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Epidemiologia das amputações traumáticas atendidas em hospital público de referência em traumatologia e ortopedia / Epidemiology of traumatic amputations served in a public hospital of reference in traumatology and orthopedics

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.25068-25078 may. 2020. ISSN 2525-8761

Epidemiologia das amputações traumáticas atendidas em hospital público

de referência em traumatologia e ortopedia

Epidemiology of traumatic amputations served in a public hospital of

reference in traumatology and orthopedics

DOI:10.34117/bjdv6n5-092

Recebimento dos originais:15/04/2020 Aceitação para publicação:06/05/2020

José de Santana Carvalho

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde Enfermeiro Especialista em Traumatologia e Ortopedia

Instituição: Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória Endereço: Rua Maria Antônia de Oliveira, 247 – Lot. Militina, Vitória – PE, Brasil

E-mail: jose-cav1@hotmail.com

Alexsandro Rodrigues de Sena

Enfermeiro Especialista em Traumatologia e Ortopedia

Instituição: Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória Endereço: Rua da Carrapeta, 82 – Nova Descoberta, Recife – PE, Brasil

E-mail: alexsandrorodrigues10@yahoo.com.br

Augusto Cesar Barreto Neto

Doutor em Saúde da Criança e do Adolescente

Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE Coordenador do Núcleo de Estudos em Emergência - NEEM

Instituição: Universidade Federal de Pernambuco

Endereço: R. Alto do Reservatório - Alto José Leal, Vitória de Santo Antão - PE, Brasil. E-mail: augusto.barretont@ufpe.br

RESUMO

Objetivo: analisar os casos de amputações traumáticas atendidas em um hospital público de referência em ortopedia e traumatologia da cidade do Recife, capital de Pernambuco, no período de 2015 a 2017. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado por meio da análise de prontuários. Resultados: A prevalência de amputações traumáticas foi de 15,1% (IC95% 11,2-20). O sexo masculino

prevaleceu com 1,89 vezes mais amputações traumáticas, em relação ao feminino. Adultos/jovens apresentaram risco de 14,7 amputações pós-trauma, comparado aos idosos, o membro superior foi fator de risco de 10,2 vezes para tais amputações, amputados por causas traumáticas, receberam alta melhorada 9,2 vezes mais, em relação as demais causas. Conclusão: Indivíduos adultos/jovens do sexo masculino, apresentam grande fator de risco para o desenvolvimento de amputações traumáticas, principalmente em membros superiores,

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.25068-25078 may. 2020. ISSN 2525-8761 porém, recebendo alta hospitalar melhorada com maior frequência, em relação aos demais tipos de amputações.

Palavras-chave: Amputação traumática, Adulto, Idoso, Epidemiologia.

ABSTRACT

Objective: to analyze the cases of traumatic amputations attended in a public hospital of reference in orthopedics and traumatology of the Recife city, state capital, from 2015 to 2017. Methodology: It is a cross-sectional, retrospective study using quantitative analys. Results: The prevalence of traumatic amputations was 15.1% (95% CI 11.2-20). The male sex prevailed with 1.89 times more traumatic amputations, in relation to the female. Adults/adolescent presented a risk of 14.7 post-trauma amputations, compared to the elderly, the upper limb was a risk factor of 10.2 times for amputations, amputated for traumatic causes, received improved discharge 9.2 times more, in relation to the others causes. Conclusion: Adult/adolescent of the sexo masculin present a great risk factor for the development of amputation, mainly in the upper limbs, however, being hospitalized more frequently, in relation to the other types of amputations.

Keywords: Traumatic amputation, Adult, Old man, Epidemiology.

