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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL CURSO DE PSICOLOGIA ISABELLE FRANÇA PONTES

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL

CURSO DE PSICOLOGIA

ISABELLE FRANÇA PONTES

O ESPORTE COMO VIA DE RUPTURA DO FATALISMO: CONSCIENTIZAÇÃO E EMPODERAMENTO

Campos dos Goytacazes 2018

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ISABELLE FRANÇA PONTES

O ESPORTE COMO VIA DE RUPTURA DO FATALISMO: CONSCIENTIZAÇÃO E EMPODERAMENTO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Bacharelado em Psicologia como requisito parcial para conclusão do curso.

Orientadora:

Prof.a Dr.a, Lurdes Perez Oberg

Campos dos Goytacazes 2018

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ISABELLE FRANÇA PONTES

O ESPORTE COMO VIA DE RUPTURA DO FATALISMO: CONSCIENTIZAÇÃO E EMPODERAMENTO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Bacharelado em Psicologia como requisito parcial para conclusão do curso.

Aprovada em ____de____de___.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Prof.ª Dr.ª Lurdes Perez Oberg (Orientadora)- UFF

__________________________________________ Prof.ª Drª Sabrine Mantuan dos Santos Coutinho- UFF

Campos dos Goytacazes 2018

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Dedico este trabalho à todas e todos que lutam diariamente por uma vida menos sofrida e mais igualitária, que batalham para quebrar com o fatalismo instituído. Que o esporte seja sempre acessado por todos, que continue sendo fonte de sorrisos, qualidade de vida e seja para além disso, um forte aliado ao movimento de gerar autonomia e empoderamento.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, meus maiores incentivadores. Obrigada por terem me proporcionado o privilégio de poder durante cinco anos apenas me dedicar aos estudos, sei que não foi fácil pra vocês, agradeço pelo esforço.

Pai, te perder no meio da graduação não foi fácil! Agradeço por ter tido o privilégio de dividir vinte e um anos da minha vida com você, um dos meus maiores incentivadores. Obrigada por ter acreditado em mim, que independente do plano que nós estamos, eu possa te orgulhar. Te amo nessa ou em qualquer outra vida. “ Pai/ eu cresci e não houve outro jeito/ Quero só recostar no teu peito/ pra pedir pra você ir la em casa...”

Mãe, essa graduação é dedica a você, que sempre esteve ao meu lado, não me deixou largar a faculdade em um dos momentos mais difíceis da minha vida, me deu a mão e como sempre caminhou ao meu lado, agradeço por isso. Obrigada por sempre acreditar em mim, você sempre ali comigo, torcendo por mim, seja na escola, faculdade ou numa competição de natação. Gratidão por tudo. Você é exemplo pra mim, te amo muito.

Ao Bernardo, meu amado sobrinho, que ainda pequeno me perguntava o motivo de ter ido estudar tão longe. Que a tia possa sempre estar ao teu lado. Você é luz em nossas vidas, moleque. À Fernanda, que ainda é semente, mas já germinou em meu coração, que a tia consiga ser presente na tua vida e cuidar de você com todo o meu amor. Que eu seja sempre amiga e companheira de vocês dois, meus presentes da vida.

Aos meus avós, que sempre tão doces me recebiam num final de semana corrido, que foram fortes com as perdas da vida. Vó Georgina e Vô Mauro, vocês são meu ponto de alegria nessa vida, que eu tanto amo e agradeço por ter tido o privilégio de aprender com vocês.

A memória de minha avó, Maria de Lourdes, que perdi já há alguns anos, porém, sua falta se faz presente e a saudade é grande. Vó, que você tenha orgulho de quem eu me tornei e me torno a cada dia, você faz parte da minha vida, obrigada por tudo que fez, por toda a confiança que sempre me passou. NEQEAV.

À toda a minha família de laços sanguíneos ou não, que sempre me apoiaram e me deram forças pra continuar nessa caminhada, vocês são excepcionais, obrigada pela nossa união! Em especial aos meus primos- irmãos, Mauricio e Fabiano, meus exemplos e meus amores, vocês são foda!

À Amanda, que chegou no meio de um vendaval, me trazendo paz, serenidade e amor. Que me dá forças quando eu mais preciso. Obrigada por caminhar ao meu lado, você é meu ponto de paz no meio do caos.

Aos meus amigos, que souberam entender minha ausência em diversos momentos, e que os momentos juntos foram intensos, sem saber, me deram forças para continuar. Alguns estão trilhando outros caminhos e talvez não nos esbarremos tanto quanto antes, mas foram triviais em algum momento dessa vida, em especial: Gabriel Castro, Tirza Auferil, Arantsha Soledad, Beatriz Mendes, Gabriel França e Amanda Portela.

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À minha família Campista, que me acolheu quando eu não conhecia nada, quando ficava doente ou só precisava de um abraço e um café, nos momentos de alegria, nos estudos até tarde, vocês foram incríveis, que nossa amizade perdure além da UFF, Obrigada, Elton, Nathachy, Alice, Natália e Kíssila.

Às minhas amigas e companheiras de casa Taline e Larissa, dividir a sala de aula com vocês foi incrível, porém dividir a vida foi melhor ainda. Vocês me ajudaram a segurar a barra quando mais precisei. Agradeço por todos os momentos de estudos, risos, choros e sonhos. Nossa união foi incrível, nosso encontro foi lindo, que seja assim para a vida. Que não tenhamos medo de voar, vocês são incríveis e tem um futuro lindo pela frente. As Meninas superpoderosas tão aí e vão ganhar esse mundão.

