárdio, morte súbita ou desenvolver insuficiência cardíaca, que é o resultado final de muitas doenças do coração que têm na sua origem, em grande parte, a negligência no controlo dos factores de risco. Em Portugal, sabe-se que há mais de duzentos e sessenta mil doentes com insuficiência cardíaca

Reconheça-se que alcançar o objectivo consignado na Carta do Coração é tudo menos fácil: “basta” não con-sumir tabaco, manter actividade física adequada (pelo menos 30 minutos, 5 vezes por semana), ter hábitos ali-mentares saudáveis, lutar contra o excesso de peso, ter pressão arterial inferior a 140/90 mmHg, colesterol infe-rior a 5 mmol/L (190mg/dl) e metabolismo da glicose normal, bem como evitar stress excessivo. E no entanto é aquilo que deve ser feito.

Mesmo depois de surgirem complicações cardiovascu-lares o combate aos factores de risco habituais – e a ou-tros que se forem revelando – deve fazer-se sempre que possível como forma de contrariar um prognóstico de curso rapidamente negativo.

Recentemente, num grande estudo clínico feito em doentes com doença das artérias coronárias e com má função contráctil do coração, verificou-se que os enfer-mos que tinham frequência cardíaca acima de 70/ minu-to tinham pior prognóstico, nomeadamente uma maior probabilidade de sofrer morte cardiovascular. Doravante, a frequência cardíaca terá de ser considerada como um marcador de risco neste tipo de doentes e como tal con-trolada, o que não parece ser problemático, dado que no mesmo estudo se demonstrou também a eficácia nesse sentido duma nova substância farmacológica. A ciência não pára de nos surpreender.

CARTA EUROPEIA

DO CORAÇÃO

Ao aprovarem esta Carta, Governos, Organizações Não-Governamentais e Sociedades Científicas comprometem-se a colocar na agenda política o problema da doença cardiovascular e a assumir como seus alguns objectivos estratégicos, visando o cumprimento das recomendações contidas na Carta do Coração, que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia foi incumbida de divulgar.

(6)

A doença cardiovascular mata anualmente cerca de 18 milhões de pessoas em todo o mundo.

Hugo Madeira

Professor da Faculdade de Medicina de Lisboa Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia

Em Portugal, dados recentes dizem que mais de 30% das mortes ocorridas anualmente são devidas à doença cardiovascular que, actualmente, mata mais pessoas que todas as formas de cancro combinadas.

Hugo Madeira

Em relação a vários destes factores de risco persiste um desconhecimento estrutural na população, pouco preparada para assumir a sua quota parte de responsabilidade na defesa da sua própria saúde. A nossa população, na sua maior parte, ingere cinco vezes mais sal do que devia, come gordura em quantidades enormes, usa e abusa do açúcar, tem peso (visivelmente!) para além do desejável e por vezes, clara obesidade, não encontrando motivação ou condições para fazer exercício. Acresce, infelizmente, que muitas pessoas têm não apenas um, mas dois ou mais factores de risco, os quais se potenciam na agressão ao aparelho cardiovascular.

Hugo Madeira

PREÂMBULO

MORTALIDADE E MORBILIDADE

A doença cardiovascular é a primeira causa de morte entre os homens e mulheres europeus1. É responsável por cerca de metade de todas as mortes ocorridas na Europa, causando todos os anos 4,35 milhões de mortes nos 52 Estados membros da Região Europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS) e mais de 1,9 milhões de mortes na União Europeia2.

A doença cardiovascular é também uma das principais causas de incapacidade e pior qualida-de qualida-de vida.

Todavia, a doença cardiovascular pode muito bem ser evitada. A OMS calcula que uma ligei-ra redução, em toda a população mundial, da pressão arterial, da obesidade, do colesterol e do consumo de tabaco, simultaneamente, iria fazer cair a incidência da doença cardiovascular em mais de metade.

Amortalidade, a incidência e o número de mortes provocadas pela doença cardiovascular estão a diminuir na maioria dos países do norte, sul e oeste da Europa, mas estão a aumentar, ou não estão a diminuir com a mesma rapidez, nos países da Europa Central e de Leste.

Embora a União Europeia esteja a registar taxas de mortalidade decrescentes por doença car-diovascular, há um número crescente de homens e mulheres a viver diariamente com a doen-ça cardiovascular1.

Este paradoxo está relacionado com o aumento da longevidade e da sobrevivência das pessoas com doença cardiovascular.

A doença cardiovascular mata mais pessoas que todas as formas de cancro combinadas, com uma maior percentagem nas mulheres (55% de todas as mortes) do que nos homens (43% de todas as mortes)3 e com uma taxa de mortalidade mais elevada nos homens e mulheres com uma situação socioeconómica desfavorecida.

FACTORES DE RISCO

Os factores de risco mais conhecidos para a doença cardiovascular são o consumo de taba-co, e a elevação da pressão arterial e do colesterol sanguíneo, factores directamente ligados ao estilo de vida, aos hábitos alimentares e aos níveis de actividade física de cada um. Outros factores associados à doença cardiovascular são o excesso de peso e a obesidade, a diabetes mellitus, o consumo excessivo de álcool e o stress psico-social

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cartaeuropeia

SociedadePortuguesaCardiologia

CUSTOS

Calcula-se que a doença cardiovascular custe à economia europeia 169 mil milhões de euros por ano. Isto representa um custo total anual de 372 euros per capita. A variação dos custos per capita pode atingir diferenças de valor até 10 vezes mais entre os Estados-Membros – desde menos de 50 euros em Malta, até cerca de 600 euros ano/per capita na Alemanha e no Reino Unido2.

