UNIVERSIDAI}re
Drc
EVORA
DEPARTAMEFITO
DE
TII§TORIA
Mestrado
em
Arquivos,
Bibliotecas
eCiências
da
lnformação
(2003/200s)
os
ARQInVOS
MUNTCTPATS
COMo
STSTEMÀS
DE
INFORMAÇÃO:
CASO DOS ARQUTVOS
DO
DISTRTTO
DE
S.{NTARÉM
Por: Raquel
Fernanda Caçador
Marques
Orientado por: Professor Doutor
António
Serrano
ú
{{J
,
UNIVERSIDADE
DE
EVORA
DEPARTAMBNTO
DE
HISTORIA
Mestrado em
Arquivos,
Bibliotecas
eCiências
da
Informação
(20031200s)
OS
ARQUIVOS MUNICIPAIS COMO
SISTEMAS
DE
INFORMAçÃO:
.
CASO
DOS
ARQUTVOS
DO
DISTRITO
DE
SANTAREM
Jáq
Yol
Por: Raquel
Fernanda
Caçador Marques
Orientado
por:
Professor Doutor
António
Serrano
,w b
1ffi
os ARQIJTVOS MUI\IICTPAIS COMO SISITEMAS Df, INFORIIAÇÃo:,CA§O DOS ÂRQUIVOS DO DISTRITO DE SANTAREM
AGRADECIMENTOS
..,....LISTA
DE FIGTIRAS ...RESUMO....
ABSTRACT
4 5 7I
1.1.
ruSTIFICAÇÃO DA
AREA
DE ESTUDO ----.-..--.-....1.2. MOTTVAÇÕES PESSOAIS
I.3. ANALISE
DOPROBLEMA...
1.4. OBJECTTVOS ...
I.5. METODOLOGIA.
1.6.
ARQUTECTURA
DOTRABALHO.
CAPÍTULO
il...
CONCEITOS
F(TIVDAMENTÁIS
SOBRESISTEMÁS DE
INTORMAÇÃO
2. 1. Informação...
2.2. Sistemas de Informação nas Or ganizações-... -... -...
2.3. Gestão do
Coúecimento...
CAPÍTULO
ilI
CONCEITOS
FUNDÁMENTÁIS
SOBREARSUIVOS
MUNICIPAIS
3.1. Conceito de
Arquivo
eArquivo Municipal.
3.2. Os Arquivos Municipais na Administração..-....-.-3.3. Elementos Estruturais dos Arquivos Municipais
3.4. Organizar Arquivos Municipais ...
CAPÍTULO
U...
OS
SISTEMAS DE
INFORMAÇ,ãO
NOSARQUIVOS
MUMCIPAIS
4.1. Arquivística e GestÍio da Informação 4.2. Arquivística e Novas Tecnologias
4.3.
Cnaçio/Adopção de umModelo
paruOrganização de ArquivosMunicipais
5.3. Os
Arquivos
dos Municípios5.4. Ajustamento do Modelo de Organizaçio e Funcionamento ... 73
CAPÍTULO
W ... 7676
77 81
CONSIDERAÇOES
FINÁIS
E
ESTUDOSFUTUROS
..6.1. Considerações Finais.
6.2. Sugestões para Trabalhos Futuros ...
CAPÍTULO
WI
... 82 ... 25 25 26 27 29 34 _?8i8
39 47 49cApÍTaLo
v...
--.-.---...- s2iueNósrlco
Aos
ÁROarvoS M(INICIPATI Do
DISTRTTo DE
SANTÁREM:
Caracterização do Esíudo e
Ánúlise
deDudos
---.-.- 525.1. Estratégia de Investigação
5i
5.2. Caracteruaçio da População do Estudo.. ... 54 57
I INTvERsIDADE »s ÉvoRA - ttEsrRADo rna cÉqcns oa nvronueÇÃo
tffi
O§ ÂRQIJIVO§ MIJI\ÍICIP§ COMO SISTEMAS DE INFORMÂÇÁO: ,
CA§O DOS ARQI]WOS IX) DISTRITO DE SAI§TAREM
BIBLIOGRAFT,A..
CAPÍTULO
Wil...
WEBSITES
ANEXOS..
AnexoI
DUGNóSTIC7 AoS
AROUTVOS DOSMITNICÍPrcS
DODISTRITS DE
SÁNTAREM
82 92 92 96 97...98
2tffi
OS ARQT'IVOS MTIMCIPAIS.COMO SI§TEMAS DE INFORMAÇÃO:,
CASO DO§ ARQUIVOS DO DISTRITO DE SAIYTAREM
A minhafamília:
que
permitiu darforma
ao sonho3 T.JNTVERSTDADE DE EVORA - MESrnaOo SN,I cIÊNCnS Oe uvgonuaÇÃo
#
OS ARQTJIVOS MIIMCIPAITI COMO SIIITEMAS DE INFORMAçÃO:,. .'CA§O DOS ARQI.IVOS DO DI§ITRITO DE SANTARÉM
AGRADECIMENTOS
A
meumarido,
minha
lilha
Margarida,
meufilho Filipe
eminha
irmã
Nanda,
peloincentivo.
Ao
ProfessorAntónio
Serrano pela disponibilidade
e compreensão.E
atodos aqueles que
directa
ou indirectamente
contribuíram para
que estetrabalho
fosse possível.4
#
OS ARQT'WO§ MIII\IICIPAIS COMO §I§TEM§ DE INT'ORMAÇÃO:.CASO I}OS ÂRQIJIVO§ DO DI§ITRITO DE SAI\ITAREM
LISTA DE
FIGURAS
Fig.
I
Proveniência enatureza da informação no organismoFig. 2
Lugar e utilização dos arqúvos no organismoFig. 3
Arquivos/GestEio integrada da informação orgânicaFig. 4
GestÍlo da InformaçãoFig. 5
Modelo paraOrgatúzação de ArquivosMunicipais
Fig.
6 LocaLuação doDisrito
de SantarémFíg.
7 Municípios noDistrito
de SantarémFig.
8
Caracteriaação do município Orçamento 2005Fig. 9
Caracteização do município Funcionários 2005Fig.
10 ServiçosBAD
Fig.
II
Representação do arquivo na estrutura orgânica do municípioFíg.12
Software de gestâo documentalFig.
13 Representação do arquivo no orçamento municipalF ig. I 4 Categorias profissionais
Fig.
