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Famílias cativas em São Paulo colonial: a escravidão de indígenas e africanos através dos registros paroquiais (vila de Itu, capitania de São Paulo, primeira metade do século XVIII)

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Famílias cativas em São Paulo colonial: a escravidão de indígenas e

africanos através dos registros paroquiais (vila de Itu, capitania de São

Paulo, primeira metade do século XVIII)

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Carlos de Almeida Prado Bacellar**

Palavras-chave: demografia histórica; registro paroquial; família; escravidão indígena

*

Trabalho apresentado no XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Águas de Lindóia/SP – Brasil, de 19 a 23 de novembro de 2012. Este texto é resultado de pesquisa desenvolvida no âmbito do Projeto de Produtividade em Pesquisa do CNPq, intitulado “Regimes Demográficos no Oeste Paulista: a vila de Itu, do bandeirantismo ao café, 1684-1890”.

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“Se ao depois nos servimos deles para nossas lavouras; nenhuma injustiça lhes fazemos; pois tanto é para os sustentarmos a eles e a seus filhos como a nós e aos nossos; e isto bem longe de os cativar, antes se lhes faz um irremunerável serviço em os ensinar a saberem lavrar, plantar, colher e trabalhar para seu sustento, coisa que antes que os brancos lho ensinassem, eles não sabem fazer” - Domingos Jorge Velho (ENNES, 1938, p. 67, apud MONTEIRO, 1992, p.495)

O recurso à mão-de-obra indígena foi largamente praticado desde o momento de chegada dos primeiros europeus à América portuguesa. Progressivamente, no entanto, à medida que a conjuntura atlântica se alterou, o indígena passou a ser substituído pelo escravo africano, exceto nas áreas mais periféricas da colonização portuguesa, tal como a capitania de São Paulo. Se as regiões do nordeste brasileiro, por meio da pujante economia açucareira, lograram importar contingentes cada vez mais expressivos de cativos das feitorias africanas, as regiões de economia não exportadora foram constrangidas a permanecer explorando populações indígenas, capturadas nos vastos interiores do continente sul-americano.

Para o caso da capitania de São Paulo, a queda no uso do cativo indígena ocorria desde finais do século XVII, como bem demonstrou John Monteiro1

Contudo, a transição definitiva da força de trabalho indígena para a africana viria a ocorrer somente por volta de meados do século XVIII, quando uma nova conjuntura internacional possibilitou a progressiva introdução da cana-de-açúcar em territórios do sudeste brasileiro. Se a decadência do uso do indígena já vinha desde finais do século XVII, não teria se completado rapidamente, segundo Monteiro, por conta de inflação dos preços dos africanos provocados pela mineração (MONTEIRO, 1994, p. 221). Embora tardia, esta transição de força de trabalho restou melhor documentada do que aquela ocorrida nas capitanias do nordeste brasileiro, uma vez que são rarefeitos os registros documentais para o século XVI e XVII, especialmente no que diz respeito aos registros paroquiais de batismo, casamento e óbito.

, acusando o abalo provocado pela descoberta do ouro nos processos de apresamento nos sertões da colônia. Mas o recurso ao indígena persistia, apesar da evidente legislação contrária. Em processo de 1721 comentado por Monteiro, a bastarda Micaela, da vila de Itu, denunciava o prior do Carmo por força-la a trabalhar, a despeito de ter recebido alforria. Defendendo sua posição, o prior argumentava ser “uso e costume há mais de 150 anos servir de gentio, mamelucos e bastardos”, inclusive com a prática de “passar a administração de uns para outros, de pais para filhos”. Em resposta, o procurador, que defendia Micaela, argumentava que “uso e costume não pode ter lugar onde há lei em contrário” (MONTEIRO, 1994, p. 216-7). Embora a alforria de Micaela tenha vingado, os documentos comprovam a permanência desse cativeiro disfarçado ao longo de toda primeira metade do século XVIII.

1

Se para a década de 1680-89, Monteiro identificou 159 inventários que contabilizavam 3.623 índios, para a década de 1720-29 foram encontrados somente 40 inventários com um total de 435 indígenas. (MONTEIRO, 1994, p. 80).

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Tentar rastrear a demografia desse período de mudanças é bastante complexo. É certo que as vilas paulistas já contavam com africanos desde princípios da colonização, mas eram minoritários frente ao grande volume de naturais da terra. Nada sabemos, no entanto, sobre os contingentes populacionais presentes em terras paulistas para os séculos XVI, XVII e primeira metade do XVIII. Medir a representatividade de africanos é virtualmente impossível, embora possamos ter algum vislumbre através dos inventários da época.

