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O surgimento da ordem da penitência de São Francisco: novas contribuições para a história de suas origens

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....

o

SURGIMENTO DA ORDEM DA PENITENCIA DE

SAO FRANCISCO: Novas

Contribui~Oes

Para a Hist6ria

de Suas Origens

Teresinha Duarte!

Resumo:.

'~lC'C."'. 110 fmal do seculo XlI, 0 numero daqueles que aspiravam it perfei~iio e,"angeIica; estes procuraram a via da espiritualidade penitencial, transformando aquela corrente em urn \"erdadeiro mo\'imento. Francisco de .\55i5 aglutinou parte considenivel daquele contingente humano; no principio, muito POllCO estruturado, mas que "eio a se constituir em uma Ordem, a Ordem da Penitencia.

Abstract:

Grew, at the end of the centure XII, the number of those that aspirtated the

evangelica perfection, they looked for the way of pentinencial spirituahly, changing that into a truth mm"iment. Francisco de .\5si5 put together considerable part of that human contingence, at the begining, it was litHe sstruturated, but that came into a Order, the Penitence Order.

A existencia de uma fraternidade formada por Francisco de Assis e seus primeiros confrades parecia tornar concreta a possibilidade de uma convi,"encia, entre aqueles que a integrassem, acima de todos os sintomas de mal-estar social, ad,"indos das transformac;oes que vinham se processando no mundo medieval, desde 0 seculo XI, como 0 enriquecimento de uns e 0 empobrecimento de muitos. Isto teve consequencias sobre 0 crescimento numerico e qualitativo nao apenas na Ordem dos Frades 1\1enores, mas tambem em todo urn movimento mais amplo que comec;ava a se delinear em tomo de Francisco. Aquilo que seus contemporaneos desejavam ardentemente e que era 'Itivido nas modalidades hereticas, parecia posslvel em Francisco e em sua Ordem, numa forma ortodoxa e merecedora de adesao. Par i5to, logo, 0 movimento iniciado pOl' Francisco pas sou a atrair nao apenas varoes celibatarios, mas tambem casais e mulheres.

Atraiu, assim, todos os que se encontravam sequiosos por uma vida

I Graduada em Hist6ria pela Uni\ersidade Catolica de Goias: Mestra em Hist6ria das Sociedades Agnirias pela Universidade Federal de Goias. Doutoranda em Historia Medieval pela Universidade de Brasilia. Professora do Departamento de Historia da Fac. de Ciencias Humanas da Universidade Federal de Goias - Goiania Go.

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OPSIS - Revista d

de penitencia. Celano, na

Vida I; LegeJ

Anonimo Perusino;

e Sao Boaventura

,

na a posteridade a efervescencia daquele moment, Come'taram a vir a Sao Fr. e plebeus, clirigos e leigo; militar sob sua discipliru apresentava 0 exemplo, a

com os quais a19reja de

eri

e nas mulheres triunfava I

A todos propunha uma 1

garantias 0 caminho

do.

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Os

autores d21pgp.tlti'1

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C

lVaO somente os homens 51 muitas virgens e viuvas, segJIJ,.Jdo seu conselha, espalhados pe/as cidades e, mesma forma homens t abandonar a lei do matrl conselho dos irmaos a urn pr6prias casas. Eassim por

(...) a Igreja de Deus /oi rer.

uma destas Ordens, em set. Sumo Pontifice(J,egenda de

De forma semelhante

0 Anonim,

Do mesmo modo, muitas I

dos frades, vinham pedirco Nao

e

possivel ficar conm fazer para salvar nossa airy. mosteiros de clausura er. penitencia. E um dos fra visitador e animador das r. Da mesma forma diziam ( nao podemos mand4Jr em/x da salva'tao '. Assim nasc Penitencza, aprovada pelo St

41).

Sao Boaventura, 0 ultimo a escrever, Muitos, inflamados pelo art nova regra de penitencia de pelo homem de Deus que d 'Ordem dos Frades da Penite possive! para Lodos os que

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(2)

68

,..

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PE.N!.'\E.N.C!A

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s

Contribui~Oes

Para a Historia

as Origens

Teresinha Duarte

l

Abstract:

Gre\\~ at the end of the centure XII, the

number of those that aspirtated the e\'angelica perfection, they looked for the

way of pelltlllencial spiritualily, changing that into a truth moviment. Francisco de

_\ssis put together considerable part of dlat

human contingence, at the begining, it was

Iitlle sstruturated, bur that came into a Order. the Penitence Order.

nidade fot'mada por Francisco de .Assis e tornar concreta a possibilidade de uma tegrassem, acima de todos os sintomas de sformac;oes que ,<inham se processando no XI, como 0 enriquecimento de uns e a teve consequencias sabre 0 crescimento Ordem dos hades J\fenares, mas tambcm plo que comec;a"a a se delinear em torno ntemporaneos deseja,-am ardentemente e eticas, parecia possh-el em Francisco e em e merecedora de adesao. Par isto, logo, 0 cisco passou a atrair nao apenas varoes

ulheres.

se enConU'a,-am scquiosos por uma vida

ade Cat61iea de Gobis: Mestra em Historia das eral de Goias. Doutoranda em Hist6ria Medieval do Departamento de Historia da Fae. de Ciencias 'as-Goiania Go.

OPSIS - Revista do Niese, V.2- N.J, Jan/Jun, z002

de l?enitencia. Celano, na

Vida

1;

Lefienda dos

rres

ComEanheiros;

0

1

Anonimo Perusino;

e Sao Boaventura, na

Legenda Maior,

registraram para

a posteridade a efervesd:ncia daquele momento, Celano escreyeu que:

Comeraram a vir a Sao Francisco muitas pessoas do povo, nobres e plebeus, cMrigos e [ei?,os, querendo par inspirarao de Deus militar sob sua disciplina e magisterio.

a

santo de Deus (...) apresentava a exemplo, a Regra e os ensinamentos de acordo com as quais a Igreja de Cristo rejuvenescia, enquanto nos homens e nas mulheres triunfava a triplice exercitos dos predestinados. A todos propunha uma norma de vida e demonstrava com garantias a eaminho da salvarao em todos as graus(l Celano, 37).

Os

autores da

Legenda dos

Tres

Companheiros

registraram que:

Nao somente as homens se eonvertiam

a

Ordem, mas tambem muitas virgens e viuvas, eompungidas pelas suas pregaroes e, seguindo seu conselho, enclausuravam,se nos mosteiros espalhados pelas cidades e a/deias para fazer penitencia. (...) Da mesma forma hom ens e mulheres casados, nao podendo abandonar a lei do matrimonio, entregavam-se, pelo salutar eonselho dos irmaos a uma penitencia mais rigorosa em suas proprias casas. E assim par meio do bem-aventurado Franctsco

(...J

a Igreja de Deus foi renovada com tres Ordens (. ..). E cada uma destas Ordens, em seu devido tempo, foi confirmada peio Sumo Pontfjice(i.egenda dos Tres Companheiros, 60).