Aos meus professores, sempre tão dedicados e enérgicos, que se posicionam a favor de uma psicologia ética-política, me ensinaram muito mais do que conteúdos didáticos. Em especial a minha querida orientadora, que tive o privilégio de acompanhar durante grande percurso da minha graduação, obrigada Lurdes Oberg, por me mostrar uma psicologia que vai além do indivíduo, voltada para o coletivo e pensada junto com os sujeitos. Por ter me dado a oportunidade do estágio, onde eu pude ser inserida na comunidade rural de Cafuringa e aprender junto a essa comunidade, trabalhando com afeto e com uma equipe incrível. Além da inserção na política da assistência social, através do CRAS- Jardim Carioca, onde pude trabalhar com profissionais engajados que me mostraram que a política é essencial, além de aprender todos os dias com os diversos usuários. E a professora Andrea Souto, por todo o apoio e amizade, poder partilhar grande parte da graduação com você foi incrível, obrigada por todos os incentivos para nossas diversas produções e por estar sempre disponível.

À Universidade Federal Fluminense, especificamente o Campus Campos dos Goytacazes, por ser minha casa durante todo esse tempo, por me proporcionar crescimento pessoal e profissional, pelos excelentes professores que com seus questionamentos, me fizeram sair diversas vezes do ponto de conforto e pensar criticamente. A luta por uma universidade pública, de qualidade e para todos continua.

À cidade de Campos, por me acolher nesse tempo de graduação e me proporcionar novas vivências e uma nova cultura.

Por último, por todas as afetações que passei nesses cinco anos, que me tornaram uma Isabelle melhor e em eterna construção, que eu tenha sempre a humildade de saber que nenhuma conquista é somente minha, que muitas pessoas me ajudaram em cada etapa da vida. Nada nessa vida se faz sozinho, tudo é feito coletivamente.

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“Nada é impossível de mudar Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumana, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar”. Bertolt Brecht.

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RESUMO

O presente artigo discute o esporte como ferramenta de transformação social, podendo romper com o fatalismo imposto socialmente nas maiorias populares. Consideramos o esporte para além do aspecto recreativo e do alto rendimento e apostamos no seu papel social, favorecendo o empoderamento e a consciência de classe. É com o referencial teórico da psicologia social comunitária, através do estudo do fatalismo de Martín-Baró que abordaremos esse artigo. A partir de uma metodologia qualitativa, realizamos observação participante em algumas Vilas Olímpicas do município de Campos dos Goytacazes e fizemos entrevistas semiestruturadas com profissionais que atuam diretamente no esporte, trabalhando com crianças e jovens. Entendemos que o esporte não é o único salvador frente às desigualdades sociais, porém percebemos nele ações que possam romper com os estigmas sociais e com o fatalismo. Com a presente pesquisa percebemos a importância do esporte na sociedade, como ferramenta educacional, gerando autonomia e possibilidade de construir pensamento crítico. Compreendemos que o esporte sozinho não é suficiente, são necessários investimentos tanto nele quanto na saúde, na educação, no lazer e outros aspectos. Por fim, apostamos no coletivo para que as mudanças ocorram, pensando no esporte como transformação de um destino percebido como traçado.

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ABSTRACT

The present paper discusses the sport as a tool for social transformation and can break with the fatalism socially imposed in popular majorities. We consider the sport beyond the recreational aspect and high yield and beto on their social role, promoting the empowerment and class consciousness. It is with the theoretical framework of Community social psychology, by Martín-Baró of fatalism os the study that will cover this article. From a qualitative methodology, we conducted participant observation in some Olympic Villages in the city of Campos dos Goytacazes and made semi-structured interviews with professionals who act directly in the sport, working with children and youngers. We understand that the sport is not the only savior in the face of social inequalities, but realized it actions that can break the social stigma and fatalism. With this research we realized the importance of sports in the Society, as na educational tool, generating autonomy and ability to build a critical thought. We understand that sport alone is not enough, investments are needed both in him and in health, education, leisure and other aspects. Finally, we bet on the collective for the changes to occur, thinking of sport as a transformation of a target perceived as stroke.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 1

PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E O CONCEITO DE FATALISMO. ... 4

O ESPORTE, SUAS INTERFACES E AS VILAS OLÍMPICAS ... 8

METODOLOGIA ... 12

DISCUSSÃO ... 15

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 15

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1 INTRODUÇÃO

“...Deixa o menino jogar ô iaiá Deixa o menino jogar ô iaiá Deixa o menino aprender ô iaiá Que a saúde do povo daqui É o medo dos homens de lá A consciência do povo daqui É o medo dos homens de lá Sabedoria do povo daqui É o medo dos homens de lá...” Natiruts Neste artigo reconhecemos a extensa territorialidade do Brasil com suas diversas culturas e uma economia que gera desigualdade tanto no campo social quanto no econômico. De acordo com o ranking de IDH Global de 2018, feito pelo Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD), o Brasil manteve sua posição no 79º lugar, considerando um total de 189 países. Desse modo, nosso país está abaixo de países que vivenciam guerras civis há anos, como Israel e Irã. Esse índice leva em consideração questões como saúde, educação e renda. Mesmo com todos esses dados, o Brasil aparece classificado entre os países com alto desenvolvimento humano.

Prosseguimos no ranking de IDH Global da ONU (PNUD) de 2018, os índices demonstram que a desigualdade ainda permanece:

No IDH ajustado à desigualdade – um método que relativiza o desenvolvimento humano em função da diferença entre os mais e menos abastados de um país – o Brasil é o 3º país da América do Sul que mais perde no IDH devido ao ajuste realizado pela desigualdade, ficando atrás do Paraguai (25,5%) e da Bolívia (25,8%). Em relação ao Coeficiente de Gini (2010-2017) – instrumento que mede o grau de concentração de renda em determinado grupo e aponta a dif erença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos – o Brasil possui o 9º pior valor do mundo (51,3) (PNUD, 2018). Considerando esta urgência social e pelo interesse da pesquisadora que surge a partir das afetações durante a graduação em Psicologia, na Universidade Federal Fluminense-Campos dos Goytacazes, este artigo abarcará questões referentes à psicologia social comunitária, ressaltando o esporte como importante ferramenta social, gerador de inclusão social, valorizando potencialidades e habilidades físicas, mentais e sociais do(s) indivíduo(s) e dos grupos.

