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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS NÚCLEO DE BIOLOGIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS NÚCLEO DE BIOLOGIA

VALÉRIA BEZERRA DA SILVA

O PROFESSOR E A INCLUSÃO EDUCACIONAL: Aspectos didáticos do processo de ensino e aprendizagem de Ciências Biológicas para Surdos

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS NÚCLEO DE BIOLOGIA

VALÉRIA BEZERRA DA SILVA

O PROFESSOR E A INCLUSÃO EDUCACIONAL – Aspectos didáticos do processo de ensino e aprendizagem de Ciências Biológicas para Surdos

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas.

Orientador: Prof.º Ms. Ernani Nunes Ribeiro

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2017

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Catalogação na Fonte

Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV. Bibliotecária Jaciane Freire Santana, CRB4/2018

S586p Silva, Valéria Bezerra da

O professor e a inclusão educacional: aspectos didáticos do processo de ensino e aprendizagem de Ciências Biológicas para Surdos / Valéria Bezerra da Silva. - Vitória de Santo Antão, 2017.

34 folhas.

Orientador:Ernani Nunes Ribeiro.

TCC (Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Licenciatura em Ciências Biológicas, 2017.

Inclui referências.

1. Ensino de Biologia. 2. Educação dos surdos. I. Ribeiro, Ernani Nunes (Orientador). II. Título.

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VALÉRIA BEZERRA DA SILVA

O PROFESSOR E A INCLUSÃO EDUCACIONAL – Aspectos didáticos do processo de ensino e aprendizagem de Ciências Biológicas para Surdos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas.

Aprovação: 05/12/2017

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. Ms. Ernani Nunes Ribeiro (Orientador) Universidade Federal de Pernambuco

__________________________________________

Prof. Ms. Gilmar Beserra de Farias Universidade Federal de Pernambuco

__________________________________________

Prof. Thais Soares da Silva (Mestranda) Universidade Federal de Pernambuco

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AGRADECIMENTOS

A Deus, meu companheiro inseparável nessa jornada árdua, por ser meu suporte e meu guia em todos os momentos durante minha vida acadêmica, me dando capacidade para que esse trabalho fosse realizado. A minha mãe Vera Lúcia que se esforçou durante toda a minha existência para me oferecer o melhor, passando por muitas dificuldades para me formar como pessoa, dando-me uma boa educação, a meu pai Manoel Bezerra por sempre acredita em mim, aos meu irmãos Mauricio Bezerra e Valquíria Bezerra por me apoiar e me incentivar. Ao meu mestre e querido professor Ernani Ribeiro que não mediu esforços para me ajudar durante todas as etapas desse trabalho, me acolhendo da melhor forma, dando-me a oportunidade de poder produzir alguns trabalhos ao seu lado, sua presença em minha vida me fez uma nova pessoa, as vivencias que tive foram de tamanha importância para minha formação academia e pessoal. A todos os professores na área de educação que fazem parte do núcleo de biologia do CAV, eles foram minha fonte de conhecimento e meu ponto de apoio durante todo o curso, em especial aos professores Kênio Lima e Gilmar Farias. A professora Simoni Cunha, pois foi pelo amor quem ela tem pelo seu filho que me fez desperta um interesse como profissional para educação inclusiva.

A minha companheira de curso e amiga Renata Alves por toda a ajuda e apoio prestado a mim.

Aos demais companheiros que fizeram parte da minha graduação.

Aos que contribuíram mesmo que indiretamente para a minha formação profissional. E a todos que fazem parte da minha história, profissional e pessoal.

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RESUMO

O respectivo trabalho analisou como os professores de biologia atuam no processo de aprendizagem, em sala de aula em escolas públicas de ensino regular com alunos surdos. Foram verificadas as propostas pedagogias utilizada pelos discentes, como também o entrosamento entre interprete e professor para facilitar a aprendizagem desses alunos. A atuação desse professores estão ligados a aprendizagem e desenvolvimento do aluno surdo, pois os conteúdos de biologia requer uma atenção especial, por se tratar de conteúdos com uma vasta quantidade de informações. Com base nesse contexto o nosso objetivo foi analisar as propostas pedagógicas dos docentes da disciplina de biologia com alunos surdos inclusos em salas regulares. Observando a interação entre professor e aluno surdo no processo de ensino aprendizagem, pode-se identificar as principais dificuldade que os professores de Biologia apresenta em relação as propostas pedagogias envolvendo o aluno surdo, para essas questões buscamos entender como é o processo inclusivista de alunos surdos no ambiente escolar em relação ao ensino de biologia, essa pesquisa ocorreu em duas escolas da cidade de Vitoria de Santo Antão – PE, esses estabelecimentos comtemplam alunos de ensino médio e apresentam um grande quantitativo de alunos surdos. A pesquisa mostrou que os professores de biologia não se sentem aptos para trabalhar com alunos surdos, demostrando dificuldade no processo de ensino aprendizagem. Nossas considerações finais demostram que existe uma lacuna entre o professor o conteúdo e o aluno surdo, deixando esse aluno prejudicado em relação a compreensão e aprendizagem que deveriam ter ao termino do ano letivo.

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ABSTRACT

The respective work analyzed how biology teachers act in the learning process, in classroom of public schools, looking a regular education with deaf students. The pedagogies proposed used by the teachers are verified, as well a interaction between interpreter and teacher to facilitate the learning of these students. The performance of teachers are linked to learning and development of the deaf student, since the subjects of biology requires special attention, it’s content with a vast information. Based on this context our objective was to analyze the pedagogical proposals of teachers on the discipline of biology with deaf students included in regular rooms. Observing the interaction between teacher and deaf student in the process of teaching and learning, one can identify the main difficulties that biology teachers presents in relation to pedagogical proposals involving this students, for these questions we seek to understand how is the inclusive process of students in the school environment and your relation to biology teaching, this research was carried out in two schools in Vitoria de Santo Antão - PE, these establishments contemplate high school students and present a large number of deaf students. Research has shown that biology teachers do not feel apt to work with deaf students, demonstrating difficulty in the process of teaching. Our final considerations show that there’s a gap between the content, teacher and the deaf student, leaving this student prejudiced in relation to the understanding and learning they should have at end of the school year.

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RESUME

El respectivo trabajo analizó cómo los profesores de biología actúan en el proceso de aprendizaje, en el aula en escuelas públicas de enseñanza regular con alumnos sordos. Se verificaron las propuestas pedagogías utilizadas por los alumnos, así como el entramado entre intérprete y profesor para facilitar el aprendizaje de estos alumnos. La actuación de estos profesores está vinculada al aprendizaje y desarrollo del alumno sordo, pues los contenidos de biología requieren una atención especial, por tratarse de contenidos con una vasta cantidad de informaciones. Con base en ese contexto nuestro objetivo fue analizar las propuestas pedagógicas de los docentes de la disciplina de biología con alumnos sordos incluidos en salas regulares. Observando la interacción entre profesor y alumno sordo en el proceso de enseñanza aprendizaje, se puede identificar las principales dificultades que los profesores de Biología presentan en relación a las propuestas pedagogías involucrando al alumno sordo, para esas cuestiones buscamos entender cómo es el proceso inclusivista de alumnos sordos en el ambiente escolar en relación a la enseñanza de biología, esa investigación ocurrió en dos escuelas de la ciudad de Vitoria de Santo Antão - PE, esos establecimientos contemplan alumnos de enseñanza media y presentan un gran cuantitativo de alumnos sordos. La investigación mostró que los profesores de biología no se sienten aptos para trabajar con alumnos sordos, demostrando dificultad en el proceso de enseñanza aprendizaje. Nuestras consideraciones finales demuestran que existe una laguna entre el profesor el contenido y el alumno sordo, dejando a ese alumno perjudicado en relación a la comprensión y el aprendizaje que debían tener al término del año escolar.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO DOS SURDOS ... 13

2.1- História do surdo no Brasil ... 15

2.2- História da educação inclusiva em Pernambuco ... 16

2.3- Politicas públicas para os surdos ... 17

2.4- Perspectiva da inclusão ... 20

2.5- Barreiras atitudinais ... 22

3 METODOLOGIA ... 24

3.1- Procedimentos ... 25

3.2- Primeira e segunda etapa ... 25

3.3- Material utilizado ... 26

3.4- Análise de conteúdo ... 26

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ... 27

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 30

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1- INTRODUÇÃO

Vivemos em uma sociedade formada de pensamentos diversos, de não aceitação do outro com suas diversidades, da exclusão dos que fogem dos padrões sociais, da falta de igualdade. “Esses fatores afetam os indivíduos de formas diferentes de acordo com sua inserção na sociedade; seu efeito dependerá da posição de cada indivíduo em termos de relações de produção”, (DUPAS, 1999, p. 28).

