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Relatórios de Estágio realizado na Farmácia de São Martinho e no Hospital Dr. Nélio Mendonça - RAM

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM FARMÁCIA COMUNITÁRIA

FARMÁCIA DE SÃO MARTINHO

VIRGÍNIA TEODORA CÂMARA MARTINS 050601190

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Funchal, abril a agosto de 2013

Relatório de Farmácia Comunitária realizada no Âmbito da unidade curricular Estágio do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Pela aluna:

___________________________________________ (Virgínia Teodora Câmara Martins)

Orientada por:

___________________________________________ (Dra. Paula Alexandra Catarino Pereira Fernandes)

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Funchal, abril a agosto de 2013 DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Eu, Virgínia Teodora Câmara Martins abaixo-assinado, estudante nº 050601190, do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste relatório.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Porto, ____de________________de______

__________________________________________ (Virgínia Teodora Câmara Martins)

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Funchal, abril a agosto de 2013 AGRADECIMENTOS

Quero começar por agradecer a toda a equipa da Farmácia de São Martinho, pelo carinho com que sempre me trataram, pela disposição e pela paciência com que tanto me ensinaram ao longo destes quatro meses.

À Dra. Paula muito obrigada pela constante disponibilidade e dedicação em fazer com que o meu estágio na Farmácia de São Martinho fosse o mais completo e mais exigente possível. Foi sem dúvida uma mais-valia para a minha vida profissional.

A todos um Muito Obrigada Muito Obrigada pelo Carinho Virgínia Martins

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Funchal, abril a agosto de 2013 ÍNDICE

Lista de Acrónimos

1. Introdução 8 2. A Farmácia de São Martinho 9

Localização e Espaço exterior Espaço Interior

Recursos Humanos Horário de serviço

Caracterização dos utentes

3. Gestão da Farmácia 13 Sistema Informático

Fornecedores Rotação de Stocks

Gestão de Encomendas – Receção e Conferencia Armazenamento

Controlo dos prazos de validade Devoluções

4. Dispensa de Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) 16 A receita médica

Aconselhamento farmacêutico Dispensa

Medicamentos genéricos (MG) Organismos de Comparticipação

5. Medicamentos sujeitos a receita médica especial 20 Psicotrópicos e Estupefacientes

Protocolo da Diabetes

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Funchal, abril a agosto de 2013 Automedicação 7. Medicamentos Manipulados 21 Manipulação Comparticipação 8.Faturação 23 Conferência de receituário Faturação 9. Outros Produtos Farmacêuticos 24

Medicamentos de uso veterinário Produtos de Cosmética e de Higiene Corporal Produtos Fitoterapêuticos e Suplementos Alimentares Dispositivos Médicos Produtos para alimentação especial 10. Cuidados Farmacêuticos 26

Gabinete do utente Parâmetros bioquímicos 11. Valormed 27

12. Formação Contínua 27

13. Atividades realizadas ao longo do estágio 27

14. Considerações Finais 29

15. Bibliografia 30

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Funchal, abril a agosto de 2013 Lista de Acrónimos

ADSE – Assistência na Doença aos Servidores do Estado CNP – Código Nacional de Produto

FSM – Farmácia de São Martinho

IASAÚDE – Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, I.P RAM IAS-RAM – Serviço Regional de Saúde da Madeira

IAS-RAM-P – Serviço Regional de Saúde da Madeira - Pensionistas Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P MG – Medicamento Genérico

MNSRM – Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica MSRM – Medicamentos Sujeitos a Receita Médica PVP – Preço de Venda ao Público

RAM – Região Autónoma da Madeira SBSI – Sindicato Bancário de Sul e Ilhas WHO – World Health Organization

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Funchal, abril a agosto de 2013 1.Introdução

O Farmacêutico Comunitário torna-se o primeiro profissional com quem o utente contacta, na tentativa de resolver um problema de saúde, bem como receber o devido aconselhamento. Como tal, nós devemos promover o direito das pessoas a terem acesso a um tratamento com qualidade, eficácia e segurança, procurando harmonizar as nossas funções com as boas práticas de farmácia.

De acordo com o Código Deontológico da Ordem dos Farmacêuticos, o exercício da atividade farmacêutica tem como objetivo essencial a pessoa do doente. O profissional deve sempre pôr o bem dos indivíduos à frente dos seus interesses pessoais e comerciais, uma vez que este deve diferenciar-se pela excelência do seu aconselhamento, consciente de que este vai melhorar situações de Saúde Pública.

O meu estágio realizou-se na farmácia comunitária de São Martinho, no Funchal, durante 4 meses (de 1 de abril a 31 de agosto), sob a orientação da Dra. Paula Fernandes e foi o final do longo e trabalhoso curso. A componente teórica do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas tornou-me, assim mais apta a nível teórico - científico e, por isso, esta última etapa de experiência prática foi fundamental para a consolidação de todos os conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Neste relatório constam os conhecimentos e experiências adquiridos durante o estágio.

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Funchal, abril a agosto de 2013 2. A Farmácia de São Martinho

Localização e Espaço Exterior

A FSM localiza-se no caminho de são martinho nº15 D. Pertence à empresa Farmácia do Chafariz Sociedade Unipessoal Limitada da qual também faz parte a Chafariz Farma, localizada no largo do chafariz nº14.

A FSM localiza-se numa zona de comércio, próxima de vários transportes públicos, sendo assim uma zona de fácil acesso. A farmácia está sinalizada por um letreiro com a inscrição “Farmácia de São Martinho” e pela cruz verde luminosa. Em uma das duas montras têm a inscrição “aberto todos os dias” e na outra montra “aberto das 9 às 22H”.

O acesso efetua-se unicamente pela grande porta existente na parte frontal da farmácia. Numa das partes da porta encontra-se o horário de funcionamento da farmácia, assim como o mapa das farmácias de serviço.

Espaço Interior

O interior da FSM caracteriza-se por ser muito espaçoso e divide-se nas seguintes zonas:

1. Zona de atendimento

Nesta área encontram-se 5 balcões dispostos em “U”, cada um com um terminal informático. O atendimento realiza-se por sistema de senhas, sendo a senha “A” para público geral e a senha “B” para atendimento prioritário. Atrás dos balcões número 2 e 3 temos as gavetas com MSRM e outros com maior rotação; estas encontram-se ordenadas por ordem alfabética. Atrás dos restantes balcões temos a exposição em prateleiras ou expositores de MNSRM, produtos de dermocosmética, fitoterapia… que permitem um livro serviço. Nesta área temos também a balança eletrónica.

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Funchal, abril a agosto de 2013 Figura 1. Zona de atendimento 2. Local de encomendas

Nesta zona existe um terminal informático que permite encomendar e rececionar encomendas e apoiar, quando necessário, a zona de atendimento. Existe também uma impressora para apoio ao atendimento ao utente e é onde se localiza o contentor do Valormed. Nos armários que existem neste espaço são colocadas as reservas dos utentes devidamente identificadas.

Figura 2. Local de gestão de encomendas 3. Armazém 1

É um local de armazenamento na parte posterior à zona de atendimento. Os MSRM e os MNSRM são armazenados nas respetivas prateleiras por ordem alfabética. As outras classes de produtos: puericultura, fitoterapia, higiene oral e dermocosmética são arrumadas nas restantes prateleiras. Os leites e papas são armazenados no topo das prateleiras. Nesta área está também o frigorífico.

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Funchal, abril a agosto de 2013 Figura 3. Armazém 1 e frigorífico 4. Laboratório

Zona onde se realizam os medicamentos manipulados. Está munido com balança, material de vidro, matérias-primas, misturador de cremes/pomadas, pedra de pomadas… Na FSM é comum a realização de alguns manipulados.