15 Frequência de acções de formação sobre gestÍío de documentosFig.
16 Existe regulamento de arquivo?Fig.
17 Avaliação, selecção e eliminaçãoFig.
18 Serviços que realizam estas actividadesFig.
19 Estas operações foram tecnicamente acompanhadas peloIANTT
Fig. 20 Remessas dos serviços produtores para os depósitos
Fig.2l
As remessas são acompanhadaspor
F ig. 22 Inventiârio da documentação em depósito
Fig.23
Dificuldades mais frequentesFíg.24
Projectos para o futuroFig.25
Espaçofisico
ocupado pelos depósitosFig. 26 Condições fisicas
Fig. 27 Condições ambientais
Fig. 28 Problemas ambientais
Fig.29
Equipamento de controlo ambientalFig. 30 Suportes documentais existentes
Páry.40 Pâ9.42 Páry.44 Páry.46 Pâg.49 Pág.55 Pág.55 Pâg.56 Pâg.57 Pâg.57 Pág.58 Pág.58 Pág.59 Pás.59 Pág.60 Pág.60 Pâs.61 Pâ9.62 Páry.62 Pâs.63 Páry.& Pâs.64 Pág.65 Pág.65 Pâ9.66 Pâ9.66 Páry.67 Pâ9.67 Pág.68 Pág.68 5
'"*
OS ARQUIVOS MI]MCIPAIS COMO §I§ITEMAS DE INFORMAÇÃO:, C§O DOS ARQI]WOS I'O DISTRITO DE SANTAREMFig. 31 Estruturas utilizadas paÍa aÍmazenagem dos documentos
Fig. 32 Unidades de instalação
Fig. 33 Estado de conservação da documentação existente
Fig. 34 Documentos e acervos
Fig. 35 Fases da documentação existente
Pás.69 Pâ9.69 Páry.l0 Páry.l0 Pâ9.71 6 TJNTvERSIDADE oB ÉvoRe-lresrnaoo Bu cÉNcns oauvronueÇÃo
ifr
OS ÁRQIJIVOS MIJMCIPAIS COMO SISTEMA§ DE IIYFORMAÇÃO:.CA§O I}OS ARQUIVOS DO DISTRITO DE SAI\TTAREM
RESUMO
Hoje
em diaoorganizar
arquivos
nãotem
que seruma
tarefa dificil,
pois
dispomosde
Tecnologias
de Informaçâo que nos permitem
ter
acessorápido
aos
dados existentes emsuporte
depapel
e,também,
ter
apossibilidade
decriar
documentosem
suporte informático,
de forma
a
ocupar
muito
menos e§paço
e a
poder
conservar
os documentos em dois suportes com diferentes características.Na
era da
Sociedadeda Informação e do
Conhecimentoo estamosperante
uma
oportunidade para alterar
as relaçõesentre
osmunicÍpios
e
os munícipes,
assimcomo
para
reinventar
a organitaçáo
domunicipal
orientando-a para
os munícipes.É
Ooconhecimento
geral que a maioria
das
Autarquias Locais tem
desprezado enormemente o seupatrimónio
arquivístico.
Com
esta
disseÉação pretendeu-se
investigar
até que
ponto
as
CâmarasMunicipais
do
Distrito
deSantarém têm
valorizado
essepatrimónio,
sabendo queos
arquivos municipais são
o
produto natural
da
sua actividade,
logo,
umarealidade
da gestãomunicipal.
Para
fazer
o
enquadramento
teórico
do
tema, iniciámos
com
uma
reüsão
bibliográÍica, abrangendo duas grandes áreas
da
arquivística: os
sistemas
deinformação
e ateoria
sobrearquivos municipais.
Em
seguida,
alguns
dos conceitos
teóricos
apresentadosforam
aplicados
a
um
modelo
de
organização
e
frrncionamento
-
Modelo
para
Organização
eFuncionamento
de
Arquivos Municipais.
Posteriormente,
como
estratégiametodológica, procedeu-se
a
um
estudo
de
caso
que
incluiu
os arquivos
dosMunicípios
doDistrito
de Santarém.O
modelo adaptado, após recolha
e
análise
dos
dados provenientes
de
um
questionário, aplicado
estriúamente
numa óptica
de
observação
da
realidade
existente,
foi
revisto
e
ajustado. Finalmente,
foram
sistematizadas
algumasconclusões
e
considerações
finaisr
as
quais permitirão
5sn5ifuilizar
asadministrações municipais
e
ajudar os
arquivistas
que
tenham como tarefa
organizar
arquivos municipais.
Palavras-chave: Sistemas de
Informação,
Arq uivosMunicipais, Estruturas
Orgônicas ou Funcionais.1ffi
O§ ARQUTVOS MI'NICIPAIS COMO §I§TEMÂS DE INTORMAÇÃO: , CA§O ItO§ ARQUTVOS Ix) DI§TRITO DE SAI\TAREMABSTRACT
MT]MCIPAL
ARCHTVES
AS
INFORMATION
SYSTEMS.'
THN
CASE
OX'SAIITARÉM DISTRICT ARCIITYES
Nowadays, orgmizing
archives doesnot
haveto
bea
difficult tash
becausewe
haveInformation
Technologies availablewhich
enable usto
have aquick
accessto
the datain
paper
format
and also
grvesus
the
possibility
to
create documentsin
computerformat,
in
a way that
lesser spaceis
occupied andthe
documentsare
kept
in
nro
different formatswith diflerent
characteristics.In
the ageof
thelnformation
and Knowledge Society we are facing a chance tomodi!
the relations betweenmunicipalities
and citizens, aswell
asto
reinvent the municipalorganization
guiding
it
to
the
citizens.
It
is
commonplacethat the majority
of
themunicipalities has despised enormously its archival patrimony.
The aim of this dissertation is
to
investigate how much the municipalitiesof
theDistrict
of
Santarém have increasedthe
value
of
their
archival pafiimony, knowing that
themunicipal
archives arethe
naturalproduct
of
the municipal
activity,
consequently areality
of
the municipal management.For
úe
theoretical backgroundof
the theme, we initiatedwith
a bibliographical revision which embracedtwo
great areas of the archival science: the information systems and the theory on municipal archives.Afterwards, some
of
the presented theoretical concepts have been appliedto
a modelof
organization andworking
method-
Oryanuation and FunctioningModel
of
Municipal
Archives. Later,
as
a
methodological
strategy,we
carried
out
a
casestudy
whichinctuded the archives of the city-halls of the
Disfiict
of
SantaÍém.After
collecting
and analysingúe
data obtainedfrom
a questionnaire, the transformedmodel
-
strictly
appliedin
anoptic
of
observing the existent reaüty-
wasreüsed
andadjusted.
Finally we
systematize some conclusions and recommendationswhich
will
allow
to
sensitize themunicipal
administrations andhelp
the archivistswho
have the taskto
organize municipal archives.Key-words:
lnfonnation
Systems,
Municipal
Archives,
Organic
or
Functional Strucnres#
OSARQT'WOS MI]MCIPAI§ COMO SISTEMA§ DE INFORIYTÂÇÃO:. CA§O DO§ ARQIJIVOS DO DI§TRITO DE SANTAREMCapítulo
I
lntrodução
"A história mostra-nos que as civilizações
que abandonam a demanda do conhecimento estão condenadas à desintegração" Bernard
Lovell
The Observer, 'Sayings of the Week',
14 de
Maio
1972I
'"*
OS ARQTIIVOS MUIVCIPAI§ COMO §I§TEM§ DE INFORMAÇÃO:. CA§O IXN ÁRQIJIVO§ IX) DI§TRITO DE SAI{TAREMí.í.
JUSTIFICAçÃO
DA
AREA DE
ESTUDO
o
longo
dos
temposo
homem
sempreteve
necessidadede
organizar osregistos
da
suaactividade
e
de criar
meios
eficazespara
acederao
seuA
origem dos arquivos acontece naturalmente desde que a escritacomeçou
a
estarao
serviço da
humanidade.O
coúecimento
sobrea
existência dearquivos remonta
às
antigas
civilizações
do
médio oriente, que
no
seu
estado embrionário terão surgidohâ
cerca de seis milénios, na vasta area do chamado crescentefertil
e Médio Oriente.O Vale
doNilo
e
a Mesopotâmiapermitiram a
fixação de populações laboriosas que, desdeo 4" Milénio
a.C.,irão
formar
cidadese
Estados Organizados, ondea
escrita desempenhajá
um
papel primordial
[Silva,
Ribeiro,
Ramos
e
Real,
19991.A
constituiçãodos primeiros
arquivosterá
obedecido apenasà
intuição
humana, logonatural embora estruturalmente adequada.
