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O egresso do curso de pedagogia da Universidade Federal de Santa Catarina e sua ocupação profissional

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TA CATARINA E SUA OCUPAÇÃO P R O F IS S IO N A L .

TEREZINHA APARECIDA B IA N C H IN I DERNER

E s t a d is s e r t a ç ã o f o i ju l g a d a adequada para obtenção do T í t u l o de M estre em A d m in is tr a ç ã o (A re a de co n centraçã o ; A d m in is t r a ­ ção U n i v e r s i t á r i a ) , e aprovada em sua forma f i n a l p e lo ' Curso de Pós-Graduação em A d m in is t r a ç ã o .

A p re s e n ta d o à Comissão Exam inado ra in t e g r a d a p e lo s p r o f e s s o ­ res :

P r o f . Rabah Benakouche - O r ie n t a d o r

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A meus q u e r id o s p a is A ltam iro e S u s a n a .

A meu companheiro e amigo

F r e d e r i c o .

A meus f i l h o s e amigos R o ber­ t o , Renato e R ic a r d o .

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Queremos d e i x a r r e g is t r a d o nosso s in c e r o agradecim ento a todos aq u eles que co n tribuíram p ara a r e a liz a ç ã o d e s t e t r a ­ b alho e em e s p e c i a l :

- Ao P r o f e s s o r Rabah B e n a k o u c h e , p e la o r ie n t a ç ã o d e s t e t r a b a l h o .

- A P r o fe s s o r a Leda S c h e i b e , pelo apoio e o r ie n ta ç ã o co n sta n te ..

- A P r o fe s s o r a Edna M a c ie l F i o d , p e la colaboração p r e s ­ t a d a .

- Aos eg re sso s do C\irso de P e d a g o g ia que tornaram p o s ­ s í v e l e s t e e s tu d o .

- Aos amigos p r o fe s s o r e s do Departam ento de Estudos E s ­ p e c i a l i z a d o s em Educação pelo apoio e i n c e n t i v o .

- Ao P r o f e s s o r V a l t e r Costa p e la m in u c io s a r e v is ã o . - Ao P r o f e s s o r Ja r b a s Benedet p e l a rev isã o e s t a t í s t i c a . - A A cadêm ica T e r e z i n h a Cardoso p e la p a r t ic ip a ç ã o na ta­ bulaçã o dos d a d o s .

- A B i b l i o t e c á r i a R osaura Schm itz S c h v e i t z e r p e l a r e v i ­ são b i b l i o g r á f i c a .

- Ao S en h o r João In á c io M ü lle r pelo s s e rv iç o s d a t ilo - g r á f ic o s .

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RESUMO

O p r e s e n te estudo t e v e como o b je t iv o i d e n t i f i c a r a r e ­ lação e x i s t e n t e entre a formação a n iv e l de graduação e a o c u ­ pação p r o f i s s i o n a l dos egressos do Curso de P ed a g o g ia da U n i­ v e r s i d a d e F e d e r a l de S an ta C a t a r in a formados no período 1 9 7 8 /

1 9 8 2 . V is o u também c a r a c t e r i z a r e s te p r o f i s s i o n a l em termos d e i d a d e , s e x o , formação d e 2 9 g r a u , e x p e r iê n c ia a n t e r io r ao curso d e g ra d u a ç ã o , formas de in g r e s s o no t r a b a l h o , lo c a is de t r a b a l h o , horas sem anais d e d ic a d a s ao t r a b a l h o , rem uneração, p r i n c i p a i s a t r i b u i ç õ e s , além de dados sobre educação permanen­ t e e p a r t ic ip a ç ã o em órgãos d e c l a s s e .

0 estudo fo i r e a liz a d o ju n to a 99 egresso s do c u r s o , formados nas h a b i l i t a ç õ e s : A dm inistração E s c o l a r , Supervisã o E s c o l a r , O rien ta ç ã o E d u c a c io n a l e M a g is t é r io uma vez que eram esta s as h a b il it a ç õ e s o fe r e c id a s no período c it a d o .

A p e s q u is a de c a r á t e r d e s c r i t i v o fo i d e s e n v o lv id a a t r a ­ vés d a a p lic a ç ã o de um instrum ento composto de 42 q u e s t õ e s .

Os r e su lt a d o s d a in v e s t ig a ç ã o e v id e n cia ra m uma b a ix a c o r r e la ç ã o e n t r e h a b il it a ç ã o cu rsa d a e ocupação p r o f i s s i o n a l , uma v e z que somente um entre três pedagogos estavam atuando e f e t i ­ vam ente na área c o n d iz e n te com sua h a b i l i t a ç ã o .

No entanto um dado apontado p e la p e s q u is a e que merece atenção por p a rt e dos e s tu d io s o s que buscam s u b s í d io s para r e ­ form ulação dos cursos de formação do educador d i z r e s p e it o ao s i g n i f i c a t i v o aproveitam ento d e s t e p r o f i s s i o n a l . V e r ific o u - s e que d e cada dez s u j e i t o s p e s q u is a d o s , o i t o estão atuando na área d a educação e d e st e s s e t e atuam a n í v e l d e estabelecim

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en-tudo s o b r e as h a b ilit a ç õ e s do Curso de P e d a g o g ia , algumas su­ g estõ es são apresentadas a g u is a d e œ n c l u s â o .

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ABSTRACT

The p r e se n t s tu d y aims to i d e n t i f y the r e l a t io n s e x i s t i n g betw een t h e nature o f the courses tak e n and the p r o f e s s i o n a l o c c u p atio n s fo llo w e d by graduates coming out o f th e Course o f Pedagogy at the F e d e r a l U n iv e r s it y o f Santa

C a t a r in a d u r i n g the p e r io d 1 9 7 8 - 1 9 8 2 . The study a lso seeks to c h a r a c t e r i z e t h e s e p r o f e s s io n a l s i n terms o f a g e , s e x , secondary s c h o o l a ch iev em en t, e x p e r ie n c e p r e c e d in g the u n d ergrad uate .

c o u r s e , ways o f a r r a n g in g em ploym ent, places o f w o r k , w orkin g hours p er w e e k , s a l a r i e s , p r i n c i p a l r o l e s , and d a t a con cerning c o n t in u in g e d u c a t io n and p a r t i c i p a t i o n i n e d u c a t io n a l

a s s o c i a t i o n s , e t c .

