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O professor regente e o professor de apoio em sala de aula inclusiva / Regent teacher and support teacher in inclusive classroom

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 64395-64406, sep. 2020. ISSN 2525-8761

O professor regente e o professor de apoio em sala de aula inclusiva

Regent teacher and support teacher in inclusive classroom

DOI:10.34117/bjdv6n9-031

Recebimento dos originais: 08/08/2020 Aceitação para publicação: 02/09/2020

Francimar Batista Silva

Mestre em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) Instituição: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)

Endereço: Avenida Dom Antonio Barbosa (MS-080), 4.155, em frente ao Conjunto José Abrão, CEP 79115-898, Campo Grande, MS – Brasil

E-mail: francimarbatista@gmail.com Maria Cândida Alves Gedro Endres

Especialista em Educação Especial pela Rhema Educacional

Rua Almirante Barroso n. 331 Alto Maracaju, Maracaju MS CEP 79150-000 E-mail: candida_g.endres@hotmail.com

Marili Terezinha Sangalli

Mestra em Educação pela Universidade Leonardo Da Vinci, Asunción, Paraguai. Instituição: Prefeitura Municipal de Campo Grande (MS) Secretaria Municipal de Educação,

Divisão de Educação Especial.

Endereço: Rua Onocieto Severo Monteiro,460 Vila Margarida, CEP 79023-201, Campo Grande, MS – Brasil

E-mail: marilisangalli@gmail.com RESUMO

Este trabalho objetiva ressaltar a importância do professor de educação especial trabalhando em parceria com o professor regente, para viabilizar maneiras que auxilie o aluno com TEA no processo ensino aprendizagem. Esse artigo é de cunho bibliográfico tendo como os autores principais Amiralian (1986), Mazzotta (2001) e Werneck (2003). Quando o tema é a metodologia pedagógica para aluno com deficiência incluído em sala de aula regular. Ao tratarmos de metodologias para alunos com deficiência é salutar considerar de onde vêm as dificuldades sociais e pedagógicas, frente a parceria de uma professora regente com a professora de educação especial. Uma análise a ser feita vem de encontro com que professor de apoio/educação especial e professor regente devem partir da mesma perspectiva de acordo com a realidade da criança. Entretanto, para que essas mudanças ocorram significativamente faz-se necessário uma verdadeira tomada de decisão por meio de ações conjuntas no ambiente escolar. Conclui-se com este trabalho que a educação inclusiva, apesar de encontrar sérias resistências por parte de muitos, constitui, uma proposta que objetiva resgatar valores sociais voltados para a igualdade de direitos e de oportunidades para todos com intuito de formalizar uma educação de qualidade.

Palavras-Chave: Educação Especial, Educação Inclusiva, Professor de apoio, Práticas Pedagógicas, Autismo.

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This work aims to emphasize the importance of the special education teacher working in partnership with the conducting teacher, to make possible ways that help the student with ASD in the teaching-learning process. This article is of bibliographic nature having as main authors Amiralian (1986), Mazzotta (2001) and Werneck (2003). When the topic is the pedagogical methodology for students with disabilities included in the regular classroom. When dealing with methodologies for students with disabilities, it is salutary to consider where social and pedagogical difficulties come from, facing the partnership of a conducting teacher with the special education teacher. An analysis to be made comes up with which support / special education teacher and conducting teacher should start from the same perspective according to the child's reality. However, for these changes to occur significantly, it is necessary to make a real decision through joint actions in the school environment. It is concluded with this work that inclusive education, despite encountering serious resistance on the part of many, constitutes a proposal that aims to rescue social values aimed at equal rights and opportunities for all in order to formalize quality education.

Keywords: Special education, Inclusive education, Support teacher, Pedagogical practices, Autism.

1 INTRODUÇÃO

A Educação Inclusiva pode ser entendida como uma elaboração contemporânea que implica em todo o processo escolar, que só acontecerá de fato quando houver a valorização do aluno, independentemente de sua condição física, destacando sua autonomia e participação, derrubando os estigmas do ser incapaz.

A inclusão de alunos com deficiência na classe regular e o sucesso no ensino, resulta na criação de ações adaptativas, que devem ser desenvolvidas efetivamente na sala de aula de aula, para, e atendendo as necessidades individuais de todos os alunos, conforme MEC/SEESP/SEB (1998). Devem focar na organização de serviços de apoio, em que toda a unidade escolar deverá estar incluída, corroborando em oportunidades adequadas às suas habilidades e necessidades, melhorando seu aprendizado acadêmico e social, propiciando condições de acessibilidade em todo espaço escolar.