Diante desses acontecimentos ao movimento social de inclusão surgiu para englobarmos todos, independentemente de suas crenças, etnia, sexualidade ou deficiência, mantendo-se de forma que possa atender a todos os vivem em sociedade, independentemente de sua necessidade ou posição social (WERNECK, 1999, p. 108).

A inclusão vem sendo um tema de grandes discussões, dando sempre destaque ao respeito que devemos ter com as diferenças, fornecendo espaço para que aja a participação de todos, afinal vivemos em uma comunidade diversificada. Barbosa; Amorim (2008). Ao falarmos sobre inclusão escolar, nos referimos a uma ideia de que todas as pessoas tenham acesso com igualdade, ao sistema de ensino, não tolerando a descriminação.

O processo educacional ocorre de forma continua através do ensino aprendizagem, por intermédio de um professor que passa os conteúdos, os mesmos são absorvidos pelos alunos, porém tudo vai depender de como esse conteúdo é passado e como vai ser compreendido. O contexto educacional terá que causar estimulo ao sujeito envolvido, ocasionando um gosto pelo estudo vivenciado, dando ênfase a importância que o conhecimento tem nos aspectos gerais para a vida do ser humano, Libâneo (1994).

As escolas buscam incluir todos os alunos com necessidades especificas em salas de aula regulares, para que ambos partilhem do mesmo espaço e dividam experiências diversas.

Todos os defensores da inclusão devem unir-se no reconhecimento de que as escolas que implementam práticas educacionais sólidas são boas para todos os alunos. [...]. O fator mais importante é ter coragem para fazer o que é certo, apesar dos desafios e das barreiras que surgem. O resultado é um sistema educacional mais forte e mais eficiente para todos os alunos (STAINBACK; STAINBACK, 1999, p. 85).

No ano de1988 foi criada a Constituição Federal, que no Artigo 205 diz que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Já no Artigo 206, estabelece a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. O Atendimento Educacional Especializado, oferecido preferencialmente na rede regular de ensino, também é garantido na

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10 Constituição Federal. No ano de 1996 a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBN), assegura na Lei nº 9394/96, diz que pessoa com deficiência tem direto ao acesso à educação em escolas de ensino regular.1

Antes da LDBEN/96, pessoas com necessidades especificas não frequentavam escolas de ensino regular, pois os professores não sabiam se comunicar com esses estudantes, também acreditavam que esses alunos não conseguiriam acompanhar o desenvolvimento da turma onde fossem inseridos, então antes mesmo de ter acesso à escola eles eram exclusos. Para Ribas:

Professores que não tem o devido preparo não sabem avaliar características diferenciadas em alunos diferenciados. Aprendem e transmitem os conteúdos de suas disciplinas como se tivesse na sala de aula uma coletividade uniforme de alunos idênticos (RIBAS, 2007, p. 95).

Porém o processo inclusivista nas instituições de ensino apresenta muitas barreiras tanto atitudinais como procedimentais, esse acontecimento dificulta a concretização da inclusão, perpetuando as diferenças entre indevidos considerados normais pelo padrão cultural estabecido socialmente. Segundo Gil

A Escola Inclusiva respeita e valoriza todos os alunos, cada um com a sua característica individual e é a base da Sociedade para Todos, que acolhe todos os cidadãos e se modifica, para garantir que os direitos de todos sejam respeitados (GIL, 2005, p. 16).

Ao nos referimos a inclusão de crianças e adolescente com surdez em escola regular, percebemos que esse fato vem sendo um tema bastante atual que gera preocupações e discussões, pois mesmo a inclusão existindo na lei, a mesma não está acontecendo, A inclusão só poderá ser considerada verídica quando todos brasileiros tiverem acesso a um acometimento onde todos respeitem a cultura do surdo e valorizem sua significância. (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2007).

Os surdos na maioria das vezes são vistos como um obstáculo, a escola está lá, montada e engessada com sua metodologia pronta e cabe a eles adaptarem-se as práticas vivenciada nesse ambiente. Em nosso pais não é comum crianças surdas terem uma educação especializada, mas é com frequência que encontramos surdos integrados em uma instituição de ensino, nas séries iniciais que não faz uso da escrita como se esperava (QUADROS, 1997).

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11 No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), divulgou no ano de 2011 os dados referentes ao Censo Demográfico de 2010, onde 9.8 milhões dos brasileiros apresentam algum nível de deficiência auditiva, essas pessoas representam aproximadamente 5% da população do país. No ano 2000 o IBGE, divulgou a última estimativa de pessoas com deficiência auditiva nas escolas, mostrando um quantitativo de 357mil pessoas surdas na faixa etária escolar, mas segundo o MEC (Ministério da Educação), só um quinto dessas pessoas vão para a escola.

Na atualidade vivenciamos um processo de constante mudança em relação as técnicas de ensino e aprendizagem, que facilitem a interação dos alunos com deficiência auditiva em todo o contexto educacional. É comum encontramos recurso didáticos em diferentes áreas que são utilizados pelos professores para auxiliar na aprendizagem de surdos e com os mesmos. Porém quando relacionamos esse contexto com a biologia, existe uma carência muito grande em recursos didáticos voltados para alunos surdos. Em sua maioria os professores fazem uso apenas da aula expositiva dialogada, deixando o aluno desprovido de acompanhamento, não existe uma preocupação com o que está sendo passado e o que está sendo absorvido, é como si não existisse uma proposta pedagógica para esses alunos, deixando o ensino de biologia com pouco significado. Em sua maioria os conteúdos relacionado a biologia são complexos e extensos, dificultando a aprendizagem e interação dos alunos surdos, ocorrendo por parte dos mesmo a não compreensão.

Uma verdadeira transformação da escola, de tal modo que o aluno tenha a oportunidade de aprender, mas na condição de que sejam respeitados as suas peculiaridades, necessidades e interesses, a sua autonomia intelectual, o ritmo e suas condições de assimilação dos conteúdos curriculares (MANTOAN, 1998, p. 3) Muitas vezes os professores de biologia buscam inovações para melhoria de suas aulas como por exemplo jogos digitais e vídeo conferencia, mesmo sendo inovadoras essas mudanças não são suficientes para sancionar diversas falhas que durante décadas fizeram parte do ensino regular em destaque o ensino de biologia. Para Arantes (2006, p. 65):

Os professores do ensino regular e especial têm necessidade de rever seus papéis e de atualizar seus conhecimentos e práticas, de modo que todos possam reconhecer e valorizar as diferenças, sem que nenhum momento tenham de desconhecer o direito indisponível e incondicional de todos os alunos à escola comum. É de acordo com essa maneira de trabalhar que vou enfrentando os problemas e atingindo o que pretendo nas escolas.

