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Educação nutricional na promoção de hábitos alimentares saudáveis em pré- escolares de uma escola pública de um município do maranhão

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Mestrado em Educação para Saúde

Educação nutricional na promoção de hábitos alimentares

saudáveis em pré-escolares de uma escola pública de um

município do maranhão

Maria Milena Bezerra Sousa

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Maria Milena Bezerra Sousa

Educação Nutricional na promoção de hábitos alimentares

saudáveis em pré-escolares de uma de escola pública de um

município do maranhão

Trabalho de Projeto do Mestrado em Educação para a Saúde, apresentado à Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra e à Escola Superior de Educação de

Coimbra para obtenção do grau de Mestre

Constituição do júri

Presidente: Prof.ª Doutora Ana Paula Amaral Arguente: Prof. Doutor Lino Jorge de Jesus Mendes Orientador: Prof.ª Mestre Maria Helena Soares Loureiro Co-orientadora: Josenilde Sousa e Silva

Data da realização da Prova Pública: 17 de julho de 2018

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Mestrado em Educação para a Saúde

AGRADECIMENTOS

A Deus, por está sempre ao meu lado, me ajudando a superar todos os obstáculos encontrados no decorrer da minha vida, guiando meus passos sempre pelo caminho do bem e do aprendizado. Obrigada Senhor, por tudo!

Aos meus pais, Nazeu Oliveira e Terezinha Bezerra (in memorian) que mesmo não estando entre nós fisicamente, mais sinto sempre eles ao meu lado, me fortalecendo em todos os momentos, sei que estão orgulhosos por me. Obrigada por tudo, pois tudo que sou hoje foi fruto do trabalho e dedicação de vocês. Amo vocês.

Ao meu esposo, Lúcio, por sempre me apoiar nas escolhas, nos momentos de alegria e de tristeza, reconhecendo a importância deste passo para o meu crescimento profissional e pessoal; e pela paciência no momento em que estive ausente para concretizar esta pesquisa. Te amo muito...! Obrigada por estar presente na minha vida.

Aos meus filhos, Maria de Jesus, Maria Julyana e João Guilherme, por compreenderem minha ausência e muitas vezes minha falta de paciência. Amo muito.

Aos meus irmãos, Maria de Fátima, Marilene, Marinaldo (in memorian), Maristela, Maria Luiza, Marivam, Marinalva, Maricélia e Maria Cleude, esta agradeço um pouco mais por ter ajudado nas etapas da coleta de dados. Obrigada por acreditarem no meu potencial, incentivando-me a seguir meus objetivos profissionais e pessoais. Amo vocês.

Aos meus cunhados e sobrinhos, em especial Henos Medeiros, Nazeu Oliveira, Mychelly Araújo, Maria Eduarda Sousa e Bruno Gomes por terem participado mais de perto desse momento ajudando de uma forma ou outra, a coletar dos dados, empréstimo de material e por estarem sempre disponível quando precisei. Obrigada pelo apoio. Amo vocês.

As minhas amigas nutricionistas, Maria Tereza Medeiros Aureliano de Lima, Fábia Alessandra de Britto, Ana Gabriella Amorim, Bruna Renata Pires, Eliete

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Escola Superior de Educação eEscola Superior de Tecnologia da Saúde | Politécnico de Coimbra

Costa, Simone Nunes, Maria Patrícia Barroso, Patrícia Moreira, Conceição de Maria Ribeiro, Maria da Conceição Ribeiro, Maria Gorete Batista, Aurizete Xavier, Verônica Anchieta, Célia Regina Gomes, Gian Carlos Bezerra, Josenilde Sousa Silva e Juliana Moreira Cruvel, por não mediram esforços para me ajudar nos momentos mais angustiantes no decorrer dessa trajetória. A Juliana Moreira um agradecimento especial por estar sempre disponível nos momentos que solicitava sua ajuda, meus sinceros agradecimentos. Vocês moram no meu coração.

Aos familiares e amigos por acreditarem que conseguiria alcançar meus objetivos, que Deus os abençoe sempre.

Profa. Dra. Maria Helena Loureiro, minha orientadora, obrigada por confiar

no meu potencial e pelos ensinamentos no decorrer dessa caminhada e demais professores do Instituto Politécnico de Coimbra.

Aos funcionários (diretora, professoras, coordenadora, secretários, manipuladores de alimentos e vigias) da escola Jardim de Infância Recanto da Alegria pela acolhida e colaboração durante esse período que estive com vocês. Muito obrigada por tudo.

As crianças, pais e responsáveis envolvidos nesse estudo, que foram elementos fundamentais e ativos na elaboração coletiva deste estudo. A eles agradeço por estarem presente nesta conquista. Lutem sempre pelo bem de suas crianças! Obrigada pelo apoio e confiança.

Ao Instituto Universitário Atlântico – IUA e Instituto Politécnico de Coimbra - EPC, que me proporcionaram a concretização desse sonho. Obrigada pela oportunidade!

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Mestrado em Educação para a Saúde

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo promover educação nutricional entre pré-escolares, pais ou responsáveis frequentadores de uma escola de educação infantil municipal da cidade de Paulo Ramos, Maranhão, Brasil. Participaram da pesquisa crianças de ambos os sexos, entre 3 a 6 anos, matriculadas no ano de 2017, com a autorização dos pais ou responsáveis. Foram recolhidas informações dos responsáveis referentes ao consumo alimentar das crianças antes e após a intervenção nutricional através da aplicação do questionário de frequência alimentar (QFA). A pesquisa constou de quatro momentos: primeiro, a avaliação antropométrica de todos os pré-escolares; segundo, reunião com os pais ou responsáveis para informar o diagnóstico nutricional das crianças e sobre o preenchimento correto do questionário socioeconômico e do QFA; terceiro, educação nutricional, realizada em três momentos diferenciados e subsequentes, utilizando métodos lúdicos pedagógicos; por último, reavaliação antropométrica e de consumo alimentar. Para análise do estado nutricional dos pré-escolares foram utilizados parâmetros antropométricos, índices de peso para idade (P/I), peso para estatura (P/E), estatura para idade (E/I) e índice de massa corporal para idade (IMC/I), utilizando-se as curvas de crescimento e os pontos de corte da Organização Mundial de Saúde, e ainda avaliação do consumo alimentar. Para a verificação das diferenças estatísticas entre o estado nutricional e o consumo alimentar antes e após a intervenção educativa foram usados os testes de McNemar ou o teste de Q de Cochran para amostras emparelhadas. Participaram 117 crianças, sendo 54,7% meninos. Observou-se prevalência de eutrofia nos pré-escolares avaliados antes da intervenção nutricional de 94,9% (P/I), 95,7% (E/I), 67,5% (IMC/I) e 66,7% (P/E) e após intervenção nutricional de 93,2%, (P/I), 98,3% (E/I), 77,8% (IMC/I) e 78,9% (P/E), sem diferença estatisticamente significante. Também não se observou diferença estatística no consumo alimentar antes e após a intervenção nutricional. A maior parte das crianças encontra-se adequada diante dos dados antropométricos, mas quanto à alimentação possuem consumo inadequado de todos os grupos de alimentos. É preciso consciencializar os

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pais e crianças para que as suas escolhas alimentares possam refletir mais saúde para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis.

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Mestrado em Educação para a Saúde

ABSTRACT

The present study aimed to promote nutritional education among preschoolers, parents or caregivers attending a municipal nursery school in the city of Paulo Ramos, Maranhão, Brazil. The study included children of both sexes, aged 3 to 6 years, enrolled in 2017, with the authorization of parents or guardians. Data were collected from those responsible for the food consumption of children before and after the nutritional intervention through the application of the food frequency questionnaire (FFQ). The research consisted of four moments: first, the anthropometric evaluation of all preschoolers; second, a meeting with the parents or guardians to inform the children's nutritional diagnosis and the correct completion of the socio-economic questionnaire and the FFQ; third nutritional education, carried out in three differentiated and subsequent moments, using pedagogic playful methods; and finally, anthropometric and food reevaluation. In order to analyze the nutritional status of preschool children, we used anthropometric parameters, weight-for-age (P / I), weight-for-height (P / E), height-weight-for-age BMI / I), using the growth curves and cut-off points of the World Health Organization, as well as food consumption assessment. To verify the statistical differences between nutritional status and food consumption before and after the educational intervention, the McNemar tests or the Cochran Q test for paired samples were used. There were 117 children, 54.7% boys. Prevalence of eutrophy in pre-school children evaluated before nutritional intervention was 94.9% (P / I), 95.7% (E / I), 67.5% (BMI / I) and 66.7% (P / E) and after nutritional intervention of 93.2% (P / I), 98.3% (E / I), 77.8% (BMI / I) and 78.9%, with no statistically significant difference. There was also no statistical difference in food consumption before and after the nutritional intervention. Most children are adequate when faced with anthropometric data, but in terms of food they have inadequate consumption of all food groups. Parents and children need to be made aware that their food choices may reflect more health for the prevention of chronic noncommunicable diseases.

