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Clipping SCA. Data de Criação: 03/03/2021. Criado por: Biblioteca SP

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Data de Criação: 03/03/2021

Criado por: Biblioteca SP

Clipping SCA

Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de inteira responsabilidade de seus autores. Não traduzem, por isso mesmo, a opinião legal ou manifestação de integrante da SiqueiraCastro.

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Sumário das

Matérias:

Receita cria obstáculos a uso de crédito tributário Valor ––03 de março...01 Governo estuda redução de jornada e salário por 4 meses Valor ––03 de março...05 Mercosul está aberto a nova cláusula com UE Valor ––03 de março...07 Governo não pode obter vantagens sobre investidores em estatais, diz OCDE

Valor ––03 de março...10 Qual deve ser o alvo dos BCs

Valor ––03 de março...12 Câmbio e custos pioram situação de empresas Valor ––03 de março...15 Setor químico diz que nova regra afetará produção Valor ––03 de março...18 Para Anfavea, MP inviabiliza programa para deficientes Valor ––03 de março...20 Operação atípica com ações da Petrobras está na mira da CVM

Valor ––03 de março...22 Movimento falimentar

Valor ––03 de março...25 Startup dará força ao 5G, diz Nokia

Valor ––03 de março...27 Renegociação de dívidas deve atingir R$ 1 bi Valor ––03 de março...30 Bancos veem crédito mais caro com aumento da CSLL Valor ––03 de março...31

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Rede de lojas pode abater gastos com condomínio Valor ––03 de março...33 Complemento do ICMS-ST é constitucional? Valor ––03 de março...35 Complemento do ICMS-ST é constitucional? Valor ––03 de março...37 OCDE recomenda aprimorar regras para indicação em estatais em meio a intervenção de Bolsonaro

Folha ––03 de março...39 Novo programa de corte de jornada e salário divide setores

Folha ––03 de março...43 Em reedição de MP 936, trabalhador terá menos parcelas de seguro-desemprego caso seja demitido no futuro Globo ––03 de março...45 TJ-SP admite IRDR sobre ação rescisória com base em lei declarada inconstitucional

Conjur ––03 de março...47 Loja de shopping consegue afastar cláusula de raio de contrato

Migalhas ––03 de março...49 Receita Federal autoriza crédito de PIS e COFINS sobre vale-transporte

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Valor Econômico

Caderno: Primeira Página,

quarta-feira 03 de março de 2021.

Receita cria obstáculos a uso

de crédito tributário

Fisco montou uma equipe

exclusiva de auditores para verificar e aprovar os valores que as companhias afirmam ter direito, a partir de decisões judiciais

Por Joice Bacelo — Do Rio

A Receita Federal adotou uma estratégia que pode, segundo especialistas, dificultar ou mesmo inviabilizar o pagamento de tributos pelas empresas com créditos ganhos na disputa sobre a exclusão do ICMS no cálculo do PIS e da Cofins. O Fisco montou uma equipe exclusiva de auditores para verificar e aprovar os valores que as companhias afirmam ter direito, a partir de decisões judiciais.

Em 2020, os créditos relativos a ações judiciais tiveram um impacto de R$ 63,6 bilhões na arrecadação. A maior parte desse valor, segundo a Receita, é proveniente da disputa sobre a exclusão do ICMS. Os balanços do ano passado mostram que a arrecadação federal poderá ser novamente afetada pelas compensações. A Ambev informa, por exemplo, que os resultados do quarto trimestre “foram impactados positivamente por R$ 4,3 bilhões de

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créditos tributários” decorrentes de ação judicial sobre o tema. O GPA, em suas demonstrações financeiras, também relata ter vencido a disputa, “resultando o registro de crédito tributário no montante de R$ 1,6 bilhão”.

A força-tarefa da Receita é vista no meio jurídico como um esforço da equipe econômica para reduzir perdas na arrecadação. Segundo advogados, a medida deve gerar mais autuações e, consequentemente, disputas judiciais.

Em 2017, o Supremo Tribunal Federal decidiu que as empresas poderiam excluir o ICMS do cálculo do PIS e da Cofins. Na época, a disputa foi avaliada em R$ 250 bilhões. A Fazenda recorreu, mas o tema ainda não voltou à pauta.

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Auditoria da Receita em

créditos de PIS/Cofins pode

travar compensações

Órgão reage ao impacto dos

valores obtidos em ações

judiciais na arrecadação federal Por Joice Bacelo — Do Rio

Fábio Calcini: portaria causa preocupação e, de certa forma, mexe com o psicológico, interfere na conduta dos

contribuintes — Foto: Luis

Ushirobira/Valor

O impacto na arrecadação pelo uso de créditos de PIS e Cofins, resultantes da exclusão do ICMS, fez a Receita Federal reagir: montou uma equipe exclusiva para verificar os valores que as empresas dizem ter direito. Essa estratégia, afirmam advogados, poderá dificultar - ou até inviabilizar - as compensações (o uso de crédito para pagar tributo).

Trata-se de uma equipe nacional de auditoria. Esse grupo vai concentrar as fiscalizações dos valores obtidos pelos contribuintes com as ações judiciais. Em 2020, as empresas utilizaram R$ 63,6 bilhões em

02 créditos ficais decorrentes de disputas na Justiça - 174% a mais que no ano anterior. O forte crescimento está relacionado à chamada “tese do século”, de acordo com a Receita. Os balanços referentes a 2020 mostram que a arrecadação federal poderá ser novamente afetada pelas compensações. A Ambev informa, por exemplo, que os resultados do quarto trimestre “foram impactados positivamente por R$ 4,3 bilhões de créditos tributários” decorrentes de decisão judicial sobre o tema.

O GPA (Pão de Açúcar), nas suas demonstrações financeiras, também relata ter vencido a disputa, “resultando o registro de crédito tributário no montante de R$ 1,6 bilhão”. Acrescenta que a compensação desse crédito está sujeita a determinados processos administrativos e estima realizá-lo em cinco anos.

A exclusão do ICMS do cálculo do PIS e da Cofins está amparada em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) do ano de 2017. Esse julgamento ainda não está completamente encerrado. O desfecho depende da análise de um recurso (embargos de declaração) que foi apresentado pela Fazenda Nacional. Nos tribunais regionais federais, no entanto, os processos estão tramitando e é por esse motivo que as empresas vêm obtendo as decisões finais (trânsito em julgado) dos seus casos - que servem como passaporte para as compensações.

A equipe de auditoria que foi criada pela Receita vai, portanto, se debruçar sobre esses valores. Os

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profissionais ficarão vinculados à Coordenação-Geral de Arrecadação e de Direito Creditório (Codar). Eles serão responsáveis pela análise do direito aos créditos e das declarações de compensação dos contribuintes. Caberá a essa equipe emitir os despachos decisórios e fazer o lançamento de tributos e multas caso entendam que há erro na declaração do contribuinte. A atuação desse grupo ocorrerá pelo prazo de 12 meses, podendo ser prorrogável se o órgão entender necessário.

A força-tarefa da Receita está sendo vista no mercado como um esforço da equipe econômica para tentar reduzir as perdas na arrecadação. Por isso, na visão dos advogados, deve gerar um número grande de autuações e, consequentemente, mais brigas administrativas e judiciais.

“Essa portaria causa preocupação e, de certa forma, mexe com o psicológico, interfere na conduta dos contribuintes de querer ou não continuar compensando. E isso é muito ruim, especialmente neste momento de crise”, diz o advogado Fábio Calcini, sócio do Brasil, Salomão e Matthes.

Os advogados acreditam que a auditoria da Receita vai se concentrar na questão do ICMS que foi retirado do cálculo do PIS e da Cofins: se o que consta na nota fiscal ou o efetivamente recolhido pelo contribuinte aos Estados. O órgão entende que deve ser o imposto recolhido, que geralmente tem valor menor - esse posicionamento consta na Solução de Consulta nº 13, de 2018.