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Utilizando como fundamentação teórica o conceito de fatalismo de Ignácio Martin Baró (1942-1989), autor que criou a Psicologia da Libertação, uma psicologia com “compromisso epistemológico, ético e político com as maiorias populares” (Oliveira; Guzzo, 2013).

Baró (1985) trabalhava em oposição à psicologia dominante da sua época, voltada para o individualismo, elitista, neoliberal e que culpabiliza o indivíduo por suas mazelas. Ele assumia o compromisso social com os setores oprimidos, lutava contra a injustiça e opressão vivida pelos povos salvadorenhos e latino-americanos. Foi morto com 47 anos, numa noite em que os militares invadiram a Universidad Centroamericana José Simeón Cañas (UCA), assassinando todos os presentes, que tentaram resistir pacificamente, com palavras de ordem, lutando até o fim.

Um dos textos mais reconhecidos de Martín Baró (1987) “O Latino Indolente: Caráter Ideológico do Fatalismo Latino-Americano, o autor disserta: “O fatalismo é a compreensão da existência humana em que o destino de todos está predeterminado e todo fato ocorre de modo inescapável”, p.175. Baró (1987) trabalha com algumas ideias mais características do fatalismo, como “a vida está predefinida”, “a própria ação não pode mudar o destino fatal”, tais concepções expõem modos de viver que retratam o fatalismo. p. 176.

De acordo com Ansara e Dantas (2010), o fatalismo: “É um esquema ideológico, que se origina nas estruturas sociopolíticas e se enraíza psiquicamente, garantindo desse modo a reprodução da dominação social e a manutenção da ordem estabelecida” (p.97). Conforme colocou Martín-Baró (1987) a ruptura com o fatalismo provém de mudanças dialéticas, onde “mudanças das condições sociais e a mudança das atitudes pessoais vão se possibilitando mutuamente” p.197. Baró (1987) continua alegando que para a

sociedade romper com o fatalismo, são necessárias três mudanças fundamentais: recuperação da memória histórica, organização popular e a prática de classe. Falaremos sobre essas mudanças mais a frente.

O presente estudo utiliza-se da psicologia social comunitária como referência teórica na psicologia, visto que é a partir desta que percebemos mudanças micro e macrossociais. Consideramos nesta perspectiva o sujeito ativo na sua própria vida, social e histórico, gerando autonomia no seu cotidiano, como diz Campos (2015).

No tocante ao esporte, consideramos uma ferramenta importante, não apenas para a ascensão econômica, mas principalmente para a inserção social e coletiva do(s) cidadão(s). Podemos ressaltar o estabelecimento de amizades, o desenvolvimento de autoconfiança, o aprendizado para respeitar o outro, trabalhando valores fundamentais

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para a construção da cidadania. Destacamos ainda, o esporte favorecendo o desenvolvimento da vida coletiva, visto que é necessário entrosamentos e trocas, gerando comportamentos de equipe, reconhecimento do próximo, valores necessários para a prática esportiva que vão para além da quadra, da piscina, da pista e também da individualização. Como nos diz, Calais e Contreras (2017), apud Buriti, 2010: “A importância do esporte como ferramenta de inclusão social, que tem como princípio o desenvolvimento físico e mental, serve também para a aquisição de valores.

O esporte aliado ao trabalho comunitário propicia transformações subjetivas, como a melhora da ansiedade, da autoestima, da autoconfiança, a superação de problemas, etc., além dos impactos experimentados em momentos de vitórias e derrotas, aprendendo a enfrentar os diversos desafios apresentados

Considerando os aspectos referentes às condições concretas de vida, pode-se pensar na trajetória de alguns atletas brasileiros, medalhistas na olimpíada, que aconteceu no Rio de Janeiro, em 2016. Muitos desses campeões nasceram e foram criados em comunidades de baixa-renda e iniciaram no esporte por meios de projetos sociais. Esses exemplos, podem deixar claro como o esporte sendo trabalhado de forma educativa, voltado para a cidadania e exemplos éticos, pode provocar mudanças percursoras de um destino previamente já traçado de forma fatalista pela ideologia dominante.

Por fim, utilizar a psicologia social comunitária como norteadora desse trabalho implica em apostar no esporte como inclusão social, entendendo como uma importante forma de intervenção psicossocial. Apresentaremos, num primeiro momento a psicologia social comunitária e o conceito de fatalismo, como já explicado. Num segundo momento, iremos ousar com uma visão nova e em crescimento a cada dia, o esporte trabalhado não somente como alto rendimento, mas com uma visão de gerar autonomia, melhoria de vida, do sujeito e da sua coletividade e com propostas educativas.

Posteriormente, faremos entrevistas em algumas vilas olímpicas situadas no município de Campos dos Goytacazes. Com uma proposta de realizar entrevistas semiestruturadas, abordaremos professores de educação física e psicólogos que estejam trabalhando nesses locais, para que possam relatar suas experiências sobre o esporte e suas possibilidades de transformação social. Iremos à campo para não ficar apenas na teoria, desejamos saber se a prática do esporte realmente pode atuar como uma ferramenta de inclusão social.

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Entender o papel do esporte como uma importante ferramenta social que favorece a conscientização e o empoderamento é uma justificativa significativa que nos encoraja a desenvolver este artigo.

Conclui-se que, se faz importante um estudo voltado para o esporte visto além do alto rendimento, onde os ganhos sociais sejam valorizados e que cada vez mais ocorram incentivos para os diversos esportes. Procuraremos explicar a importância que pode ter uma atividade física recreativa desenvolvida em interação com as questões sociais, rompendo com o fatalismo, gerando cidadania e um futuro que produza transformação social.