Na busca de estratégia de ensino que facilite a compreensão, se faz necessário o uso de recursos didáticos. Para Souza (2007, p. 111), “recurso didático é todo material utilizado como auxílio no ensino-aprendizagem do conteúdo proposto para ser aplicado pelo professor

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12 a seus alunos”. Os recursos didático são utilizados para auxiliar e facilitar o procedimento de ensino e aprendizagem, simultaneamente estimular o aluno, segundo Costoldi e Polinarski (2009, p. 2), “os recursos didáticos são de fundamental importância no processo de desenvolvimento cognitivo do aluno”.

Por tanto a pesquisa tem como objeto principal analisar as propostas pedagógicas dos docentes da disciplina de biologia com alunos surdos incluídos em salas regulares.

Observando a interação entre professor e aluno surdo no processo de ensino e aprendizagem, pode-se identificar as principais dificuldade que os professores de Biologia apresenta em relação ais propostas pedagogias envolvendo o aluno surdo, para essas questões buscamos entender como é o processo inclusivista de alunos suros no ambiente escolar em relação ao ensino de biológicas.

Para a compreensão dos objetivos citados anteriormente, foram feitas entrevistas com professores de Biologia, considerando que a pesquisa realizada é do tipo qualitativa semiestruturada e também foram realizados estudos bibliográficos.

A metodologia dessa pesquisa foi realizada em quatro escolas Estaduais, sedo duas na cidade de Vitória de Santo Antão – PE e duas na cidade de Gravatá – PE. Por ser um estudo de casos foram entrevistados todos os professores de Biologia que tenham ou tiveram em suas salas de alunas alunos surdos. Após a coleta de dedos foram realizadas análise do material colhido, a partir dos resultados obtidos pode-se observar a importância de uma proposta pedagogia inclusiva que permita ao aluno surdo o mesmo nível de conhecimento que os demais integrantes da sala de aula, percebemos também a precariedade em que são fundamentados o processo de ensino aprendizagem em que os surdos são submetidos e como os conteúdos de biologias são pouco compreendido.

Na pesquisa serão abordados conceitos que falam do contexto histórico da educação dos surdos no mundo e no Brasil, da perspectiva da inclusão, das políticas públicas voltada para os surdos, das barreiras atitudinais no ambiente escola até o ensino de biologia e o aluno surdo, essa longa trajetória nos ajuda a compreender como ocorre o processo de ensino aprendizagem dos alunos surdos matriculados em escola de ensino regular.

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2- BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO DOS SURDOS

Para compreendermos como ocorreu o processo educacional dos surdos temos que fazer uma releitura de várias épocas, do passado e das comunidades surdas, buscando as raízes culturais, linguísticas, sociais, política e educacionais desse povo.

Antes de existir uma discursão sobre a educação de surdo, os mesmos eram rejeitados. Na antiguidade os surdos foram alvo de diversos tipos de preconceitos e maldades imposta pela sociedade, eram considerados incapaz, dignos de piedade e até mesmo vistos como loucos. Segundo Strobel:

A presença do povo surdo é tão antiga quanto a humanidade. Sempre existiram surdos. O que acontece, porém, é que nos diferentes momentos históricos nem sempre eles foram respeitados em suas diferenças ou mesmo reconhecidos como seres humanos (STROBEL, 2008, p.42).

Não trabalhavam nem podiam viver em coletividade, além disso, muitas vezes era negado até o direito à vida. A igreja afirmava que os surdos não tinham alma mortal, pelo fato de não falar os mandamentos e não poderem adorar a Deus. “Para os gregos os surdos não eram considerados humanos, pois a fala era essencial, resultado dos pensamentos” (HONORA, 2000, p.19). Sem defesa os surdos ficam à margem da “vontade divina”, esses pensamentos permaneceram em vigor até o final da Idade Média.

A partir do XVI aumenta o interesse de vários estudiosos, intelectuais e médicos, na busca de educar aos surdos, porém havia várias divergências em relação ao método utilizado, pois existia um empasse, alguns defendiam o oralismo, outros usavam gestos e ainda aqueles que defendiam o ensino da escrita.

Nas tentativas iniciais de educar o surdo, além da atenção dada à fala, a língua escrita também desempenhava papel fundamental. Os alfabetos digitais eram amplamente utilizados. Eles eram inventados pelos próprios professores, porque se argumentava que se o surdo não podia ouvir a língua falada, então ele podia lê-la com os olhos. Falava-se da capacidade do surdo em correlacionar as palavras escritas com os conceitos diretamente, sem necessitar da fala. Muitos professores de surdos iniciavam o ensinamento de seus alunos através da leitura-escrita e, partindo daí, instrumentalizavam-se diferentes técnicas para desenvolver outras habilidades, tais como leitura labial e articulação das palavras. (LACERDA, 2002, p 78)

No ano de 1760 fundou-se na França por Charles-Michel de L’Épeé a primeira escola pública para surdo, L’Épeé é considerado o “pai dos surdos”, disponibilizava de um alto poder aquisitivo e dedicou-se exclusivamente a língua de sinais, usou em seu trabalho alguns sinais já utilizados e conhecido pelos surdos, também deu origem a outros sinais denominando-os de sinais metódicos, utilizados para o desenvolvimento da escrita (ROCHA, 2007). Os métodos de ensino utilizados por L’Épeé, passou a influenciar outros educadores e

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14 em consequência o surgimento de outros centros educacionais para surdo no mundo, propagando a língua de sinais, dando credibilidade e eficácia ao ensino.

O alfabeto manual surgiu no século XVI, através do espanhol Pedro Ponce de Léon (1520-1584), o mesmo era monge e pertencia a ordem dos Beneditinos, viveu no monastério de Onã em Burgos. O primeiro alfabeto manual que se conhece foi criado por Ponce de Léon e publicado por Juan Martins Pablo Bonet em 1620 no livro chamado de Reduccion de las letras y artes para enseñar a hablar a los mudos. Ramos (2005). O alfabeto manual é considerado uma forma de escrita estruturada pelas mãos que fazem a representação das letras do alfabeto do seu pais de origem. No Brasil o alfabeto manual é representado por 27 caracteres, (incluindo a letra ç), esses sinais representam o alfabeto da língua portuguesa brasileira. (GESSER, 2009).

Infelizmente no ano de 1880 ocorreu uma grade perda em relação a história educacional dos surdos em todo mundo, realizou-se em Milão na Itália o Congresso internacional de Surdo-Mudez, onde ficou acordado o uso do Método Oral, sendo o mais indicado para educação do surdo. Lamentavelmente a visão oralista afirmava que exclusivamente pela fala o sujeito surdo poderia se desenvolver e integra-se a sociedade.

Os temas propostos foram: vantagens e desvantagens do internato, tempo de instrução, número de alunos por classe, trabalhos mais apropriados aos surdos, enfermidades, medidas, medidas curativas e preventivas, etc. Apesar da variedade de temas, as discussões voltaram-se às questões do oralismo e da língua de sinais. (BORNE, 2002, p.51)

Entendemos que esse congresso foi considerado um retrocesso na história dos surdos, o impacto ocasionado na educação seria inestimável. Então durante cem anos os surdos de todo o mundo ficaram proibidos de usar a língua de sinais, podendo apenas se comunicar através da linguagem oral, negando sua identidade e se submetendo a seções de reabilitação da fala. Essa ideia deu origem a um novo modelo educacional chamado de oralismo, mantendo-se em vigor durante um século na educação de suros, essa ideia afirmava que os surdos tinham uma identidade igual a de um ouvinte (a língua oral). Em relação ao oralismo, quando comparada a educação da maior parte da população, “os considerados normais” observa-se que não se equivale a educação de surdos, pois o máximo de conhecimento que um surdo teria seria o aproveitamento dos ruídos auditivos capitado por ele, para que de forma mais eficaz pudesse compreender a linguem oral. No início do século XX, já estava em destaque a adversidade do oralismo, dando outros conceitos para nomear o sujeito surdo, quando o surdo não conseguia desenvolver-se na oralidade, os mesmo era considerado

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15 deficiente mental. Deixando em evidencia que a surdez e suas consequências eram problema do surdo e não do método utilizado para sua alfabetização.

