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Terror impõe maior desafio de
imagem aos Jogos do Rio
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S E X TA - F E I R A , 2 2 D E J U L H O D E 2 0 1 6
US$ 15 mi
No mínimo, pede o Golden
State Warriors, da NBA, pelo
patrocínio na camisa
N Ú M E R O D O D I A
E D I Ç Ã O • 5 4 9
POR DUDA LOPES
Zika, segurança pública, queda de ciclovia... Foram vários os fatos que deixaram o mundo esporti-vo com algum receio dos Jogos Olímpicos do Rio. Nenhum deles, no entanto, deve repercussão tão imediata quanto as notícias da última quinta-feira (21). A 14 dias para os Jogos Olímpicos, o Terror que assombra o mundo chegou à cidade brasileira.
A Polícia Federal prendeu dez brasileiros suspeitos de planejar um ataque terrorista ao Rio de Janeiro durante os Jogos Olím-picos. São cidadãos que mantêm ligação com o Estado Islâmico e que vinham trocando informações sobre ataques. A prisão foi possí-vel graças às novas leis antiterror estabelecidas no início deste ano.
Oficialmente, a operação é tra-tada como protocolar, e ninguém do Governo brasileiro admite uma chance concreta de atentado. “A gente não corre risco, e essas prisões demonstram o preparo de nossos agentes”, resumiu o pre-feito do Rio de Janeiro, Eduardo
Paes. Nos últi-mos dias, o Ministro da Justiça, Alexan-dre de Moraes, tem dado seguidas declara-ções para minimizar a possi-bilidade.
“Estamos aplicando tudo que há de mais moderno em ações anti-terrorismo, em prevenção, mape-amento e rastremape-amento. A possi-bilidade de o Brasil sofrer ataques terroristas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 é quase nula”, afirmou em evento em São Paulo, há duas semanas.
O problema é que o temor mundial com atentados recentes. Somente neste ano, houve explo-sões nos aeroportos de Bruxelas, capital da Bélgica, e Istambul,
mais importante metrópole da Turquia. Há uma semana, um ata-que com caminhão deixou mais de 80 mortos em Nice, cidade litorânea da França, no dia de co-memoração à Queda da Bastilha.
Não por acaso, a prisão dos bra-sileiros teve a atenção da impren-sa internacional. Veículos como CNN (foto), El País e BBC coloca-ram a notícia em primeiro desta-que em seus sites. O terror veio a calhar a quem já olhava com desconfiança para a realização dos Jogos Olímpicos no Brasil.
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POR DUDA LOPES
Diretor de Novos Negócios da Máquina do Esporte
Infelizmente, essa é apenas uma
torcida. Felizmente, esse não é um
simples devaneio, não é um
oti-mismo exacerbado, é uma crença
genuína. A 14 dias para os Jogos
Olímpicos, os excessos cometidos
especialmente pela imprensa
inter-nacional chegam ao seu limite
nes-ta semana, com as suspeines-tas do que
pior poderia acontecer em agosto,
um ataque terrorista.
Tratar desse assunto com uma
preocupação maior do que ele foi
tratado em qualquer outro grande
evento, como a Euro na França, por
exemplo, é uma tolice proporcional
ao discurso débil, infantil e bronco
dos atletas que se recusaram a ir ao
Rio por conta do vírus da zika.
O Rio 2016 será um sucesso, assim
como foi a Copa do Mundo. Haverá,
obviamente, problemas maiores do
que aqueles apresentados por
Lon-dres. Mas a comparação entre uma
das mais antigas e ricas cidades do
mundo com uma metrópole de um
país subdesenvolvido é mais uma
infâmia que não poderá ser
cometi-da por qualquer intelecto que esteja,
pelo menos, na média.
No próximo fim de semana, a
To-cha Olímpica estará em São Paulo.
O percurso entre as duas cidades
mais importantes do país é
simbó-lico para o Brasil e será um
podero-so sinal da proximidade dos jogos.
Logo, a chama deverá estar na
cida-de em que ela escolheu estar
acolhi-da. E não haverá arrependimento.
A partir desse momento, o clima
olímpico invariavelmente tomará
conta da mídia, dos patrocinadores,
da população. E as atletas e as festas
serão protagonistas como sempre.
Como aconteceu na Copa, por sinal.