Manipulados que realizei ao longo do estágio: - Solução aquosa de nitrato de prata a 3%; - Pomada de ácido salicílico a 5% e a 10%; - Suspensão oral de trimetoprim a 1%;

Figura 4. Laboratório e respetivos armários 5. Gabinete da direção técnica

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Funchal, abril a agosto de 2013 6. Gabinete do utente

Local onde se realizam determinações de parâmetros bioquímicos tais como glicose, colesterol, triglicerídeos e ainda o peso.

Figura 5. Gabinete do utente 7. Gabinete de receituário

Local onde se realiza a conferência de receituário. Na FSM trabalha-se com o objetivo de que esta conferência seja diária, de forma a detetar o mais previamente possível qualquer erro de dispensa de medicação.

Figura 6.Gabinete de receituário 8. Instalações sanitárias e zona de cacifos

Zona utilizada pela equipa da FSM e ocasionalmente pelos utentes. 9. Armazém 2

Encontra-se localizado na cave do prédio onde se insere a farmácia. São armazenados neste local produtos que entram em elevadas quantidades e para os quais não existe espaço disponível no armazém 1.

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Funchal, abril a agosto de 2013 Recursos Humanos

A FSM é formada por uma equipa multidisciplinar devidamente qualificada em conformidade com os princípios de Gestão da Qualidade, a NP EN ISO 9001 de 2008, as BPF, e a Legislação aplicável ao sector.1

As funções distribuem-se da seguinte forma:

Funcionário Função

Dra. Paula Fernandes Diretora técnica Dra. Sofia Vieira

Dra. Marília Parente

Dr. Tiago Carneiro Farmacêuticos Substitutos Ana Pereira Ana Correia Esmeraldo Pereira Fernanda Mendonça Raul Gonçalves Valdemiro Nóbrega Técnicos de Farmácia

Dr. Bruno Neves Recursos Humanos/Gestão Financeira

Rosa Cró Higiene/limpeza/organização da farmácia Tabela 1. Equipa da FSM

Horário de serviço

A FSM está aberta todos os dias da semana das 9:00 às 22:00h, inclusive feriados. Quando se encontra de serviço está aberta até às 24 horas. O serviço noturno é realizado via postigo.

Caracterização dos utentes

Os utentes da FSM são muito heterogéneos, ou seja, existem utentes de classe média-baixa mais carenciados até os utentes de classe média-alta. Estas diferenças devem-se em parte ao fato de na FSM os Farmacêuticos e os Médicos terem um desconto especial nas suas compras. Aos restantes utentes é atribuído um número de cliente onde são acumulados vales de desconto sobre uma percentagem das compras efetuadas.

3. Gestão da Farmácia

Sistema Informático

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Funchal, abril a agosto de 2013 Fornecedores

São vulgarmente determinados como fornecedores os distribuidores existentes na RAM. A aquisição de produto está dependente de diversos fatores como: descontos, bonificações, prazos de entrega, facilidades de pagamento. Após análise destes fatores e uma avaliação da rotação de stocks é emitida então uma nota de encomenda.

Rotação de stocks

Na FSM esta é usualmente realizada quando se efetuam devoluções. Sendo esta a forma que melhor controla a entrada/saída do produto e o tempo que este esteve em stock.

Gestão de Encomendas – Receção e Conferência

De uma maneira geral estas são efetuadas aos armazenistas existentes na RAM, contudo, semanalmente é efetuada uma encomenda para a Alliance Healthcare. O pedido de aquisição é efetuado 2 vezes por dia, geralmente, seguindo um pedido de encomenda. Alguns armazenistas aceitam encomendas de baixo volume de produtos por telefone, outros apenas por via fax ou via eletrónica.

Encontra-se protocolado na FSM que no caso de um utente necessitar de um produto que não temos em stock, o primeiro passo é falar com o armazém para podermos garantir que este estará disponível na próxima encomenda. Esta é mais uma forma da FSM manter a qualidade do serviço e satisfazer o utente.

A receção de encomendas e conferências são efetuadas no mais breve espaço de tempo possível. Na presença de medicação de frio esta segue para o frigorífico mesmo que ainda não tenha havido uma conferência. As encomendas encontram-se sempre acompanhadas pelas respetivas notas de encomenda nas quais consta: - identificação do fornecedor,

- destinatário;

- produtos encomendados; - CNP dos produtos;

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Funchal, abril a agosto de 2013 - PVP quando aplicável;

- descontos; - bonificações;

- preço total da encomenda.

São conferidos os seguintes parâmetros: - se o produto corresponde ao pedido efetuado; - se a quantidade é a correta;

- se o PVP corresponde ao indicado pelo programa, no caso de MSRM, assim como ao que vêm indicado na embalagem secundária;

- o prazo de validade do produto.

No caso das benzodiazepinas, psicotrópicos e estupefacientes, a encomenda vem acompanhada de nota de encomenda unicamente com esta classe de medicamentos.

Nos produtos não sujeitos a receita médica as margens aplicadas pela FSM encontram-se definidas no Anexo I.

Como em tudo, a existência de inconformidades torna-se inevitável, sendo estas situações resolvidas o mais brevemente possível com os armazenistas.

Armazenamento

Segue-se o armazenamento de produtos. Estes, após análise do espaço para exposição na zona de atendimento, são colocados no armazém 1. São armazenados a temperatura controlada, a temperatura ambiente de +/- 25º. Na FSM são feitos controlos semanais á temperatura dos espaços de armazenamento, devidamente registados, uma vez que fazem parte dos parâmetros de qualidade da farmácia. Assim como á temperatura do frigorífico que deve rondar 2-8º, onde se encontram alguns colírios, vacinas, insulinas e alguns manipulados.

Durante o estágio tive oportunidade de rececionar, conferir e armazenar as encomendas e contactar com armazenistas para aquisição de produto.

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Funchal, abril a agosto de 2013 Controlo dos prazos de validade

Os prazos de validade na FSM funcionam da seguinte forma: - prazos de validade a 6 meses;

- prazos de validade a 3 meses; - prazos de validade a 1 mês.

Relativamente aos MSRM e os MNSRM as respetivas devoluções são realizadas geralmente um mês antes do fim do prazo de validade. Os restantes produtos, com prazo de validade a 6 meses são colocados em promoção - 15%; os produtos com prazo de validade a 3 meses são colocados em promoção - 50%. Esta é uma forma que a farmácia encontrou para não perder o produto por completo e para dinamizar a aquisição deste por parte do utente.

Durante o estágio tive oportunidade de contactar com todo este percurso de prazos de validade.

Devoluções

Tal como referido anteriormente, a rotação de um produto é avaliada quando é efetuada a sua devolução. Esta pode ocorrer por diversas razões, desde o prazo de validade a expirar, a produto sem condições ou mesmo por uso interno, entre outras. No caso de produtos devolvidos por prazo de validade e aceites pelo armazenista estes emitem uma nota de crédito ou trocam pelo mesmo produto com validade superior.

A FSM trabalha sempre no sentido de diminuir o número de devoluções, principalmente as que ocorrem por prazo de validade pois estas são prejuízo para a empresa.

4. Dispensa de Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) A receita médica

A dispensa de receitas médicas é uma grande parte do trabalho efetuado na FSM. Na RAM estão são maioritariamente manuscritas o que aumentam a probabilidade de erro aquando a dispensa de um medicamento.

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Funchal, abril a agosto de 2013 Aconselhamento farmacêutico

A dispensa de MSRM tal como a dispensa de MNSRM deve ser sempre acompanhada do devido aconselhamento farmacêutico. O utente deve sair da farmácia com toda a informação necessária á correta aplicação da terapêutica, desde porque vai tomar, quando vai tomar, quantas vezes ao dia, entre outras informações.