De forma semelhante

0

Anonimo Perusino

registrou:

Do mesmo modo, muitas mot;as e viuvas ouvindo a pregat;clO dos frades, vinham pedir conselho: "E nos, 0 que podemos fazed

Nao e possivel ficar convoseo. Dizei-nos entao como devemos fazer para salvar nossa alma". Para tal fim foram construidos mosteiros de clausura em cada cidade, onde viviam em penitencia. E um dos frades era encarregado do o/icio de visitador e animador das reclusas.

Da mesma forma diziam os casados: 'Nos temos a esposa, que nao podemos mandarembora. Portanto, ensina-nos 0 caminho da salvat;ao '. Assim nasceu 0 que se chamou a ordem da

Penitencia, aprovada peio Sumo Pontfjice (0 .\nonimo Perusino, 41).

Sao Boaventura, 0 ultimo a escrevcr, relatou que:

Muitos, inflamados pelo ardor de sua pregat;ao, impunham-se a nova regra de penitencia de acordo com a formula aperfeit;oada pelo hOrlum de Deus que decidiu chamar esse genera de vida 'Ordem dos Frades da Penitencia '. E nao havendo outro caminho possive! para todos os que buscam a ceu a nao ser a caminho da

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(3)

penitencia, admitem-se nela os clerigos e os leigos, os solteiros e os casados. Houve tamhem donze/as que optaram pela castidade perpetua, entre as quais Clara, virgem amantissima de Deus ( . .) (Sao Boaventura, 4,6).

E

importante notar 0 seguinte: Todos os relatos tem como preocupa<;:ao aflrmar a paternidade de Sao de Francisco sobre as tres Ordens: a primeira, a dos Fradesl\lenores; a segunda, a das Damas Pobres ou Clarissas como ficaram conhecidas; e a terceira, dos Penitentes leigos. Parece, contudo, que esta sequencia: primeira, segunda e terceira advem da ordem de reconhecimento e aprova<;:ao oficial da;; mesmas pda Igreja.

A olhar a disposi<;:ao que Sao Boaventura fez, diferindo de Celano e dos autores da Legenda dos Tres Companheiros e de 0 Anonimo Perusino, embora a Ordem Terceira seja a terceira no processo de apruva<;:ao oficial, teve, na verdade, os seus inicios antes mesmo das Clarissas e nisro os estudiosos parecem concordar quando apontam 0 ano de 1209 ou de 1210, como os an os provaveis do come<;:o da Ordem Terceira e 0 ana de 1221, como do seu reconhecimento, com a aprova.:;ao do Memoriale Propositum, por parte do Papa Honorio III."

l\fais ainda: sou de parecer que nos primeiros anos ~ talvez ate um pouco depois de 1215 e antes de 1221 ~ frades, virgens e casais formavam um s6 grupo e faziam parte de um mesmo movimento, it seme!han.:;a de outros grupos, como os Humiliados. Assim, parece que S. BoaH'nmra, foi mais fie! aos fatos ao dizer que aqude genero de vida foi denominado pdo Fundador, como Ordem dos Frades da Penitencia - porque nao havia outro caminho possivel para todos os que bus cam 0 ceu a nao ser 0 caminho da penitencia - e dele fazia parte, clerigos e leigos: os solteiros e os casados; e que dentre eles, algumas donzelas optaram pela castidade perpetua, como Clara e suas companheiras.1

Outro ponto a destacar e que "as virgens e viuvas" e as demais pessoas que procuravam a Francisco e a seus companheiros, faziam-no como uma

2 Cf...SILVEIRA, Fr. Ildefonso, OFM e REfS, 0 .. "Cronologia da Vida de Sao Francisco". In. SAO Francisco de Assis. Escritos e biografias de Sao Francisco de Assis. Cr6nicas e oulros testemunhos do primeiro secllio franciseano. 6. ed. Petropolis. Vozes:CEFEPAL do Brasil. 1983. p. 47 e 50.

3. Pareee ser da mesma opinHlo Gabriele ANDREOZZI, T.O.K "San Bonaventura e I'ordo poenitentiae". In. ;\.fiscellanea Francescana. Roma. 1975. (75):359. "Allo stesso ordine della Penitenza egli ammete nel 1212 Chiara degJi Sfic. ( ...) Si crea cosilln immenso movimento. del quale fanno parte chierici e laicL vergini e conjugatj, che vivono ed operano neUe situazioni piu varie. Per ordinare un tal movimento, su eonsiglio del Cardinale Ugolino, vengono formati dei gruppi. quello dei minori. e quello delle povere dame. Tutti gli altri rimangono fratelli e sorel Ie della penitenza".

OPSIS - Revista ,

resposta de adesao it pregac;:ao e ao exemplo que a adesao daquelas pessoas ao movime! fenomeno original; fazia parte da efervesce muitas regiues do ocidente europeu, desde fenomeno, Vauchez escreve:

Ao fongo do seculo Xll, I

mas de vida que lhes pem

existencia consagrada a pela sua condifao de crist dicavam a possibilidade que permanecendo no Sf havia casados (\'auchez, 1 Com efeito, uma "Ordem de Per antiga, como a unica institui.:;ao disponivel] mentalmente 0 perdao dos pecados grav Entretanto, no decorrer dos seeulos XII entre ambos os scxos, 0 costume de "a/ dos penitentes, nao para a remissao dos 1

fao evangelica e para assegurar-se da salvi Assim, no decorrer do seculo XII reu para a transformac;:ao de um laicato ad lidade de irmaos e irmas conyersos, se ' tarefas materiais do mesmo. Entretanto, ! maioria dos fiels que aspirava

a

perfei espiritualidade penitencial, que ao final do genero de vida religiosa livremente escol perfeifao sem poderem ou quererem tl

1995:137). Esta foi uma caraeteristica tot~

.:;ao evangelica, sem abandonar 0 mundo, Sobre a relac;:ao de S. Francisco co funda.:;ao da Ordem Tcrceua, Lazaro I Meersseman, 0 qual reconheceu "(...)

a

Fr:

Fundador, ao menos 0 merito de haver 4 com seu impulso de renovat;ao evangel. maos e irmas da penitencia" (Iriarte, 1985 nos primordios do mO\'imento francisea! quelas fraternidades e sem uma distin~ao seus seguidores (frades, yirgens e casais) e dos como "penitentes de Assis" (0 Anol

Isto nao tiraria 0 merito do exe de seuS companbeiros, no "?"evigoramen

(4)

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fet:gOS,

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tambem donzelas que optaram

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quais Clara, virgem amantfssima de Deus

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4,6).

. Todos os relatos tem como preocupas:ao FrancIsco sobre as tres Ordens: a primeira, a a das Damas Pobres ou Clarissas ~ como

dos Peniten~es leigos. Parece, contudo, que

e tercelra advem da ordem de reconhecimento pela Igreja.

sao

Boaventura

fez, diferindo de

Celano

e

Companheiros

e de 0

Anonimo Perusino

a terceira no processo de apro\'as:ao

oficia~

mesmo das Clarissas e nisro os estudiosos o ano de 1209 ou de 1210, como os Terceira e 0 ano de 1221, como do seu do

Memariale Propositum,

pm parte do que nos primeiros anos - takez ate um 1221 - frades, ,rirgens e casais formavam urn mesmo mm·imento, it semelhanca de Assim, parece que S.

