UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO
DE
CIÊNCIAS
DA
SAÚDE
DEPARTAMENTO
DE
ENFERMAGEM
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
ENFERMAGEM
ENFERMAGEM
ASSISTENCIAL
APLICADA
O
CUIDADO
À CRIANCA
COM
DIAGNÓSTICO
DE
CÂNCER
E
SUA FAMILIA
BASEADO NA
TEORIA
DA ADAPTACAO
DE
ROY
ACADÊMICASz
Lysizme de
Medeiros
Rosana
Madeira
de
Souza Speck
FLORIANÓPOLIS
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANT
I
A
CATARINA
CENTRO
DE
CIENCIAS
DA
SAUDE
DEPARTAMENTO
DE
ENFERMAGEM
A
Ão
EM
EN1‹¬ERMAGEM
CURSO
DE
GRADU
Ç
EN
FERMAGEM
ASSISTENCIAL
APLICADA
O
cu
idado
à
Criança
com
Diagnóstico
de
Câncer
e sua
F
amília
Baseado
na Teoria
da Adaptaçao
de
Roy
‹_› 0403 com
d
ag 24 742 ~›-‹u
§gÍÍlÍÍÍÍÍí||||ul?
-_ .,.., IÍÍC hded cud
9724MM
M
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M
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MMM
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MMMM
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MMMM
M
MM
M
N.Cha ‹-› 5 3"' /\u o I` CCSM 'T(Í(Í UFSC IÊPUI7 0403 Ex. Fsc Bsccsm ccsM Ex. UTrabalho de conclusão
do
Curso deGraduação
em
Enfennagem
' da Universidade Federal de Santare uisito
da
DisciplinaEnfermagem
Catarina
como
qAssistencial Aplicada
da
VIII aUnidade
Curricular.Acadêmicas: Lysiane de Medeiros
Rosana Madeira
deSouza Speck
Orientadora: Prof 3
M.Sc.
Ana
Izabel Jatobá deSouza
Banca
Examinadora:Enf
a RosângelaInês
Wayhs
Prof 3
Dr
3Vera
Radünz
Supervisora:
Enf
aRosângela Inês
Wayhs
AGRADECIMENTOS
A
Deus, onipresenteem
nossas vidas, que guiou e iluminou nossos passosdurante esta
caminhada
e nos ajudou a superar osmomentos
dificeis.Aos
nossos pais Inêz eWilson
(Lysiane) e Albani e Albanir (Rosana), pelodom
da
vida, pelosexemplos
de luta, por todo apoio, carinho e oração durante todauma
vida.Aos
nossos filhos JoséGuilhemie
(Lysiane),Lucca
e Pedro (Rosana)que
apesarda imaturidade
sempre compreenderam
as nossas ausências, nosdando
amor
incondicional fazendo-nos chegar até aqui.Aos
amores
Luciano (Lysiane) e Yuri (Rosana) pelas palavras de incentivo, peloombro
amigo, por todoamor
e por terem suportado todo o período que durou esteestudo.
Aos
nossos Innãos Adonai, Adriana, Giancarla,Rose
(Lysiane) e Christina,Daniel, Felipe, Meri, Rosângela (Rosana) por compartilharem dos
momentos
mais
importantes de nossas vidas.Aos
sobrinhos Beatriz,Femanda,
Gabriela e Rafael (Lysiane) eAmanda,
Ariel,À
orientadoraAna
Izabel peloexemplo
de profissional e pela orientaçãoque
nospermitiu acreditar neste trabalho, pelo constante estímulo,
compreensão
e suporteemocional nos
momentos
de hesitação.À
supervisora Rosângela, parceira constante de nossas realizações, por ter nosoportunizado o
campo
de estágio pormais
deuma
vez e contribuir parano
nossocrescimento profissional.
À
professoraVera
Radünz
pelas suas palavras de incentivo queaqueceram
nossos corações, fazendo-nos
mais
confiantesna
construção desse trabalho.Aos
colegasda turma
pelaamizade
ecompanheirismo
durante os anos deacademia,
em
especial às colegasAndreza
e Janaína Cruz.A
todos osamigos
que sefizeram
presentes nessa trajetória,em
especial aosqueridos Cláudia, Lena, Léia,
Nelson
e Iara.Ao
Roberto Salum, toda a equipedo programa Record
em
Alerta e a rede deSupennercados
Imperatriz pelas parcerias quetomaram
possíveisalgumas
de nossasrealizaçoes.
À
equipe multidisciplinardo
Centro Integrado de Oncohematologia,especialmente à equipe de
Enfermagem
pelosmomentos
de crescimento profissionalem
conjunto.Às
crianças e suas famílias pelo carinho e pelaforma
que nos pennitiram estar tãopróximas durante
momentos
difíceis e os outros felizes e, por terem enriquecido estetrabalho.
Àquelas crianças
que
não se encontram mais entre nós e que nos seus últimosSe
for pra
esquentar,que
sejano
solSe
for pra
enganar,que
seja 0estômago
Se
for pra
chorar,que
sejade
alegriaSe
for pra
mentir,que
sejaa
idadeSe
for pra
roubar,que
seroube
um
beijoSe
for pra
perder,que
seja omedo
Se
for pra
cair,que
sejana
foliaSe
existir guerra,que
sejade
travesseirosSe
existirfome, que
seja deamor
Se
for pra
ser feliz,que
sejao
tempo
todo!RESUMO
Trata-se
do
relato deuma
prática assistencial deEnfermagem
à criançacom
diagnósticode
câncer e sua família, desenvolvidano
Centro Integrado deOncohematologia do
Hospital Infantil Joana de
Gusmão
no
período de 12 de junho a O9 de agosto de 2002,como
cumprimento da
disciplinaEnfermagem
Assistencial Aplicada,do
Curso deGraduação
em
Enfermagem
da
Universidade Federal de Santa Catarina.Teve
como
objetivo geral: cuidar
da
criançacom
diagnóstico de câncer e sua família, procurandominimizar o estresse e o impacto
da
doença.Como
fundamento
teórico, usou-se aTeoria da
Adaptação
de Sister CallistaRoy
aplicada a partirdo
Processo deEnfermagem
a três criançascom
diagnóstico de câncer e suas famílias. Este estudopennitiu identificar as dificuldades enfrentadas pelas crianças e suas famílias para se
adaptarem à realidade imposta pela doença, ao tratamento prolongado, à hospitalização
e ao
medo
iminenteda
morte.A
alegria, o lúdico, obem
estar, o saudável,foram
utilizados
como
recurso terapêutico, pois e' através das brincadeirasque
a criança resgata o seu lado sadio.Além
disto foi possível construiruma
cartilha direcionada às.Crianças e
um
manual
de rotinas para a assistência deEnfermagem
(este últimoem
desenvolvimento).A
construção deste trabalho foi enriquecedor pois as vivênciasacrescentaram algo significativo
em
nossa vida profissional e pessoal. Trabalharcom
ascrianças foi
uma
experiência fabulosa, apesardo
tratamento doloroso, pois bastavauma
piada,
uma
simples brincadeira e pronto,uma
sonora gargalhada e ganhava-se o dia.A
cada alta, a cada melhora, a cada morte,
ficava
difícil conter as lágrimas.Embora
saibamos que
temos que
ser profissionais,lembramos
que antes disto,somos
seresSUMÁRIO
-LISTA
DE
ANEXOS
... ..IX
1.INTRODUÇÃO
... .. 10 2.JUSTIFICATIVA
... .. 12 3.OBJETIVOS
... .. 15 3.1. ObjetivoGeral
... .. 15 3.2. Objetivos Específicos ... .. 15 4.REFERENCIAL
TEÓRICQ
... .. 16 4.1.A
TEÓRICA
... ._ 164.2.