Ao longo do meu estágio procurei sempre prestar um aconselhamento de excelência, foi-me sempre fornecida informação sobre a melhor forma de aconselhar, o que aconselhar e sempre que havia dúvidas tinha à minha disposição uma equipa cheia de conhecimentos para partilhar.

Dispensa

A dispensa da receita médica é realizada quando esta obedece a vários parâmetros:

-nome do utente;

-número do sistema ou subsistema de saúde; -identificação do médico prescritor;

-medicação devidamente prescrita: 4 princípios ativos diferentes, 4 caixas no total ou não mais do que 2 embalagens do mesmo princípio ativo;

- Assinatura do médico

- Data válida na receita, podendo estas corresponderem a:

o receitas não renováveis, são receitas mensais com validade de 30 dias; o receitas renováveis, são estas triplas com validade de 6 meses;

- Respetivas vinhetas: o local de prescrição; o médico prescritor;

Após ter sido prestado todo o aconselhamento ao utente, toda a informação necessária para a correta aplicação da terapêutica, finaliza-se o processo de dispensa.

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Funchal, abril a agosto de 2013 Medicamentos genéricos (MG)

De acordo com o Decreto-lei nº 176/2006 de 30 de agosto, um medicamento genérico é um “medicamento com a mesma composição qualitativa e quantitativa em substâncias ativas, a mesma forma farmacêutica e cuja bioequivalência com o medicamento de referência haja sido demonstrada por estudos de biodisponibilidade apropriados.”

A grande vantagem dos medicamentos genéricos é o fato de serem uma alternativa muito mais económica para o utente. Atualmente existe o preço de referência calculado pela média dos cinco genéricos mais baratos dentro do mesmo grupo homogéneo os quais são gratuitos. Esta lista é atualizada de três em três meses. Este protocolo em parte vem complicar a capacidade de compreensão do utente relativamente ao benefício económico na escolha de um medicamento genérico. De qualquer maneira, o direito de escolha do utente deve sempre prevalecer.

Organismos de Comparticipação

Os organismos de comparticipação são infindos. Os organismos mais frequentes são:

- IAS-RAM, organismo 157; - ADSE, organismo 2;

- IAS-RAM-P, organismo 163;

Temos também os organismos de associação como por ex: SBSI+ (organismo 77), as comparticipações de laboratórios como por ex: Betmiga (organismo 300) e as comparticipações especiais em patologias específicas, em que as receitas se fazem acompanhar por despachos e portarias.

Termo de Responsabilidade

Na FSM trabalhamos imenso com o “Termo de Responsabilidade”, que não é mais do que uma ajuda dada ao utente pela segurança social para a compra de medicação mensal. O utente dirige-se à farmácia para efetuar o orçamento de um número de receitas com medicação para o mês. Nós elaboramos, imprimimos, rubricamos e anexamos a esta folha as receitas que dizem respeito ao orçamento. O

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utente por sua vez dirige-se à segurança social, onde a situação é avaliada e ocorre uma das seguintes situações:

- o utente não é apoiado pela segurança social;

-o utente é apoiado pela segurança social que lhe entrega um termo de responsabilidade em folha branca, sendo o valor indicado da comparticipação o valor total da compra.

Figura 7. Termo de responsabilidade Branco

- o utente é apoiado pela segurança social que lhe entrega um termo de responsabilidade em folha cor de rosa, sendo o valor do apoio aproximado ao valor total, mas não a sua totalidade.

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Quando o utente se dirige à farmácia para levantar a medicação e utilizar o termo devemos ter em conta que no termo deve constar:

- que este se dirige à FSM;

- que o valor indicado em numerário corresponde ao valor por extenso; - que este diz respeito às receitas para qual o orçamento foi efetuado; - que este está assinado pelo utente e pela doutora da segurança social.

O utente quando levanta a medicação leva consigo à fatura da compra, anexada com um talão que comprova a utilização do termo de responsabilidade, que deverá entregar na segurança social.

Estas receitas quando são dispensadas são fotocopiadas. É anexado o respetivo termo e seguem aquando o fecho de lotes, no fim do mês, para a segurança social.

No orçamento para Termo de Responsabilidade apenas podem constar MSRM. 5. Medicamentos sujeitos a receita médica especial

Psicotrópicos e Estupefacientes

No caso das receitas médicas especiais, ou “receitas amarelas”, para além dos parâmetros anteriormente nomeados têm de cumprir regras específicas. Estas receitas são utilizadas quando contém medicamentos estupefacientes ou psicotrópicos que podem causar toxicodependência ou ser utilizados para fins ilegais. As receitas apenas podem ter prescrito 1 princípio ativo e um máximo de quatro embalagens por receita. O levantamento desta medicação apenas pode ser efetuado após apresentação de documento de identificação tanto do portador como do utente.

Protocolo da Diabetes

Atualmente e segundo dados da WHO, 347 milhões de pessoas no mundo têm diabetes e estes estimam que esse número duplique em 2030.

Em Portugal 11,7% da população entre os 20 e os 79 anos é diabética e cerca de 23% da população tem predisposição para diabetes.

Sendo esta uma condição cada vez mais prevalente, o protocolo da diabetes vai ao encontro das necessidades do doente diabético. As receitas do protocolo das

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diabetes são receitas não renováveis, em que o que consta para dispensar são lancetas ou tiras para deteção de diabetes. É utilizado o código de comparticipação de diabetes segundo o organismo de comparticipação primário do utente.

6. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM)

Os MNSRM são medicamentos que para proceder a sua dispensa não necessitam de receita médica. Estes, apesar de não exigirem a entrega de receita médica, são uma mais valia para a população na presença de transtornos menores. Ao contrário do que muitos dos utentes pensam, são medicamentos que podem ser igualmente prejudiciais para a saúde, tal como os MSRM. A sua aquisição deve ser sempre consciente e informada, e o aconselhamento deve ser efetuado por um profissional de saúde, por nós farmacêuticos.

Automedicação

A venda de MNSRM fora das farmácias tem facilitado imenso o conceito de automedicação. A procura de soluções rápidas, e erradamente mais económicas, levam muitas vezes o utente a se automedicar, com um medicamento em tempos usado ou mesmo com o medicamento usado por outra pessoa.

Quando o utente se dirige á farmácia e procura o aconselhamento de uma farmacêutico muitas vezes a situação já está de tal forma avançada que o transtorno menor, erradamente automedicado, já atingiu proporções major e este deve ser indicado para o médico.

Nos dias que correm e nos 4 meses que estive na FSM tenho vindo a me aperceber que o conceito de automedicação está cada vez mais banalizado. Muitas vezes é utilizada a desculpa da falta de dinheiro para aquisição do medicamento correto ou mesmo para uma ida ao médico. Apesar de tudo, o nosso papel passa por informar e educar, sem cansar, para os perigos da automedicação sem intervenção de um profissional de saúde e para os perigos que acumulam se o utente for poli-medicado e padecer de diversas patologias.

No caso da nossa intervenção em transtornos menores, esta deve ser realizada da forma mais consciente possível e mais simples, ou seja, o medicamento escolhido deve ser um “monofármaco” que siga um esquema posológico simples e de curta duração. Uma opção que acarrete baixo risco de reações adversas e interações com outros medicamentos.

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A venda do medicamento é realizada de forma simples, não é colocado código de organismo de comparticipação, e o sistema automaticamente realiza uma venda sem comparticipação.

7. Medicamentos Manipulados Manipulação

A obtenção de medicamentos manipulados na FSM são efetuadas com alguma frequência.

A pessoa que recebe a receita do manipulado deve confirmar os dados da receita com o utente, confirmar nome, telefone e medicamento. A receita é colocada na zona do laboratório e é comunicado ao farmacêutico substituto que têm um manipulado para preparar. Este por sua vez, após analisar qual o medicamento manipulado a realizar confirma que têm em stock as matérias-primas, que o material necessário está disponível, atribui um número de lote e inicia o processo.

