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Empreendedorismo no segmento esportivo: uma análise da intenção empreendedora do estudante de educação física no Estado de São Paulo

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

EMPREENDEDORISMO NO SEGMENTO ESPORTIVO: UMA

ANÁLISE DA INTENÇÃO EMPREENDEDORA DO

ESTUDANTE DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ESTADO DE SÃO

PAULO

Dissertação de Mestrado em Gestão

LUIZ GERALDO DE SOUZA MOURA JUNIOR

Trabalho efetuado sob a orientação de:

Professora Doutora Cristina Isabel Miranda Abreu Soares Fernandes

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

EMPREENDEDORISMO NO SEGMENTO ESPORTIVO: UMA

ANÁLISE DA INTENÇÃO EMPREENDEDORA DO

ESTUDANTE DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ESTADO DE SÃO

PAULO

Dissertação de Mestrado em Gestão

LUIZ GERALDO DE SOUZA MOURA JUNIOR

Orientação:

Profª. Doutora Cristina Isabel Miranda Abreu Soares Fernandes

Composição do Júri:

__________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________

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Dissertação apresentada à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Gestão, sob a orientação da Professora Doutora Cristina Isabel Miranda Abreu Soares Fernandes.

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Aos meus pais Luiz Moura e Aparecida Moura, pelos cuidados e por serem minha fonte de inspiração, as minhas irmãs Cristiane e Claudiane, aos meus sobrinhos Caroline e Caio que por onde estiverem estão torcendo pelasminhas conquistas. À Dora e Rebecca pelo apoio e compreensão durante essa jornada acadêmica.

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“... o dinheiro mal usado forma servos, a educação os emancipa. As armas eliminam a vida, a educação a preserva. E por isso que sou um professor, o mais humilde e revolucionário dos profissionais. E, como professor, acredito na educação, e por vivê-la tenho um poder que dinheiro nenhum pode comprar e arma nenhuma pode propiciar. O poder de formar mentes livres..."

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AGRADECIMENTOS

Ao decidir estudar na Europa levei uma mochila repleta de sonhos, cadernos, livros e uma enorme vontade me desenvolver profissionalmente, além de buscar o novo que me impulsiona desde os tempos na infância em Bangu, no Rio de Janeiro. Livros iniciais como "Meu pé de laranja lima" escrito por um conterrâneo de bairro e que também migrou do Rio de Janeiro para São Paulo em busca de novos rumos profissionais e o de um amor que se mantém a cada instante. Amor traduzido em conhecimento, por uma grande aventura bibliográfica e por uma certeza tamanha que é a de contribuir com novos horizontes e para uma expansão do mercado de trabalho na profissão que escolhi exercer.

Agradeço a Deus por cada passo dado, por cada aprendizado, por todas as experiências acumuladas nesses meus 41 anos de vida, pois a Fé me moveu a acreditar que conseguiria viajar para um país distante e que a riqueza cultural me transformaria numa pessoa melhor. Senhor DEUS, meu caminho está em suas mão, e trilharei sempre conforme minha crença e seu direcionamento, e por isso lhe agradeço diariamente por essa conquista.

Agradeço também a minha orientadora Professora Cristina Fernandes e a Professora Carla Marques, pelos ensinamentos e por se fazerem presentes em toda a minha pesquisa.

Aos professores do Mestrado, pela disponibilidade, pelas aulas e pela riqueza de conteúdo que me foi passado em cada dia letivo.

Aos meus grandes colegas, com uma homenagem especial a Anderson, Isailton, Fabrizio, Roberta, Deise, Vitória, Maxwel e Rafael que me auxiliaram nos momentos de estudo, que contribuíram com um gesto e uma palavra de conforto quando sentíamos saudade de casa e da família. E a todos os colegas do Mestrado.

Ao professor Dr.Vlademir José Luft, que me apresentou a importância de sempre buscar conhecimento e informação, independente de resultados financeiros, pois a evolução do homem se faz com a leitura, com pesquisa e com grande amigos.

Aos amigos de Bangu (Zona oeste do Rio de Janeiro) que acompanham e torcem pelas minhas conquistas desde os anos 80 e que sempre farão parte da minha vida.

Ao Professores da Faculdade Carlos Drummond de Andrade que tive a honra em poder trabalhar, em especial a Ricardo Torrado, Wagner Martinho e Edson Santos de Lima, e a todos os alunos que tive o privilégio de compartilhar grandes momentos, debates e

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conquistas. Agradecendo também aos amigos e professores Carlos Jonathan Santos, Mario Guerra, Jeferson José Valle, Antonio Afif, Fabio Cunha, Jose Fernades Filho entre tantos outros que contribuíram com a minha formação e que desenvolveram algum projeto profissional ao meu lado. Aos clientes da MKPRO Empreendedorismo e Inovação no Esporte.

As mulheres da minha vida: minha carinhosa e dedicada mãe, minhas irmãs, minha sobrinha, minhas tias e primas, e ao grande caráter que me inspira a prosseguir sem desistir de cada batalha, meu pai.

Aos meus alunos e amigos que fazem da educação um agente de transformação, sem vocês eu não conseguiria mover uma linha de inspiração para ter um discurso que fizesse das minhas palavras um ato de liberdade e de conquistas para todos.

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RESUMO

O Brasil, ocupando a posição de sexta economia mundial (2011), se destaca a cada ano, como um país empreendedor. Em pesquisa recente do Global Entrepreneurship Monitor, o país é o décimo colocado entre cinquenta países pesquisados. O segmento esportivo no Brasil está em crescimento constante no que se refere a projetos e investimento pra receber grandes eventos esportivos. Por outro lado, buscamos com esse projeto verificar se o empreendedorismo no Brasil está sendo tratado dentro da graduação de educação física no Estado de São Paulo e ainda se possuem capacitação para buscar e difundir tais condutas profissionais. Analisar o perfil e intenção empreendedora do estudante de educação física no Estado de São Paulo e em futuras investigações poder ampliar a pesquisa com o autor original do questionário residente na Espanha. O referido estudo foi realizado em São Paulo (capital), no Brasil, com aplicação de questionário (fechado) para estudantes de educação física.

Resultados encontrados: Quanto maior é a idade dos inquiridos menor é a intenção empreendedora. Os residentes na Zona Norte têm significativamente uma menor intenção empreendedora dos que os inquiridos que residem na Zona Oeste. Os residentes na zona Norte e na Zona Oeste têm significativamente uma maior intensão de trabalharem para alguém do que os inquiridos que residem na Zona Leste. Os inquiridos cujo pai trabalha numa organização/empresa privada têm significativamente uma menor intenção empreendedora do que os inquiridos cujo pai é um trabalhador autônomo. Quanto mais elevada é a atitude pessoal maior é a intenção empreendedora. Quanto maior é o score de viabilidade mais elevada é a intenção empreendedora. Quanto maiores são os motivos para criar uma empresa significativamente mais elevada é a intenção empreendedora. Quanto mais elevados são os scores dos recursos importantes para a criação de uma empresa mais elevada é a intenção de trabalhar para alguém. Quanto mais elevados são os scores da existência de capacidades específicas para ser empresário mais elevada é a intenção de trabalhar para alguém.

Palavras-chave: Empreendedorismo; Comportamento Empreendedor; Intenção Empreendedora, Estudantes de Educação Física.

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ABSTRACT

Brazil, occupying the position of sixth world economy (2011), stands out each year as an entrepreneurial country. In a recent survey by the Global Entrepreneurship Monitor, the country ranks tenth among fifty surveyed countries. The sports segment in Brazil is growing steadily in terms of projects and investment to host major sporting events. On the other hand, we seek with this project to verify if the entrepreneurship in Brazil is being treated within the graduation of physical education in the State of São Paulo and still have the capacity to seek and diffuse such professional conduct. To analyze the profile and entrepreneurial intention of the student of physical education in the State of São Paulo and in future investigations to expand the research with the original author of the questionnaire residing in Spain. This study was carried out in São Paulo (capital), Brazil, with a closed (closed) questionnaire for physical education students.