BoaH'ntur~,

foi aquele gen~r~ d~ vida fOl denominado peIo

da Penztencza ­

porque nao havia outro que buscam 0 ceu a nao ser 0 caminho da . e leigos: os solteiros e os casados; e que

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pela castidade perpetua, como Clara e

"as yirgens e viuvas" e as demais pessoas seus companhelros, faziam-no como uma

REfS, 0 .. "Cronologia da Vida de Sao Francisco". biografias de Sao Francisco de Assis. Cron/cas e rrallcisl~ano. 6. ed. Petropolls. Vozes:CEFEPAL do ANDREOZZI. T.O.R. "San Bonaventura e rordo Roma. 1975. (75):359. "Allo stesso ordine

_mdlcQI! Sfic. (...)Si crea COS! un immenso movimento.

econiugati. che vivono ed operano nelle situazioni su conSiglio del Cardinale Ugolino. vengono quello delle povere dame. Tutti gli ahri rimangono

OPSIS - Revista do Niese, V.2, N.J, Jan/Jun, 2002

resposta de adesao

a

prega<;ao e ao exemplo dos mesmos. Mas, deve-se lembrar

que

a adesao daque1as pessoas ao movimetlto franciscano nao constiwiu

um fenomeno original; fazia parte da efervescencia religiosa que tomava conta de muitas regioes do ocidente europeu, desde 0 seculo XII. Ao se referir aquele fenomeno, Vauchez escreve:

Ao fongo do secufo XII, (...) numerosos feigos procuraram for­

mas de vida que fhes permitissem conciliar as exigencias de uma

existencia consagrada a Deus com as que lhes eram impostas

pela sua condifao de cristaos que viviam no mundo. (...) reivin­

dicavam a possibilidade de acederem

a

vida apost6lica, ainda

que permanecendo no seu estado. Entre eles, havia solteiros e

havia casados

(Yauchez, 1995:1334-134).

Com efeito, uma "Ordem de Penitentes" existiu, no seio da IgreJa antiga, como a unica institui<;ao disponivel para fazer penitencia e obter, sacra­ mentalmente 0 perdao dos pecados graves, cometidos depois do batismo. Entretanto, no decorrer dos seculos XII e XIII, recome<;ou a se dtfundir, entre ambos os sexos, 0 costume de

"abrarar voluntariamente a ordem

dos penitentes, nao para a remissao das pecados, mas para buscar a perfei­

faa evangelica e para assegurar-se da salvar;ao eterna"

(pompei, 1991: 441).

.i\ssim, no decorrer do seculo XII,

°

movimento penitencial concor­ reu para a transforma<;ao de um laicato adscrito aos mosteiros, onde na qua­ lidade de irmaos e irmas conversos, se encarregavam da maior parte das tarefas materials do mesmo. Entretanto, mais para 0 final daquele seculo, a maloria dos fieis que aspirava it perfei<;ao procurou uma outra via de espiritualidade penitencial, que ao final do seculo XII,

"transformou.se num

genero de vida religiosa livremente escolhida por aqueles que aspiravam

a

perfei~ao

sem poderem ou quererem abandonar a mundo"

(Vauchez, 1995:137). Esta foi uma caracteristica totalmente nova: ada busca da perfei­ <;ao evangelica, sem abandonar 0 mundo, isto e, na propria casa.

Sobre a re1a<;ao de S. Francisco com os movimentos de penitentes e a funda<;ao da Ordem Terceira, Lazaro Iriarte adotou a posi<;ao de G. G.

l\Ieersseman, 0 qual reconheceu "(...)

a Francisco, se nao a pa tern idade como

Fundador, ao menos a merito de haver comunicado uma nova vitalidade,

com seu impulso de renovarao evangelica, aos nucleos jd existentes de ir­

maos e irmas da penitencia"

(lriarte, 1985:537). Sou de parecer, inclusive, que nos primordios do movimento franciscano, Francisco teria se espelhado na­ quelas fraternidades e sem uma distin<;iio rigida - con forme ja assinalei e1e e seus seguidores (frades, virgens e casais) eram todos indistintamente conheci­ dos como

"penitentes de Assis"

(0 Anonimo Perusino, 5, 19).

1sto nao tiraria 0 merito do exemplo e da pregao;:ao de Francisco e de seus companheiros, no

"revigoramento da velha instituir;ao penitencial",

(5)

a partir de 1210, especialmente para as regioes da Umbria, da Marca de Ancona, da Toscana e da Lombardia, onde... "Leigos piedosos aceitaram 0 estado de

penitencia e se formaram verdadeiras e proprias fraternidades de peniten· tes (. ..

J"

(Gieben, 1981:170). Tratava-se, certamente, de um noyo influxo espi­ ritual.

Assim, sem duvida, a prega<;ao de Francisco e a integra<;ao dos frades a reahdade social coeya, na peninsula italiana, deyem rer concorrido para dar um matiz especial a algumas fraternidades leigas, distinguindo-as daquelas outtaS que as precederam. Seryus Gieben nao hesita em aflrmar que se trataya de ...

(..) uma religiosidade do tipo novo, nao mais !igada aos mode­

los de santidade monastica, mas firmemente ancorada na vida laica: salvar a alma na propria casa, segundo a expressao de Sao

Francisco, no exerclcio do proprio olicio, no cumprimento dos proprios aJazeres cotidianos (.. .) um campo de religiosidade que se distingue, certamente, daquelas Jraternidades puramente laicais, mas somente par motivo de um maior empenho religio· so (...) (Gieben, 1981 :194).

o

carater inedito daquela espiritualidade, ao tempo de Sao Francisco, situaya, em primeiro lugar, no fato da referida espiritualidade nao estar ligada ao modelo monastico-claustral; ela era especificamente laical e consistia no esfor<;o de salya<;ao da alma na propria casa. Depois, ela se distinguia, tam­ bem, das outra:; tantas formas de fraternidades puramente laicais, suas con­ temporaneas, como as corpora<;c>es de ofkio, devido ao seu empenho religioso.

Quanto

a

forma de \·iyenciar este empenho 0 mesmo autor da conta de uma yariedade de formas adotadas pelos penitentes influenciados peio carisma franciscano: "Segundo a diversidade de caracteristicas e influencias ambientais, alguns sao portadores de uma espiritualidade mais aberta, ca­ ritativa para com as pobres e os enfermas; outros, ao inves, sao induzidos a urn misticisma interior, em estreita ligar;ao com a vida eremitica e reclusa" (Gieben, 1981:194). Como se ve: ha\'ia uma hberdade muito grande acerca de como Ylvenciar, cotidianamente, 0 empenho rehgioso e penitencial, sem uma preocupa<;ao legislativa, com um quadro de normas e regras rigidas a serem obedecidas. Cada q~al a seu modo e de acordo com as suas possibilidades procurava tornar concreta, no seu dia-a-dia, 0 seu proposito de uma vida penitente.