Apenas nos anos 60 do século atual foi que a língua de sinais passou a ser conhecida, essa façanha aconteceu através dos trabalhos do linguista americano William Stokoe, o mesmo defendia a língua de sinais como legitima com estrutura própria.

Na década de 1960, começaram a surgir estudos sobre as línguas de sinais utilizadas pelas comunidades surdas. Apesar da proibição dos oralistas no uso de gestos e sinais, raramente se encontrava uma escola ou instituição para surdos que não tivesse desenvolvido, às margens do sistema, um modo próprio de comunicação através dos sinais (LACERDA, 2002, p 55).

No início do século XXI passou a surgir várias oportunidades para reformulação da história cultural do sujeito surdo, valorizando sua identidade, respeitando as diferenças e usando a língua de sinais. Tudo isso ocorria de forma precária com muita dificuldade e no processo lento.

2.1- Histórias do surdo no Brasil

A história da educação de surdos no Brasil surgiu no governo imperial em setembro de 1857, quando D. Pedro II convidou o professor francês surdo Hernest Huet, e criou a Instituição dos surdos-mudos, hoje chamado de Instituto Nacional de Educação de Surdos o INES, localizado no Rio de Janeiro. Esse convite foi feito porque, em junho de 1855, Huet apresentou a D. Pedro II um relatório em francês, que tinha em seu conteúdo o desejo de estalar no Brasil um estabelecimento para surdos. Tendo sua solicitação concretizada através da Lei nº 939 de 26 de setembro de 1857.

O INES recebia alunos de toda a aparte do brasil, lá os alunos surdos estudavam em tempo integral. Assim com L’Épeé, Huet era adepto a língua de sinais, o mesmo usava em suas aulas métodos combinado. Nesse ambiente foi criado a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, usada para comunicação e expressão. Durante as férias os alunos voltavam para suas residências, situadas em locais diferenciados, nessa volta os alunos colocavam em pratica a língua de sinais, dessa forma havia a propagação da Libras.

A criação desse instituto foi de grande significância para a sociedade, pois ao menos poderia se falar em educação especial, mas isso ocorria de forma isolada, favorecendo um pequeno grupo que jamais representaria a sociedade. “Se constitui em uma medida precária

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16 em termos nacionais, pois em 1872, com uma população de 11.595 surdos, no país eram atendidos apenas e 17 surdos” (MAZZOTTA, 1996, p.29).

As comunidades surdas brasileira apresentam uma longa história, os mesmos deixaram um legado de tradição e organizações das comunidades, associações, federações, confederações entre outros movimentos que representava os surdos. As associações tiveram início devido à escassez de espaço que as pessoas com deficiência auditiva tinham diante da sociedade, seria uma forma dos surdos unir-se e reivindicar contra as ações ouvintes que não se preocupava em respeita a cultura do povo surdo. Inicialmente as associações tinha como objetivo exclusivo o social, por causa do baixo padrão de vida existente no século XVIII, os surdos ajudavam uns aos outros em casos de doenças, desempregos e morte, também oferecia conhecimento e estimulo através de conferencias importantes. (Widel, 1992).

2.2- Histórias da educação inclusiva em Pernambuco

Pode-se dizer que no estado de Pernambuco a educação inclusiva surgiu na década de 1920 com o professor Ulisses pernambucano e sua seguidora Anita Paes Barros, na época um jovem médico de apenas 25 anos. Em 1918 é criada na cidade do Recife a cadeira de Psicologia e Pedagogia na Escola Normal Oficial do Estado de Pernambuco, essa ocasião Ulisses se escreve para concorrer ao cargo de professor, concorrendo com a monografia “Classificação das crianças Anormais. A Parada do Desenvolvimento Intelectual e suas Formas; a Instabilidade e a Astenia Mental, vendo essa seleção a oportunidade de colocar em pratica sua vocação como docente. Mesmo ficando em 1º lugar nessa seleção Ulisses não assume, por manobras políticas o Governador do estado da época nomeia e empossa o segundo colocado para assumir a vaga oferecida.

Esse acontecimento contribui-o historicamente para formação de dois fatos significativos no campo da Psicologia e Educação do estado de Pernambuco. O primeiro e o fato de que a criação da cadeira de Psicologia é acompanhada de um concurso, marcando assim o surgimento da Psicologia no Recife. A segunda é a monografia apresentada por Ulisses, esse trabalho foi considerado pelo historiador Isaias Pessotti como o primeiro trabalho no gênero publicado no país, (primeira tese no campo da deficiência mental).

Ainda em 1918 Ulisses participa de outro concurso de professor concorrendo a vaga de professor catedrático do atual Ginásio Pernambucano, passando em primeiro lugar sendo

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17 nomeado em 22 de abril de1919, assume o cargo de professor catedrático de Lógica, Psicologia e História da Filosofia, a partir de então inicia-se a trajetória de Ulisses como mestre. No ano 1923 torna-se diretor da Escola Norma, em 1925 fundou a escola para crianças excepcionais, essa escola é um anexo da escola Normal. No mesmo ano o professor Ulisses fundou a Instituição de Psicologia do Recife, logo após tornou-se diretor do Hospital da Tamarineira. A frente desses projetos Ulisses e seus colaboradores publicaram vários trabalhos, como por exemplo o Estudo Psicotécnico de Alguns Testes de Aptidão (1927) e o Vocabulário das Crianças das Escolas Primarias do Recife em (1931).2

2.3- Políticas públicas para os surdos

No século XX foi elaborada a legislação internacional, a qual atuava sobre os estados soberanos, servindo de referência para as leis internas de cada estado ou nação. A criação de leis que atuasse na defesa dos direitos básicos das pessoas, em diferentes contexto, foi um acontecimento de grande importância para solidificar as sociedades com base no direito e no respeito.

Num momento em que o direito ganha novos espaços e abre novas áreas por meio das grandes transformações pelas quais passa o mundo contemporâneo, é importante ter o conhecimento de realidades que, no passado, significaram e no presente ainda significam passos relevantes no sentido da garantia de um futuro melhor para todos. O direito à educação escolar é um desses espaços que não perderá sua atualidade (CURY, 2002, p. 07).

Diante dos fatos ocorrido durante todos esses anos, se fez necessário legalizar o direito ao acesso à educação de pessoas com deficiência.com a criação da Constituição Federal de 1988, onde no Artigo 205, diz que:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988, sem paginação)

E no Art. 206 diz que o ensino será ministrado com base na igualdade de condições para o acesso e permanência na escola seja o direto de todos. No ano de 1961, a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – LDBN, através da Lei n º 9394/96, afirma que a educação a pessoas com deficiência é essencial, dando direitos a educação inclusiva nas

2 Disponível em: http://www.fundaj.gov.br/geral/educacao_foco/contribuicao%20pioneira.pdf Acesso:

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18 instituições de ensino regular. Em seu Art. 58 estabelece a educação inclusiva e determina como deve ocorrer esse atendimento, reafirmando que isso deve ocorre desde a primeira infância da criança, no Art. 59 mostra os métodos e as técnicas que devem ser utilizada nesse atendimento.

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.