Results found: The greater the age of respondents, the less entrepreneurial intention. Residents in the Northern Zone have significantly less entrepreneurial intent than respondents residing in the West Zone. Residents in the North and West zones are significantly more likely to work for someone than respondents residing in the East Zone. Respondents whose father works in a private organization / enterprise have significantly less entrepreneurial intent than respondents whose parent is a self-employed. The higher the personal attitude, the greater the entrepreneurial intention. The higher the viability score the higher the entrepreneurial intent. The greater the reason for creating a significantly higher enterprise is entrepreneurial intent. The higher the scores of the important resources for setting up a higher company is the intention to work for someone else. The higher the scores of the existence of specific abilities to be a higher entrepreneur is the intention to work for someone else.

Keywords:Entrepreneurship; Entrepreneurial Behavior; Entrepreneurial Intention, Physical EducationStudents.

(10)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior i

ÍNDICE GERAL

Índice de quadros ... ii

Índice de figuras ... ii

Capítulo I – INTRODUÇÃO ... 3

Capítulo II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ... 6

2.1 EMPREENDEDORISMO... 6

2.2 AINTENÇÃO EMPREENDEDORA ... 11

2.2.1 AUTO-EFICÁCIA ... 13

2.2.2 PROATIVIDADE... 14

2.2.3 TOMADA DE RISCO ... 15

2.3 EMPREENDEDORISMO NO SEGMENTO ESPORTIVO E O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA ... 18

Capítulo III – METODOLOGIA ... 20

3.1 DADOS ... 20

3.2 CARATERIZAÇÃO DA AMOSTRA ... 20

3.3 VARIÁVEIS EM ESTUDOS ... 23

Capítulo IV – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 25

4.1 VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA ... 25

4.2 ANÁLISE DAS HIPÓTESES ... 27

Capítulo V – CONSIDERAÇÕES FINAIS, LIMITAÇÕES E FUTURAS LINHAS DE INVESTIGAÇÃO ... 33

5.1CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 33

5.2LIMITAÇÕES ... 35

5.3FUTURAS LINHAS DE INVESTIGAÇÃO ... 35

Referências bibliográficas ... 37

(11)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior ii

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Ficha técnica de investigação ... 20

Quadro 2 - Variáveis utilizadas na investigação e respectivas questões ... 23

Quadro 3 – Questões, dimensões do estudo e técnicas estatísticas utilizadas ... 24

Quadro 4– Hipóteses e técnicas estatísticas utilizadas ... 24

Quadro 5– Estatísticas descritivas e correlações entre os fatores (na diagonal é apresentado o Alpha de Cronbach) ... 26

Quadro 6 – Regressão linear Múltipla; Variável dependente: Intensão empreendedora ... 28

Quadro 7 – Regressão linear Múltipla; Variável dependente: Intensão de trabalhar para alguém ... 30

Quadro 8 – Síntese dos resultados das hipóteses ... 31

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1- Modelo conceitual de investigação ... 19

Figura 2 - Gênero ... 21

Figura 3 – Zona de residencia ... 21

Figura 4 – Local de frequência do ensino médio ... 22

(12)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 3

Capítulo I –

I

NTRODUÇÃO

Schumpeter (1934) defendeu que os empresários são indivíduos que têm como função dirigir a realização de novas combinações de recursos e a função empreendedora consiste em identificar e realizar novas possibilidades na área económica. No entanto, só a partir dos anos 80 é que emergiu o interesse pelo papel do empreendedorismo no desenvolvimento económico tendo este interesse sido influenciado, em larga medida, pela revolução do crescimento endógeno (Low &MacMillan, 1988). Esta revolução deu origem a uma nova vaga de investigações que colocaram a capacidade individual de enfrentar o risco no centro das análises económicas (Groot et al., 2004). No entanto, a capacidade de enfrentar o risco foi muito precocemente estudada como uma das características do empreendedorismo (Knight, 1921; Lucas, 1978; Kihlstrom & Laffont, 1979; Kahneman & Tversky, 1979; Jovanovic, 1982; Parker, 1996; 1997).

Dentro da vasta área do Empreendedorismo, existe o chamado empreendedorismo pela intenção empreendedora. No que se refere a essas questões, Dornelas (2012) relata que empreendedorismo é o envolvimento de pessoas que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso. Outrossim, cabe ressaltar que sobre a mesma esfera de oportunidade e/ou necessidade, relata Degen (2009), os empreendedores motivados por oportunidade tem maior impacto sobre o crescimento econômico de um país, porque esses empreendedores, mais bem preparados, desenvolvem mais negócios baseados em inovações e novas tecnologias, e muitos desses negócios tem grande potencial de "crescimento sustentado", portanto, eles geram mais riqueza e empregos. Degen (2009) ainda cita que por outro lado, os empreendedores motivados por necessidade tem pouco impacto sobre o crescimento econômico de um país, porque esses empreendedores desenvolvem mais negócios sem inovação e sem nova tecnologia. A maioria são negócios "medíocres", que geram um mínimo de riqueza e empregos.

Baseados nestes elementos, tem-se verificado a necessidade do estudo do empreendedorismo em segmentos profissionais carentes de desenvolvimento e expansão de mercado. No caso em questão, a pesquisa será abordada aos estudantes de educação física em questões de desenvolvimento de condutas empreendedoras no que se

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Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 4 refere a estudos ou comportamentos pré-existentes em alguns indivíduos para o desenvolvimento de novos negócios.

Tendo em atenção o exposto anteriormente, colocam-se as seguintes questões de investigação:

(I) Os estudantes de educação física possuem perfil e comportamentos empreendedores?

(II) A capacitação empreendedora durante a formação acadêmica poderá contribuir para a intenção empreendedora dos profissionais de educação física?

De modo particular nesta pesquisa, pretende estudar-se sobre o empreendedorismo na educação física, e se ocorrerá uma mudança comportamental no que se refere as oportunidades dentro da profissão. Segundo Molina e Molina Neto (2002), quando abordam a formação docente em educação física, identifica dificuldades para encaminhar uma formação profissional consistente que atenda as demandas sociais, porque essa formação está imersa em uma cultura docente com forte influência no diagnóstico da prescrição, da normatização e da objetividade.

Nessa abordagem de desenvolvimento profissional, citamos Bracht e Crisorio (2003), de qualquer modo, cresce o interesse dos pesquisadores em investigar a formação profissional em nosso país, fato esse potencializado pela discussão dos primeiros efeitos da implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, do Projeto de Regulamentação da Profissional de Educação Física e das normativas que tramitam no Conselho Nacional de Educação que concebe ora o professor como profissional do ensino, ora como Profissional da Saúde.

Para os que pretendem atuar no ensino escolar, fica evidenciado que seu eixo de trabalho será como empregado de uma empresa, ou melhor, instituição de ensino. Entretanto no Brasil existem 2 vertentes, sendo os bacharéis, os licenciados, e ainda os que possuem a Licenciatura Plena, que equivale as duas formações. Sobre essa questão abre-se direcionamentos para a atuação profissional, porém em nenhuma delas ouve-se dizer sobre estímulos e ensinamentos no que se refere ao empreendedorismo, tornando este um possível fator para expansão de mercado, e a concretização do empreendedorismo por oportunidade, realizado através de estudos prévios de como

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Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 5 organizar uma ideia e transformá-la em ações, metas estipuladas e acompanhadas, fazendo com que se torne uma atividade empreendedora e que se mantenha no mercado.Segundo Steinhilber (2006), O Sistema CONFEF/CREFs, após o estabelecimento das Diretrizes Curriculares que orientam a formação de profissionais e professores para a área da Educação Física no Brasil, tem recebido um grande número de solicitações indagando qual a opção que os ingressantes nos cursos superiores deveriam escolher para sua formação superior em Educação Física. A cada ano os alunos chegam aos cursos superiores mais jovens e em dúvida quanto ao curso e as possíveis inserções profissionais que ele possibilitará.

Apresentam-se assim os objetivos para a elaboração desta investigação: 1) Analisar a intenção empreendedora dos estudantes de educação física; 2) Analisar quais as variáveis que potenciam a intenção empreendedora; 3) Analisar quais as variáveis que influenciam a criação do próprio emprego; 4) Analisar quais as variáveis que influenciam a preferência para trabalhar para

alguém.