03 Há discussões em relação a isso e os contribuintes vêm obtendo decisões favoráveis nos tribunais. Em algumas das decisões já transitadas em julgado consta expressamente que o ICMS a ser excluído é o da nota fiscal. Nesses casos, dizem advogados, a Receita Federal, mesmo entendendo de forma diferente, não poderia desconsiderar o crédito por meio dessas fiscalizações.

Só que essas ações são minoria, as mais recentes, afirmam Luca Salvoni e Rafael Vega, do escritório Cascione. “Na maior parte das ações, a exclusão do ICMS consta de forma genérica. Essa discussão sobre qual o imposto deve ser excluído surgiu depois do julgamento do STF. As ações que foram ajuizadas antes, portanto, não tratam disso”, diz Vega.

A Receita Federal também poderá ir além dessa discussão, afirmam os advogados. Um dos temores é de que sejam exigidos os comprovantes de pagamento do imposto estadual de um período mais remoto.

Rafael Nichele, sócio do escritório Nichele Advogados Associados, cita o caso de uma empresa, por exemplo, que entrou com ação em 2008. Ela tem por direito receber os valores que pagou a mais nos cinco anos anteriores. Se a decisão que a favorece transitou em julgado em 2018, portanto, ela poderá incluir no cálculo - para a soma dos créditos aos quais têm direito - os valores que foram pagos a mais desde 2003.

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“Estamos falando de quase 20 anos. A empresa faz o cálculo com base nos seus registros contábeis. Mas a maioria só guarda os comprovantes de recolhimento do ICMS dos últimos cinco anos. Se a fiscalização exigir os comprovantes de quase duas décadas, se não bastar o que consta nos registros contábeis, pode complicar”, pondera.

O tributarista Caio Malpighi, do escritório Ayres Ribeiro Advogados, cita uma outra situação que também poderá ser levantada pela Receita Federal: a compensação cruzada. Afeta as empresas que usaram os créditos da exclusão do ICMS para pagar débitos previdenciários.

Só em 2018, com a unificação do sistema, é que passou a ser permitido aos contribuintes compensar crédito tributário com débito previdenciário e vice-versa. Antes não era possível. Há discussão - inclusive no Judiciário - se as empresas que obtiveram decisões depois de 2018, mas referentes a fatos ocorridos anteriormente, podem fazer a compensação cruzada. “A Receita entende que não. Para ela, vale a data do fato gerador”, diz Caio Malpighi. A força-tarefa da Receita pode, ainda, interferir em um momento anterior à compensação, alerta Carlos Vidigal, do escritório Vinhas e Resenschi. Consta no artigo 4º da Portaria nº 10, publicada na noite de segunda-feira para criar a equipe de auditoria, que caberá a esses profissionais expedir Termo de Distribuição do Procedimento Fiscal (TDPF).

04 Esse procedimento serve para confirmar “a certeza e a liquidez” do crédito. Só que quando utilizado trava as compensações. A empresa pode ter o crédito habilitado, mas não poderá utilizá-lo para pagar tributos. Esse “congelamento” ocorre durante todo o período de fiscalização, inicialmente previsto para 120 dias, mas sem limites para prorrogação.

https://valor.globo.com/legislacao/notici a/2021/03/03/auditoria-da-receita-em- creditos-de-pis-cofins-pode-travar-compensacoes.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, quarta-feira 03 de

março de 2021.

Governo estuda redução de

jornada e salário por 4 meses

Ideia é repetir o programa BEm do ano passado para conter o desemprego, mas com prazo superior

Por Edna Simão e Lu Aiko Otta — De Brasília

O governo federal pretende prorrogar o Programa de Preservação de Renda e do Emprego (BEm), que prevê a suspensão de contratos de trabalho e redução de salário, por quatro meses neste ano. Pela discussão até o momento, a intenção é repetir o que foi feito em 2020. Ou seja, dividir o custo da compensação financeira com o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), por meio de antecipação do seguro-desemprego. Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou que o programa será renovado, mas não deu detalhes. Se a ideia dos técnicos da área econômica prosperar, a União bancaria dois meses da compensação por perda total ou parcial de renda ao trabalhador e o restante do período seria financiado por uma antecipação do seguro-desemprego. A proposta ainda enfrenta resistência política. Além disso, mesmo compartilhando

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os custos com o FAT, que banca o seguro-desemprego, a União ainda não sabe de onde retiraria o recurso para custear sua parte do ressarcimento ao trabalhador.

Diante da perspectiva de aumento do desemprego devido ao recrudescimento da pandemia e seu reflexo na atividade econômica, a expectativa dos técnicos do governo é que a medida não demore para ser relançada. A tendência é que seja ainda neste mês.

Enquanto não se anuncia a prorrogação do BEm, o governo deve reeditar ainda semana uma medida provisória (MP) para permitir, assim como aconteceu no ano passado, a antecipação de férias e feriados, além de possibilitar o diferimento (adiamento) do pagamento de contribuição da empresa para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A prorrogação do fim da carência do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) também está em análise, inclusive do ponto de vista jurídico. O pagamento que começaria em março começa quatro meses depois. No entanto, o empresário vai pagar um acréscimo nas outras prestações.

Em abril de 2020, o governo editou a MP 936, permitindo a redução de salário e jornada e suspensão de contratos com compensação salarial parcial pelo governo para minimizar os efeitos da pandemia do coronavírus na economia e evitar uma onda de demissões. Inicialmente, a redução da jornada foi permitida por três meses e a suspensão de contrato

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por dois meses. A medida foi prorrogada algumas vezes, mas encerrou em dezembro.

Desta vez, a equipe econômica considera prorrogar a medida por mais quatro meses. Assim como no ano passado, a empresa que aderir ao programa terá que garantir ao trabalhador uma estabilidade pelo mesmo período de tempo que se beneficiou do auxílio do governo. Além disso, os técnicos do governo asseguraram o pagamento de até três meses de seguro-desemprego (em caso de demissão). Ou seja, dessa forma, avalia-se, os trabalhadores estariam “protegidos”, ou seja, teriam uma renda para se manter pelo prazo de nove a 11 meses, tempo necessário para atravessar esse período mais difícil da pandemia.

Segundo balanço feito em dezembro pelo Ministério da Economia sobre o impacto fiscal das medidas adotadas para o combate do coronavírus, a despesa com o chamado BEm seria de R$ 51,5 bilhões. Até dia 18 de dezembro, 9,838 milhões de trabalhadores haviam sido beneficiados em cerca de 20 milhões de acordos com 1,464 milhão de empregadores. (Colaborou Mariana Ribeiro) https://valor.globo.com/brasil/noticia/2 021/03/03/governo-estuda-reducao-de-jornada-e-salario-por-4-meses.ghtml Retorne ao índice 06

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, quarta-feira 03 de

março de 2021.

Mercosul está aberto a nova

cláusula com UE

Chanceler diz que declaração com compromissos ambientais pode ser anexada ao acordo Por Daniel Rittner — De Brasília

Ernesto Araújo: “Já dissemos que estamos prontos para ir adiante” — Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou ontem que o Brasil e seus sócios do Mercosul estão dispostos a incluir uma declaração anexa sobre meio ambiente no acordo de livre comércio com a União Europeia, com o objetivo de facilitar sua assinatura e ratificação por países europeus que têm cobrado o governo Jair Bolsonaro pela alta nas taxas de desmatamento.

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“Existe essa ideia. Nós - Brasil, Mercosul - já dissemos que estamos prontos para ir adiante”, disse o chanceler. Ele ponderou, no entanto, que o bloco não quer “reabrir a negociação, que foi complicada e complexa”. “Dentro desse parâmetro básico, estamos prontos a ver qual é a ideia por parte da UE, o que ajudaria nesse processo de ratificação.”