Tomemos como exemplo o inventário de Lourenço Castanho Taques, homem de posses falecido em Santana de Parnaíba no ano de 16711

• Pedro, mulato, filho de negro da terra, com uma filha de sete anos pouco mais ou menos, por nome Dina

. Ali foram enumerados 39 indivíduos descritos como “gentio da terra”, a grande maioria dos quais compondo famílias:

• Alberto mulato, filho de negro da terra e sua mulher Margarida, com quatro filhos pequenos

• Valentim e sua mulher Antonia

• Francisca mulher de Bento, oficial de sombreiro

• Tobias e sua mulher Martiniana, com dois filhos pequenos • Luiz e sua mulher Iria

• Mauricio, e sua mulher Ignez • Francisco e sua mulher Beatriz

• Braz e sua mulher Margarida, e seu filho Luiz já peça2

• Aleixo e sua mãe velha • Martinho solteiro

• Domingos e sua mãe velha • Juzarte

• Thomazia com três filhos Pascoa, João e Maria • José solteiro

• Simplicio aleijado • Gabriel

• Basilio

• Antonio Rapaz

Ao mesmo tempo, são apresentadas, em tópico separado, as “peças escravas”: • Foi avaliado João moleque ladino em 35$000

• Foi avaliado Antonio moleque ladino em 35$000

• Foi avaliada Magdalena, malos pés, com uma cria de peito, aleijada de um braço, em 25$000

Temos, assim, quarenta “gentios da terra”, contra quatro “peças escravas”, estas avaliadas, aqueles não avaliados, mas ambos os grupos objeto de partilha entre os herdeiros. Legalmente, desde 1680 a escravização de indígenas era proibida, mas a simples listagem e partilha dessa população entre herdeiros, embora sem avaliação, comprova sua condição de força de trabalho compulsória. Os escravos formalmente reconhecidos, africanos ou afrodescendentes, eram dois “moleques”, uma mulher com

1

Lourenço Castanho Taques (o velho), Testamento, 1670 e Inventário, 1671, in: Inventários e Testamentos: papéis que pertenceram ao 1º Cartório de Orfãos da Capital, vol. XVIII. Publicação oficial do Archivo do Estado de S. Paulo. São Paulo, Typographia Piratininga, 1921, p. 69-180.

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problemas físicos e seu bebê – ou seja, praticamente nada em termos de força de trabalho. Logo, os indígenas compunham, efetivamente, o principal contingente disponível para as lides cotidianas de seu senhor. Cabe ressaltar, no caso, a forte presença de famílias nucleares e de alguns rapazes solteiros aparentemente sem vínculos com tais famílias. Não há, também, indícios de uniões entre africanos e nativos da terra.

Em outro inventário, de Francisco Cubas Preto, falecido na vila de São Paulo em 1673, a listagem de “gente forra” é extensa, e as famílias reconhecidas pelo escrivão são inúmeras3

Tais inventários são, como se percebe, fontes interessantes para detectar a composição da força de trabalho dos paulistas no passado. No contexto da análise que aqui se propõe, estas fontes documentais apontam para aquilo que a historiografia já vem indicando: a predominância de indígenas nos plantéis das áreas periféricas da América portuguesa, embora não possamos sequer pensar em números ou ordem de grandeza.

. No total, são 170 indivíduos, mais onze “peças fugidas”. Podemos supor que nem todos dessa extensa listagem que compunham famílias fossem formalmente batizados, pois não apresentam nome cristão: Guranharam, Irapoá, Mondé, Tucambira, Apingorá, Goacarã, Piquirobú, Gurabú, Vaiacoró, Tabutereguara, Piragoassú, Maragoá, Poraceobú, Anhangaobú, Tucanossu. Nas roças desse poderoso agricultor, nenhum africano se fazia presente.

Para princípios do século XVIII, a disponibilidade de registros paroquiais de batismo, casamento e óbito permite que tentemos avaliar um pouco mais a fundo a realidade da presença indígena nas propriedades paulistas. É um momento que se pode definir como de virada na história do sudeste da colônia portuguesa, proporcionada pela descoberta dos veios auríferos na região das Gerais. O profundo impacto da mineração em toda a América portuguesa é notório, alterando as relações econômicas e sociais de maneira definitiva. Na capitania de São Paulo, as riquezas do ouro refletiram-se no redirecionamento da atividade econômica para o abastecimento da crescente população que se interiorizava em busca do enriquecimento rápido. Para os paulistas, a captura de indígenas persistia como atividade, mas progressivamente perdia seu vigor; africanos atravessam São Paulo em contingentes cada vez maior, em busca das Gerais, mas também expandindo de alguma maneira a escravidão local.