1 INTRODUÇÃO

A amputação é um termo utilizado para definir a retirada total ou parcial de um membro, seja de forma traumática ou decorrente de alguma patologia, com o objetivo de prover uma melhora na qualidade de vida desses pacientes.1 Este é um dos procedimentos cirúrgicos mais antigos, realizado principalmente em locais de guerra.2

No Brasil, as amputações têm uma incidência de cerca de 13,9 por 100.000 habitantes, apresentando prevalência de 85% dos casos ocorrendo nos membros inferiores.3 Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIHSUS) de 2011, os fatores relacionados as amputações realizadas pelo SUS no Brasil, apresentam as causas externas em primeiro lugar, com um quantitativo de 16.294 (33,1%), seguido de algumas doenças infecciosas e parasitárias 8.808 (17,9%), doenças do aparelho circulatório 7.905 (16,1%), diabetes 6.672 (13,6%), gangrena (não classificada em outra parte) 5.136 (10,4%), doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo 2.961 (6,0%), neoplasias 957 (1,9%) doenças da pele e do tecido subcutâneo 230 (0,5%), malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas 202 (0,4%).1

Estudo realizado utilizando os dados do SIHSUS, evidenciou que entre os anos de 2008 a 2015, o Brasil apresentou um quantitativo de 361.585 casos de amputação, onde as regiões Sul, Sudeste e Nordeste, foram responsáveis por 88,13% das amputações.4 A literatura relata

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.25068-25078 may. 2020. ISSN 2525-8761 que apesar de o Diabetes Mellitus e as vasculopatias serem as principais causas de amputações, os traumas são classificados como causas bastante expressivas, principalmente em pacientes jovens.5

A grande maioria das pessoas amputadas sofrem desajustes psicológicos, no entanto, os adultos jovens do sexo masculino, apresentam com maior frequência essa problemática, principalmente relacionadas às amputações traumáticas, devido ao fato de estas serem algo que não é premeditado.6 Pacientes amputados podem vir a desenvolver dificuldades na execução de habilidades e atividades básicas do dia a dia, gerando assim, uma perda de sua independência, surgimento de sentimentos de inferioridade e até mudanças em sua vida afetiva e sexual, resultando no desenvolvimento de sentimento de revolta e até ideação suicida.7,8

Estudos que tratem dos diversos tipos de amputações, são de grande relevância, pois através deles, podem ser identificados fatores associados, que servirão como base para a prevenção de novos casos que podem ser evitados, a exemplo das causas traumáticas, já que as mesmas contribuem de forma negativa quanto aos aspectos psicológicos destes indivíduos.4,6,9

São várias as causas de amputações, das quais a traumática é classificada como uma das mais expressivas, e há repercussões negativas para o paciente amputado. Tendo em vista que a população da região Nordeste, é uma das mais acometidas por esta problemática em nosso país, porém, a literatura apresenta escassez quanto a estudos que tratem deste problema de saúde no Estado de Pernambuco, principalmente relacionadas as causas traumáticas.

A presente casuística objetiva analisar os casos de amputações traumáticas atendidas em um hospital de referência ortopédica e traumatológica da cidade do Recife no período de 2015 a 2017.

2 MÉTODO

Tratou-se de um estudo transversal, retrospectivo, com abordagem quantitativa, que foi realizado por meio da análise de prontuários.

Foram utilizados como população do estudo, os pacientes internados neste hospital, que foram submetidos a cirurgia de amputação pós-trauma, ou regularização das causas traumáticas, entre os períodos de 2015 a 2017. O estudo foi realizado em um hospital público, da cidade do Recife - PE, referência em traumatologia e ortopedia. Utilizou-se de dados secundários de prontuários presentes no Serviço de Arquivamento Médico e Estatístico (SAME), desta unidade hospitalar. Realizou-se consulta dos livros de registros de

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.25068-25078 may. 2020. ISSN 2525-8761 procedimentos do bloco cirúrgico, para serem identificados os prontuários referentes a amputações, totalizando 457 nomes com registros e, posteriormente resgatados no SAME. Estão incluídos no estudo, pacientes internados no hospital no período de 2015 a 2017 (prontuários que ainda não foram enviados ao arquivo morto) e que foram submetidos à cirurgia de amputação ou chegaram ao hospital por ocorrência de amputações traumáticas. Excluíram-se os prontuários que apresentavam mais de 50% das informações sem preenchimento.