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Mestrado em Educação para a Saúde

LISTA DE ABREVIATURA

DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis E/I Estatura para Idade

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMC Índice de Massa Corporal

IMC/I Índice de Massa Corporal para Idade OMS Organização Mundial de Saúde P/E Peso para Estatura

P/I Peso para Idade

QFA Questionário de Frequência Alimentar TALE Termo de Assentimento Livre e Esclarecido TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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Mestrado em Educação para a Saúde

INDICE TABELAS

Tabela 1. Características demográficas e socioeconômicas de pré-escolares matriculados em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017...18 Tabela 2. Dados da residência de pré-escolares matriculados em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017...19 Tabela 3. Eventos de saúde dos pré-escolares matriculados em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017...20 Tabela 4. Estado nutricional antes e depois das atividades educativas das crianças de uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017...21 Tabela 5. Consumo alimentar antes e após da 1º intervenção nutricional realizada em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017...22 Tabela 6. Consumo alimentar antes e após da 1º intervenção nutricional realizada em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017...23 Tabela 7. Consumo alimentar antes e após da 2º intervenção nutricional realizada em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017...24 Tabela 8. Consumo alimentar antes e após da 2º intervenção nutricional realizada em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017...25 Tabela 9. Consumo alimentar antes e depois das atividades educativas das crianças que participaram dos três momentos da intervenção educativa em escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017...26 Tabela 10. Consumo alimentar antes e depois das atividades educativas das crianças que participaram dos três momentos da intervenção educativa em escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017...27

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Mestrado em Educação para a Saúde ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO...1 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...5 3 METODOLOGIA...9 3.1 Diagnóstico da Situação...9 3.2 Objetivos...10 3.3 Amostra...10 3.4 Instrumentos de avaliação...11 3.5 Procedimento...12 3.5.1 Planeamento...12 3.5.2 Questões éticas...13 3.5.3 Estratégias...13 3.5.4 Recursos...14

3.6 Descrição das atividades de educação para saúde realizadas...14

3.7 Tratamento estatístico...15 4 RESULTADOS...17 5 DISCUSSÃO...31 6 CONCLUSÃO...37 REFERÊNCIAS...39 ANEXO...45

Anexo A - Questionário de Frequência Alimentar (QFA)...47

Anexo B - Curvas de Crescimento da OMS...55

APÊNDICES...63

Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...65

Apêndice B - Termo de Assentimento Livre e Esclarecido...67

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1 INTRODUÇÃO

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2015), existem em todo o mundo, cerca de 1,9 bilhões de indivíduos com excesso de peso, sendo não menos que 600 milhões destes, clinicamente obesos, o que já corresponde a aproximadamente 13% da população mundial e atualmente, 42 milhões de crianças menores de 5 anos apresentam sobrepeso ou obesidade. A tendência é que esse número cresça ainda mais nos próximos anos.

Segundo Fernandes, Gallo, & Advíncula (2006), o Brasil é um país que vem passando por um momento de transição nutricional, que se caracteriza pelas mudanças nos padrões de consumo alimentar da população, ocasionadas por modificações sociais, econômicas, influência dos média, família e escola, aumentando a percentagem de obesidade durante a infância, levando a graves riscos desaúde.

A transição nutricional compreende as modificações nos padrões dietéticos e nutricionais da população brasileira em todas as esferas sociais e faixas-etárias. Essa transição nutricional caracteriza-se pela redução nas prevalências dos déficits nutricionais e aumento significativo de sobrepeso e obesidade (Batista & Rissin, 2003)

Alguns aspectos elucidam este acontecimento: ocupação demográfica, saímos de uma população rural (66% nos anos 50) para uma condição de país predominantemente urbano (80% das pessoas estão residindo nos centros urbanos); outro importante facto foi à inclusão da mulher no mercado de trabalho. Facto este que deixou a mulher por muito tempo fora do lar, levando a uma redução na qualidade da alimentação servida no domicílio, uma vez que a mesma não dispõe de tempo suficiente para a prepação das refeições, optando por alimentos ultraprocessados e muitas vezes realizando as refeições fora do lar em restaurantes e com ingestão frequente de fast-foods (Batista & Rissin, 2003).

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O resultado de todas essas alterações foi um aumento considerável do consumo de alimentos ricos em carboidratos simples, ácidos gordos saturados, refrigerantes, álcool, produtos industrializados com excesso de ácidos gordos “trans”, carnes, leite e derivados ricos em gorduras, guloseimas como doces, chocolates, rebuçados etc., (Escoda, 2002).

Nesse contexto, a saúde infantil é considerada um indicador de saúde pública de um país e reflete as condições de vida de uma população. Há algum tempo atrás a desnutrição infantil era o distúrbio nutricional mais frequentemente observado nas crianças menores de cinco anos. Sobretudo, nos dias atuais, os estudos vêm mostrando um aumento significativo do sobrepeso em crianças, decorrente dessa transição nutricional (Batista, & Rissin, 2010).

Portanto, as escolas têm sido um cenário popular e importante para aplicar estratégias de educação nutricional, uma vez que oferecem contato contínuo com as crianças (Millimet, Tchernis, & Husain, 2010).

A educação nutricional em longo prazo e continua, garante modificações na vida de uma comunidade, para que a educação seja efetiva é necessário que, além das crianças os pais ou cuidadores domésticos sejam incluídos nessa dinâmica educacional, (Souza, Cunha, & Bissole, 2012).

A idade pré-escolar é um período adequado para a concepção de bons hábitos alimentares, neste período inicia a formação propriamente dita das escolhas, aversões e aceitação dos alimentos. A realização de ações precoces de intervenção e monotorização do estado nutricional nas escolas é fundamental para promover um bom estado nutricional “(Fagiole & Nasser, 2011, como referido em Lima, 2015). ”

A escola é um meio facilitador de acesso às crianças, e tem sido destaque nos esforços globais de combate aos problemas relacionados à obesidade. O ambiente escolar é fundamental para favorecer um bom estado nutricional, pois pode alterar os hábitos alimentares, através da promoção de atividades de educação nutricional, tornando-se um espaço importante para prevenir e/ou combater a desnutrição, sobrepeso e obesidade (Alves, & Albiero, 2010).

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A maioria das pesquisas realizadas em ambiente escolar tem sido focada na oferta da educação nutricional (Silveira, Taddei, Guerra, & Nobre, 2011), diminuição do tempo gasto em frente às telas (televisão, videogame, computadores e celulares), redução do comportamento sedentário com distribuição de panfletos e palestras educativas bem como programas de atividade física, e na modificação do cardápio oferecido pelas cantinas escolares (Gupta, Gael, Shah, & Misra, 2012).

A referida pesquisa pretendeu avaliar o efeito da educação nutricional na modificação de hábitos alimentares em pré-escolares e de seus pais ou responsáveis. Desse modo a pesquisa foi essencial para promover novos estudos, ampliar a visão da sociedade em relação ao problema da epidemia obesidade, o cuidado com nossas crianças e propor novas políticas públicas voltadas para a saúde dessa faixa etária.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O aumento da prevalência do sobrepeso e obesidade infantil é notório em vários países, inclusive no Brasil, interferindo na saúde e na qualidade de vida das crianças, com repercussões na vida adulta. Este aumento do número de crianças com excesso de peso correlaciona-se com modificações no estilo de vida, como o sedentarismo, hábitos alimentares inadequados, aumento do consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar (Bosco, 2010).