Inclusive, ao anahsar dois dos escritos de Sao Francisco que sao "A

Carta aos Fieis" primeira e segunda recensao - que os criticos afirmam se destinar aos irma05 e irmas da penitencia, percebe-se como, naqueles escritos, o /\ssisiata, nao se preocupou em estatuir leis, mas em dar "igor a uma inspi­ ra<;ao, estabelecendo uma especie de parentesco entre aquele e aquela que abra<;ava a \'ida de penitente e a Santissima Trindade:

OPSIS - Revisfa do

Estes sao filhos do Pai celest sao esposos, irmaos e maes 12,50)' Somas esposos, qua: alma fiel se une a Nosso Sf

Cristo, quando/azemos a " 12,50) e somas maes, quan, nosso corpo

(ef.

1Cor 6,20) j

pura e sincera consciencia, que deve brilhar como exel

. ' ­

pt1meua recensao, 13"7)4,.. ,. Assim, como estabeleceu urn p: Santissima Trindade, estabeleceu um parer aqueles e aque!as que nao fazem penitencia nia, de quem sao JUhas e cujas obras pratl reccnsao 1, 16). Contudo, e interessante assi1 resumida e a segunda mais extensa nao deix vida de penitencia segundo 0 Evangelho, u Estes dois documentos tem data, entretanto, acrcdita-se que deve ter sido esc e ja apresenta, de forma extrcmamente suti trata de questoes como 0 encorajamento ~

4. Cooferir 0 mesmo conteudo. oa Carta aos FiI?is 5. Cf. nota 25. In. Sao Francisco de Assis. Escritos Cronica e oulros lestemunhos do primeiro SE Vozes:CEFEPAL do Brasil. 1983. p. 82.

6. Anne BRENOM. "Herejias en la Edad Media: '1 493-494. afirma que: "La nocion de herejia implic tal oo\,-ao predominou no pedodo de elabora":3o da apagou-se nas mcntalidades. Reapareceu,. em ~ 022 queimados vivos sob a acusat;ao de heresla. D1Z, a1 siglo X [ ( ... ) el historiador detecta de hecho la eXI mujeres en que se mezclan ch~rigos, religiosos y la: de la iglesia primitiva y que asp iran a scgulr la d Evangelio. Algunas de estas comunidades. pi reivindicaciones evangclicas. siguen los caminos de aRoma. y de la critica". Sobre as caracteristi< "Cataros e Va1denses en la Edad Media". ConcUill recoger en una vision de conjunto los rasgos carae XII. Se deberia poner ante todo de relieve un fond todas las cuales procedem. en mayor 0 menor med desde dentro. Esta hase comun no liene nada de injertaran tendencias mas radicales que antes 0 de

En todas pattes domina la reivindicaci6n del rec como a la norma fundamental de la fe y de la con< recurrla allibre examen. como 10 prueba la prefci

(6)

72 e...

as regioes da Umbria, da Marca de Ancona rrLeigos piedosos aceitaram 0 estado d;

eiras e pr6prias /raternidades de peniten­

~a-se, certamente, de um novo influxo espi­

-;ao de Francisco e a integra<;iio dos frades s.uJa italiana, de,-em ter concorrido para dar

dades leigas, distinguindo-as daquelas outras .nao hesita em afirmar que se trata,-a de '"

sldade do tipo novo, nao mais ligada aos mode­ monistica, masjirmemente ancorada na vida

lma na propria casa, segundo a expressao de Sao rdcio do proprio OfiCIO, no cumprimento dos cotldlanos (...) um campo de religiosidade que tamente, daquelas /raternidades puramente ente par motivo de um maior empenho religio.

1981 :194).

espiritualidadc, ao tempo de Sao Francisco da referida espiritualidade

na~

estar

ligad~

era especificamente laical e consistia no opria casa. Depots, eia se distinguia, tam­ fraternidades puramente laicai5, suas con­

~e oficio, deyido ao seu empenho religioso.

ar este empenho 0 mesmo autor da conta

t~das pelos penitentes influenciados peIo

wersldade de caracteristicas e injluencias

de uma espiritualidade mais aberta, ca­ ifermos; outros, ao inves, sao induzidos a

Iigapfio eom a vida eremitica e reclusa» ma uma liberdade muito grande accrca de mpenho religioso e penitencial, sem uma adro de normas e regras rigidas a serem

e de acordo com as suas possibilidades dia-a-dia, 0 seu prop6sito de uma vida

. os escritos de Sao Francisco que sao "A

da recensao - que os criticos afirmam se • cia, percebe-se como, naqueIes escritos

tatuir leis, mas em dar "igor a uma

inspi~

e parentesco entre aquele e aquela que tissima Trindade:

OPSIS - Revista do Niese, V.2, N.J, Jan/Jun, 2002

Estes sao filhos do Pai celeste (ef Mt 5,45),fozem as obras do Pai, sao esposos, irmaos e maes de Nosso Senhor Jesus Cristo (ef Mt 12,50)' Somos esposos, quando por virtude do Espirito Santo, a alma fiel se une a Nosso Senhor Jesus Cristo. Somos irmaos de Cristo, quando fozemos a "vontade do Pai que esta nos ceus" (Mt 12,50) e somos maes, quando 0 levamos em nosso eorariio e em

nosso corpo (ef 1Cor 6,20) por virtude do amor divino e de uma pura e sineera conseiencia; nos 0 geramos por uma vida santa

que deve brilhar como exemplo para os outros" (Carta aos fieis ­ primeira recensiio, 1,3-7).4

Assim, como estabeleceu urn parentesco entre 0 penitente e a Santissima Trindade, estabeleceu urn parentesco similar, com 0 demonio e aqueles e aquelas que nao fazem penitencia. Eles sao "(...) escravos do demo· nio, de quem sao Ji/hos e cujas obras praticam" (Carta aos fieis prlmelra recensao 2, 16). Contudo, e interessante assinalar que a primeira recensao mais resumida e a segunda mais extensa nao deixam de ser um programa para uma vida de penitencia segundo 0 Evangelho, uma forma vitae.

Estes dais documentos tern data desconhecida; a segunda rccensao, entrctanto, acrcdita-se que deve ter sido escrita entre os anos de 1215 e 1223; e ja apresenta, de forma extremamente sutil, 0 esbo<;o de uma Regra, 'luando trata de questoes como 0 encorajamento a uma postura anti-heretica(' e 50­

4. Conferir 0 mesmo conteudo. na Carla aos Fibs (segunda recensiloj 9. 48-53.

5. Cf. nota 25. In. sao Francisco de Assis. Escritos e biogra/ias de Silo Francisco de Assis. Cronica e Olitros testemunhos do primeiro seculo franeiscano. 3. Ed. Petr6polis. Vozes:CEFEPAL do Brasil. 1983. p. 82.