Após a preparação do manipulado é efetuado um registo na página da qualidade da FSM, na qual cada elemento da equipa tem o seu acesso, e são realizados os seguintes passos:

1. Documento identificativo com lote e nome do manipulado onde vai constar:

- a ficha de preparação, com o nome do farmacêutico que preparou o manipulado e do respetivo supervisor;

- o cálculo de PVP, ao colocar as quantidades de matéria prima o programa automaticamente dá-nos o valor final;

- o tipo de acondicionamento primário;

- o rótulo: com identificação da FSM, com o nome do manipulado, com identificação do médico prescritor, com o nome do utente e contato, com quantidades de matéria prima, com prazo de fabrico e prazo de validade, posologia e outras informações caso se justifiquem;

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Funchal, abril a agosto de 2013 Figura 9. Exemplo de Rótulo de um Manipulado 2. Documento de saída de matérias-primas:

Aqui são colocadas as quantidades de matérias primas utilizadas, os respetivos fornecedores e o prazo de validade.

3. “Baixa” do tipo de acondicionamento utilizado:

Neste caso faz-se uma devolução, na qual a justificação é que o produto foi utilizado “para manipulação”.

Após finalizar todos estes passos e correto armazenamento do manipulado, o utente é contactado para levantamento deste.

Comparticipação

A comparticipação do medicamento manipulado é realizada quando este é dispensado, sendo utilizado o código correspondente ao organismo de comparticipação de manipulados, o número 160.

8.Faturação

Conferência de receituário

Como já foi referido previamente a conferência de receituário é realizada numa área própria para tal: o Gabinete de Receituário. Nesta área, as receitas são conferidas diariamente, separadas por organismos e colocadas em blocos de 30. Todos os elementos da equipa que efetuam conferência de receituário marcam a

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receita conferida com uma inicial, a lápis, em um dos 4 cantos da receita. Este ato permite identificar quem efetou mal a conferência da receita, situação que se procura evitar.

Faturação

Ao longo do mês, se possível, são fechados lotes de diferentes organismos de forma a facilitar o trabalho que têm de ser efetuado o mais tardar até o fim da primeira semana do mês seguinte. Os blocos de 30 organizados no gabinete de receituário vêm facilitar o processo de faturação. É escolhida a opção Faturação no WinPhar, colocamos o número do organismo no qual pretendemos fechar lotes e introduz-se o número de 30 receitas, efetuando assim o fecho de um lote. Este processo é demorado, dai a necessidade de fechar lotes sempre que possível e não apenas no final do mês. O conjunto de lotes fechados são organizados por organismo e enviados para estes na data acordada. A faturação correspondente ao organismo 157, ou seja caixa, na RAM é enviada para o IASAÚDE, IP-RAM, entidade regional que trabalha em parceria com o Infarmed.

9. Outros Produtos Farmacêuticos

Medicamentos de uso veterinário

Esta classe de medicamentos obedece à mesma legislação que os medicamentos de uso humano.

O PVP é estabelecido pela farmácia.

Os medicamentos veterinários mais procurados são os antiparasitários e os anticoncecionais.

Produtos de Cosmética e de Higiene Corporal

O Decreto-lei n.º 189/2008, de 24 de setembro, estabelece o regime jurídico de produtos cosméticos e de higiene corporal de produtos farmacêuticos. Estes não devem prejudicar a saúde humana e quando utlizados deve-se ter em conta as indicações ou informações do fabricante.

Muitas da formações contínuas que frequentei ao longo do estágio incidiam nos produtos de dermocosmética. Fiquei com algum conhecimento sobre o que existe no mercado e melhorei a minha capacidade de aconselhamento nesta área.

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Funchal, abril a agosto de 2013 Produtos Fitoterapêuticos e Suplementos Alimentares

Este grupo diz respeito a medicamentos de origem natural e suplementação alimentar. Os produtos fitoterapêuticos são muito utilizados com adjuvantes no tratamento de uma patologia, como por exemplo na diminuição do colesterol.

Os suplementos alimentares são maioritariamente utlizados para perda de peso. Contudo, também existem situações em que estes são utlizados numa tentativa de ganhar pesou ou mesmo aumentar o apetite.

Durante o estágio tive oportunidade de participar em formações sobre suplementos alimentares.

Dispositivos Médicos

Neste grupo farmacêutico estão incluídos uma grande variedade de dispositivos médicos, com grande procura na farmácia comunitária. Desde os testes de gravidez, agulhas e lancetas do protocolo da diabetes, frascos de recolha de urina, material de penso, preservativos…é crucial que o farmacêutico consiga passar a informação correta de utilização ao utente que adquire o dispositivo.

Produtos para alimentação especial São estes:

- leites de transição; - alimentos para bebés;

- alimentos com valor energético baixo; - alimentos destinados a controlo de peso;

- alimentos dietéticos com fins medicinais específicos; - alimentos pobres ou sem sódio;

- alimentos sem glúten;

- alimentos hipercalóricos/hiperproteicos;

Durante o meu estágio tive oportunidade de assistir a formações sobre alimentação especial.

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Funchal, abril a agosto de 2013 10. Cuidados Farmacêuticos

Gabinete do utente

Como já referido anteriormente, de uma maneira geral o gabinete do utente é utilizado para medição de parâmetros bioquímicos e o peso.

Na FSM é realizado controlo de qualidade aos parâmetros bioquímicos obtidos. Todos os dispositivos utilizados são certificados e quando é necessário abrir uma caixa nova de tiras de detecão, são utilizadas as respetivas soluções controlo. Os valores obtidos são registados no controlo de qualidade da FSM existente on-line.

Parâmetros bioquímicos 1.Tensão Arterial

Ao longo do meu estágio foi-me permitido medir a tensão arterial a diversos utentes. De acordo com as guidelines mais recentes, uma tensão arterial ideal deverá estar entre 14,00:7,00 mmHg.

No fim da medição e após avaliação e aconselhamento ao utente, procedia ao registo dos valores num cartão pessoal que entregava ao utente, o que permite a qualquer profissional avaliar o histórico de tensão arterial do utente.

Na FSM a determinação da tensão arterial é gratuita. 2.Determinação da Glicémia

Foi-me permitido efetuar a determinação deste parâmetro várias vezes. Com a máquina de deteção rápida Accu Chek® o resultado estava disponível em cerca de 5 segundos. Após avaliação do resultado e aconselhamento ao doente o valor era registado no mesmo cartão pessoal que a tensão arterial.

3.Determinação do Colesterol total e perfil lipídico

Foi-me permitido determinar ambos os parâmetros por diversas vezes. Com a máquina de deteção rápida Accutrend Plus® os resultados estavam disponíveis em cerca de 1 a 2 minutos. Após avaliação dos parâmetros e aconselhamento ao doente, os valores eram registados no mesmo cartão pessoal que os parâmetros referidos anteriormente.

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Funchal, abril a agosto de 2013 11.Valormed

A Valormed é uma sociedade criada pelas associações representativas da indústria farmacêutica, das farmácias e dos armazenistas que tem como função a recolha e destruição de resíduos do sector farmacêutico, e de embalagens e medicamentos fora de uso.

Na RAM os contentores da Valormed são distribuídos e recolhidos pelo armazenista Funchalfar.

As embalagens sem utilidade de medicamentos ou mesmo os medicamentos fora de prazo devem ser colocados nestes contentores para serem devidamente reciclados.

Estes contentores quando estão cheios são selados. É preenchida uma guia em triplicado, sendo que uma fica na farmácia e as outras duas seguem com o contentor.