Assim a obesidade é considerada atualmente como um problema de saúde pública tanto na população jovem como na adulta. Os dados referentes às crianças brasileiras, levantadas em 1989 pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição e pelo Programa Nacional de Saúde e Nutrição, sinalizam que cerca de um milhão e meio de crianças são obesas, com maior prevalência nas meninas e nas áreas de maior desenvolvimento. No entanto essa realidade está-se modificando, visto que a obesidade está aumentando nos meninos e nas classes sociais mais carentes (Giugliano, & Carneiro, 2004).

Os primeiros anos de vida podem ser considerados como fase pré-escolar, compreendendo a faixa etária de três a seis anos, período onde é observado crescimento corporal acentuado, ainda que de ritmo mais ou menos constante. A qualidade da alimentação é essencial para o amadurecimento orgânico, saúde física e psicossocial. Durante este período muitos comportamentos relacionados com a alimentação são adquiridos, e muitos erros alimentares se iniciam, como o exagero de ingestão de doces e gorduras, acompanhados por um déficit de ingestão de hortaliças, legumes e frutos, por este motivo é fundamental o início da educação alimentar nesse período(Nunes, & Breda, 2001).

Portanto, a alimentação da criança, desde o nascimento e nos primeiros anos de vida, tem repercussões ao longo de toda a vida. É considerada como um dos factores mais importantes para a saúde da criança. Nesta idade, além de prover as necessidades nutricionais, também é uma das fundamentais formas de contato com o mundo externo (Bernart, & Zanardo, 2011).

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De acordo com Vitolo, (2008), as práticas alimentares no primeiro ano de vida constituem um marco importante na formação de hábitos alimentares saudáveis. A aquisição de hábitos saudáveis começa com a carga genética que interfere nas preferências alimentares e que vai modificando de acordo com o ambiente onde a criança está inserida.

Desse modo, o estado nutricional da população infantil de um país é fundamental para estimar o desenvolvimento das condições de saúde e de vida da população em geral, considerando o seu caráter multicausal, relacionado com o grau de atendimento das necessidades básicas como alimentação, saneamento, acesso aos serviços de saúde, nível de escolaridade e renda, entre outros, (Brito Costa, & Schmitz, 2005).

Portanto a educação nutricional poderá gerar o desenvolvimento da capacidade de compreensão das práticas e comportamentos, e as informações ou as aptidões resultantes desse processo, (Rodrigues, & Boog, 2006).

Visto que, a avaliação do estado nutricional na infância representa um importante dado sobre o status de saúde de uma população, parece claro, na literatura, que crianças que apresentam alterações relacionadas à desnutrição ou ao excesso de peso, apresentam maior expectativa de apresentar certos problemas de saúde. As morbilidades são idênticas àquelas encontradas na população adulta, incluindo aumento da pressão sanguínea, dislipidemia, maior prevalência de factores associados com a insulinorresistência e á diabetes tipo II (Salomons, Reach, & Loch, 2007).

A infância representa a última ocasião para que os pais possam influenciar futuras escolhas alimentares de seus filhos. Os hábitos alimentares adequados asseguram não só o desenvolvimento e crescimento positivo, como também ajudam os futuros adultos na manutenção desses hábitos com consequente redução de adquirir doenças degenerativas em idades mais avançadas (Bernart, & Zanardo, 2011).

Portanto, a consequência destas mudanças reflete-se no estado nutricional das crianças, resultando num contexto epidemiológico de transição nutricional,

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onde ocorre a transferência dos déficits pelos excessos nutricionais. Esta modificação no perfil nutricional da população pediátrica é comprovada pelos dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, de 1989, que revelam a existência de cerca de 1,5 milhões de crianças obesas. Há prevalência no sexo feminino e entre as crianças com melhores condições econômicas, sendo que o índice registrado nas regiões Sul e Sudeste é o dobro da região Nordeste, (Bosco, 2010).

É no período pré-escolar que inicia o vínculo entre as crianças e os alimentos, sendo ele o responsável pela a formação dos hábitos alimentares. Esta fase é um período decisivo na formação de hábitos alimentares, que tendem a continuar na vida adulta, por este motivo a alimentação saudável e equilibrada deve ser estimulada e apresentada para esta faixa etária. A alimentação nessa idade é considerada como um dos factores externos mais importantes, relacionados ao crescimento e desenvolvimento (Bernart, & Zanardo, 2011).

Por este motivo a implementação de programas de educação nutricional nas escolas e a consequente criação de um ambiente favorável é fundamental para a saúde e a promoção de práticas alimentares e estilo de vida saudáveis, constituindo estratégias para enfrentar problemas alimentares e nutricionais como obesidade e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) (Fernandes, Bernardo, Campos & Vasconcelos, 2009).

Neste contexto o papel dos pais na mudança dos hábitos alimentares é de suma importância, cabendo-lhes oferecer os alimentos adequados, bem como atentar para os horários das refeições, auxiliando seus filhos na escolha de alimentos saudáveis e porções adequadas, ajudando assim no controle e tratamento da obesidade. (Bosco, 2010).

A idade escolar é considerada a fase de maior importância para a formação dos hábitos alimentares, pois é nessa fase que as crianças desenvolvem suas preferências e gostos alimentares, pois nesse período têm contato com grande variedade de alimentos. Nessa fase as crianças já exercem certa autonomia nas suas escolhas, porém são influenciadas por vários factores externos, levando-as a

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aquisição de hábitos alimentares não muito saudáveis, dentre esses factores podemos citar: os media, família e escola. Porém, os media tem sido um determinante muito forte nas escolhas alimentares, podendo até mesmo decidir o padrão de nutrição dos indivíduos, as propagandas muito atraentes e estimuladoras conseguem incentivar de forma significativa o aumento do consumo de alimentos ricos em açúcares, gorduras e sal, deixando as crianças mais vulneráveis a desenvolver doenças. (Bosco, 2010).

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3 METODOLOGIA

3.1 Diagnóstico da Situação

O quadro epidemiológico brasileiro atual revela uma fase de transição nutricional, com predominância de aumento das DCNT cuja morbimortalidade associa-se com a alimentação e o estilo de vida. Melhorar a saúde e o estado nutricional de crianças e adolescentes é um investimento efetivo para as futuras gerações e, consequentemente, para a nação. Pré-escolas e escolas parecem oferecer inúmeras possibilidades e oportunidades de promover alimentação saudável além de favorecer e estimular a atividade física.

É notório que a obesidade infantil tem aumentando de forma significativa e que ela determina diversos problemas de saúde na infância e na idade adulta. Na infância, a problemática é difícil, pois está relacionado a alterações de hábitos e disponibilidade dos pais, além da falta de compreensão da criança quanto ás consequências da obesidade.

A pesquisa foi realizada numa escola pública do município de Paulo Ramos/Maranhão. A escolha da escola foi feita por conveniência e por ter maior número de crianças que se encontram na faixa etária proposta no estudo. O município está situado no médio Mearim do Estado do Maranhão, a 320 km quilômetros de São Luís – Maranhão – Brasil. Possui área de 1.098,497km 2, possuindo atualmente 20.079 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017), dividido em zona rural e sede.

O presente estudo foi de grande importância para promover mudanças nos hábitos alimentares, uma vez que contribuiu de forma relevante para mudanças no comportamento alimentar através de ações educativas sobre nutrição e alimentação saudável e, bem como, prevenção de DCNT associada à obesidade.

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3.2 Objetivos

Geral

Promover educação nutricional entre pré-escolares, pais ou responsáveis frequentadores de uma escola de Educação Infantil Municipal da cidade de Paulo Ramos, Maranhão, Brasil, utilizando técnicas ludo pedagógicas.

Específicos

Analisar os dados socioeconômicos e demográficos das crianças, pais ou responsáveis de uma escola da rede pública do município de Paulo Ramos/MA;

Realizar educação nutricional aos pré-escolares e pais ou responsáveis, utilizando atividades lúdicas;

Realizar a avaliação antropométrica das crianças matriculadas na referida escola antes e após a educação nutricional;

Comparar o consumo alimentar dos pré-escolares antes e após a educação nutricional

3.3 Amostra

As crianças estudadas estavam regularmente matriculadas na escola no ano de 2017. A população total de crianças na escola era de 160 distribuídas em sete salas nos turnos matutino (4 salas) e vespertino (3 salas). Considerando-se o nível de confiança de 95% com erro amostral de 5% encontrou-se uma amostra de 117 crianças, das quais 64 (54,7%) eram do gênero masculino e 53 (45,3%) eram do gênero feminino.