The s tu d y was c a r r ie d out on 9 9 g raduates i n the

f o l l o w in g s u b j e c t s ; Schoo l A d m i n i s t r a t i o n s , Schoo l S u p e r v i s i o n , E d u c a t io n a l A dv ice and T e a c h e r s h ip (these were the s u b je c t s o f f e r e d i n th e p e r io d a lr e a d y c i t e d ) .

T h is d e s c r i p t i v e r e s e a r c h was d ev elo p ed by the a p p l i c a t i o n o f a q u e s t i o n n a i r e c o n s i s t i n g o f 42 ite m s.

I n v e s t i g a t i o n r e s u lt s showed a low c o r r e l a t i o n between courses t a k e n and p r o f e s s i o n a l o c c u p a t io n s : o n ly on e i n t h r e e pedagogues w ere found to be a c t iv e i n the areas for w h ic h t h e y w ere t r a i n e d .

H o w ev er, th e r e is one item o f d a t a po in te d out by the r e s e a r c h w h ic h m erits a t t e n t io n on the part o f s c h o la r s lo o k in g fo r a id i n t h e r e fo r m u la t io n o f e d u c a t io n a l u n d e rg rad u a te

c o u r s e s ; the s i g n i f i c a n t good use made o f the p r o f e s s i o n a l . For each t e n i n d i v i d u a l s s t u d i e d , e ig h t w ere found to be a c t iv e

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T h is work does not attempt to f i n a l i z e s t u d ie s on s k i l l s r e a l a t e d to the Course o f Pedagogy. How ever, the work is

co n c lude d by p r e s e n t in g a number o f s u g g e s t io n s i n t h is d i r e c t i o n .

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SUMARIO

INTRODUÇÃO ... 1

CAPÍTULO I - CAMINHO OU DESCAMINHO NA FORMAÇAO DO EDUCA­ DOR BRASILEIRO ... 5

1 . 1 . Do G e n e r a l is t a ao E s p e c i a l i s t a ... 5

1 . 2 . G e n e r a l i s t a ou E s p e c i a l i s t a ? ... 16

CAPÍTULO I I - OBJETIVOS E LIM ITES DA P E S Q U I S A ... 21

2 . 1 . O b je t iv o s ... 21

2 . 2 . L im ite s d a P e s q u i s a ... 27

CAPÍTULO I I I - AMOSTRA: DESCRIÇÃO ... 30

3 . 1 . Os S u j e i t o s d a P e s q u i s a ... 31

3 . 2 . C a r a c t e r iza ç ã o do Egresso ... 33

3 . 3 . S itu a ç ã o P r o f i s s i o n a l do Egresso ... 36

3 . 4 . P a r t ic ip a ç ã o em órgãos d e C la s s e ... 41

3 . 5 . Educação P e r m a n e n t e ... ... 42

CAPÍTULO IV - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS POR HABILITAÇÃO 44 4 . 1 . O Eg resso do Curso d e P e d a g o g ia com H a b ilit a ç ã o em A dm inistração E s c o la r ... 44

4 . 2 . 0 Eg resso do Curso d e P e d a g o g ia com H a b ilit a ç ã o em S u p erv isã o E s c o la r ... 53

4 . 3 . O Egresso do Curso d e P e d a g o g ia com H a b ilit a ç ã o em O r ie n t a ç ã o E d u c a c io n a l ... 5 9 4 . 4 . 0 Egresso do Curso d e P e d a g o g ia com H a b ilit a ç ã o em M a g is t é r io ... 69

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REFERÊNCIAS B IBLIOGR ÁFICAS ... 82 ANEXOS Anexo 1 ... 88 Anexo 2 ... 107 Anexo 3 ... 109 Anexo 4 ... ... 111 Anexo 5 ... 113

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INTRODUÇÃO

O Curso d e P ed a g o g ia d a U n iv e r s id a d e F e d e r a l d e S an ta C a t a r in a ram pleta n este ano d e 1 9 8 5 , 25 anos d e funcio nam ento. D u r a n t e e s s e período graduou um g ra n d e núiriero d e p r o f i s s i o n a i s p ara a área d a educação e , no e n t a n t o , não po ssui até a p r e ­ s e n t e d a t a dados sob re o eg re sso e sua ocupação p r o f i s s i o n a l .

O eg resso do Curso d e P e d a g o g ia é o p r o f i s s i o n a l forma­ do numa h a b i l i t a ç ã o e s p e c í f i c a (A dm in istraçã o E s c o l a r , S u p e r ­ v is ã o E s c o l a r , O rie n ta ç ã o E d u c a c i o n a l , M a g i s t é r i o , e t c .) p ara

a tu a r a n í v e l d e e s ta b e le cim en to s d e ensino d e 19 e 2? graus ou a n í v e l d e s is t e m a (S e c r e t a r ia s d e E d ucaçã o , Coordenado ri as de E n s in o , e t c ) . Os formados nas t r ê s p r im e ira s h a b i l it a ç õ e s c i ­ t ad as são denom inadas d e " e s p e c i a l i s t a s " , d e s t in a d o s a funções e s c o la r e s não d o c e n t e s , os formados na h a b il it a ç ã o M a g i s t é r i o , são d e s t in a d o s ã d o c ê n c ia das m a té r ia s ped ag ó g icas dos cursos d e m a g is t é r io d e 29 grau (E sco las N o r m a is ).

Atualm ente os Cursos d e P e d a g o g ia enfrentam uma s é r i e d e q u e s tio n a m e n t o s .