As
Pressuposições Básicasda
Teoriade
Roy
..... 17
4.3.
Os
Conceitos ... ..17
4.4.
O
Processode
Enfermagem
Proposto por
Roy
... .. 215.
CAMINHOS
METODOLÓGICOS
.....
24
5.1.
Conhecendo
0Local
... ..24
5.2.
Nosso
Público ... ..25
5.3. Revisitando as Estratégias ... .. '25
6.
APLICANDO
E
AVALIANDO
O
PROCESSO
DE
ENFERMAGEM
..... 31
7.
CAMINHOS QUE
INTERPENETRAM:
Um
Contraponto
entre o Vivido e a7.1. Revisitando os
Conteúdos
sobre oCâncer
... ..44
7.2.
As
Crianças
e oCâncer
... ..47
7.3.
A
Família e oCâncer
Infantil ... ..52
7.4.
O
Cuidador
Profissional e aCriança
com
Diagnósticode
Câncer
... ..58
7.5.
o
cuidado
e a Érica ... .. 617.6.
Vida
eMorte
-
Morte
e Vida: Polaridadesdo
existir ... ..65
7.7. Brincar,
Brincando
-
Um
outro Jeitode
Cuidar
no
Hospital ... .. 728.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
... .. 78 9.REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..80
10.BIBLIOGRAFIA
... ..82
11.ANEXOS
... ..84
LISTA
DE
ANEXOS
ANEXO
1 - Roteiro para Histórico deEnfennagem
adaptado do modelo
proposto por
Wanda
de Aguiar Horta ... ._ 085ANEXO
2 - Inauguraçãoda Unidade
reformada batizadacom
onome:“Centro
Integrado deOncohematologia”
... ..086
ANEXO
3:A
Festa Junina ... ..089
ANEXO
4: Visitado
CoralEmaús
... ._092
ANEXO
5: Estória: “Pluft, o Fantasminhal” ... ..094
ANEXO
6:A
Cartilha Elaborada pelasAcadêmicas
para as Criançascom
101 Diagnóstico deCâncer
... ..ANEXO
7: Visitando outras Instituições Oncológicas ... .. 118ANEXO
8: Placas de Avisos para as Áreas deComuns
na Unidade
... .. 121ANEXO
9:Resumo
do
Manual
de Rotinas ... .. 1231.
INTRODUÇÃO
Câncer, palavra
que
gera dúvidas, inquietações e medos. Muitas vezes,vinculado à morte,
tem assombrado
e transformado a vida de pessoas, principalmentequando
esta éuma
criança.A
criançacom
diagnóstico de câncer e a famíliatêm
a dinâmicado
vivermodificado.
Vários são os enfrentamentos que esta realidadeimpõem
às famílias, desdeo
momento
do
diagnóstico, até o tratamento prolongado quepode
culminartantona
cura, quanto
na
morte.Nossa
proposta ao escolher estetema
foi tentar desmitificar o câncer,como
doença
ligada apenas à finitude,ou
então minimizar o estresse gerado pelamesma,
promovendo
obem
estar e a saúde para a criança e sua família, independentedo
estadiamento
da
doença.Buscamos
durante o estágio, resgatar o lúdico, pois acreditamos que através dasbrincadeiras, a criança
enferma
resgata o seu lado sadio.E
que manifestações de alegria e prazer vitalizam e auxiliam a superar barreiras e preconceitos que adoença
e a hospitalizaçãoexercem
sobre a criança.Escolhemos
como
referencial teórico a Teoriada Adaptação
de Roy, por conterpressupostos
que
abordam
a dignidadehumana
e o papeldo
enfermeirona
promoção
daintegridade desta, tanto
na
vida,como
na
morte.Concordamos
com
Roy,com
sua visãoholística
do
cliente e que, enquanto serhumano,
estáem
constante interaçãocom
omeio
em
mudança.
Acreditamos
que
a adaptação éuma
capacidade inerente ao serhumano.
Ao
constatarmos
que
a saúde éum
estado de perfeita adaptaçãodo
organismo ao ambientedurante o processo de morrer,
quando
ele se fez presente.Compreendemos
que
a mortenão
é o opostoda
vida e sim o sinônimo de nascer.Trabalhar
com
indivíduoscom
diagnóstico de câncer, sobretudo a criança e suafamília, nos reforça a importância de adapta-los ao
novo
contexto,que
vem
acompanhado
de inúmerasmudanças
como
as de ambiente, de rotinas, entre outros.Este trabalho final atende a proposta metodológica
da
disciplinaEnfermagem
Assistencial Aplicada/INT5134,
do
Curso deGraduação
em
Enfermagem
da
Universidade Federal de Santa Catarina e que teve o Centro Integrado de
Oncohematológica do
Hospital Infantil Joana deGusmão como
cenário e foidesenvolvido entre os dias 12 de
junho
a 9 de agosto de 2002, sendo orientado pelaprofessora M.sc.
Ana
Izabel Jatobá deSouza
e supervisionado pela EnfermeiraRosângela Inês
Wayhs.