Actuaftnente, como nos
dizem
[Rousseau e Couture, 1998] o alargamento das funções das administrações públicas e de outras instituições contribui não só para o crescimento exponencial da quantidade de documentos de arquivo, comofoi
também acompanhadopelo
desenvolvimentode
novas tecnologiase da
sua aplicaçãopara
criar e utilizar
arquivos.
Surge assim o fenómeno da informação que envolve toda a sociedade e para a constituir
o
objecto de interesse da ciência da infomração, uma nova áreacientifica
emergente.Abre-se
para
a
arquivística
como
indica [Ribeiro, 2001], uma fase
radicalmentediferente,
embora
integradoradas
anteriores,que
passamosa
designarpor
período"cientifi co-informacional".
As
organizaçõestêm
obrigatoriamenteum
sistemade
infornação, para
[Serrano,Caldeira
e
GuerreiÍo,
20A41,a
hipótese
da
sua
não
existência
põe
em
causa a comunicação e o relacionamento entre os seus elementos e, portanto, opróprio
conceitode
organização.As
organiz.ações interagemcom
o
meio
ambiente, estepor
sua vezrecebe s exerce influência na organrzação, pelo que a Sociedade da Informação levou as
organizações
a
incorporar
novas Tecnologiasda
Informaçãoe
Comunicação(TIC).
Comoindica
[Masson,200U a
rápida mudança tecnológica estimuladapor
constantes inovaçõesimpõe um
riüno
diúmico
de
mudança que torna fundamentala
constante#
OS ARQI'IVOS MT}MCIPAISI COMO SI§TEMÁ§ DE INFORVIAÇÃO:, CA§O I'OS ARQTIIVOS DO DITITRITO DE SAI\ITAREM acfi;rrl:u:açáo da sociedade e da cultura, sobo risco
inexonâvel da obsolescência. Dessenovo
contexto, resultam
alteraçõesprofundas
no
trabalho,
nas
relações sociais
eeconómicas e nas formas de produzir e usar a informação.
O município,
comoindica
[Rodrigues, 20027,é
a expressão da sociabilidade humana"assinala que existe uma hierarquia de comunidades humanas, com finalidades e funções
proprias
e
que
se
inter-relacionam:
família-município-Estado,
podendo
assim desempenharum papel
crucialno
desenvolvimento da Sociedade da Informação e doConhecimento
em
Portugalcomo
atiásé
reconhecidopelos
autoresdo Livro
Verde. [Ramos,Cruz,2000].
Pretendemos
centrar
a
nossa atençãonos Arquivos Municipais como
sistemas deinformação, neste caso, os arquivos
Municipais
doDistrito
de Santarém. Sabemos dosproblemas
vividos
actualmente
na
administração,
pela
difrculdade
no
acesso àinformação contida nos seus acervos municipais, na maioria dos casos necessitando de
um
profundo trabalho
de
organização,
avaliação, selecção
e
eliminação
de documentaçãode
gestÍiodo
espaçode
que dispõeme de
criação de instrumentos depesquisa para um
facil
e nápido asesso à informação.í.2. MOTMçÔES
PESSOAIS
a
era
da
Sociedadeda
Infomração
e
do
Conhecimento
e
estando
adesempenhar funções
na
área dosArquivos Municipais,
o
quejustifica
aescolha
da
dissertaçãoque se
apresenta,e
ao
contactar
com
outos
municípios, intuitivamente
deparo-mecom
algumas inquietações. Sabemos que para quea
orgznizvçils administrativa acfual cumpra atarefade dar cumprimento aos direitosdos
cidadãos(lei) é
necessáriauma
simplifrcação dos
procedimentos,lüna
melhorgest€Ío dos recursos humanos
e
sobretudouma melhor
organizaçãoe
recuperação da informação.Fazemparte das minhas inquietações a desordem, a acumulação de documentos, a falta
de espaço
e afalta
de instrumentos de pesquisa que penrritam umfácil
e nápido acesso àinformação.
Sabendo que
a
gestãoda
qualidadetotal
residenteem
boa medidanos
documentos, como podemosfacilitar
o acesso a essa documentação se nos deparamos com condições uNtvERsrDADEosÉvoRA-trmsrnanosMcÉ{cns»envronvaçÃo
ll
1ffi
OS ARQI'IVOS MT]IUCIPAIS COMO SISIIEMÁS DE INFORMAÇÃO:,CA§O DO§ ARQI'IVOS DO DI§TRITO DE SAI\TAREM
estnrturais deficientes que não
permitem ao arquivo
estabelecerrotinas e
normas degestão da documentação, com espaços Íisicos que não dispõem de condições adequadas para a recolha da documentação que são manifestamente insuficientes face à produção,
sem
recursos humanos
com
formação
adequada
para
efectivar
a
gestão
da documentação e sem sensibilidadepolítica
paraamudança da situação.Os
arquivosmunicipais
neste momento sãoum
campode
actuação estratégico para muitas empresas cuja missão está relacionada com as novas tecnologias. AsTIC
podemser aplicadas
em múltiplas
tarefas arquivísticas, as aplicações paraarquivo
abundamcada
vez
mais no mercado, embora também se possa recoÍTera
sistemas adhoc, ou
aaplicações à medida.
Assim
sendoo
contexto motivador para esta inquietação é sem dúvida o paradigma da Sociedadeda
Informação
e
do
conhecimentoe
o
papel que
os Arquivos
precisam desempenhardento
dessa
Sociedade,
como locais
organizados,
e
funcionais, permitindo à administração ser mais eficientee
efrcaz na satisfação das necessidades deinformação dos seus clientes (Munícipes).
É neste universo de dúvidas que pretendo realizar a
miúa
dissertação de mestrado.í.3.
ANALISE DO PROBLEMA
uando nos
dirigimos
ao atendimentomunicipal
com oobjectivo
de consultar oprojecto de obras da nossa casa, quando precisamos calcular a nossa pensão de aposeúação, quando procuramos
um
documento importante, sentimosa
falta
de que atguém
teúa
organizado previamente a documentação.Para que se produzem os documentos e porque se consiervam? Em primeiro lugar, paÍa a
gestÍio administr2liya dos assuntos correntes, são o apoio
informativo
paÍa a tomada de decisões; assim mesmopelo
valor
probatório que
lhes concedea lei.
Neste sentidocomo
indica
[Fugueras eMundet,
19991,o
arquivo tem como missão proporcionar osdocumentos, datas e referências para
o
desenvolvimento nápidoe
efrcaz das actividadesde cada ôntida.de"
Num
contexto em que nos defrontamos comum maior
interesse das administrações eutilizadores,
maior
número de proÍissionais,e
frente atudo isto,
grpves problemas de'ffi
O§ ARQI'IVOS MT'I\ilCIPAI§ COMO SI§TEMA§ DE INFORIVIAÇÃO:,CA§O I'O§ ARQUIyOS DO DISTRITO DE SAIITAREM
todo o
tipo
e escassez de meios,muita
escassez de meiosé
este o panorama geral em que ainda hoje em dia se desenvolvem muitos arquivos locais.Como nos
diz
[Femandez,1999) ocoúecimento
dos problemas é o primeiro passo paraa
sga
solução. Investigar,
difundir,
unir
esforços,
obter
ajudas
e
ser
solidiáriosconstituem,
semdúvida,
um
conjunto
de
actividadesque os
resolverãoem
grande medida.Existem metodologias como a que nos aponta
[Gil,
1997] que é uma das mais usadaspara a criação de um sistema de arquivo.