Além disso, os países com maiores taxas de doença cardiovascular apresentam menor desenvolvimento económico. A perda de produtividade devida à mortalidade e morbi-lidade da doença cardiovascular custa à União Europeia mais de 35 mil milhões de euros. Tal representa 21% do custo total relacionado com esta doença, sendo que cerca de dois terços deste valor (24,4 mil milhões de euros) são devidos a morte e um terço (10,8 mil milhões de euros) à doença entre a população trabalhadora activa.

ACÇÃO E COOPERAÇÃO MULTI-SECTORIAL

Os documentos de alto nível da UE, em particular as Conclusões do Conselho4 de 2004 sobre a promoção da saúde cardiovascular, sublinham a importância de se agir tanto ao nível da população como ao nível individual, nomeadamente através da identificação dos indivíduos de alto risco.

As Conclusões do Conselho da União Europeia, adoptadas durante a presidência irlande-sa, apelaram à Comissão Europeia, bem como aos Estados-Membros, para que se certifi-cassem de que estão a ser realizadas as acções necessárias para abordar a questão da doen-ça cardiovascular. A Declaração do Luxemburgo5, adoptada durante a presidência luxem-burguesa, estabelecia um acordo entre os representantes dos diversos Ministérios da Saúde nacionais e os representantes nacionais e europeus das várias Sociedades e Fundações de Cardiologia presentes na reunião do Luxemburgo, no sentido de se iniciar ou reforçar os planos de prevenção abrangentes da doença cardiovascular e de garantir que estão em mar-cha medidas políticas e intervenções eficazes em todos os países europeus. Várias resolu-ções e cartas6 da OMS têm sido adoptadas com vista a combater a doença cardiovascular e outras grandes doenças não transmissíveis.

Para além do mais, o objectivo de proteger a saúde e melhorar a qualidade de vida da popu-lação europeia através da redução do impacto da doença cardiovascular está plenamente consagrado no Tratado da União Europeia7 e nos objectivos europeus da Agenda de Lisboa, ao mesmo tempo que a intenção de integração da saúde em todas as políticas foi expressa pelas conclusões do Conselho Europeu de 30 de Novembro de 2006 sob presidência finlan-desa8.

Com o apoio da Comissão Europeia e da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Rede Europeia do Coração (European Heart Network) e a Sociedade Europeia de Cardiologia convidam as organizações europeias e internacionais interessadas a:

• Assinarem a Carta Europeia para a Saúde do Coração;

• Empenharem-se em combater o sofrimento e a morte precoce associadas à doença cardiovascular, através da prevenção;

• Tomarem parte na Declaração de São Valentim da Conferência Winning Heart de 14 de Fevereiro de 2000.

A perda de produtividade devida à mortalidade e morbilidade da doença cardiovascular custa à União Europeia mais de 35 mil milhões de euros. Tal representa 21% do custo total relacionado com esta doença, sendo que cerca de dois terços deste valor (24,4 mil milhões de euros) são devidos a morte e um terço (10,8 mil milhões de euros) à doença entre a população trabalhadora activa.

Carta Europeia para a Saúde do Coração

“Toda a criança nascida no novo milénio tem o direito de viver, pelo menos até aos 65 anos de idade, sem sofrer de uma doença cardiovascular evitável”

Carta Europeia para a Saúde do Coração

A obesidade tem-se tornado, nos adultos, uma verdadeira epidemia. É necessário que as estraté-gias de prevenção se iniciem nas escolas, porque, infelizmente, a obesidade infantil constitui, hoje em dia, realidade que em estudo nacional aponta para incidência da ordem dos 20%.

www.fpcardionorte.net

Em Portugal, um estudo que avaliou cerca de 4 mil crianças dos 7 aos 9 anos, concluiu que, do total desta população, 30% têm excesso de peso e 11% são obesas.

Padez, Moreira e colaboradores

citado por Andreia Pereira/Médicos de Portugal, 08.11.14

Existem 400 milhões de adultos obesos no mundo, e 1,6 mil milhões com

excesso de peso. As crianças também estão a engordar em todo o mundo, havendo 155 milhões de crianças com excesso de peso, incluindo e

ntre 30 a 45 milhões obesas.

Muitos países em desenvolvimento confrontam-se, simultaneamente, com os desafios da subnu-trição e da obesidade.

www.stopsmokingcampaigns.org

CARTA EUROPEIA

PARA A

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A Organização Mundial de Saúde calcula que uma redução, mesmo sem ser drástica, da pressão arterial, da obesidade, do colesterol sanguíneo (e do tabaco ainda consumido por muitos), simultaneamente, iria reduzir a incidên-cia da doença cardiovascular em mais de metade.

Hugo Madeira

Reduzir o teor em sódio nos alimentos é, assim, uma das medidas com maior impacto na prevenção da hipertensão e suas complicações.