O MEC cria no ano de 1973 o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP, esse centro é responsável pela educação especial no Brasil, dando ênfase a ações educativas voltada para o público com deficiência e para os superdotados. Na década de 90, mais precisamente em 13 de julho entra em vigor a Lei Nº 8.069, que dá proteção à criança e adolescentes (Estatuto da Criança e do Adolescente), onde no Capítulo IV afirma que:

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

[...] III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade. (BRASIL, 1990, sem paginação). Esse contexto assegura a todas as crianças e adolescentes uma educação que é responsabilidade do estado, devemos destacar também que essa educação deve ocorre o mais depressa possível (após o nascimento). Com relevância a criança surda nascida de pais ouvintes que não faça uso da linguagem de sinal é essencial que sua vida escolar se inicie ainda na infância em centros educacionais que tenha como primeira língua a linguagem de sinal e como segunda linga a Língua oral (língua portuguesa).

No 1994 na Espanha, foi aprovada a Declaração de Salamanca na conferência Mundial de Educação Especial, que dava direito aos alunos com necessidade educacionais especiais frequentar sala de aulas regulares. A Declaração de Salamanca é vista como o principal documento mundial que abrange a inclusão social. Afirmando que:

Inclusão e participação são essenciais à dignidade humana e ao desfrutamento e exercício dos direitos humanos. Dentro do campo da educação, isto se reflete no desenvolvimento de estratégias que procuram promover a genuína equalização de oportunidades (...). Ao mesmo tempo em que as escolas inclusivas preveem um ambiente favorável à aquisição da igualdade de oportunidades e participação total, o sucesso delas requer um esforço claro, não somente por parte dos professores e dos profissionais na escola, mas também por parte dos colegas, pais, família, voluntários. A reforma das instituições sociais não constitui somente uma tarefa técnica, ela depende, acima de tudo, de convicções, compromisso e disposição dos indivíduos que compõem a sociedade (UNESCO, 1994, p. 5).

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19 Os Parâmetros Curriculares em 1999 adapta o currículo com estratégias para educar alunos que tenha a necessidade de um processo educacional especial. Em relação ao aluno surdo existem diversas adaptações onde a principal refere-se a dificuldade comunicacional e ao uso da língua de sinais. Devido a comunicação e expressão usada pelo sujeito surdo, se faz necessário um método avaliativo diferenciado como também recursos físicos e matérias diversos, possibilitando um ensino de qualidade.

Em 2001 foram instauradas as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na educação básica, onde em seu Art. 5º, inciso II, afirma que o surdo é aquele sujeito que se comunica e sinaliza com dificuldade, expressando-se de maneira diferenciada dos demais alunos, fazendo necessário a linguagem de sinais. O Art. 7º garante o acesso a classes usual seja no ensino regular ou em qual modalidade educacional. No Art. 8º dá o direito ao tradutor (intérpretes) e a profissionais que possam ajudar na interação no decorrer da aprendizagem.

No Brasil surge a Lei nº 10.436/2002, que é regulamentada através do Decreto

Nº 5.626/2005, onde garante a educação bilíngue (LIBRAS /Língua portuguesa), no propósito de que o surdo possa receber a educação de qualidade sem serem prejudicados na sua formação. A Lei 13.146 no Art. 1o afirma que:

Reconhece a Língua brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão, determinados que sejam garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currículo nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia (BRASIL, 2008, p.9).

Outra conquista importante para os surdos foi a regulamentação da profissão de tradutor (intérprete) da LIBRAS, através da Lei nº 12.319 afirmada em 1º de setembro de 2010, onde seu Art. 6º define as atribuição do intérprete.

Art. 6º. São atribuições do tradutor e interprete, no exercício de suas Competências:

I - efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, Surdos e surdos-cegos, surdos-cegos e ouvintes, por meio da Libras Para a língua oral e vice-versa;

II - interpretar, em Língua Brasileira de Sinais - Língua Portuguesa, as Atividades didático-pedagógicas e culturais desenvolvidas nas Instituições de ensino nos níveis fundamental, médio e superior, de Forma a viabilizar o acesso aos conteúdos curriculares;

III - atuar nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino E nos concursos públicos;

IV - atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim Das instituições de ensino e repartições públicas;

V - prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em órgãos Administrativos ou policiais (BRASIL, 2010)

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20 Essas leis foram elaboradas na tentativa de minimizar os males, os prejuízos, os danos causados ao sujeito surdo que refletem nos dias atuais, seja través de alunos surdos em total insucesso no seu desenvolvimento escolar assim como professores não capacitados e inseguros que buscam métodos inovadores na tentativa de ensinar o aluno surdo como manda a Constituição Federal do Brasil do ano de 1988 no Capitulo, artigo 5º.

Mesmo ocorrendo grandes mudanças no mundo em relação a perspectiva educacional de pessoas surdas. Os acontecimentos ocorrido durante anos deixaram marcas que refletem nos dias atuais. Pois segundo Quadros:

O surdo percebe o mundo de forma diferenciada dos ouvintes, através de uma experiência visual e faz uso de uma linguagem especifica para isso a língua de sinais. Esta língua é, antes de tudo, a imagem do pensamento dos surdos e faz parte da experiência vivida da comunidade surda. (QUADROS, 2006, p. 82).

2.4- Perspectivas da inclusão

Nas últimas décadas a sociedade vem buscando uma política inclusiva, pois passou a ser percebida a existência do surdo no meio social, quando nos referimos a inclusão é porque existe alguns sujeitos que estão de fora (exclusos). São diversas as proposta para acolher de forma adequada esse sujeito. Existem diversas manifestação de igualdade e inclusão, elas são comumente debatidas e idealizadas, mas em sua maioria são só palavras e não ações. Porém a sociedade em geral defendem e propagam a ideia de direito para toda e qualquer pessoa, respeitando suas limitações e escolhas, esse discurso não é tão verdadeiro quanto aparenta ser. Afirma-se constantemente a defesa da inclusão, são inúmeras proposta pedagogias e projetos educacionais elaborados para educação inclusiva, em sua maioria essas propostas nunca saem do papel, pois são consideradas anormais para a realidade ou quando saem são um fracasso porque não condiz com o objetivo principal que é incluir. Segundo Mantoan, (em carta aos senadores)

Do ponto de vista institucional, a inclusão exige a extinção das categorizações e das oposições binárias entre alunos: iguais/diferentes; especiais/normais; sadios/doentes; pobres/ricos; brancos/negros, com graus leves/graves de comprometimentos, etc. No plano pessoal, a inclusão provoca articulação, flexibilidade, interdependência entre as partes que se conflitam em nossos pensamentos, ações e sentimentos, ao nos depararmos com o Outro. (MANTOAN, 2015, p.33).

A inclusão não ocorre apenas na escola e sim em qualquer lugar que aja interação humana. As políticas inclusivas tiveram início nas escolas de ensino regulares no ano de 1994 através de um encontro ocorrido na Espanha, que reuniu representantes de mais de oitenta

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21 países, nesse evento foi assinado a Declaração de Salamanca, esse documento foi de grande importância pois garantia o compromisso de direitos educacionais nas escolas de ensino regular

Quando pensamos na palavra inclusão, ou mais ainda, inclusão escolar, percebemos que muitos a definem como modismo educacional, não raro escutamos ditos educadores repetindo o jargão: “lugar de aluno especial é em sala especial”. (RIBEIRO, 2012, p. 82)

O maior desafio enfrentado pelos professore de alunos surdos em escola regular é o acesso a comunicação, na maioria das vezes o surdos é visto apenas como um ser com distúrbio, o sujeito passa a ser descrito exclusivamente pela perca auditiva. Vivemos em uma comunidade onde predomina a língua oral, quem não se encaixa nesse padrão, está limitado para o conviveu social. Essa é uma das barreiras enfrentada pelo aluno surdo que faz uso da língua de sinais e a comunidade escola que usa a comunicação oral. Na aria da educação a inclusão engloba uma nova visão no procedimento de reestruturação da escola em geral, assegurando o acesso de todos os alunos aos eixos educacionais e sociais oferecidos pela escola, (MITLER, 2003). Podemos observar diversas praticas pedagógicas inclusiva envolvendo os alunos surdos, porém ao termino do ensino básico esses alunos são incapazes de ler e escrever como o esperado ou não apresenta domínio necessário sobre os conteúdos abordados durante o ano letivo. Quando perguntado aos alunos surdo como os mesmos se sentem em frequentar salas de aulas regulares com alunos ouvintes, em sua maioria afirmam que esse acontecimento requer um esforço grandioso, paciência é sacrifício por parte deles, essa afirmativa não condiz com objetivo da educação inclusiva, que é acolher as diferenças em um mesmo ambiente e ao mesmo tempo possa proporcionar uma educação de qualidade para todos (PEDREIR, 2007).