Foram incluídos no estudo os pré-escolares entre 3 a 6 anos, com a autorização dos pais ou responsáveis, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A), assentimento da criança através do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE)

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(APÊNDICE B) e a presença do pré-escolar nos dias de coletas de dados.

Não foram incluídos na pesquisa aqueles que não estiveram presentes nos dias das coletas dos dados e aqueles cujos pais ou responsáveis não assinaram o TCLE.

Foram excluídos da pesquisa aqueles participantes que apresentaram questionários com preenchimentos incompletos.

3.4 Instrumentos de avaliação

Para executar a avaliação do trabalho e atender os objetivos do mesmo, foram escolhidos três instrumentos de avaliação, são eles: o questionário antropométrico, socioeconômico e eventos de saúde da criança (APÊNDICE C) e o questionário de frequência alimentar (QFA) (ANEXO A).

O questionário antropométrico, socioeconômico e eventos de saúde da criança, foram elaborados pela própria pesquisadora, constou de informações sobre a antropometria da criança, rendimento, escolaridade dos pais/ responsáveis, condições de moradia, eventos de saúde do pré-escolar entre outros. O QFA empregado foi o de Colluci (2004) validado para crianças de 0 a 5 anos, já que é um dos métodos mais utilizados por ter a vantagem de medir o consumo alimentar habitual, além de ser de fácil utilização e de apresentar baixo custo. O QFA foi adaptado aos hábitos alimentares da população do município e foi composto por 62 alimentos com possibilidades de resposta para o consumo (nunca, 1 a 3 vezes por mês, 2 a 4 vezes por semana, 1 vez ao dia ou 2 vezes ou mais ao dia).

Para as medidas antropométricas: o peso foi obtido por meio de uma balança portátil digital com capacidade para 150 kg e precisão de 100 grama devidamente calibrada; a estatura foi aferida por meio de um estadiómetro com extensão de 2 m e sensibilidade de 0,5 cm.

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3.5 Procedimento

3.5.1 Planeamento

O recrutamento dos sujeitos foi através do acesso ao banco de dados da secretaria municipal de educação, a fim de saber o número de crianças matriculadas no ano de 2017 naquela escola. Antes do início da pesquisa, esta foi apresentada a toda a escola. Os pais ou responsáveis das crianças foram convocados por meio de convites enviados pela direção da escola pelos seus filhos, para participarem de reuniões previamente agendadas para esclarecimento da pesquisa (objetivos, metodologia, forma de preenchimento dos questionários etc.).

A pesquisa constou de quatro momentos, no período dos meses de março a outubro de 2017. Primeiramente foi realizada a avaliação antropométrica de todos os pré-escolares, peso, estatura e índice de massa corporal (IMC). No segundo momento foi realizada uma reunião com os pais ou responsáveis para informar o diagnóstico nutricional do pré-escolar e informar sobre a pesquisa (objetivos, metodologia e autorização para participação da criança) e o preenchimento correto dos questionários socioeconômicos e do QFA. Os questionários foram entregues aos pais ou responsável das crianças para que estes fossem preenchidos e devolvidos para a escola, no prazo de quinze dias, juntamente com o TCLE. Na terceira etapa foi realizada a educação nutricional, esta aconteceu em três momentos, nos meses de agosto, setembro e outubro do corrente anopara todos os participantes e aos seus responsáveis em momentos distintos. Na última etapa que ocorreu seis meses após a primeira avaliação antropométrica foi realizada uma reavaliação antropométrica e de consumo alimentar.

Os dados antropométricos foram coletados por profissionais habilitados e treinados para tal fim, sob a supervisão da pesquisadora. A medida do peso foi obtida com as crianças descalças, usando roupas leves e posicionada no centro da plataforma da balança com o peso igualmente distribuído entre os pés. A estatura foi aferida por um estadiómetro com a criança em pé, descalça em posição ortostática encostada na parede. A partir da coleta dos dados acima, calculou o

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IMC (peso/ altura²- kg/m²), indicando a proporção do peso do corpo para a altura elevado ao quadrado.

Para análise do estado nutricional das crianças de 2 a 5 anos foram utilizados os índices de peso para idade (P/I), peso para estatura (P/E), estatura para idade (E/I) e IMC para idade (IMC/I), expressos em valores de escore - Z. O IMC foi calculado a partir da seguinte fórmula: massa corporal atual (Kg) / estatura (m) ². Já para a referência antropométrica foram utilizadas as curvas de crescimento da Organização Mundial de Saúde, (OMS, 2006-2007) (ANEXO B).

Para a classificação do estado nutricional foram empregados os valores propostos pela OMS (OMS, 2006-2007). Segundo o P/I, adotaram os seguintes pontos de corte: escore Z˂-3= muito baixo peso; ≥ escore Z -3 e escore Z ˂-2= baixo peso; ≥ escore Z -2 e ≤ +2= eutrofia; escore Z > +2= peso elevado. Para a classificação baseada no índice E/I, os pontos de corte foram: < escore Z -2= baixa estatura; ≥ escore Z -2= estatura adequada. Já para a classificação segundo os índices P/E e IMC, os seguintes pontos de corte serão adotados: < escore Z -2= magreza; ≥ escore Z -2 e ≤ escore Z +1= eutrofia; > escore Z +1 e ≤ +2= risco de sobrepeso; > escore Z +2 e ≤ escore Z +3= sobrepeso; escore Z> +3= obesidade.

3.5.2 Questões éticas

Em respeito à Resolução Nº466/12 do Conselho Nacional de Saúde, a pesquisa foi iniciada após sua apreciação e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Maranhão – UNICEUMA, com o número do parecer Nº 2.273.898. O TCLE foi apresentado a todos os pais ou responsáveis dos sujeitos da pesquisa assim como o TALE para os pré-escolares, que foram informados sobre os objetivos da pesquisa.

3.5.3 Estratégias

A Educação nutricional foi desenvolvida com o intuito de transmitir ás crianças e seus pais ou responsáveis informações sobre alimentação saudável e

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nutrição, buscando a formação de hábitos alimentares saudáveis, como forma de prevenir eventuais distúrbios de saúde relacionados à má alimentação.

Avaliou-se também as condições socioeconômicas, demográficas, consumo alimentar e o estado nutricional de cada criança em dois momentos diferentes: no início e no término das atividades educacionais.

3.5.4 Recursos

O conteúdo de educação nutricional foi ministrado a partir de métodos lúdicos educativos, utilizados alimentos in-natura, alimentos confeccionados, pirâmide alimentar, porções e frequência de grupos de alimentos (adaptada de Philippi, 2008, Brasil, 2013 & SBP, 2012) e para as palestras animadas (elaboração própria) foi utilizado o data show.

3.6 Descrição das atividades de educação para saúde realizadas

As atividades de educação nutricional foram aplicadas a todos os pré-escolares da escola e com os pais ou responsáveis em momentos diferentes, o dia escolhido para as crianças foram as segundas-feiras por ter menos faltosos e o dia dos pais foi escolhida as sextas-feiras por conveniência e preferência da direção da escola. As turmas foram divididas de duas em duas nos dois turnos matutino e vespertino para melhor compreensão e controle dos alunos, sempre com o auxílio dos professores, coordenador e diretor da escola. O conteúdo foi ministrado a partir de métodos lúdicos educativos utilizandos alimentos in-natura, alimentos confeccionados em feltro, pirâmide alimentar, porções e frequência de grupos de alimentos e para as palestras animadas foi utilizado o data show. Procurou-se avaliar a interação e o conhecimento dos participantes, a fim de realizar um processo educacional interativo e dinâmico.

O programa consistiu de três encontros mensais de 50 minutos cada e abordou os seguintes temas: grupos alimentares, alimentos e nutrientes, pirâmide alimentar, guia da pirâmide alimentar e recapitulação de todo o conteúdo.

(31)

Dentre as atividades desenvolvidas, destacam-se “desvendando os segredos dos alimentos” através dos sentidos (visão, paladar, tato olfacto), as crianças tocaram os alimentos in natura com as mãos tendo os olhos vendados, permitindo perceber a textura e o cheiro, sabor dos mesmos e tentando adivinhar de qual alimento se tratava. As propriedades nutricionais de cada alimento foram destacadas neste momento.