Este estudo teve
como
objetivo geral: cuidar da criançacom
diagnóstico decâncer e sua família, procurando minimizar o estresse e o impacto
da
doença.O
relato desta prática abordará entre outros aspectos àqueles planejadosno
projeto,
bem como
as vivênciascom
as crianças e suas famíliasque
serão discutidas à luzda
revisão de literatura.Ao
trabalharmoscom
a auto-estima das crianças,na promoção
deum
viver maissaudável, não
poderemos
esquecer que“Enquanto
existir vida,sempre
haveráuma
2.
JUSTIFICATIVA
LYSIANE:
flntes
mesmo
de ingressarna
Universidade,eu
já pensava
em
tra6a[/iarna
áreada
saúdecom
crianças e,no
decorrer das fasesdo
Curso deÇraduação
definƒermagem
minfia
vontade
de realizarum
tra5a[/iona
pediatriafoi
se intensificando.Wa
terceirafase eu
saõia que reaíizariaum
projetona
área OncofiígicaQediátrica,
foi
tam5e'm nestafase
que eu e Qosana, descoörimos que inúmeraseram
as afinidades que nos aproâçimavam e então decidimos realizar nosso traãaffio deconcfusão de curso juntas.
Tara
tanto,na
quarta fase, nos inscrevemosna
disciplina“Qi/letodobgia cú: Tesquisa
em
ínfermagem
II ”,onde estudamos
a construçãodo
refizrenciaí teórico deste traöaffio.
Mesmo
sem
sa6er, tenño certeza queRosana
sempre teveuma
tendênciapara
tra6a[/iar
com
crianças.Sua
forma
de [idarcom ehs
mostrava
isso todo tempo.flcredito que
apenas
precisava deum
tempo para
despertar taí vontade, e assimfoi.
Quando
cursávamos
a quinta fase, tivemos a feficidade de ter a enfiermeiraflna
Iza5e[_7ato5á de
Souza como
nossa professoraem
Q°ediatria. G)epois de convivermos econ/iecermos o seu
pe1fi[
prqfissionaf perceõemos queeh
seria a pessoa ideaípara
sernossa orientadora neste, que
para
nós, representa omaior
desafioda
graduação.Optei
por
tra6a[/iarcom
Oncofogia Q>ediátrica, pois tenfio verdadeira fascinaçãopelo
mundo
mágico da
infância. Q)e certa forma, assimcomo
G?eter Tan,eu jamais
as crianças soöremaneira, talvez
pelbƒato
de que cada vez que as vejo, vejoum
pouco
de
mim
tamõém.fls
crianças são seres muitos especiais, são sensíveis e tratáveis, o que dizerentão das crianças
com
câncer?Estas
são as pequeninas que mais precisam deamor
ealegria, aliado é cuiro a
uma
60a terapêutica.“Em
nossos discursos,meu
eda
Rosana,sempre ressaltamos a importância
do
6om
/iumoiçda
alegria edo
amor. Torém, temosa
convicção de que
para
garantir qualquer ação inovadora temos que ser antes de tudo,muito
profissionais.ROSANA
:O
interesse peüi área oncofiígica pediátrica surgiu durante a quartaƒaseno
estágio que
contemplava
saúdeda
criança. flte' então,pensava
em
traõalfiarcom
adultos
com
distúrôios cardioüígicos.flo
con/Zecer a Lysiane nesta fase, nos identificamos muito e deste encontronasceu o interesse pela área oncolögica que
já
era sua antiga preferência.Outro ponto
que ajudou a confirmar nosso oõjetivofoi
o estágio e)(jtra--curricular que realizamos durante
a
greveda
'Universidade (Federal de .Santa Catarinaem
2001 na
'Unidade Oncofiematológicado
Ílospital Infantiljoana
deÇusmão.
(Foiuma
eaçperzencia rica que fortafizceu nossa escolfia.Wão
/iá dúvidas que tamlíém a maternidade influenciou nesta escol/ia. Yfoje,mãe
de doisfilfios
(Tedro, 4 anos;Lucca
2
anos),me
considero mais preparadapara
enfrentar as vicissitudes
da
vida.Tensar
num
filfio
doente épensar
na
mãe
deste. Sinto-me mais sensiõilizada aquerer contriõuir
no
Õem
estarou no
estar5em
da
famíliaou
qualquer outra pessoaenvolvida neste processo; pois acredito que esta “enfermidade” se estende
para
todaa
Outro
aspecto importante é acreditar quena
criança reside a esperança, a vida e, soôretudo,a
vontatüe de viver. 95 são exatamente estes atriõutos queƒundamentarão
nosso traõaífio, pois o
mesmo
será voftadopara
o resgateda
afegria independenteda
atua[
situação que esta criança se encontra.flcrearito que será mais
um
desafio a ser enfrentado,porém
o sorriso de cadacriança, pai, mãe, tios, avós será
sem
dúvida, nossamaior
recompensa.ú
3.
OBJETIVOS
3.1. Objetivo
Geral
Cuidar da criança
com
diagnóstico de câncer e sua família procurando minimizaro estresse e o impacto da
doença
a partirda
Teoria daAdaptação
de Sister Callista Roy.3.2. Objetivos Específico
1. Aplicar e avaliar a Teoria de Sister Callista
Roy
no
cuidado deenfermagem
à criançacom
câncer e sua família.2. Implementar ações de cuidado às crianças e suas famílias procurando resgatar
como
recurso terapêutico: o lúdico, o sensível, o humor, o
bem
estar, o estarbem
e osaudável.
3.
Promover
ações educativas à família e à criança sobre a temáticado
câncer e oimpacto desta
doença no
cotidiano familiar.4.
Ampliar
e aprimorar conhecimentos teóricos sobre a área oncológica pediátrica.5. Participar de palestras e eventos relacionados
com
otema
durante o períododo
estágio.
6. Desenvolver atividades práticas-administrativas
no
Centro Integrado deOncohematologia.
7.
Minimizar
a “dor” das crianças e seus familiares através da realização depequenos
4.
REFERENCIAL
TEÓRICO
4.1
A
TeóricaSister Callista Roy,
membro
da congregação das irmãs de Saint Joseph deCarontelet, nasceu
em
Los
Angeles, Califomia,em
14 de outubro de 1939.Recebeu
otítulo de Bacharel
em
Artesem
Enfermagem,
pela a escola deMount
SaintMaly, no
ano de 1963,
em
Los
Angeles.O
título de Mestre de Ciênciasna
Enfermagem
pelaUniversidade
da
Califórnia,Los
Angeles(UCLA),
em
1966.Quando
concluiu o curso deEnfermagem
estudou Sociologia eno
ano de 1973,recebeu o título Mestre
em
Sociologia, eem
1977, recebeu o de Ph.D.em
sociologia,pela
mesma
Universidade. Durante o curso de mestrado,Roy
recebeuuma
propostapara participar de
um
semináriocom
Dorothy
Johnson, para desenvolverum
modelo
conceitual para a
Enfennagem.