O sal não é a causa da hipertensão arterial, mas é um dos factores de risco que podemos controlar. Subjacente a esta problemá-tica está também uma questão de base: a educação alimentar. Esta deve envolver a sociedade de forma transversal, começar na

infância bem tenra, estender-se às crianças, adolescentes, adultos e idosos; passar pelas creches, infantários, escolas…

J Ilídio Moreira

Director do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes Secretário-adjunto da Sociedade Portuguesa

de Cardiologia , Zona Norte

As características associadas

à saúde cardiovascular são:

• Não consumir tabaco • Actividade física adequada – pelo menos 30 minutos, 5 vezes por semana • Hábitos alimentares saudáveis

• Ausência de excesso de peso • Pressão arterial inferior a 140/90 • Colesterol inferior a 5mmol/L (190mg/dl) • Metabolismo da glicose normal • Evitar stress excessivo.

Carta Europeia do Coração

PARTE I

OBJECTIVO

Artigo 1º

O objectivo da Carta Europeia para a Saúde do Coração é reduzir substancialmente o peso da doença cardiovascular na União Europeia e na Região Europeia da OMS e reduzir as desigualdades no peso da doença, dentro de cada país e entre os vários países.

Neste documento, o conceito “saúde do coração” abrange as doenças do coração, os aci-dentes vasculares cerebrais e outras doenças vasculares ateroscleróticas.

Artigo 2º

A Carta recomenda aos signatários que promovam e apoiem medidas que dêem priorida-de a intervenções ligadas ao estilo priorida-de vida, as quais irão ajudar consipriorida-deravelmente na redu-ção do peso da doença cardiovascular.

PARTE II

OS SIGNATÁRIOS RECONHECEM QUE...

Artigo 3º

A doença cardiovascular é uma situação multi-factorial, pelo que é essencial que todos os factores de risco sejam abordados tanto a nível social como a nível individual.

As características associadas à saúde cardiovascular são: • Não consumir tabaco

• Actividade física adequada – pelo menos 30 minutos, 5 vezes por semana • Hábitos alimentares saudáveis

• Ausência de excesso de peso • Pressão arterial inferior a 140/90 • Colesterol inferior a 5mmol/L (190mg/dl) • Metabolismo da glicose normal

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cartaeuropeia

SociedadePortuguesaCardiologia

Artigo 4º

Os factores de risco associados aos acidentes cardiovasculares podem ser divididos em três categorias:

Biológicos

• Pressão arterial elevada • Elevação de açúcar no sangue • Elevação de colesterol no sangue • Excesso de peso/ obesidade Associados ao estilo de vida • Consumo de tabaco • Dieta pouco saudável • Consumo excessivo de álcool • Sedentariedade

Outros factores determinantes - Fixos • Idade • Sexo • Genética • Etnia - Modificáveis • Rendimentos • Educação • Condições de vida • Condições de trabalho

Artigo 5º

Os factores de risco podem ser combatidos:

• pelos decisores políticos criando um enquadramento favorável, através de medidas legislativas, (nomeadamente na área da tributação ou da comercialização), ou outras medidas;

• pelas pessoas a título individual, adoptando comportamentos que favoreçam uma dieta saudável, sem consumo de tabaco e com prática de actividade física regular; • e ainda pelos profissionais de saúde, defendendo a identificação e o tratamentos

das pessoas em alto risco.

A medição de um factor de risco individual não permite estimar de modo adequado o risco glo-bal cardiovascular. Por outro lado, muitos indiví-duos têm níveis pouco elevados de diversos facto-res de risco que, em conjunto, podem repfacto-resen- represen-tar um nível inesperadamente elevado de risco cardiovascular. Há, portanto, necessidade de avaliar o risco total que é o produto do efeito de vários factores que tendem a agrupar-se e que podem interagir, algumas vezes de modo multiplicativo, no risco global cardiovascular.

Evangelista Rocha

Cardiologista – Hospital Militar Principal Professor da Faculdade de Medicina de Lisboa

Reduzir o teor em sódio nos alimentos é, assim, uma das medidas com maior impacto na prevenção da hipertensão e suas complicações. O sal não é a causa da hipertensão arterial, mas é um dos factores de risco que podemos contro-lar. Subjacente a esta problemática está também uma questão de base: a educação alimentar. Esta deve envolver a sociedade de forma transversal, começar na infância bem tenra, estender-se às crianças, adolescentes, adultos e idosos; passar pelas creches, infantários, escolas…

J Ilídio Moreira

A Sociedade europeia de cardiologia recomenda para a população em geral níveis de colesterol total abaixo de 190 mg/dL e níveis de colesterol LDL abaixo de 115 mg/dL. No entanto para doentes com antecedentes de problemas cardio-vasculares (enfarte do miocárdio, angina de peito, doença vascular cerebral, doença arterial periférica), pessoas com diabetes e/ou com níveis lipídicos muito elevados, os valores recomenda-dos são mais baixos (colesterol total pelo menos abaixo dos 175 mg/dL e colesterol das LDL pelo menos abaixo dos 100 mg/dL).