O português é a segunda língua de uma pessoa surda, isso faz com que algumas palavras tronem-se défices de ser compreendias por alunos surdos. Por esse motivo alguns conteúdos científicos de linguagens complexas não são absorvido. Dessa modo as informações apresentadas em sala de aula por professores são insuficientes para que ocorra a aprendizagem, então torna-se inviável o desenvolvimento do sujeito, pois não tem como aprender aquilo que não foi compreendido. Segundo Mesquita (2007, p. 16) temos que, “entender o surdo como uma pessoa que possui não só uma língua diferente, mas uma língua materna que não é a língua portuguesa”. Daí então o problema pelo qual a peça do quebra-cabeça não se encaixa porque a parte do quebra-quebra-cabeça das políticas públicas não é a peça que surdos almejam, na perspectiva do surdo a educação é conduzida por solicitações de uma

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22 escola pública de qualidade na língua de sinais com educadores surdos e bilíngues capacitados. Há diversas críticas dos movimentos ligados aos surdos, em relação de como são conduzidos os sujeito surdo em escolas regulares criadas para atender um público que faz uso da língua portuguesa, com pessoas que nasceram e cresceram ouvindo e falando essa língua, então a proposta das escolas não condiz com a dá inclusão. Os surdos compreende a inclusão como um direito a educação de qualidade, onde a proposta pedagogia esteja voltada para ele. A inclusão vai além da linguística, nesse contexto tem que ser englobado os aspetos sociais, educacionais, culturais e a identidade. (QUADROS, 2003). A escola que o surdos desejam está bem distante da escola oferecida pelo sistema educacional estão bem distantes uma da outra.

Ao soletrarmos com as mãos do alfabeto, é utilizado o mínimo da linguagem oral escrita, dessa forma acontece a junção das letras formando palavras, frases e até mesmo textos, esse é um dos meios utilizados para que ocorra a comunicação com os surdos. Porém a pedagogia usada no ensino dos surdos é precária pois os materiais didáticos são apresentados apenas no português oral, dificultando a compreensão do aluno surdo. A libras é uma linguagem que se encaixa na modalidade gestual-espaço-visual, apresentando sua própria estrutura gramatical, ajudando no desenvolvimento cognitivo do sujeito surdo, garantindo acessibilidade as informações (RIBEIRO; SANTOS, 2008).

No que confere o ensino de Biologia, consideramos a “existência de um campo de estudos, de pesquisas e de práticas sustentado por uma comunidade de educadores e de pesquisadores cuja atividade de cunho didático, confere sentido a esse campo” (MARANDINO et al., 2009, p.21). Surgem, pois tentativas de se buscar novas formas e estratégias de ensino e onde as observações e experiências tentam prever o comportamento dos estudantes e assim ajudar nas atividades dos docentes. Mas de acordo com Krasilchik (2008, p 23) “como qualquer campo, há controvérsias sobre as diferentes teorias que admitem várias concepções de aprendizado”.

Os conteúdos relacionados à biologia apresentam algumas peculiaridades referentes ao uso de nomes científicos para as espécies, essa característica da disciplina faz com que os professores repensem suas metodologias de ensino.

2.5- Barreiras atitudinais

A visão que a sociedade tem de uma pessoa com deficiência auditiva vem sendo construída ao longo do tempo, pois a deficiência seja ela qual for é o mesmo significado de

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23 doenças, incapacidade, anormalidade entre outros pejorativos atribuídos, dessa forma o surdo vivi em um conflito pessoal. Esses conceitos acabam dificultando a interação e integração do sujeito surdo, diminuindo sua capacidade e marginalizando seu lugar perante o meio social, pois o mesmo não sabe ao certo se são realmente humano ou se são o que dizem ser “deficiente”. Não é a diferença corpórea ou perceptual que vai determina a socialização da dessocialização do homem. Suas limitações são imposta pelo meio social e historicamente. (BAINCHETTI; FREIRE, 2004).

Nas escolas esses conceitos criados pelo meio social não é contextualizado de forma diferencia, infelizmente segue a mesma linha de raciocínio. Dessa forma as leis que asseguram a inclusão de pessoas com deficiência são consideradas insuficientes para que ocorra a mudança ou a igualdade de direitos. Mesmo adquirindo um destaque no meio social, não impede que uma pessoa com deficiência seja alvo de varais barreiras atitudinais. Em junho de 1994, coma Declaração de Salamanca, propagou-se a educação inclusiva, mas nem mesmo assim conseguiu evitar as diferencias com que as pessoas com deficiências são tratadas e tão pouco derrubar as barreiras atitudinais, que rotulam, marginalizam e impedem a permanência de crianças e adolescente com deficiência no meio escolar (SASSAKI, 2003). É necessário que ocorra nas escolas uma pedagogia igualitária que favoreça a todos de forma geral e não uma pedagogia da deficiência elaborada através das barreiras atitudinais.

As barreiras atitudinais acompanha a transformação da sociedade ou seja ela se modifica de acordo com as mudanças do cotidiano e se manifestam de diferentes formas, no passado as barreiras atitudinais não eram vista com nos dias atuais.

No que confere o ensino de Biologia, consideramos a “existência de um campo de estudos, de pesquisas e de práticas sustentado por uma comunidade de educadores e de pesquisadores cuja atividade de cunho didático, confere sentido a esse campo” (MARANDINO et al., 2009, p.21). Surgem, pois tentativas de se buscar novas formas e estratégias de ensino e onde as observações e experiências tentam prever o comportamento dos estudantes e assim ajudar nas atividades dos docentes. Mas de acordo com Krasilchik (2008, p 23) “como qualquer campo, há controvérsias sobre as diferentes teorias que admitem várias concepções de aprendizado”.

Os conteúdo relacionado a biologia apresenta algumas peculiaridades referente ao uso de nomes científicos para as espécies, essa característica da disciplina faz com que os professores repensem suas metodologias de ensino.

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3- METODOLOGIA

Para analisarmos as propostas pedagógicas no ensino de Biologia na perspectiva do aluno surdo, o método utilizado para realização do trabalho foi a pesquisa qualitativa e o estudo bibliográfico com uso de entrevista do tipo estruturada.

A pesquisa qualitativa apresenta cunho investigativo, incentivando o indivíduo entrevistado a expressar sua fala e pensamentos livremente seja sobre um determinado tema, objeto ou até mesmo conceito. Fazendo surgir concepções imaterial, causando motivações inconscientes de forma natural. (LIMBERGER, 2010). Na pesquisa qualitativa o pesquisador é sujeito e objeto ao mesmo tempo da sua própria pesquisa. O andamento da pesquisa torna-se imprevisível, tornando o conhecimento do pesquisador sem limites. O objetivo da pesquisa qualitativa é produzir informações minuciosas e representativa, dando sempre a importância que a pesquisa ocasiona novas informações. (DESLAURIERS, 1991).