Esta transição de força de trabalho parece ter representado um momento de crise em seu fornecimento. Se examinarmos a evolução dos assentos de batismo realizados na Paroquia de Nossa Senhora da Candelária de Itu (Gráfico 1)4, podemos afirmar que por volta da década de 20 do século XVIII o batismo de indígenas encolhia a olhos vistos. Todos os batizados cujos pais eram descritos como sendo “administrados de”, pertencentes à “casa de”, sendo “servos de” ou vivendo a “serviço de” determinado proprietário podem de uma maneira geral ser considerados como indivíduos de origem indígena, e todos eles reduzem-se a níveis diminutos na referida década. Em contrapartida, é nesse ponto de queda dos assentos de índios que vemos se destacar a curva dos registros de escravos. Embora esta também apresente uma estagnação entre meados da década de 40 e 1770, cresce substancialmente a partir de então, com o desaparecimento dos indígenas5

3

Francisco Cubas Preto, Testamento, 1672 e Inventário, 1673, in: Inventários e Testamentos: papéis que pertenceram ao 1º Cartório de Orfãos da Capital, vol. XVIII. Publicação oficial do Archivo do Estado de S. Paulo. São Paulo, Typographia Piratininga, 1921, p. 309-350.

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Os Gráficos 1 e 2 já foram por nós apresentados em trabalho anterior, “População e escravidão na vila de Itu, Oeste Paulista, 1698-1800” (XVII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú, MG, de 20 a 24 de setembro de 2010).

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Interessante notar que a população de origem indígena desaparece dos livros de batismos que compartilham com os escravos. Embora fossem juridicamente livres, a prática de reunir ambas as

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5 Gráfico 1

Gráfico 2

Na realidade, o Gráfico 2 demonstra que o batismo de adultos cai brutalmente no início da década de 30, apontando sugestivamente para a decadência do apresamento de

categorias em um mesmo livro atesta sua condição de força de trabalho forçada. Uma análise interessante a se fazer é como passaram a ser registrados nos livros de assentos de livres: com que cor ou condição foram classificados pelo vigário?

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índios pelos paulistas e, paralelamente, para a não chegada de contingentes expressivos de africanos adultos para batizar. Na realidade, conforme análise que já desenvolvemos em outra ocasião, os adultos vindos da África começavam a chegar a Itu, mas já vinham previamente batizados, e por isso não figuravam nos batismos ituanos (BACELLAR, 2010). As crianças cativas, no entanto, passaram a ser registradas em números progressivamente crescentes, reflexo do crescimento da lavoura canavieira em Itu a partir de meados do século XVIII.

O declínio do batismo de adultos traduz uma realidade consistente: o apresamento de indígenas entrara em decadência definitiva diante da mudança conjuntural. Além das pressões contrárias ao cativeiro disfarçado dessa população, é também evidente que o crescente mercado minerador, ávido por mão-de-obra, não se abastecia com aquela disponível entre os paulistas. Novos tempos, e os moradores da capitania de São Paulo precisavam reinventar sua vocação econômica. Faz falta, nesse sentido, uma investigação que se debruce sobre os inventários das décadas entre 1740 e 1770, onde seria possível checar o esforço de recomposição da força de trabalho nas fazendas e sítios paulistas, frente à falta de novos indígenas trazidos do sertão. Nesse mesmo sentido, os inventários poderiam confirmar possíveis redirecionamentos da atividade econômica nesse período, algo sempre lembrado, mas ainda não confirmado empiricamente.

Gráfico 3

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Para avançar ainda mais na análise desse momento, podemos nos debruçar sobre os registros de casamento e de batismo da Paróquia de Nossa Senhora da Candelária, da vila paulista de Itu, em busca de melhor identificar as práticas conjugais formais e informais ocorridas no seio das populações submetidas ao trabalho cativo: os indígenas, formalmente denominados “administrados” ou “servos”, e os africanos, descritos como escravos.

A distribuição dos registros de casamento de escravos e índios, ilustrados no Gráfico 3, demonstra uma semelhança bastante forte com as curvas verificadas para os batismos. Embora o período observado para os casamentos se limite ao ano de 17506

A necessidade de melhor identificar esse população torna-se possível pelo cruzamento das informações sobre condição e naturalidade. As condições predominantemente descritas nos registros eram “administrados de”, “da casa de”, “escravo” e “serviço de”

, percebe-se a mesma tendência de queda das frequências anuais até tal data, confirmando a diminuição já detectada para os batismos. O diagnóstico é óbvio: a presença de adultos indígenas diminuía, pois chegavam, via apresamento, em contingentes cada vez mais escassos. Não mais havia os indígenas adultos prontos para embarcar em um matrimônio católico, pelo menos na condição de cativos, no livro de assentos em questão.