O professor de apoio1 é apenas um dos meios de inclusão, a legislação além de garantir o

acesso de todos os estudantes com deficiência no ensino regular também traz alguns requisitos sobre os profissionais que atuam com esses estudantes. Segundo o documento que rege o processo de inclusão escolar, a Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008), recomenda que:

Garantir que haja inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos de desenvolvimento global e altas habilidades para que esses tenham acesso com participação

1 Nomenclatura adotada neste trabalho para se referir ao profissional que faz o atendimento de apoio inclusivo dentro

da sala de aula em parceria com o professor regente mais conhecido por Professor de Educação Especial, ou Auxiliar Pedagógico.

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ativa no processo de aprendizagem em qualquer nível de ensino regular. (BRASIL, 2008, p.14).

Neste contexto após o aluno com deficiência ou com Transtorno do Espectro Autista efetuar a matrícula, apresentar um laudo médico atestando sua deficiência, e mediante avaliação pedagógica sobre a necessidade do professor de apoio, este será encaminhado para o atendimento em sala de aula, caso não for constatada a necessidade, o aluno será encaminhado para o ser atendido no período contrário à escolarização para o Atendimento Educacional Especializado, nas salas de recursos multifuncionais, mesmo aquele que necessitar de apoio tem o direito garantido de frequentar a sala de recursos. O atendimento ao aluno com Transtorno do Espectro autista no ensino regular, necessita de medidas de apoio dos técnicos que atuam na equipe especializada, auxiliando-o e favauxiliando-orecendauxiliando-o seu desempenhauxiliando-o nauxiliando-o ambiente escauxiliando-olar.

Inopinadamente a demanda de alunos com deficiências e transtorno do espectro autista nas salas de aulas com os demais alunos acarretam uma sobrecarga ao professor regente, sendo de extrema importância um trabalho conjunto entre os professores propiciando um atendimento e melhorando a inclusão sem acarretar sobrecarga ao professor regente.

Com isso o professor regente deve entender que, o professor de apoio irá auxiliar este aluno adaptando material e dando suporte quando for necessário.

O objetivo deste trabalho é compreender como acontece a atuação desses profissionais e suas relações. Para tanto foi revisada a literatura de autores como Amiralian (1986), Mazzotta (2001), Werneck (2003), entre outros que tratam do tema visando ampliar conceitos sobre a história da Educação Especial e a Legislação que a rege, o papel do professor regente e o professor de apoio.

O presente trabalho se constituiu por meio de uma pesquisa bibliográfica que consiste no estudo dos métodos, da forma ou dos instrumentos usados para a realização de uma pesquisa científica, isto é, é o conhecimento dos métodos que auxiliam o pesquisador na elaboração do trabalho científico (TRIGUEIRO, 2014).

Nesse sentido, foram consultadas as plataformas como o Scientific Electronic Library Online (SciELO), Periódicos Capes, Google acadêmico, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e sites dos Órgãos Oficiais, como o Diário Oficial da União (DOU). Primeiramente elencamos as palavras-chave para a pesquisa sendo Educação Inclusiva, Professor de apoio, Práticas Pedagógicas e Autismo.

Posteriormente foram escolhidos os trabalhos que se aproximaram mais de nossa temática. Portanto, apresentaremos um pouco do histórico da educação especial e trataremos sobre a Inclusão e o autismo e finalizaremos apontando o papel do professor de apoio.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 64395-64406, sep. 2020. ISSN 2525-8761 2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

A deficiência é um tema que tem sido muito abordado nos últimos anos, principalmente nos meios acadêmicos, para tanto precisamos entender a definição deste termo utilizado neste artigo. Pensar na concepção de deficiência que temos hoje na sociedade, implica pensar na história.

A história das pessoas com deficiência tem sido vista e tratada de maneiras diferentes. Amiralian (1986) afirma que as concepções sobre deficiência, ao longo da história, podem ser divididas em pré-científica e científica. A primeira predominante na Antiguidade e na Idade Média, e estava muito ligada ao sobrenatural, vista como possessão demoníaca ou como castigo divino, as pessoas eram mortas pelo sacrifício ou abandonadas à própria sorte. Na Idade Média, com o Cristianismo, é difundida a ideia de que todos são filhos de Deus, surgindo assim a concepção que impede que estas pessoas sejam mortas por causa da sua condição. Iniciam-se os primeiros espaços assistenciais em organizações religiosas, que abrigava os desprotegidos e doentes de todos os tipos. Tem-se o início da concepção científica sobre a deficiência, não era mais nos deuses e nem na possessão que estava à explicação e sim no corpo das pessoas. São elaborados os primeiros tratamentos que tentam localizar no homem a razão de seus males. A partir do Século XVIII, com ênfase no século XIX, as pessoas com deficiência passam a ter direito a tratamento. Com o avanço dos estudos da psicologia, da educação e da sociologia, os pesquisadores além de estudarem as causas das deficiências passam a estudar as influências do meio social, das oportunidades de convivência, da educação no desenvolvimento humano.