Coletaram-se dos prontuários os dados relativos as condições socioeconômicas, demográficas, comorbidades, e desfecho do caso. Em seguida, realizou-se a tabulação dos dados com o auxílio do programa EpiData versão 3.1[EpiData Association, Odense, DK]. A fim de detectar erros, a entrada de dados foi repetida e por meio da função de comparação de arquivos duplicados validate, os erros de digitação foram detectados e corrigidos. Os dados foram analisados com o auxílio do programa estatístico SPSS versão 20.0 [SPSS Inc., Chicago, IL, USA].

No algoritmo da análise estatística, as variáveis contínuas foram testadas quanto à normalidade pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Aquelas que não apresentaram distribuição normal foram transformadas em logaritmo natural e retestadas. As variáveis com distribuição normal foram descritas sob a forma de média±DP. Aquelas com distribuição não normal foram descritas sob a forma de mediana e intervalo interquartílico. Na descrição das proporções procedeu-se uma aproximação da distribuição binomial à distribuição normal pelo intervalo de confiança de 95%.

Na comparação entre as proporções foi utilizado o teste do qui-quadrado. Na comparação entre médias, o teste t de Student para dados não pareados (2 médias) e a análise de variância uma via para duas ou mais médias, ou os equivalentes teste não paramétricos de Mann-whitney e Kruskal-wallis, respectivamente, quando a distribuição não foi normal. Foi utilizado o nível de significância de 5%.

O projeto foi realizado seguindo as recomendações da Resolução n. 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas (CEP) do Hospital Otávio de Freitas, sob Protocolo n. 008402/2019 e CAAE n. 07035018.5.0000.5200.

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3 RESULTADOS

Do total de casos de amputações encontrados nos registros do hospital, totalizaram 457 prontuários, onde 136 já tinham sido enviados ao arquivo morto, e 63 estavam incluídos nos critérios de exclusão.

A prevalência de amputações traumáticas foi de 15,1% (IC95% 11,2-20). O estudo

observou que o sexo masculino apresenta uma estimativa de 1,89 vezes mais amputações traumáticas em homens em relação as mulheres. Quanto a idade, os adultos/jovens apresentaram 14,7 vezes mais risco de sofrerem amputações traumáticas em comparação aos idosos (tabela 1).

Tabela 1. Distribuição das amputações traumáticas atendidas hospital público de referência em traumatologia e ortopedia, segundo sexo, idade, escolaridade e zona. Recife, PE, Brasil, 2015 a 2017 (n = 258).

Fonte: Carvalho, 2018. RP: Razão de Prevalência. *Uso do teste exato de Fisher. a212 casos sem registro. b3 casos

sem registro.

Os membros superiores têm uma prevalência de 10,2 vezes mais amputações por trauma, em relação aos membros inferiores. Quanto ao desfecho do caso, as pessoas que foram

Amputação Traumática Sim n (%) Não n (%) 39 (15,1) 219 (84,9) RP p-valor* Sexo 1,89 (0,98-3,6) 0,05 Masculino 28 (18,9) 120 (81,1) Feminino 11 (10) 99 (90) Idade 14,7 (4,6-46,4) < 0,001 Jovem/Adulto 36 (31) 80 (69) Idoso 3 (2,1) 139 (97,9) Escolaridadea 0,55 (0,1-2,6) 0,59 Analfabeto/ Fundamental 4 (11,1) 32 (88,9) Médio/Superior 2 (20) 8 (80) Zona de ocorrênciab 0,81 (0,37-1,8) 0,6 Urbana 33 (14,9) 189 (85,1) Rural 6 (18,2) 27 (81,8)

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.25068-25078 may. 2020. ISSN 2525-8761 amputadas por causas relacionadas ao trauma, receberam alta melhorada 9,2 vezes mais, em relaçãoas demais causas de amputações (tabela 2).