Depois de 20 anos de tratativas, o acordo UE-Mercosul foi fechado em junho de 2019, mas ainda está pendente de assinatura e requer a aprovação do Parlamento Europeu. Países como França, Áustria, Holanda e Bélgica (especificamente a região da Valônia) têm colocado restrições aos próximos passos.

Eles alegam que a abertura do mercado europeu para produtos do agronegócio brasileiro pode favorecer o avanço do desmatamento na Amazônia. O governo brasileiro costuma dizer que essa postura se deve a interesses comerciais, de caráter protecionista, e não puramente ambientais.

Daí surgiu a ideia de uma declaração anexa ao tratado, com compromissos adicionais sobre meio ambiente, com a qual Araújo afirmou concordar. Mas ele fez uma ressalva: é preciso “ver o que está lá (na possível declaração) e se está de acordo com nossos interesses”.

O ministro enfatizou que o próprio acordo já tem mecanismos de proteção ambiental e que o Brasil reitera sua preocupação com o tema. Para ele, “essa realidade vai acabar transparecendo e conseguiremos

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algum compromisso adicional que demonstre isso”.

Araújo recebeu jornalistas para sua entrevista coletiva do ano, no Palácio do Itamaraty, que sugere um reposicionamento em sua estratégia de comunicação adotada nos últimos meses. Criticado por aliados do presidente Jair Bolsonaro no Centrão, ele escasseou seus contatos com a imprensa e aproximou-se de mídias alternativas, com viés conservador e governista.

A nova tática coincide com uma mudança na área de comunicação do Itamaraty, que passou a ter o embaixador Paulino Franco como principal responsável.

No início da coletiva, Araújo fez uma defesa do livre mercado e criticou o planejamento central da economia. “Não funciona. A mesma coisa se aplica à analogia sobre informação, com uma entidade central determinando o que é e o que não é. Defendemos a livre circulação de ideias e de falas”

Na entrevista, com uma hora e meia de duração, o ministro defendeu uma flexibilização do Mercosul para permitir que seus quatro sócios possam acelerar negociações comerciais conforme seus interesses individuais.

Uma decisão adotada pelo bloco em 2000 obriga Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai a discutir tratados comerciais sempre de forma conjunta. Em eventual mudança de regra, cada país poderia fazer sua própria abertura a produtos estrangeiros em intensidade e velocidade diferentes.

08 Os quatro sócios compartilham uma tarifa de importação comum (a TEC). Araújo disse ser favorável a flexibilizar o Mercosul “para dar mais velocidade à negociação de acordos quando [houver] disposição diferente” de cada sócio. “Esperamos que isso nos permita negociar muito mais rápido com todas as economias que sejam relevantes.”

Entre os alvos elencados pelo ministro estão Índia e Japão. Ele também mencionou negociações já em andamento (Coreia do Sul) e outras já autorizadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), como com Vietnã e Indonésia. “Continuamos com planos de negociações mais profundas com os Estados Unidos e outros parceiros”, acrescentou.

Quanto aos Estados Unidos, Araújo afirmou que o diálogo entre Brasil e a nova gestão na Casa Branca tem evoluído em “atmosfera de total confiança e entendimento recíproco” nas primeiras semanas de governo Joe Biden.

“O novo governo americano está olhando a realidade e não uma narrativa distorcida. Essa confiança que foi plantada entre os presidentes Bolsonaro e [Donald] Trump continua florescendo.”

Araújo procurou, em suas intervenções iniciais, contrapor as críticas de que o relacionamento Brasil-EUA durante a gestão Donald Trump teria contrariado os interesses nacionais. Ele citou o acordo de salvaguardas tecnológicas (que viabiliza o uso da base de lançamentos em Alcântara) e o

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recente pacote de acordos na área regulatória como exemplos.

No caso da gestão Biden, disse que as boas relações começaram por uma área que os críticos apontavam como potencial ponto de fricção: a discussão sobre meio ambiente e mudanças climáticas. https://valor.globo.com/brasil/noticia/2 021/03/03/mercosul-esta-aberto-a-nova-clausula-com-ue.ghtml Retorne ao índice 09

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Valor Econômico

Caderno: Brasil quarta-feira 03 de

março de 2021.

Governo não pode obter

vantagens sobre investidores

em estatais, diz OCDE

Chave para blindar as empresas

de interferências é o

fortalecimento dos conselhos de administração, defende entidade Por Lu Aiko Otta — De Brasília

O Estado não deve usar empresas estatais para obter vantagens indevidas em relação a outros investidores das empresas, disse ontem o economista-sênior da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) Hans Christiansen, na apresentação de relatório sobre as estatais brasileiras. “Vemos isso nos jornais”, comentou, sem especificar a quais episódios se referia.

A chave para blindar as empresas de interferências é o fortalecimento dos conselhos de administração, segundo explicou. Disse que esses devem ser profissionalizados e se manterem independentes do poder público, acrescentou. “Não é possível que o Estado interfira de maneira cotidiana nas empresas.”

Essas recomendações constam do relatório e estão alinhadas com

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diretrizes gerais da organização para empresas estatais em geral.

Especificamente em relação ao Brasil, uma das principais recomendações do relatório é garantir que a nomeação e a destituição de presidentes de empresas estatais sejam feita apenas pelos conselhos de administração das empresas, disse o analista de políticas da OCDE Caio Oliveira.

Não deve ser prerrogativa do presidente da República ou do ministro, porque os conselhos não deixam de ser filtros contra indicações políticas, disse. Além disso, o poder de destituir permite aos conselhos fiscalizar resultados. A transferência da escolha dos chefes das estatais para os conselhos não demandaria grandes alterações legais, disse. Exceções são Caixa e Banco do Brasil, pois nesse caso a lei estabelece que a nomeação dos presidentes cabe ao presidente da República. “Mas não é impensável uma delegação.”

Outra recomendação da OCDE é garantir a presença de pessoas qualificadas. Uma avaliação sobre o perfil dos conselheiros mostrou que há poucos especialistas em contabilidade e auditoria e também poucas pessoas com experiência internacional. A recomendação é recorrer a “headhunting”.

A OCDE avaliou ainda que a remuneração para dirigentes de empresas estatais é inferior à do mercado e recomenda uma aproximação de valores. A União, diz o documento, deve estabelecer seus objetivos de longo prazo ao deter

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empresas estatais. Dessa forma, a seleção das que serão desestatizadas fica mais racional.

Outro item é a fixação de metas financeiras e não financeiras, pois a falta delas impede a cobrança de resultados. “ Em vez de telefonemas e reuniões entre ministros e presidentes de estatais, a recomendação é que se tenha um documento claro definindo esses objetivos.”

De 245 instrumentos da OCDE, o Brasil aderiu a 99 e solicitou adesão a outros 44, disse o secretário-especial adjunto da Secretaria Especial de Relacionamento Externo da Casa Civil, Pedro Florêncio. É, entre os candidatos a ingressar na organização, o que tem maior número de adesões. https://valor.globo.com/brasil/noticia/2 021/03/03/governo-nao-pode-obter- vantagens-sobre-investidores-em-estatais-diz-ocde.ghtml Retorne ao índice 11

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Valor Econômico

Caderno: Opinião, quarta-feira 03 de

março de 2021.

Qual deve ser o alvo dos BCs

Entre muitas opções, sistema de meta de inflação é o mais simples e o menos ruim

Por Martin Wolf

Desde o começo da década de 1990 a resposta para essa pergunta é, cada vez mais, “a inflação dos preços ao consumidor”. Mas isso nunca foi uma verdade inconteste. Atualmente, existem quatro posições alternativas. Uma delas considera que os BCs deveriam mirar os preços dos ativos. Outra acha que deveriam ter como alvo alcançar uma taxa de juros “justa”. Outra ainda pondera que deveriam se voltar para a atividade real. A última pensa que deveriam se pautar por algum outro objetivo nominal, como o nível de preço ou o PIB nominal. São discussões importantes. Mas permanece a realidade: a atividade de um BC é

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arte, não ciência. A arte tem de ser direcionada por objetivos lógicos, associados a uma profunda consciência da incerteza.