Roy
havia trabalhadoem
Pediatria e conhecia acapacidade que as crianças
possuem
em
se adaptar àsmudanças no
seudesenvolvimento fisico e psicológico, o
que
lhes permitia resolver demodo
satisfatórioa maioria dos problemas que enfrentavam. Ela admitiu que conceito de adaptação
poderia constituir
num
eixo orientador da prática deEnfermagem.
Roy
publicou inúmeros livros, artigos, capítulos,como também
participou devárias conferências centradas nas suas Teorias de
Enfermagem
sobre a adaptação.É
membro
daSigma
Theta Tau. Entre os seus êxitos estáum
título deDoutor
HonorisCausa
em
humanidade
porAlvemo
Collegeem
1984;um
títulodo Doutor
Honorisconcedido pelo
jomal
americano deEnfermagem,
por Essentials of theRoy
AdaptionModel
(LEOPARDI,
1999).4.2.
As
Pressuposições Básicasda
Teoriade
Roy
d
ta ãoRoy
apresenta suas principaisA
partirda
adoçãodo
conceito de a ap ç ,referências:
*
A
pessoa éum
ser biopsicossocial.*
A
pessoa estáem
constante interaçãocom
omeio
em
mudança.
*
Saúde
edoença
são condições inevitáveisna
vidada
pessoa.`
sa tanto
mecanismos
inatos* Para enfrentar a
mudança
do
ambiente, a pessoau. . . .
em
b' l' icos, psicológicos e sociais
em
sua origquanto adquiridos, quais são io
og
* Para responder positivamente às
mudanças do
meio, a pessoa precisa se adaptar." '
ulo ao qual está exposto e
do
seu*
A
adaptaçãoda
pessoa éuma
funçaodo
estimnível de adaptação.
*
O
nível de adaptação da pessoa é talque compreende
uma
zona que
indica as osta positiva
série de estímulos que levará a
uma
rep
.` '
tica de valorizar as opiniões e
*
A
Enfermagem
aceita aabordagem humanis
pontos de vista
da
pessoa.*
As
relações interpessoais são parte integrante daEnfermagem.
` `
'lti o de
*
Há
um
objetivo dinâmico para a existênciahumana
com
o objetivou
m
dignidade e integridade
(LEOPARDLI999,
p.l10 el ll).4.3.
Os
ConceitosT
oriada Adaptação
deRoy
selecionados para este trabalho eOs
conceitosda
erevisados por nós
também
estão baseadosem
MARRINER
(1997),quando
esta aborda a Teoria de Roy.¬›. \.
Saúde/Doença:
Para Roy, saúde éum
estado de adaptação que é manifestadona
energia liberada para lidar
com
o estímulo, sendoum
processo depromoção da
integridade.
A
perdada
integridade representa a perda da saúde,ou
seja, o aparecimento dadoença ou
agravoda
mesma.
Ela extrai esta definição a partirdo
raciocínio de que aadaptação é
um
processo quepromove
a integridade fisiológica, psicológica e social eque esta integridade leva ao implícito estado intacto que
conduz
a totalidade(MARRlNER,1997).
Nesta prática
com
criançaque
apresenta diagnóstico de câncer, o processosaúde/doença requer
uma
atenção especial, pois este tipo dedoença
abalaimensamente
toda estrutura familiar, refletindo
no
estado geral de saúde da criança.O
equilíbrioou
aausência
do
mesmo,
pode
interferir nesse processo, conduzindo ao agravo dadoença ou
minimizando
as conseqüências damesma.
Enfermagem:
aEnfermagem
sedefine
em
termos geraiscomo
um
sistema deconhecimento teórico
que
ordenaum
processo de análise e atividade relacionadacom
aassistência da pessoa doente. Para
Roy,
o objetivo daEnfermagem
é ajudar o serhumano
a adaptar-se àsmudanças
em
suas necessidades,em
seu autoconceito, asmudanças
em
suas relações interdependentes durante a saúde e a doença.A
Enfermagem
se faz necessária,quando
o sistema adaptativo da pessoanão
é suficientepara enfrentar e responder aos estímulos
(MARRIN
ER,
1997).O
cuidadoda
criançacom
câncertem
sua atenção concentradana
normalização deexperiências, adaptações ambientais e
promoção
de habilidade de adaptação.As
enfermeiras freqüentemente estão
em
posições vitais para redirecionar a atençãodo
modelo
patológico,com
sua concentração das fraquezas e problemas, para omodelo do
desenvolvimento, atendendo às necessidades peculiares da criança e da família, afinal
uma
doença
gravecomo
o câncer,pode
causar estresseou
crise significativaem
qualquer estágio
do
ciclo da vida familiar.As
enfermeiraspodem
usar o conceito dedesenvolvimento familiar para planejar intervenções significativas e avaliar os cuidados
Ser
Humano:
segundo Roy,uma
pessoa éum
ser biopsicosocialem
constanteinteração
com
o ambienteem
transformação.Roy
definiu
a pessoacomo
o receptorda
assistência de
Enfennagem,
como
um
sistema vivo, completo, adaptativo,com
processos intemos (o sistema cognitivo e o regulador) queatuam
para manter a adaptação.O
serhumano,
como
um
sistema vivo éuma
totalidade constituída porpartes
ou
subsistemaque
funcionam
como
uma
unidadecom
algum
objetivo(MARRINER,
1997).A
criança, enquanto serhumano,
também
éum
ser único, indivisível,que
possui sentimentos e consciência a cerca de simesmo,
esses atributosdevem
ser respeitados.No
caso, a criançacom
câncertem
o direito de conhecer a realidade de suadoença
e asmudanças
que esta provocaráem
sua vida. Para se finnar, enquanto serhumano,
acriança necessita se sentir amada,
compreendida
e segura e, para isto, a família e os profissionais da saúde (equipe interdisciplinar) são responsáveis para favorecerum
meio
propício para que ela sinta-se assim, pois a criança que recebe amor, reconhecimento e
segurança das pessoas
que
acercam
são mais felizes. Portanto,promovendo
sua auto-estima, consequentemente a imunidade aumentará, influenciando positivamente
em
suareabilitação.