Quitéria Rato

Assistente Hospitalar Graduada de Cardiologista Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E

Hospital de São Bernardo, Setúbal

A diabetes acelera a progressão da aterosclerose O doente diabético tem formas mais graves de doença aterosclerótica

Quando afectado, o risco do doente diabético é muito maior

João Morais

Director do Serviço de cardiologia do Hospital de Santo André, EPE-Leiria Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Zona Centro

(10)

O diabético sabe que tem de controlar convenientemente os níveis de açúcar no sangue

e por isso toma medicamentos, em alguns casos auto-injecta-se com insulina e diariamente pica o seu dedo para avaliar os seus níveis.Contudo isto não chega. Cabe ao médico e demais profissionais de saúde ajudar o diabético a controlar-se, mas ao mesmo tempo transmitir-lhe os conceitos da prevenção. O controle rigoroso da tensão arterial, que no diabético tem de ser ainda mais apertado; a intervenção sobre os níveis de colesterol trazen-do-os para os valores mais baixos possíveis; a abolição definitiva do consumo de tabaco; a prática regular de exercício físico adequado; são as armas que o diabético tem ao seu dispor, em paralelo com o controle rigoroso dos níveis

de açúcar no sangue.

João Morais

A obesidade, para além dos aspectos relativos à imagem corporal e à qualidade de vida, com impacto negativo na auto-estima e na vida social, é directamente responsável pela patologia cardiovascular, já que favorece o aparecimento ou o agravamento dos factores de risco da aterosclerose, como a diabetes, hipertensão arterial, gorduras no sangue e potencia os meca-nismos íntimos da doença: inflamação e formação de trombos dentro das artérias. Um programa de perda de peso deve ser acompa-nhado por um médico e inclui sempre uma

intervenção ao nível do estilo de vida e na alimentação, mesmo nos casos que venham a exigir terapêutica farmacológica ou cirurgia.

O combate à obesidade não é apenas um problema individual: também é um problema da

sociedade. Só será possível vencê-lo pelo esforço conjunto dos indivíduos obesos ou com excesso de peso, dos profissionais envolvidos na Educação e na Saúde da população e das escolas, empresas e de outras entidades (governamentais ou não).

Miguel Mendes

Cardiologista do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental Vice-presidente Sul da Sociedade Portuguesa de Cardiologia

O consumo do tabaco é responsável pela morte prematura de 660 mil pessoas por ano dentro dos 27 estados-membros da União Europeia, representando 15% das mortes. É a principal causa de mortalidade e morbilidade evitável.

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cartaeuropeia

SociedadePortuguesaCardiologia

Artigo 6º

A abordagem destes factores de risco ao longo da vida deve ser iniciada na infância.

Artigo 7º

O peso associado à doença cardiovascular estabelecida poderá igualmente ser reduzido com um diagnóstico precoce, um tratamento adequado da doença, reabilitação e preven-ção, nomeadamente através do aconselhamento em prol de um estilo de vida adequado.

Artigo 8º

É necessário atender aos aspectos da saúde e da doença cardiovascular específicos de cada sexo.

Um estudo levado a cabo pela Fundação Bissaya Barreto, em 2400 crianças de idade pré-escolar no concelho de Coimbra, registou valores da ordem dos 24% de excesso de peso e 7% de obesos.

Andreia Pereira/Médicos de Portugal - 14-11-2008

Numa amostra de estudantes da Universidade de Coimbra, 2835 rapazes e 3366 raparigas com idades compreendidas entre os 18 e 23 anos e observados entre 1995 e 2001, o excesso de peso foi de 20,3% nos rapazes e 10,5% nas raparigas e a obesidade foi de 2,7% nos rapazes e 1,3% nas raparigas. À semelhança do que acontece nos países desenvolvidos, nesta amostra de universitá-rios verificou-se uma maior percentagem de obesi-dade em filhos cujos pais possuem um baixo grau de instrução e uma menor percentagem nos filhos de pais com um grau de instrução superior.

Cristina Padez

Actividade física, obesidade e saúde: uma perspectiva evolutiva; Estilos de vida VOL. 20, 1

— JANEIRO/JUNHO 2002

As causas mais frequentes de morte na popula-ção feminina em Portugal são as doenças cardio-vasculares.Acidentes vasculares cerebrais, enfar-tes de miocárdio e outras doenças do coração matam em cada ano 22000 mulheres e 18000 homens.

www.fpcardiologia.pt

Em 2005 estimava-se que o fumo do tabaco matasse aproximadamente cerca 5 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Sendo respon-sável po rum em cada cinco mortes entre os homens acima dos 30 anos de idade e um em cada vinte mortes entre as mulheres acima dos 30 anos. Com base nos padrões de fumo de 2005 as mortes anuais por tabaco deveriam para os 10 milhões em 2030. Globalmente, durante todo o século XXI, é provável que se assista à morte de mil milhões de pessoas por tabaco, a maioria nos países em desenvolvimento, em contrate com todo o século XX em que se assistiu à morte de 100 milhões de pessoas, a maioria nos países desenvolvidos.

www.stopsmokingcampaigns.org

PARTE III

OS SIGNATÁRIOS ACEITAM...

Artigo 9º

Aplicar as políticas e medidas acordadas nos documentos políticos europeus de alto nível:

Conclusões do Conselho4 de 2004 sobre a saúde do coração

Declaração do Luxemburgo (Junho de 2005) sobre a implementação da promoção da saúde cardiovascular

Resolução da OMS sobre a prevenção e o controlo de doenças não transmissíveis na Região Europeia da OMS9

(12)

A Carta Europeia para a Saúde do Coração é o primeiro documento global destinado a evitar a doença cardiovascular (DCV) na Europa. Na realidade, é a primeira resposta pública e doutrinária face à terrível realidade europeia nesta área. A DCV é a primeira causa de morte entre os europeus e é responsável por cerca de metade de todas as mortes ocorridas anualmente na Europa — cerca de 4,35 milhões nos 52 Estados-membros da Região Europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS) e mais de 1,9 milhões na União Europeia.