12. Formação Contínua

Ao longo dos quatro meses de estágio participei em várias formações: 10 de abril: formação farmodiética com a duração de 1:30H;

11 de abril: formação Innéov, Vichy e La Roche Posay com a duração de 2:00H; 16 de abril: formação Caudalíe com a duração de 4:00;

8 de maio: formação Avéne, Ducray e A-Derma com a duração de 2:30H; 9 de maio: formação Isdin com duração de 1:30H;

17 de maio: formação Nestlé com a duração de 4:00H;

28 de maio: formação de Técnicas inalatórias com a duração de 1:30H; 25 de junho: formação Uriage com a duração de 8:00H;

13. Atividades realizadas ao longo do estágio

Dia da profissão, 18 e 19 de Abril. Acompanhei a visita de um grupo de crianças de primeiro ciclo, cujo objetivo era conhecer a profissão, de farmacêutico, e o espaço de trabalho, a farmácia;

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Funchal, abril a agosto de 2013

Dia da mãe, 5 de maio. Promovi juntamente das mães, as ofertas que a FSM tinham para elas neste dia.

Dia da criança, 1 de junho. Participei nas atividades efetuadas, convidando as crianças a participarem no concurso que a FSM agendou para elas.

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Funchal, abril a agosto de 2013 14. Considerações Finais

A minha experiência prática - o estágio - foi profícua e valorosíssima para o exercício futuro da minha profissão.

O fato de estagiar na FSM, uma farmácia certificada, com horário prolongado, virada para o utente, com projetos de apoio á comunidade, com grande visibilidade, proporcionou-me um leque variado de experiências que me permitem sentir, pensar e refletir sobre a importância da minha profissão, na sociedade.

Contudo, não posso deixar de referir que a formação contínua deverá ser, sempre, uma mais valia para a atualização e aprendizagem de novos conhecimentos. É extremamente importante trabalhar para melhorar a nossa prestação de serviço público, a nossa relação utente e principalmente a nossa relação pessoa-pessoa.

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Funchal, abril a agosto de 2013 15. Bibliografia

Farmácia de São Martinho: disponível em http://farmacia-saomartinho.pai.pt/ acedido em 24/08/3013;

Decreto-lei nº 176/2006 de 30 de agosto: disponível em http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FA

RMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_III/TITULO_III_CAPITULO_I/035-E_DL_176_2006_VF.pdf acedido em 24/08/2013;

Diabetes no mundo: disponível em

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/ acedido em 25/08/2013;

Diabetes em Portugal: disponível em http://saude.sapo.pt/saude-medicina/medicacao-doencas/doencas/diabetes-controlo-e-prevencao.html acedido em 25/08/2013;

Decreto-lei n.º 189/2008, de 24 de Setembro: disponível em http://dre.pt/pdf1sdip/2008/09/18500/0682606905.pdf acedido em 24/08/2013;

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Funchal, abril a agosto de 2013 16. Anexos

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Funchal, abril a agosto de 2013

Este relatório está escrito em conformidade com o novo acordo ortográfico

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM

FARMÁCIA HOSPITALAR

NÚCLEO FARMACÊUTICO DO SESARAM

Joana Vieira 060601069, Virgínia Martins 050601190 Funchal, Fevereiro a Abril de 2013

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2 Fevereiro-Abril 2013

DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Nós, Joana Sofia Viveiros Vieira, abaixo assinado, estudante nº 060601069 e Virgínia Teodora Câmara Martins, abaixo assinado, estudante nº 050601190, do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaramos ter atuado com absoluta integridade na elaboração desta monografia / relatório de estágio.

Nesse sentido, confirmamos que NÃO incorremos em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaramos que todas as frases que retiramos de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, __ de _____________ de ______

Assinatura(s): ______________________________________ ______________________________________

Orientadora de Estágio

______________________________________________________ Dra. Filipa Serrado

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3 Fevereiro-Abril 2013

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a toda a equipa do Núcleo Farmacêutico do SESARAM, pela disponibilidade e simpatia prestadas que tornaram o nosso estágio em farmácia hospitalar uma experiência contagiante e única. Em especial à Dra. Filipa Serrado pela preocupação e amabilidade e acima de tudo pelo seu tempo.

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4 Fevereiro-Abril 2013

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5 Fevereiro-Abril 2013

ÍNDICE Lista de Abreviaturas e Acrónimos

1.Introdução

2.Organização do Núcleo Farmacêutico 3.Gestão de Produtos Farmacêuticos

Seleção Aquisição

Circuitos especiais de Aquisição Receção

4.Sistemas de Distribuição de Medicamentos Distribuição Clássica

Distribuição Individual Diária em Dose Unitária Reposição por Níveis de Stock

Regime de Distribuição em Ambulatório Cuidados Primários

Centro de Saúde Francisco Rodrigues Jardim 5. Medicamentos Sujeitos a Controlo Especial

Psicotrópicos e Estupefacientes Hemoderivados

Antibióticos de Reserva Citotóxicos

6. Centro de Informação do Medicamento 7. Farmacotecnia

Formulações Estéreis Formulações Não – Estéreis 8. Farmacovigilância

9. Ensaios Clínicos 10. Comissões

11. Os Nossos Projetos 12. Bibliografia

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6 Fevereiro-Abril 2013

LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS

AIM – Autorização de Introdução no Mercado

AUE – Autorização de Utilização Especial

IA-SAÚDE- Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP RAM CFT – Comissão de Farmácia e Terapêutica

CIM – Centro de Informação do Medicamento

CP – Cuidados Primários

CPA - Centro de Promoção de Autonomia DCI – Denominação Comum Internacional DDU – Distribuição em Dose Unitária

FHNM – Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana

HJA – Hospital João de Almada HM – Hospital dos Marmeleiros HNM – Hospital Dr. Nélio Mendonça

IgG IV - Imunoglobulinas G humana Normal

INFARMED, IP – Autoridade Nacional de Medicamentos e Produtos de Saúde I.P

NF – Núcleo Farmacêutico

RAM – Reações Adversas Medicamentosas RNS – Reposição por Níveis de Stock

RRCCI – Unidade de Cuidados Continuados Intensivos TDT – Técnico de Diagnóstico e Terapêutica

UAID - Unidade de Apoio Integrado Domiciliário UAII - Unidade de Apoio Integrado de Internamento UCI – Unidade de Cuidados Intensivos

UCINP – Unidade de Cuidados Intensivos de Neonatologia e Pediatria UCIP – Unidade de Cuidados Intermédios Pós-Cirúrgicos

UCP – Unidade de Cuidados Paliativos

UILD – Unidade de Internamento de Longa Duração

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7 Fevereiro-Abril 2013

1.INTRODUÇÃO

O Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, E.P.E. (SESARAM) é uma unidade integrada de prestação de cuidados de saúde, funcionando como dispositivo articulador, na base de complementaridade, dos centros de saúde e dos hospitais e como instância de planeamento de recursos, cabendo-lhe a prestação de cuidados aos indivíduos, às famílias e aos grupos sociais. A história da criação do SESARAM remonta ao Século XX com o início da atividade hospitalar no Funchal. Primeiro com a construção do HM na década de quarenta, e depois com o Hospital Cruz de Carvalho (atualmente HNM), na década de 70. Em 2003, os dois hospitais passaram a se designar: Hospital Central do Funchal.

O Hospital Cruz de Carvalho (HNM) iniciou a sua atividade a 9 de Setembro de 1973. A partir daquela data o distrito do Funchal passou a dispor «de um dos melhores e mais bem equipados hospitais portugueses, e também dos melhores ao nível estrangeiro». A capacidade total, na altura, era de 526 camas. Até ao início do Século XXI, o Hospital Cruz de Carvalho e o HM constituíram o Centro Hospitalar do Funchal. Atualmente o Hospital Cruz de Carvalho é denominado Hospital Dr. Nélio Mendonça.