Reiteramos que nosso intuito não é o de transformar o esporte como salvador, ou o esporte dando fim as inúmeras mazelas sociais, econômicas ou qualquer outro tipo de problema existente. Defendemos, aqui, a possibilidade de todos os cidadãos, independente de cor, classe social, gênero, terem acesso ao esporte, e não apenas uma pequena parcela da população que pode dispor financeiramente do mesmo. Argumentamos o esporte como ferramenta de transformação social e não somente recreativa, que possa modificar a forma do sujeito perceber a sua vida e uma possível quebra do fatalismo vivido. Como diz, Carreteiro (2003), “contribuir na construção de ações que potencializem os sujeitos no mundo” p.69.

Por isso, ao final do texto, discutiremos sobre as vilas olímpicas municipais, seus projetos e as suas implicações para uma sociedade mais justa e igualitária. Nossa pesquisa teve como base a observação e as entrevistas em duas Vilas Olímpicas situadas no Município de Campos dos Goytacazes, são elas as vilas: do Bairro de Guarus (Vila Olímpica Valdir Pereira) e do Jardim Carioca (Vila Olímpica Lulu Beda). Essas vilas são administradas pela prefeitura municipal e que se encontram situadas em bairros periféricos. Um ponto que pode ser destacado, é que ambas as vilas ficam situadas junto a escolas municipais.

PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E O CONCEITO DE FATALISMO.

“...A burguesia quer ficar rica Enquanto houver burguesia Não vai haver poesia...” Cazuza Neste momento, introduziremos a psicologia comunitária e o conceito de fatalismo evidenciando a importância deste viés da psicologia, pois compreendemos que

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é preciso considerar o coletivo e não somente o indivíduo. É necessário entender que a sociedade se constitui de formas diferentes, visando uma comunidade mais democrática que todos tenham seus direitos garantidos, trabalhando em prol da qualidade de vida e da autonomia.

Como já explicado, a psicologia no seu início no Brasil, era voltada para a elite da população brasileira. Segundo Campos (2015) foi na década de 60 que a psicologia passou a trabalhar em comunidades mais pobres “visando por um lado, deselitizar a profissão” (p.9), deixando de ser focada apenas no indivíduo e entendida numa perspectiva sóciohistórica dialeticamente construída...” p.38 e 39 (Oberg, 2008).

De acordo com (Freitas 2015, p.50):

“o psicólogo trabalhava de uma maneira voluntária, não remunerada e firmemente convicto do seu papel político e social junto a esses setores da população”. Com toda essa transformação, foram utilizadas perspectivas não só da psicologia, mas também referencias teóricos “da sociologia, da antropologia da história, da educação popular e do serviço social” (Freitas, 2015, p.50). É com o entendimento de promover autonomia e conscientização que a psicologia social comunitária se posiciona frente aos menos favorecidos, de modo que “eles assumam progressivamente seu papel de sujeitos de sua própria história (Campos, 2015).

Por isto, tem um caráter pedagógico de formação e politização no cotidiano, visto que não é um trabalho assistencialista, nem centrado em explicações psicologizantes e reducionistas a respeito dos problemas que as pessoas vivem, e ao deparar-se com o “diferente”, ou com o chamado “patológico”, compreende- o dentro de um processo de construção histórico- social. Resulta que este trabalho contribui para uma “despsicologização” ou “despatologização” da vida cotidiana e das relações sociais. (FREITAS, M.F.Q. 2014, p.74). Compreendemos que a psicologia social comunitária vai de encontro ao pensamento de Martín-Baró (1987), que visa uma psicologia voltada para as classes populares, indo contra uma psicologia elitista, individualista e que culpabiliza as maiorias populares por seus infortúnios. Baró defendia uma psicologia libertária que não naturalizava questões sociais, como argumenta:

“... deixar-se levar para onde impõem os poderes estabelecidos, seria a única forma de sobrevivência possível para a grande maioria das pessoas dos setores marginalizados das sociedades latino-americanas. A inevitabilidade histórica se torna mais aceitável quando se percebe o destino como natural; a necessidade se converte em virtude e, assim, se faz limonada com o fatídico limão da vida. “( Baró, 1987. P.186). Nesse sentido, no texto o “Latino Indolente: caráter ideológico do fatalismo Latino-Americano”, Baró (1987), discursa sobre o fatalismo no qual o indivíduo não se reconhece como sujeito de sua própria vida e sim como um ser que tem o seu destino traçado no momento do nascimento. Observamos, assim, atitudes fatalistas nos

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indivíduos que não planejam o futuro e não conseguem perceber o tempo presente, os acontecimentos passam a não ter relevância e os sujeitos acabam apenas por segui-los e conduzi-los de forma naturalizada. Essa forma de conformismo pode ocorrer, apesar das inúmeras tentativas que o sujeito já fez para sair desse papel fatalista e não obteve êxito.

“A criança das favelas ou dos barracos (champas) marginais introjeta o fatalismo não como herança paterna, mas como fruto de sua própria experiência na sociedade: dia após dia aprende que seus esforços na escola não servem pra nada ou quase nada, que a rua recompensa mal seu trabalho prematuro como vendedor de jornais, vigilante de carros ou engraxate e, por isso, é melhor não sonhar ou traçar metas que nunca poderão ser alcançadas” (Baró, 1987, p. 188). Reiteramos que diante das condições de vida e dos acontecimentos experimentados, não resta uma alternativa a não ser se resignar com o que é vivido. Como já explicado, muitas vezes o indivíduo já cansou de tentar alterar o seu destino, logo acaba por encontrar na passividade a melhor forma de sobreviver.