No que se refere a Metodologia, foi realizado na seguinte ordem:

Revisão Bibliográfica. Identificação e definição de população e amostra. Método Qualitativo e Quantitativo. Validação (Autorização) do questionário. Aplicação do questionário. Identificar a intenção empreendedora dos estudantes de educação física no estado de São Paulo. Interpretação de dados com teste estatístico definido.

Sobre o Contributo:

Prático: Contribuir para avaliação e melhorias de processos de capacitação de empreendedores.

Teórico: Fornecer subsídios para o empreendedorismo na Educação Física e no ensino superior.

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Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 6

Capítulo II –

E

NQUADRAMENTO

T

EÓRICO

2.1

E

MPREENDEDORISMO

Empreendedorismo é um termo que tem estado presente no vocabulário da Economia e da Administração e também no senso comum, no entanto, pouco tem feito parte das pesquisas no segmento esportivo e da atuação do profissional de educação física. A conceituação mais encontrada sobre Empreendedorismo, apresenta a importância para o desenvolvimento econômico de qualquer país, atuando às vezes como, uma revolução silenciosa, como cita Dolabela (1999), o empreendedorismo tem ao longo da história, mostrado que a economia de um país está baseada, no seu persistente movimento empreendedor (Kuratko, 2006). Para Curervo, Ribeiro e Roing, (2007), a riqueza dos países e seu dinamismo, dependem diretamente da competitividade das empresas deste país e consequentemente da capacidade de seus empreendedores.

Este movimento empreendedor tem sido marcante em todos os países do mundo. Ao considerarmos o exemplo do Brasil, país classificado como a 6ª economia mundial, observa-se também, a força do empreendedorismo para o alcance desta colocação. O Brasil é o 10º colocado como país empreendedor, tendo vinte e um milhões de pessoas inseridas em atividades empreendedoras (GEM, 2010).

A verificação sobre aspectos e condutas empreendedoras nos mostram que em determinados estudos apresentam essa característica como sendo um dos fatores essenciais para o desenvolvimento econômico. Segundo pesquisadores da década de 30, Jean BaptisteSay e Joseph Schumpeter, destacaram-se entre outros com essas concepções. Say (1983), destaca a importância do papel do empreendedor, como um empresário que sabe planejar e coordenar o processo produtivo, enquanto Schumpeter(1985), insere a concepção de inovador, ou destruidor criativo.

Em termos conceptuais, o empreendedorismo pode ser definido como o campo de estudo que procura compreender como as oportunidades que geram novos produtos e serviços são descobertas, criadas e exploradas, por quem e com que consequências (Venkataraman, 1997). De acordo com Venkataraman (1997), o campo de estudo do empreendedorismo procura responder a três questões fundamentais: 1) Porquê, quando

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Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 7 e como surgem as oportunidades que geram novos produtos e serviços? 2) Porquê, quando e como algumas pessoas são capazes de identificar e explorar estas oportunidades e outras não? e 3) Quais são as consequências econômicas, psicológicas e sociais da exploração destas oportunidades, para a pessoa e para a sociedade no seu todo?

Um dos fatores que levam ao referido estudo, baseia-se no pilar sobre o Empreendedorismo no Segmento Esportivo, onde busca-se verificar se essas condições comportamentais estão diretamente ligadas aos profissionais de educação física, ou se profissionais de outras áreas, como de negócios, estão migrando para o segmento, face as oportunidades com os grandes eventos esportivos e o investimento para Atividades como os Jogos Olímpicos, Copa do Mundo de Futebol e todo o mercado de atividades física e desportiva em ascensão. Profissões como Administração de Empresas e Marketing, possuem disciplinas sobre empreendedorismo em sua grade curricular, o que de início esse profissionais são ou deveriam ser estimulados a empreender.

Os profissionais de educação física possuem o perfil empreendedor ou somente são preparados profissionalmente para atuarem como empregados, e se atuam como empregados por não se posicionarem como empreendedores no mercado de trabalho, e se os que atuam de forma empreendedora o fazem por necessidade ou oportunidade. Cabe salientar que as graduações dos cursos de educação física não possuem disciplinas sobre empreendedorismo, e uma das indagações é a de verificar perfil dos estudantes e dos profissionais de educação física sobre questões de como empreender na profissão, haja vista as atribuições citadas no estatuto da profissão, que vai muito além das atividades de quadra e de academia. E com isso verificar a necessidade de implantação da disciplina de empreendedorismo na grade curricular do curso de licenciatura e bacharelado em educação física para melhores condições no mercado de trabalho e no segmento esportivo, como expansão de mercado.

O Empreendedorismo foi apresentado com uma conceituação popular pelo economista Joseph Schumpeter em 1950 como sendo uma peça central à sua teoria da Destruição criativa. Segundo Schumpeter (1950) o empreendedor é alguém versátil, que possui as habilidades técnicas para saber produzir, e capitalistas ao reunir recursos financeiros, organiza as operações internas e realiza as vendas de sua empresa. De fato, Schumpeter

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Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 8 chegou a escrever que a medida para uma sociedade ser considerada capitalista é saber se ela confia seu processo econômico ao homem de negócios privado.

Segundo o investigadores de comportamento organizacional, existem características frequentes que são atribuídas aos Empreendedores, e que apresentam conformidades com o texto sobre a satisfação econômica, pois podem direcionar as pessoas a terem comportamentos de busca constante, ou características para o desenvolvimento de novos projetos e negócios, e seguindo essa linha de raciocínio evidenciamos o que cita Dornelas (2012), que empreendedorismo é o envolvimento de pessoas que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva a criação de negócios de sucesso.

As pessoas com alta necessidade de realização preferem depender da própria habilidade para a obtenção de resultados. Nas palavras de McClelland (1961), a necessidade de realização pode ser assim definida pelo autor: esse alto desejo de realização que explica o comportamento dos empreendedores pode ser resumido em desejo das pessoas pela responsabilidade das tomadas de decisões pessoais, há preferência para as decisões que envolvam um grau de risco moderado e o interesse dessas pessoas em conhecimento concreto dos resultados das decisões tomadas (Mclelland, 1961).

O Empreendedorismo assume-se como o principal fator promotor do desenvolvimento econômico de um país, sendo este fato mais evidente nos países desenvolvidos do que nos países em desenvolvimento, tal como refere o Global Entrepreneurship Monitor (GEM,2010), consórcio que tem como objetivo analisar a relação entre o nível de empreendedorismo e o nível de crescimento econômico em vários países.

O Empreendedor é aquele que se antecipa aos fatos, fazendo as coisas acontecerem (Dornelas, 2001). É aquele que realiza visões (Fillion,1999). É a pessoa que vê oportunidade onde outras pessoas veem somente ameaças (Biagio, 2012). Como figura central deste movimento do empreendedorismo, é reconhecido pelas suas atitudes, ou seja, por ter características comportamentais diferenciadas e por ser motivado para realização (McClelland, 1961). Esta concepção dá base a uma linha de estudos sobre o empreendedor que considera-o como praticante de comportamentos específicos.

Conforme Biagio (2012), empreendedorismo significa executar, pôr em prática ou levar adiante uma idéia, com a intenção de atingir objetivos e resultados. Definindo

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Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 9 tecnicamente, empreendedorismo é a área do conhecimento dedicada a estudar os processo de idealização de empreendimentos, destacando tanto o valor de uma idéia como sua capacidade de agregar valor ao que já existe (produto e processo).

Segundo Pati (1995), conhecer a si mesmo como empreendedor é um dos aspectos mais importantes para o sucesso de um negócio, pois o empreendedor pode ser a ferramenta do próprio trabalho. Muitas pessoas encaminham-se para a realização de suas metas, exigindo de si próprios o sucesso que desejam, sem considerarem seu potencial e sua personalidade como um aspecto básico, que definirá a possibilidade do alcance dos objetivos.