Ameaça de terror será a última
má notícia para o Rio 2016
Em horário nobre, seleção brasileira bate
novela na audiência da Globo
POR REDAÇÃO
Na quarta-feira, a seleção brasileira entrou em campo contra o Haiti em horário pouco comum para o futebol: às 20h30. Com isso, a Globo, que tem exibido a Copa
Améri-ca do Centenário, teve que realocar o Jornal Nacional e a novela Velho Chico. E, pelos resultados do Ibope, a emissora não se arrependeu.
Tanto no Rio de Janeiro, quanto em São Paulo, os 7 a 1 do Brasil sobre o Haiti
fize-ram a média da Globo subir. Na capital paulista, foram 30 pontos de média, com participação de 42% nas TVs ligadas. Foram quatro pontos a mais do que a média do mesmo horário em um mês.
No Rio de Janeiro, Brasil e Haiti foi ainda me-lhor, com o recorde de audiência do futebol na cidade. Foram 34 pontos de média, com
parti-cipação de 47%. O aumento da média no ho-rário em um mês foi sete pontos. Além do bom resultado do futebol, os números se devem ao
baixo rendimento de Velho Chico na audiência. Há um mês, em São Paulo, a novela deu 26 pontos numa quarta-feira, índice inferior a outras novelas e ao Jornal Nacional.
Cada ponto no Ibope equivale a 67.113 domicílios em São Paulo e 42.292 no Rio de Janeiro.
TV PAGA Quem também faturou com o Bra-sil foi o SporTV. Na estreia contra o Equador, a emissora teve média superior a 1 milhão de pessoas por minuto assistindo à partida no canal. A Globo também mostrou o jogo, às 23h de sá-bado. O SporTV tem exclusividade na TV paga.
Marca de refrigerante da Pepisco faz
ativação com skatistas do Brasil
POR REDAÇÃO
A marca de refrigerante Mountain Dew, que chegou ao país no final de 2015, lançou pela primeira vez no Brasil uma ação para premiar skatistas amadores. A
inicia-tiva convidava os atletas a postarem vídeos com suas manobras. O Brasil, que pela primeira vez participa do Dew Tour #AMSearch, ficou em segundo lugar no ranking de inscritos, com centenas de filmes, atrás apenas dos Estados Unidos.
No final, Bruno Silva, João Gabriel, JP Oliveira, Lorran Freitas e Maycon Luan foram os selecio-nados entre as melhores produções nacionais e seguem na disputa.
“No Brasil, a modalidade já conta com mais de 8,5 milhões de pessoas”, conta Daniel Silber,
gerente de marketing da empresa.
“A marca Mountain Dew carrega diversas propriedades desta plataforma no exterior, como
o campeonato Dew Tour #AMSearch, e é uma honra ter encontrado os brasilei-ros, engajados no assunto, para poder enviá-los ao campeonato”, acrescentou o executivo da empresa de bebidas da Pepisco.
Os vídeos enviados foram avaliados pela comissão técnica formada por especialistas da Dew Tour junto com a revista Transworld Skate Boarding. O vencedor será pre-miado com uma viagem para disputar a etapa da Dew Tour AM Series em Amsterdã, na Holanda. O evento será realizado entre os dias 27 e 28 de agosto, com participantes de outros seis países.
“Regras são regras e as vio-lações de doping no atletismo estão manchando a imagem do esporte. Por isso apoio.” Foi as-sim que se pronunciou Usain Bolt, maior nome entre os astros que estarão presentes na Olimpíada do Rio 2016, sobre a proibição de que o atletismo russo participe dos Jogos Olímpicos.
Nesta quinta-feira (dia 21), a Corte de Arbitragem do Esporte (CAS, nem inglês), última instân-cia de julgamento do esporte, decidiu, em Lausanne, na Suíça, negar o pedido de 68 atletas de participar dos Jogos do Rio. Nes-se grupo, em que não constavam atletas suspensos por doping, es-tava Yelena Isinbayeva, recordista mundial do salto com vara.
“Vou recorrer ao Tribunal
Internacional de Direitos Humanos e provar a mi-nha inocência. Para mim, é uma questão de princí-pios, e não algo relacio-nado com os Jogos do Rio, já que não há mais tempo [para revogar a decisão da CAS]”, afir-mou Isinbayeva.
O veto havia sido im-posto pela Iaaf
(Associa-ção Internacional das Federações de Atletismo) que suspendeu em novembro a federação russa por denúncia de uso sistemático de doping e acobertamento de casos positivos.
“Os atletas das federações que estão suspensas pela Iaaf não po-dem participar de competições organizadas pela federação, de
acordo com a Carta Olímpica”, decidiu o tribunal.