Hugo Madeira

As dietas ricas em sal aumentam o risco de desenvolvimento de hipertensão. Estima-se que a redução da ingestão de sal em 3 g por dia pode conduzir a uma redução de 50% no número

de pessoas a precisarem de tratamento para a hipertensão.

www.stopsmokingcampaigns.org

Os portugueses constam-se entre os piores informados no que respeita à patologia cardio-vascular. (…) Um dos maiores factores de risco

das doenças cardiovasculares é a ignorância das populações.

Prof. Polybio Serra e Silva

Medicosdeportugal.saude.sapo.pt

87,6% dos doentes portugueses com excesso de peso e em risco cardiovascular referem não ter acompanhamento profissional. Em 2007, a prevalência da diabetes na população portuguesa rondava os 6,5%. Calcula-se que, em 2025, haverá cerca de 800 mil diabéticos no nosso país. No entanto, estima-se que cerca de metade está por diagnosticar. Cerca de 65% dos doentes com diabetes vão morrer por doença cardiovascular ou cerebrovascular.

Prof. José Luís Medina

Endocrinologista Notícias Médicas - Edição nº.2992 de 28 de Maio de 2008

Artigo 10º

Incentivar e apoiar o desenvolvimento e a execução de estratégias de saúde abrangentes, bem como medidas políticas a nível europeu, nacional, regional e local que fomentem a saúde cardiovascular e evitem a doença.

Artigo 11º

Construir e reforçar alianças dedicadas à saúde do coração com o objectivo de atingir o maior apoio político possível no que respeita ao desenvolvimento de leis e coordenação de acções para reduzir o peso da doença cardiovascular.

Artigo 12º

Apostar na formação e capacitação da população e dos doentes, envolvendo os meios de comunicação e aumentando a publicidade, para sensibilizar o público de forma adequada, assegurando a mobilização comunitária e a criação de uma frente alargada.

Artigo 13º

Desenvolver a capacidade de promoção da saúde através da formação profissional, acadé-mica e de pós-graduação, para ir ao encontro do objectivo desta carta.

(13)

cartaeuropeia

SociedadePortuguesaCardiologia

O consumo do tabaco é responsável pela morte prematura de 660 mil pessoas por ano dentro dos 27 estados-membros da União Europeia, representando 15% das mortes. É a principal causa de mortalidade e morbilidade evitável.

Medicosdeportugal.saude.sapo.pt

Artigo 14º

Apoiar a criação de estratégias nacionais para a identificação e aconselhamento da popu-lação em alto risco e para a prevenção e tratamento das pessoas com doença cardiovascu-lar conhecida.

No espaço de um ano foram diagnosticados 140 mil novos casos de hipertensão arterial entre os portugueses, revela o Inquérito Nacional da Saúde 2005/6. O estudo mostra que a doença é comum a 20% dos portugueses e que só no decurso do ano anterior 1,3% dos inquiridos descobriram ser hipertensos.

O número de pessoas que tem ou já teve tensão arterial em Portugal, de acordo com este estudo, ultrapassa os dois milhões, um dado que permite constatar um aumento de 40% do número de casos em apenas sete anos. No inquérito de 1998/9, o número de doentes identificados nem chegou a milhão e meio. Os especialistas em hipertensão consideram, porém, que os dados deste inquérito estão subestimados. Se dois milhões de portugueses sabem que têm este problema, calcula-se que outros tantos tenham a pressão arterial descontrolada e desconheçam o facto.

Carlos Matias Dias (INSA)

Citado em Diário Notícias, 2007.11.25

Uma dieta rica em fruta e legumes promove a saúde do coração. A alimentação pobre em frutas e vegetais contribui em cerca de 20% para a doença cardiovascular a nível mundial.

www.stopsmokingcampaigns.org

Nos últimos dez anos tem aumentado o número de jovens entre os 20 e 30 anos de idade com problemas graves de alcoolismo. A iniciação ao álcool acontece ainda na adolescência, com o consumo de bebidas altamente graduadas.

Medicosdeportugal.saude.sapo.pt

Artigo 15º

Fomentar a adopção das Orientações Europeias mais recentes sobre a prevenção da doen-ça cardiovascular, elaboradas pelo Grupo de Trabalho Conjunto Europeu. Esta promoção compreende a tradução das Orientações para a(s) língua(s) nacional(ais) e a adaptação das mesmas às especificidades nacionais, incluindo as estatísticas de mortalidade e morbilida-de, práticas e regras locais do sistema de saúde. Inclui ainda o apoio à divulgação das mes-mas orientações entre todos os profissionais de saúde e outros parceiros aliados envolvi-dos na preservação da saúde.

Em parceria com as autoridades de saúde, garantir que o sector da saúde dá total priori-dade ao trabalho de prevenção, que este trabalho é prestado por profissionais qualificados e suficientes e que seja reembolsável, dentro do possível, no âmbito do quadro das políti-cas de saúde nacionais.