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h a b i l i t ações .

E n tr e estes p r o f i s s i o n a i s há um consenso s o b re a n e c e s ­ s id a d e d e se r e p e n s a r a e s tr u tu r a e os conteúdos m in istra do s n e s te c u r s o , porém há uma d is s e n s ã o em rela ç ã o ã perm anência ou e x tin çã o das h a b i l i t a ç õ e s .

Propõe- se, entã o , e s te t r a b a l h o , e la b o r a r um estudo so ­ bre o eg resso do Curso de Ped ago gia d a U n iv e r s id a d e Federal de Santa Cctariná^buscanío dados que possan ajudar a e l u c i d a r o d e b a te d a q uestã o s o b re as h a b i l i t a ç õ e s .

Pretende- se conhecer a a tu a l s it u a ç ã o p r o f i s s i o n a l do e g res so do Curso d e P e d a g o g ia d a U n iv e r s id a d e F e d e r a l de S an ta C a t a r i n a , formado no período 1 9 7 8 /1 9 8 2 , nas h a b i l i t a ç õ e s o f e ­ r e c id a s d u r a n t e e s t e p e r ío d o : A dm inistraçã o E s c o l a r , S u p e r v i­ são E s c o l a r , O rie n t a ç ã o E d u c a c io n a l e M a g i s t é r i o .

P ara d e lin e a r - s e um quadro s o b re a ocupação p r o f i s s i o ­ n a l do eg resso considerou- se e s s e n c i a l o conhecim ento de dados que esclareçam as s e g u in t e s q u e s t õ e s :

1) estão os egressos exercendo a t iv id a d e s p r o f i s s i o ­ nal s ?

2) q u a l o grau d e absorção d e s t e s p r o f i s s i o n a i s no mer­ cado d e t r a b a lh o ?

3) e x i s t e relaçã o e n tre h a b i l i t a ç ã o cu r sa d a e funções p r o f i s s i o n a i s e x e r c id a s p elo s eg resso s d e s t e curso? 4) estão os eg resso s do curso exercendo a t iv id a d e s que

poderiam s e r desem penhadas por p r o f i s s i o n a i s com formação d i s t i n t a ou com um n í v e l d e e n sin o não ne­ c e s sa r ia m e n te s u p e r io r ?

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5) estão as a t r ib u iç õ e s reais do eg resso em cx>nsonância com as a t r ib u iç õ e s formais p r e v is t a s na l e g is la ç ã o ? O ponto de p a r t id a formal para a r e a l iz a ç ã o d e s t e t r a ­ balho fo i a a n á l i s e dos dados empíricos cole tado s a respeito das questõ es acim a c o lo c a d a s. O ponto d e chegada d e s e ja d o foi uma in t e r p r e t a ç ã o m ais s i n t é t i c a a r e s p e it o de algun s fatores que são im portantes para o d e b a te da questão que h o je s e colo­ ca a r e s p e it o do encaminhamento dos Cursos d e P e d a g o g ia .

Estes dados em píricos do tra ba lh o foram o b t id o s junto a uma am ostra d e 99 p r o f i s s i o n a i s egressos , atrav és d e um ques^ t i o n á r i o .

No plano d e s c r i t i v o , e s t e procedim ento de c o le t a de d a ­ dos p e r m it iu um exame a r e s p e it o do que e fe t iv a m e n te es tá o-

oorrendo com os eg resso s do Ciarso d e P e d a g o g ia d a UFSC.

No plano i n t e r p r e t a t i v o , no e n t a n t o , procurou-se captar as p o s s i b i l i d a d e s d e m udança, num e sforço para in c o r p o r a r a abordagem em p írica a uma p e r s p e c t iv a h i s t ó r i c a m ais d in â m ic a . A s s im , a exp osição do estudo in ic ia - s e com dados s o b r e a evo­ lução dos cursos s u p e r io r e s d e educação a p a r t ir da d é c a d a de 2 0 até os d ia s a t u a i s , c o n stitu in d o - s e n is t o o I C a p í t u lo .

O C a p ítu lo I I t e n t a d e m onstrar como o movimento a tu a l dos p r o f i s s i o n a i s d a ed ucaçã o, j á era g rand e p a r t e i n s e r i d o na compreensão dos aspectos t r a b a lh a d o s no c a p ít u lo a n t e r i o r , a n ­ s e i a po r m o d ific a ç õ e s nos Cursos d e P e d a g o g ia .

0 C ap ítu lo I I I a p r e s e n t a a c a r a c t e r iz a ç ã o do eg resso do Curso d e P e d a g o g ia d a UFSC formado no perío do 197 8 / 1 9 8 2 .

A apresen ta çã o dos r e s u lt a d o s d a p e s q u i s a , por h a b i l i ­ t a ç ã o , enco ntra- se no C ap ítu lo I V , o n d e é p o s s í v e l p e r c e b e r os

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A œ n c l u s â o , não tem a pretensão d e f i n a l i z a r n a d a , mas sim repor algumas c o isa s im p ortan tes que foram d i t a s no d e c o r ­ r e r do t r a b a lh o s itu a n d o e s p e c ia lm e n te os dados em píricos na d is c u s s ã o m a io r . Algumas s u g e s tõ e s são ap resen ta da s ã g u is a de

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CAMINHO OU DESCAMINHO NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR B RA SILEIR O?

CAPÍTULO 1

1 . 1 . Do G e n e r a l i s t a ao E s p e c i a l i s t a

A formação do educador p elo e n s in o s u p e r i o r , mais e s p e ­ c i f ic a m e n t e pelo Curso de P e d a g o g ia jã fo i r e g u la m e n ta d a , a n í v e l n a c i o n a l t rê s v e z e s : em 1 9 3 9 , em 1962 e em 1 9 6 9 . B a s i c a ­ m en te, o que aconteceu em termos de transform açã o e f e t i v a n e s ­ te caminho f o i a d i l u i ç ã o da formação b á s i c a , da fundam entação t e ó r i c a , em b e n e f í c io da formação de t é c n ic o s em h a b i l i t a ç õ e s q u e , no e n t a n t o , parecem c a r e c e r t a n t o de e s p e c i f i c i d a d e t e ó ­ r i c a (e p is t e m o ló g ic a ) quanto de e s p e c i f i c i d a d e p r á t i c a (empí­ r i c a ) .