Perante
a
problemática
apresentada,procura-se
com
este trabalho
dar
resposta à seguinte quest2lo: Como podem os municípios organizar e criarum
sistema de arquivocom recurso às novas tecnologias?
í.4.
OBJECTIVOS
om este trabalho pretende-se alcançar os seguintes objectivos:
a)
Sistematizarde forma
orgatizada
os vários
contributos
fomecidossobre esta matéria
pelos
diversos autores
de
forma introduzir
oC
P
conceito
de arquivo como
sistemade
informação,factor
essencialno
apoio à decisão;b)
Elaboração de um modelo teórico de criação de um sistema de arquivo.c)
Demonstrar atravésde um
questionário queos
arquivosmunicipais
são uma realidade como produto resultante da missão dos municípios.d)
Revero
modelo proposto, tendo em conta a análise dos questionários, de formaa adoptá-lo à realidade existente.
í.5.
METODOLOGIA
ara
a
concre,tuação dos objectivos propostos, sená realizado um estudo de casonos
Municípios
doDistrito
de Santarém, como forma de despertaro
interesse pelos arquivos municipais.Para dar cumprimento ao
primeiro
objectivo será feita uma revisão daliteraflra
sobre otema em análise.
'ffi
OS ARQI'TVOS MTII\IICIPAISI COMO SI§TEMA§ DE INFORMAÇÂO:.C§O DOS ÂRQUWOS IX) DI§TRITO DE SANTAREM
Os objectivos
seguintes serão realizados atravésda
apresentação deum
questioniário enviado aos municípios doDistrito
de SantaÍém que constituemo
universo em estudo, procurando assim demonstrar qual a situação actual dos arquivos municipais.A
escolhado distrito de
Santarém deve-sea
questõesde
afinidade
com
o
arquivomunicipal
onde a mesüanda desempenha funções, também ele integrado nestedistrito
-CâmaraMunicipal
de Coruche.Após análise dos questionários será proposto
um
modelo de criação deum
sistema dearquivo com recurso às novas tecnologias.
í.6.
ARQUITECTURA
DO
TRABALHO
este
primeiro
capítulo
é
efectuadauma
introduçãoao
trabalho, onde
seabordam os aspectos da importância do tema em esfudo. Descrevem-se quais
as motivações deste
trabalho, os objectivos
que se pretendematingir e
ametodologia que irá ser lutilizada.
No
segundo
concentramo-nos
nos
conceitos
fundamentais
sobre
sistemas
de informação.O terceiro debruça-se sobre os conceitos fundamentais sobre arquivos municipais.
No
quarto capítulo abordamos os sistemas de informação nosArquivos Municipais
epropomos aciaçãoladopção de um modelo de organização de
Arquivos
Municipais. O quinto trata da caracteização do esfudo bem como da análise dos dados provenientes do questionário. Procura-se entender a realidade das organizações municipais em estudoe adaptar o modelo proposto no capítulo anterior.
As
consideraçõesÍinais são
apresentadasno
sexto capítulo onde
são
visíveis
as conclusões e as limitações do estudo, bem como algumas ideias que poderãocontibuir
paÍa
a
melhor eficiência
e
eficácia dos
arquivosmunicipais.
São ainda apresentadas algumas sugestões para trabalhos futuros.A
fnalizar
descreve-sea
Bibliografia
úilizada
os
Websitesvisitados
e
os
anexosrelativos à elaboração desta dissertação.
'.ffi
OS ARQTJWOS MT'MCIPAIS COMO SISTEMA§ DEINI'ORMAÇÃO:-CA§O DO§ ARQUTVO§ DO DI§ITRITO DE SAI{TAREM
Capítulo
ll
Conceíúos
Fundamentais
Sobre
SrsÍemas de
lnformação
#
o§ ARQITIVO§ MIlIUcIPÂIs CoMo §ISTEMAS DE II{FoRMAÇÃo:-,
-CA§O IrcS ARQUIV(N DO DISTRITO DE SANTAREM
2.í.
|NFORMAçAO
-f
nformação éum conceito complexo, omnipresente desde o aparecimento davida
eI
inerente
a
qualquer
processo
evolutivo,
atribuindo-se
ao
ultimo
século
aIdesigtração
de
«<erada
informação»ou da
«revoluçãoda
informação».O
seupoder, no
final
do séc.XX,
resultou do desenvolvimento tecnológico-
que compreendetodo
o
campo informrático (desde as tecnologiasdo
computadoràs
auto-estradas dainformação,
as
tecnologias
da
comunicação,assim como
o
desenvolvimento
da sociedade dos media).Nos
tempos imemoriais,
em que era
transmitida
de
boca
a
orelha,
a
informação constituíauma
mercadoria rara,mais ou
menos exacta,e
mesmoincerta' Como
nosdizem
[Rousseaue
Couture,
1998],a
memóriaé afinal
uma
faculdade que esquece, selecciona, distorce.É
evidente que a introdução da infonnação documental,isto
é, da que se encontra registada num suporte com a ajuda de um código preestabelecido, criouuma
verdadeirarevolução
na
maneirade ver
e
de utilizar
a
informação.
Toma-sepossível copiar, autenticar,
transmitir,
comprar, receber,difundir,
classificar, recuperar, aÍÍnazenaÍ, conservare, finalmente,
utíLizara
informação deum modo
relativamentefácil,
estiávele
exacto.Informação
é,
segundo[Galliers,
1987,citado
por Amaral
eVarajão, 20001, aquele
conjunto
de dados que, quando fornecido deforrna
e a tempo adequados, melhora o conhecimento da pessoa que o recebe, ficando ela mais habilitadaa desenvolver determinada actividade ou a tomar determinada decisão.
Para analisar o objecto, o Homem recoÍre, ao conjunto dos cinco sentidos de que dispõe que pode :utíl:u:ar ou não na sua totalidade. Da análise do objecto, facto, acontecimento
ou fluxo
resultam registos elementares denominadose
quantificadosde
acordo com padrões previamente conhecidospelo grupo
social onde
o
observadorse
insere.A
informação é assim como nos dizem
[Almeida,
Serrano, Ventura eZorrinho,
1993],um
objecto indissociável
da
existênciade
objectos,factos,
acontecimentose
fluxos
do mundo real.Por
seuturno
[Serrano,Caldeira
e
Guerreiro,
20041, apontamque
a
informação
éabundante nas organizaçóes, embora só uma pequena parte seja lutilizada quer ao
nível
da
gestÍio estratégica querpela
gestiio titctica.A
informaçãoé
sobretudoum
recurso estratégicoda
orgatrzação, superior a qualquer outro factor de produção, poisfacilita
atffi
os ÂReurvos Mt MCIPATÍI coMo sr§rEMA§ nu
-nlr9§Yâ9l9:*,,
CA§OIx)S ARQTJIVOSIX) DI§ITRITO DE SAI\TTARENI
combinação
e
auÍilaação
de outros factores produtivos. Para que a informação assumaeste caracter eshatégico, deve ser transformada em
coúecimento,
pois só este permite a acçãopor
partedos
decisorese
a
respectiva tomada de decisão [Serrano, Caldeira eGuerreiro,
20M7.Na
mesmatinha de
pensamento[Zorrinho,
19917,indica que
ainformação para
as
organaações de hoje constituium
dos recursos que mais influenciao sucesso das organizações.