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Em Portugal, quase metade da população apresenta excesso de peso e perto de um milhão de adultos sofre de obesidade. Considerada, entretanto, pela Organização Mundial da Saúde como uma epide-mia, a obesidade afecta a longevidade e a qualidade de vida. O excesso de peso e a obesidade levam a um importante aumento do risco cardiovascular. Estima-se (…) que a hipertensão seja 2,5 vezes mais frequente nos indivíduos obesos do que

em pessoas com peso normal.

www.fpcardiologia.pt

A Carta Europeia do Álcool da Organização Mundial de Saúde declara que: “Todas as crianças e adolescentes têm o direito de crescer num ambien-te proambien-tegido das consequências negativas do consu-mo de álcool e, tanto quanto possível, da proconsu-moção das bebidas alcoólicas.” A Carta, assinada por todos os estados membros da União Europeia, apela aos governos para “Promoverem a saúde controlando a disponibilidade de bebidas. Em 2002, no Reino Unido, o consumo perigoso de bebidas alcoólicas, ao ponto da embriagues – beber com o risco de danos físicos e psicológicos no futuro – foi mais prevalente entre os adolescentes e jovens adultos. Nas mulhres, o consumo perigoso alcança o seu pico entre os 16-19 anos, com 1/3 (32%) a revelar um padrão peri-goso de consumo de bebidas alcoólicas. Nos homens, o pico encontra-se no entre 20-24 anos, com cerca de 2/3 (62%) a terem um padrão

de consumo perigoso.

IAS FACT SHEET – ADOLESCENTS AND ALCOHOL, Institute of Alcohol Studies, November 2007, pp 4-5

O consumo “per capita” (portugueses com idade superior a 15 anos) é um dos mais elevados do mundo, tendo-se situado em 2000 em 10,8 l de álcool puro. Portugal é o segundo consumidor da União Europeia, logo a seguir ao Luxemburgo (dados de World Drink Trends 2001). O consumo de cerveja tem vindo a aumentar vertiginosamente com incre-mento que ronda os 400% desde 1970; situando-se acima dos 60 l “per capita” .

www.fpcardionorte.net

Artigo 16º

Atribuir prioridade à investigação sobre a eficácia das intervenções em matéria de políti-ca e de prevenção, nomeadamente no que respeita aos aspectos relativos às despesas do sistema de saúde.

Iniciar investigações centradas na epidemiologia e nos factores comportamentais, incluin-do o impacto de vários programas dedicaincluin-dos à melhoria e preservação da saúde da popu-lação, nomeadamente aqueles direccionados para os jovens e para a compreensão dos mecanismos de envelhecimento do sistema cardiovascular e para a vulnerabilidade cardio-vascular das mulheres.

Contrariar a fragmentação das investigações no campo da doença cardiovascular na Europa promovendo e financiando a cooperação, o alargamento e a coordenação dos pro-jectos de investigação.

Artigo 17º

Avaliar o estado actual da saúde cardiovascular (nomeadamente a prevalência dos facto-res de risco) para apreciar o progfacto-resso realizado ao nível da população e dos indivíduos, no sentido de atingir os objectivos estabelecidos no artigo 2º.

A inactividade só por si representou um custo de mais de 55,76 mil milhões de euros nos custos de saúde dos EUA em 20001. No Reino Unido2 pesou 1,56 mil milhões de euros em 2002. E no Canadá, em 2001, custou 3,63 mil milhões de euros.

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cartaeuropeia

SociedadePortuguesaCardiologia

O fumo passivo aumenta em 20 a 30% o risco de cancro do pulmão e foi classificado pela Organização Mundial de Saúde como

cancerígeno. O fumo passivo também aumenta o risco de doença cardiovascular entre os não-fumadores em 25 a 30% – quase metade do risco de fumar 20 cigarros por dia.

European Commission - DG Health and Consumer Protection,

Questions and answers on the Green Paper on a smoke-free Europe, MEMO/07/37 - 30/01/2007

A inactividade física aumenta o risco de doença de coração 1,5 vezes1 e duplica o risco de desenvolvimento da diabetes tipo 2.

www.stopsmokingcampaigns.org

1 Hu FB, Willett WC, Li T, et al. Adiposity as compared with physical activity in predicting mortality among women. N Engl J Med 2004;351:2694-703.

Quase 7 em cada 10 cidadãos europeus não fumam e os estudos demonstram que a maioria dos fumadores quer deixar o vício. Três quartos dos cidadãos europeus têm consciência que o tabaco representa um risco para a saúde dos não-fumadores. O recente Eurobarómetro sobre “Atitudes dos Europeus face ao Tabaco” indique que as políticas “smoke-free” sejam populares entre os cidadãos europeus. Mais de 4 em cada cinco inquiridos são a favor da abolição do fumo no local de trabalho (86%) e em qualquer outro recinto público fechado (84%). A maioria é também favorável à abolição do fumo em bares (61%) e restaurantes (77%).

European Commission

- DG Health and Consumer Protection,

Questions and answers on the Green Paper on a smoke-free Europe, MEMO/07/37 - 30/01/2007

Os fumadores têm, em média, menos dez anos de vida do que os não fumadores.

O tabaco é responsável por 20% da mortalidade por doença coronária. As doenças cardiovasculares

são 2 a 4 vezes mais frequentes nos fumadores. Deixar de fumar é, pois a medida preventiva mais eficaz para diminuir os riscos de enfarte do miocárdio, angina de peito, doença arterial periférica e acidente vascular cerebral.

www.fpcardiologia.pt

O colesterol elevado é o factor de risco mais comum na doença cardiovascular, que está relacionada com a morte de cerca de 17 milhões de pessoas anualmente – em cada dois segundos morre uma pessoa por doença cardiovascular.

www.fpcardionorte.net

Artigo 18º

Rever regularmente o âmbito da aplicação e da adopção dos planos e políticas nacionais. Organizar reuniões sobre a Carta Europeia para a Saúde do Coração em parceria com a Comissão Europeia e a Organização Mundial de Saúde, reuniões que constituirão uma pla-taforma para o intercâmbio de ideias e experiências e apresentarão as melhorias efectua-das ou ainda por realizar.