Desta
fonna
o serhumano,
foco deste trabalho é a criançacom
diagnóstico decâncer e os familiares
que
aacompanham.
Ambiente:
para Roy, o ambiente está constituído por toda as condições,circunstâncias e influências
que
rodeiam e afetam ocomportamento
das pessoas e dosgrupos.
O
ambiente é a informação que entrana
pessoacomo
um
sistema adaptativoque envolve fatores internos e extemos. Estes fatores
podem
ser importantesou
insignificantes, negativos
ou
positivos. Qualquer modificaçãono
ambiente, exigeaumentar a energia para se adaptar a situação.
Os
fatores que afetam a pessoa seclassificam
em
estímulos focais (quando são responsáveis diretos pela detonação desituações na vida
do
indivíduo), estímulos contextuais (quando se referem a todos os outros estímulosdo
ambiente) e os estímulos residuais (que incluem atitudes eCriando
um
ambiente harmonioso:Os
jogos e brincadeiras são recursosterapêuticos
em
qualquer idade, sobretudo àqueles acometidoscom
câncer.É uma
forma
de proporcionarum
meio
para liberar a tensão e estresses encontradosno
ambiente hospitalar.
Nas
brincadeiras, as criançaspodem
expressar asemoções
e liberar impulsosinaceitáveis de
modo
socialmente aceitáveis e testar situações quegeram
medo
edominar
funções e posições que seriam incapazes de realizarnum
mundo
real(WHALEY
&
WONG,
1997).Sabendo-se que o ambiente interfere expressivamente
na
adaptação da criança eem
conseqüência distono
seu estado de saúde, o enfermeiro exerceum
papelimportante, proporcionando à criança e à família,
um
ambiente tranqüilo, isento deproblemas que interfiram
no
equilíbrio emocional de ambos.A
partir destasafirmações
e por termoscomo
o ambiente fisicoo
CentroIntegrado de
Oncohematologia
e outros espaçosdo
hospital, pretendemos auxiliar para que este ambiente se torne,na medida do
possível, o mais salutar para a criança e suafamília.
Adaptação:
aadaptação
éum
estado de equilíbrio dinâmicoque
envolverespostas adaptatívas tanto
aumentadas
como
diminuídas, ocasionadas por processosautônomos
e cognitivos, postosem
funcionamento por estímulos internos eextemos
(TAVARES
&
MARTINS,
1992).Nível
de
adaptação: de acordoRoy,
nível de adaptação éum
pontoem
constantemudança
que é influenciado pelosmecanismos
de enfrentamento da pessoa, sendoresultante
do
efeitocombinado
de estímulos focal, contextual e residual, querepresenta o padrão da própria pessoa
(TAVARES
&
MARTINS,
1992).Estímulos:
São
todas as circunstâncias, condições e influênciasque cercam
e aatingem o desenvolvimento e o
comportamento do
serhumano, ou
seja, são asmudanças do
ambiente intemo e extemo, às quais a pessoa responde.Roy
em
sua teoriaresidual.
Cada
estímulopode
ser de natureza biológica, fisica, social e psicológica.(TAVARES
&
MARTINS,
1992).Estímulo
Focal:É
a condição, circunstância e influência à qual a pessoa respondede
forma
imediata(TAVARES
&
MARTINS,1992).
Estímulo
Contextual:É
um
conjunto de influências, condições e circunstânciasque existe
no
ambiente interno eextemo
e que, juntamentecom
o estímulo focal,contribui para o
desencadeamento
do comportamento da
pessoa(TAVARES
&
MARTINS,
1992).Estímulo
Residual:É
a circunstância, condição e a influência existenteno
serhumano,
queem
combinação
com
os outros dois estímulos contribuem para determinara resposta
ou comportamento do
indivíduo. Porém,nem
sempre
o seu efeitopode
serconfirmado
(TAVARES
&
MARTINS,
1992).4.4. Processo
de
Enfermagem
Proposto
por
Roy
O
modelo
de adaptação deRoy
oferece orientação à enfermeira para odesenvolvimento
do
processo deenfermagem
que se constitui de seis passos(GEORGE,
1997):
1)- avaliação de primeiro nível;
2)- avaliação de segundo nível;
3)- diagnóstico de
enfermagem;
4)- estabelecimento de metas;
5)- intervenção;
6) - evolução
O
primeiro passo, avaliação de primeiro nível,também
chamada
de avaliaçãoefetivos (adaptativos) e inefetivos (inadaptatívos) que a pessoa está apresentando
diante das
mudanças
ambientais. Estes comportamentos, que representam osmodos
adaptativos, são classificadosem:
fisiológicos, autoconceito, exercícioou
funçãodo
papel, e interdependência. Essa avaliação esclarece o foco que à equipe de
enfermagem
usará
no
cuidadocom
o paciente(GEORGE,l997).
'O
segundo
passo, logo após a avaliação de primeiro nível, é a identificação, pelaenfermeira, das reações inefetivas
ou
reações adaptativas querequerem
apoio deEnfermagem.
Cada
comportamento
inefetivo está relacionado à estímulos que sãoclassificados
em
: estímulos focais, contextuais e residuais. Esse passo esclarece aorigem
do
problema
e identifica fatores contextuais e residuais significativos((GEORGE,
1997)No
terceiro passo, é realizado o diagnóstico deenfermagem, onde
a enfermeirainterpreta os
comportamentos
apresentados pelo paciente (dados listados nos passosanteriores), junto dos estímulos mais influenciadores. Através desse diagnóstico, o
profissional
pode
listar oscomportamentos
adaptativos que deseja apoiar(GEORGE,
1997).
O
estabelecimentode
metas
é oquarto
passodo
processo, o que se faz aodeterminar o tipo de
comportamento
finalque
a pessoa deve alcançar, essescomportamentos
são indicativos de solução dos problemas de adaptação.As
metas,sempre
que possível, são estabelecidas juntamentecom
o paciente.O
estabelecimentomútuo
de metas respeita os direitos e privilégiosdo
serhumano.