Tabela 2. Distribuição das amputações traumáticas atendidas hospital público de referência em traumatologia e ortopedia, segundo membro acometido, desfecho do caso, ano da ocorrência e mês da ocorrência. Recife, PE, Brasil, 2015 a 2017 (n = 258).

Fonte: Carvalho, 2018. RP: Razão de Prevalência. aHipertensão Arterial Sistêmica; bDiabetes Mellistus. c

Doenças Crônicas Degenerativas. *Uso do teste exato de Fisher. c31 casos sem registro. d31 casos sem registro. #

Uso do quiquadrado para tendência.

4 DISCUSSÃO

Foi evidenciado na presente casuística a prevalência do sexo masculino como o gênero mais acometido por amputações traumáticas (71,8%). A literatura corrobora com este achado,

Amputação Traumática Sim n (%) Não n (%) 39 (15,1) 219 (84,9) RP p-valor* Doença de base < 0,001# HASa e/ou DMb 8 (4,7) 162 (95,3) 1 Outras DCDc 1 (2,6) 37 (97,4) 1,86 (0,23-13,8) 0,57 Nenhuma 27 (60) 18 (40) 0,07 (0,03-0,16) <0,001 Membro 10,21 (6,18-16,87) <0,001 Superior 22 (75,9) 7 (24,1) Inferior 17 (7,4) 212 (92,6) Desfecho do Caso 9,2 (2,28-37,47) <0,001 Alta Melhorada 37 (21,5) 135 (78,5) Óbito/Alta com Retorno/Transfe- rência para outro serviço/Alta a pedido 2 (2,3) 84 (97,7) Ano de ocorrênciac 0,79 (0,44-1,44) 0,47 2015-2016 17 (14,5) 100 (85,5) 2017 20 (18,2) 90 (81,8) Mês de ocorrênciad 0,92 (0,51-1,67) 0,85 Janeiro/junho 20 (15,7) 107 (84,3) Julho/dezembro 17 (17) 83 (83)

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.25068-25078 may. 2020. ISSN 2525-8761 a exemplo do Irã com prevalência de 83% dos casos nos homens, Etiópia (78,2%), Ribeirão Preto (79,6%), Campo Grande (72%).10-12, 13

Este achado pode estar relacionado a um estilo de vida masculino, no qual os mesmos são expostos a atividades que favoreçam o desenvolvimento de lesões traumáticas com mais facilidade, no desenvolvimento de atividades que ofereçam riscos preveníveis, a exemplo de condução de ciclomotores e/ou automóveis ou a falta de cuidado em comparação ao sexo feminino, que se sabe que procura acompanhamento clínico com mais frequência do que os homens.

Os jovens/adultos foram evidenciados como os mais acometidos por amputações traumáticas (92,3%), em comparação aos idosos (8,7%). Estudo realizado na Etiópia, observou que quanto mais jovem o indivíduo, maior a probabilidade de sofrer amputação traumática, seguindo uma faixa etária abaixo dos 45 anos.11 EmRibeirão Preto, 81,5% dos casos de amputações traumáticas, ocorreram em indivíduos abaixo dos 60 anos.12 Em relação as vítimas de trauma atendidas em um hospital de Urgência e Emergência do Pará, foi visto que o perfil das vítimas de trauma, está na faixa etária dos 15 aos 44 anos de idade.14 Quanto as amputações traumáticas evidenciadas em hospital público da Amazônia brasileira, a faixa etária predominante prevaleceu dos 19 aos 59 anos de idade.15

Pode ser que pelo fato das pessoas mais jovens, apresentarem condicionamento físico maior que os idosos, as atividades de lazer e trabalho com riscos maiores de trauma, são desenvolvidas por estes jovens/adultos, acidentes devido ao uso de ciclomotores, ou atividades que demandem um esforço físico maior, que possam desencadear um trauma por esforços repetitivos, e também a questão das violências urbanas.