Educação especial, no Brasil constituiu-se por meio de instituições privadas de caráter filantrópico, através da iniciativa de familiares que tinham algum deficiente no seio familiar. Teve seu início no período Colonial em 1600, com a criação de uma instituição particular especializada na área de deficiência física, junto à Santa Casa de Misericórdia em São Paulo.

Segundo Mazzotta (2001) o atendimento a portadores de necessidades especiais2 no Brasil

ocorreu na década de cinquenta por intermédio de D. Pedro II. Em 1890, com a instalação do Instituto Benjamin Constant (IBC) e Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), em 1883 ocorre o 1º Congresso de Instrução Pública abrindo possibilidade de discussão da educação das pessoas com deficiências.

O mesmo autor pontua que, a história da educação de pessoas com deficiência no Brasil está dividida em dois períodos: O primeiro de 1854 a 1956 - Marcado por iniciativas de caráter privado. O atendimento escolar especial teve início dia 12 de setembro de 1854, a primeira providência

2 Termo que se utilizava na época para se referir a pessoa com deficiência, para mais informações sobre a mudança de

nomenclatura ver Silva (2019, p. 35). Disponível em:

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concretizada por D. Pedro II, através do Decreto Imperial nº 1.428, onde fundou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, no Rio de Janeiro e deveu-se em grande parte por um cego brasileiro José Álvares de Azevedo, que estudava no Instituto de Jovens Cegos em Paris. Até 1950, havia quarenta estabelecimentos de ensino regular mantidos pelo poder público, um federal e os demais estaduais que prestavam algum atendimento escolar especial a deficientes mentais. Quatorze estabelecimentos de ensino regular, um federal, nove estaduais e quatro particulares atendiam alunos com outras deficiências.

Neste mesmo período, três instituições especializadas atendiam deficientes mentais e outras oito dedicavam-se a outras deficiências. Uma delas é Sociedade Pestalozzi do Brasil, do Rio de Janeiro, instituição particular de caráter filantrópico, assentada nas bases psicopedagógicas proposta por Helena Antipoff3, destinava-se ao “amparo de crianças e adolescentes deficientes mentais, reeducando-os para uma possibilidade de vida melhor”. Pioneira na orientação pré-profissionalizante de jovens deficientes mentais e responsáveis pela instalação das primeiras oficinas pedagógicas para deficientes mentais no Brasil.

Algumas mudanças têm se verificado com a proposta de alguns países que resolveram romper com essa fragmentação de alunos com deficiência para escolas especiais e alunos sem deficiência para escolas regulares. Essas ideias passaram a orientar novas propostas educacionais nos países escandinavos e depois nos países europeus. As crianças com deficiência não seriam mais colocadas em espaços segregados, mas com as demais crianças, numa educação conjunta.

Ao abordarmos a temática educação especial na perspectiva da educação inclusiva, sendo necessário refletirmos sobre as necessidades de os alunos, quando necessário terem uma professora de apoio.

3 A INCLUSÃO DO ALUNO COM TEA E O PROFESSOR DE APOIO

O professor de apoio é uma função muito discutida, levando em conta que em sala de aula o papel a ser desenvolvido é o atendimento ao aluno com deficiência e auxiliando o professor regente no que for necessário, bem como deve atuar em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessário.

Conforme Sangalli (2016), esses profissionais, deverão facultar o acesso dos alunos aos conhecimentos e conteúdos curriculares através da adequação das atividades didático-pedagógicas, como oferecer recursos de acessibilidade, quando necessários; seu planejamento deverá ocorrer

3 Foi uma Psicóloga e Educadora, que desempenhou um papel muito importante nestas respectivas áreas de

conhecimento entre os anos de 1930 a 1940 em nosso país. Foi umas das responsáveis pela criação da Sociedade Pestalozzi no Brasil.

