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PRODUÇÃO DE PÓS-REFRATÁRIOS UTILIZANDO TÉCNICAS DE COMINUIÇÃO E PULVERIZAÇÃO TÉRMICA

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XIX ENTMME- Recife, Pernambuco - 2002.

PRODUÇÃO DE PÓS-REFRATÁRIOS UTILIZANDO TÉCNICAS DE

COMINUIÇÃO E PULVERIZAÇÃO TÉRMICA

B. B.

Lira

1

,

R. A, Pontes

2,

M.

V. C.

Dias

3,

P.

F.

Chagas

3,

V. C.

Sobral

4

1- Departamento de Engenharia de Minas - Universidade Federal de Pernambuco. Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n. Cidade Universitária. CEP 50.440-530. Recife-PE

E-mail: demias@npd.ufpe.br

2-Departamento de Tecnologia Mecânica- Universidade Federal da Paraíba, Cidade Univen;;tária. CEP 58059-900. João Pessoa PB

E-mail: lmpc@c:.ufpb.br

3 -ALCOAAiumínio S.A. Rodovia PE 35 Km 03 Itapissuma- PE E-mail paulochagas@alcoa.com.br

RESUMO

Este trabalho apresenta uma técnica de produção de novos materiais, visando aumentar a resistência ao desgaste e a corrosão nas bicas de escoamento que entram em contato com o alumínio no processo de refusão da ALCOA Alumínio

S.A., localizada em Itapissuma - PE. •

O material foi desenvolvido através da pulverização dos matérias refratários e a mecanosíntese foi a técnica de moagem utilizada, seguindo-se da pulverização térmica de micro partículas na superficie a ser revestida. As caracterizações estruturais do material, foram realizadas através da difração de raios X, analise granulométrica e microscopia eletrônica. PALAVRAS CHAVE: moagem, mecanosíntese, pulverização, alumínio, refratário.

L INTRODUÇÃO

Historicamente no Brasil a indústria de refratários desenvolveu-se paralelamente a indústria siderúrgica de ferro e aço devido principalmente a construção da Companhia Siderúrgica Nacional. Com a chegada da indústria de extração e beneficiamento do alumínio ao Brasil, a indústria nacional de refratários se viu despreparada para atuar neste ramo da siderurgia. Com isso criou-se uma lacuna de desenvolvimento tecnológico que só há pouco tempo está sendo preenchida, como é o caso do investimento em desenvolvimento e tecnologia neste setor.

A ALCOA Alumínio S/ A ltapissuma PE vem desenvolvendo pesquisas em conjunto com o Laboratório de Materiais e Produtos Cerâmicos LMPC da Universidade Federal da Paraíba UFPB, com o objetivo de produzir novos materiais refratários aplicados à indústria de fundição do alumínio, que possam ser utilizados no revestimento cerâmico de peças sujeitas ao efeito de corrosão a quente, pelo escoamento do alumínio liquido.

A empresa que trabalha com fundição sempre possui problemas com desgaste de peças devido a altas temperaturas, abrasão e corrosão. No caso dos fomos para fundição do alumínio, estas dificuldades são ainda mais graves devido à natureza do metal fundido. Pesquisas nesta direção seguem o caminho de se produzir um material com boas propriedades mecânicas, para se revestir as partes afetadas (Pontes, 1995/98. Mulpuri E Sarin 1996, Chagas, 200 I). Um destes materiais é o alumino silicato (Alp3 -Si02) que, na sua fase mulita é resistente a temperaturas acima da temperatura de fusão do alumínio e tem uma dureza superficial suficiente para resistir a abrasão e/ou corrosão.

2. OBJETIVOS

Considerando-se o aumento da durabilidade das bicas de vazamento dos fomos de espera/refusão, este artigo apresenta um estudo sobre a aplicabilidade de pós-cerâmicos produzidos por moagem, seguindo-se o revestimento por aspersão térmica nas bicas dos fomos da ALCOA Alumínio S/ A- ltapissuma PE. Desta forma o nosso objetivo é desenvolver materiais refratários de base mulítica, a partir de pós primários e da reciclagem de materiais refratários, utilizando técnicas de cominuição a elevados níveis de energia mecânica e a aspersão térmica. Uma vista da bica, revestida com o produto cerâmico resultado deste trabalho, é apresentado na Figura 1. O material produzido foi utilizado no revestimento destas bicas, visando a eliminação ou amortização do efeito da corrosão a quente nas áreas em r.ontato direto com o alumínio liquido.