Desde o começo da década de 1990, a visão dominante entre os BCs e os economistas é a de que o melhor alvo seria a inflação. Essa posição foi pioneiramente promovida pela Nova Zelândia em 1990, no que foi rapidamente seguida por Canadá e o Reino Unido. O Federal Reserve [BC dos EUA] tomou o mesmo rumo em 2012. O Banco Central Europeu (BCE) também tem, na prática, a inflação como alvo, embora sua meta seja um teto não simétrico de aproximadamente 2%. De acordo com Paul Fisher, da Faculdade de Negócios Warwick, 67 bancos tinham metas de inflação em 2018.

Nenhum BC mentalmente

saudável criaria recessões

deliberadamente a fim de salvar o setor financeiro de si mesmo. Em vez disso, ele tem de salvar a economia do setor financeiro

por meio de rígida

regulamentação, principalmente da alavancagem

O fundamento lógico que sustenta o foco na inflação tem três componentes. O primeiro é o de que um instrumento - nesse caso, a política monetária - só pode ser direcionado para uma única meta. O segundo é o de que um BC só pode ter como alvo algum tipo de meta nominal. O terceiro é o de que a inflação é um objetivo abrangente e politicamente aceitável.

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Um subconjunto dos que acham que os BCs deveriam se voltar para os preços dos ativos concorda em que é necessário que haja apenas uma meta. Mas querem que as instituições tenham como alvo o preço de uma commodity, geralmente o ouro. Talvez, em algum momento, queiram que os BCs se voltem para o bitcoin como o supremo ativo de reserva, em vez disso. A objeção contra um padrão ouro é o fato de eliminar a discrição, o que se revelou intolerável.

Uma visão mais compartilhada é a de que os BCs deveriam se pautar pelo crescimento da dívida ou por uma série de preços de ativos, como os de casas ou de ações. A Nova Zelândia, por exemplo, acaba de orientar seu BC a ter como alvo os preços das casas. As pessoas que pensam assim afirmam que aumentos explosivos dos preços dos ativos alimentam a desigualdade social e criam instabilidade.

Há pelo menos quatro objeções a se mirar os preços dos ativos. 1- devido ao fato de os preços dos ativos serem voláteis, adotá-los como meta tornaria a política monetária altamente volátil e geraria grande instabilidade macroeconômica; 2- ninguém sabe qual deveria ser o valor real “certo” das ações ou do imóvel dado como garantia na tomada de empréstimos; 3- os BCs têm, de toda maneira, de levar em conta os preços dos ativos e o crescimento da dívida ao avaliar a situação da economia. Por último, se os BCs quiserem influenciar os preços dos ativos ou a alavancagem, deveriam usar em vez disso um amplo conjunto de instrumentos regulatórios.

13 Talvez o argumento mais grotesco seja o que aborde a desigualdade de renda. É absurdo argumentar em favor de uma política monetária mais restritiva e, portanto, do aumento do desemprego a fim de reduzir a desigualdade de renda, que é simplesmente um coeficiente. Em 2020, o patrimônio do 20º percentil da distribuição de renda dos EUA era de US$ 6.400, e do 40º, de US$ 67.500. O segmento de 0,1% dos donos das maiores fortunas começava perto dos US$ 43 milhões. Que diferença faria a duplicação destes últimos para os que não têm praticamente nada? Se as pessoas querem menos desigualdade de renda, deveriam argumentar em favor dos impostos sobre as grandes fortunas e sobre a herança.

Um ponto de vista ligado ao descrito acima é o de que o BC deveria ter como alvo uma meta de juros real positiva. A convicção implícita é a de que sabemos qual deveria ser a taxa real de juros e que o BC é responsável por fixá-la num patamar tão baixo por tanto tempo. Nenhuma das duas premissas é justificável. A taxa de juros adequada depende de condições da economia como um todo, principalmente da poupança e do investimento. Além disso, o BC tem de fixar uma taxa que seja compatível com o equilíbrio macroeconômico. Em vista disso, são as realidades subjacentes que delimitam, em última instância, o raio de ação da instituição.

Usar a política monetária para focar nos preços dos ativos, em vez de simplesmente levá-los em consideração, é loucura. Mas não é absurdo examinar o nível de atividade

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real. De fato, o Fed já tem como missão avaliar o desemprego. Felizmente voltar-se para a inflação é compatível com transformar o nível de atividade real em objetivo supremo. Quanto mais fraca a relação entre inflação e desemprego, mais o objetivo do banco tem de ser o nível de emprego máximo, sujeito à contenção da inflação. Recentemente, o Fed chegou até a mudar de modo a abordar a inflação média. Isso vai lhe permitir mirar a atividade real mais agressivamente, por meio da compensação por um longo período de inflação abaixo da meta por um de inflação acima da meta. Referenciar-se no nível de preços ou no PIB nominal poderia reforçar esse objetivo.

Resumido, o enfoque amplo que prevalece hoje sobre a atividade de um BC é, sem dúvida, o menos ruim. Isso não significa que seja fácil de operar.

É bastante provável que a política monetária necessária para gerar nível de emprego máximo e inflação estável seja compatível com todos os tipos de atividade tresloucada do sistema financeiro. Mas nenhum BC mentalmente saudável criaria recessões deliberadamente a fim de salvar o setor financeiro de si mesmo. Em vez disso, ele tem de salvar a economia do setor financeiro por meio da rígida regulamentação, principalmente da alavancagem. No mesmo sentido, é possível que uma crise excepcional, como a pandemia, gere políticas públicas equivocadas, inclusive uma inflação inesperadamente alta.

14 Os BCs têm de estar sempre alertas. Mas ninguém deve imaginar que exista um regime alternativo que solucionará todas as dificuldades. Os BCs vão errar. Mas têm de manter as coisas num nível fácil de entender. (Tradução de Rachel Warszawski)

Martin Wolf é editor e principal analista econômico do Financial Times

https://valor.globo.com/opiniao/coluna/ qual-deve-ser-o-alvo-dos-bcs.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Especial, quarta-feira 03 de

março de 2021.

Câmbio e custos pioram

situação de empresas

Previsão é de queda de margens e repasses ao consumidor

Por Ana Conceição, Ana Paula

Machado, Anaïs Fernandes,

Chiara Quintão, Cibelle Bouças,

Cristian Favaro e Raquel

Brandão — De São Paulo e Belo Horizonte

Ricardo Bloj, presidente da Lenovo no Brasil: cerca de 95% dos componentes são atrelados ao dólar, o que o obrigou empresa a repassar custos aos preços — Foto: Divulgacão

Não há sinais de alívio para as empresas brasileiras neste início de ano. O recrudescimento da pandemia acentua a perspectiva de demanda fraca e coloca em xeque a previsão de alguns setores para 2021. Ao mesmo

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tempo, a contínua alta dos preços das commodities sem uma contrapartida cambial - pelo contrário, a desvalorização do real prossegue - dificulta o acesso a insumos e pressiona custos, o que pode achatar margens e elevar preços ao consumidor.

Uma das mais prejudicadas pela pandemia, a indústria têxtil teme não conseguir recompor as perdas do ano passado ainda em 2021, afirma Fernando Pimentel, presidente da Abit, que reúne empresas do setor. As projeções ainda não foram revisadas, mas o viés é de baixa. “O prognóstico era terminar o ano com a produção geral no patamar de 2019. Mas a piora da pandemia, com restrições de mobilidade, afeta o comércio de vestuário, cuja compra pode ser postergada”, diz ele.