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juntamente com o professor regente, nas circunstâncias de intervenção, com compromisso comum em sala de aula; organizar as estratégias e os recursos a partir das necessidades específicas descritas no estudo de caso do aluno; registrar o processo de aprendizagem do aluno por meio de anotações das intervenções realizadas e os resultados alcançados pelo aluno, para subsidiar o professor regente no processo avaliativo, durante o período letivo.

Segundo Sangalli (2019), há uma demanda grande de alunos com Transtorno do Espectro Autista, inseridos na rede regular de ensino e os técnicos começam a analisar a “dupla - excepcionalidade" que pode ser estabelecida como acompanhamento de alta performance, talento, habilidade ou potencial assomando agrupamento com uma desordem psiquiátrica, educacional, sensorial, física.

A literatura aponta que o reconhecimento dessa dupla condição é, sobretudo, resultado de observações clínicas, muito mais do que de estudos teóricos e empíricos, haja vista também que até o momento nenhuma teoria específica tenha sido elaborada para explicá-la, gerando grande interesse científico, mesmo com a exiguidade de estudos no Brasil, outro sim muitos apresentam comorbidades, dificultando o atendimento em sala de aula, necessitando constantemente de intervenções, apresentam prejuízos qualitativos na comunicação, na interação social e no comportamento, apresentando dificuldades de adaptações interferindo no seu cotidiano.

Com a Lei da Inclusão nº 13146/2015,(BRASIL,2015), que visa a inclusão em igualdade no exercício dos direitos, em seu Art.27 inciso V - que discorre sobre adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino;

Neste contexto, o Plano Educacional Individualizado (PEI), é de suma importância para o atendimento pedagógico do aluno com autismo no ensino regular, e sua elaboração ocorre com a parceria do professor regente, garantindo o pleno acesso ao currículo.

A proposta da educação inclusiva se tornou um dos focos da Política Educacional vigente, todos os documentos, movimentos, leis enfatizam que os alunos com deficiência devem ser matriculados nas classes comum das escolas regulares de acordo com documentos da LDB,ECA, PNE e PNEE com base nesses documentos temos um norteador no desenvolvimento educacional e proposta de base para realização de ensino com alunos com deficiência.

Como apontado anteriormente, função do professor de apoio é a de dar suporte ao aluno com deficiência. Nesse sentido o Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei N.13.146/2015 (BRASIL, 2015), assegura e promove, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.

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Segundo a Política de Educação Especial (BRASIL, 2008) é considerada pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Em relação a obstrução, pode-se concluir que seja qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros.

A lei supracitada afirma que “o direito à educação dos excepcionais4 está garantido, porém

seu processo educativo deve enquadrar-se no sistema geral de educação, condicionando o referido direito à integração5 ao no que for possível”. Deixando dúvidas se está se referindo ao aluno com deficiência ou ao sistema geral de educação.

Segundo Edler (2001) foi questionável incluir o aluno que se encontrava em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula, gerando uma grande confusão, sente-se até hoje o efeito da interpretação deste texto. Constata-se que em decorrência do aluno defasado encaminhado para classe especial na relação idade e série porque apresentavam distúrbio de aprendizagem sem serem deficientes, tornaram repetentes crônicos e acabaram por desistir da escola.

Além dos distúrbios de aprendizagem outras razões podem ter gerado o atraso considerável na idade regular da matrícula, o que não implica o encaminhamento para o tratamento especial.

Muito se discute sobre o fato de o aluno necessitar de um professor de apoio, visto que nem todas as localidades disponibilizam um professor para auxiliar o aluno na realização de suas atividades. A primeira coisa que precisamos compreender é que o apoio escolar não se limita a um profissional específico, mas se concretiza na construção de uma rede de apoio que inclua aspectos humanos, materiais didáticos adaptados caso o aluno possua uma complexidade maior.

Diante das diversas situações faz se necessário que haja coerência nas capacitações de professores no âmbito estadual e municipal em educação especial que atuariam em consonância com os professores das salas regulares. Com a formação debilitada no que se refere a educação especial em cursos que na maioria das vezes não corresponde à realidade das escolas os professores de apoio se sentem impotentes, não sabendo com trabalhar, como agir diante das singularidades inerentes ao aluno com deficiência.

4 Termo utilizado à época para caracterizar o público da educação especial, nesse trabalho adotamos o termo pessoa

com deficiência.