A pirâmide alimentar foi apresentada as crianças de forma lúdica, alimentos confeccionados em feltro que podiam ser retirados e recolocados na pirâmide, foram explicados sua divisão, hierarquia, porção e grupo de alimentos, demonstrando suas diferenças e importância. No final da dinâmica os alunos deveriam recolocar os alimentos nos seus respectivos lugares.

Aos pais foram ministradas palestras educativas sobre alimentação saudável e debate para esclarecer possíveis dúvidas sobre alimentação e nutrição.

Ao final do projeto os pais foram convidados para serem informados e orientados a respeito do estado nutricional atuais das crianças e sobre modificações necessárias aos hábitos alimentares.

3.7 Tratamento estatístico

Com os dados recolhidos elaborou-se uma base de dados através do programa STATA® (versão 14.0). As variáveis qualitativas foram apresentadas em valores absolutos e frequências relativas.

Para a verificação das diferenças estatísticas entre o estado nutricional antes e após a intervenção educativa e entre a frequência do consumo alimentar antes e após a intervenção educativa foi usado os testes de McNemar ou o teste de Q de Cochran para amostras emparelhadas.

Para os testes de consumo alimentar a categorização para verificação das diferenças foi: nunca, 1 a 3 vezes/mês, 2 a 4 vezes/semana, 1 vez/dia e 2 ou mais vezes/dia. O nível de significância adotado foi de 5%.

(32)
(33)

4 RESULTADOS

Dos 160 pré-escolares avaliados inicialmente neste estudo, 43 foram excluídos, pois apresentaram questionários com preenchimentos incompletos, totalizando uma amostra final de 117 crianças. Após a intervenção nutricional composta de 3 encontros participaram 65 crianças.

A maioria dos pré-escolares era do gênero masculino 64 (54.7%) e 53 (45,3%) eram do gênero feminino e apresentava 4 anos de idade 51.3%. A raça parda foi autodeclarada por 66,7% dos entrevistados. O rendimento familiar entre três a cinco salários mínimos foi referido por 81,2% dos responsáveis participantes, sendo a mãe a que mais participou no preenchimento dos questionários do estudo 88.0% (Tabela 1).

Quanto à escolaridade, a maioria dos responsáveis possuía o ensino médio completo 33,3%. Em relação ao estado civil dos pais ou responsáveis, verificou-se que 67,5% eram casados ou encontrava-se em união estável (Tabela 1).

(34)

Tabela 1. Características demográficas e socioeconômicas de pré-escolares matriculados em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.

Variável n % Variável n % Sexo Raça Masculino 64 54.70 Branca 24 20.51 Feminino 53 45.30 Parda 78 66.67 Mulata 09 7.69 Negra 06 5.13

Idade da criança Estado civil

3 anos 14 11.97 Solteiro (a) 30 25.64

4 anos 60 51.28

Casado (a) ou união

estável 79 67.52

5 anos 41 35.04

Separado (a) ou

divorciado (a) 05 4.27

6 anos 02 1.71 Viúvo (a) 01 0.85

Outro 02 1.71

Parentesco com a

criança Renda familiar

Avó (ô) 03 2.56 0 a 2 salários mínimos 02 1.71

Mãe 103 88.03 3 a 5 salários mínimos 95 81.20

Pai 09 7.69 5 a 7 salários mínimos 16 13.68

Tio (a) 02 1.71 >7 salários mínimos 04 3.42

Escolaridade do parente Analfabeto 05 4.27 Ensino fundamental incompleto 28 23.93 Ensino fundamental completo 13 11.11 Ensino médio incompleto 18 15.38 Ensino médio completo 39 33.33 Ensino superior 14 11.97 TOTAL 117 100.00 TOTAL 117 100.00

(35)

Em relação às condições de moradia, a maioria das residências era própria 86,3%, de alvenaria 91.5%, com banheiro com vaso sanitário 82.0%, presença de coleta de lixo 79.5% e a proveniência da água era por poço 61.5%, entretanto, 72.6% das residências não tinha rede de esgoto (Tabela 2).

Tabela 2. Dados da residência de pré-escolares matriculados em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.

Variável n %

Número de pessoas no domicílio

<=3 22 18.80 3 a 6 84 71.79 7 a 10 11 9.40 Estrutura da residência Alvenaria 107 91.45 Taipa 08 6.84 Madeira 02 1.71 Situação da residência Própria 101 86.32 Alugada 09 7.69 Cedida 06 5.13 Outra situação 01 0.85

Banheiro com vaso sanitário

Não 21 17.95 Sim 96 82.05 Rede de esgoto Não 85 72.65 Sim 32 27.35 Coleta de lixo Não 24 20.51 Sim 93 79.49 Proveniência da água

Rede geral de distribuição 44 37.61

Poço 72 61.54

Outro meio 01 0.85

TOTAL 117 100.00

(36)

Na Tabela 3 são apresentados os eventos de saúde dos pré-escolares. De acordo com relato dos pais verificou- se que 94.9% das mães realizaram pré-natal durante a gestação. A idade materna predominante foi de 21-40 anos de idade no nascimento da criança 75.2%, o aleitamento materno foi observado em 88.9% dos participantes e a ausência de doença crônica na criança foi de 92.3%.

Tabela 3. Eventos de saúde dos pré-escolares matriculados em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.

Variável n %

Pré-natal durante a gestação

Não 04 3.42

Sim 111 94.87

Não sabe 02 1.71

Idade materna no nascimento do filho

<15 anos 05 4.27 15-20 anos 24 20.51 21-40 anos 88 75.21 Aleitamento materno Não 13 11.11 Sim 104 88.89

Doença crônica na criança

Não 108 92.31

Sim 09 7.69

TOTAL 117 100

Fonte: Elaboração própria, 2017.

De acordo com a Tabela 4, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os indicadores antropométricos antes e após a educação nutricional. Porém, a prevalência de eutrofia nos pré-escolares avaliados antes da intervenção nutricional conforme os índices P/I, E/I, IMC/I e P/E, foram, respectivamente, 94,9%, 95,7%, 67,5% e 66,7% após intervenção nutricional foram 93,2%, 98,3%, 77,8% e 78,9%, respectivamente.

(37)

Tabela 4. Estado nutricional antes e depois das atividades educativas das crianças de uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.

ESTADO NUTRICIONAL

Antes da intervenção Depois da intervenção

N % n % p-valor P/I 1.000 Baixo 02 1.71 03 2.56 Adequado 111 94.87 109 93.16 Elevado 04 3.42 05 4.27 E/I 0.083

Muito baixa e baixa 05 4.27 02 1.71

Adequada 112 95.73 115 98.29 IMC/I 1.000 Magreza acentuada e magreza 15 12.82 08 6.84 Eutrofia 79 67.52 91 77.78 Risco de sobrepeso 18 15.38 12 10.26 Sobrepeso e obesidade 05 4.27 06 5.13 P/E* 0.790 Magreza acentuada e magreza 11 12.64 02 3.85 Eutrofia 58 66.67 41 78.85 Risco de sobrepeso 14 16.09 06 11.54 Sobrepeso e obesidade 04 4.60 03 5.77 TOTAL 117 100.00 117 100.00

Fonte: Elaboração própria, 2017.

*n=87 (crianças menores de 5 anos de idade) **n=52 (crianças menores de 5 anos de idade)

O excesso de peso, segundo o índice IMC/I, foi identificado em 19,6% da amostra antes da intervenção nutricional e em 15,4% após a intervenção. Em contrapartida, nesse mesmo parâmetro observou-se, desnutrição aguda caracterizada pelo baixo peso em 12,8% dos pré-escolares antes da educação nutricional, com redução para 6,8%, após as ações educativas. Com relação ao parâmetro P/E, observou- se que 12,6% dos pré-escolares apresentaram–se com baixo peso para a estatura, porém ao término das atividades educativas, verificou-se uma redução nessa percentagem para 3,8%. Outro indicador que apreverificou-sentou

(38)

diferença na prevalência foi a E/I, antes da intervenção 95,7% apresentavam adequada estatura para idade aumentando para 98,3%.