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. Cruzadas com a naturalidade, puderam ser mais bem compreendidas, como se pode visualizar através do Gráfico 4.

Gráfico 4

Condição e naturalidade dos cônjuges escravos e indígenas, Itu, 1723-1750

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A transcrição dos registros de casamentos ainda está em andamento. 7

Tais categorias principais eram acompanhadas de uma multiplicidade de outras condições pouco representativas, que misturam as mesmas, tais como “administrado do serviço”, “escravo da administração”, “escravo da casa” e “escravo do serviço”, que deixam dúvidas sobre a efetiva condição do indivíduo em questão.

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Os resultados são bastante instigantes: aqueles descritos como pertencentes “à casa de” determinado proprietário eram, sempre, indígenas. Do mesmo modo, os “administrados” também eram, em sua esmagadora maioria, índios, com algumas escassas exceções. A situação se altera quando observamos, no entanto, os descritos como sendo do “serviço” de alguém: embora a condição de indígena prevaleça, surge um contingente significativo de africanos, principalmente entre os homens. Por fim, os “escravos” eram, efetivamente, de origem africana, ou seus descendentes (crioulos), com raros casos de indígenas.

Lamentavelmente, esta análise é baseada em uma amostragem pequena dos casamentos, pois muitos dos registros não traziam qualquer informação a respeito. Ao examinarmos os atos de matrimônios constantes do primeiro livro de “assento dos casamentos dos serviços” (1723-1743), bem como do segundo livro (1744-1791), descobrimos que eram dedicados a um segmento específico da população ituana, a dos trabalhadores cativos. Fossem eles gentios da terra ou africanos, e suas denominações variadas, não se misturavam à população livre em geral, lançada em outros livros, à parte. O problema inicial para se analisar esta população é relacionar a condição declarada com a origem africana ou indígena.

O Gráfico 5 permite perceber que a ausência de maiores informações sobre a naturalidade dos nubentes variava consideravelmente ao longo dos anos. Se a década de 1720 foi caracterizada por percentagens elevadas de falta de informação, os primeiros anos da década seguinte foram marcados por um esforço em registrar a naturalidade. Mais do que apontar para uma mudança de comportamento dos vigários, a alteração parece indicar, principalmente, a posse de um novo vigário. A grande queda na curva no princípio dos anos de 1730 é sinal inequívoco do início do vicariato de Miguel Dias Ferreira, que tornou mais sistemática a anotação da naturalidade, informando-a para 66% dos rapazes que se casavam. Em 1733, assume seu posto o vigário Manuel da Costa de Andrade, que reverteu o costume, informando a naturalidade para somente 46% dos noivos. Em finais de 1736 toma posse o vigário José Pires Machado, claramente o menos preocupado com o registro da naturalidade, fazendo-o em somente 29% dos casos. Sua permanência à frente da paróquia até 1742 está bem demarcada na curva relativamente estável da má qualidade dos registros. O retorno do vigário Miguel Dias Ferreira no final de 1742, aí permanecendo até 1748, faz a curva baixar para nível

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semelhante ao de sua primeira passagem pela paróquia. Por fim, os anos de 1748 e 49 são os do vicariato de João de Matos Monteiro, que apontava a naturalidade para 79% dos rapazes que casavam, o que faz a curva baixar para os mais baixos patamares do gráfico. O resultado é inequívoco: o titular da paróquia tinha grande importância na definição da qualidade dos registros: alguns, mais preocupados em cumprir as regras tridentinas, produziam assentos mais completos; outros, pelo contrário, eram símbolos do desleixo8. Curiosamente, no entanto, os visitadores episcopais que passaram pela paróquia, durante estas décadas, pouco advertiram os vigários no que diz respeito à maioria das irregularidades da notação de tais atos, se confrontados com as regras de Trento e das Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia 9.

Gráfico 5

Noivos e noivas escravos e indígenas sem indicação de naturalidade, Itu, 1723-1750

A família

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Uma interessante análise a ser desenvolvida diz respeito à qualidade dos registros, examinando-se comparativamente os assentos da população livre com os da população cativa. Seriam os vigários mais precisos e informativos ao redigir em função da condição social? Sabemos, pela simples observação, que os registros de indivíduos da elite eram, de fato, mais informativos, mas não temos informações a esse respeito sobre a população livre e pobre. Por outro lado, há que se considerar a formação do religioso: nos primeiros anos de batismos da paróquia de Itu, uma multiplicidade de religiosos agia livremente no registro dos atos, e a discrepância na qualidade dos assentos de cada um é impressionante. Seria preciso considerar tais questões frente ao fato de que estes religiosos podiam ser seculares ou regulares, das mais variadas origens.