5 O termo Integração era o processo utilizado anterior à Inclusão, conforme aponta Silva (2019), que “esse processo

vem crescendo, a partir de 1990, com o reconhecimento da Educação Inclusiva como diretriz educacional prioritária na maioria dos países, e entre eles o Brasil” (SILVA, 2019, p.24).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 64395-64406, sep. 2020. ISSN 2525-8761 3.1 O PROFESSOR DE APOIO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

O professor de apoio deve partir do pressuposto que o aluno autista pode ter comorbidade e necessita trabalhar a autonomia do aluno, autonomia não significa fazer sozinho, mas que ele possa contar com apoio quando for necessário.

Portanto, o profissional deve ter um conhecimento sobre o que é o autismo e de que maneira irá organizar as adequações, sabendo que o autista possui pensamento concreto, não compreendendo figuras de linguagem, metáforas, ironias, brincadeiras, dificultando sua comunicação, atrapalhando-se com muitas informações verbais. Apreatrapalhando-senta memória visual atrapalhando-sendo de suma importância estimulação visual, através de imagens reais se alfabetizados utilizando a escrita.

Alguns alunos apresentam hipersensibilidade intensificada com barulhos, sons, odores, outros possuem dificuldades em reconhecer sons.

Discorrendo que sua habilidade de envolvimento com as atividades está relacionada com a ausência ou presença de deficiência mental (comorbidade).

Outros apresentam ecolalia (repetição de vocábulos), não verbais totais ou emitem sons sem comunicação, sendo necessário utilizar de outros meios de comunicação como a Comunicação

Alternativa, pictovox (prancha online), figuras, imagens, etc.

O papel do professor de apoio visa a adequação de materiais que possam propiciar ao aluno a compreensão favorecendo sua inclusão no contexto escolar e social.

Outro sim, o aluno necessita ser estimulado o todo tempo para realizar suas atividades, porém, um aluno autista possui suas limitações e o profissional que o acompanha deve estar preparado para auxiliar o mesmo durante o período escolar. Sabe-se que a atuação dos profissionais da educação vem-se constituindo em condição fundamental para o ensino e a inclusão de estudantes com deficiência.

O apoio a esses alunos têm levantado a discussão acerca da relação professor regente e professor de apoio, sendo necessário se desenvolver uma atuação articulada entre ambas as partes, de acordo com Neres e Franco (2016), entre os diferentes agentes educacionais, essa disposição estabelecida e naturalizada pelos professores regentes e especializados, estudantes comuns e com deficiência acentua o distanciamento desses agentes, perpetuando atuações paralelas no mesmo espaço físico, e esse distanciamento pode ser prejudicial o aprendizado do aluno com deficiência.

Sabemos que alunos autistas são muito visuais e tem necessidade de antecipação de situações preexistentes, tais como aula de educação física, apresentações, entre outros, diante disso precisam ser acompanhadas de perto. Em sala de aula cada autista tem suas características, umas podem reagir pacificamente outras possui certas resistências em locais barulhentos e em situações tumultuosas. Sendo assim, o professor de apoio que necessita de formação na área, atuando como mediador do

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aluno para que ele possa estar sendo inserido no ambiente escolar de forma gradual e satisfatória, promovendo com isso a inclusão.

Deve haver maior comprometimento por parte do professor de apoio, pelo fato de as vezes sobrecarregarem o regente da sala acreditando que deva ser o papel dele desenvolver atividades de adaptadas. A perspectiva de colaboração entre esses profissionais que intervém no processo educativo desse aluno com TEA é de suma importância para que a política de inclusão se torne real. Visando superar os desafios enfrentados e transformar sua prática para que ocorra de fato, o que preconiza a Política da Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (Brasil, 2008), os professores de apoio e da sala regular devem sempre discutir sobre o planejamento, os conteúdos, as adaptações, as formas de avaliação, e os procedimentos, portanto o diálogo é de suma importância para o progresso da aprendizagem dos alunos com deficiência.

A teoria de Vygotsky (2007) contribui para essa nova percepção do aluno com deficiência, atribuindo importância ao ambiente escolar, pois este ambiente irá mediar a relação do indivíduo com o mundo, uma vez que o aprendizado ocorre mediante a inserção do indivíduo em um grupo cultural promovendo o desenvolvimento das funções psicológicas superiores.

Para que tal situação ocorra faz se necessário que a família e a escola, trabalhem num bem maior para que a inclusão do aluno seja de forma gradual, para que isso aconteça de fato, faz-se necessário que haja comprometimento na adaptação do aluno e na confecção de material pedagógico, significativo para seu desenvolvimento, do qual o mesmo pode se sentir incluso de forma total e acolhedora.