Ao longo dos últimos anos a atividade do Núcleo Farmacêutico no HNM tem crescido substancialmente devido: ao aumento de especialidades clínicas na Instituição, como solução para as nossas limitações territoriais; a um cada vez maior número de utentes com patologias crónicas, designadamente oncológicos, quando a lei obriga a dispensar os medicamentos; ao alargamento do campo de ação dos Serviços Farmacêuticos ao fornecimento de medicamentos aos Cuidados continuados, aos lares de 3ª idade, à Proteção Civil, às Santas Casas da Misericórdia e Aeroportos da Madeira; Em resposta a todos estes fatores, a 13 de Setembro de 2011 nascem as novas instalações do NF no HNM.

De acordo com o Decreto-lei nº44204, de Fevereiro de 1962, uma Farmácia Hospitalar é: "conjunto de atividades farmacêuticas exercidas em organismos hospitalares ou serviços a eles ligados para colaborar nas funções de assistência que pertencem a esses organismos e serviços e promover a ação de investigação científica e de ensino que lhes couber". As Farmácias Hospitalares existem há várias décadas em Portugal. Segundo os dados mais recentes da Ordem dos Farmacêuticos,

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8 Fevereiro-Abril 2013

em Portugal, existem cerca de 627 Farmacêuticos especialistas em Farmácia Hospitalar, que exercem nas farmácias hospitalares do Serviço Nacional de Saúde, bem como em certos casos, em grandes unidades de saúde privadas.

Os Farmacêuticos possuem um papel importante no meio hospitalar, pois têm um conhecimento específico sobre o medicamento, o seu mecanismo de ação, bem como a melhor forma de utilização. Têm como principais funções a obtenção de medicamentos, procurando o melhor para o doente a um menor custo; a preparação de medicamentos, através da reconstituição de citotóxicos e de nutrição parentérica; o desenvolvimento do medicamento com o máximo de rigor e segurança. Outra das funções do farmacêutico é a distribuição dos medicamentos em DDU para os serviços ou a distribuição de medicamentos em ambulatório. Levando sempre em conta um elevado controlo e vigilância da terapêutica, permitindo determinar o nível de adesão e identificar efeitos secundários graves. A disponibilização de informação sobre medicamentos, como por ex.: o esclarecimento de dúvidas, correspondem a tarefas dos Farmacêuticos Hospitalares.

O nosso estágio teve como principal objetivo uma melhor formação na área da Farmácia Hospitalar. Permitiu conhecer, da melhor forma, as funções exercidas pelo Farmacêutico Hospitalar. Adquirimos competências técnicas impostas no âmbito da Farmácia Hospitalar e obtivemos uma perspetiva completa do que implica este estatuto.

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9 Fevereiro-Abril 2013

2.ORGANIZAÇÃO DO NÚCLEO FARMACÊUTICO

Esquema 1: Organização do Núcleo Farmacêutico

O NF no HNM encontra-se organizado de acordo com o organograma acima apresentado, pertencendo ao SESARAM.

Em Portugal todo o circuito do medicamento encontra-se sob tutela do INFARMED. Na Região Autónoma da Madeira esta vigilância encontra-se sob tutela do IA-SAÚDE, que por sua vez responde ao INFARMED.

O SESARAM apresenta duas vertentes e estas dividem-se da seguinte forma: 1. Hospitais

1.1. HM: Medicina Interna, Dermatologia, Pneumologia, Infecto-contagiosas, Consultas externas;

1.2. HJA: RRCCI que diverge em UAID, CPA e UAII. Este último pode ser de curta duração (30 dias), média duração (90 dias) e longa duração (até 180 dias);

1.3. HNM: as restantes especialidades, como por exemplo a UCI, Bloco e Serviço de urgência;

2. Cuidados Primários

2.1 Todos os Centros de Saúde da Região Autónoma da Madeira, inclusive Porto Santo (total de 53);

2.2. Serviços Prisionais, Bombeiros…

SESARAM

HOSPITAIS

(900 CAMAS)

H. Dr. Nélio

Mendonça

H. dos

Marmeleiros

H. João de

Almada

CP

Centros de

Saúde

Outros

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10 Fevereiro-Abril 2013

O NF encontra-se em funcionamento nas novas instalações desde 23 de Setembro de 2011, permitindo uma melhor gestão de pessoas e recursos. Encontra-se organizado da seguinte forma:

Esquema 2: Divisão do Núcleo Farmacêutico.

O NF é composto por 23 Farmacêuticos, incluindo a Directora Técnica, 18 TDT e 10 Assistentes Operacionais.

Relativamente ao programa informático utilizado, o SRSFARMA, este foi elaborado em parceria com o Serviço de informática do HNM (Anexo IV e V). Vai de encontro às necessidades do NF permitindo uma maior qualidade, segurança, eficácia e economia dos serviços prestados, encontrando-se toda a rede interligada, possibilitando uma rápida conexão entre Enfermarias e NF.

O horário de funcionamento do NF do SESARAM desde o passado dia 1 de Março de 2013 passou a serviço permanente, sendo este de 24 horas.

O horário de funcionamento no HM efectua-se de segunda a sexta desde as 9:00 até as 16:00, sendo as necessidades posteriores a este horário asseguradas pela Pyxis.

ARMAZÉM

01 PRODUTOS FARMACÊUTICOS (Anexo I) GRANDES VOLUMES (Anexo II) INFLAMÁVEIS (Anexo III)

SECTORES

GESTÃO DISTRIBUIÇÃO •CP •Urgências •Psicotrópicos •Ambulatório •DDU/RNS CIM FARMACOTECNIA

ZONA DE

DISTRIBUIÇÃO

KARDEX ZONA DE FRIO

N.F.

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11 Fevereiro-Abril 2013

O HJA não apresenta Farmácia no local, sendo o NF do SESARAM responsável por dar resposta às necessidades desta unidade hospitalar, assim como aos CP.

3. GESTÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS

Relativamente aos produtos farmacêuticos, cabe ao NF uma correta gestão permitindo o uso seguro e a dispensa destes em condições adequadas aos serviços clínicos. De modo a obter um rendimento elevado em todo o processo do medicamento em ambiente hospitalar, uma gestão eficaz deverá englobar as seguintes fases: seleção, aquisição, gestão de stocks, receção e armazenamento. Sendo todas estas fases efetuadas e acompanhadas informaticamente, levando a cabo um controlo eficaz dos stocks efetivamente existentes na Farmácia (Anexo VI e VII).

Seleção

A seleção dos medicamentos para o HNM é efetuada tendo como guia o Formulário Hospitalar de Medicamentos Interno ou por carácter de exceção, em resposta a alguma necessidade especial de um doente. Este formulário foi elaborado com base no Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos e nas patologias mais frequentes no HNM.

Quando se pretende iniciar uma terapêutica com um medicamento que não existe no FHNM, o médico formula um pedido de introdução de novo medicamento no formulário “Justificação de Receituário”. Este pedido irá conter as características do medicamento, a justificação para a sua introdução e a duração prevista do tratamento. Posteriormente será avaliado pela CFT, que poderá dar um parecer positivo ou não à obtenção do novo medicamento (Anexo VIII).

Quando é necessária a aquisição de um medicamento que não é comercializado em Portugal é obrigatório pedir uma AUE ao INFARMED, IP. Segundo a Deliberação nº105/CA/2007 uma AUE está indicada a medicamentos "com AIM em país estrangeiro" ou " Sem AIM em país estrangeiro, cuja eficácia e segurança de emprego sejam fortemente presumidas à luz dos resultados de ensaios precedentes, nomeadamente realizados com vista a um pedido de AIM.