Biagio (2012) cita que ao tratarmos do assunto empreendedorismo, encontraremos três situações, sendo a primeira que iniciaremos um nova empresa partindo de uma idéia inovadora, com a responsabilidade de levá-la desde os estudos de viabilidade, passando pela implementação, criação de valor, para que possa desenvolver uma operação auto-sustentável e geradora de resultados. A segunda como adquirir um empresa já existente, assumindo todos os riscos de nela implementar ajustes e mudanças, a fim de implantar inovações, agregando assim, novos valores e gerando melhores resultados. E, por último, visualizar oportunidades de melhoria e otimização, desenvolvendo com base nelas inovações capazes de agregar novos valores à empresa de terceiros, seja como empregado (empreendedorismo corporativo) ou como consultor.

Para Dolabela (1999), o empreendedor é a pessoa que sonha e tenta transformar o seu sonho em realidade. Já para Fillion (1999), o grande diferencial de um empreendedor é o desenvolvimento de uma visão. Para Cruz e Leitão (2006), o empreendedor caracteriza-se por uma atitude positiva, manifestada através da criação de um negócio ou por tomada de decisão frente a oportunidades. Como já destacado, Schumpeter desde 1934, o conceitua como inovador. Naudé e Thomas (2011) apresentam uma abordagem da atuação do empreendedor que o considera o empreendedorismo, não só como fator de produção, mas com um funcionamento humano, uma capacidade humana. Para Cuervoetal. (2007), empreendedores tem capacidades requeridas diferentes de gestores e capitalistas e caracterizam-se por comportamentos como: Aceitação de riscos; uso da intuição; liderança, visão de oportunidade.

Estas concepções do empreendedor, entre outras, contribuem para a abordagem comportamental de estudos sobre o empreendedorismo. Carvalho, Gutiérrez e Sánchez

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Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 10 (2011), concluíram que estas abordagens de orientação do comportamento empreendedor, consideram que o comportamento do empreendedor é influenciado por processos mentais. Para (Zhangetal., 2008) os comportamentos praticados por empreendedores, são influenciados por fatores genéticos e ambientais.

Bernardi (2010) define o empreendedor como a figura que conduz ao traçado de um perfil característico e típico de personalidade em que se destacam: senso de oportunidade; dominância; agressividade e energia para realizar; auto-confiança; optimismo; dinamismo; independência; persistência; flexibilidade e resistência a frustrações; criatividade; propensão ao risco; liderança carismática; habilidade de equilíbrio, "sonho"e realização; habilidade de relacionamento.

Associar todas as características comportamentais apresentadas com conhecimento prévio, existirá uma grande possibilidade de êxito nos processos de construção e implantação de um empreendimento.

Conforme Kirzner (1973), o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente.

Outra definição de empreendedor apresentada por McClelland (1961), define como alguém que exerce certo controle sobre os meios de distribuição e produz mais do que pode consumir, com o objetivo de vendê-lo (ou trocá-lo) para obter uma renda individual (ou doméstica).

Segundo Leite (2012), empreendedorismo é o espírito empreendedor, é a prática de empreender (o ato, a ação árdua, criativa, difícil e arrojada), é o resultado (efeito) dessa prática (a empresa, o empreendimento, o negócio). Não á arte nem ciência, mas sim prática e disciplina.

Neste contexto, e buscando identificar o que caracterizava um empreendedor de sucesso, McClelland (1961),realizou estudos com destacados empreendedores de sucesso, concluindo que o empreendedor é motivado para realização. Na década de 80, os estudos estenderam-se para pesquisa na área empresarial, buscando sistematizar quais são as qualidades pessoais desta motivação para realização (Morales, Forner, Burtet & Santos, 2007; Sebrae, 2009). Concluiu-se que existiam comportamentos que caracterizam o empreendedor de sucesso, as chamadas CCEs, Características do

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Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 11 Comportamento Empreendedor: Busca de oportunidades e iniciativa; Persistência; Comprometimento; Exigência de qualidade e eficiência; Correr riscos calculados; Estabelecimento de metas; Busca de informação; Planejamento e monitoramento sistemático; Persuasão e rede de contatos; Independência e autoconfiança (Maclelland, 1961; Sebrae, 2007, 2009).

A necessidade de estabelecer uma relação entre as decisões dos empreendedores e as suas características pessoais, tais como: a profissão dos pais; o gênero (masculino ou feminino); a raça ou etnia; as habilitações literárias; os anos de experiência no setor de atividade; e a idade, só mais recentemente mereceram atenção por parte dos investigadores (Mitchell et al., 2002; Lafuente et al., 2010).

Neste sentido verificamos que as características pessoais influenciam o empreendedorismo ou então a ausência destas potencia a preferência pelo emprego para trabalhar para alguém. Assim definimos a seguinte hipótese de investigação:

H1: As características demográficas têm uma influencia positiva na intenção Empreendedora

2.2

A

I

NTENÇÃO

E

MPREENDEDORA

A investigação sobre o empreendedorismo tem examinado o impacto que a sua história pessoal e contexto social têm sobre a decisão de escolher um certo tipo de trabalho, neste caso, auto-emprego (Katz, 1992). Estudos anteriores têm mostrado que a Teoria do Comportamento Planejado (Theoryofplannedbehavior- TPB) pode ser utilizado para prever intenções de escolha da profissão (Kolvereid,1996). Estas intenções foram definidos por Katz (1992) como "o processo de decisão vocacional em termos de decisão do indivíduo para introduzir um ocupação como um indivíduo assalariado ou como auto-empregado. Nesse sentido, a intenção é um estado consciente da mente que dirige a atenção (e portanto, experiência e ação) em direção a um objeto (objetivo) ou o caminho para alcançá-lo (Bird, 1989). Portanto, consideramos que um dos efeitos da educação empreendedora será melhorar ou aumentar a intenção dos alunos para se tornarem trabalhadores por conta própria.

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Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 12 Seguindo o modelo de ação fundamentado Ajzen e Fishbein (1980), os pesquisadores normalmente argumentam que as intenções empreendedoras são influenciado por três fatores gerais (Krueger, 2003). Primeiro de tudo, as intenções são determinados por: A atitude de um indivíduo para um certo tipo de comportamento. Isto é visto como a soma ponderada das conseqüências percebidas e a capacidade de diferentes resultados de comportamento que, incluindo recompensas intrínsecas.

O segundo fator é percebido pelas normas sociais. Isto significa que as crenças de grupos e atores relevantes, tais como família e amigos, irá afetar a intenções para se tornar um empreendedor.

O terceiro fator é auto-eficácia. Diferentes estudos (Barbosa, Gerhardt & Kickul 2007; Zhao, Seibert & Hills, 2005) têm mostrado a importância que tem no desenvolvimento de intenções empreendedoras.

A autoeficácia é particularmente útil, uma vez que incorpora taxas de personalidade, bem como de fatores do meio ambiente, e é pensado para ser um forte preditor das intenções empreendedoras e, finalmente, ação (Bird, 1988).

Mas a intenção de constituir uma empresa também pode ser afetada pela promoção de certas características empreendedoras (traços, habilidades e conhecimento) que estão intimamente relacionados com o desenvolvimento do empreendedorismo (Lau, Chan & Man, 2000). Para alguns autores, estas características podem ser organizadas por competências (Man & Chan, 2002) e compostas por diferentes atributos pessoais e conhecimentos. O interesse em competências empreendedoras deriva da suposta relação entre competências, sobrevivência e o crescimento de um empreendimento. No entanto, apesar da suposta importância de competência empresarial, a literatura sobre o aspecto ainda está em seus estágios iniciais (Brinckmann, 2008), em parte porque o termo competência foi definido a partir de diferentes abordagens e com significados diferentes. Esta abordagem das competências concentra-se em identificar essas mesmas competências que devem ser incluídos na Educação de empreendedorismo e treinamento ou quando se avalia a eficácia de um programa de empreendedorismo (Gorman, Hanlon & King 1997). É uma abordagem que esclarece a importância não só das habilidades e conhecimentos necessários para o sucesso empresarial, mas também a de características psicológicas que são apropriados para que propósito.