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CONSTITUIÇÕES PRIMEIRAS DO ARCEBISPADO DA BAHIA, feitas, e ordenadas pelo Illustrissimo, e Reverendissimo Senhor Sebastião Monteiro da Vide, bispo do dito Arcebispado, e do Conselho de Sua Magestade: propostas, e aceitas em o Synodo Diocesano, que o dito Senhor celebrou em 12 de junho do anno de 1707.

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O processo de captura de índios no amplo sertão brasileiro, desde princípios da colonização, é conhecido em suas linhas gerais. O descimento dessas populações para junto das povoações europeias foi de proporções consideráveis, mas os números desse contingente são desconhecidos, graças à rarefação das fontes. O fato concreto, no entanto, é que índios viveram por séculos vinculados ao esforço de povoamento do homem branco, e aí estabeleceram novos laços de sociabilidade. Embora também não saibamos com maiores detalhes sobre a aculturação dessas populações, é fato que os registros paroquiais indicam um esforço da Igreja em firmar uniões conjugais conforme o modelo católico.

Para os anos de 1723 a 1750, um total de 1056 assentos de matrimônio figura nos dois mais antigos livros de registros sobreviventes para a paróquia de Nossa Senhora da Candelária. O Gráfico 3 indica o desenvolver dessa prática, e deixa transparecer de maneira bastante evidente uma tendência de queda do número anual de registros ao longo do período. A decadência no apresamento de populações indígenas parece estar no cerne da questão, e se reflete também na curva dos batismos realizados no mesmo intervalo. A carência de mão-de-obra cativa nesse momento pode ter sido uma das fontes para os diversos e repetidos discursos coevos sobre a “decadência” da economia paulista, comprovadamente exagerada (MARCÍLIO, 2000).

A análise das séries de registros de casamentos permite algumas observações bastante interessantes. Cabe ressaltar que, no seio desses contingentes de trabalhadores forçados, havia possibilidade de uniões conjugais entre cativos de senhores distintos. Tal realidade é distinta daquela detectada pelos historiadores da escravidão negra, onde o casamento entre escravos de senhores diversos era extremamente rara. Dentre os 1056 registros compulsados para a paróquia de Nossa Senhora da Candelária de Itu, 172 (16,2%) estavam nessa condição. Embora minoritária, revela uma maior liberdade na formação de pares.

No atual estágio da investigação, não temos condições de checar as possíveis relações de parentesco entre os dois senhores. O pertencimento à mesma família parece unir o tenente Francisco Leme de Alvarenga a Ana Domingues de Alvarenga: pai e filha, mãe e filho, ou irmãos? E os senhores João de Godoi da Silva e Sebastião Gil de Godoi, seriam irmãos, ou pai e filho? E ainda João Gago Ribeiro e Ana Ribeira? Estes casos incluem-se naqueles em que o sobrenome parece sugerir o parentesco próximo, mas a realidade da sociedade colonial, onde a transmissão dos nomes de família não necessariamente seguia regras, oculta à primeira vista a consanguinidade possível.

De qualquer maneira, o pertencimento a um único domicílio era a regra dominante. Nele conviviam, em proporções variadas, indígenas e escravos de origem africana. Como vimos, os inventários publicados para o século XVII já mostravam esta realidade, mas até o momento não analisamos inventários do século XVIII para observar a mesma questão. É certo, contundo, que as duas categorias de mão-de-obra continuaram a se perfilar lado-a-lado nas propriedades ituanas, talvez até a proibição final do uso de índios por Pombal, em 175810

Os registros de matrimônio mostram que havia a possibilidade de uniões mistas. São minoritárias, em número que ainda não tivemos oportunidade de quantificar. De todo modo estavam a constituir uma união conjugal, e podemos acompanhar sua continuidade pelos assentos de batismo de seus filhos.

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E aqui se desenha novo desafio, para futuras investigações: desvendar o processo de transformação dos índios administrados em caboclos. Nas listas nominativas de habitantes da vila de Itu para a década de 1770 o número de “agregados” presentes junto às grandes escravarias parece sugerir o destino dos indígenas: permanecer trabalhando junto a seus senhores.