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B. B. Lira , R.A, Pontes, M. V. C. Dias, P. F. Chagas, V. C. Sobral

Figura 1 -Bica de vazamento dos fornos de esperalrefusão da ALCOA

3.

TÉCNICAS PARA

PRODUÇÃO DO PÓ

CERAMICO

3.1. COMlNUIÇÃO

A mecaoosíntese foi a técnica de moagem utilizada para produzir o material cerâmico utilizado no revestimento das bicas de vazamento da ALCOA S/ A, tendo como equipamento um moinho planetário FRITSCH Pulverizette 05. Esta técnica de elaboração de ligas (do inglês Mechanical Alloing) é um ramo distinto da metalurgia do pó que, embora processe pós, permite a obtenção de ligas como produto final. Isto se dá por causa da alta energia despendida durante o processo de moagem, onde os pós-elementares ou pré-ligados são submetidos a uma série de impactos, sendo prensados e fraturados repetidas vezes até que a microestrutura (tamanho de grão) entre em equilíbrio.

As elaborações mecânicas de ligas envolvem certas variáveis que alteram significativamente a energia envolvida pelo sisteq1a, produzindo assim diferentes resultados para uma mesma mistura (Pontes et ai, 1995). As variáveis operacionais que mais se destacam no processo são: a) a velocidade de rotação, b) atmosfera/meio de moagem, c) o poder de microfmjamento - definido como a relação entre o peso das esferas e o peso da mistura de partida (é uma relação

relativamente alta, variando de 2:1 até 30:1). d) tempo de moagem, e) temperatura, e finalmente, t) o equipamento de moagem no qual a velocidade de rotação do moinho e a direção dos seus movimentos determinam a energia cinética das esferas e por conseqUência determinam a energia envolvida nos choques.

3.2. PULVERIZAÇÃO CERÂMICA.

A pulverização cerâmica por aspersão térrníca adotada neste trabalho, realiza a deposição do p6 cerâmico nas bicas, utilizando a energia térmica e a pressão para conseguir a fixação do material O material (um pó preparado inicialmente para sofrer processos termodinâmicos) é colocado em um depósito que por sua vez é acoplado a um sumidouro. Este verte o material, por gravidade, em uma câmara de combustão onde ocorre o processo de aquecimento até uma temperatura próxima da temperatura de fusão do material. O pó cerâmico é impelido pela pressão interna da câmara e depositado em estado pastoso sobre a superficie.

O processo inicia-se com a limpeza da peça a ser metalizada. No nosso caso esta limpeza se deu por jateamento de granalha de aço. Em seguida se faz necessário o pré-aquecimento da superficie a ser metalizada, devendo esta ter urna temperatura entre 120 e 160° C. Posteriormente se faz a deposição sobre a peça, também por metalização, de uma liga que servirá de ponte para unir o metal com o material cerâmico. Esta liga cuja composição principal é níquel - alumínio foi adquirida e cedida pela ALCOA para o projeto de pesquisa em apreço.

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XIX ENTMME- Recife, Pernambuco - 2002.

separação granulométrica bem definida, o que ocasionou sérias dificuldades no processo. Definidas as condições de moagem e a granulométria, uma série de testes de revestimento das bicas de vazamento foram conduzidos, com objetivo de testar o material em seu real ambiente de trabalho. Verificou-se que não só a sua resistência à temperatura como

também a sua resistência ao desgaste aumentava.

Figura 2 mostra a distribuição granulométrica por volume do material após a moagem, realizada no Mastersize 2000 da MALVERN. A área especifica observada do material adquirido pela ALCOA e utilizada para pulverização, possui uma

área de superfície especifica de aproximadamente 0.2237 m2/g e o material moído 0.9991 m2/g. Isto resultava em um

empolamento dos finos, impedindo o escoamento das partículas no processo de metalização. A solução deste empecilho foi classificar o nosso pó cerâmico na faixa granulométrica entre lO a I 00 micros.