Tabela 5. Consumo alimentar antes e após da 1º intervenção nutricional realizada em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.

GRUPOS DE ALIMENTOS Antes do 1º momento de

intervenção nutricional

Depois do 1º momento de

intervenção nutricional p-valor Cereais, tubérculos e massas N % n % 0.726 1 a 3 vezes / mês 00 00 01 0.85 2 a 4 vezes / semana 08 6.84 09 7.69 1 vez / dia 12 10.26 16 13.68

2 ou mais vezes / dia 97 82.91 91 77.78

Pães, biscoitos e

cereais matinais 1.000

1 a 3 vezes/mês 01 0.85 01 0.85

2 a 4 vezes / semana 30 25.64 30 25.64

1 vez / dia 40 34.19 43 36.75

2 ou mais vezes / dia 46 39.32 43 36.75

Leguminosas 1.000

Nunca 05 4.27 05 4.27

1 a 3 vezes/mês 05 4.27 05 4.27

2 a 4 vezes / semana 44 37.61 45 38.46

1 vez / dia 26 22.22 25 21.37

2 ou mais vezes / dia 37 31.62 37 31.62

Leites e derivados 0.607

1 a 3 vezes/mês 04 3.42 05 4.27

2 a 4 vezes / semana 17 14.53 13 11.11

1 vez / dia 34 29.06 31 26.50

2 ou mais vezes / dia 62 52.99 68 58.12

Verduras e legumes 0.541

Nunca 10 8.55 12 10.26

1 a 3 vezes/mês 12 10.26 08 6.84

2 a 4 vezes / semana 48 41.03 43 36.75

1 vez / dia 32 27.35 35 29.91

2 ou mais vezes / dia 15 12.82 19 16.24

TOTAL 117 100.00 117 100.00

(39)

Tabela 6. Consumo alimentar antes e após da 1º intervenção nutricional realizada em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.

GRUPOS DE ALIMENTOS Antes do 1º momento de

intervenção nutricional Depois do 1º momento deintervenção nutricional p-valor

Frutas N % N % 0.663 1 a 3 vezes/mês 05 4.27 01 0.85 2 a 4 vezes / semana 38 32.48 40 34.19 1 vez / dia 24 20.51 30 25.64 2 ou mais vezes / dia 50 42.74 46 39.32 Carnes e ovos 1.000 1 a 3 vezes/mês 07 5.98 06 5.13 2 a 4 vezes / semana 60 51.28 62 52.99 1 vez / dia 25 21.37 27 23.08 2 ou mais vezes / dia 25 21.37 22 18.80 Bebidas -2 ou mais vezes / dia 117 100.00 117 100.00 Doces, açúcares e outros 0.343 1 a 3 vezes/mês 05 4.27 03 2.56 2 a 4 vezes / semana 17 14.53 15 12.82 1 vez / dia 32 27.35 47 40.17 2 ou mais vezes / dia 63 53.85 52 44.44 Preparações (arroz com frango, maria

isabel*, sopas) 0.855 Nunca 07 5.98 07 5.98 1 a 3 vezes/mês 41 35.04 39 33.33 2 a 4 vezes / semana 39 33.33 42 35.90 1 vez / dia 14 11.97 15 12.82 2 ou mais vezes / dia 16 13.68 14 11.97 TOTAL 117 100.00 117 100.00

(40)

Tabela 7. Consumo alimentar antes e após da 2º intervenção nutricional realizada em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.

GRUPOS DE ALIMENTOS Antes do 2º momento de intervenção nutricional Depois do 2º momento de intervenção nutricional p-valor Cereais, tubérculos e massas N % n % 0.726 1 a 3 vezes/mês 00 00 01 0.93 2 a 4 vezes / semana 08 6.84 07 6.54 1 vez / dia 12 10.26 15 14.02

2 ou mais vezes / dia 97 82.91 84 78.50

Pães, biscoitos e cereais

matinais 1.000

1 a 3 vezes/mês 01 0.85 01 0.93

2 a 4 vezes / semana 30 25.64 28 26.17

1 vez / dia 40 34.19 37 34.58

2 ou mais vezes / dia 46 39.32 41 38.32

Leguminosas 1.000

Nunca 05 4.27 04 3.74

1 a 3 vezes/mês 05 4.27 05 4.67

2 a 4 vezes / semana 44 37.61 39 36.45

1 vez / dia 26 22.22 22 20.56

2 ou mais vezes / dia 37 31.62 37 34.58

Leites e derivados 0.607

1 a 3 vezes/mês 04 3.42 05 4.67

2 a 4 vezes / semana 17 14.53 12 11.21

1 vez / dia 34 29.06 28 26.17

2 ou mais vezes / dia 62 52.99 62 57.94

Verduras e legumes 0.541

Nunca 10 8.55 12 11.21

1 a 3 vezes/mês 12 10.26 08 7.48

2 a 4 vezes / semana 48 41.03 38 35.51

1 vez / dia 32 27.35 31 28.97

2 ou mais vezes / dia 15 12.82 18 16.82

TOTAL 117 100.00 107 100.00

(41)

Tabela 8. Consumo alimentar antes e após da 2º intervenção nutricional realizada em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.

GRUPOS DE ALIMENTOS Antes do 2º momento de intervenção nutricional Depois do 2º momento de intervenção nutricional p-valor Frutas n % n % 1 a 3 vezes/mês 05 4.27 01 0.93 0.503 2 a 4 vezes / semana 38 32.48 35 32.71 1 vez / dia 24 20.51 27 25.23

2 ou mais vezes / dia 50 42.74 44 41.12

Carnes e ovos

1 a 3 vezes/mês 07 5.98 06 5.61 1.000

2 a 4 vezes / semana 60 51.28 56 52.34

1 vez / dia 25 21.37 24 22.43

2 ou mais vezes / dia 25 21.37 21 19.63

Bebidas

2 ou mais vezes / dia 117 100.00 107 100.00

-Doces, açúcares e outros

1 a 3 vezes/mês 05 4.27 02 1.87 0.343

2 a 4 vezes / semana 17 14.53 13 12.15

1 vez / dia 32 27.35 45 42.06

2 ou mais vezes / dia 63 53.85 47 43.93

Preparações (arroz com frango, maria isabel, sopas)

Nunca 07 5.98 06 5.61 0.711

1 a 3 vezes/mês 41 35.04 36 33.64

2 a 4 vezes / semana 39 33.33 38 35.51

1 vez / dia 14 11.97 14 13.08

2 ou mais vezes / dia 16 13.68 13 12.15

TOTAL 117 100.00 107 100.00

(42)

Tabela 9. Consumo alimentar antes e depois das atividades educativas das crianças que participaram dos três momentos da intervenção educativa em escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.

GRUPOS DE ALIMENTOS Antes do 3º momento de intervenção nutricional Depois do 3º momento de intervenção nutricional p-valor Cereais, tubérculos e massas N % n % 1.000 1 a 3 vezes/mês 00 00 01 1.54 2 a 4 vezes / semana 08 6.84 05 7.69 1 vez / dia 12 10.26 06 9.23

2 ou mais vezes / dia 97 82.91 53 81.54

Pães, biscoitos e

cereais matinais 0.753

1 a 3 vezes/mês 01 0.85 00 00

2 a 4 vezes / semana 30 25.64 22 33.85

1 vez / dia 40 34.19 26 40.00

2 ou mais vezes / dia 46 39.32 17 26.15

Leguminosas 1.000

Nunca 05 4.27 02 3.08

1 a 3 vezes/mês 05 4.27 02 3.08

2 a 4 vezes / semana 44 37.61 25 38.46

1 vez / dia 26 22.22 16 24.62

2 ou mais vezes / dia 37 31.62 20 30.77

Leites e derivados 1.000

1 a 3 vezes/mês 04 3.42 04 6.15

2 a 4 vezes / semana 17 14.53 06 9.23

1 vez / dia 34 29.06 22 33.85

2 ou mais vezes / dia 62 52.99 33 50.77

Verduras e legumes 0.301

Nunca 10 8.55 10 15.38

1 a 3 vezes/mês 12 10.26 05 7.69

2 a 4 vezes / semana 48 41.03 22 33.85

1 vez / dia 32 27.35 21 32.31

2 ou mais vezes / dia 15 12.82 07 10.77

TOTAL 117 100.00 65 100.00

(43)

Tabela 10. Consumo alimentar antes e depois das atividades educativas das crianças que participaram dos três momentos da intervenção educativa em escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.