A
informação é também consideradae
úiL]E:ada em muitas organtzações comoum
factor estruturante eum
instrumento de gesttioda
organizaçáo[Zorrinho,
lggl),
bem
comouma
arÍna estratégica indispensável paraa
obtenção devantagens competitivas [Porter,
l9S5].
Também as denominadas organizaçôes baseadasna
informação
[Drucker, 1998]
cadavez mais deixam
de
seruma
excepção, sendoinevitavel, por razões de sobrevivência e competitividade, a mutação ou evolução nesse
sentido das organizações convencionais (não centradas na infonnação)- Para [Amaral e
Varajão,
20001
em
contexto
organizacional
a
informação
deve
ser
considerada'organiz.ada
e
tratada comoum
recursotiio
importante qrümtoos
Recursos Humanos,Materiais ou Financeiros. Também [Rascão, 2001], nos diz que a informação
teú
de ser vista como um recurso extremamente importante nas organizações, tão importante comoo capital ou as pessoas,
visto
que sem informação não podem sobreviver, pelo que esterecurso deverá ser gerido de fonna a tirar o maior proveito possível'
[Amaral e
Varajão,
2000]
indicam
aindaque
arrastadaspela importância que
dão àinfomração,
muitas
orgatizações não se apercebem (ou não reagem) de algUns excessos na procura e manutenção da informação, aponta para um esforço que devenâ haver por parteda
organizaçis na procura e manutenção da "informaçãocrítica",
da "informaçãomínima"
e
da
ooinforrraçãopotencial".
Já
sobre
a
"informação
lixo'',
o
esforço
é,obviamente, no sentido de se evitar qualquer dispêndio de recursos com ela.
A
aceitação de quea
informação possa sergerida
da mesmaforma que
os restantesrectnsos
da
organuaçáoé,
aindq um
assuntopolémico.
Para[King,
Kraemer,
1998'Oliveira,
1994, cítados porAmaral
e Varajão, 2000], enquanto recurso, e à semelhançade
outros bens
económicos,
a
informação
deve ser gerida'
Na
mesma
linha
depensamento contudo,
a
informação, como qualquer outro dos recursosvitais,
deve ser geridasolan,
lg821,pe1o que deve constituiro
cerne de uma área funcional da gestãoda
organizaçãoa
que comunmente
se chama GestÍioda
Informação [Casfro,
1987, citado por Amaral e Varajão, 20001.#
OS ARQTJIVO§ MIJMCIPAIS COMO SI§TEMAS DE TNFORMAÇÃO: .--
CASODOSARQIJIVO§DODI§TRITODESAI\TAREMPara [Zorrinho,
Serrano
e
Lacerda,
20031
infonnação
de
qualidade resulta
dodelineamento
de
uma
estratégia
de
informação,
da
capacidadede
resolução
deproblemas
e
das opções tecnológicas,em
suÍna deuma
combinaçãode
cérebroe
detecnologia de informação.
segundo
[Apolinário,
J.
M.
Marques, 2006], como
a
própria
designaçãoindica"
ainformação
é
o
recurso estruturanteda nova
sociedade emergente.Este
facto
tem consequênciasconsideráveis, inerentes
à
própria
nattreza
desse
recuÍso-
Sendo tendencialmente abundanteno
plano quantitativo,
o
seu
valor
decorre mais
dacapacidade de uso do que de mera disponibilidade.
Conforme o indicado
por [Zorrinho,
Serrano eLacerda'20031, a tomada de decisão tem sido um processo constante e continuado ao longo de toda a história da humanidade. Ohomem fez e faz sempre as suas opções com base na infonnação disponível e na forma
como a interpreta. Informação e decisão
foram
sempre processos indissociáveis.Ainda
segundo os mesmos autores a qualidade de uma decisão não pode ser melhor do que ainformação
que lhe
esta subjacente, masa
probabilidade de sucessoda
decisão estáfortemente condicionada
pelo
carácter subjectivo, também não dissociável, de quem ainterpreta.
Decidir
significa actuaÍ sobre informação. Entendendo-sepor
esta tudo o queinfluencia a decisão, independentemente do modo como, quando e por quem é obtida'
A
informação seleccionada, armazenada e estruturada assume a
forma
decoúecimento-Um fluxo
saudável de informação é o factor que sepaÍa as organiznções bem sucedidas,das
condenadasao
fracasso
lZorinho,
Serranoe
Lacerda,2003].
Para
concluir
eseguindo [Rascão,
200U,
podemosafirrrar
quehoje
estamos na Era da Revolução daInformagão
e
as organizaçõesde
sucesso gerema
informaçãocom eficiênciq
neste mundo dinâmico e comPetitivo.2.2.S!STEMAS
DE
INFORMAçÃO
NAS
oRGANIZAçÕES
Segundo
[Koontx
e Wehich, citados por Amaral eVarajão,2000]
todas as organizaçõestêm uma
missão queé
a
razlo
fundamentalou
o
propósito quejustiÍica,
em última
análise,
a
sua existência. Para [Buckingham, citadopor
Amaral e
varajão,
2000],
osSistemas de Informação são um meio paÍ?L a satisfação dessa missão e definem-se como
.1rm
sistema
que reúne, guarda
processae
faculta
informação relevante
para
aT NwERSIDADE nS ÉVORA- I'CSTRAp eM CÉNCIAS oe
WrOnVaçÃO
,,*
os ARQITIV(XI MUMCTPAIS coMo sI§rEMA§ DE
llFgly{qlg:-
-CÀSO DO§ARQT]IVO§IX) DISITRITO DE SA]\ITAREM orgarrrzaçáo (...), de modo que a informação é acessível e
útil
para aqueles que a queremutilizar,
incluindo gestores,funcioúrios,
cüentes,(...).Um
Sistema de Informação é um sistemade
actividade humana(social) que
pode
envolver,
ou
não,
a
utilização
decomputadores.
[Alter,
citadopor Amaral
e Varajão, 20001, entende ainda que Sistemade
Informação
é como
'tma
combinaçãode
procedimentos, informação, pessoas eTecnologias
de
Informação,
orgznizadaspara
o
alcance
de
objectivos
de
umaorganizaçáo.