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12 Fevereiro-Abril 2013

Apesar de um medicamento não ter AIM em Portugal, este pode pertencer ao FHNM. O pedido de AUE é realizado pelo diretor clínico ao INFARMED, sendo importante referir a justificação clínica para a obtenção de medicamentos que não pertencem ao FHNM, as principais indicações destes, as estratégias terapêuticas e uma listagem de medicamentos alternativos anexando a devida fundamentação científica (Anexo IX). Por outro lado, também pode ser pedido uma AUE para um medicamento com provas preliminares de benefícios clínicos, ou seja, em ensaios clínicos de fase III, sendo neste caso relevante explicar a causa do doente não estar inserido nesse ensaio.

A AUE uma vez autorizada apenas é válida no ano civil em que é obtida (Anexo X).

Os critérios com maior relevância na seleção dos fármacos pelo SESARAM são a qualidade e eficácia semelhantes dos produtos farmacêuticos, seguindo-se o menor custo. Estes factores têm grande peso no parecer da CFT na avaliação de medicamentos novos a introduzir no Formulário Hospitalar.

Aquisição

A aquisição dos produtos farmacêuticos é realizada por um Farmacêutico em colaboração com o Serviço de Aprovisionamento. É efetuada uma estimativa anual com base em anos anteriores e a partir desta criam-se procedimentos de aquisição. Estes podem ser efetuados das seguintes formas:

-Catálogo de Aprovisionamento Público da Saúde -Concurso Público: Nacional ou Internacional -Ajuste Direto

O Catálogo de Aprovisionamento Público da Saúde encontra-se nos serviços partilhados do Ministério da Saúde, sendo uma ferramenta que permite auxiliar na aquisição de produtos farmacêuticos, tendo como objetivo desburocratizar e assegurar a transparência em todos procedimentos durante a aquisição, garantindo a concorrência entre fornecedores. No NF são adquiridos através destes catálogos pílulas e vacinas.

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13 Fevereiro-Abril 2013

Quanto à restante medicação esta é adquirida por Ajusto Direto ou por Concurso Público. Para medicamentos exclusivos, a escolha do fornecedor ocorre por Ajuste Direto. Contudo, os medicamentos de uso não exclusivo estão dependentes do valor do procedimento de compra. Se este for até 100 mil euros opta-se pelo Ajuste Direto. Entre 101 e 200 mil euros, é realizado um Concurso Público a nível nacional. Em um pedido de compra com valor superior a 200 mil euros é realizado um Concurso Público a nível Europeu.

Quando se opta pelo Concurso Público este deve ser submetido numa plataforma digital própria, a vortalGOV®. O fornecedor será selecionado com base nos critérios de adjudicação.

Sendo a Região Autónoma da Madeira um arquipélago, em que os custos de transporte dos fármacos para a região são consideravelmente caros, muitos dos fornecedores têm preços mínimos de encomendas.

Circuitos especiais de Aquisição

Quando se procede à encomenda de uma benzodiazepina ou psicotrópico é necessário preencher um impresso denominado “Anexo VII”. Esta requisição deverá conter o número da nota de encomenda, o fornecedor, o número de código do medicamento, a sua designação, forma farmacêutica, dosagem e quantidade que se pretende adquirir. É necessário conter o carimbo do HNM, assim como a assinatura da Diretora Técnica. Este anexo é enviado ao fornecedor, pois só assim é que pode dispensar o produto, enviando à posteriori este documento com a correspondente encomenda.

Relativamente à medicação para diálise esta pode seguir um percurso diferente dos restantes medicamentos, como é o caso dos doentes que efetuam diálise em casa. Nestas situações é enviado um pedido de reposição de medicação ao fornecedor, que entrega diretamente a medicação em casa do doente. Posteriormente, envia ao NF a fatura, seguindo-se a elaboração de um pedido de compra que é entregue no serviço de aprovisionamento, por sua vez este serviço emite uma nota de encomenda e finaliza-se assim este circuito.

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14 Fevereiro-Abril 2013

Gestão de Stocks

Após deteção de que o medicamento entrou no ponto de encomenda, a farmacêutica responsável solicita o reaprovisionamento, que é enviado inicialmente para o Serviço de Aprovisionamento

(Anexo XI)

. Neste serviço emitem uma nota de encomenda que é enviada por fax ou e-mail aos fornecedores. Estes posteriormente entregam na farmácia os medicamentos pedidos.

Receção

As encomendas requisitadas pelo NF são recebidas na zona de receção, por um TDT (Anexo XII). Estas estão sempre acompanhadas por uma fatura e/ou guia de remessa. O TDT compara com a nota de encomenda os medicamentos entregues, ou seja, as quantidades, os lotes e os prazos de validade. Posteriormente a documentação é entregue a um administrativo que efetua a entrada da encomenda no programa informático, procedendo á atualização dos stocks.

Quando é rececionado um hemoderivado é sempre confirmado se este vem acompanhado do respetivo certificado de libertação de lote, emitido pelo INFARMED. Este certificado é posteriormente arquivado num dossier com o respetivo nº de lote e prazo de validade, de forma a permitir um melhor controlo da qualidade e um fácil acesso à informação, sempre que necessário.

Quando são rececionadas benzodiazepinas e psicotrópicos, é verificado que nesta encomenda se encontra anexado à fatura o “Anexo VII”, devidamente carimbado e assinado pela entidade fornecedora. É depois entregue à farmacêutica responsável pela aquisição destes medicamentos, arquivando o respetivo anexo com a correspondente nota de encomenda.

Durante a nossa passagem pelo Sector de Gestão realizamos as seguintes atividades:

Receção de medicamentos: receber, conferir, arquivar e distribuir; Receção de medicação urgente;

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15 Fevereiro-Abril 2013

Contacto com fornecedores;

Visita ao banco de sangue do HNM: laboratórios de Imuno-hematologia, de biologia molecular e de virologia;

4.SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS

De acordo com as Boas Práticas de Farmácia Hospitalar: “A distribuição do medicamento é função da Farmácia Hospitalar que com metodologia e circuitos próprios, torna disponível o medicamento correto, na quantidade e qualidade certas, para cumprimento da prescrição médica proposta, para cada doente e todos os doentes do hospital.”

A distribuição de medicamentos é uma etapa indispensável no circuito do medicamento que se pode realizar pelos seguintes sistemas:

-Distribuição Clássica

-Distribuição em Dose Unitária -Distribuição por Níveis de Stock

Distribuição Clássica

Foi o primeiro sistema de distribuição de medicamentos a nível hospitalar, apresentando a vantagem de utilizar poucos recursos humanos e pouco espaço físico. Contudo apresenta desvantagens, tais como a grande dificuldade de controlar os stocks existentes, levando a um maior número de erros durante a preparação e administração da medicação. De forma a colmatar estas desvantagens, criam-se novos sistemas de distribuição, como a DDU e a RNS.

No NF do SESARAM segue o sistema de distribuição clássica as requisições urgentes. Estas são efetuadas através do SRSFARMA, validadas pelo farmacêutico, preparadas por um TDT e dispensadas para os respetivos serviços/centros de saúde.

A dispensa de medicação de carácter urgente seja a nível hospitalar ou a nível dos centros de saúde, exige a realização de uma requisição urgente. Esta pode ser

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16 Fevereiro-Abril 2013

efectuada por telefone, on-line ou por fax. Deverá conter o nome do medicamento em DCI, a dose, a forma farmacêutica, a quantidade necessária e o serviço para qual é requisitado. Por sua vez a requisição é avaliada e validada por um farmacêutico, sendo preparada por um TDT que a coloca na prateleira, sendo posteriormente levada até ao serviço respetivo.