(22)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 13 Diferentes autores argumentam que traços psicológicos são bons preditores de uma orientação empresarial (Baron, 2000). Em geral, há um certo consenso de que características psicológicas associadas com as empresariais são, entre outros: locus de controle, propensão para assumir riscos, a auto-eficácia, a necessidade de realização, a tolerância para a ambigüidade e inovação (Rauch & Frese 2007). Para exemplo, Bygrave (1989) apresentou um modelo que inclui necessidade de realização, locus de controle, a tolerância para a ambiguidade e propensão como determinantes para assumir riscos e para uma intenção empreendedora. Além disso, Robinsonet al. (1991) encontrou em sua pesquisa que a realização, inovação, locus de controle, e auto-confiança podem ser potenciadores de atitudes empreendedoras. Ho e Koh (1992) afirmam que a auto-eficácia é uma característica empresarial e que está relacionada com outras características psicológicas, tais como locus de controle, propensão para assumir riscos e tolerância de ambiguidade. De acordo com Koh (1996), estas provas devem ser esperadas, dada a compreensão dos traços psicológicos que são únicas para os empresários. Assim, um dos desafios é entender se a Educação empreendedora pode ter repercussões sobre o nível de desenvolvimento cognitivo e psicológico dos jovens (Groves, Vance & Choi 2011; Sánchez 2012).

2.2.1 AUTO-EFICÁCIA

A auto-eficácia refere-se à crença dos indivíduos em sua capacidade pessoal para realizar um trabalho ou um conjunto específico de tarefas (Bandura, 1977). Auto-eficácia é um conceito útil para explicar comportamento humano como a pesquisa revela que desempenha um papel influente na determinação da escolha de um indivíduo, o nível de esforço e perseverança (Chen, Gully & Eden, 2004). Indivíduos com elevada auto-eficácia para uma determinada tarefa são mais propensos a persistirem em tarefas, situação diferente dos indivíduos que possuem baixa auto-eficácia (Bandura, 1997).A autoeficácia empreendedora é o grau em que pessoas se apercebem da sua capacidade de realizar várias funções e tarefas empreendedoras com sucesso (De Noble, Jung & Ehrlich, 1999). Sem níveis mínimos de autoeficácia empreendedora, é improvável que os potenciais empresários sejam suficientemente motivados para se envolverem num processo empreendedor (Markman, Balkine& Barão, 2002; Zhao, Seibert & Hills, 2005).

(23)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 14 A autoeficácia empreendedora é particularmente útil porque incorpora taxas de personalidade, bem como de fatores do meio ambiente, e é pensado para ser um forte preditor das intenções empreendedoras e, finalmente, de ação (Bird, 1988). A investigação realizada nos últimos anos tem demonstrado com sucesso o poder preditivo da percepção de autoeficácia na formação das intenções empreendedoras, tanto por causa de sua influência direta como pela associação com outras variáveis de interesse na explicação das intenções de autoemprego (Sánchez, Lanero & Yurrebaso, 2005; Zhao, Seibert & Hills, 2005). Além disso, pesquisas recentes sugerem que um indivíduo com autoeficácia empreendedora pode ser elevado através da formação e educação, melhorando potencialmente a taxa de atividades empresariais (Florin, Karri & Rossiter, 2007; Zhao, Seibert & Hills, 2005). Em suma, a autoeficácia empreendedora influencia grandemente o comportamento empreendedor (Krueger, Reilly & Carsrud, 2000), é, portanto, visto como uma ferramenta fundamental na Educação Empreendedora para melhorar as intenções empreendedoras dos alunos (Fayolle, 2005).

Neste sentido definimos a seguinte hipótese de investigação:

H2: A Autoeficácia influencia positivamente a Intenção Empreendedora

2.2.2 PROATIVIDADE

Personalidade pró-ativa refere-se à tendência de iniciar e manter ações que diretamente alteram o contexto circundante (Bateman & Crant, 1993). Indivíduos proativos identificam oportunidades e agem sobre elas, mostram iniciativa, tomam ação direta, e perseveram até que fazem uma mudança significativa. Proatividade enfatiza antecipar e prevenir problemas antes que eles ocorram e uma orientação para ação que inclui uma interpretação criativa das normas e um alto nível de persistência e paciência para trazer a mudança.

Diferentes estudos têm confirmado a relação entre a personalidade e o espírito pró-ativo no comportamento empresarial, tanto em empresas já criadas como na população em geral (Becherer & Mauer 1999). Há também evidências no contexto da orientação empresarial de uma relação entre proatividade e desenvolvimento empresarial, por um lado (Brown, 1996; Junehed & Davidsson, 1998), e uma carreira de sucesso, por outro lado (Seibert, Kraimer & Crant, 2001). Shapero (1982) tem sugerido que esta propensão pessoal para agir face às oportunidades é um dos fatores que pode influenciar a relação

(24)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 15 intenção-comportamento precipitando ou facilitando a realização de intenções. No contexto específico do empreendedorismo, Crant (1996) constatou que intenções empresariais foram positivamente associadas com ter uma personalidade pró-ativa. Este tipo de orientação de personalidade também foi mencionado na literatura (Shapero & Sokol, 1982) como um importante precursor potencial intenção empresarial.

Neste sentido apresentamos as hipóteses seguintes:

H3: A Proatividade influencia positivamente a Intenção Empreendedora H4: A Atitude pessoal influencia positivamente a Intenção Empreendedora

2.2.3 TOMADA DE RISCO

Este é um traço de personalidade, que determina a tendência e vontade de um indivíduo para assumir riscos. Essa característica tem sido relacionada a empreendedorismo porque a atividade empreendedora, por definição, envolve assumir algum tipo de risco. De acordo com Covin e Slevin (1989), a propensão de risco é uma das três dimensões da chamada orientação empresarial, juntamente com proatividade e inovação. Neste contexto, a propensão ao risco refere-se a vontade do sujeito de se comprometer com fontes de oportunidade quando há possibilidade do fracasso. Comportamento empreendedor tem sido geralmente relacionada com níveis moderados de propensão ao risco em um indivíduo (Sexton & Bowman, 1983). No entanto, resultados empíricos têm sido bastante contraditórios quando se trata de confirmar esta dimensão da personalidade como um traço distintivo de um sujeito empreendedor. Neste sentido, alguns estudos descobriram que as pessoas que criam um novo empreendimento e lutam para torná-lo bem sucedido podem perceber e reagir ao risco de uma forma diferente (Busenitz, 1999). Na mesma linha, alguns estudos confirmam a presença de um risco maior e dessa propensão em indivíduos que fundaram a sua própria empresa do que em pessoas que dirigem empresas já existentes (Begley & Boyd, 1987). A partir desta perspectiva, a propensão ao risco torna-se um preditor para a escolha da carreira. Kolvereid (1996), por exemplo, descobriram que o argumento "para evitar a tomada de riscos" é mencionada frequentemente como um fator de motivação na escolha de trabalhar em organizações já existentes. Em contraste com estes resultados, outros estudos indicam que os empresários não têm uma maior propensão ao risco do que os gerentes ou a população em geral (Low & McMillan, 1988) mesmo quando

(25)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 16 objetivamente aceitam níveis mais elevados de risco em suas escolhas de carreira e decisões nos negócios. Deste ponto de vista, argumenta-se que a diferença entre os empresários e não empresários pode ser uma questão de tolerância ao risco, e de como eles processam informações sobre o potencial de sucesso de um nova oportunidade de negócio. Nesse sentido, diferentes estudos descobriram que os empresários tendem a categorizar situações de negócios como menos arriscado do que os não empresários (Busenitz, 1999; Palich & Bagby, 1995). Em outras palavras, o empreendedores são mais predispostos para categorizar situações de risco como positivo (Palich & Bagby, 1995).

Alguns estudos recentes descobriram que a tolerância a atitudes positivas em relação ao risco prevêem a formação de intenções empreendedoras (Segal, Borgia & Schoenfeld, 2005).