A pesquisa bibliográfica foi realizada através de levantamento de referenciais teórico analisados anteriormente e publicados, essa publicação ocorre por meios escritos e eletrônicos como, por exemplo, livros e artigos científicos. Todos os trabalhos científicos podem ser iniciado por uma pesquisa bibliográfica, esse tipo de pesquisa permite ao pesquisador um conhecimento sobre estudos feitos relacionado com tema desejado. Existem pesquisas cientificas que tem como base exclusiva a pesquisa bibliográfica, esse tipo de pesquisa procura referencias publicadas, tendo como objetivo adquirir explicações sobre a problemática na qual se procura resposta. (FONSECA, 2002).

Quando realizamos uma pesquisa bibliográfica, podemos relacionar conceitos que evoluíram ao longo do tempo, assim podemos saber o que já foi dito em relação à pesquisa realizada. Esta pesquisar tem como intuito analisar como os professores estão atendendo os alunos surdos de acordo com as propostas pedagógicas. A técnica utilizada para obtenção de dados foi do tipo entrevista na qual teve um caráter semiestruturado com perguntas abertas. Rosa e Arnoldi (2006, p.17) definem que:

A entrevista é uma das técnicas de coleta de dados considerada como sendo uma forma racional de conduta do pesquisador, previamente estabelecida, para dirigir com eficácia um conteúdo sistemático de conhecimentos, de maneira mais completa possível, com o mínimo de esforço de tempo.

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3.1- Procedimentos

A pesquisa é baseada na necessidade que o aluno surdo tem em compreender os assuntos de biologia, pois a política pedagógica da escola não é voltada para o sujeito surdo, o público principal são alunos ouvintes, dessa forma o surdo não recebe a mesma carga de informação que um aluno considerado “normal”. Essa pesquisa foi realizada em duas etapas, a primeira na Escola Aarão Lins de Andrade, situada na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, S/N - Centro, e na escola EREM Devaldo Borges, localizada na Avenida Joaquim Didier, Nº 153 – Centro, ambas da cidade de Gravatá-PE.

A segunda etapa ocorreu na escola Antônio Dias Cardoso, situada na Dr. José Augusto, S/N - Matriz, e na escola Professora Amélia Coelho, localizada R. Jorn. José Miranda, Nº 20 - Cajá, Ambas da cidade de Vitória de Santo Antão - PE, Tendo como público alvo em todas as escolas: Professores de biologia (que já tiveram ou tenha em sala alunos surdos).

3.2- Primeira e segunda etapa

Tivemos um encontro com o professor de biologia, onde fizemos algumas perguntas ao mesmo com a intenção de compreendermos como suas aulas acontecem, como por exemplo: se existe participação do aluno surdo nas aulas de biologia, se caso tenha, como essa interação ocorre, se suas aulas são apenas expositivas ou se o mesmo faz uso de algum tipo de recurso didático para facilitar a compreensão de aluno surdo, se existe uma política pedagógica voltada para o aluno surdo, se o sujeito consegue atingir os resultados esperados e o que o professor espera desse aluno ao termino do ano letivo. Os professores foram identificados por letras, os professores da primeira etapa são de Gravatá – PE, e chamamos de A e B, já os da segunda etapa serão de Vitória de Santo Antão – PE, onde denominamos pelas letras C e D. Os nomes dos professores entrevistados não serão divulgados, por motivo de privacidade a sua identidade.

PROFESSORES CIDADE ONDE

LECIONA

FORMAÇÃO TEMPO DE TRABALHO NA ÁREA DE

FORMAÇÃO

A Gravatá -PE Ciências

Biológicas

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3.3- Material utilizado

O material utilizado foi um gravador de voz e o procedimento ocorreu da seguinte forma: o gravador serviu para armazenar as respostas dada pelos professos de biologia durante a entrevista.

3.4- Análise de conteúdo

A análise de conteúdo é uma técnica de pesquisa e, como tal, tem determinadas características metodológicas: objetividade, sistematização e inferência. Segundo Bardin (1979, p. 42), ela representa um conjunto de técnicas de análise das comunicações que visam a obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção e recepção dessas mensagens. Do ponto de vista operacional, a análise de conteúdo inicia pela leitura das falas.

B Gravatá -PE Matemática 17 anos

C Vitória de Santo Antão - PE

Ciências Biológicas

Mais de 10 anos

D Vitória de Santo Antão - PE

Ciências Biológicas

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4- ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

No primeiro bloco foi analisado a formação dos professores, não só a acadêmica mas também a formação continuada ou qualquer outro envolvimento do professor com a inclusão de forma geral, os resultados obtidos foram: os professores A, C e D são formados em ciências Biológica, já o professor B é formado em Matemática, nem um dos professores apresentam alguma formação continuada, isso inclui a inclusão escolar. Além do mais todos os entrevistados não tiveram a disciplina de LIBRAS durante a graduação.

Foi observado que na formação dos professores, o professor B é licenciado em Matemática e assumiu uma disciplina que não corresponde à sua formação( nesse caso a biologia), isso dificulta o processo de ensino aprendizagem, não existe familiaridade entre o professor e os conteúdos abordados na disciplina de biologia, pois os assuntos apresentam uma vasta variedade de conceitos, que não utilizarmos em nosso cotidiano, então se o professor não é da área, não apresentará o domínio necessário para passar esses conteúdos, e a ausência desses assuntos implicará na aprendizagem do aluno. Para Kenski (2001, p.103)

O papel do professor em todas as épocas é ser o arauto permanente das inovações existentes. Ensinar é fazer conhecido o desconhecido. Agente das inovações por excelência o professor aproxima o aprendiz das novidades, descobertas, informações e notícias orientadas para a efetivação da aprendizagem.

Virmos também que nem um dos professores entrevistados apresenta formação continuada alguma, muito menos voltada para a inclusão, desse modo não existe nenhuma possibilidade da inclusão acontecer se não sabemos como trabalharmos o processo inclusivista.

Escola inclusiva é uma escola onde se celebra a diversidade, encarando-a como uma riqueza e não como algo a evitar, em que as complementaridades das características de cada um permitem avançar, em vez de serem vistas como ameaçadoras, como um perigo que põe em risco a nossa própria integridade, apenas porque ela é culturalmente diversa da do outro, que temos como parceiro social. (CÉSAR, 2003, p. 119).

Deixando em evidencia a lacuna que existe nos cursos de licenciatura em relação a inclusão em especial a ausência da disciplina de LIBRAS, sendo extrema mente importante para o profissional que vai acolher em sua sala de aula alunos diversos, inclusive os surdos.

O segundo bloco aborda a atuação dos professores em sala de aula em relação ao aluno surdo e sobre a interação do professor de biologia junto ao intérprete: todos os professores entrevistados não faz uso de nem um recurso didático para ajudar na compreensão do aluno surdo, todos citaram o intérprete com estratégia para as suas aulas. As aulas são dialogadas e

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28 expositiva com o auxílio do livro didático. Os professores afirmaram que matem um bom contato com o intérprete, mas não dialogam com o mesmo sobre o aluno além da sala de aula.

Ao analisar esse bloco percebemos que em todos os casos o aluno surdo é considerado com um aluno ouvinte, não está levando em consideração sua especificidade e necessidades de um acolhimento diferenciado em sala de aula. O procedimento adotados pelos professores durante suas aluas, entra em divergência com Quadros (2006), pois a mesma diz que deve-se trabalhar os conteúdos teóricos e práticos com máximo de aprofundamento possível, para que todos dentro das suas particularidade sejam comtemplados.