Para completar o quadro, há uma “explosão” no preço de commodities, impactando o algodão e matérias-primas sintéticas, segundo Pimentel. “Vai gerar um novo ponto de equilíbrio que eu não sei exatamente qual será.”

Ontem, o dólar tocou R$ 5,73, com o presidente Jair Bolsonaro optando por elevar a taxação de alguns setores para compensar as perdas geradas pela zeragem do PIS/Cofins sobre o diesel e o GLP.

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) suspendeu suas estimativas para o setor neste ano. Há cerca de um mês, calculava crescimento nominal de 3,5%. João Carlos Basílio, presidente da

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entidade, ainda diz esperar avanços, mas afirma que é difícil cravar projeções “porque a preocupação com a economia está muito grande”. A associação estima que o primeiro semestre será de queda em relação a 2020. “Minha percepção é que pode chegar a dois dígitos”, diz Basílio. A Farmax, fabricante mineira de cosméticos, produtos farmacêuticos e hospitalares, fechou 2020 com crescimento de 20%, atingindo uma receita da ordem de R$ 500 milhões. Para este ano, estima avanço menor, em torno de 10%. A empresa encerrou acordo que tinha desde 2018 para distribuir produtos da sul-coreana LG Household & Health Care. Com a variação cambial, parou de fazer sentido importar, conta Ronaldo Ribeiro, presidente da Farmax.

A indústria elétrica e eletrônica continua com um “otimismo cauteloso”, mas a piora da pandemia nos últimos 15 dias também afeta as expectativas dos empresários, segundo Humberto Barbato, presidente da associação que representa o setor, a Abinee. “Gostaríamos que o ritmo de vacinação pudesse ser maior”, diz ele. “Se as pessoas percebem que vai demorar mais tempo para sair dessa situação, tendem a gastar menos.” Sondagem da Abinee de janeiro mostra que as dificuldades das empresas do setor na aquisição de componentes e matérias-primas persistem, conforme 71% das entrevistadas. Continua alto também o número de empresas que perceberam pressões acima do normal nos custos - 85%, ante 30% em janeiro de 2020.

16 A Lenovo, por exemplo, vê instabilidade na oferta de insumos pelo menos até julho. Quando o assunto é preços, porém, o maior problema é mesmo o câmbio. “No ano passado tivemos um aumento do dólar de 30% e que teve de ser repassado durante todo o ano. Neste começo, já vimos mais um repique na moeda de 3%”, diz o presidente da empresa no Brasil, Ricardo Bloj. Cerca de 95% dos componentes de um computador estão atrelados à divisa norte-americana. A aposta da Lenovo é de um câmbio médio na casa dos R$ 5,40 para o ano, com uma possibilidade de queda mais para o final do período.

No segmento de eletroeletrônicos, além da dor de cabeça com o câmbio, ainda está no radar o risco de uma nova paralisação por causa da covid-19. Em abril, a pandemia levou o setor a reduzir em 80% sua produção. “A experiência mostra que talvez tenhamos um cenário em março e abril extremamente preocupante”, afirma José Jorge do Nascimento Junior, presidente executivo da Eletros, que representa indústrias de linha branca e marrom, entre outras. Em meio à escala do dólar, empresas buscam rever processos. A Cimed tem implantado uma política de hedge (proteção cambial) com posições renovadas a cada seis meses, segundo José Roberto Lettiere, CFO da farmacêutica. A sul-africana Aspen Pharma fez uma gestão mais austera de custos e investimentos. Alguns aportes foram postergados ou reduzidos, como a melhoria da fábrica na cidade de Serra (ES), de acordo com o presidente da subsidiária brasileira, Alexandre França.

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Além do câmbio, que afeta a importação de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA), o setor farmacêutico sofreu com reajustes postergados em 2020, lembra Nelson Mussolini, presidente executivo do sindicato do ramo, o Sindusfarma. “Astros estão alinhados para reduzir os resultados neste ano.”

Na indústria de materiais de construção, Rodrigo Navarro, presidente da entidade que representa o setor, a Abramat, defende que a cadeia da construção encontre conjuntamente solução para os impactos do câmbio, commodities, valores dos fretes e falta de contêineres. A Lorenzetti - fabricante de duchas e chuveiros elétricos, entre outros - reajustou os preços de seus produtos no patamar médio de 9%, em janeiro e considera necessária nova rodada.

Para algumas empresas, no entanto, é mais difícil fazer repasses. A Phisalia Cosméticos chegou a fazer um pequeno reajuste na virada do ano, mas o consumidor está mais sensível a aumentos, já que outros gastos, como alimentação.

17 Destoando, a indústria de máquinas e equipamentos não deve revisar o cenário otimista traçado para o ano, diz José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, associação do setor. Se o comércio internacional ganhar ritmo, a avaliação é de um cenário benéfico para exportações, sobretudo se mantido o real desvalorizado.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2 021/03/03/cambio-e-custos-pioram-situacao-de-empresas.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Especial, quarta-feira 03 de

março de 2021.

Setor químico diz que nova

regra afetará produção

Empresas do setor químico serão afetadas por fim de isenção fiscal e preveem perda de espaço para importados

Por Stella Fontes — De São Paulo

Para executivos de grandes empresas do setor químico ouvidos pelo Valor, o fim do Regime Especial da Indústria Química (REIQ) vai acelerar o fechamento de operações fabris no Brasil, ao colocar mais pressão sobre a já prejudicada competitividade do produto químico nacional. Algumas dezenas de companhias nacionais e de capital estrangeiro serão diretamente afetadas pelo fim do incentivo fiscal, que elevará em cerca de 3% o custo da produção petroquímica.

“A indústria não quer um incentivo permanente. Queremos condições de competir", disse uma das fontes, lembrando que a redução dos preços do gás natural prometida pelo atual governo ainda não foi cumprida. O setor responde sozinho por um quarto da demanda industrial de gás no país e paga pelo insumo até quatro vezes mais do que seus pares internacionais. O eteno, referência para a cadeia do plástico, custa três

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vezes mais do que no mercado internacional. Cerca de 80% do custo da produção petroquímica vem da matéria-prima.

O REIQ reduziu as alíquotas de PIS e Cofins incidentes na compra de matérias-primas petroquímicas de primeira e segunda geração, entre as quais a nafta, com o objetivo de fortalecer a indústria nacional frente à concorrência internacional, em particular a americana, que ressurgiu com força após a exploração do gás de xisto.

O pleito atual é o mesmo que levou à criação do regime especial em 2013: acesso a matérias-primas com custo competitivo. Inicialmente, o benefício valeria por cinco anos, prazo estimado para que o gás do pré-sal começasse a ser explorado e usado também como matéria-prima petroquímica. Mas a oferta abundante do insumo, com consequente queda dos preços, ainda não aconteceu. Maior petroquímica brasileira, a Braskem ainda usa nafta em algumas operações nacionais é a mais atingida pela extinção do programa. Outras grandes, como Dow, Basf, Unipar, Unigel, Elekeiroz e Oxiteno, são também afetadas direta ou indiretamente.

A medida, na avaliação das fontes, revela que o governo não tem um olhar estratégico para a atividade industrial como um todo, já que o setor está na base de muitas outras atividades, incluindo o agronegócio.

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Um estudo produzido pela consultoria LCA em 2018, quando o benefício esteve ameaçado, indica que o aumento de custos na química pode levar à retração de demanda da ordem de R$ 2,2 bilhões, com queda de R$ 7,5 bilhões de produção e de R$ 2,5 bilhões de valor adicionado, além do fechamento de 60 mil a 80 mil postos de trabalho.