O
Sistema
de
Infomação
organizacional
senâassim
para [Almeida
Serrano, Ventura eZorrinho,lgg4lum
objecto formatado artificialmente pelo Homema
fim
de representar a(s) percepção(ões) de factos, acontecimentose fluxos
referentes àquela organização.[Serrano, Caldeira
e
Guerreiro,
2OO4) apontam parao
Sistema deInforrração
de umaoÍganrzaçáo
como
sendo
um
sistema aberto,
com
objectivos
bem
definidos'funcionando
em
interligação
com outros
sistemasde
informação'
O
Sistema
de Informação organizacional fornece infonnação sobrea
organizaçãoe
o
seu ambiente,não só
paraos
elementosda
orgatizaçãocomo
também paraos
elementosdo
meioenvolvente (administração
fiscal,
clientes, fornecedores, etc).[Zorrinho,
19941por seufurno
indica que
o
Sistema
de
Infonnação
Organizacional,
cuja
referência
é
aorganizaçáo
no
seutodo,
constifui emúltima
análise e no contexto tecnológico actual,uma
imagem
global
da
organuaçáo,
9üê
condiciona objectivamente
o
seufuncionamento
e
evolução,
na
dimensãodos
dados fornecidos
e
na
dimensão
deinterpretação desses dados e percepção da realidade. Ou seja, pam
[Rivas,
1984, citadopor
Serrano, Caldeirae
Guerreiro,20047,qualquer
orgmiraçio,
sejade
quetipo for'
pode e deve ser interpretada como sistema de infonnação'
Para
[Arnaral
e
Varajão, 2000],
a
gestÍioda
informação,
ou
a
gestãodo
sistema responsávelpela
$ü!
operacionalização(o
SI),
não tem beneficiado
do
mesmo crescendode
interesse
e
reconhecimentopor
parte
da
grande generalidade
dasorganizaçóes. É assim comunc que a concepção e o planeamento do desenvolvimento do
SI
sejam
uma
consequênciada
gestãode
outros
recursos(como,
por
exemplo,
ofinanceiro)
ou o
resultadomarginal de projectos
de
reorganização administrativa-o
principal móbil
dessa função é o de manter uma visão global dos dados da organização[Trauth,
lg8g,
citado
por Amaral
e
Varajão,
2000], de
modo
a
satisfazeras
suasnecessidades de informação, possibititando o cumprimento da missão que
justifica
a sua1ffi
o§ ARQIIwos MIJNICIPAI§; coMo SI§TEMA§ IIE NFoIty{Et9-:g--cnso oos anõurvos Do DlsrRrro DE sArtrARE'M
existência.
A
satisfação dessas necessidades pa§sa essencialmente pela determinação de quais, onde e quando devem os dados estar presentes na vidada
otganiz'ação' segundo[Amaral e
Varajão, 2000].
o
desenvolvimentodo
sI
deuma
organização'como
dequalquer outro dos seus sistemas formais, deve resultar de uma reflexão sobre o papel que ele deve desempeúar
na
organiz.ação[Amaral
e varajão, 2000]' bem como sobre oprocesso e os Íecursos envolvidos tra sga constnrção' Pensar antes de fazet' parece gma atitude racional e saudável peÍante este problema. Neste contexto, essa atitude
justifica
aactividade
de'?lanear
Sistemas de Informação" [Amaral e Varajão' 2000]'para
[Zorriú
o,l994f,o
sucesso da gestão depende cadavezmais daconvergência'ta
organuaçáoe
nos
seus recursos humanos,de
três
capacidades fundamentais:visão,
informação
e
formação.A
capacidade de compreenderem
antecipação as tendênciasrelevantes de evolução
da
organização e da sua envolvente' a disponibilidade opoÚunae
fiável
dos dados que caracterlzamo
seu contexto de acção e a competência para agtr smconformidade com esse contexto e com os objectivos a atingir, são as chaves da gestão moderna, nas quais a infonnação, mais ou menos estruturada' assume um papel central'
o
sistema de informaçãoconstitui
assim parao
mesmo autor'um
factor de equilíbriodinâmico do sistema
otganizacional, comum
potencial de intervenção acrescido pelaevolução das tecnologias que o apoiam'
Para [Rascão, 2001], os sistemas de
infornação
têm um raio de acção muito mais vasto'Eles incluem a tecnologia, os procedimentos organizacionais, os métodos e as políticas
que gerem
a
informação, assimcomo
as pessoas quea
trabalham'Ainda
segundo omesmo autor, na economia de
hoje muitas
otganuaçóes públicas e privadas' comfins
lucrativos
ou
não,
têm
sistemasde
informaçãoque
confibuem
paÍaa
efrciência da gestão e pÍlra mais facilmenteatingir
os objectivos, pelo que nas modemas organizaçõesa
Informação éum
recursomuito
imFortante, usadona
implementaçãoe
controle daestratégia. [Rascão,
2001]
diz-nos ainda que os sistemas de infonnação paraa
gestilocontribuem
paÍaa
eficárciados gestores no exercício das suas funções de planeamento'organizaçáo,
controle
e
decisão,
na
gestiio
da
organtzaçáo' proporcionando-lhe informação relevantee
oportunana
tomadade
decisão, reduzindo assimo risco
de
Em
conclusãoe
segundo [serrano,caldeira e Guerreiro,2oo4f,
todas as organizações têm obrigatoriamenteum
sistema de informação.A
hipótese da sua não existência põe lnsucesso.UNTVERSIDADE pe ÉvoRA - I\'ESTRADO rrrl cr&rcras oa nuronvaçÃo
t*
os ARQrJrvo§ MIJNTcIPAI§I coMo srsrEMA§ DE-
nrro$llÉ^o:*-
-caso oils ARaurvos Do DlsrRrro uE SAIYTAREM
em
causaa
comunicaçãoe
o
relacionamento entreos
seus elementose,
Portanto, oproprio conceito de organização'
2.3.
GESTÃO
DO CONHECIMENTO
conhecimento existe nas organizações
na forma
de competênciaspessoars
dos
respectivos
membros,
ou
como produto
da
transposição
dessas competênciaspara
documentos,normas,
repositórios,rotinas'
praticas
e
actividades. [Garcia, 2005]
para §euhauser, PhD e
stromberg,200u,
ocoúecimento
e as informações norteiam a economia moderna, qger se trate de uma «empÍesa'com» ou de uma empresatradicional
que
oferece
mercadoriase
serviços.
Para
serem
eficazes,as
empresas precisam administraro
conhecimentoe
as informações que as levam a ma:rimizar os recursose
aprimorar pennanentemente os seus processos' Esta é a base das <<empresas'com» em
plena expansão.
As
boas técnicas de administração do conhecimento devemreflectir
a
realidade de grandes sectores da economia e de complexos industriais que
se baseiam quase que exclusivamente em
coúecimentos' Até
mesmo as outras empresas precisam adoptar modelos de administração de conhecimentos para obteremêxito
e'
em alguns
casos, sobreviver num mundo em constante transformação'
os
processos de reprodução decoúecimentos
realiz2ull-se, nas organizações humanas'com
basenos
relacionamentos sociaise
nas trocasde
informaçãoque
ocolTem emcontextos sócio-culturais
determinados
nos
quais
o§
actores
jogam
emoções' sentimentos, crençase
visõesdo
mundo.