A decisão da CAS joga pressão ainda maior sobre o COI (Comi-tê Olímpico Internacional) que deve decidir nos próximos dias se irá banir a Rússia da Olimpíada. Seria a primeira vez na história do esporte que um país inteiro seria impedido de participar do evento por causa de doping.
POR ADALBERTO LEISTER FILHO
Por doping, atletismo russo está
fora de Jogos do Rio 2016
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A Centauro mais uma vez ativou o patrocínio ao tenista Marcelo Melo e, novamente, usou a tec-nologia para colocar clientes mais próximos do que seria um jogo com o tenista brasileiro. Dessa vez, a empresa apostou em um vídeo em 360º, gravado com uma câmera na cabeça do atleta durante uma partida.
Com o vídeo, o torcedor pode usar o celular para ter uma melhor noção de como é estar em quadra na pele de Marcelo Melo. Ao mover o aparelho, a imagem exibida acompanha o movi-mento, em tecnologia que anda em destaque.
No início deste ano, a Centauro já havia usado
a tecnologia para aproximar o público do tenista. A marca criou o Twittênis, uma brincadeira com a rede social Twitter. Na ação, Marcelo Melo dispu-tou uma partida contra uma máquina que obe-decia aos comandos de internautas. Mensagens como “direita” ou “curta” davam a instrução ao equipamento. Tudo foi exibido ao vivo na web.
“Em todas as ativações de patrocínio do Mar-celo Melo, tentamos aproximar ao máximo os fãs do seu ídolo. E nada mais próximo do que ter a sensação de estar jogando ao seu lado”, expli-cou Luís Felipe Figueiredo, diretor de criação da Publicis Salles Chemistri, responsável pela ação.
Cuidar do cardápio da Vila Olímpica, por onde irão passar cerca de 10.500 atletas durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janei-ro. Esse é o tamanho do desafio da Sapore, empresa brasileira que ganhou a concorrência para montar a logística do refeitório oficial dos atletas.
“O refeitório foi aberto dia 5 de julho e nossa operação vai até 22 de setembro, quando terminam os Jogos Paralímpicos. No perío-do perío-dos Jogos, vamos atender 24 horas por dia, sete dias por sema-na”, conta Marcelo Traldi diretor de operações da Sapore, respon-sável por coordenar a operação na Vila Olímpica.
A Sapore já havia cuidado de refeições em todas as arenas brasileiras utilizadas na Copa do Mundo de 2014. Mas agora o de-safio é ainda mais superlativo. No pico dos Jogos Olímpicos, atletas e comissões técnicas irão consu-mir 200 toneladas de comida
dia-riamente. Esse material che-gará através de 25 caminhões. Também serão fornecidos 100 mil pães, 3.000 pizzas (incluin-do as sem glú-ten e integrais) e 700 xícaras de café. “Podemos
servir 60 mil refeições por dia”, conta o executivo, que exem-plifica com o fato de o atleta ter refeição disponível mesmo que queira comer às 3h da manhã.
Ao todo, o restaurante terá a capacidade de abrigar 7.000 pessoas, com área equivalente a três campos de futebol e área de 24.000 m2. Para se ter uma ideia do tamanho da operação, o maior restaurante do mundo, o Bawabet Dimashq, na Síria, regis-trado no Guinness Book, o livro
dos recordes, tem capacidade para 6.014 pessoas.
“Para operar tudo isso temos 2.200 funcionários. Muitos deles são estrangeiros. Temos sul-co-reano, chinês, japonês, espanhol, português, argentino, uruguaio, italiano...”, conta Traldi.
Foram montados cinco res-taurantes. No restaurante prin-cipal há sete praças, de pizza a asiático. Também há cozinhas especiais Kosher (judaico) e Halal (islâmico), obedecendo a todas as diretrizes de cada crença.
POR ADALBERTO LEISTER FILHO
Empresa brasileira faz gestão de
refeitório de Vila Olímpica
A Allianz assegurou o direito de nomear mais um estádio no mundo. Trata-se do Allianz Sta-dion, casa do Rapid Viena, um dos principais times da Áustria. Com mais esta arena, a empresa de seguros batiza seis estádios ao redor do mun-do, entre eles o Allianz Parque do Palmeiras. Os demais são a Allianz Arena (Munique), o Allianz
Stadium (Sydney), o Allianz Park (Londres) e o Allianz Riviera (Nice).
Localizada na capital austríaca, o Allianz Stadion tem capacidade para 28 mil pessoas e foi cons-truído dentro dos novos conceitos, prezando pela redução de barulho e emissão de luzes. O local também atende às necessidades da Uefa.