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Vejamos o caso do casal Benedito e Domingas Bicuda. Unidos em matrimônio aos 24 de agosto de 1744, ele escravo preto pertencente a Angelo Preto de Godoi, ela administrada de João Bicudo de Campos, ambos nascidos nos respectivos domicílios. No ano seguinte, aos 16 de outubro, nascia o filho Antonio; em 8 de outubro de 1747, nascia Miguel. Os registros não dizem qual era a condição dos dois filhos, se administrados ou escravos. Mas informavam que o casal agora estava vivendo na propriedade de Angelo Preto de Godoi, fazendo-nos indagar se o matrimônio não servira para atrair a administrada para o controle do senhor de seu marido.

Outra situação interessante pode ser traçada a partir do matrimônio de Raimundo, “carijó”, com Bernarda, escrava, celebrado aos 27 de junho de 1728. Ambos pertencentes a Matias de Melo do Rego, tiveram registradas três filhas: Gertrudes (10/02/1732), Isabel (10/11/1734) e Gertrudes (3/6/1736). Em cada uma dessas cerimônias, a condição declarada dos pais variou. Raimundo foi descrito, sucessivamente, como “índio do serviço”, “administrado” e “carijó da casa”; já Bernarda foi descrita como “preta do serviço”, “escrava” e “Guiné da casa”. Embora fique patente que Raimundo era índio, e Bernarda africana, podemos perceber como, no curto prazo de quatros anos, o casal pode ser denominado de maneiras distintas, reforçando assim a dificuldade de se manusear tais definições.

A multiplicidade de uniões mistas, onde um índio hipoteticamente livre e um cativo de origem africana se uniam, não resultava em qualquer vantagem aparente para os filhos. De fato, ambas as categorias de mão-de-obra eram registradas no mesmo livro, o qual se contrapunha ao livro de assentos de livres, fossem eles pobres ou ricos. Os frutos dessas uniões podiam ser chamados de “mulatos” ou “bastardos”, mas até 1750 os párocos pouco se preocuparam com esta informação11

Uma hipótese a se considerar seria adotar como parâmetro o alvará régio de 1758, que estende para o Estado do Brasil a lei de 1755, que aboliu a escravidão indígena no Estado do Grão-Pará e Maranhão. Em tese, portanto, a partir do momento em que a notícia do alvará tivesse chegado à Paróquia de Itu, os batismos de filhos de indígenas deveriam ser registrados no competente livro dos assentos para livres.

. Essa divisão formal promovida pela Igreja confirma aquilo que a historiografia conhecia há muito tempo, que o trabalho escravo ou administrado era, na prática cotidiana, o mesmo. Todavia, os batismos dos filhos dessas uniões mistas não contêm menção à condição jurídica do rebento: seria ele escravo de fato, ou administrado, serviço ou qualquer outra forma de trabalho compulsório velado? Se não sabemos, há que se considerar que aos olhos dos vigários que redigiam tais atos não havia preocupação em detalhar o estatuto do batizado. Conivência com a permanência desse cativeiro indígena, ou efetiva indiferença com a condição transmitida? Seria a condição transmitida pelo lado materno, como certamente ocorria com os escravos? Impossível responder.

Para checarmos tal hipótese, podemos observar a família constituída por Paulo, escravo, e Rosaura, administrada, ambos pertencentes ao domicílio de Nuno de Campos Bicudo e casados em 28 de fevereiro de 1740. Uma união bastante duradoura, e que resultou em nada menos do que doze filhos; o primeiro, Agostinho, batizado em novembro de 1740, e o último, em 1767. Rosaura é registrada como administrada até 1760, ano de batismo de sua filha Quitéria; no registro do filho seguinte, Francisco, em 1763, sua condição já era de forra. Seria esta alforria um prêmio de seu senhor, após

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A terminologia definidora de condição social e racial em nosso passado colonial é bastante complexa, mas é essencial para o trabalho com fontes primárias, tal como as listas nominativas de habitantes e os registros paroquiais. Os próprios vigários descreviam os mesmos indivíduos de maneira distintas, dificultando a vida do historiador, conforme aponta as análises de Sergio Nadalin sobre a ilegitimidade e a bastardia (NADALIN, 2005).

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tantos anos de fértil reprodução de mão-de-obra, ou seria apenas a consequência das notícias de efetiva abolição do cativeiro indígena? Seja como for, enquanto forra continuou a ter seus filhos registrados no mesmo livro. Ainda mais, os dois filhos tidos em 1763 e 1767, já com a mãe forra, não foram descritos como também forros.

A análise de casos isolados permite buscar desatar o nó das práticas cotidianas, muitas vezes distantes da rígida realidade das leis vindas da Metrópole. A reconstituição destas famílias ganha maior interesse se logramos visualizá-las no contexto mais amplo da propriedade onde moravam. Seus senhores tinham a preocupação em constituir uma força de trabalho apta, e recorriam a um mercado de fornecimento de braços que podia disponibilizar índios, africanos e crioulos. A progressiva escassez de indígenas obrigaria muitos proprietários a recorrer aos negros, mesmo se custassem mais caro.