6. Anne BRENOM, "Herejias en la Edad Media: 'Hay dos Iglesias'''. Coneilium. (271): pp. 493-494. afirma que: "La noci6n de herejia implica la de una ortodoxia militante". Diz que tal no~ao predominou no periodo de elabora~ao da ortodoxia cat6lica. no seculo IV. depois apagou-se nas mentalidades. Reapareceu, em 1022, quando doze conegos de Orleans foram queimados vivos sob a acusa~ao de heresia. Diz, ainda que: .. En la marana de los tcxtos del siglo XI ( ... ) el historiador detecta de hecho la existencia de comunidades de varones y de mujeres en que se mezclan clerigos, religiosos y laycos. que buscam un returno a los ideales de la iglesia primitiva y que aspiran a seguir la disciplina de los ap6stolos y sola ley del Evangelio. Algunas de estas comunidades, precisameme las mas ardientes en sus reivindicaciones evangelicas, siguen los caminos de la disidencia. es dedr. de la desobedienda aRoma. y de la critica·'. Sobre as caracteristicas destas comunidades. G. GONNET. "Cataros e Valdenses en la Edad Media". Concilium. (220):444-445. escreve: .. Si si quisiera recoger en una vision de conjumo los rasgos caracteristicos de las herejias de los siglos XI e XII. Se deberia poner ante todo de relieve un fondo comum de oposiciones y de negaciones. todas las cuales procedem, en mayor 0 menor medida. de la necesidade de reformar la Iglesia desde dentro. Esta base comun no tiene nada de heterodoxa en SI misma. pero en ella se injertarim tendencias mas radicales que antes 0 despues. se a\ejanin de los idcalcs primitivos. En todas partes domina la reivindicacion del recurso exclusivo a las Sagradas Escrituras como a la norma fundamental de la fe y de la conducta de los fieles. Esto significa que ya se recurria allibre examen. como 10 prueba la preferencia dada al Nuevo Testamento".

(7)

bretudo anticatara;, a confissao dos pecados; 0 jejum dos vieios e dos ali­

mentos; ou a obediencia; mas guarda, ainda, a mesma liberdade de a<;:ao tio proprias ao Fundador, 0 que faz supor que, naqueles primeiros anos, os it­ maos e as irmas da penitencia 1evassem uma vida mais livre e carismatica, animados pelos escritos, pe1a prega<;:ao e pdo exemp10 de FranClsco e de seus primeiros companheiros, sem urn enquadramento mais sistematico.8

Com a aguda sensibilidade aos movimentos 1aicos de evangelismo e penitencia, 6 possivel que 0 Papa Inocencio III, procurasse enquadra-10s canonicamente, como fez com os Humiliados, os Pobres Cat6licos e a Co­ munida de de Bernardo Primo, inclusive dividindo-os em duas categorias: uma que abra<;:a,-a uma Regra ja aprovada e uma outra, normatiYa, que era a pro­ pria Regra do grupo, e que por isto foram consideradas Ordens Religiosas; a outra categoria, era ados grupos religiosos que nao abra<;:avam uma Regra ja aprovada, mas tao somente urn propositum, e foram caracterizadas como associa<;oes, ou Ordens Terceiras.

Tudo Ie,-a a crer que 0 movimento penitencial que se aglutinava em

7. Andre Vauchez. A Espiritua/idade da /dade Media Ocidental Sec [TIll-XliI. Trad. Teresa Antunes Cardoso. Lisboa. Editorial Estampa. J995. p. 1J6- J 17. fala que no seculo XI houve p610s de heresia. porcm no seculo XII. 0 fenomeno tornou-se numericamente importante. pondo em causa a infiucncia da 19reja em certas regioes. E que e possivel reconhecer dois moes espirituais nas heresias a partir do seculo XII: "um deles insiste sobretudo na coincidencia entre a paiavra evangelica e acr;ao que se esforr;a por leva-Ia

a

pratica no mundo. Os seus aderentes propoem-se lutar contra a decadencia da 19reja constituindo.

a

margem desta, grupos de cristaos fervorosos. A sua recusa das estruturas existentes nao poe em causa os fundamentos dogmaticos do cristianismo ( ... ).

E

a tendencia que prcvalece. na maioria dos movimentos popuJares da prime ira metade do seculo, e mais tarde entre os valdenses. ou Pobres de Lion C.. ). Com efeito, segundo eles, a pratica da vida apost6lica, e sobretudo da pOhre7fl.. ha..-tava para COJ)f.f".rjr £I nirehD De ~,rn..·,w:i&,r D EF&ngelho. 'ha~a-se

assim ( .. ,) de urn confiito de ordem mais disciplinar do que doutrinaria ( ... ). A segunda corrente permanentemente reforr;ada apos 1140, sem duvida por infiuencia de contribui~oes

orientais ( ... ) distingue-se da primeira peio seu caracter nitidamente dualista. Os seus adversarios qualificaram estes hereticos de maniqueus, conhecemo-los pelo nome de cataros. Defendiam que a renovar;ao necessaria do eristianismo devia fazer-se acompanhar de uma contestaryao de todo 0 corpo de doutrina ensinada pela Igreja. Para eles, efectivamente. esta havia dissimulado em seu proveito a verdade revolucionaria escondida no Novo Testamento, que

e

a oposir;ao e a luta permanente entre Deus e Satanas, 0 Bem e 0 Mar'. G. GONNET.

Arl. Cit. p. 445 fala que naqueles grupos haviam ainda tendcncias gn6sticas. tal como a nega"ao do dogma trinitario; a aversao

a

cruz; a condenar;ao do matrimonio e do ato sexual; a abstenc;ao de comer carne: a depreciar;ao dos sacramentos, dos edificios religiosos e dos cemiterios etc.

8. Cf. Carta aos Fieis (primeira e segunda recensiio). In. Silo Francisco de Assis. £scritos e biografias de Sao Francisco de Assis. Cronicas e outros testemunhos do primeiro seculo tranciscano 3. Ed. Petr6polis. Vozes:CEFEPi\L. 1983. Pp. 79-90. Sobretudo a segunda recensao apresenta. em muitos pontos, um texto bern similar, ao da Regra nao Bulada da Ordem dos Frades Menores , de 1221.

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OPSIS - Revista d,

tomo do Poverello de Assis, tenha sido sub so de enquadramento canonico, inclusive co interior do proprio movimento. Nascia, na Ordem dos Penitentes, ligada ao Assisiat Franciscana, form ada por cris tiios leigos e s Francisco de Assis.

Mas, nada indica que, naquele proc a Curia Romana tenha atinado para 0 esp< grupos de leigos, tao somente os consider' porque tinham uma relaC;ao com uma Ord< "Ordens Terceiras". uma cstrutura Juridica supor ao analisar 0 Estatuto de Una Frat( que, muito provavdmentc, ycio a se consUt propositum, de 1221.

Procedendo assim, e com 0 resp: InocenCIO TIl quis dar uma forma mais todos os niveis e, neste caso. mais especifiG apresentavam urn consideravel cresciment( raveis as contaminac,:oes hereticas. A16m d, Iho, aqueles cristaos chegaram ao ponto contingencias historicas: des se negaram a que eXlgissem juramentos, 0 que os desot senhores feudai:; e magistrados citadinos ( civil, mas os expunba a perseguic;oes e \"io: Foi necessario que a Igreja os pl sen-i<;o militar e das func;oes publicas. 'f

maos da penitencia (. ..) acha-se na hula d

(16 de dezembro de 1221), encarregando dades civis que pretendiam forr;d-Ios a 1

defesa do municipio" ( Iriarte, 1995:540).