“a cultura da pobreza é tanto uma adaptação quanto uma reação dos pobres diante de sua posição marginal em uma sociedade estratificada em classes, individualista e capitalista. Representa um esforço para lidar com os senti- mentos de impotência e desespero que se desenvolvem diante da comprovação de que é improvável ter êxito seguindo os valores e as finalidades da sociedade mais ampla” (LEWIS, 1969, P.188, apud Baró, 1987). Ocorre, também, como outro elemento presente no fatalismo, o entendimento de ter um Deus que decide o destino de cada sujeito, por isso, o sofrimento é aceitável visto que foi enviado pelo dito salvador. O fatalismo é perpetuado pelas vantagens que uma minoria opressora impõe sobre uma maioria oprimida, utilizando frequentemente crenças religiosas como instrumento ideológico Ainda nessa ordem de opressão e religiosidade, o autor diz “a confluência entre fatalismo e crenças religiosas é um dos elementos que mais contribui para assegurar a estabilidade da ordem opressora”. (Baró, 1987, p.196)

Essa questão trazida por Martín- Baró (1987), pode retratar o dia-a-dia de muitos brasileiros que tentam e não conseguem modificar o meio em que vivem. Esse autor (1987) também faz uma crítica a ênfase dada pela ideologia dominante aos aspectos psicológicos referentes ao fatalismo “o fatalismo teria suas raízes mais no psiquismo das pessoas do que no funcionamento das estruturas econômicas, políticas e sociais”, onde o futuro é visto como profecia, constituindo uma acomodação coletiva. O fator psicológico mostra-se mais determinante e tem mais peso que o social, posto que é a partir de um entendimento que nada será alterado, já que por tantas vezes tentou-se modificar a estrutura vivida, que o fatalista se entende como submisso e naturaliza o que vive “ transformando a história em natureza” (Baró, 1987, p.194).

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É nesse momento que a psicologia comunitária se faz importante, pois é preciso entender os entrelaçamentos entre os aspectos macro e micros sociais. Como nos diz, Freitas (2014, p.81), “voltando sua prática para a melhoria das condições de vida da população e assumindo um compromisso de transformação da realidade social”.

É a partir da psicologia comunitária que se poderá trabalhar aspectos que possibilitem um processo de saída dessa estabilidade fatalista. Acreditamos que a partir de um movimento dialético de considerar questões individuais e sociais, por meio de rodas de conversas, o indivíduo irá compartilhar com seus pares suas ideias, afetos e anseios sociais e coletivos. É a partir desse momento de expor as vivências, que a psicologia poderá trabalhar com as potencialidades do sujeito, seguindo um caminho de empoderamento. Indo de encontro a esse tema, Ansara e Dantas (2010, p.99-100) dizem: Há portanto, um movimento permanente, dialético e coletivo que envolve a participação dos agentes internos e externos na esfera pública e se configura na criação de espaços sociais de luta por direitos, o que proporciona às pessoas que trabalham em Psicologia Comunitária construir, junto com as comunidades, intervenções/ações que levem efetivamente ao fortalecimento comunitário e à transformação social.

Baró (1987) apresenta três mudanças para ocorrer a ruptura do fatalismo: “recuperação de sua memória histórica, a organização popular e a prática de classe” (1987, p. 198). O processo de entender as origens, a ancestralidade e de onde viemos, pode ser um recurso para que as maiorias populares compreendam que o estilo de vida considerado natural, na verdade está posto pela classe dominante. É um movimento adaptativo, no entanto, pode ser modificado a partir da educação e da organização popular, de uma sistematização da comunidade em prol de melhorias coletivas e que cada um se entenda como sujeito de sua própria vida. Para isso, são necessárias a prática de classe e a força popular, entendendo que só é possível mudar quando o coletivo se une e não apenas partindo de um único sujeito. Agregando a esse pensamento, podemos destacar um refrão de uma música do Forfun (2014) que diz: “vivo, senso cooperativo, que entende que o sentido tá todo no coletivo”.

O esporte promove a valorização do pensamento coletivo e influencia positivamente a sociedade e a vida de crianças e jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social. Pode, ainda, favorecer a cidadania, gerar valores educacionais, disciplina e autonomia. Destacamos os seus efeitos, na melhora da autoestima do sujeito, do seu empoderamento e assim, a ampliação do processo de conscientização, pois os sujeitos podem se perceber como sujeitos de direitos.

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A psicologia social comunitária entende o sujeito como individual e social, considera os dilemas que emergem daquela comunidade e luta pela conquista da autonomia e da possibilidade dos sujeitos terem controle de suas vidas. É frente a esse quadro que se faz necessário uma valorização do saber popular para que possamos destacar os aspectos desse saber que promovam o pertencimento social e histórico e àqueles que naturalizam formas opressoras de vida. Oberg (2015, p.4) explica que “frente a este quadro de violência estrutural e exclusão social, buscamos as possibilidades de fortalecimento comunitário e rompimento com os poderes instituídos”.

Torna-se necessário entender a “subjetividade como processo histórico” (Oberg, 2007), logo, se faz necessário colocar em questões ações que alterem esse entendimento que o sujeito tem sobre si e sobre o mundo, a fim de que com um maior controle sobre seus atos e sua vida, atenuará sua certeza de que é fatalista. As intervenções psicossociais devem ser norteadas por uma “psicologia comunitária no seu potencial de transformação das vidas dos oprimidos” (Oberg, 2015).

É pensando nessa transformação social que o esporte toma sua importância, para fazer emergir potencialidades não conhecidas, trabalhar com a resiliência, o empoderamento, a valorização pessoal e coletiva, a cidadania, a coletividade e valores positivos que possam ser aprendidos em diversas modalidades, além de gerar autonomia. Podemos, ainda, trabalhar com as questões educacionais, a saúde e a qualidade de vida, aspectos de grande relevância produzidos pela prática esportiva.

Nessa direção iremos desenvolver o próximo tópico. Apostando na potência do esporte e ouvindo vivências de quem lida todos os dias com o esporte.

O ESPORTE, SUAS INTERFACES E AS VILAS OLÍMPICAS

“...Resiliente, Mata no peito e bola pra frente! Mata no peito e... Voa, E vem querendo sem querer e se amontoa Nessa vontade que arrebata a pessoa Porque aqui tudo que se faz emana...” Braza Como já analisado nesse trabalho, reconhecemos a função social do esporte e sua articulação com a psicologia social comunitária.