Segundo um executivo graduado, em determinados segmentos, o efeito imediato não será relevante porque os preços internacionais, que funcionam como referência para o mercado doméstico, estão em alta e a desvalorização cambial traz ganhos adicionais. “Mas o fim do REIQ vai machucar bastante quando os preços estiverem baixos. E vão estar em algum momento, porque a indústria é cíclica”, observou.

Para a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a extinção do regime especial traz insegurança jurídica, porque “marca uma repentina mudança regulatória com efeito em elevação de custos no curtíssimo prazo”. “Neste momento tão crítico para o Brasil, o auxílio emergencial torna-se fundamental às famílias atingidas pela crise econômica. Nesse sentido, é nosso dever alertar que, para criarmos prosperidade, precisamos das reformas estruturais rapidamente. O fim do REIQ inicia outra crise que afetará a todos”, informou em nota. “A indústria química entende as necessidades do governo, mas talvez o fim do REIQ não seja o melhor caminho”, disse o diretor de relações institucionais da entidade, André Cordeiro. A medida provisória que extingue a desoneração de PIS e

19 Cofins no setor químico foi publicada ontem no “Diário Oficial da União” e segue, agora, para votação no Congresso.

Imediatamente, o fim precoce do benefício elevará em 3,65 pontos percentuais a carga tributária recolhida pelo setor. Atualmente, com o REIQ, as alíquotas de PIS e Cofins estão em 3,65% e assim permaneceriam até que se cumprisse o prazo de transição de oito a dez anos previsto na reforma tributária para os regimes especiais.

A Abiquim aponta ainda que a medida vai onerar produtos considerados essenciais para o combate da covid-19, em particular para o consumidor final. A medida pode ter efeito inflacionário em máscaras protetivas, álcool em gel, desinfetantes e sanitizantes, entre outros produtos. Outro reflexo da perda de competitividade da indústria será o aumento da participação de importados.

Esse avanço ganhou tração nos últimos anos. Em 2006, as importações tinham peso de 21% sobre o volume de demanda interna e, no início da série histórica da Abiquim, em 1990, tinham peso de apenas 7%. Hoje, essa fatia está em 46%, no maior nível da história. https://valor.globo.com/brasil/noticia/2 021/03/03/setor-quimico-diz-que-nova-regra-afetara-producao.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Especcial, quarta-feira 03 de

março de 2021.

Para Anfavea, MP inviabiliza

programa para deficientes

Nova regra expõe falta de habilidade no trato da inclusão Por Marli Olmos — De São Paulo

A participação das vendas de veículos por meio do programa de isenção de impostos para portadores de deficiência não é tão expressiva para os fabricantes. Em geral, representa menos de 10% do mercado. Mas o efeito antipático da medida provisória que reduziu o limite de preços do veículo permitido no programa e ampliou o prazo de troca ofereceu aos dirigentes do setor a chance de voltar a criticar a complexidade tributária do país.

“Este é mais um exemplo, entre tantos outros, do ambiente de distorção fiscal do nosso país e que também ilustra a urgência da implementação da reforma tributária”, disse, por meio de nota, o presidente da A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes.

A entidade não perdeu tempo para apresentar cálculos que expõem a falta de habilidade no trato de um

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assunto delicado e que envolve a inclusão, debate que ganha cada vez mais relevância em todo o mundo. A nova MP limita em R$ 70 mil o valor máximo de aquisição de veículos com isenção de IPI para pessoas com deficiência e amplia o prazo para a troca do carro de dois para quatro anos. Até hoje apenas a isenção do ICMS era limitada a carros que custam R$ 70 mil. No caso do IPI, não havia limite.

A Anfavea imediatamente lembrou que já se passaram 13 anos desde que se estabeleceu o teto de R$ 70 mil. Desde 2008, destacou a entidade, os carros evoluíram, por meio de novas tecnologias. E desde então o valor nunca foi corrigido. Isso fez com que, com o tempo, a oferta de modelos disponíveis para o programa diminuísse.

A entidade apontou, ainda, a inflação acumulada no período, de 140%, e também a variação cambial. Em 2008, um dólar valia R$ 1,80. E, por fim, calculou em R$ 170 mil o valor que considera como limite de preços ideal para o programa nos dias de hoje.

Há tempos se ouvem, nos bastidores da indústria, comentários a respeito de exageros no programa que permite isenção de impostos na compra de veículos para pessoas com deficiência. A nota da Anfavea destaca que, “em conjunto com entidades e associações médicas, propôs às autoridades estaduais critérios mais rigorosos para o enquadramento de pessoas

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elegíveis” ao chamado PcD (pessoa com deficiência).

Segundo a entidade, em 2019 foram vendidos, por meio do PcD, 215,1 mil veículos, o que representou 8,1% dos licenciamentos no país. De janeiro a agosto de 2020 (último dado disponível), o programa envolveu 144, 1 mil unidades, o equivalente a 13,1% das vendas. Alguns atribuem a alta do percentual a eventual antecipação de compras em razão dos rumores de que o governo tinha intenção de mudar as regras.

A MP que tirou vantagens do carro adquirido por portadores de deficiência para compensar a perda na arrecadação com isenções tributárias no diesel e gás também serviu para expor a escalada de preços dos automóveis no país.

No ano passado, a média de reajustes de preços nos veículos ficou em 16,2%. No acumulado de apenas dois meses deste ano, a alta já atingiu 4% em algumas marcas.

A pressão das matrizes para eliminar prejuízos na América do Sul tem levado as montadoras a repassar qualquer aumento de custos. Isso vale, principalmente, para o câmbio. A produção de veículos no Brasil depende de componentes importados pelos próprios fabricantes do veículo e também por grande parte dos fornecedores.

A esse cenário soma-se a recente escassez de peças, principalmente semicondutores, o que tem levado diversas fábricas a paralisar linhas repentinamente e programar férias para os próximos meses. Executivos do setor estimam que o problema

21 tende a persistir até o fim do primeiro semestre.

Apesar disso, a indústria trabalha com a mesma projeção de crescimento de produção (15%) e de vendas no mercado interno (25%) anunciada no início do ano. Vários fatores colaboram para o otimismo no setor. Historicamente, o mercado de veículos é mais aquecido na segunda metade do ano. Além disso, até lá, as montadoras contam, como tantos outros setores, com o avanço da vacinação contra a covid-19.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2 021/03/03/para-anfavea-mp-inviabiliza-programa-para-deficientes.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, quarta-feira 03

de março de 2021.

Operação atípica com ações da

Petrobras está na mira da CVM

Orgão vai analisar suspeita de uso de informação privilegiada Por Juliana Schincariol, Olívia Bulla e Lucas Hirata — Do Rio e de São Paulo

A suspeita de uso de informações privilegiadas com ações da Petrobras vai ser analisada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O episódio envolve uma operação atípica com opções de venda de ações da petroleira, às vésperas do vencimento dos papéis, e pouco antes da live em que o presidente Jair

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Bolsonaro afirmou, em 18 de fevereiro, que “alguma coisa” iria acontecer na estatal. As informações, divulgadas pela colunista Malu Gaspar, do jornal “O Globo”, apontam que se as opções foram vendidas, o lucro poderia chegar a R$ 18 milhões. A CVM informou que acompanha e analisa informações e movimentações envolvendo companhias abertas e tomando medidas quando necessário. A autarquia não comenta casos em andamento, mas o Valor apurou que o regulador estuda se vai abrir uma investigação sobre o caso.