(GEORGE,
1997).O
quinto passo, a intervenção deenfermagem,
refere-se às alteraçõesou
manipulações dos estímulos focais, contextuais e residuais relacionados aos
comportamentos
inefetivos.A
enfenneira, ao intervir,pode
também
focalizar aampliação da capacidade de enfrentamento
do
paciente,ou
de suazona
de adaptação, deforma
que os estímulos recaiam dentroda
capacidade de adaptaçãodo
pacienteO
sexto e último passocompreende
a evolução,onde
oscomportamentos
que sãometas
comparam-se
aoscomportamentos
iniciaisdo
paciente, e é determinadoum
movimento
direcionadono
alcance das metasou
de seu afastamento.Os
reajustes àsmetas e às intervenções são feitos, baseando-se nos dados da evolução.
A
evolução éum
5.
cAM1NHosMEToDoLÓGIos
51.
Conhecendo
0 Local:Ó
nosso estágio foi realizadono
Centro Integrado deOncohematológica
do
Hospital Infantil Joana de
Gusmão
do
bairro daAgronômica,
Florianópolis-
SC, entreos dias 12 de junho e o dia de 9 agosto de 2002.
Foi a partir de 1979, que o serviço de
Oncohematologia
deste hospital setomou
uma
realidade. Atualmente, o setor de intemaçãoOncohematológico
sofreuuma
reforma
com
recursosdo
grupo de voluntários existente nesta instituição, dispondo de15 leitos, porém,
em
funçãoda
dificuldade demanutenção
e contratação de pessoal deenfermagem,
somente 7 leitos estãoem
funcionamento.Este serviço é
composto
poruma
equipe multidisciplinar, que conta hojecom
médicos
especializadosno
atendimento a criançascom
câncer, equipe deenfermagem,
psicologia, serviço social, fisioterapia, odontologia e
do
grupo de voluntários da saúde,que
atuam
tantono
setor de intemação, quantono
ambulatório.O
HIJG
dispõe ainda para essas crianças serviços complementares e deintercorrências
como:
cirurgia pediátrica, neurologia, cardiologia, radiologia, neurocirurgia, anestesiologia, otorrinolaringologia, oftamologia, gastroenterologia, nefrologia, pneumologia, infectologia, ortopedia, endocrinologia, genética, patologiaclínica e UTI.
Além
de prestar assistência à localidade da grande Florianópolis, o serviço deOncohematologia do
HIJG
é referênciano
Estado de Santa Catarina,onde
recebeaproximadamente 50
pacientesnovos
por ano e atende300
consultas mensais,treinamento e estudos para médicos, equipe de
enfermagem,
psicólogos, fisioterapeuta.(Site
da
Geocities)5.2.
Nosso
Público:O
público alvodo
nosso estudo foi às crianças de O a 15 anos intemadas e suasfamílias.
5.3. Revisitando os Objetivos e
Avaliando
as Estratégias::>Objetivo
N
° 01:Aplicar e avaliar a Teoria de Sister Callista
Roy
no
cuidado à criançacom
câncere sua família.
'
3
Estratégia:*
Ampliamos
nossos conhecimentos acercada
Teoria daAdaptação
deRoy
econstatamos sua aplicabilidade
na
prática,onde
utilizamoscom
instrumento,um
roteiropara Histórico de
Enfermagem
adaptado do
Histórico proposto porWanda
de AguiarHo1ta(Anexo.l)
;*
Nos
fizemos
integrantesno
processo de cuidar das crianças e suas famílias,realizando procedimentos de acordo
com
as rotinasdo
Centro Integrado deOncohematologia
_* Participamos das reuniões
com
a equipe multidisciplinar, que atua junto àcriança
com
diagnóstico de câncer, que ocorriam todas as quintas-feiras pelamanhã,
onde
também
apresentamos o projeto desse trabalho;* Contribuímos
no
cuidado à criança-família, compartilhando ações e informaçõescom
a equipe multidisciplinar.:> Avaliação
Esse objetivo foi alcançado e
no
fez perceber a relevância quetem
um
trabalhomembro
desta equipedeve
reconhecer o seu papel, fazendo-sesempre
presente nasdecisões, contribuindo
com
o seu saber.:> Objetivo
N
° 02* Implementar ações de cuidado às crianças e suas famílias procurando resgatar
como
recurso terapêutico: o lúdico, o sensível, o humor, obem
estar, 0 estarbem
e osaudável.
:> Estratégia
*
Promovemos
durante todo o estágio espaço para o brincar, porque acreditamosque ao brincar, a criança desloca para o exterior seus
medos,
angústias e problemasintemos;
* Participamos e
promovemos
atividades sociaiscomo
a inauguraçãoda
unidadereformada que aconteceu formalmente
no
dia 19 de junho de 2002,onde
preparamoscom
as criançasuma
apresentação para receber os convidados(Anexo
2). Nestemesmo
dia participamos
com
a presença dos trabalhadoresda
instituição, voluntários econvidados,
da
apresentação dacampanha
do
“Mc
Dia
Feliz” que ocorreriano
dia 17 deagosto deste ano.
Realizamos
a festa junina que ocorreuna Unidade
no
dia 28 de junho,com
o apoiodo Supermercado
Imperatriz, que para a ocasiãodoou
alimentos e brindespara as crianças
(Anexo
3).Comemoramos
os aniversários das funcionárias Kátia (dalimpeza) e Eliane (auxiliar de enfermagem),
como também
da acadêmica Lysiane(UFSC),
objetivandoum
maior entrosamento entre a equipe e criança-família,além
depropiciar
momentos
agradáveis.* Viabilizamos
uma
roda de cançãocom
músicos da ilha (Adriana e Josué), poisacreditamos que a
música
traduz alegrias e lembranças, restabelecendo vínculos vitaisque
promovem
a saúde;*
No
dia27
de julho de 2002,recebemos
o cantorNelson
da Silveira, a sua esposa Iarae
um
coraldo
grupojovem
do Emaús,
que realizaramuma
apresentação para todas crianças intemadasna
instituição, nestamesma
ocasiãoforam
distribuídos balas e* Realizamos teatro de fantoche
no
dia 9 de agosto de 2002,com
otema
“PLUF
T,O
Fantasminha”uma
adaptação da obra deMaria
ClaraMachado, que
abordaquestões
como
a morte, omedo
e o diferente deforma
alegre,com
uma
linguagem pertinente à idade e ao grau decompreensão
das crianças intemadas naquela ocasião(Anexo
5).* Realizamos pesquisa
na
literatura, acerca de práticas terapêuticas lúdicas,reavaliando suas eficácias e
modelos
de aplicaçãona
práticacom
criançashospitalizadas.