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Partículas (f.Lm)

Figura 2 Analise granulométrica do pó cerâmico

Figuras 3 ilustra o processo de metalização das bicas de escoamento dos fornos de refusão do alumínio, onde podem ser observados o equipamento e a técnica de metalização respectivamente. Os seguintes parâmetros no processo de pulverização, utilizando o equipamento Terodyn da Eutétic+Castolin modelo GS3000, foram: Uma chama oxiacetilênica com projetor de ar comprimido, temperatura de aproximadamente 12000C e o bocal de vazamento do porta-módulo

numero quatro que determina a velocidade de deposição.

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B. B. Lira, R.A, Pontes, M. V. C. Dias, P. F. Chagas, V. C. Sobral

.

4. CARACTERIZAÇÃO DO PÓ CERÂMICO

O material refratário metalizado nas bicas que apresentou os melhores resultados foi analisado no Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e apresentou a seguinte composição química:

Fazendo um balanceamento do material verifica-se que este poderia formar a fase mulita (com 22 a 28% de sílica e 72 a 78% de alumína) em sua grande parte, mesmo sem estar completamente balanceado em suas quantidades. As analises de difração de raios X do material, após a moagem, podem ser observadas na Figuras 4. Os picos apresentados nesta figura sofreram um pequeno decréscimo quando comparados com a amostra original, indicando um início do processo de transformação de fase, isto é, mecanosíntese que posteriormente sofreu uma aceleração durante o processo de metalização Ci) "'C! 6ll ~ 40

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Figura 4- Difração de Raios X do material cerâmico após a moagem

4. METODOLOGIA

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Para a obtenção dos pós a partir do material refratário, utilizamos no moinho planetário uma relação de microforjamento de 5: I. O material cerâmico produzido aumentou a vida útil da bica no fomo de espera do Caster II da ALCOA Itapissuma PE em mais de cinqüenta porcento, uma vez que as bicas passaram de uma vida útil em média de doze para sessenta dias. Salientamos que os custos de obtenção do pó cerâmico produzido é reduzido uma vez que reutiliza cerâmica refratária.

Os parâmetros de moagem que se ajustaram ao propósito da pesquisa foi a rotação de 90 rpm, com um tempo de moagem de duas horas. A relação de microforjamento ficou estabelecida em 5: I Observa-se ainda que na produção do material cerâmico, existe uma perda do material devido à super moagem. Entretanto, estas perdas podem ser reduzidas com a

possibilidade de uma moagem acompanhada de uma classificação e analise da correlação entre energias especifica de cominuição e fragmentação (Lira, 1990).

5. CONCLUSÃO

O estudo sobre a distribuição granulométrica do material resolveu um dos nossos maiores problemas nesta pesquisa que era o da aglomeração do material no sorvedouro de descida do equipamento de metalização, já que este impedia

a realização da mesma. O processo de metalização da bica de vazamento a partir dos pós-elaborados neste trabalho, mostrou que as fases contidas inicialmente nos pós, ou seja, sílica e alumina, reagiram durante a metalização formando a

fase mulita. Esta fase é responsável pela alta resistência mecânica e térmica do revestimento.

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XIX ENTMME- Recife, Pernambuco - 2002.

6. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a ALCOA Alumínio S. A. pelo suporte ao projeto e ao corpo técnico do Laboratórios de Materias e Produtos Cerâmicos LMPC da UFPB, onde os trabalhos foram desenvolvidos. Ainda gostaríamos de deixar nosso agradecimentos aos técnicos do Laboratório de Tecnologia Mineral LTM da UFPE, pela contribuição à pesquisa.

7.

REFERENCIAS

Chagas, P. F. 200 I. Comunicação pessoal.

Lira, B. B., 1990. The Development and Application of a Energy Based Ball Mi li Simulation and Design Technique. Ph.D. Thesis. Julius Kruttschnitt Mineral research Center, University oj"Queensland, 264p. Australia.

Mulpuri, R. P E Sarin, V. K. 1996. Synthesis of Mullite coating by chemical vapor deposition. Department of Manufacturing Engineering; Boston; Massachusett.

Pontes, L. R. A.; Sobral, V. C.. 1998 Obtenção dos pós de mulita por Mecanosíntese. (Mechanical Allowing);

Laboratóriode Materias Produtos Cerâmicos LMPCIUFPB.

Pontes, L. R. A., Begin-Colin, S., Le Caer, G. E Matzzi, P. 1995. Síntese dos pós compostos metal cerâmica (Alp3- Ti)

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