Para[Garcia, 2005]
as interacções sociaisconstituem
uma
oportunidadeprivilegiada de
integração de conhecimento comumao
grupo ou organiz açáo aque os indivíduos pertencem com as vivências pessoais destes'
asquaispelasuanatltezaqualitativ4subjectivaeinformacionalnãosãorçroduzíveis
nemcomunicáveis.osfluxosdeinformaçãoviabilizamatransmissÍiodeconhecimento
através, nomeadamente, da descrição e reconstituição indirecta de experiências pessoais
tornandomaisfácilasuainternalizaçáopelosindivíduos.
segundo [Taborda
e Ferreira,
2oo21a
Gestãodo coúecimento
tornou-se
o
factor
essencial da
pedormance
da
otganizaçioem
queo
grande desafioé a
reconstrução psrnranente da competência colectivae da
competência organtzacionalnum
ambientepautado
por
mudanças súbitas, rápidase
imprevisíveis'
Ainda
segundoos
autores auNrvERslDADgonÉvou-vmsrneoosMcÉ-\WtA§DansroruueçÃo
2t#
O§ ARQUTVO§ MI'MCIPAI§ COMO SI§TEMA§I DE INFORMAÇÃO:,CA§O DOS ARQT'IVOS DO DI§TRITO DE SÁ]\TAREM
oÍgafizaçâro
com
melhor performance
é
aquela
que
sabe
produzir
e
rutílu:ar colectivamenteo
conhecimentosem
cessarde
o
renovat,
ou
sejq
o
conhecimento assume-se como potenciador de acréscimo devalor
paÍaaorganir.açdo.Indicam-nos também
que
acederà
informaçãoé
cadavez
mais
f;âcil. Jánão
é
uma questão de procurar informação, massim
de procederà
sua selecção e tratamento demodo a que se possam
tomar
decisões, de naturezatácÍica e estratégica.A
teorologia
ajuda, mas não cria.E
só ajuda se, sem a tecnologiao a busca e a partilha tiveremo
seulugar.
Nesta linha de pensamento surge a Competitive Intelligence que para Taborda e Ferreira
se apresenta como um
disciplinahoizontal,
cruzando diferentes sectores na indústria enos
servigos,e
constitui uma
ferramentade
apoioa
disciplinascomo
a
estratégia, agestÍÍo do
coúecimento,
o marketing, a gestão da informação ou até a gestÍlo do risco.Qualquer uma destas disciplinas não deixa de fazer o
maior
sentido: sem uma estratégiadefinida,
a
organuação não conseguedeÍinir
o que observar; sem uÍna política de gestÍloe
partilha
do coúecimento
residente, serádificil
interpretaros
sinais emitidos
pelaenvolvente; se a informação não é recolhida, tratada e disseminada, será também mais
diÍicil
reagir e decidir da melhor forma.No
mundo em
qugvivemos
actualmenteé,
segundo§euhauser,
PhD e
Stromberg, 20011,preciso
agir
nápidocom
uma
deÍinição simples
e fácil de
administração doconhecimento
e,
em
seguida,estimular
umatroca
infomal
de
conhecimentona
§uaempresa.
A
característica comum, essencial para operar num «ambiente.com»» émuita
colaboração.Na
hipervelocidadedo
«mundo.com»,os
funcionários precisam reservar um tempo parareflectir
e resolver problemas ligados ao desempenho do seu frabalho. SegundofMaier,
2002,citado
por
Santose
Ramos, 2006)o
processode
gestÍlo docoúecimento
é
uma
função
de
gestâioque
tem
por
objectivo
a
criação,
selecção, retenção, aplicação, reformulação, partilha e transferência de conhecimento comofoma
de melhorar, de forma contínua, o desempenho da organização.É da responsabilidade desta função de gestÍio segundo [Santos e Ramos, 20067,
facilitar
o
fluxo
de
conhecimento,permitindo
à
organuaçáo,no
seutodo, reagir
a
estímulos extemos, adaptar-se a mudanças internas e externas, e intervir no seu ambiente deforma
a criar as condições necessárias ao seu bem-estar Íinanceiro e social.
uNTvERsIDADE ng ÉvoRA - lvGsrRADo una
cÉtqas
pa nqronuaÇÃo'iir'l'!
1ffi
O§ ARQI'IVOS MT'IUCIPAI§ COMO §ISTEMA§ DE INFORMAÇÃO:.CA§O DOS ARQUTVO§ DO DI§TRITO DE SA]\TAREM
O
processo de gestÍlodo
conhecimentoé
assim estruturado nas seguintes actividades fundamentaiscomo
colectivo.
Ao nível
individual
ela ocorre em resultado de problemas, de processos de aprendizagemformal
e da reflexãoindividual
sobre os rezultadosobtidos de determinada decisão
ou
acção.Ao
nível colectivo, a
construção oureformulação
de
conhecimento
decorre
do
desenvolvimento
conjunto
deconstruções
sociais
tais
como:
relacionamentos
profissionais,
eventosorganizacionais,
artefactos
fisicos
partilhados, metas
e
projectos
e
noÍmasculturais
e
valores
organizacionais.
Estas
construções
sociais
oferecemoportunidades
de
partilha
de
experiência
e
participação
na
resolução
deproblemas;
para posterior utilização é um processo
tlio
importante nos indivíduos como nasorganizações.
A
memória
organizacional, processopelo qual
a
organização arÍnazerta, organiza,e
recuperao
conhecimento necessráriopara
a
decisão eacção,
é
um
dos
elementos
essenciaisa
considerar
na
gestão
eftcaz
docoúecimento
organizacional.
Esta memória
é
muitas
vezes
associada ao armazenamentoe
recuperaçãode
informaçãoem
dispositivos computacionais mas, de facto, ela reveste-se de aspectos bem mais complexos relacionados como
armazenamentoe
recuperaçãoda
individual
e
colectiva,
bem
como
ainstituição
de significadose
noÍmÍN culturais.Por outro lado,
surge cada vezmais
a
noção
da
importância
do
esquecimentode
conhecimentoa
que
asorganizações estilo sujeitas;
acontecer
entre indivíduos, entre indivíduos
e
grupos,entre
grupos,e
entregrupos
e
toda
a
organização. Estapartilha
pode resultar da interacçãoou
sermediada
pelos
mecanismos
humanos, sociais, técnicos
e
tecnológicosresponsáveis
pela memória
organizacional.A
transferênciade
conhecimentopermite que
o
mesmo seja transmitido
para locais
da
organizaçãoonde
énecessário;
t:ffi
os AReuwos MIIMCIPaIS coMo SI§TEMAS »e nrronrraçÃo:.
CA§O I}OS ARQT]IVOS DO DISTRITO DE SA]\TAREM
influencia a forma como esta se estrufura, as metas e objectivos que estabelece e
a
forma como
reage
a
estímulos extemos.
A
aprendizagem organizacional acontece tarrbém quando os membros da organização aplicamo
conhecimento que possuem e reflectem sobre os resultados obtidos com determinada decisão ou acção. [Santos e Ramos, 20061'.ffi
OS ARQUIVO§ MIIIuCIPAIS COMO SISTEMAS DE INTORMAÇÃO:.CASO I}OS ARQUTVOS DO DtrITRITO DE SAI\ITAREM
Capítulo
ilt
Conceíúos
Fundamentais
Sobre
Arquivos
Municipais
"Vale mais acender uma vela que vtver na
escuridão"
1ffi
OS ARQIJMS-
MIINICIPNS COMO SI§TEMA§ DE INFORMAÇÂO-:---CA§O Ix)S ARQUIVO§ IX) DI§TRITO DE SA]\ITAREM
3.í.
CONCEITO
DE
ARQUIVO
E
ARQUIVO MUNICIPAL
efine-se
Arquivo
Municipa!
comoindicam
[Machadoe
Camargo, 2000], como a instituição respon§iável pelos conjuntos de documentos acumuladospor órgãos de poderes executivos e legislativos, no âmbito da administração
municipal directa
ou
indirecta.