Jordão Homem Albernaz se faz presente nos assentos de batismo e matrimônio de seus cativos entre 1706 e 1741. Nesse longo intervalo, podemos reconhecer a existência de 27 casais, dos quais localizamos quinze registros de matrimônio 12

Outro senhor, Matias de Melo Rego, surge como proprietário de seis casais de escravos que se constituem entre 1728 e 1743. Curiosamente, para nenhum dos seis constam batismos de filhos. Teriam sido casais efêmeros, onde a morte precoce rompeu a união? Ou teriam se mudado para outras paragens, acompanhado expedições para as regiões mineradoras?

. Estas uniões resultaram em filhos, assim distribuídos: quatro casais sem filhos, dezesseis com um filho, três com dois filhos, dois com três filhos, um com quatro filhos e um com seis filhos. Calculando-se toscamente uma média, temos 1,4 filhos registrados por casal, número extremamente baixo, talvez apontando para uma duração de união extremamente curta e/ou uma mortalidade bastante elevada.

A ausência de filhos não era, contudo, regra. Pelo contrário, encontramos alguns senhores que deixaram registrados diversos casamentos de homens e mulheres de sua propriedade, e depois os respectivos rebentos. Um caso bastante interessante é o de José Pompeu Castanho, que por vezes também assinava José Pompeu Paes. Entre 1711 e 1740, vinte e um casais de sua propriedade se uniram em face da Igreja, e deles temos conhecimento de 44 batizados, com uma média de 2,1 por casal. Média igualmente baixa. Mas o número de uniões e batismos – que provavelmente sofre das consequências de uma mortalidade ponderável antes da cerimônia – demonstra que houve uma continuidade de vida comunitária, fortalecido pelo grande número de compadres e comadres a tecer uma rede de parentesco espiritual bastante larga. Nesse mesmo período, José Pompeu também levou a batismo dezessete índios adultos, sinal inequívoco de que eram essenciais para a manutenção de sua força de trabalho, fosse ela para a lavoura ou para a realização de expedições.

Metade dos casais de José Pompeu Paes era composta de escravos de origem africana, e outros quatro tinham um dos cônjuges como escravo. Em contrapartida, somente dois adultos africanos foram batizados, o que torna clara a hipótese de que os africanos já chegavam batizados. Essa preponderância do elemento africano não era, contudo, regra. Em outras propriedades, a presença de indígenas podia ser mais forte, mas o africano estava sempre presente. E, embora tenhamos conseguido sistematizar a mão-de-obra de somente onze propriedades, os indícios são bastante fortes no sentido de apontar para uma preferência de uniões de homens africanos com mulheres indígenas, em detrimento da opção inversa. No total, identificamos 161 matrimônios,

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Alguns batismos são de data anterior a 1723, para quando foram perdidos os respectivos registros de matrimônio. Outros, no entanto, são posteriores a 1723, e podem ser fruto de união conjugal contraída em outra localidade ou sob outro senhor, mas também podem se referir a uniões informais, já que muitos destes batismos se furtam a informar se as crianças eram ou não legítimas.

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dos quais 77 envolviam noivos escravos (africanos ou crioulos), 35 com o noivo escravo e a noiva índia, 28 em que o noivo e a noiva eram índios, 14 casos não identificáveis e somente 7 casais onde o noivo era indígena e a noiva, escrava. As razões desta provável tendência ainda não são de todo claras, mas podemos considerar que a condição do filho era herdada da mãe, como era regra do direito lusitano; e como, em tese, a condição jurídica do indígena, por mais conflituosa e desrespeitada que fosse, apontava efetivamente para uma possibilidade de liberdade, num contexto em que os debates a esse respeito eram reiterados, a união com mulher indígena reservava alguma esperança de liberdade, pelo menos mais consistente que a esperada por um escravo formal.

A realização das uniões conjugais dependia, porém, da disponibilidade de cônjuges, preferencialmente sob controle do mesmo senhor, como já visto. A incorporação de indígenas ou escravos na força de trabalho não era somente questão de oferta do mercado, mas também de opção do senhor. Alguns aparentavam preferir permanecer com índios, sem adquirir qualquer escravo. Seria talvez questão de preço, ou do tipo de atividade econômica desenvolvida no domicílio. É difícil responder com os elementos disponíveis. Mas o fato é que o proprietário João Marques de Siqueira registrou ao todo cinco matrimônios entre indígenas desde 1729 até 1746, e nenhum de africanos. Chegou a comprar três índios adultos, e dentre eles ressaltamos o caso de Gonçalo, de nação Pareci, que foi batizado aos 22 de abril de 1744 e, exatos quatro meses mais tarde, aos 22 de agosto, casou-se com sua esposa, também Pareci, Catarina.