A p r im e ir a regulam entação se d eu em 1 93 9 através do D e ­ c r e to - le i nÇ 1190 de 4 de a b r i l , que o r g a n iz o u a F a c u ld a d e N a­ c io n a l d e F i l o s o f i a d i v i d i d a em q u a tr o s e ç õ e s : F i l o s o f i a , C i ­ ê n c i a s , L e t r a s , P e d a g o g ia e D i d á t i c a ( F F C L ) . P e la p r im e ir a vez a l e g i s l a ç ã o b r a s i l e i r a contem plou os e d u cad o re s com um curso v o lt a d o som ente p ara a formação de p r o f i s s i o n a i s p a ra a área de e d u c a ç ã o , d o c ê n c ia e p e s q u i s a .

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p a la v r a s de V a l n i r C h a g a s , o que tivem os até os anos 30 fo i urna e s c o l a normal d e s t in a d a a p r e p a r a r os p r o fe s so re s de prim eira s l e t r a s : um curso geralm ente de trés anos que s e a ss e n t a v a s o ­ bre um e n s in o prim ario i n e x i s t e n t e como e s c o la r iz a ç ã o r e g u la r e s i s t e m á t i c a ^ . Estes p r o fe s s o r e s atuavam nas poucas escolas p ú b lic a s e x i s t e n t e s , uma vez que a formação e s c o la r dos f il h o s das e l i t e s e ra f e i t a , v i a de r e g r a , nos co lég io s j e s u í t a s e , p o s t e r io r m e n t e , no e x t e r i o r .

No e n t a n t o , ná d é c a d a de 2 0 j á começa a s e f a z e r p r e ­ s e n t e um movimento r e i v i n d i c a t o r í o que preten de a am pliação d a r e d e p ú b l i c a de e n s in o . T a l movimento vem no b o jo das p r ó ­ p r ia s m o d ific a ç õ e s da e s t r u t u r a econôm ica que acontecem n este p e r í o d o , quando a ordem a g r á r ia até então dom inante p a s s a a s e r s u b s t i t u í d a por m p ro cesso i n d u s t r i a l n a s c e n t e , dando o- rigem a novas fo rç a s s o c i a i s que levam ao questio nam ento d a ordem e dos p r i v i l é g i o s e s t a b e l e c i d o s . Passa- se a e x i g i r que o governo e s t e n d a aos novos grupos os b e n e f í c io s d a educação e d a c u l t u r a , colocando- se a e s c o l a r iz a ç ã o n\am patam ar de v a l o ­ r iz a ç ã o tão ele v a d o que le v o u J o r g e N a g le a cunhar as e x p r e s ­ sões "e n t u s ia s m o p e la ed u caç ã o " e "o tim ism o p e d a g ó g ic o " p ara

2

c a r a c t e r i z a r a d é c ad a .

A U n iv e r s id a d e B r a s i l e i r a f o i i n s t i t u í d a n e s t e clim a de t r a n s fo r m a ç õ e s , que culm inou com a "R e v o lu ç ã o de 1 9 3 0 " , l i d e ­ r ad a por s e t o r e s d a c l a s s e d om inante mais lig a d o s ao mercado

^ C H A G A S ,_V . Estudos s u p e r io r e s de e d u c a ç ã o . I n : For- mação do m a g i s t é r i o ; novo s is t e m a . São P a u l o , A t l a s , 197 5 . p . 57.

^N A G LE , J . Educação e s o c ie d a d e na p r im e ir a r e p ú b l i c a , são P a u l o , E P U , 1 9 7 6 . p . 9 9 .

(17)

in t e r n o e q u e , d esco ntentes com a p o l í t i c a governainental de e x ­

p o r t a ç ã o , souberam conqxiistar o apoio das classes m edias que

ansiavam por mudanças s i a n i f i c a t i v a s na s o c ie d a d e .

Embora t iv e s s e d e sen cad e a d o todo um movimento p r o g r e s ­ s i s t a no cairipo d a educação, de lu t a p e la g ra tu id a d e e o b r ig a t o ­ r ie d a d e e s c o l a r contrapondo-se ao pensamento t r a d i c i o n a l i s t a da é p o c a , l i g a d o ao c a t o lic is m o , e que v i a na i n t e r f e r ê n c i a do E s ­ tado lam p e r ig o de monopólio e na l a i c i d a d e e co- educação, uma a f r o n t a aos p r in c í p io s d a educação c a t ó l i c a ^ , o E s t a t u t o das U n iv e r s id a d e s B r a s i l e i r a s (D ecreto n9 1 9 . 8 5 1 / 3 1 ) que d eu nova forma ao e n s in o s u p e r io r e s t a b e le c e n d o padrões de o r g a n iza ç ã o p a r a to do o p a í s , contrapôs- se aos modelos d e s e ja d o s pelo s l i ­ b e r a is d e v id o às suas c a r a c t e r í s t ic a s n it id a m e n t e a u t o r it á r ia s de um g overno que p asso u a l e g i s l a r por decretos"^.

/

O D e c re to - le i que regulam entou a formação do educador e que e s t e v e em v i g ê n c i a d u r a n t e v i n t e e três anos (de 1939 até 1 96 2) c r i o u o chamado esquema 3 + 1 , ou s e j a , o esquema atrav és do q u a l o e s t u d a n t e o b t in h a o B ach arelad o em curso de duração d e três anos ao qual s e a c re s c e n t a v a o d ip lom a de L i c e n c i a t u r a após m ais um ano do chamado "C u rso de D i d á t i c a " . 0 Curso de P e ­ d a g o g ia in c l u í a - s e n e s te esquem a.