Durante a nossa passagem pelo Sector de Urgências realizamos as seguintes atividades:

Leitura:

“Manual de Gases Medicinais”; “Manual de Antimicrobianos”;

“Manual de Dietas especiais e disponíveis em Farmácia Hospitalar”; “Guia de Administração de Medicamentos por via Parentérica”; “Manual de Material de Penso”;

“ VII Reunião Dispositivos Médicos no Tratamento de Feridas”;

Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

Segundo as Boas Práticas de Farmácia Hospitalar: “Sistemas de Distribuição …anos de experiência e reflexão continuam a demonstrar como sendo o mais seguro e eficaz sistema de distribuição individual diária em dose unitária.”

A DDU baseia-se na distribuição da medicação prescrita pelo médico, para um período de 24 horas, em dose individual unitária. Segundo o Manual da Farmácia Hospitalar “Este processo apresenta diversas vantagens, tais como, o melhor conhecimento do perfil farmacoterapêutico do doente, aumentar a segurança e eficiência do circuito do medicamento, diminuir os riscos de interações e erros associados, racionalizar a terapêutica, atribuir mais corretamente os custos, diminuir os desperdícios de medicação e possibilitar aos enfermeiros que dediquem mais tempo aos cuidados dos doentes.”

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17 Fevereiro-Abril 2013

É importante referir que, na distribuição de medicamentos, o farmacêutico é responsável por validar toda a prescrição efetuada pelo médico. Podendo esta ser realizada de forma manual, em tickets (Anexo XIII) ou de forma informatizada (Anexo XIV). A prescrição deverá ser efectuada por DCI, indicando a forma farmacêutica, a dose, e a dosagem, assim como, o nome do utente, o serviço onde este se encontra e a respetiva cama.

O farmacêutico deverá analisar ao pormenor a prescrição, de modo a detectar algum possível erro, contactando o médico em caso de dúvida. Só depois é que esta será validada, sucedendo-se a preparação dos medicamentos a dispensar. Sendo esta efetuada por um TDT e auxiliada por equipamentos semiautomáticos, como o Kardex (Anexo XV).

O Kardex permite o armazenamento dos fármacos em dose unitária, inclusive benzodiazepinas. É um carrossel automatizado vertical, adaptado para medicamentos que têm uma frequência de acesso elevada. Caracteriza-se por uma elevada velocidade, isto permite um acesso rápido a todos os fármacos, tem uma alta qualidade e eficiência, consumindo pouca energia. Este contém um sistema de alta segurança. Permite diminuir os erros relativamente a trocas, ocultação ou duplicação da medicação; aumenta a qualidade do trabalho permitindo maior rapidez; reduz o espaço de armazenamento de medicação; racionaliza os diversos stocks nas unidades de distribuição.

A distribuição pelo kardex é realizada medicamento a medicamento e não doente a doente. O programa associado denomina-se “Mercurio” e o computador directamente ligado nunca é desligado.

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18 Fevereiro-Abril 2013

Esquema 3: Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

Como referido anteriormente, a prescrição também pode ser efetuada através de tickets que são entregues por um enfermeiro aos serviços farmacêuticos, onde o farmacêutico responsável pelo serviço trata de informatizar a prescrição, validar e de seguida, enviar a informação para o Kardex. Após a informação chegar ao Kardex é lida pelo TDT responsável, que coloca a medicação correta nas maletas, que por sua vez possui gavetas, identificadas com o serviço, o nome e a cama do doente (Anexo XVI). De seguida, a medicação é colocada em dose unitária identificada com o número de lote e prazo de validade. Em casos justificados procede-se ao re-embalamento dos medicamentos, sendo estes identificados por DCI, nome comercial, dose, lote e prazo de validade (ANEXO XVII). Na hora previamente acordada com o serviço, as maletas sobem para os andares e descem as maletas do dia anterior. Estas são fechadas à chave para o transporte e abertas nas enfermarias por um enfermeiro. Quando, por alguma razão, o doente não cumpre a terapêutica determinada, os medicamentos são devolvidos ao NF, nas maletas.

Sempre que possível, o farmacêutico, realiza uma conferência aleatória, às maletas preparadas para ser dispensadas para os serviços. Na ocorrência de algum erro, este deverá ser registado numa folha própria, existente no NF para estas situações. Esta acção por parte dos farmacêuticos permite obter uma maior

Prescrição Médica Informatizada NF receção/validação DDU para 24 horas Enfermaria Doente Enfermeiro/ Pedido à Farmácia Prescrição Médica Manual

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19 Fevereiro-Abril 2013

segurança, eficácia e rentabilidade no serviço prestado ao utente assim como assegurar todo o percurso do medicamento.

A medicação em dose unitária é sempre distribuída para um período de 24 horas, com a exceção do sábado ou véspera de feriados, em que é distribuída para 48 horas.

Quando necessário os serviços recorrem ao armário de urgência, armário esse que existe na sala de medicação de cada serviço, sendo esta uma forma de assegurar a instituição de terapêutica o mais rapidamente possível, principalmente aos sábados, domingos e feriados. Quando esta medicação é utilizada, é preenchido pelos enfermeiros uma requisição: “Folha de medicação urgente e reposição de stock do armário de urgência” (Anexo XVIII). Esta requisição deverá ir de encontro à prescrição feita on-line pelo médico responsável pelo utente ao qual foi administrada. A medicação prescrita em situação de urgência quando necessário é retirada do armário de urgência.

Reposição por Níveis de Stock

Define-se pela presença de um nível de stock fixo de medicamentos que é acordado entre o Farmacêutico, Enfermeiro Chefe e o Diretor Clínico do Serviço. Relativamente à reposição, esta é realizada com uma periodicidade previamente determinada por estes três profissionais de saúde.

Pode haver dois tipos de RNS, total ou parcial. A reposição total consiste na deslocação do farmacêutico aos serviços de forma a verificar o nível do stock existente. A reposição parcial baseia-se na RNS de desinfetantes, dietas, manipulados e corretivos de volémia.

Com a periodicidade determinada o Farmacêutico desloca-se ao serviço, de modo a verificar o stock existente, elaborando uma requisição, que será preparada por um TDT, sendo entregue ao serviço correspondente no dia agendado. Antes da medicação ser dispensada para o serviço é conferida pelo farmacêutico, de modo a não haver erros na dispensa.

De acordo com o Manual de Boas Práticas Hospitalares: “Para os serviços clínicos cujas características particulares (por exemplo unidades de cuidados

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20 Fevereiro-Abril 2013

intensivos, blocos…) demonstrem não ser adequada a distribuição de medicamentos por este sistema (dose unitária), deverá adoptar-se o método que melhor garante os objetivos pretendidos, eficácia e segurança.”

No HNM existem 3 Pyxis: uma no Bloco Operatório, uma no Serviço de Urgência e uma na Pediatria. Existindo ainda uma quarta pyxies no HM. Esta última vem facilitar a aquisição de medicação após o horário de fecho da farmácia (16h). Sendo esta uma forma de distribuição com apoio de uma máquina semi-automática.

A introdução destas pequenas máquinas permitiu uma melhoria em todo o circuito do medicamento, reduzindo os custos devido a um maior controlo na utilização, maior segurança, melhor acesso, e uma distribuição mais eficaz. Estas veem acompanhadas de um programa informático próprio, ao qual é necessário credenciais de acesso para gerir toda a medicação que consta no interior de cada uma das máquinas. A Pyxis do serviço de pediatria está acoplada a um frigorífico, sendo esta associação mais vantajosa por permitir um controle mais rigoroso da medicação de frio. De uma maneira geral, grande parte dos fármacos presentes nas Pyxis, encontram-se na forma farmacêutica injetável.

Serviço

Tipo de Distribuição

Consulta Externa

RNS Total

Consulta Externa Pediátrica

RNS Total

Unidade da Dor Crónica

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