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Utilizamos a música “Chama”, da banda carioca Braza, nesta epígrafe, pois consideramos que essa parte da música pode ser pensada junto ao que o esporte trabalha, como a questão da resiliência e de aprender com as adversidades da vida. Além, da parte poética, de voar pelo mundo, emanando e recebendo coisas boas. Utilizamos outras músicas em algumas partes do texto, pois entendemos o seu potencial transformador, visto que muitas tem em suas letras mensagens de empoderamento importantes, favorecendo o processo de conscientização.

O psicólogo é essencial nesse momento de inclusão e aprendizagem, pois pode elaborar junto ao profissional da educação física, atividades que potencializem os aspectos subjetivos e/ou até mesmo, tarefas que abarquem essas questões. É pensando nessas demandas que:

“O esporte pode e deve ser considerado como uma das ferramentas mais eficazes para trabalhar com crianças e jovens, já que, além de ser uma atividade prazerosa e que traz diversos benefícios para a saúde física do praticante, ele desenvolve diversos valores que poderão ser translados para outras esferas da vida dos esportistas” (Sanches e Rubio, p.828, 2011). Portanto, pensamos o esporte como atividade física, atividade lúdica, mas também como transmissor de valores, que podem ser tanto positivos como negativos, ficando dependente de quais os valores que serão trabalhados.

“Uma vez que o esporte envolve outras variáveis, como a competitividade, a vitória versus a derrota, a busca da glória, etc., se estas não forem cuidadas, avaliadas e implementadas sob um olhar crítico e amplo, no interior de uma prática educativa, podem ser muito prejudiciais ao desenvolvimento de crianças e jovens”. (CAPITANIO, 2003. APUD SANCHES E RUBIO, p.831, 2011) São esses valores positivos que o esporte pode transmitir, como trabalho em equipe, cooperação, solidariedade com o próximo, tolerância, paciência, aprender a lidar com a frustração, ansiedade, além do fair play, que visa uma conduta ética no esporte, como reposição de bola, ações humanas que visam um jogo limpo, ensinamentos que podem gerar autonomia, responsabilidade, até perpassar condutas educacionais, que bem trabalhadas podem ser benéficas para uma possível saída do fatalismo.

Segundo Sanches e Rubio, “se a prática for conduzida de acordo com as premissas da educação pelo esporte, ela pode contribuir imensamente para o desenvolvimento saudável do praticante” (p. 827, 2011). Logo, percebe-se a importância de um trabalho com viés educacional, onde o esporte ocorra como lazer, mas também como um momento de cidadania, com valores positivos.

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O psicólogo tem um papel importante, visto que ele poderá trabalhar com os valores aprendidos no esporte para o dia-a-dia, para que ocorra uma transposição desse aprendizado.

“O esporte pode e deve ser considerado como uma das ferramentas mais eficazes para trabalhar com crianças e jovens, já que além de ser uma atividade prazerosa e que traz diversos benefícios para a saúde física do praticante, ele desenvolve diversos valores que poderão ser transladados para outras esferas da vida dos esportistas”. (SANCHES e RUBIO, p.827/828, 2011). Não podemos universalizar a premissa de que o esporte é o salvador ou que ele irá resolver todos os problemas sociais, além do mais, sabemos que nem todos gostam de praticar esportes, por mais abrangentes e diversos que sejam. Porém, entendemos que para quem pratica, há uma melhora na autoestima e uma nova possibilidade de olhar ao seu redor.

Considerando o esporte como ferramenta social é imprescindível que existam políticas públicas vigorando a favor, pois se faz necessário um Estado atuante que invista em esporte, cultura e lazer. Na Constituição Federal de 1988, no artigo 217º, encontramos: “É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um...”, a partir deste artigo é imprescindível entender o esporte como dever do Estado, já que está garantido pela Constituição em vigor. No Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) o artigo 59, discursa sobre a garantia do esporte para as crianças e jovens:

Os municípios, com apoio do Estado e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e juventude” (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990). Com a prática do esporte garantida por lei, faz-se pensar o porquê de não haver maiores incentivos e políticas públicas eficientes, para a prática esportiva. Concebe-se aqui a afirmação que o poder público precisa cumprir o que está garantido pela constituição e pelo ECA, assegurando que existam ofertas de esporte de modo público, de qualidade e eficiente.

Abordaremos nesse momento, a questão das vilas Olímpicas:

“As vilas olímpicas são um modelo de projeto sócioesportivo, que apresentaram como característica fundamental o desenvolvimento esportivo com propósito de corroborar para a promoção de benefícios socias, já que as tramas esportivas possuem a capacidade de reproduzir ações e acontecimentos que permitem a disseminação de preceitos valorativos positivos para a vida em sociedade” (ZALUAR, 1994; HUIZINGA, 2010. APUD, MACHADO; VARGAS, 2012).

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Compreendemos a importância das Vilas Olímpicas (VOs) enquanto possibilidade de acesso ao esporte e a cidadania, visto que existem diversos esportes sendo oferecidos e trabalhados com o desenvolvimento social.

As Vilas Olímpicas são projetos implementados em locais que apresentam baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e baixo Índice de Desenvolvimento Social (IDS), além disso, o local precisa ter um espaço ou uma infraestrutura onde poderá ser alocada e/ou construída uma VO. Segundo Machado e Vargas (2012, p.2) as localidades que possuem VO apresentam dificuldades no acesso a água, muitas não tem saneamento básico, baixo nível de escolaridade, renda familiar baixa, características que demonstram degradação social e favelização.

As VOs, além de terem como objetivo ocupar o tempo ocioso de crianças e jovens, trabalha a autoestima e dá acesso às informações (Machado; Vargas. 2012), sendo também de sua competência a diminuição da evasão escolar, onde algumas escolas têm acordos com as VOs, e destacamos, ainda, a inclusão de portadores de deficiências.

Nesse sentido, visa democratizar o acesso às vilas e ao esporte, incluir as famílias pobres e também serve para revelar futuros talentos do esporte. Percebemos que as vilas não trabalham somente ensinando determinado esporte, existe todo um contexto social como pano de fundo, já que são implementadas em locais estratégicos de grande vulnerabilidade social.