As amputações traumáticas em membros superiores ocorreram em 56,4% do total de amputações pós-trauma, evidenciadas no presente estudo. Trabalho realizado em Uberaba-MG, apresentou um quantitativo referente a 80% das amputações de causa traumática, terem sido realizadas nos membros superiores, e em São Paulo, 70,3%.16, 17 Estudo epidemiológico sobre amputações de membros superiores, relatou que os membros inferiores apresentaram causas vasculares e idade avançada como fator preditivo para sua ocorrência.18 Em contrapartida, um centro de reabilitação no Peru, observou a prevalência de pacientes com amputações traumáticas de membros inferiores (78,1%) com maior prevalência.19

Se acredita que o maior desenvolvimento de amputações traumáticas em membros superiores esteja ligado aos fatores causais das mesmas. Tanto no momento de um acidente,

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.25068-25078 may. 2020. ISSN 2525-8761 como a forma de defesa que se utiliza os membros superiores como proteção, ou pelo uso destes em atividades laborais que apresentem riscos de lesões traumáticas.

Em relação ao desfecho do caso, 94,8% receberam alta melhorada em relação as demais causas de amputações. Estudo realizado em um centro de reabilitação no Brasil, evidenciou que o perfil dos pacientes de amputações traumáticas atendidos neste centro, apresentavam nenhuma ou poucas comorbidades.20 Estudo realizado em Porto Alegre-RS, apresentou em seus dados que em todos os casos de amputações traumáticas, os pacientes não apresentaram doenças de base.21

Pode ser que pelo fato de as amputações traumáticas serem um evento em que não tem um quadro clínico de base que curse para este tratamento, estes pacientes após o procedimento cirúrgico tem o menor risco de desenvolverem quadros clínicos que possam levar ao desenvolvimento do óbito ou a necessidade de uma transferência para um serviço mais especializado.

Entre os pontos positivos do estudo destacou-se o uso dos prontuários como fonte de dados, já que os mesmos apresentaram informações cruciais a respeito dos pacientes e, a abrangência do estudo. Porém, algumas limitações devem ser destacadas. Trata-se de um estudo transversal onde relações de causa e efeito não podem ser determinadas. Por serem utilizados dados secundários, alguns prontuários foram excluídos por estarem incompletos, e outros não estavam presentes no setor de arquivamento do hospital (enviados ao arquivo morto).

5 CONCLUSÃO

De acordo com os dados analisados na presente casuística, se concluiu que os jovens/adultos do sexo masculino, configuraram o público de maior risco para o desenvolvimento futuro de amputações traumáticas, principalmente em membros superiores, porém, com um melhor desfecho dos casos em relação aos demais tipos de amputações, recebendo alta por melhora com maior incidência em comparação as causas não traumáticas. Desta forma, recomenda-se que ações que tratem de sua prevenção devam utilizar estes indivíduos como público alvo de suas campanhas, podendo assim, diminuir os casos futuros de um problema que poderá trazer repercussões físicas e psicológicas para o indivíduo e, financeiras para o país, já que os amputados configuram uma faixa etária que está, ou estará ativo no mercado de trabalho e, dependendo da incapacidade que esta amputação possa gerar, estas pessoas podem ser afastadas das atividades trabalhistas antes desenvolvidas.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.25068-25078 may. 2020. ISSN 2525-8761 O profissional de enfermagem desempenha uma importante função na prevenção de enfermidades, que é a educação em saúde e, como educador, este agente multiplicador pode utilizar os dados aqui elucidados, para o desenvolvimento de ações que reforcem a conscientização da população jovem, quanto aos riscos que eles estão expostos a esse tipo de amputação, e assim, termos mudanças na realidade em que estes indivíduos estão inseridos.

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Tabela 1. Distribuição das amputações traumáticas atendidas hospital público de referência em traumatologia e  ortopedia, segundo sexo, idade, escolaridade e zona
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