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APOIO OFICIAL DA CARTA EUROPEIA

PARA A SAÚDE DO CORAÇÃO

Nós, abaixo assinados, apoiamos oficialmente

a Carta Europeia para a Saúde do Coração:

porque a doença cardiovascular continua a ser a principal causa de morte na Europa; porque a Carta Europeia para a Saúde do Coração visa não só lutar contra a doença cardio-vascular como lutar a favor da sua prevenção – uma das prioridades das políticas de saúde pública no seio da União Europeia;

porque a Carta Europeia para a Saúde do Coração aborda os factores de risco e visa mobilizar uma cooperação sectorial e obter um apoio alargado à promoção da saúde cardiovascular e à prevenção das doenças cardiovasculares.

Iremos trabalhar em franca colaboração com todos os signatários, aos níveis nacional e euro-peu, dentro da nossa profissão e com todos os parceiros potenciais, organizações políticas e não governamentais, para fomentar vivamente uma Europa com um futuro cardiovascular mais saudável.

WONCA EUROPE

Comité Permanent des Medicins Européens / Standing Comittee of European Doctors

CPME)

European Institute for Women’s Health (EIWH) European Men’s Health Forum (EMHF)

European Network for Smoking & Prevention (ENSP) European Public Health Alliance (EPHA)

European Health Management Association (EHMA) EuroHealthNet

European Atherosclerosis Association (EAS) European Society of Hypertension (ESH)

European Association for the Study of Diabetes (EASD) International Society on Behavioural Medicine (ISBM)

European Association for Cardiovascular Prevention and Rehabilitation (EACPR) ESC Council on Cardiovascular Nursing and Allied Professions (CCNAP)

BIBLIOGRAFIA

• 2733ª Sessão do Conselho do Emprego, Política Social, Saúde e Assuntos do Consumidor – Luxemburgo – 1 e 2 de Junho de 2006

• Estatísticas europeias relativas à Doença Cardiovascular – British Heart Foundation e European Heart Network - 2005

• Encargos económicos inerentes às doenças cardiovasculares na União Europeia alargada – European Heart Journal

• Conselho da União Europeia – 9507/04 – 2586ª Reunião do Conselho - 1 e 2 de Junho de 2004

• Declaração do Luxemburgo – 29 de Junho de 2005

EUR/RC56/R2; WHA53.17; EUR/RC52/R12; EUR/RC55/R1; EUR/RC54/R3; EUR/RC55/R6

Artigo 152º do Tratado da UE

• 2767ª Sessão do Conselho do Emprego, Política Social, Saúde e Assuntos do Consumidor – Bruxelas – 30 de Novembro e 1 de Dezembro de 2006

• Resolução do Comité Regional EUR/RC56/R2 sobre a prevenção e controlo de doenças não transmissíveis na região Europeia da OMS

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breves

SociedadePortuguesaCardiologia

N

esse mesmo ano, com outras 11 Sociedades es -tran geiras, participou na fundação da Sociedade Europeia de Cardiologia.

Entre 1954 e 1958, editam-se os três primeiros volumes do Boletim da SPC, tendo-se realizado quatro sessões científicas anuais e tido lugar as três primeiras edições do Congresso Luso-Espanhol.

Por volta de 1959 o número de sócios atinge já a centena.

Na década de sessenta, continua a assistir-se à expansão da Sociedade, em número de associados e ao alargamento dos contactos internacionais O American College of Cardiology traz a Portugal o seu 1º International Circuit Course.

A partir de 1966, com o volume IV, retomase com regula -ridade, a publicação do Boletim da Sociedade Por tuguesa de Cardiologia, interrompida em 1958.

Em 1974 realizase o 1º Congresso Português de Cardio -logia, no Estoril, Lisboa. Os Congressos, realizados regu-larmente, são substituídos de 4 em 4 anos, por um con-gresso Luso-Espanhol mas, desde 1991 o Concon-gresso Português passou a ser anual.

Em 1979 inicia-se a criação dos Grupos de Estudo e, pos-teriormente, a Associação Portuguesa de Pacing Cardíaco e a Fundação Portuguesa de Cardiologia.

A SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA (SPC) FOI FUNDADA

EM 9 DE JULHO DE 1949 POR UM GRUPO DE MÉDICOS

CARDIO-LOGISTAS, LIGADOS A INSTITUIÇÕES UNIVERSITÁRIAS, DESEJOSOS

DE CRIAR UMA SOCIEDADE CIENTÍFICA QUE PUDESSE SERVIR DE

BASE AO DESENVOLVIMENTO DA CARDIOLOGIA PORTUGUESA.