Apresentamos assim a seguinte hipótese:

H5: A viabilidade influencia positivamente a Intenção Empreendedora

Algumas investigações recentes sobre educação empreendedora (Mojab, Zaefarian &Azizi, 2011; Pittaway & Cope, 2007; Weaver, Dickson & Solomon, 2006) têm apontado relações importantes entre educação empreendedora e uma variedade de resultados empresariais. Por exemplo, tem sido demonstrado que indivíduos que participaram de cursos sobre empreendedorismo têm mais intenções para iniciar um negócio (Galloway & Brown, 2002) do que aqueles que não participaram desses cursos; que os cursos de especialização em empreendedorismo ou formação em como criar um negócio pode fornecer para algumas pessoas a confiança necessária para começar seu próprio negócio; que as atitudes estão abertas à mudança e podem ser modificadas por educadores e técnicos (Robinson etal., 1991); que a educação empreendedora deve melhorar a percepção e viabilidade do empreendedorismo, aumentando o conhecimento, dando-lhes confiança e aumentando sua autoeficácia, e também deve melhorar a conveniência percebida do empreendedorismo, demonstrando aos alunos que esta atividade é socialmente aceitável e pode ser gratificante, ou que eles também podem ser mais bem sucedido em tarefas de identificação de oportunidades do que aqueles que não receberam formação em educação empreendedora (DeTienne & Chandler, 2004). Assim, de acordo com Rae (2010), a educação é fundamental para o desenvolvimento de capacidades empreendedoras. Para Bakotic e Kruzic (2010), programas educacionais

(26)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 17 de empreendedorismo devem se concentrar em desenvolvimento internacional das competências dos alunos e as habilidades necessárias para mais tarde no contexto de mercado. No entanto, há também estudos que mostram que a educação empreendedora pode em algumas ocasiões ser negativamente relacionada com os resultados acabados de mencionar. A literatura revisada por Gorman, Hanlon e King (1997) e Martin, MacNally e Kay (2012) confirma isso. Oosterbeek, Van Praag e Ijsselstein (2010) descobriu que os estudantes tinham menos intenções de começar um negócio depois de completar um curso de empreendedorismo. Da mesma forma, Mentoor e Friedrich (2007) encontraram correlações negativas com um número de empreendedorismo relacionadas com ativos de capital humano.Também tem sido mostrado que a formação de empreendedores no planejamento do negócio, é muitas vezes um aspecto fundamental da Educação Empreendedora e programas de treinamento, pode ser negativamente relacionada com atuação empreendedora (Honig & Karlsson, 2004; Honig & Samulsson, 2012). Uma possível explicação para estes resultados contraditórios podem vir de teoria do capital humano (Becker, 1964; Mincer, 1958). A teoria do capital humano prevê que pessoas físicas ou grupos com maiores níveis de conhecimentos, habilidades, e outras competências (bens de capital) será alcançar melhores resultados do que aqueles que têm níveis mais baixos de competências (Ployhart & Moliterno,2011). Neste sentido, considera-se que a educação empreendedora não aumenta essas competências e, sim, leva os indivíduos que têm uma maior intenção de iniciar uma negócio ou trabalhar por conta própria (Peterman & Kennedy, 2003). Assim a teoria do capital humano, prevê que a educação será positivamente relacionada ao empreendedorismo.

Neste sentido propomos as seguintes hipoteses

H6: Os Motivos para criar uma empresa influenciam positivamente a Intenção Empreendedora

H7: Os Recursos importantes para criar uma empresa influenciam positivamente a Intenção Empreendedora

H8: Os Obstáculos para criar uma empresa influenciam positivamente a Intenção Empreendedora

(27)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 18

H9: A Valorização social do empresário influencia positivamente a Intenção Empreendedora

H10: As Capacidades específicas para ser empresário influenciam positivamente a Intenção Empreendedora

2.3

E

MPREENDEDORISMO NO

S

EGMENTO

E

SPORTIVO E O

P

ROFISSIONAL DE

E

DUCAÇÃO

F

ÍSICA

Com o Brasil estando entre os 10 países empreendedores, a sequência de grandes eventos como os Jogos Pan-Americanos realizados em 2007, a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e Jogos Olímpicos em 2016, estimasse o legado sobre as atividades esportivas em evidência, fazendo-se necessário o estudo sobre a importância de os estudantes e os profissionais de educação física estarem preparados para as oportunidades, serem estimulados a terem atitudes empreendedoras para expansão de mercado, aumentando a área de atuação, as possibilidades de melhores desempenhos no comando de seus próprios negócios e na gestão de empresas no segmento esportivo. O Empreendedorismo e o segmento esportivo no Brasil estão em franca ascensão mediante os investimentos atribulados aos grandes eventos esportivos nos próximos anos, e que indiretamente promove uma comoção social para a busca de atividades físicas, esportivas e de lazer. Essa comoção social pode e deve ser encarada como uma importante forma de desenvolvimento do profissional de educação física e seu comportamento empreendedor. Tais estímulos empreendedoras precisam ser apresentados aos alunos durante o período de formação profissional para poderem receber essas condições, e estarem preparados para desenvolver projetos e gerenciar serviços no segmento esportivo.

(28)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 19 Figura 1- Modelo conceitual de investigação

Caracteristicas demográficas: Idade, Zona de Residência, Sexo, Escola e Situação no Trabalho do

Pai e Mãe H1 Intenção Empreendedora Autoeficácia Proatividade Atitude pessoal

Motivos para criar uma empresa

Recursos importantes para criar uma empresa

Obstáculos para criar uma empresa

Valorização social do empresário H2 H3 H4 H5 H7 H8 H9 Viabilidade (Factibilidade) H6 Capacidades especificas H10

(29)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 20

Capítulo III –

M

ETODOLOGIA

3.1

D

ADOS

No sentido de darmos resposta as questões de investigação, aos nossos objetivos e verificação do modelo utilizamos EntrepreneurialOrientationQuestionnaire (EOQ) (Sanchez, 2010). Este questionário desenvolvido por Sanchez (2010), tem como objetivo a analise da intenção empreendedora dos estudantes. Neste sentido foram aplicados os mesmos pressupostos na construção do modelo de investigação.

No Quadro 1 apresentamos a ficha técnica da nossa investigação. Quadro 1 - Ficha técnica de investigação

População Estudantes do ensino superior nos cursos de Educação Física do Estado de São Paulo

Tamanho da amostra 125 inquéritos

Inquiridos Estudantes do ensino superior nos cursos de Educação Física do Estado de São Paulo Modelo do questionário O questionário é constituído por questões fechadas, com utilização de uma escala de Likert Método de recolha da informação Inquéritos administrados pessoalmente

Modelos estatísticos utilizados Análise de frequências; Medidas descritivas, Métodos gráficos; Alpha de Cronbach; Regressão linearmúlipla

Análise de dados IBM SPSS 22.0, Microsoft Excel 2010

3.2

C

ARATERIZAÇÃO DA

A

MOSTRA

Neste subponto apresentam-se os resultados obtidos da nossa amostra constituída pelos 125 alunos, sendo que a média etária dos alunos era 27,8 ± 7,3 anos, variando esta entre os 15 e os 44 anos. Nas figuras seguintes (1 a 5) são apresentadas as caraterísticas dos 125 inquiridos, constata-se que 57.6% era do sexo feminino, 36,0% e 32,0% residiam nas Zonas Sul e Leste do Estado de São Paulo (Brasil), respetivamente, 77,6% tinham frequentado o ensino médio em escola pública, 40,0% dos pais dos inquiridos trabalhavam em organizações/empresas privadas e 37,6% das mães tinham uma profissão autônoma.

(30)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 21 Figura 2 - Gênero

Figura 3 – Zona de residencia

Masculino 72 57,6% Feminino 53 42,4% Masculino Feminino 18 40 45 22 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

(31)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 22 Figura 4 – Local de frequência do ensino médio

Figura 5 – Situação profissional dos pais

Acima a descrição do gráfico, sendo: Autônomo (Pai = 41; Mãe = 47), Organização/Empresa Privada (Pai = 50; Mãe = 35), Organização/Empresa Pública (Pai = 3; Mãe = 5), Não Trabalha (Pai = 31; Mãe = 38). Ao se concluir a seleção dos dados, iniciou-se a codificação dos mesmos, colocando-se o código correspondente para a tabulação. Conforme Lakatos e Marconi (2010, p. 167), “codificar quer dizer

28 22,4% Escola Particular Escola Pública 97 77,6%

Ensino Médio em Escola particular Ensino Médio em Escola pública

41 50 3 31 47 35 5 38 0 10 20 30 40 50 60 Autônomo Organização / Empresa Privada Organização / Empresa pública Não trabalha Pai Mãe

(32)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 23 transformar o que é qualitativo em quantitativo, para facilitar não só a tabulação dos dados, mas também sua comunicação”.