Municipal
porque
"originário do
poder municipal";
assim são municipais
os
documentosproduzidos, recebidos
e
acumulados pelaadministração
municipal
no
desempeúo das suas
funções.
É
a
estes
conjuntos documentaisque
se
dedica
o
arquivo municipal,
responsávelpela sua
custódia,tratamento e utilização.
Em portugal, a organização e a administração das instituições arquivísticas distribui-se por Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, Arquivos Distritais e Arquivos Municipais.
lndependentemente do tamanho do município, e segundo as mesmas autoras, existe uma
relação estreita entre
a
procurados
seus serviçose
as instituiçõesdo
poderpúblico
criadas para satisfazê-la.
A
circulação de documentose
swt acumulação em arquivossão
uma
consequêncianatural
desse processo,uma
espécie deproduto
necessário do funcionamento de cada órgão.Ao
mesmotempo que
resultamda
acçãoda
administraçãomunicipal,
fMachado
eCamargo,
2000] referem que
os
documentos testemunhamas
relações destecom
acomunidade
a
que
serve,daí
o
interesseque continuam
mantendo para as propriasinstituições e para os muníciPes.
lyaz,l994l
mostra que nosMunicípios
não é Íiâcil encontrar documentos ou conseguirinfornações.
E,
quanto
mais antigo
for
o
documento procurado, maiores
são
asdificuldades para
a
Íecuperaçãodas infonnações
nele
contidas.Diz-nos
ainda
que existem muitosmunicípios
onde osarquivos municipais
são como depósitos de papéisvelhos
e
o
acessoàs
informaçõesé
difícil,
não só
aos cidadãos, mastambém
aospróprios govemantes e funcionários municipais.
Afirma
que os documentos produzidos pelomunicípio
não são simples papéis velhos.São
um
património público,
servem
à
constituição
e
exercício
da
cidadania
e
àpreservação da memória
do
govemo e da sociedadelocal.
São patrimóniopúblico e
acomunidade delega ao
município
o dever de zelarpor
esse património.A
eficiência e aeficácia da actuação da vereação dependerão de sua correcta administração.
'#
os ARerJrvos MLNTCIPAI§| coMo sI§lrEMA§DE-NFo!y4SPi*--caso o<is-s
Ãõilrvos
Do DI§TRrro DE SANTAREMOs Arquivos MuniciPais
sãoumarealidadecomplexaemconstanteadaptaçãoà
evolução da sociedade, não sejam eles os arquivos de uma instituição
que mais
próximo
esta das Pessoas segundo [lnfante, 2000]. Este autor refereainda que os
arquivos
são verdadeiros cenüos de informação fiazendo consigo toda a importância da infonnaçãonas sociedades modemas s ao mesmo tempo todos os perigos e inconvenientes de
qlPm
trabalha com o que é considerado hoje um poder dentro do Estado'
Considera ainda que todo o poder quer ter um arquivo como pólo
cultural'
ffiâs' quando este passa a ter informação que pode ser inconveniente, é preferível deixá-lo como
está
hoje, isto
é, sem meios,ou
me§mo inexistente.Por outro
lado osvários
serviços que detêm a sua documentação sentem-se como tendo, eles,um
poder namão' só
assim se
compreende
que as
instituições não
possuam serviçosde
arquivo integrados'
comarquivistas
e
regulamentos
bem
definidos,
não
importando
qual
o
valor
da documentação que está
em
causa.salvo raÍas
excepções, as câmarasmunicipais
sãobem espelho desta situação, possuindo arquivos em vários serviços sem integração entre eles, chegando mesmo a diferenciar os arquivos correntes e intermédios'
dos arquivos
definitivos,
através
de
dependências orgânicas completamentediferentes' [lnfante'
20001
3.Z.OS ARQUIVOS
MUNICIPAIS NA
ADMINISTRAçÃO
As
Autarquias Locais
visam a
prossecuçãodo
interessepúblico pelo
que
segundo§óbrega,
20001, as atribuições das Autarquias envolvem áreasde
acçáo tão amplas e
diversificadas
que exigem,
à
partida,
o
acessoà
informação
de
forma
a
que
ofuncionamento
dos
serviços
ou
a
resolução
das
questões suscitadasnão se
vejaobstruída
por
falhas de classific açlo,orgatuação,
acondicionamentoou
arquivamento
de processos e documentos'
Para [Peixoto ,2OO2l, Os
Arquivos Municipais,
pela sua natuÍezae à
luz
da crescenteafirrração do poder local, têm que se preparaÍ e dimensionar para responder aos
novos
desafios
que
quotidianamentelhes são
colocados'
E
do
conhecimentogeral
que'salvaguardando corajosas actuaçõe§,
a
e§magadoramaioria
dascâmaras Municipais
uNTvERsIDADE os ÉvoRA - lvGsrRADo sM cÉt'Iclas D INFQBà'ÍÂçÃo
ffi
o§ ÂRQUTVO§ MIJMCTPAI§ COMO SI§TEMAS DE n[FORtrrAÇÃO:CA§O DOS ARQUTVOS DO DISTRITO DE §ANTARÉM
tem
andado
de
costas
voltadas
ou
desprezado enormementeo
seu
património arquivístico.A
teoria
dasfiês
idadesdivide
a
documentaçãode arquivo, citando
o
mesmo autor,verifica-se que em relação à documentação dita de interesse histórico se desenvolveram
projectos e se tomaram cuidados mais específicos,
jânão
poderemos dizer o mesmo noque
diz
respeitoà
restante documentação das câmaras municipais.Normalmente
asmassas documentais foram-se acumulando de uma forma indisciplinada, acabando estas
autarquias por mais tarde ou mais cedo serem confrontadas com estados de ruptura onde impera o caos.
O
ciclo
de vida dos documentos inicia-se no momento da sua produção em que passam de imediato ater
importÍincia arquivística. [Peixoto,20027afrma
queo
seuvalor
é, naprimeira fase da sua
vida,
essencialmente administrativo, legal oufiscal.
Por isso, é tão necessário conservá-los etêJos
acessíveis,já
que constifuem provas ou testemunhos deactos administrativos e/ou
jurídicos,
que envolvem quer
as administrações,quer
os cidadãos.A
interferência dosmunicípios
na actividade desenvolvida tantopela
sociedadecivil
como pelas entidadespúblicas
é
inevitavel,
pelo
que
os
elementos disponíveis num arquivo devidamente estruturado e organizado, permitem segundo§óbrega,
2000],
o acessoà
informação imprescindívelna
gestãode
qualquer das iáreasde
acção sob aalçada destas instituições.
Para este autor o arquivo é um instrumento de apoio à gestâo, a memória organtzada de
qualquer
instituição. Também [França,
1993,
citada
por
Peixoto, 2002f,
nos
dá indicação de que as modernas tendências das ciências da administração reflectem comouma das maiores necessidades das instituições a gestão dos seus recursos informativos
de forma a poder fundamentar eficazmente as suas decisões. É-hes essencial ter os seus
arquivos organtzados de forma a poder recuperar rapidamente e, com
mínimo
de custos,a informação pertinente.
Os Arquivos Municipais são uma realidade da gestiio municipal e, paÍa [Peixoto, 20077,
além
de
pólos
aglutinadores
e
multiplicadores
de
sinergias,
como
sistemas
deinformação, são imprescindíveis à construção e vigência de uma efectiva administração aberta.