GRUPOS DE ALIMENTOS Antes do 3º momento de intervenção nutricional Depois do 3º momento de intervenção nutricional p-valor Frutas 0.774 1 a 3 vezes/mês 05 4.27 00 00 2 a 4 vezes / semana 38 32.48 26 40.00 1 vez / dia 24 20.51 16 24.62 2 ou mais vezes / dia 50 42.74 23 35.38 Carnes e ovos 0.803 1 a 3 vezes/mês 07 5.98 04 6.15 2 a 4 vezes / semana 60 51.28 38 58.46 1 vez / dia 25 21.37 14 21.54 2 ou mais vezes / dia 25 21.37 09 13.85 Bebidas -2 ou mais vezes / dia 117 100.00 65 100.00 Doces, açúcares e outros 0.289 1 a 3 vezes/mês 05 4.27 02 3.08 2 a 4 vezes / semana 17 14.53 05 7.69 1 vez / dia 32 27.35 29 44.62 2 ou mais vezes / dia 63 53.85 29 44.62 Preparações (arroz com frango, maria

isabel, sopas) 1.000 Nunca 07 5.98 01 1.54 1 a 3 vezes/mês 41 35.04 29 44.62 2 a 4 vezes / semana 39 33.33 26 40.00 1 vez / dia 14 11.97 05 7.69 2 ou mais vezes / dia 16 13.68 04 6.15 TOTAL 117 100.00 65 100.00

(44)

As Tabelas 5, 6, 7, 8, 9 e 10 apresentam a avaliação do consumo alimentar antes e após intervenção nutricional em um, dois e três momentos respectivamente. De acordo com o QFA aplicado antes e após a intervenção nutricional, observou-se uma percentagem inadequado de consumo dos grupos de alimentos, porém não foram observadas diferenças estatísticas significativas entre consumo alimentar antes e depois das ações educativas, contudo constatou-se mudança na frequência do consumo de praticamente todos os grupos de alimentos, após a educação nutricional.

Nas Tabelas 5 e 6 está representado o consumo alimentar antes e depois da intervenção nutricional das crianças que participaram da primeira atividade educacional, com a presença dos 117 participantes (100% da amostra). Observaram-se mudanças na frequência de consumo alimentar dos grupos de alimentos, constatando diminuição do número de alunos que consumiam 2 vezes ou mais ao dia de alimentos fontes de carboidratos, como os alimentos pertencentes ao grupo dos cereais, tubérculos e massas e do grupo dos pães, biscoitos e cereais matinais. Essa redução foi de 82,9% para 77,8% no primeiro grupo e de 39,3% para 36,8% para o segundo.

Observou-se que nos grupos das leguminosas, das carnes e ovos e das bebidas não houve praticamente nenhuma alteração no consumo destes grupos de alimentos. Nos seguintes grupos apresentou-se um leve aumento na frequência diária: leite e derivados de 2 ou mais vezes ao dia de 53,0% para 58,1%; verduras e legumes de 2 ou mais vezes ao dia, de 12,8% para 16,2%; frutas, de 1 vez ao dia, de 20,5% para 25,6%. Já o grupo dos doces, açúcares foi demonstrado um aumento na prevalência de consumo diário de 1 vez ao dia de 27,4% para 40,2%.

Nas tabelas 7 e 8 está representado o consumo alimentar dos pré-escolares que participaram de dois encontros quaisquer de intervenção nutricional, sendo que das 117 crianças, 10 não participaram, totalizando 107 participantes (94,4% da amostra). Constatou-se mudanças no padrão alimentar no que diz respeito ao número de vezes que o alimento foi consumido diariamente, no grupo dos cereais, tubérculos e massas, observou-se que o número de pré-escolar que consumia de 2

(45)

ou mais vezes por dia de 82,9% reduziu para 78,5%. Nos grupos dos pães, biscoitos, cereais matinais, das leguminosas, das carnes e ovos não houve mudança considerável. Em relação ao consumo de 2 vezes ou mais no grupo do leite e derivados aumentou a prevalência de 53,0% para 58,0%, assim como no grupo das verduras e legumes de 12,8% para 16,8%. No grupo das frutas a frequência de consumo de 1 vez ao dia também aumentou de 20,5% para 25,2%. No que se refere ao grupo dos doces, açúcares e outros, verificou-se mudanças na frequência de 1 vez ao dia e 2 ou mais vezes por dia semelhante aos que participaram de apenas uma intervenção, que foi de 27,3% para 42,1% e de 53,9% para 43,9%, respectivamente.

Nas tabelas 9 e 10 está representado o consumo alimentar antes e após a intervenção nutricional daquelas crianças que participaram das três atividades educativas, sendo que neste terceiro momento, dos 117 participantes, apenas 65 pré-escolares estavam presentes, ou seja, 55,5% da amostra inicial.

Nos grupos dos cereais, tubérculos e massas, das leguminosas, do leite e derivados não foi observada nenhuma alteração na prevalência antes e após as três intervenções. O grupo dos pães, biscoitos e cereais matinais e das verduras e legumes apresentaram prevalência aumentada na frequência diária, de 2 vezes ou mais ao dia de 39,3% para 26,2% no primeiro e de 1 vez ao dia de 27,4% para 32,3% no segundo grupo. No grupo das frutas, houve um aumento no consumo semanal de 2 a 4 vezes de 32,5% para 40,0%. O consumo diário, 2 vezes ou mais, do grupo das carnes e ovos reduziu de 21,4% para 13,9%. Permaneceu a alteração na frequência com diminuição de 1 vez ao dia do consumo de doces, açúcares e outros, de 27,4% para 44,6%, e aumento de 2 vezes ao dia ou mais de 53,9% para 44,6%.

O consumo de água também foi avaliado. Foi relatado pelos responsáveis que todas as crianças bebem água muitas vezes ao dia, resultado muito favorável, já que a água é fundamental para o funcionamento adequado das funções orgânicas.

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Em relação à avaliação da interação das crianças com as atividades educativas, segundo a percepção dos pais/responsáveis e educadores, todas as crianças comentaram em casa e na escola sobre as atividades desenvolvidas e contaram que aprenderam algo sobre nutrição e alimentação. Um número expressivo de crianças demostrou interesse durante as atividades e apresentaram mudanças nas práticas alimentares de acordo com relatos dos educadores e pais.

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5 DISCUSSÃO

Com base nos resultados referentes ao sexo, idade e condição socioeconômica dos responsáveis pelos pré-escolares, verificou-se uma maior proporção de pré-escolares do sexo masculino. Semelhante a esse estudo, pode-se citar a pesquisa realizada por (Spinelli, Morimoto, Freitas, Barros, Dias, Piolltine, Gonçalves & Navarro, 2012) que no quesito variável sexo apresentou proporções semelhantes em relação ao sexo masculino e feminino.

Goes et al. em 2012 avaliaram 150 crianças de 30 a 60 meses de idade para avaliar o estado nutricional e o consumo alimentar de pré-escolares atendidos nos Centros Municipais de Educação Infantil do município de Guarapuava, Paraná, também encontraram maior prevalência de crianças eutróficas, segundo os índices P/I, P/E e IMC/I, num total de 92,6%, 76,7% e 76,0%, respectivamente, 58,3% para o índice P/I e 68,2% para P/E. Porém observaram desnutrição aguda de 2,6%, e excesso de peso pelo IMC 23,3% semelhantes aos resultados do presente estudo que foram de 12,6% e 19,6% respectivamente.

Da mesma forma foi observado em estudo conduzido por Carmo e Castro, em 2014, que utilizou os dados antropométricos para classificar o estado nutricional de crianças assistidas em nove Núcleos Comunitários da Educação Infantil do município de Viçosa, Minas Gerais, verificou–se antes da intervenção que a maioria das crianças apresentava estado nutricional de eutrofia, representando 91,61% (n=142) do total.