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A expansão que a Sociedade conheceu no final da década de 70 veio a permitir a concretização de um sonho de lon-gos anos – uma sede própria, adquirida em 1981. O Boletim da SPC, publicado ininterruptamente desde 1966, é substituído a partir de 1982 pela Revista Portuguesa de Cardiologia, uma publicação regular até aos nossos dias, hoje bilingue (português e inglês). No início da década de 80 multiplicaram-se os contactos internacionais iniciando-se, com regularidade bienal, os Simpósios Luso-Brasileiros de Cardiologia, tendo-se rea-lizado em Lisboa, em 1984, as I Jornadas Luso-Francesas de Cardiologia. É também nesta década que aumentam as acções de formação médica continuada, a cargo dos Grupos de Estudo.

Na década de 90 a expansão das actividades e o apoio da Indústria Farmacêutica e de Equipamentos permitiu a aquisição da nova sede, a Casa do Coração. Inaugurada em 1996, é dotada de infra-estruturas administrativas ade-quadas, duma biblioteca, dum núcleo museológico e de um auditório próprio.

As acções de formação passam a ter um carácter regular, acompanhadas de iniciativas editoriais de larga difusão, com o Curso de Actualização em Cardiologia a publicar dez volumes, em edições que chegaram aos 8.000 exem-plares. Nestes anos aumentam também, de modo signifi-cativo, o número de bolsas de estudo concedidas e de pré-mios a trabalhos científicos.

Em 1999 comemoraram-se os 50 anos de actividade da Sociedade. Neste ano foi adquirida a delegação do Norte da SPC, situada no Porto.

No ano de 2001, foi adquirida a delegação do Centro, em Coimbra.

Em 2002 é criado o CNCDC – Centro Nacional de Colecção de Da dos em Cardiologia, que ficou sedeado também em Coimbra. Em 2005 a Sociedade Portuguesa de Cardiologia assina a Declaração do Luxemburgo, subscrita pela Socie dade Europeia de Cardiologia, pelas Sociedades Nacionais de Cardio logia e pelos Ministérios da Saúde dos países da União Europeia. O objectivo é a imple-mentação de uma estratégia concer-tada na área da prevenção cardio-vascular.

Em 2006 é criado o Centro Coor de -nador de Projectos, que acolhe os Projectos de Investigação e de Inter venção na Comunidade, pro-movidos ou apoiados pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia e inicia-se a publicação da Revista Factores de Risco, que se insere na estratégia da SPC de promover a formação médica na área do risco cardiovascular. Em Junho de 2007, a European Heart Health Charter – Carta Europeia para a Saúde do Coração – é apresentada ao Parlamento Europeu e as suas recomendações aprova-das em Dezembro, em Conselho de Ministros Europeu, durante a Presidência Portuguesa.

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia é, desde logo, incumbida de intervir a nível científico-pedagógico, polí-tico e social, para promover a difusão dos princípios da Carta e contribuir para que os mesmos sejam levados à prática, tarefa que considera determinante para a melhoria da saúde dos portugueses. O objectivo é contribuir para que se atinja a declaração do dia de S. Valentim – “Toda a criança nascida no novo milénio tem o direito de viver, pelo menos até aos 65 anos de idade, sem sofrer de doen-ça cardiovascular evitável”. A Carta é dada a conhecer através de várias iniciativas, divulgada pelos órgãos de comunicação social, apresentada oficialmente à Comissão Parlamentar de Saúde da Assembleia da República e enviada a todos os deputados.

Em 2008, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia toma a iniciativa de organizar as “1as Jornadas Lusófonas de Cardiologia”, destinadas a estreitar os laços científicos, culturais e humanos entre os cardiologistas de países e comunidades de Língua Portuguesa. Estas Jornadas, de carácter científico-pedagógico, realizam-se em Cabo Verde com a presença de cardiologistas de todo o mundo lusófono e propiciam uma reflexão para a constituição dum organismo que o represente.

Em 2008, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia toma a iniciativa de organizar as “1as Jornadas Lusófonas de Cardiologia”, destinadas a estreitar os laços científicos, culturais e humanos entre os cardiologistas de países e comunidades de Língua Portuguesa.

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CICLODE

FORMAÇÃO AVANÇADA EM

CARDIOLOGIA

CASA DO CORAÇÃO

FIBRILHAÇÃO AURICULAR E SÍNCOPE: DUAS AMEAÇAS PARA A VIDA

DOENÇA CARDÍACA AVANÇADA:

O DILEMA DA REABILITAÇÃO VERSUS PALIAÇÃO

TRATAMENTO DOS SÍNDROMES CORONÁRIOS AGUDOS: É IMPOSSÍVEL MELHORAR?

HIPERTENSÃO: O QUE SE SABE. E O QUE SE IGNORA?

CARDIOLOGIA CLÍNICA:

OS NOVOS FÁRMACOS QUE REALMENTE INTERESSAM

GENÉTICA EM CARDIOLOGIA: QUE DEVE O CLÍNICO SABER?

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: UMA EPIDEMIA DO SÉCULO XXI – O QUE SE SABE. E O QUE HÁ DE NOVO?

AVANÇOS RECENTES NA IMAGIOLOGIA CARDIOVASCULAR: QUE EXAMES PEDIR E O QUE ESPERAR DELES

MIOCARDIOPATIAS: VAMOS CLARIFICAR CONCEITOS PERICARDITE AGUDA E CRÓNICA: DOENÇA VELHA, TRATAMENTO NOVO

LAPSOS, DERROTAS, SUCESSOS E NOVAS ESPERANÇAS NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS DOENÇAS VALVULARES

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Referências

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