O c u r r í c u l o p r e v is t o p a ra o Curso d e P e d a g o g ia p o s s u í a as s e g u in t e s m a té rias o b r i g a t ó r i a s :

- Complementos de m atem ática (1 ^ s é r i e )

R O M A N E LLI, 0 . O r g a n iza ç ã o do e n s in o e o co n tex to s ó ­ c io p o l í t i c o após 1 9 3 0 . I n ; ____ H i s t ó r i a d a educação no B r a ­ s i l . P e t r ó p o l i s , V o z e s , 1 9 8 0 . p . 1 3 0 . 4 S C H E IB E , L . A formaçao p e d a g ó g ic a do p r o f e s s o r l i c e n ­ c i a d o ; c o n t e x t o h J.s tó ric o . P e r s p e c t i v a . F l o r i a n ó p o l i s , ^ ( 1 ) : 3 3 , a g o . / d e z . 1 9 8 3 .

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- Fundamentos b io ló g ic o s d a educação (1? s é r i e ) - P s i c o l o g i a ed u c a c io n a l (1 ? , 2? e 3? s é ­ r ie s ) - E s t a t í s t i c a e d u c a c io n a l (2? s é r i e ) - H i s t ó r i a d a educação (2? e 3? s é r i e s ) - Fundamentos s o c io ló g ic o s d a educação (2^ s é r i e ) - A d m in is tr a ç ã o e s c o la r (2? e 3? s é r i e s ) - Educação comparada (3^ s é r i e ) - F i l o s o f i a d a educação (3? s é r i e )

Na 4? s é r i e , no denom inado C urso d e D i d á t i c a , as m até­ r ia s o b r i g a t ó r i a s eram: - D i d á t i c a g e r a l - D i d á t i c a e s p e c ia l - P s i c o l o g i a e d u c a c io n a l - A d m in is tr a ç ã o e s c o la r - Fundamentos b io l ó g ic o s da educação - Fundamentos s o c io ló g ic o s d a ed u c a ç ã o .

A b a s e p redo m inante nos curso s das F a cu ld ad es de F il o s o f i a . C iê n c i a s e L e t r a s , e s t a v a , p o r t a n t o , nos três anos i n i ­ c i a i s , i s t o é , no corpo do curso que c o n s t i t u í a o b a c h a r e la d o . 0 b a c h a r e l em P e d a g o g ia sem a formação complementar do Curso d e D i d á t i c a , e r a co n h ecid o como "t é c n i c o em e d u c a ç ã o ", embora nunca houvessem s id o d e f i n i d a s , de m a n e ir a p r e c i s a , suas f u n ­ çõ es. O l i c e n c i a d o em P e d a g o g ia t in h a d i r e i t o de l e c io n a r em E s c o la s N o rm a is.

Foi e s t a a regulam entaçã o do C urso d e P e d a g o g ia que v i ­ gorou a té 1 9 6 2 , q u a n d o , em d e c o r r ê n c ia d a aprovação p e lo

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Con-g re s so N a c io n a l d a Lei de D i r e t r i z e s e Bases (Lei 4 . 0 2 4 / 6 1 ) , o C o n selh o F e d e r a l de Educação (CFE) b aix o u "cu rr íc u lo s mínim os" pa ra v á r io s c u r s o s , d e n tre os q u a is o de Ped a g o g ia . N este con­ texto f o i ap ro vado o Parecer do CFE 2 5 1 / 6 2 , de a u to ria do Con­ s e l h e i r o V a l n i r C h a g a s , que novamente regulam entou o c u r s o .

É i n t e r e s s a n t e r e s s a lt a r q u e , já n este momento, h a v ia m u ita c o n t r o v é r s ia com relação ao Curso de P e d a g o g ia , sendo que m uitos d e fe n d ia m a sua e x t in ç ã o . Os argumentos pa ra i s t o ligavam - se à a cusaçã o de que f a l t a r i a ao Curso conteúdo p r ó ­ p r i o . Já então argumentava-se que a formação do p r o fe s s o r p r i ­ m ário d e v e r i a s e d a r a n ív el s u p e r io r (com a conseqüente e x ­ t in ç ã o das E s c o la s Normais) e que a formação de t é c n ic o s em educação d e v e r i a dar- se em estudos p o s t e r io r e s ao da g ra d u a ­ ção^ .

V a l n i r Chagas contra-argumentou em d e f e s a do Curso de P e d a g o g ia , a firm a n d o se r e s te \im curso e r i g i d o sobre o p r e s s u ­ po sto das E s c o la s N o rm ais, e , p o r t a n t o , sobre o p ressup o sto de que os p r o f e s s o r e s prim ários seriam formados em n í v e l de curso s e c u n d á r i o , j á então 'uma soltição t a l v e z avançada p a r a a r e a l i d a d e b r a s i l e i r a na q u a l uma grande p a r t e dos p r o fe s s o r e s que ensinam de 1 ^ a 4ç^ s é r ie s não possuíam formação além da formação p r im á r ia .

D e s t a fo rm a , com a reform a i n t r o d u z i d a a p a r t i r de 1962 nos Cvirsos de P e d a g o g ia , e que descreverem os a s e g u i r , r e a f i r ­ mou-se e s t e c u r s o , ao n í v e l de l i c e n c i a t u r a , como o l o c a l de p r e p a r a ç ã o , a tr a v é s da t e o r i a e p r á t ic a d a e s c o l a p r i m á r i a , do p r o fe s s o r d e s t i n a d o aos cursos no rm ais. Por outro l a d o , o

alu-^C H A V E S, E . O . O curso de p e d a g o g ia ; xam b re v e h i s t ó r i c o e um resumo da s it u a ç ã o a t u a l . Cadernos do C e d e s . São P au­ l o , 1 ( 2 ) : 4 9 , 1 9 8 1 .