Os dados obtidos com a aplicação do questionário foram tratados mediante o emprego do Software IBM SPSS versão 21.0 para Windows. As variáveis quantitativas resumiram-se por meio da média ± desvio padrão (M ± DP), mínimo e máximo, e as variáveis qualitativas, recorrendo-se às frequências absolutas e relativas.

A análise dos objetivos do estudo foi feita recorrendo-se às estatísticas descritivas bem como ao teste t para duas amostras independentes e à ANOVA com um único fator. Consideraram-se diferenças estatisticamente significativas para p < 05. Para a definição dos perfis foi utilizada a Análise de Correspondências Múltiplas.

3.3

V

ARIÁVEIS EM

E

STUDOS

No Quadro 2 são apresentadas as variáveis independentes e dependentes e as respetivas questões elaboradas.

Quadro 2 - Variáveis utilizadas na investigação e respectivas questões

Dimensão Variáveis Questões

Variáveis independentes

Características demográficas

Idade Questão nº 1

Zona de residência Questão nº 2

Sexo Questão nº 3

Escolaridade Questão nº 4 Situação profissional do pai Questão nº 7 Situação profissional da mãe Questão nº 10

Factores psicológicos

Autoeficácia

Questões nº: II_1, II_2, II_3, II_4, II_5, II_6, II_7, II_8, II_9, II_10, II_11III_1, III_2, III_3, III_4, III_5, III_6, III_7, III_8, III_9

Proatividade Questões nº: IV_1, IV_2, IV_3, IV_4, IV_5, IV_6, IV_7, IV_8, IV_9, IV_10 Atitude pessoal Questões nº: V_1, V_2, V_3, V_4, V_5; VI_1, VI_2, VI_3, VI_4, VI_5, VI_6; VII_1, VII_2, VII_3 Viabilidade (Factibilidade) Questões nº: VII_4, VII_5, VII_6, VII_7, VII_8, VII_9, VII_10, VII_11, VII_12, VII_13 Motivos para criar uma

empresa

Questões nº: VIII_1, VIII_2, VIII_3, VIII_4, VIII_5, VIII_6, VIII_7, VIII_8, VIII_9, VIII_10

Recursos importantes para criar uma empresa

Questões nº: IX_1, IX_2, IX_3, IX_4, IX_5, IX_6, IX_7, IX_8, IX_9, IX_10, IX_11, IX_12, IX_13 Obstáculos para criar uma

empresa Questões nº: X_1, X_2, X_3, X_4, X_5, X_6, X_7, X_8, X_9, X_10 Importância para criar uma

empresa.

Questões nº: XI_1, XI_2, XI_3, XI_4, XI_5, XI_6, XI_7, XI_8; XV_3, XV_5, XV_8, XV_14, XV_19, XV_21, XV_23, XV_29, XV_31, XV_35 Valorização social do

empresário

Questões nº: XIII_1, XIII_2, XIII_3, XIII_4, XIII_5, XIII_6, XIII_7, XIII_8; XV_1, XV_2, XV_4, XV_6, XV_10, XV_11, XV_13, XV_15, XV_17, XV_22,

(33)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 24 XV_24, XV_26, XV_30, XV_32, XV_34, XV_37

Capacidades específicas para ser empresário

Questões nº: XIV_1, XIV_2, XIV_3, XIV_4, XIV_5, XIV_6; XV_7, XV_9, XV_12, XV_16, XV_18, XV_20, XV_25, XV_27, XV_28, XV_33, XV_36, XV_38 Variáveis

dependentes Intensão laboral

Intenção empreendedora Questões nº: XII_4, XII_5, XII_6, XII_8, XII_9, XII_10, XII_11, XII_12, XII_13 Intenção de trabalhar para

alguém Questões nº: XII_1, XII_2, XII_3, XII_7

Após a recolha dos dados, procedeu-se à sua codificação e registo informático. Com o objetivo da validação dos dados, procedeu-se à verificação da existência de dados emfalta e outliers. Após a validação completa do ficheiro informático, foi realizada a análise estatística e interpretação dos dados, através da aplicação SPSS 22.0 (Statistical

Package for Social Sciences). De modo a testar as hipóteses formuladas foram

utilizados modelos de regressão linear múltipla.

Para melhor percepção da metodologia estatística os quadros seguintes resumem as questões que compõem as diversas dimensões (Quadro 3) em estudo e as respetivas técnicas estatísticas (Quadro 4):

Quadro 3– Questões, dimensões do estudo e técnicas estatísticas utilizadas

Questões 1, 2, 3, 4, 7 e 10

Características demográficas: Frequências

Idade Medidas descritivas (média, desvio padrão, mínimo e máximo)

Zona de residência Gráfico de barras

Sexo Gráfico circular

Escolaridade Gráfico circular

Situação profissional do pai Gráfico de barras Situação profissional da mãe Gráfico de barras

Questões dos grupos II a XV

Medidas descritivas, Coeficiente de Correlação de Pearson e Alpha de Cronbach

Autoeficácia Proatividade Atitude pessoal

Viabilidade (Factibilidade) Motivos para criar uma empresa

Recursos importantes para criar uma empresa Obstáculos para criar uma empresa

Valorização social do empresário

Capacidades específicas para ser empresário Intenção empreendedora

Intenção de trabalhar para alguém

Quadro 4– Hipóteses e técnicas estatísticas utilizadas

Hipóteses Técnica

H1: As características demográficas têm uma influencia positiva na intenção laboral Regressão linear múltipla H2: A Autoeficácia tem influencia positiva Intenção laboral

(34)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 25 H3: A Proatividade influencia positiva na Intenção laboral

H4:A Atitude pessoal influencia positiva na Intenção laboral H5: A Factibilidade influencia a Intenção laboral

H6: Os Motivos para criar uma empresa influenciam a Intenção laboral

H7: Os Recursos importantes para criar uma empresa influenciam a Intenção laboral H8: Os Obstáculos para criar uma empresa influenciam a Intenção laboral

H9: A Valorização social do empresário influencia a Intenção laboral

H10: As Capacidades específicas para ser empresário influenciam a Intenção laboral

Capítulo IV –

A

PRESENTAÇÃO E

A

NÁLISE DOS

R

ESULTADOS

4.1

V

ALIDAÇÃO DO

I

NSTRUMENTO DE

P

ESQUISA

Este ponto tem como objetivo a validação empírica dos fatores utilizados para a validação das hipóteses. No Quadro 5 são apresentadas as estatísticas descritivas dos fatores, bem como a correlação entre eles e o Alpha de Cronbach.

(35)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 26

Quadro 5– Estatísticas descritivas e correlações entre os fatores (na diagonal é apresentado o Alpha de Cronbach)

Dimensões Nº de itens Média padrão Desvio 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

1 Intensão de trabalhar por conta de outrem 4 4,59 0,79 0,647

2 Intensão empreendedora 9 5,58 0,72 -0,058 0,792

3 Autoeficácia 9 5,70 0,36 0,082 0,431** 0,706

4 Proactividade 10 5,42 0,44 0,030 0,452** 0,413** 0,664

5 Atitude pessoal 5 5,62 0,58 -0,122 0,469** 0,360** 0,325** 0,681

6 Factibilidade 10 5,37 0,63 0,080 0,637** 0,389** 0,335** 0,432** 0,764

7 Motivos para criar uma empresa 10 5,48 0,34 0,207* 0,444** 0,197* 0,258** 0,184* 0,410** 0,739

8 Recursos importantes para criar uma empresa 12 5,81 0,33 0,544** 0,181* 0,154 0,109 -0,051 0,266** 0,361** 0,675

9 Obstáculos para criar uma empresa 10 4,78 0,59 0,388** 0,167 0,111 0,203* 0,066 0,196* 0,329** 0,532** 0,693

10 Valorização social do empresário 8 4,34 0,64 0,348** 0,189* 0,283** 0,132 0,125 0,339** 0,363** 0,334** 0,338** 0,706

11 Capacidades específicas para ser empresário 6 5,35 0,89 0,156 0,515** 0,265** 0,397** 0,274** 0,516** 0,294** 0,161 0,201* 0,176* 0,775

(36)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 27 Analisando a fiabilidade dos fatores constata-se que esta varia entre aceitável (Alpha=0,647) e boa (Alpha=0,792). Os fatores Intensão empreendedora (Alpha=0,792) e Factibilidade (Alpha=0,764) eram os que apresentavam níveis mais elevados de fiabilidade e os fatores Intensão de trabalhar para alguém (Alpha=0,647), Proactividade (Alpha=0,664) apresentavam os níveis menos elevados de fiabilidade.