Data daquele mesmo ana de 12 redac;ao

e

atribuida ao cardeal Hugolino. Memoriale "nao era uma regra, mas ~

1995:161). 0 documento tem sim un

enquadramento dos penitcntes c de sua: programa de "ida bastantc exigente. A ad

9. Cf. Estal1llO de 1ll1afi'alernidad de penitentes ,. reg/as;peni tem. h1111.

10. Cf. http://www.franciscanos.nct.tcologoslreg: contem normas precisas sobre a forma de se ve

(8)

jejum dos vicios e dos ali­ dos pecados; 0

Ip,,'oo'oprn

Deus e Satanas. 0

recensao). In.

ainda, a mesma liberdade de a<;:ao tao supor que, naqueles primeiros anos, os ir­

uma vida mais livre e carismatica, e pdo exemplo de Francisco e de seus enquadramen to mais sis tern a tico. 8

aos movimentos laicos de evangelismo e Inocencio III, procurasse enquadra-Ios Humiliados, os Pobres Catolicos e a Co­

dividindo-os em duas categorias: uma e uma outra, nornlati,"a, que era a pro­ foram consideradas Ordens Religiosas; a religiosos que nao abra<;:avam uma Regra ja propositum, e foram caracterizadas como penitencial que se aglutinava em

Idade Media Ocidental Sec r·11/-XIII. Trad. Teresa 1995. p. 116-117. fala que no seculo XI houve o fen6meno tornou-se numericamente importante. em certas regi6es. E que e possivel reconhecer dois do seculo XII: "um deles insiste sobretudo na eac~ao que se esfor~a por leva-Ia

a

pratica no mundo. a decadencia da Igreja constituindo.

a

margem A sua recusa das estruturas exi stentes nao poe em cristianismo ( ... ).

E

a tendencia que prevalece. na primeira metade do seculo, e mais tarde entre os efeito, segundo eles, a pratica da vida apostolica, e o direito de anunciar 0 Evangelho. Trata-se disciplinar do que doutrinaria ( ... ). A segunda 1140, sem duvida por influencia de contribui<;:oes pelo seu caracter nitidamente dualista. Os seus de maniqueus, conhecemo-Ios pelo nome de cataros. do cristianismo devia fazer-se acompanhar de uma ""IIl>llllaClapela Igreja. Para eles. efectivamente. esta revolucionaria escondida no Novo Testamento, Bern e 0 Mar'. G. GONNET.

haviam ainda tendencias gnosticas. tal como a cruz; a condena~ao do matrimonio e do ato sexual; dos sacramentos. dos edificios rcligiosos e dos sao Francisco de Assis. Escritos Cr6nicas e Glitros testemunhos do primeiro seculo 1983. Pp. 79-90. Sobretudo a segunda urn texto bern similar. ao da Regra nao Bulada da

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OPSIS - Revista do Niese, V.2, N.J, Jan/Jun, 2002

torno do Poverello de Assis, tenha sido submetido desde entao a urn proces­ so de enquadramento canonico, inclusive com a separa<;:ao das tres Ordens no interior do proprio movimento. Nascia, naquele momento, propriamente, a Ordem dos Penitentes, ligada ao Assisiata e embriao da Terceira Ordem Franciscana, formada par cristaos leigos e sirnpatizantes da espiritualidade de Francisco de Assis.

l\fas, nada indica que, naquele processo de enquadramento canonico, a Curia Romana tenha atinado para 0 espedfico da espiritualidade daqueles grupos de leigos, tao somente os considerou como uma "Ordem Terceira", porque tinham uma rela<;:ao com uma Ordem Primeira, e deu a todas aquelas "Ordens Terceiras", uma estrutura juridica e canonica semelhante, como faz supor ao analisar 0 Estatuto de Una Fraternidad de Penitentes/ de 1215 e que, muito provavelmente, veio a se constituir num esbo<;:o para 0 Memoriale propositum, de 1221.

Procedendo assim, e com 0 respaldo do IV Lateranense de 1215, Inocencio III quis dar uma forma mais definida a reforma da Igreja, em todos os niveis e, neste caso, mais especificatnente aos movimentos laicos, que apresenta\"am urn consideravel crescimento numerico e pareciam mais yulne­ niveis as contamina<;:oes hereticas. Alem da obsen"imcia integral do E,"ange­ lho, aqueles cristaos chegaram ao ponto de se colocarem em oposi<;:ao as contingencias historicas: eles se negaram a portar armas, a aceitarem fun<;:oes que exigissem juramentos, 0 que os desobriga\"am a fidelidade para com os senhores feudais e magistrados citadinos e exonerava-os do servi<;:o militar e civil, mas os expunha a persegui<;:oes e violencias de cunho legal e pri\"ada.

Foi necessario que a Igreja os protegesse, declarando-os lines do servi<;:o militar e das fun<;:oes publicas. ''A primeira mem;ao oficial dos ir­ maos da penitencia (...) acha-se na bula de Honorio III ao bispo de Rimini

(16

de dezembro de

1221),

encarregando-o de protege-los contra as autori­ dades civis que pretendiam /or~d-Ios a tomar armas, sob juramento, em de/esa do municipio" ( Iriarte, 1995:540).

Data daquele mesmo ana de 1221 0 Memoriale propositum, cuja reda<;:ao e atribuida ao cardeal Hugolino. Apesar de Vauchez enfatizar que 0 Memoriale "nao era uma regra, mas um programa de vida",(Vauchez, 1995:161). 0 documento tern sim uma preocupa<;:ao legislatin e de enquadramento dos penitentes e de suas fraternidades. 10

Tratava-se de urn programa de "ida bastante exigente. A admissao na fraternidade era bastante

9. Cf. Estatuto de zmaji-aternidad de penitentes". In. http://www.ji-anciscanos.net·teologos reglaslpenitent.htm.

10. Cf. http://w\Vw.franciscanos.netteologos/reglas/proposit.htm. 0 Hemoriale Propositum contem normas precisas sobre a forma de se vestir: proibc a participa<;:ao em "banquetes

(9)

criteriosa. Exigia-se dos postulantes: pagamento previo das dividas e dizimos atrasados; reconcilia~ao com os adversarios; imunidade de qualquer suspeita de heresia;

a

mulher casada, exigia-se 0 consentimento do marido. Depois de um ana de noyiciado, sendo considerado idoneo, 0 novo membro emitia a

profissao, que era por toda a vida. Redigia-se urn documento ptlblico que nao permitia aos membros abandonar

a

fraternidade, a nao ser em dois casos: para 0 ingresso na vida religiosa e, em se tratando de um incorrigivel, a expul­ sao da fraternidade.