Saldiva, Silva & Saldiva em 2010 avaliaram as condições de saúde e nutrição de crianças menores de cinco anos, e associaram a qualidade do consumo alimentar dos beneficiários de um programa de distribuição de renda do Governo Federal, Brasil, em um município do semiárido brasileiro. Observaram prevalência de desnutrição, segundo o indicador P/I, de 4,3%, enquanto 9,9% das crianças apresentaram déficit de E/I. O excesso de peso, de acordo, com o indicador P/E, foi detectado em 14,0%. Resultados controversos foram observados neste estudo que detectou segundo o indicador IMC/I excesso de peso

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em 19,6% dos pré-escolares, enquanto 12,6% das crianças apresentaram baixo peso para estatura, segundo o indicador P/E. Esse resultado evidencia o processo de transição nutricional em que a população brasileira tem vivenciado, apresentando redução da desnutrição e aumento do excesso de peso e obesidade em todas as fases da vida (Jaime, & Santos, 2012).

Outro ponto importante observado na pesquisa e constatado em outros estudos é que a avaliação sistemática e periódica do estado nutricional de pré-escolares é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e promoção da saúde e qualidade de vida, estas ações são na maioria das vezes desenvolvidas no ambiente escolar (Mori, Tanaka, Oliveira & Takagi, 2007).

Estudo realizado na cidade de Erechim com educação nutricional para crianças em escolas públicas em, 2011, aponta que por meio de atividades lúdicas pedagógicas sobre alimentação saudável despertou maior curiosidade e interesse das crianças pelos alimentos e sua importância para a manutenção da saúde (Bernart, & Zanardo, 2011). Neste estudo, observaram-se resultados semelhantes ao citado acima. As atividades de educação nutricional tornam-se ações relevantes para à saúde e a promoção de práticas alimentares e estilo de vida saudáveis na infância, pois chamam atenção dos participantes e proporcionam interações.

De acordo com a revisão de literatura realizada por Ramos, Santos & Reis no ano de 2013, com objetivo de descrever e analisar o panorama das publicações em periódicos científicos brasileiros sobre estudos de intervenção no campo da educação alimentar e nutricional em escolares no Brasil foi encontrado baixo número de publicações na área realizadas com escolares, principalmente estudos de intervenção e que descrevam a metodologia utilizada como estratégia ao longo do trabalho. As ações desenvolvidas nos estudos foram atividades variadas, como palestras, atividades lúdicas e dinâmicas destacando o teatro de fantoches e jogos educativos. Os estudos aplicaram instrumentos antes e depois das atividades educativas. Quanto aos principais métodos de avaliação das intervenções empregados pelos estudos analisados, verificou-se a predominância da avaliação do conhecimento, antropometria e consumo alimentar. As atividades lúdicas são

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consideradas recursos metodológicos e se sobressaem como uma das maneiras mais eficazes de envolver os alunos nas atividades porque a brincadeira é algo essencial à criança.

Coscrato, Pina & Mello no ano de 2009, fizeram uma revisão integrativa da literatura sobre a utilização de atividades lúdicas na educação em saúde, sendo semelhantes aos resultados encontrados no estudo citado acima, resultados estes positivos no que respeita a assimilação de conteúdos sobre alimentação e nutrição utilizando métodos lúdicos.

Oliveira, Costa & Rocha em 2017, realizaram um estudo em duas escolas da rede municipal de educação de Curitiba, com participação de setenta escolares entre sete e onze anos de idade, de ambos os gêneros, onde foram avaliados pré e pós-intervenção nutricional por meio de questionários. Pode-se destacar que a educação nutricional é de suma importância para a aprendizagem das crianças e que o emprego de uma técnica de aprendizagem lúdico permite uma maior compreensão devido ao grande envolvimento da criança nas atividades educacionais. Na realização deste estudo pode-se averiguar que os pré-escolares demonstraram interesse em participar das atividades onde eles interagiram e participaram de forma efetiva das ações educativas. E de acordo com os resultados gerais observados constatou- se que esta metodologia teve resultados positivos na melhoria da qualidade nas escolhas dos alimentos.

Ainda de acordo com o estudo supracitado, o método de aprendizagem desenvolvido de forma lúdica, possivelmente beneficia o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da socialização, da iniciativa e da autoestima, preparando o indivíduo para ser um cidadão capaz de encarar dificuldades e participar na construção de um mundo melhor. O brincar e o jogar são ações imprescindíveis à saúde física, emocional e intelectual do ser humano. Com esta perspectiva, o desenvolvimento de um programa educativo com este enfoque poderá ampliar o conhecimento das crianças, adolescentes e seus familiares em torno dos cuidados com a alimentação e nutrição, permitindo e favorecendo escolhas alimentares mais saudáveis.

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Estudos que utilizaram educação nutricional com crianças como estratégia de intervenção dos hábitos alimentares saudáveis como o de Ganacini, Rios, Witter, Pinto, Silva & Carvalho no ano de 2017 onde demonstraram melhoria sobre as informações nutricionais, atitudes e comportamentos alimentarem, foi possível confirmar influência sobre os hábitos alimentares de suas famílias. Os resultados foram obtidos por meio da observação do comportamento e do desenvolvimento das atividades nos encontros; foi verificado que durante a realização das atividades, as crianças estavam atentas e participativas, segundo o esperado e pode ser confirmado pela participação; todos interagiram nas atividades e realizaram vários questionamentos sobre hábitos alimentares, alimentos e alimentação saudável.

Resultado semelhante foi encontrado no estudo realizado em um centro de educação infantil no município de dourados – Mato Grosso do Sul, no ano de 2011, onde foi aplicada educação nutricional as crianças matriculadas naquela escola. Durante todo projeto as crianças aceitaram e participaram de todas as atividades. Os resultados demonstram o excelente aproveitamento com retenção do conteúdo.

Quanto à ausência de mudanças significativas no presente estudo entre o estado nutricional, avaliado pela antropometria, e o consumo alimentar antes e após a intervenção educativa, é importante mencionar que na revisão de Ramos, Santos & Reis (2013) a maioria dos estudos que realizou avaliação antropométrica também não encontrou mudanças no estado nutricional e no consumo alimentar. Os autores sinalizaram para uma limitação de grande importância para os resultados encontrados com relação à mudança no padrão alimentar, pois o conhecimento previamente adquirido pode se confundir com a prática efetiva. Segundo Friedrich, Schuch & Wagner (2012), que realizaram uma metanálise sobre o efeito dos programas de intervenções incluindo a educação nutricional na diminuição do IMC em escolares, as intervenções de educação nutricionais isoladas não resultaram em mudanças no IMC podendo ser explicado parcialmente pelo reconhecimento de que mudanças na massa corporal não ocorrem em curto período.

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Apesar de não estatisticamente significativo, os relatos dos responsáveis e professores demonstraram que as atividades de educação nutricional tiveram uma influência satisfatória nas práticas alimentares dos pré-escolares confirmadas na mudança da frequência do consumo alimentar de praticamente todos os grupos de alimentos, este facto também foi constatado no estudo realizado do Lopes & Líbera, 2017, onde avaliaram o efeito de uma intervenção nutricional nas práticas alimentares de pré-escolares na rede municipal de ensino de Itaperuna-Rio de Janeiro, com alunos na fase pré-escolar de forma descritiva.

Outro ponto observado neste estudo foi com relação ao consumo de doces, açúcares e outros, se constatou o aumento na frequência de 1 vez por semana desse grupo de alimento após a intervenção nutricional, podendo ser justificado pelo fato dos pais/ responsáveis não terem informado de forma fidedigna essa informação no ato do preenchimento do questionário antes da intervenção nutricional por receio de estarem fugindo da alimentação saudável ou não considerarem este um alimento na refeição. Porém, após a educação nutricional os pais/ responsáveis e crianças compreenderam que esse grupo de alimentos faz parte da nossa alimentação, onde puderam verificar na ilustração na pirâmide alimentar, porém o consumo destes alimentos deve ser de forma controlada e consciente em quantidade e qualidade.

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Imagem

Tabela  1.   Características   demográficas   e   socioeconômicas   de   pré-escolares matriculados em uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.
Tabela  2.   Dados   da  residência  de   pré-escolares  matriculados  em   uma   escola   do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.
Tabela  3.   Eventos   de   saúde   dos   pré-escolares   matriculados   em   uma   escola   do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.
Tabela  4. Estado nutricional  antes e depois das atividades educativas das crianças de uma escola do município de Paulo Ramos, (MA), Brasil, 2017.
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Referências

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