*
Envolvemos
a família e a equipena
construção das atividades lúdicas.*
Criamos
“O
remédio que
traz alegria”,uma
dinâmicana
qual entravamos nosquartos trazendo
na
bandeja, ao invés de remédios muitos brigadeiros para as crianças(estratégia
não
prevista e elaboradano
decorrerdo
estágio).::› Avaliação
Sem
dúvida alcançamos este objetivo, pois através das dinâmicasacima
relacionadas
conseguimos
momentos
de muita alegria e descontração, as crianças quenão
comiam
começaram
a comer, aquelas quechoravam acabaram
sorrindo,algumas
crianças que
não
falavamficaram
tagarelas, os familiares observando seus filhos maisfelizes e se permitiam sentir-se assim e a equipe foi sensibilizada.
2
ObjetivoN
°03Promover
ações educativas à família e à criança sobre a temáticado
câncer e oimpacto desta
doença no
cotidiano familiar.3
EstratégiaPromovemos
ações educativas à criança e suas famílias, dando-lhes suporteemocional necessário para
que
seadaptassem
ao contextoda doença
edo
tratamentoda
* Permitimos à criança e à família
momentos
de reflexão ediscussão,
oportunizando
que
asmesmas
exteriorizassem seusmedos
e angústias através detrabalhos
manuais
como
massa
de modelar, desenhos, estórias e diálogos.*
Elaboramos
uma
cartilhaque
aborda defonna
clara e positiva, oque
éo
câncer,
o tratamento, etc. ( o
boneco
desta cartilha encontra-seno
Anexo
6 )D
Avaliação
Fomos
construindo o alcance deste objetivo a cada dia, pois todos osmomentos
que compartilhamos
com
a criança e sua família, discutíamos otema
câncer, fazendoum
“link” entre esta temática e a evolução de cada paciente, enfocandosempre
o lado positivo da situação,mesmo
quando
o prognóstico era reservado.:> Objetivo
N
°04Ampliar
e aprimorar conhecimentos teóricos sobre a área oncológica pediátrica.:> Estratégias
*
Consultamos
a literatura que aborda temascomo
a criança, o câncer, ahospitalização, a terapia medicamentosa, o ciclo familiar e a
doença
crônica, a morte.*
Apropriamo-nos do conhecimento
de outros profissionais queatuam na
áreaoncológica pediátrica.
:>
Avaliação
Este objetivo foi alcançado durante o estágio,
mas
acreditamos que utilizar-sedo
conhecimento é
uma
prática que transcende a qualquer trabalho acadêmico, seja eleda
graduação
ou
pós- graduação.:>
ObjetivoN
°05
Participar de palestras e eventos relacionados
com
otema
durante o períododo
:> Estratégia
* Realizamos visitas a outras instituições oncológicas
como
CEPON
eCAPC
(Centro de
Apoio
ao Pacientecom
Câncer/ entidade espíritaNosso
Lar)no
transcorrerdo
estágio;* Participamos de três palestras.
3
Avaliação
Este objetivo foi alcançado através das visitas realizadas a instituições
oncológicas
como
oCEPON
localizadona
cidade de Florianópolisno
dia 26/07/02 e oCAPC
localizadono
sulda
ilha de Florianópolisno
dia 17/08/02(Anexo
7).Participamos ainda de
uma
palestra ministrada pelomédico
oncologista DanielFaraco, intitulada “Neutropenia Febril” e sobre a
Morte
e oMorrer
apresentadana
V
Unidade
Curricular euma
palestra sobre Bioética eSaúde
apresentadano
auditóriodo
CCS
no
mês
dejulho.:> Objetivo
N
°06Desenvolver atividades prático-administrativas
na Unidade
de IntemaçãoOncohematológica
:> Estratégia
*
Conhecemos
asnonnas
e rotinas técnico-administrativasda
unidade;*Aprofundamos
nossos conhecimentos técnico-administrativosem
Enfermagem;
*
Executamos
as atividades técnico-administrativasda
unidade;*Acreditamos ter mantido
um
bom
relacionamentocom
a equipe multidisciplinar;*
Elaboramos
placas de avisos para serem utilizadas nasáreas de
comum
acesso dentro daUnidade
e estamos trabalhando na construção deum
manual
de rotinasjuntamente
com
a enfermeirada
Unidade
(omodelo
das placas encontra-seno
Anexo
8:>Avaliaçã0
Este objetivo foi
contemplado na
medida
queconhecemos
as rotinas destaUnidade,
como também
no
desenvolvimento das nossas habilidades, procurando ter atodo
tempo
uma
postura ética, profissional ehumana.
:> Objetivo
N
°07Minimizar
a “dor” das crianças e seus familiares através da realização depequenos
sonhos (objetivo não previstono
projeto,porém
realizado).:> Estratégia
*
Ouvimos
as necessidades das crianças atravésdo
dito edo
não dito;*
Perguntamos
aos familiares quaiseram
os desejos de seus pequeninos;*
Após
conhecerum
desejoda
pacienteEsperança,
que era participar deum
programa
deTV,
procuramos
a direção deum
programa
local para viabilizá-lo (fotosno
Anexo
10).:>
Avaliaçao
Foi
com
enorme
razer ue atinimos
este ob`etivo 3 sendo ue nossa única6.
APLICANDO
O
PROCESSO
DE
ENFERMAGEM
Antes de prestar assistência à criança
com
diagnóstico de câncer, os primeirosdias
do
nosso estágioforam
dispensados para a nossa adaptaçãocom
a equipemultidisciplinar,
com
as rotinasda
unidade ecom
as próprias criançascom
diagnósticode câncer e suas famílias. Superada esta fase de adaptação e,
com
a permissão dasfamílias e das próprias crianças
começamos
a pôrem
prática todo o trabalho queidealizamos durante anos.
Nos
primeirosmomentos,
através de visitas diárias, deconversas
com
a equipe e de consultas aos prontuários,fomos conhecendo
e nosapaixonando por histórias de pessoas
que
tinham tãopouca
idade,mas
tanto paraensinar.
A
nossa primeira grande lição: as criançascom
diagnóstico de câncer e suasfamílias são verdadeiros guerreiros, as batalhas contra a
doença
são infindáveis e muitasvezes cruéis e independente
do
resultado final são todos vencedores, as crianças, asfamílias e a equipe.
Depois de ter explicado os nossos objetivos,
expondo
à família a nossa intenção deajudá-los a melhorar a qualidade de vida de seus filhos e de todos envolvidos
no
processo
da
doença,começamos
a observar oscomportamentos
diantedo
diagnóstico,da hospitalização, tratamento e procedimentos.