4 RESULTADOS

Este artigo é de cunho bibliográfico, e ao longo dos estudos foi construindo uma base teórica onde podemos constatar a importância do professor regente e o professor de apoio para com o aprendizado do aluno com TEA.

Amiralian (1986), aponta a forma com que a pessoa com deficiência foi tratada ao passar dos anos e Mazzotta (2001) denota como ocorriam os primeiros atendimentos ao indivíduo com deficiência no Brasil na década de cinquenta com a ajuda de D. Pedro II.

Nas últimas décadas muitos países têm passados por mudanças significativas na compreensão da educação inclusiva, no Brasil também foram surgindo leis que amparam a Educação Especial e a inclusão da pessoa com deficiência, sendo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB,1996) Lei N. 9394, que veio para reafirmar o direito à Educação para Todos, que já era garantida pela Constituição Federal (BRASIL,1988).

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inclusão do aluno com deficiência, passando pelas quatro fases denominadas por Exclusão, Segregação, Integração e Inclusão, que marcaram o processo social e pedagógico desses sujeitos, com isso, opta-se pela última fase para a construção deste artigo.

E por fim a teoria de Vygotsky (2007) Ao discutir a formação social da mente, onde ele defende a importância do ambiente escolar para o desenvolvimento da pessoa com deficiência.

5 CONCLUSÕES

Conforme o exposto o objetivo é ressaltar a importância do professor de apoio e do professor regente para com o desenvolvimento do aluno com deficiência incluso na sala de aula regular. Através de estudos bibliográficos podemos compreender o papel do professor regente e o professor de apoio para com essa inclusão.

Entretanto, para que a inclusão ocorra significativamente faz-se necessário uma verdadeira tomada decisão, relacionada a realidade do aluno com deficiência, através de ações conjuntas que envolva a escola e a família.

A educação inclusiva, apesar de encontrar sérias resistências por parte de muitos profissionais e de alguns familiares, constitui, uma proposta que objetiva resgatar valores sociais voltados para a igualdade de direitos e de oportunidades para todos. Para que esta inclusão se concretize, não é suficiente existirem leis que determinem a sua efetivação. Isto pressupõe grandes avanços e mudanças na sociedade como um todo, onde todos fazendo sua parte e as respostas tendem a ser positivas.

A ideia de uma sociedade inclusiva é algo que está sendo consolidada e inserida na população e acredita-se que isso, não tem volta. É preciso sim buscar formas de garantir a efetivação da inclusão em todos os cenários da sociedade principalmente o da educação. As políticas de inclusão escolar de alunos com deficiência no ensino regular de ensino não consistem somente na permanência física desses alunos junto aos demais educandos, mas representa e requer mudanças de concepções e novos paradigmas, no sentido de respeitar suas diferenças e atender suas necessidades.

A proposta deste trabalho foi a de analisar até que ponto práticas rotineiras em sala de aula são culturais ou historicamente construídas na sociedade, atribuindo papéis favoráveis para ambos, observando o quanto isso influencia na representação que os alunos com deficiência fazem no ambiente do qual estão sendo inseridos.

Estamos convencidos da importância do professor regente e o professor de apoio dentro do processo de inclusão escolar e da garantia dos direitos das crianças com deficiência no Brasil. Vale ressaltar que cada análise e descobertas até então estudadas faz com que possamos entender que

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educadores e profissionais que acreditam na inclusão escolar, sempre buscará inúmeras alternativas pedagógicas para seu educando.

Este trabalho foi de suma importância para o enriquecimento de um estudo compreendendo que todas as partes envolvidas trabalhando em um pressuposto do qual o aluno seja a parte que precisa ser desenvolvida e, quando todos estiverem unidos na mesma finalidade, os resultados serão mais relevantes e proveitosos, na Inclusão Escolar.

Mesmo hoje, sob a égide da bandeira inclusiva, muitos são os entraves enfrentados pelos alunos com deficiência, para garantir qualidade à sua educação, que ainda, em muitas situações, não se caracteriza, de fato, como inclusiva, pois há efetivamente muitas ausências. É necessário avançar na aplicação de políticas públicas que atendam e respeitem as suas especificidades. Há necessidade de avançar também na efetivação de medidas específicas e ordinárias de atenção à diversidade e propostas de formação inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos princípios inclusivos

Dessa maneira, é necessário que as políticas públicas, e sociedade se organizem colocando as práticas inclusivas em ação reconhecendo o outro, independentemente de sua deficiência, sem rótulos, valorizando a diversidade.

REFERÊNCIAS

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Referências

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