“As Vilas Olímpicas emergiram como uma significativa alternativa para o treinamento das competências sociais, além de representar uma alternativa para a população carente e que asseiam por assistência”. (MACHADO; VARGAS, p.3, 2012) Em suas maiorias, as vilas são conduzidas pelo poder público, porém algumas já foram coordenadas por iniciativas privadas. Nossa pesquisa será feita , como já dito, em duas Vilas Olímpicas, do Município de Campos dos Goytacazes.

Limitamos o número de vilas pois, constatamos a violência presente no território, estando a segurança da pesquisadora em risco. Muitas Vilas Olímpicas se encontram em locais tomados pelo tráfico, logo, o acesso é difícil e arriscado.

Como já mencionado, adiante abordaremos as entrevistas nas Vilas Olímpicas, analisando as falas dos profissionais entrevistados. Escolhemos esse espaço da vila por entender que é um local de ensino e prática do esporte, além de ser um local público, de acesso gratuito e para todos. Reiteramos que a Vila Olímpica ocupa um espaço importante, visto que está inserida em locais de baixo IDH e IDS, visando, também, a inclusão e a cidadania. “Uma determinada ação desta magnitude contribui positivamente

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no que tange a percepção de cidadania dos envolvidos” (Dória e Tubino (2006), apud Machado e Vargas, 2012).

METODOLOGIA

Esta pesquisa foi construída a partir de visitas em algumas Vilas Olímpicas na cidade de Campos dos Goytacazes, maior município do Estado do Rio de Janeiro. A cidade fica situada no Norte-Fluminense, que segundo o IBGE, no censo 2018 tem uma população estimada em 503.424 pessoas e no ano de 2010, de 463.731 pessoas. Campos, situa-se em 7º lugar no ranking populacional de municípios ,do Rio de Janeiro.

A cidade conta com uma população urbana em expansão, mas também tem uma população rural relativamente grande, com 9,7% do total populacional, isso se deve ao histórico da cidade, que foi crescendo a partir de usinas de açúcares e depois com a alta do café. Atualmente é uma cidade que aumenta a receita municipal com os royalties do petróleo, porém esse aumento não chega como benefício para a população. De acordo com o censo de 2010 do IBGE, 37,7% da população tinha o rendimento nominal mensal per capita, com um valor estimado de metade do salário mínimo. E no censo de 2016, apenas 20,6 % da população estava ocupada.

Campos é uma cidade extensa e em crescimento, a população é afetada cruelmente por uma enorme desigualdade social, que atinge em muitos âmbitos a vida educacional, o trabalho precarizado e transportes. Encontramos no esporte, uma via potente que pode ser utilizada em prol da diminuição dessa desigualdade. Como já foi dito, Campos conta com sete VO’s espalhadas pela cidade.

A partir disso, nosso estudo de campo trata-se de uma pesquisa qualitativa, onde procuramos entender na prática o esporte para além dos benefícios proporcionados pela saúde física. Realizamos entrevistas semiestruturadas com professores de educação física em duas Vilas Olímpicas, onde todos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

De acordo com Martins e Bicudo (2005), “Diferentemente da pesquisa quantitativa, a qualitativa busca uma compreensão particular daquilo que estuda”, por isso utilizamos esse recurso de pesquisa, pois queríamos deixar livre os entrevistados, além da preocupação de se sentirem à vontade para poderem falar sobre o que foi proposto.

“Abordar o entrevistado e convidá-lo a participar de um projeto pressupõe uma apreciação dele a respeito dos objetivos e, até certo ponto, da utilidade social do projeto. É importante que o entrevistado se veja como um elemento útil no estudo,

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capaz de emitir opiniões sobre a questão que está sendo investigada (Martins e Bicudo, 2005, p 55). Visitamos duas Vilas Olímpicas, em Campos dos Goytacazes, onde entrevistamos seis profissionais que atualmente trabalham com natação, futsal e hidroginástica. Estas diferentes modalidades são analisadores importantes para compararmos o esporte coletivo e o individual, podendo perceber benefícios e diferenças. Nossas entrevistas decorreram no próprio espaço de trabalho dos profissionais, algumas delas durante as aulas das crianças, onde observamos nossos entrevistados abertos e disponíveis para as entrevistas.

RESULTADOS DAS ENTREVISTAS

Foram entrevistados cinco profissionais de educação física e um estagiário do mesmo seguimento. Conseguimos perceber o olhar do profissional e também o olhar do estagiário que está em formação. Todos estão trabalhando nas Vilas por um tempo mínimo de seis meses, o profissional mais antigo está há seis anos atuando no dispositivo.

Em todos os relatos, o esporte apareceu como importante ferramenta social, visto que corrobora com o que estamos pesquisando, sendo esse sustentado para além de uma atividade física, podendo trabalhar as questões educacionais e sociais.

Nos relatos dos profissionais que trabalham com a natação, ficou relevante como essa atividade esportiva trabalha com a autoestima. Assim, encontramos relatos de alunos que chegaram sem acreditar que conseguiriam nadar e agora já o fazem sozinhos. Também, foi relatado, casos de responsáveis que responsabilizam a iniciação ao esporte como melhoria do comportamento, da criança ou do adolescente.

O esporte coletivo, como o futebol, apareceu como uma importante ferramenta para propiciar a socialização, trabalhar o respeito, a coletividade e a cooperação. Em todas as entrevistas com os professores que estão atuando no futebol, a questão referente “a seguir ordens” apareceu marcante. O professor W. de 56 anos nos relata sobre a importância do professor:

“ajudar na educação da criança, de impor os limites, de colocar as rédeas, do saber ganhar e saber perder, né, do respeito aos colegas, respeito ao professores e respeito de uma maneira geral aos pais...” W, 56 anos. O esporte trabalhando valores educativos foi citado várias vezes, como respeitar o espaço de jogo, não falar palavrão, utilizar a ideia do fair play, de um jogo limpo, justo, com espírito esportivo, sendo que brigas, empurrões e chutes não são aceitos, caso ocorram as crianças ficam um tempo fora do jogo, e de acordo com os relatos as crianças adquirem respeito com os professores.