Também pouco se sabe a respeito do encaminhamento dos matrimônios. Gostaríamos de saber como eram escolhidos os noivos. Seria um processo controlado pelo senhor, ou a opinião dos cativos eram ouvida? Embora alguma discussão a esse respeito tenha sido desenvolvida pelos estudos sobre a família na escravidão brasileira do século XIX, ainda resta difícil uma resposta definitiva a respeito13

Todavia, os registros por vezes deixam escapar detalhes preciosos desses processos de escolha conjugal. Em 25 de fevereiro de 1732, os africanos da Guiné João e Marta tiveram seu matrimônio registrado pelo vigário. Ambos pertenciam a Domingues Fernandes Porto, que também era senhor de uma das testemunhas, o índio Patrício. O curioso é que, após fazer o assento, o vigário acrescenta, à margem, após riscar o registro, a seguinte observação: “Risquei, por q’ não se effeituou o casamento por não querer a contrahente”. Podemos imaginar que o religioso redigira o ato previamente à cerimônia, de maneira a, no momento do encerramento da mesma, as testemunhas pudessem firmar seus nomes. Mas, ao que tudo indica, a noiva refugou, não compareceu à Igreja ou, quem sabe, recusou-se no último momento. Não sabemos qual teria sido a reação de seu senhor, nem mesmo se ele estaria presente.

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O mais interessante desse enredo é que, quatro meses mais tarde, aos 13 de junho, novo registro da união é feito, e o matrimônio é confirmado. Mudaram os padrinhos, e mudou a posição da noiva, talvez por força de seu senhor, ou por sua livre vontade. No mesmo ano, em 27 de dezembro, outra ocorrência semelhante: Jose e Cristina, ele da Guiné, ela “mulata do serviço”, ambos de Salvador de Espinha, têm seu assento com a seguinte advertência: “Este termo não vale nada porq’ a contrahente não quis cazarse...”. Esta recusa, ao contrário do caso anterior, não foi sucedida por um recuo, se considerarmos a ausência de novo assento do casal. Mas fica a pergunta: que grau de liberdade teriam estas noivas, para fugir do compromisso na última hora?

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Cf. BACELLAR, Carlos. Os compadres e as comadres de escravos: um balanço da produção historiográfica brasileira. Comunicação apresentada no XXVI Simpósio Nacional de História, São Paulo, 2011, 10 p.

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Seja como for, a família de escravos e principalmente de indígenas ainda carece de maiores estudos. A grande dificuldade do historiador que se aventura por essas searas é a dificuldade de identificar os personagens, obscurecidos pela simplicidade dos nomes próprios, pelos homônimos infindáveis e pela caracterização displicente que recebiam dos vigários. Soma-se a isso a fragilidade das existências: uma mortalidade elevada, uma mobilidade efetiva e, por fim, uma maioria que passava ao largo dos registros, pois não viviam o suficiente para tanto. Mesmo seus senhores por vezes não são facilmente identificáveis, transformando a investigação em um autêntico quebra-cabeças. Mas este é o desafio: puxar fios de meadas, reconstituir histórias de vida, refazer as tênues teias das relações entre esses mesmos personagens, hoje muito esmaecidas nos velhos documentos de arquivo.

Bibliografia

BACELLAR, C. A. P. Os compadres e as comadres de escravos: um balanço da produção historiográfica brasileira. Comunicação apresentada no XXVI Simpósio Nacional de História, São Paulo, 2011, 10 p.

BACELLAR, C. A. P. População e escravidão na vila de Itu, Oeste Paulista, 1698-1800 Anais do XVII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu, 2010.Disponíve lem http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_ 10/abep2010_2034.pdf

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MONTEIRO, J. M. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

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NADALIN, S. O. Arquivos paroquiais e categorias de ilegitimidade na sociedade colonial setecentista. In: Seminario sobre Poblacion y Sociedad en America Latina – SEPOSAL. Salta/Argentina: GREDES-Universidad Nacional de Salta, 2005, v. 1, p. 1-21.

NADALIN, S. O. Arquivos paroquiais e bastardia: mães solteiras na sociedade colonial setecentista". In: Seminario Internacional sobre Poblacion y Sociedad em America Latina, Salta/Argentina: GREDES-Universidad Nacional de Salta, 2005. v. 1, p. 431-459.

Referências

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