“Não vou negar, minhas aulas são as mesmas, tanto para a turma que tem alunos surdos quanto para as que não tem, explico o assunto e o interprete passa para o aluno surdo”, (professor).Na fala dos professores o papel do intérprete tem como função exclusiva ser um recurso didático para o aluno surdo, nessa fala acontece uma distorção sobre sua verdadeira função, segundo Quadros (2004, p.59) “é aquele que atua como profissional intérprete de língua de sinais na educação”, então o intérprete tem que ser qualificado e saber a língua de sinais fluentemente, também tem que está apto para trabalhar em diferentes áreas de ensino. Ainda sobre o segundo bloco, os professores fazem uso apenas de aulas expositiva e dialogadas, na maioria das vezes essas alas por se só não permite que o aluno surdo compreenda os conteúdos, principalmente os de biologia pois os assuntos vem acompanhado de vários conceitos, por esse motivo se faz necessária o uso de recursos didáticos para facilitar a compreensão do surdos. Segundo Castoldi (2006, p. 985), “a utilização de recursos didático-pedagógicos pensa-se em preencher as lacunas que o ensino tradicional geralmente deixa, e com isso, além de expor o conteúdo de uma forma diferenciada, faz os alunos participantes do processo de aprendizagem”. No terceiro bloco foi abordado o apoio da coordenação escolar com aos professor de biologia em relação ao aluno surdo: todos os professores falaram que não recebe nem um tipo de apoio da direção ou do nucleio pedagógico da escola. O professor C fala sobre as dificuldades que um professor enfrenta no cotidiano escolar, e falta de um apoio para trabalhar com aluno surdo torna a situação ainda mais difícil. O professor D fala que não se toca no assunto sobre o aluno surdo a não ser nas reuniões extra classe quando se fala sobre o comportamento. Tanto o professor A quanto professor B falou que seu único apoio é o intérprete. No diálogo dos professores foi exposto a falta que uma coordenação pedagogia participativa faz, eles relatam as dificuldades do cotidiano de um professor, porém muitos desses obstáculos poderiam ser evitadas se houvesse um acompanhamento com esses professores que tem em sala de aula alunos surdos.

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29 As organizações cada vez mais precisam de pessoas proativas, responsáveis, dinâmicas, inteligentes, com habilidades para resolver problemas, tomar decisões”. Nessa perspectiva devemos identificar as necessidades dos professores e com eles encontrar soluções que priorizem um trabalho educacional de qualidade esse trabalho é desenvolvido pelo coordenador pedagógico (NOGUEIRA, 2008, p.1). O quarto bloco aborda as principais dificuldade que os professores de biologia enfrenta em relação à aprendizagem do aluno surdo: todos os entrevistados afirmaram que sua principal dificuldade é dialogo e a comunicação, pois nem dos professores sabe como se comunicar com o aluno surdo. O professor A afirma que “sempre preciso de alguém para me comunicar com o aluno surdo e isso é muito desagradável, me sinto incapaz”. O professor B complementou falando que nunca sabe se o aluno conseguiu entender o conteúdo. Os professores C e D falaram que se soubessem LIBRAS facilitaria muito sua interação com o aluno. A falta de diálogo torna-se a principal dificuldade dos professores entrevistado em relação ao processo de ensino aprendizagem do surdo, os professores não se sentem confortáveis em não saber os sinais necessários para a comunicação, existe uma barreira entre professor, aluno e conteúdo. Essa lacuna não permite que exista um contato verdadeiro entre as partes envolvidas, segundo Vygotsky (1991 p. 208) “para compreender a fala de outrem não basta entender as suas palavras – temos de compreender o seu pensamento. Mas nem mesmo isso é suficiente – temos que compreender a sua motivação”. O professor de um aluno surdo tem que compreender que a comunicação está além das palavras, esse acontecimento é muito mais que oralismo.

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5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para discutimos as análise de dados foram exposto autores que analisaram e contextualizaram o processo educacional do surdo e os agentes que fazem para desse processo, no caso os professores de biologia.

A pesquisa apresentada pode nos dar uma visão de como ocorre o processo de ensino aprendizagem de um aluno surdo em uma escola regular, com os professores de biologia, destacando a importância de ter professores bilíngue para facilitar o contato entre o aluno e o conhecimento, mesmo esse aluno tendo direito assegurado por lei de ter um Intérprete. O professor é a base de todo o conhecimento no momento que o conteúdo está sendo transmitindo em sala de aula, nesse momento o aluno não está absorvendo apenas conceitos está sendo formado para ser um cidadão e atuar na sociedade.

Em uma avaliação integral sobre o professor de biologia que contempla em suas aulas o aluno surdo, podemos dizer que é visível o despreparo desse profissional para atender esse sujeito, essa culpa não é exclusiva do professor, pois não tem como ensinar algo para outra pessoa se não aprendemos, é bem assim que acontece. Durante a formação profissional dos professores os cursos de licenciatura não oferecem ao menos uma carga básica para que esse futuro profissional da educação possa atender o surdo em suas aulas, a partir daí a lacuna começa a ser formada, com o passar do tempo esse espaço vai aumentando, o professor formado vai para uma escola que fala de inclusão mas na prática é a própria exclusão, a gestão e a coordenação não sabe nada de como a inclusão de fato acontecem, porém colam cartazes na paredes falando que aquele ambiente é especializado em educação inclusiva, só pelo fato de ter matriculado alguns alunos surdos. Não oferece nem um apoio ao professor, nem se quer pergunta como está a sendo a adaptação do aluno surdo nas aulas, afinal o aluno não é nem identificado pelos corredores pelo nome, são conhecidos como o surdo do 3º A ou a menina que entrou esse ano no 1º da escola e é surda.

Durante as aulas o aluno surdo fica a cargo do Intérprete é como se ele não fosse aluno do professor e sim uma exclusividade do Intérprete, o professor fala: nessa sala tenho 32 aluno e um surdo, mais não se preocupe, ele tem a pessoa que passa tudo para ele! Não se sabe até onde os surdos estão compreendendo o que está sendo falado durante a aula ou se pelo menos ele conseguiu entender alguma coisa por mínima que seja, essa dúvida vai nos acompanhar porque o surdo não se expressa é sempre o Intérprete que fala por ele, uma espécie de porta voz. O professor diz que tem uma boa vivencia com o Intérprete, mas não

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31 dialogam foram da aula sobre o aluno, não existe um momento para isso, segundo os professores o tempo é curto e são muitas turmas para atender, não dá tempo para ter um diálogo aprofundado sobre o surdo.

O professor fala que percebe que nos conteúdos que o aluno surdo gosta, ele interage mais, já os conteúdos que não se identifica ele não esboça reação, mas pelo contrário nos conteúdos que os surdos conseguem entender alguma coisa, ele reage demostrando algum tipo de emoção, nos conteúdos que não compreende nada ele fica lá, parado no tempo, torna-se impossível um indivíduo expressa qualquer sentimento por uma coisa que ele não está vivenciando. Mesmo assim os professores acreditam que ao termino do ano letivo esse aluno surdo consiga atingir os requisitos básicos necessários para sua formação pessoal e profissional, mesmo com toda essa defasagem que está englobada nesse sistema de ensino. As poucas coisas que os professores sabem sobre o aluno surdo é que ele é um bom aluno, tranquilo, esforçado mas tudo é no seu tempo, o aluno surdo não apresenta nem um distúrbio de aprendizagem o que acontece com ele é que o conhecimento não chega como deveria, se comparamos esse aluno com os demais ouvintes da sala vamos percebe que a porcentagem de conhecimento que chega até o surdo é menor do que chega aos demais. Por esse motivo o surdo não consegue se desenvolver na mesma equivalência que os “normais”.

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