A
partir destemomento
colocamos
em
prática o Processo de
Enfermagem
baseadona
Teoriada Adaptação
deRoy
Retomamos
neste ponto alguns dos aspectos deste:0 Primeiro passo: Consiste na avaliação de primeiro nível,
também chamado
deavaliação comportamental,
onde
a enfermeira identifica oscomportamentos
0
Segundo
passo:A
enfermeira identifica as reações inadaptativasou
adaptatívas querequerem
apoio deenfermagem.
ø Terceiro passo: Diagnóstico de
Enfermagem
onde
a enfermeira interpreta oscomportamentos
apresentados pelo paciente.Os
Diagnósticos deEnfermagem
realizados neste trabalho foram extraídosdo
Manual
de Diagnóstico deEnfermagem:
Uma
abordagem
baseadana
Teoria dasNecessidades
Humanas
Básicas e na classificação diagnósticada
NANDA
edo
Tratadode
Enfermagem
Médico-Cirúrgica.0 Quarto Passo: Estabelecimento de metas,
onde
se determina o tipo decomportamento
finalque
a pessoadeve
alcançar.0 Quinto passo: Intervenção de
Enfermagem
que consiste nas ações deenfermagem
propriamente dita. '
0 Sexto passo:
Compreende
a evoluçãoonde
todos oscomportamentos
que são metassão
comparados
aoscomportamentos
iniciaisdo
paciente.É
o julgamento dosresultados alcançados
ou
não.Com
o objetivo de preservar a identidade das criançasacompanhadas
durante oestágio, substituímos seus
nomes
verdadeiros por substantivos abstratos:Amor;
Saudade;
Afeto;Esperança;
Bondade;
Vida;Luz;
Força; Fé; Alegria; Justiça;Luta; Vitória; Beleza; Felicidade;
Sonho;
Tranqüilidade.A
Crianca
Amor
(8 anos)Amor,
natural e procedente dePouso Redondo-SC,
portador deuma LMA,
Leucemia
MielóideAguda,
diagnosticadano
início de maio, foi intemadono
CentroIntegrado de
Oncohematologia no
dia 17 de junhona
enfermaria n° 1onde
fezamizade
com
o paciente Alegria, 8 anos, esta foi a sua primeira intemação,que
durou 41 dias.Passado este periodo, recebeu alta,
permanecendo
em
casa por três dias,retomou
paraaUnidade onde
foi colocadona
enfermaria n°2, e apresentava-seemocionalmente
abatido.
Amor
era o único filhodo
sexo masculino, tinha mais duas irmãs, sendouma
CW/
0z*‹9”l °'/'“O`
Biblioteca Universitária
1
U
FS
C
Percebemos que
Amor
apresentava problemas de adaptação, para issoaplicamos o processo
como
segue:*
Primeiro
passo -Avaliação
dosComportamentos:
Amor
apresentava dificuldade para se adaptar ànova
realidade bruscamenteimposta pela doença, visivelmente expressada através da introspecção, melancolia, falta
de apetite, saudade de casa, principalmente
da
innã gêmea. Referia dor, quetambém
eraevidenciada através de expressões corporais e choro.
*
Segundo
passo-
Identificação das Reações:ldentificamos que as reações ínadaptativas
acima
relacionadas precisavamdo
apoio da
enfermagem.
Buscamos
sempre
trabalhar concomitantementecom
o trabalhorealizado
com
a estagiária de psicologia,onde
trocávamos relatos e discutíamos os diagnósticos e as ações,embora
compartilhássemos os progressos e condutascom
aequipe de
enfermagem.
* Terceiro passo - Diagnóstico
de
Enfermagem:
Adaptação
individual ineficaz-
Relacionada àmenor
sociabilização, ansiedade,depressao e
menor
nível de atividade `Enfrentamento individual ineficaz
-
Estadono
qual o indivíduo apresentaincapacidade para controlar os estressores intemos
ou
externos deforma
adequada.Síndrome do
estresse pormudança
- É
o estadoem
que o indivíduo apresentadistúrbios psicobiológicos resultantes de
mudança
de ambiente.Alteração
na
nutrição: Risco paramenos
que o corpo precisa-
Estadoem
que oindivíduo apresenta risco para ingerir
menos
nutrientesdo
que as necessidades metabólicas diárias.Dor
e desconforto relacionadoscom
inflamação
eaumento da
atividadeda
doença
-
Segundo
diagnóstico médico, o paciente apresentava parotidite(inflamação na
glândula parótida)
no
lado esquerdo e apesardo
tratamento quimioterápico, onúmero
de blastos (células cancerosas)permaneciam
inalterados.Tristeza relacionada
com
a saudade de casa e de sua innã-
Para o paciente, a internação foi a sua primeira experiência longe de casa eda
família.*
Quarto
passo-
Estabelecimento dasMetas:
- Atingir
um
nível ótimo de adaptação; - Descontrair o paciente;-
Minimizar
o estresse causado pelamudança
de ambiente;- Melhorar a condição nutricional;
-
Aumentar
o nível de conforto;- Encoraj ar o paciente a verbalizar seus sentimentos;
*
Quinto
passo-Intervenções de
Enfermagem:
-
Procuramos
nos primeiros contatos conquistar a confiança da criança e suafamília, nos colocando
como
pessoas dispostas a ouvir suas necessidades;- Discutimos
com
a criança deforma
lúdica o significado de suadoença
e aimportância
do
tratamento,mesmo
sendo doloroso.-
Minimizamos
o estressedo
paciente gerado pelos procedimentos invasivos,compreendendo
sua angústia e dor, transmitindo-lhe segurança através de palavras deconforto e
do
toque;- Orientamos a
mãe
quanto `a importância de trazer para o hospital, objetosque
tivessem significado familiar;
-
Proporcionamos
momentos
de descontração através de brincadeiras diárias,jogos cognitivos, trabalhos
manuais
(massa
de modelar), realização de festas.-
Estimulamos
a ingesta de alimentos, procurando satisfazer ospequenos
desejosdo
paciente, independentedo
valor nutricional, pois o que importava era fazê-lo comer.(Ele adorava pinhão e brigadeiro, e por
mais
deuma
vez,fizemos
a sua vontade);-
Na
segunda intemação o paciente se encontravana
enfermaria n° 2, e por estarabatido, trocamos o leito