Há reconhecimento de avanços na CVM sobre o assunto, mas parte do mercado pede mais agilidade do regulador

Ontem, quando a notícia sobre o caso Petrobras veio à tona, profissionais do mercado consultados pelo Valor Pro, serviço em tempo real do Valor, ratificaram a necessidade de investigação, embora a operação em si possa ter sido fruto de um “hedge” em meio a um cenário já cheio de ruídos. Havia sinais de desgaste na relação de Bolsonaro com o comando da Petrobras, principalmente com as ameaças de greve de caminhoneiros e os reajustes de combustíveis. “A CVM e a B3 têm instrumentos possíveis para chegar [aos compradores] e, em algum momento, tem de vir a público a investigação”, disse um gestor. O uso de informação privilegiada em operações no mercado financeiro é uma das infrações mais graves e, ao mesmo tempo, mais complexas de serem comprovadas. Não é à toa que os resultados de processos sobre esses

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casos na CVM são díspares: há condenações, como no caso do empresário Eike Batista, mas também episódios em que não se chega a uma acusação.

Da mesma forma, não há consenso sobre o papel da CVM nos casos de “insider trading”. De um lado, há quem afirme que o regulador precisa ser mais rápido nas investigações e agir mais preventivamente, como fez no passado. De outro, há reconhecimento de que o tema avançou e é tratado de forma prioritária.

Não é incomum, quando ocorre algum movimento de companhia aberta ou uma grande operação vem à tona, como a da Petrobras, que o mercado questione a oscilação dos papéis. Entre outras situações recentes, o mercado apontou altas exageradas de ações antes do anúncio da compra da Linx pela Stone e também no da fusão entre B2W e Lojas Americanas.

O insider ocorre quando uma informação relevante ainda não divulgada ao mercado é usada com o objetivo de negociar papéis. Em geral, chama mais atenção quando gera lucro ou evita perdas, mas a CVM entende que em casos em que há prejuízo também cabe responsabilização. Em 2001, a conduta se tornou crime. A autarquia é responsável pelo aspecto civil e administrativo, enquanto a Justiça cuida do criminal - mesmo que as decisões sejam independentes, há troca de informações entre as instâncias.

23 A CVM atuou preventivamente em um caso de insider em uma única vez. O episódio é reforçado por aqueles que defendem uma mão mais pesada do regulador. Em 2007, a autarquia e o Ministério Público Federal conseguiram liminar para bloquear as contas de um fundo offshore e de um investidor por insider na negociação de ações da Ipiranga antes do anúncio de compra da empresa.

“Desde 2007, a CVM não repetiu esse episódio. E o regulador deveria estar atento. Mas é preciso identificar indícios fortes de movimento atípico que criaria essa possibilidade. A medida tem forte efeito persuasivo”, disse o ex-diretor da autarquia Pablo Renteria. Na visão dele, há aprimoramentos a serem feitos pelo regulador, embora tenha havido melhorias na atuação. “A CVM tem atuado com prioridade com relação ao insider. As pessoas ficam frustradas porque acham que pouca gente é punida, mas não levam em conta, nessa opinião, que a prova é difícil, não só no Brasil, mas ao redor do mundo”, disse. Outra medida preventiva de repercussão, pela CVM, foi em 2018, quando suspendeu ofertas de debêntures com esforços restritos, em casos sem relações com insider.

A maior multa aplicada pela CVM - de R$ 536 milhões - ocorreu em 2019, em caso de insider com ações da OGX pelo empresário Eike Batista. Mas ainda cabe recurso no Conselho Nacional de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN). O Conselhinho, como o órgão é conhecido, reverteu outra decisão da autarquia em caso envolvendo Eike, com ações da OSX, também por

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insider. Na CVM, ele havia sido condenado a multa de R$ 21 milhões, mas foi absolvido em instância superior.

Mesmo os mais críticos à CVM reconhecem a complexidade em se encontrar provas claras de que a pessoa teve acesso à informação ainda não divulgada. “Mas a autarquia tem que ficar em cima, mostrar que está analisando e que está punindo. Em alguns casos, parece que há vazamento. Se o crime compensar, as pessoas vão continuar fazendo”, afirmou um gestor.

A área responsável por conduzir esse tipo de análise é a Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI), que o faz, em geral, sob sigilo. Para a CVM instaurar uma acusação, é preciso verificar o histórico do investidor no mercado e se ele opera usualmente o papel em questão. As análises para determinar se houve comportamento atípico vão envolver, por exemplo, comparação entre o patrimônio declarado de quem operou e o volume negociado. Também será necessário demonstrar que o investidor, se for acusado, tinha posse da informação privilegiada e como a obteve.

Quando é instaurada uma acusação pela área técnica, o caso pode ir a julgamento no colegiado. Há resultados diversos de condenações e absolvições, e acordos para encerrar processos. Há quem defenda que não se faça termos de compromissos em situações de insider, como o especialista em governança e ex-diretor da Previ, Renato Chaves. “Acho isso ruim, os participantes do mercado não têm medo do regulador”, disse. Agora, o mercado

24 aguarda o julgamento na CVM dos irmãos Batista, donos da JBS, em que a área técnica viu sinais de insider. https://valor.globo.com/empresas/notici a/2021/03/03/operacao-atipica-com- acoes-da-petrobras-esta-na-mira-da-cvm.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, quarta-feira 03

de março de 2021.

Movimento falimentar

Falências Requeridas

Requerido: Ponto Zero Construções e Reformas Eireli - CNPJ: 33.189.808/0001-18 - Endereço: Ade Quadra 03, Cjto. H, Lote 26, Sala 104, Área de Desenvolvimento Econômico, Ceilândia - Requerente: Getúklio Alves de Lima - Vara/Comarca: Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Distrito Federal, Brasília/DF Requerido: Positivo Solar Energia Fotovoltaica Ltda. - CNPJ: 33.053.983/0001-83 - Endereço: Av. Brasília, 2121, 17º Andar, Sala 1701, Bairro Jardim Nova Yorque - Requerente: Sergio Moreira Dos Santos - Vara/Comarca: 5a Vara de Araçatuba/SP

Requerido: Sto Indústria e Comércio de Plugs Eireli - CNPJ: 01.785.941/0001-40 - Endereço: Rua General Canavarro, 55, Bairro Campestre - Requerente: Eurobras Indústria e Comércio de Condutores Elétricos Eireli ME - Vara/Comarca: 6a Vara de Santo André/SP

Requerido: Vemon Engenharia e Construções Ltda. - CNPJ: 30.156.921/0001-09 - Endereço: Rua Santa Luzia, 776, Sala 902, Centro - Requerente: Pedro Paulo Higino –

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Vara/Comarca: 6a Vara Empresarial do Rio de Janeiro/RJ - Observação: Pedido redistribuído.

Falências Decretadas

Empresa: Bimag Comércio de Vidros Ltda. ME - CNPJ: 22.478.868/0001-34 - Endereço: Quadra Qi 15, Lotes 50, 52 e 54, Galpão 01, Setor Industrial, Bairro Taguatinga - Administrador Judicial: Dr. Ricardo David Ribeiro - Vara/Comarca: Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Distrito Federal, Brasília/DF Empresa: Fralmax Distribuidora de Produtos Higiênicos Ltda. - CNPJ: 07.190.318/0001-21 - Endereço: Rua João Francisco Angeli, 425, Loteamento Industrial Uninorte - Administrador Judicial: A Própria Administradora Judicial da Recuperação Judicial Rescindida, Acfb Administração Judicial Ltda., Representada Pelo Dr. Fernando Bonaccorso - Vara/Comarca: 1a Vara de Piracicaba/SP - Observação: Recuperação Judicial convolada em Falência.

Empresa: Personal São José Comércio de Equipamentos de Segurança Eireli - CNPJ: 17.999.468/0001-34 - Endereço: Rua Das Carmelitas, 3033, Bairro Boqueirão - Administrador Judicial: A Própria Administradora Judicial da Recuperação Judicial Rescindida, Forti & Advogados Associados - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Curitiba/PR - Observação: Recuperação Judicial convolada em Falência.