(20)

no in t e r e s s a d o apenas no b acharelado — o t é c n ic o em educaçã o, co n tin u o u a f i c a r sem a tr ib u iç õ e s d e f i n i d a s a ju s t á v e l a todas as t a r e f a s não-docentes d a a t iv id a d e e d u c a c io n a l ^ .

M anteve- se, p o r t a n t o , em. 1962 , para o Curso de Pedago-, g i a , o esquema de B ach arelado e L i c e n c i a t u r a , embora o P a r e c e r 2 9 2 /6 2 do C F E , que regulam entava as M atérias Pedagógicas p ara a L i c e n c i a t u r a , tenha procurado a b o l i r o esquema 3 + 1 , i n s t i ­ t u in d o o p r i n c í p i o d a concom itância do e n sin o do conteúdo e do m étodo.

O c u r r í c u lo mínimo com preendia s e t e m a t é r i a s , assim d i s t r i b u í d a s : 1 . P s i c o l o g i a de Educação 2 . S o c i o l o g i a (G eral e d a Educação) 3. H i s t ó r i a d a Educação 4. F i l o s o f i a d a Educação 5 . A d m in is tr a ç ã o E s c o la r 6 / 7 . Duas d e n t r e as s e g u in t e s m a t é r ia s : B i o l o g i a , H i s t ó r i a d a F i l o s o f i a , E s t a t í s t i c a , Métodos e T é cn ica s d a P e s q u is a P e d a g ó g ic a , C u lt u r a B r a s i l e i r a , Educação Com parada, H i ­ g ie n e E s c o l a r , C u r r íc u lo s e P ro g ram as, T é cn ica s A u d io ­ v i s u a i s de È ducaçã o , T e o r ia e P r á t ic a d a E s c o la M é d i a ,I n ­ trodução ã O rie n t a ç ã o E d u c a c io n a l .

A e s c o lh a das m atérias 6 e 7 , no e n t a n t o , não e r a do aluno e sim d a i n s t i t u i ç ã o .

A L e i d e D i r e t r i z e s e Bases d a Educação. N a c i o n a l , que v ig o r o u a p a r t i r de 1 96 1 até 1 9 6 8 , pode s e r c a r a c t e r iz a d a como um documento de t r a n s i ç ã o , que d e u ê n fa s e ã o r g a n iz a ç ã o

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11

l a r , mas q u e , no seu c o n ju n t o , foi m ais um instrum ento perm is­ s i v o do que a f ir m a t iv o ^ . Reais transform ações no Curso de P e ­ d a g o g ia vão o c o r re r apenas a p a r t ir de 1 9 6 9 , q u a n d o , em d e c o r ­ r ê n c ia da L ei da Reforma U n iv e r s it á r ia (Lei n9 5 . 5 4 0 / 6 8 ) , o

C onselho F e d e r a l de Educação aprovou nova regulamentação para

o Curso de Ped ago gia através do P a recer 2 5 2 / 6 9 , a in d a hoje em v i g ê n c i a .

A Reforma U n i v e r s i t á r i a de 1 9 6 8 v e io carreg ad a por um p r o je t o p o l í t i c o conseq üente com um modelo econôm ico-social que p a s s o u a s e r r e fo r ç a d o após a Revolução de 1 9 6 4 . E s t a reform a, c u ja l e i p assou a regulam entar o fun cio n a cim en to do ensino s u ­ p e r i o r b r a s i l e i r o , fo i f e i t a sob a p roteção de um Ato I n s t i ­ t u c io n a l (n9 5) e do D ec re to 4 7 7 , e v id enciand o - se assim a d i ­

mensão de im posição que a acompanhou. A i n d a , como pano de

fu n d o , a Lei da Reforma U n iv e r s it á r ia baseou- se eiri algumas das suas d i r e t r i z e s , numa combinação do R e la t ó r io Atcon (1966) e do R e l a t ó r io M e ir a M attos (1 9 6 8 ) .

0 R e la t ó r io A tco n p r e c o n iz a v a a n e c e s s id a d e de e n ca rar a educação como fenômeno q u a n t i t a t i v o , e po rtan to p o s s ív e l de s e r r e s o l v id o t e c n ic a m e n te , com o máximo de rendim ento e m í n i­ ma i n v e r s ã o . Para t a l f i m , a im plantação de um s iste m a de e n ­ s in o s u p e r io r d e v e r ia dar- se nos moldes de uma grande em presa. 0 R e la t ó r io M e ir a M attos preocupou-se mais em apontar a f a l t a de d i s c i p l i n a e a u t o r id a d e como fato res de i n e f i c i ê n ­ c ia do s iste m a de e n s in o s u p e r i o r . A ss im , colocou a n e c e s s i d a ­ d e de in s t a l a ç ã o de um regim e a d m in is t r a t iv o e d i s c i p l i n a r

ca-g

paz de formar uma ju v e n tu d e m ais d em ocrática e r e sp o n s á v e l •

^ I d . P e r s p e c t i v a . F l o r i a n ó p o l i s , 1 ( 1 ) : 3 8 , a g o. / s e t . 1 9 8 3 .

C H A U f, M. V entos do p r o g r e s s o ; a u n iv e r s id a d e adm i­ n i s t r a d a . Cadernos de D e b a t e . São P a u l o , ( 8 ) : 3 5 , 1 9 8 0 .

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Am bos, o R e la t ó r io Atcom e o R e l a t ó r io M e ira M a t to s, e- la bo ra do s com a d e c i s i v a p a r t ic ip a ç ã o e i n f l u e n c i a de t é cn ico s n o rte - a m e r ic a n o s , imprimiram a sua marca na Lei 5 . 5 4 0 / 6 8 , em c on form idad e com a ê n fa s e que estavam sendo dada ao n ív e l p o ­ lític o - eco n ó m ico no Estado b r a s i l e i r o .