Em relação aos valores médios dos scores, os Recursos importantes para criar uma empresa (5,81 ± 0,33) eram os que apresentavam níveis mais elevados, e por contraponto os obstáculos para criar uma empresa (4,78 ± 0,50), Valorização social do empresário (4,34 ± 0,64) e a intensão de trabalhar por conta doutrém (4,59 ± 0,79) eram os que exibiam graus médios mais baixos.

4.2

A

NÁLISE DAS

H

IPÓTESES

Nesta seção da análise dos dados são apresentados os resultados com vista à avaliação das hipóteses em estudo.

Para a modelação das intenções empreendedoras e de trabalhar para alguém foram utilizados três modelos. Num primeiro modelo é avaliado o efeito das variáveis sociodemográficas na intenção empreendedora e na intenção de trabalhar para alguém, no segundo modelo é estimado o efeito dos diversos fatores nessas intenções e num último modelo são avaliadas simultaneamente todas as variáveis.

O Quadro 6 seguinte apresenta os três modelos de regressão linear que predizem a intenção empreendedora.Em relação às variáveis sociodemográficas, constata-se pelo Modelo I, que os inquiridos cujo pai trabalha numa organização / empresa privada (B=-0,33; p < 0,01) têm significativamente uma menor intenção empreendedora do que os inquiridos cujo pai é um trabalhador autônomo. O modelo III indica que quanto maior é a idade dos inquiridos menor é a intenção empreendedora (B=-0,02; p < 0,05) e que os residentes na zona Norte (B=-0,28; p < 0,05) têm significativamente uma menor intensão empreendedora dos que os inquiridos que residem na Zona Oeste. Assim comprovamos a nossa hipótese 1: As características pessoais influenciam positivamente a intenção laboral. Tal como também é defendido pelos autores Mitchell etal. (2002) e Lafuenteet al.(2010). Relativamente às diferentes dimensões pessoais em análise,

(37)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 28 observa-se nos Modelos II e III que quanto mais elevada é perceção de viabilidade (Modelo II: B=0,37; p < 0,01; Modelo III: B=0,38; p < 0,01) e os motivos para criar uma empresa (Modelo II: B=0,45; p < 0,01; Modelo III: B=0,46; p < 0,05) significativamente mais elevada é a intenção empreendedora, bem como quanto mais elevada é a atitude pessoal maior é a intensão empreendedora (Modelo III: B=0,46; p < 0,05).Deste modo validamos as hipóteses H4: A atitude pessoal influencia positivamente a intenção laboral; H5: A viabilidade influencia positivamente a intenção laboral e H6: Os motivos para criar uma empresa influenciam positivamente a intenção laboral. Neste caso sendo sempre a intenção laboral no sentido de criar a própria empresa. Tal como defendem os autores Shapero e Sokol (1982), Borgia e Schoenfeld (2005) e Detienne e Chandler (2004).

Quadro 6– Regressão linear Múltipla; Variável dependente: Intensão empreendedora

Modelo I Modelo II Modelo III

B (EP) p B (EP) P B (EP) p

Sexo - Feminino -0,04 (0,12) 0,725 0,11 (0,08) 0,155

Idade -0,02 (0,01) 0,195 -0,02 (0,01) 0,049*

Zona de residência - Norte -0,09 (0,31) 0,765 -0,05 (0,19) 0,770 Zona de residência - Leste -0,12 (0,25) 0,636 -0,28 (0,14) 0,049* Zona de residência - Sul 0,03 (0,30) 0,927 -0,04 (0,18) 0,823 Ensino Médio em Escola pública -0,04 (0,15) 0,783 0,09 (0,11) 0,405

Pai não trabalha -0,14 (0,17) 0,407 -0,02 (0,12) 0,882

Pai trabalha em Organização / Empresa pública 0,54 (0,45) 0,235 0,33 (0,20) 0,105 Pai trabalha em Organização / Empresa Privada -0,33 (0,13) 0,008** -0,03 (0,08) 0,697

Mãe não trabalha 0,04 (0,18) 0,845 0,02 (0,09) 0,866

Mãe trabalha em Organização / Empresa pública 0,37 (0,48) 0,437 0,09 (0,32) 0,789 Mãe trabalha em Organização / Empresa Privada 0,13 (0,18) 0,455 0,06 (0,11) 0,595

Autoeficacia 0,28 (0,16) 0,084 0,20 (0,16) 0,201

Proactividade 0,17 (0,16) 0,294 0,16 (0,15) 0,302

Atitude pessoal 0,15 (0,09) 0,084 0,19 (0,09) 0,041*

Factibilidade 0,37 (0,13) 0,003** 0,38 (0,12) 0,002**

Motivos para criar uma empresa 0,45 (0,17) 0,008** 0,46 (0,18) 0,012* Recursos importantes para criar uma empresa 0,00 (0,22) 0,986 0,03 (0,20) 0,878 Obstáculos para criar uma empresa -0,02 (0,11) 0,877 0,02 (0,12) 0,859 Valorização social do empresário -0,09 (0,11) 0,410 -0,10 (0,10) 0,328 Capacidades específicas para ser empresário 0,16 (0,10) 0,088 0,16 (0,09) 0,083

R2 ajustado 3,5% 51,8% 50,5%

F 3,071** 9,318** 6,746**

* p< 0,05; ** p < 0,01; B – Coeficiente da regressão não standardizado; EP – Erro padrão de B; F – Estatística F No Quadro 7 são apresentados os resultados alusivos aos três modelos de regressão linear que predizem a intenção de trabalhar para alguém. Em relação às variáveis sociodemográficas, observa-se no Modelo III, que os residentes na zona Norte (B=0,45;

(38)

Luiz Geraldo de Souza Moura Junior 29 p < 0,05) e na zona Oeste (B=0,49; p < 0,01) têm significativamente uma maior intenão de trabalharem para alguém do que os inquiridos que residem na Zona Oeste. Validamos aqui também a hipótese 1: As características demográficas influenciam a intenção laboral, mas neste caso não na intenção empreendedora mas na procura de um emprego. No que respeita às diferentes dimensões pessoais em análise, observa-se nos Modelos II e III quanto mais elevados são os scores dos recursos importantes para a criação de uma empresa (Modelo II: B=1,04; p < 0,01; Modelo III: B=0,98; p < 0,01), da valorização social do empresário (Modelo II: B=0,25; p < 0,05; Modelo III: B=0,34; p < 0,01) e da existência de capacidades específicas para ser empresário e os motivos para criar uma empresa (Modelo II: B=0,21; p < 0,05; Modelo III: B=0,23; p < 0,05) significativamente mais elevada é a intenção de ser trabalhar para alguém.Validamos assim as hipóteses H6: Os motivos para criar uma empresa influenciam positivamente a intenção laboral; H7: Os recursos importantes para a criação de uma empresa influenciam positivamente a intenção laboral; H9: A valorização social do empresário tem influencia positiva na intenção laboral e H10: As capacidades especificas para criar uma empresa têm influencia positiva na intenção laboral. Neste caso todas estas hipóteses são validadas no intenção de trabalhar para alguém e não no sentido da criar a própria empresa.

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Figura 3 – Zona de residencia
Figura 5 – Situação profissional dos pais

Referências

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