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Com os relatos, ficou nítido que o esporte bem trabalhado pode propiciar autonomia para as crianças, trabalhando questões internas como ansiedade, autoestima, empoderamento e questões externas como a qualidade de vida, benefícios para o corpo, socialização com outras crianças e/ou adolescentes, e como consequência a formação de novas amizades.

Outra questão que apareceu nas narrações, foi a urgência de melhorias e investimentos das Vilas, tanto na aquisição de instrumentos de trabalho e treino, como na alimentação das crianças e uniformes para a prática das atividades. No quesito alimentação, muitas crianças vão para a Vila praticar o esporte sem ter recebido alimentação e sabemos que isso não é adequado para a saúde das crianças. Além disso, foi sugerido que a alimentação poderia ser provida pela prefeitura para essas crianças.

Uma questão importante bastante citada em diversas entrevistas, diz sobre o comportamento das crianças e como ele se modifica com o esporte. Outra questão importante que apareceu sobre o comportamento das crianças, diz respeito a ansiedade delas, em como elas chegam para praticar o esporte, como disse, T. 61 anos:

“Eu procuro trazer o aluno, porque tem gente que vê o aluno revoltado e não quer saber o que o aluno tem, mas muitas vezes o aluno tem um problema dentro de casa e as vezes com uma palavra, com um gesto, você consegue amenizar aquele sofrimento, aquela dor daquela criança, não é maltratando a criança. Eu penso assim, e eu procuro fazer assim. “ Esse ponto nos mostra como o esporte vai muito além de um exercício físico, muitas crianças encontram ali a sua válvula de escape. Entendemos a importância do esporte, pois é um momento de socialização, muitas vezes de ruptura com o tempo ocioso, podendo emergir outras questões a serem trabalhadas.

Essa valorização que o esporte traz pode ser muito benéfica, pois pode empoderar as crianças e adolescentes, favorecendo o processo de conscientização, podendo quebrar com o fatalismo instituído e concebendo uma nova percepção da vida. Essa percepção inicial pode não ser positiva, pois poderá mostrar ao sujeito as mazelas e as desigualdades vividas, porém pode ser a partir daí que outro movimento de vida possa vir a ocorrer. “Trata-se de um processo dialético em que a mudança das condições sociais e a mudança das atitudes pessoais vão se possibilitando mutuamente” (Baró, 1987) p.197.

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Nossa ida à campo nos possibilitou confirmar o papel social do esporte, função essa essencial na vida de muitas crianças e jovens. Sabemos que o esporte não é a salvação para as desigualdades sociais, porém entendemos a sua importância, como formador de pensamento crítico, podendo gerar empoderamento e conscientização social.

A questão de incentivos para o esporte foi um assunto que apareceu em inúmeras entrevistas, faz-se necessário que o poder público invista no esporte e na educação, duas vertentes que apareceram de forma marcante nas entrevistas.

“O problema do Brasil é assim, enquanto não se investir maciçamente na educação, tanto em quantidade quanto em qualidade de ensino. Não se vai conseguir diminuir a criminalidade, porque a ociosidade das crianças levam a elas a aprenderem coisas que no futuro elas poderão se tornar verdadeiros marginais e criminosos, e na realidade até hoje, os governos ainda não investiram como deveriam na educação como um todo.” (W. 56 anos)

Essa fala de um professor, nos leva a debater a importância da educação e do esporte, pois, segundo Baró (1987), a mudança para sair do fatalismo é a partir da recuperação da memória histórica, organização popular e prática de classe. E entendemos que a educação tem um papel excepcional nessa mudança de sair da alienação, pensar criticamente e gerar autonomia, como diz Paulo Freire (1996) “Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. P.21

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das pesquisas feitas na literatura e nas Vilas Olímpicas, percebemos a importância do esporte para a sociedade, voltado para a valorização do sujeito e o desenvolvimento de suas potencialidades.

Trabalhamos nesse artigo o esporte como uma fecunda ferramenta social sendo possível gerar autonomia e autoestima. O esporte contribui para a luta contra os estigmas e valoriza o saber do coletivo. Entendemos que o esporte não pode ser visto como o salvador das mazelas sociais e são necessários investimentos na educação, nas políticas

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da assistência social, na geração de emprego e no transporte, para a melhoria de vida da população.

Defendemos o referencial da psicologia social comunitária pois, entendemos que a mudança ocorre pelo coletivo, trabalhando sempre com em direção à democracia e de uma sociedade plural e heterogênea. Logo, entendemos que o esporte empodera e faz emergir novas formas do sujeito se ver no mundo. O sujeito pode perceber o fatalismo que está imerso e compreende-lo não como um destino fatal, mas algo que foi imposto como natural, porém com condições de ser modificado.

Nosso artigo diz respeito ao processo de conscientização que o esporte trabalhado numa perspectiva social pode vir a proporcionar, pois entendemos que a sociedade precisa ser igualitária, com direitos iguais para todos, em que o acesso à educação, saúde, esporte, lazer e os bens básicos sejam oferecidos para todos e não apenas para quem pode pagar por eles. Nos posicionamos frente à um trabalho ético e político da psicologia, não compactuando com formas de tratamentos diferenciadas por renda ou qualquer outra forma.

Visitar e acompanhar o trabalho das Vilas Olímpicas foi de total importância, pois podemos perceber o quão importante esse espaço representa para as crianças e os jovens como elas se doam por estar ali, desenvolvendo-se integralmente.

Por fim, indagamos o motivo do esporte brasileiro, não ser valorizado. Sabemos do “esporte show” que o futebol se transformou, porém questionamos o esporte de base, que muitas vezes começa na infância ou na juventude, um esporte que como foi visto, pode ser um transformador social.

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