A educaçã o p a s s a a ser v i s t a cada v ez mais como i n v e s ­ tim ento i n d i v i d u a l e s o c i a l . O lema "d e s e n v o lv im e n to como s e ­ g u r a n ç a " e x ig e o aumento da p r o d u t iv id a d e do s iste m a de e n s i ­ no p e l a v i a d a sua r a c i o n a l i z a ç ã o . Conforme K u e n z e r : i s t o p o r ­ que a educação é en ca rad a como in stru m e n to capaz de prom over, sem c o n t r a d i ç õ e s , o desenvolvim ento econômico p e l a q u a l i f i c a ­ ção d a mão-de-obra, p e la r e d i s t r i b u i ç ã o de r e n d a , p e l a m axim i­

zação de produção e , ao mesmo tempo, o d esen v o lv im en to da

c o n s c iê n c ia p o l í t i c a in d is p e n s á v e l ã m anutenção do E stad o au-9

t o r i t a r i o .

C o n d iz e n t e com a i d e o l o g i a que p a ss o u a s e r dom inante nos m eios o f i c i a i s , a q u a l e n f a t i z a v a a r a c io n a l i z a ç ã o e a neu­ t r a l i d a d e d a t é c n i c a , d ifu n d iu - s e a c r e n ç a de que o s iste m a de e n s in o v i g e n t e era in o p e r a n t e por s e r mal a d m in is t r a d o . A s ­ s im , s e r i a n e c e s s á r io reform ar e m o d e r n iza r suas e s t r u t u r a s , tendo como m odelo a a d m in istra çã o e m p r e s a r ia l a fim de se ob­ t e r a p ro v eita m en to m ais r a c i o n a l dos r e c u r s o s .

A i n f l u ê n c i a t e c n i c i s t a e n tro u por duas v ia s no Curso de P e d a g o g ia : através d a e s t r u t u r a e funcio nam ento do p r ó p r io c u r s o , i n s e r i d o nos p r in c í p io s b á sic o s da Reforma U n i v e r s i t á ­ r i a ; e a tr a v é s d a sua ocupação b á s i c a , a p a r t i r d e s t e momento, q u a l s e j a , a formação de e s p e c i a l i s t a s r e s p o n s á v e l p e la

admi-9

KUENZER, A . e t a l i i . A p e d a g o g ia t e c n i c i s t a . I n : MEL­ LO , G .N . o r g . E s c o la n o v a , t e c n ic is m o e educação com p ensatória, são P a u l o , L o y o l a , 1 9 8 4 . p . 3 4 .

(23)

13

n i s t r a ç ã o , s u p e r v is ã o , insp eção e orientaçã o da o r g a n iza ç ã o e s c o l a r p a r a o 19 e 2? g ra u s .

F ic o u b a s ta n t e c l a r o , através do P a recer 2 5 2 / 6 9 , a fu n ­ ção p r im o r d ia l que p a sso u a t e r o Curso de P e d a g o g ia após a Reform a U n i v e r s i t á r i a : formar "pe d a g o g o s" p a ra a função de p la n e ja m e n t o e c o n tr o le da s itu a ç ã o de e n s in o .

O Curso de P e d a g o g ia , antes centrado em "g e n e r a l id a d e s e d u c a c i o n a i s " , p a ss a a formar um p r o f i s s i o n a l em que a t é c n i ­ ca p r e v a l e c e sobre os c o n t e ú d o s , em que os procedim entos p r e ­ v alecem s o b re os o b je t iv o s e f i n a l i d a d e s ^ ^ .

A formação p a ra p r ep ara r o p r o f i s s i o n a l h a b i l i t a d o a l e c i o n a r na E s c o la Normal con tin uou como uma das h a b il it a ç õ e s p o s s í v e i s a ser o f e r e c i d a p e lo Curso de P e d a g o g ia : p a sso u a chamar-se a h a b i l i t a ç ã o " M a g i s t é r i o " , ã q u a l o P a re ce r c ita d o a t r i b u i u também a função de p r e p a r a r , a in d a que como um s u b ­ p r o d u t o , o p r o fe s s o r p r im á r io , argumentando q u e , t a n t o do po n­ to de v i s t a l e g a l como do t é c n i c o , o p r o f e s s o r do fu t u r o p r o ­ f e s s o r p r im á r io pode também s e r p r o fe s s o r p r im á r io , b astando p a r a i s t o i n c l u i r em sua formação as m a té r ia s M e to d o lo g ia do E n s in o d e 19 grau e P r á t ic a de E n sin o na E s c o la de 19 g ra u . 0 P a r e c e r 2 5 2 / 6 9 regulam entou as s e g u in t e s h a b i l i t a ­ ções 1) M a g is t é r io 2) O r ie n t a ç ã o E d u c a c io n a l 3) A d m in is tr a ç ã o E s c o la r 4) S u p e r v isã o E s c o la r 5 ) In s p e ç ã o E s c o la r .

S IL V A , J . I . Ação c o n ju n t a na form ulação de p ro p o stas d e form ação do ed u c a d o r . Cadernos do Cedes , São P a u l o , 2 ^ ( 2 ) :7 ,

(24)

Além d e sta s h a b il it a ç õ e s p r e v is t a s p e la l e i , ou tras p o ­ derã o s e r eventualm ente c r i a d a s , d e sd e que elabo rad os planos c o n cre to s e ap reciados p e lo Conselho F e d e ral de Educação .

O P a r e c e r 2 5 2 /6 9 também a b o l i u a d is t in ç ã o e n tre o Ba­ c h a r e l e o L ic e n c ia d o em P e d a g o g ia . Para q u a lq u er das h a b i l i ­ t a ç õ e s , o t í t u l o é o de L i c e n c i a d o , sob o argumento de que quem é p o rtad o r de dip lom a de P e d a g o g ia , em p r i n c í p i o , sempre pode s e r p r o fe s s o r de e n s in o norm al. Para t a n t o , a D id á t i c a fo i i n t r o d u z i d a como m a té r ia o b r i g a t ó r i a , no Núcleo Comum.