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Empresa: Personality Comércio de Equipamentos de Segurança Ltda. - CNPJ: 09.095.604/0001-33 - Endereço: Rua Das Carmelitas, 3033, Bairro Boqueirão - Administrador Judicial: A Própria Administradora Judicial da Recuperação Judicial Rescindida, Forti & Advogados Associados - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Curitiba/PR - Observação: Recuperação Judicial convolada em Falência.

Recuperação Judicial Deferida Empresa: Jefferson Maurício Bernini, Nome Fantasia Fazenda Londrina Iii - CNPJ: 35.686.645/0001-04 - Endereço: Rodovia Mt 242, Km 122, 18 Km À Esquerda, S/nº, Bairro Nova Mato Grosso, Nova Ubiratã/mt - Administrador Judicial: Ex Lege Administração Judicial Ltda., Representada Pelo Dr. Breno Augusto Pinto de Miranda - Vara/Comarca: 3a Vara de Sinop/MT

Empresa: Mauro Sérgio Bernini, Nome Fantasia Fazenda Londrina Ii - CNPJ: 34.530.471/0001-23 - Endereço: Rodovia Mt 242, Km 122, 18 Km À Esquerda, S/nº, Bairro Nova Mato Grosso, Nova Ubiratã/mt - Administrador Judicial: Ex Lege Administração Judicial Ltda., Representada Pelo Dr. Breno Augusto Pinto de Miranda - Vara/Comarca: 3a Vara de Sinop/MT

Recuperações Judiciais

Concedidas

Empresa: Frigorífico Catarinense Ltda. - CNPJ: 04.999.514/0001-53 - Endereço: Rodovia S/C 439, S/n, Km 08, Bairro Rio Pequeno, Grão Pará/sc - Vara/Comarca: 2a Vara de Braço do

26 Norte/SC - Observação: Face à homologação do plano aprovado pela assembleia geral de credores.

Empresa: Frigorífico Sierra Nevada Comercial Exportadora Eireli, Nome Fantasia Ipork - CNPJ: 18.884.291/0001-93 - Endereço: Rodovia S/C 439, S/n, Km 08, Fundos, Bairro Rio Pequeno, Grão Pará/sc - Vara/Comarca: 2a Vara de Braço do Norte/SC - Observação: Face à homologação do plano aprovado pela assembleia geral de credores.

Recuperações Judiciais

Indeferidas

Empresa: Porto Comercial Etc e Tal Eireli - CNPJ: 33.290.847/0001-07 - Endereço: Rua João Carlos Amaral, 619, Bairro Jardim Aparecida - Vara/Comarca: 7a Vara de Campinas/SP - Observação: Face a não Instrução do pedido com a documentação pertinente.

https://valor.globo.com/empresas/notici a/2021/03/03/c9c34b5f-movimento-falimentar.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, quarta-feira 03

de março de 2021.

Startup dará força ao 5G, diz

Nokia

Rede com centenas de

fornecedores vai desenvolver aplicações práticas

Por Rodrigo Carro — Do Rio

Ailton Filho, da Nokia: fomento a desenvolvedores com investimento em laboratórios e promoção de padrões abertos — Foto: Leo Pinheiro/Valor Segunda maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações no mundo, atrás apenas da Huawei, a Nokia mira no Brasil tanto operadoras de alcance nacional como provedores regionais de acesso à internet e prestadoras de pequeno porte (PPPs). Com mais de 145 contratos comerciais relacionados ao 5G assinados no mundo, a finlandesa atende as maiores operadoras

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americanas, coreanas e japonesas, mas aposta que para a nova tecnologia atingir todo o seu potencial comercial será fundamental envolver também centenas de startups.

O desenvolvimento de aplicações práticas do 5G, principalmente na área industrial, ficará a cargo de um ecossistema de fornecedores de tamanhos variados, afirma Ailton Santos Filho, diretor responsável pelos negócios da Nokia no Brasil desde 1º de janeiro. Não por coincidência o executivo comandava anteriormente a área de software da Nokia para a América Latina, indústria na qual as redes colaborativas têm papel relevante no desenho de produtos e serviços. “Todas as indústrias vão buscar eficiência e cada indústria vai buscá-la em cada ponto da sua cadeia produtiva. Quando você multiplica cada setor produtivo por cada passo na cadeia de cada indústria, estamos falando de milhares de casos de uso a serem explorados”, argumenta Santos. “Isso vai ser explorado por uma quantidade enorme, por centenas de fornecedores especializados.”

A estratégia da Nokia para fomentar essa cadeia de fornecedores passa pelo investimento em laboratórios - cinco, com esta finalidade, no país -, por parcerias para desenvolvimento de tecnologias com padrões “abertos” e até por investidas no setor de agronegócio. A empresa é parte de uma associação, a ConectarAgro, que tem o objetivo de promover tecnologias abertas, capazes de operar

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com sistemas diversos, em todas as áreas rurais do país.

No ano passado, a Nokia forneceu equipamento 5G para testes de interferência na faixa de frequência de 3,5 gigahertz (GHz) realizados pela Brisanet, um dos maiores provedores regionais do país e possível participante do futuro leilão de frequências para serviços de quinta geração. Juntas, as autodenominadas “operadoras competitivas” - pequenos e médios provedores - detinham ao fim do ano passado uma fatia de 40,7% do mercado brasileiro de banda larga fixa, segundo a consultoria Teleco.

“Vemos um movimento de profissionalização de gestão e tecnologia por parte das PPPs [prestadoras de pequeno porte]. Vemos uma consolidação de uma primeira onda de ISPs [sigla em inglês para provedores de acesso à internet] e a questão dos fundos”, ressalta Santos, numa referência a investidores que estão favorecendo o processo de consolidação. A Nokia atua tanto no fornecimento de tecnologia como na parte de consultoria de gestão.

O fato de o leilão de frequências 5G estar previsto para julho enquanto em outros países - como China, Estados Unidos e Japão - o serviço já estar disponível não significa necessariamente que o Brasil esteja atrasado nesta disputa tecnológica, sustenta o executivo. “Não é uma corrida de cem metros. É uma corrida longa”, afirma.

O argumento de Santos é que ainda não há uma profusão de casos de uso para o 5G, principalmente no padrão

28 “standalone”. Previsto no edital do leilão brasileiro de 5G, o standalone pressupõe a instalação de uma rede dedicada aos serviços de quinta geração, independente da infraestrutura 3G e 4G já em operação. “Só que é preciso tomar cuidado para não achar que, por ser uma corrida longa, você pode começar bem devagar e depois recuperar”, alerta Santos, que compara o ritmo de adoção do 5G no mundo a uma “curva exponencial” - o traçado começa com uma inclinação suave e mais adiante sobe abruptamente.

Em termos globais, a receita líquida de vendas da Nokia encolheu 6% em 2020, conforme indicam os resultados financeiros da companhia divulgados em fevereiro. A fabricante de equipamentos estimou em aproximadamente € 200 milhões o impacto da covid-19 em suas vendas líquidas. Mas ressaltou que a maior parte dessas vendas deve ser transferida para o futuro, em vez de simplesmente desaparecer.

Santos não divulga cifras de 2020 nem projeções para a operação brasileira da Nokia mas arrisca um cenário favorável para este ano. “Vejo 2021 como um ano de recuperação em relação a 2020 e de realização de grandes investimentos decorrentes do próprio leilão, de fusões e aquisições e da necessidade de aprimorar a experiência nos serviços de banda larga fixa e móvel”, conclui o executivo.

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Estimativa da empresa americana Dell’Oro Group indica que, entre janeiro e setembro de 2020, a participação de mercado global da Nokia foi de 15% e a da sueca Ericsson, de 14%. A líder no período foi a chinesa Huawei, com uma fatia de 30%. https://valor.globo.com/empresas/notici a/2021/03/03/startup-dara-forca-ao-5g-diz-nokia.ghtml Retorne ao índice 29

Referências

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