Na ,"erdade, pode se afirmar que no Memoriale propositum - um documento de cunho juridico e canonico predominou elementos do direito comum, que ,-inha se formulando antes ainda do IV Concilio do Latrao (1215), bern como dos decretos oriundos daquele mesmo Concilio. Como, igualmente, pode se afirmar que, nele, hi pouco ou nada da espiritualidade especificamente franciscana, mesmo porgue 0 documento nao foi endere~a­ do so aos Penitentes que gra"ita,"am na orbita de Francisco, e sim

a

todas as comunidades de penitentes, indistintamente.

Enquadradas, canonicamente, as fraternidades de penitentes franciscanos foram estrcitando as relat;6es entre S1: pelos meados do seculo XIII, ii estayam organizadas em prodncias, gm-ernadas por ministros pro­ ,"inciais e na Itilia setentrional ja celebra,"am capitulos gerais. Vauchez diz que, equiparados a religiosos pebs bulas papals, "(.) as cidades con/iaram-lhes variadas tare/as, desde a distribuir;ao de subsidios caritativos a conventos, pobres e prisioneiros, ate

a

gestao da tesouraria municipal e ao cumprimen­

desonestos··. '"espetaculos" e "bailes": permite 0 con sumo de carnes tres dias na semana e insiste na modera~ao do comer e beber: insiste na recila~ao das horas canonicas: prescreve a confissao dos pecados e a comunhao sacramental tres vezes ao ano: manda restituir as coisas alheias. satisfazer os dizimos passados e pagar os futuros: proibe 0 porte e uso de armas: manda abster-se de juramentos solenes e evitar os ordinarios: insiste para que cada qual estimule a sua familia no servi~o de Deus: manda que todos os irmaos e irmlis de uma mesma cidade. todos os meses. participem de uma missa em comum: manda que cada urn fa<;a uma contribui<;ao em dinheiro para ser distribuida entre os membros necessitados" ou exequias de algum dos membros. ou ainda. entre os outros pobres: manda que "contem com 0 conselho de urn varao religioso"; manda que os ministros visitem. par si mesmos ou por outros. semanalmente. os irmaos enfermos: manda aos irmas e irmas que assistam aos funerais dos confrades e apliquem-Ihe certos sufragios; manda que se fa~a 0 testamento dentro dos tres meses consecutivos

a

profissao: manda aos ministros manter e restabelecer a paz entre os irmaos e entre estes e os estranhos

a

fraternidade: manda a todos que aceitem os Ministerios e os outros oficios. por urn ano. quando eleitos: confia aos ministros 0 cuidado na admissao de novos membros. inclusive nao recebendo hereges ou acusados de heresia; proibe a todos sair da referida fraternidadc. a nao ser para "entTar en religiao": permite a expulsao dos incorrigiveis: manda a todos que denunciem os irmaos ou irmas. "que causam escandalo", ao Ministro e que este os notifique ao visitador: permite aos visitadores dispensar. segundo Ihes pare~a oportuno. em todos os casos. a todos os irmaos e irmas: manda aos Ministros. com 0 conselho de irmaos. eleger os outros ministros e urn economo.

OPSIS - Revista tit.

to de missoes diplomaticas pela paz (..)"

r

A dire<;:ao prestada pelos Men are franciscanos ate 1284 foi bastante irregular dava que tivessem um sacerdote por visitac urn frade 1v1enor. No generalato de Frei. assistidos pelos Frades Menores. Depois, so FreiJoao de Parma (1247-1257), os peniter Meridional obtiveram do Papa Inocencio 1\

Iv[uitos outros penitentes encontraram no: afinidade espiritual, par isto os deseja\'am eleita t-finistro Geral da Ordem dos Frades fI

proibiu aos frades de se imiscuir nos negoc cado de Nicolau IV, a assistencia dos t-Ienc irmaos e as irmas da Ordem Terceira de Si

A(luele Papa, ainda, regulamentou das ardens religiosas contempodneas, em referida bula nao fugiu ao esquema ca propositum. Sendo mais severa do gue aqu xia, no interior da Ordem Terceira. Assim,· a vigilancia sobre os penitentes, alem de cot. ao poder civil.

Enquanto isto, na vivencia cotidian: tes franciscanos vinham irmanando, ao Ion! tes categorias de pessoas: reis, yassalos, p duvida, a integridade de suas yidas deve t moral da sociedade. "Atraves das corporafoes, reconduzir a aftio econornica para urn ideal!

II. Cf. lRIARTE. O.F.M. Cap.. Lazaro. Hislaria

Darzen. Petropolis. VozesiCEFEPAL. 1985. p. 54" pontificado foi franciscano e serviu como ministr( contribuiu para a franciscaniza<;ao dos grupos de pe para que os frades se absti vessem do governo dos r dos penitentes deve-se ao fato das crises internas jurisdi~ao baseada n1l0 na assistencia fraterna e na ( e competi9<l0 que levava cada fac<;ao a colocar n varias fraternidades. Ademais. 0 consideravel cre Menores e mais relevante ainda entre os penitent; que levaram 0 Geral a proibir aos frades toda fraternidades de penitentes. A este respeilo. confer especialmente nas paginas 558 a 561.

12. Foram Terciarios: a duqueza Isabel da Hungr Sto. Ivo da Bretanha: os reis S. Fernando de Castl de Sena: 0 sapateiro Novelono de Faenzio: e ape

(10)

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pagamen to pre,Tio das dividas e dizimos ; llnunidade de qualquer suspeita o consentimento do mando. Depois de idoneo, 0 novo membro emitia a Redigia-se urn documento publico que nao

a

fraternidade, a nao ser em dais casas: em se tratando de um incorrigivel, a expul­

que no Memoriale propositum - um predominou elementos do direito antes amda do I\7 Concilio do Latriio oriundos daquele mesmo Cancilia. Como, nde,

ha

POilCO au nada da esplritualidade porque 0 documento nao foi enderec;a­ na orbira de Francisco, e sim

a

todas as ente, as fraternidades de penitentes

rda~oes entre S1: pelos meados do seculo prodncias, gm'ernadas por ministros pro­

brayam capitulos gerais. Vauchez diz que, papais,

"(...J

as cidades con/iaram-lhes de subsidios caritativos a conventos,

da

tesouraria municipal e ao cumprimen­

o consumo de carnes tres dias na semana e insiste na recita<;:ao das horas canonicas: prescreve a Ires vezes ao ano: manda restituir as coisas e pagar os futuros: proibe 0 porte e uso de armas:

eevitar os ordimirios: insiste para que cada qual

manda que todos os irmaos e irmas de uma mesma missa em comum: manda que cada urn fa9a uma entre os membros necessitados. ou exequias de pobres: manda que "contem com 0 conselho ministros visitem. por si mesmos ou por outros, aos irmas e irmas que assistam aos funerais dos manda que se fa<;:a 0 testamento dentro dos tres ministros manter e restabelecer a paz entre os manda a todos que aceitem os Ministerios contia aos minis/ras 0 cuidado na admissao

hereges ou acusados de heresia: proibe a todos "entrar en religiao"; permite a expulsao dos os irmilos ou irmils. "que causam escilndalo", ao , permite aos visitadores dispensar. segundo a todos os hmaos e \tmas·. manda aw::, M\n\'i>\H)':;,

ministros e urn economo.

OPSIS - Revista do Niese, V.2, N.J, Jan/Jun, 2002

to de missoes diplomaticas pela paz (. ..)" (Vauchez, 1995: 162).

A direc;:ao prestada pelos }..[enores

as

fraternidades de penitentes franciscanos ate 1284 foi bastante irregular. 0 Memoriale propositum man­ clava que tivessem um sacerdote por yisitador, mas nao prescrevia que fosse um frade Menor. No generalato de Frei Joao Parenti (1227-1232), foram assistidos pelos Frades Menores. Depots, somente, em 1247, no generalato de FreiJoao de Parma (1247-1257), os penitentes da regiao da Sicilia e da lralia Meridional obtiveram do Papa Inocencio IV que 0 visitador fosse um Menor. Muito:> outros penitentes encontraram nos Menores maior compreensao e afinidade espiritual, por isto os deseja"am como visitadores. Toda\'ia, ao ser eleito Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, em 1257, Frei Boaventura proibiu aos frades de se imiscuir nos neg6cios dos penitentes. S6 no pontifi­ cado de Nicolau IV, a assistencia dos Menores se tornou obrigat6ria, para os irmaos e as irmas da Ordem Terceira de Sao Francisco. 11

Aquele Papa, ainda, regulamentou a Ordem Terceira it semelhanc;:a das ordens religiosas contemporaneas, em 1289, pela bula Supra monten. A referida bula nao fugiu ao esquema canonico-juridico do Memoriale propositum. Sendo mais severa do que aguele quanto ao controle da ortodo­ xia, no interior da Ordem Terceira. Assim, a Igreja regulamentava e mantinha a vigilancia sobre os penitentes, alem de coloca-Ios ao seu seryi<;o e subtrai-los ao poder civil.

Enquanto isto, na yivencia cotidiana, aquelas fraternidadcs de pcniten­ res franciscanos vinham irmanando, ao longo do seculo XIII, as mais diferen­

tes categorias de pessoas: reis, vassalos, plebeus, letrados e artesaOS.12 Scm

duvida, a integridade de suas "idas deve ter contribuido para uma reforma moral da sociedade. "Atraves das corporat;oes, 0 esp{rito/ranciscano se esfort;ava por

reconduzir a at;ao economica para urn ideal moral, stlscitando na consciencia dos

II. Cf. IRIARTE, O.F.M. Cap., Lazaro. Hist6ria Franciscana. Trad. Adelar Rigo e M. C. Darzen. Petr6polis. Vozes/CEFEPAL. 1985. p. 542. Nicolau IV. antes de ter sido elevado ao pontificado foi franciscano e serviu como ministro geral na Ordem dos Frades. como Papa, contribuiu para a franciscanizacyao dos grupos de penitentes. A orienta9ao de Frei Boaventura. para que os frades se abstivessem do governo dos mosteiros das clarissas e das fraternidades dos penitentes deve-se ao fato das crises intern as da Ordem dos Menores e por temer uma jurisdi9ao baseada nao na assistencia fraterna e na earidade. mas em um eerto "imperialismo" e eompetiCY<lo que levava cada fae9ao a coloear na pr6pria 6rbita os varios mosteiros e as varias fraternidades. Ademais. 0 consideravel crescimento numerieo na Ordem dos Frudes Menores e mais relevante ainda entre os penitentes. trouxe uma serie de novos problemas. que levaram 0 Gerul a proihir aos frades toda e qualquer forma de governo sobre as fraternidades de penitentes. A este respeito. conferir 0 artigo ja citado de Gabriele Andreozzi. especialmente nas paginas 558 a 561.

12. Foram Terciarios: a duqueza Isabel da Hungria: a plebeia Rosa de Viterbo: 0 sacerdote St~. lvo da Bretanha: os reis S. Fernando de Castela e Luis IX de Fran9a: 0 mercador Pedro de Sena; 0 sapateiro Novelono de Faenzio: e a pecadora publica Margarida de Cortona.

(11)

artifices edos comerciantes 0 amor ao trabalho, a retidao nos neg6cios, os prindpios do

socorro mutuo, a honestidade dos costumes. " (Gemeli, 1944:102).

Tambem, devem ter contribuido para divulgar a espiritualidade franciscana: como 0 "louvor sagrado cantado em melodias populares e em /{ngua vulgar" e a devo<;ao

a

"humanidade do Verbo Encarnado" (Gemeli, 1944:104­ 105). Todos estes testemunhos fazem acreditar na sobrevivencia do carisma franciscano dentro daquelas fraternidades. Para Alfonso Pompei, "(...) as [antes origindrias da espiritualidade /ranciscana na Ordem Terceira de sao Francisco deve· riam ser buscadas seja na heran~a comum deixada por Francisco a todos os seus jilhos das tres Ordens, ou seja, especijicamente, na Carta aos Fiiis, que (...) a seu Fundador tinha escrito para os 'seus' Penitentes" (pompei, 1991: 450).

A absor<;ao desta dupla heran<;a, deu aos Terceiros urn jeito de ser franciscano, quer individualmente ou em grupos, atraves dos seguintes pon­ tos: a adesao a uma fe ortodoxa, manifestada na medita<;:ao do misterio da cncarna<;:ao de Jesus Cristo e na considera<;:ao aos ministros sagrados (uma postura antiett?tica e anticatara) e a proposta de viYer a radicalidade do EYan­ gelho, rCY1\'endo, par obra do Espirito Santo, a presen<;:a mistica de Cnsto. .\8sim, 0 carisma de Sao Francisco pode subsistir, nas fraternidades da Or­ dem Terceira, junto com 0 processo de enquadramento, numa estrutura canonica e juridica, tanto no primeiro seculo da hist6ria franciscana, como nos outms que Ihe seguiram.

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(12)

'UL",u",V

trabalho, a retid;io nos negocios, os przndpios do

.vsl[um"~»(Gemeli, 1944:102).

para divulgar a espiritualidade

camado em melodias populares e em ltngua do Verba Encarnado" (Gemeli, 1944:104­

_~,..,...,.u acreditar na sobrevivencia do carisma

F1tm(laOt~s. Para Alfonso Pompei, "(...) aslontes

.-1;;Carza na Ordem Terceira de sao Francisco deve­ deixada por Francisco a todos as seus filhos

na Carta aos Fiefs, que {. ..} 0 seu Fundador

(pompei, 1991: 450).

heran<;:a, deu aos Terceiros um jeito de ser au em grupos, atraves dos seguintes pon­ manifestada na medita<;:tlo do misterio da consideras:ao aos ministros sagrados (uma a proposta de yiwr a radicalidade do Evan­

Santo, a presen<;:a mistica de Cristo. pode subsistir, nas fraternidades da Or­

__...

,,~"u de enquadramento, numa estrutura _melro seculo da historia franciscana, como

"'-pn~iin . sao Francisco de Assis. Escritos e

Assis. Cronicas e outros testemunhos do

Ed. Petr6polis. Vozes:CEFEPAL. 1983. Pp.

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de Assis. Cronicas e outros testemunhos

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Referências

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