Em s í n t e s e , são os s e g u in t e s os d ir e i t o s de e x e r c í c i o p r o f i s s i o n a l aos p o rtadores de d ip lo m a de P e d a g o g ia : (C f. Pa­ r e c e r 25 2 / 6 9 ) 1) e x e r c í c i o das a t iv id a d e s r e l a t i v a s às h a b i l i t a ç õ e s r e g i s ­ tra d a s em cada c a s o ; 2) o e x e r c í c i o de m a g i s t é r i o , no e n s in o normal d a q u e la s d i s ­ c i p l i n a s correspondentes ãs h a b i l i t a ç õ e s e s p e c í f i c a s e ã p a r t e comum do c u r s o ; 3) o e x e r c í c io do m a g is t é r io na e s c o l a p r i m á r i a , apenas quando i n c l u í d a s , na sua form ação , as m a té r ia s M e to d o lo g ia do En­ s i n o de 19 grau e P r á t i c a de E n s in o na E s c o la de 19 g ra u .

A duração mínima do Curso f o i e s t a b e l e c i d a em 1 .1 0 0 horas p a r a curso de duração c u r ta e 2 . 2 00 horas em d uração ple­ na. A i n d a , lim itou- se em, no máximo, duas as h a b i l i t a ç õ e s que podem s e r o b t id a s ju n to com o d ip lo m a , por a lu n o .

As m a té rias o b r ig a t ó r ia s dos c u r s o s , em termos de m í n i ­ mo a s e r cumprido são as s e g u i n t e s :

N ú cleo comum

1) S o c io l o g ia G eral

(25)

15 3) P s ic o l o g ia da Educação 4) F i l o s o f i a da Educação 5 ) H i s t ó r i a da Educação 6) D i d á t i c a . H a b il it a ç ã o "M a g i s t é r i o "

1) E s t r u t u r a e Funcionam ento do Ensino de 19 grau 2) M e to d o lo g ia do E n sin o de 1? grau

3) P r á t ic a de e n s in o na e s c o la de 19 g ra u .

H a b i l i t a ç ã o O rie n t a ç ã o E d u c a c io n a l

1) E s t r u t u r a e Funcionam ento do En sin o de 19 grau 2) E s t r u t u r a e Funcionam ento do En sin o de 29 grau 3) P r in c í p io s e Métodos de O rie n ta ç ã o E d u c a c io n a l 4) O rie n ta ç ã o E d u c a c io n a l

5 ) M edidas E d u c a c io n a is .

H a b il it a ç ã o A d m in istra ç ã o E s c o la r (ple na)

1) E s t r u t u r a e Funcionam ento do E n sin o de 19 grau 2) E s t r u t u r a e Funcionam ento do En sin o de 29 grau 3) P r in c í p io s e Métodos de A dm in istra çã o E s c o la r 4) E s t a t í s t i c a A p l ic a d a ã Educação .

H a b i l i t a ç ã o S u p e r v isã o E s c o la r (plena)

1) E s t r u t u r a e Funcionarriento do E n sin o de 19 grau 2) E s t r u t u r a e Funcionam ento do E n sin o de 29 grau 3) P r in c í p io s e Métodos de S u p e r v isã o E s c o la r 4) C u r r íc u lo s e Program as.

H a b i l i t a ç ã o Insp eçã o E s c o la r (p le na)

(26)

2) E s t ru t u ra e Funcionam ento do Ensino de 29 grau 3) P r in c í p io s e Métodos d e Inspeção E s c o la r

4) L e g is la ç ã o do E n s in o ^ ^ .

1 . 2 . G e n e r a l is t a ou E s p e c i a l i s t a ?

Na r e t r o s p e c t iv a h i s t ó r i c a dos Cursos de P ed a g o g ia co­ lo c a d a de forma s u c i n t a no item a n t e r i o r , é p o s s í v e l p e r c e b e r a t r a j e t ó r i a que estes cursos cumpriram estes a n o s : d a forma­ ção do g e n e r a l i s t a passou- se ã formação de um p r o f i s s i o n a l e s p e c i a l i s t a .

A formação b á s ic a do e d ucad o r p e lo Curso de P e d a g o g ia f i c o u d i l u í d a em b e n e f í c io da formação de técn ico s em h a b i l i ­ tações q u e , por sua v e z , parecem c a r e c e r de e s p e c i f i c i d a d e tan­ to t e ó r i c a quanto p r á t i c a . O p r ó p r io CFE aprovou, p o s t e r i o r ­ mente ao P a r e c e r 2 5 2 / 6 9 , as In d ic a ç õ e s 6 7 / 7 5 , 6 8 / 7 5 , 7 0 /7 6 e 7 1 / 7 6 de a u t o r ia também do C o n s e lh e ir o V a l n i r C h a g a s , no s e n ­ t id o de m o d if ic a r ou d e m elh o ra r uma s é r i e de questõ es que se colocaram com a a p lic a ç ã o do P a r e c e r . No e n t a n t o , e s ta s i n d i ­ cações não chegaram a e n t r a r em v i g o r po is foram s u st a d a s a n í v e l do M in i s t é r i o da Educação e C u lt u r a (M E C ).

T a is i n d i c a ç õ e s , na a n á l i s e que faz d e la s Derm eval

Sa-12

v i a n i , t a lv e z tiv e ssem p o s s i b i l i t a d o algumas a b e r t u r a s , no e n t a n t o , apresentavam também s é r io s r i s c o s . Por exem p lo , ao

^ ^ I d . Cadernos do C e d e s , São P a u l o , 1 ( 2 ) : 5 5 , 1 9 8 1 . 12

S A V I A N I , D. Uma e s t r a t é g i a p ara a reform ulaçã o dos cursos de p e d a g o g ia e l i c e n c i a t u r a . I n : S A V IA N I, D . et a l i i . A formação do e d u c a d o r . São P a u l o , A n d e , s / d . p p . 1-6.

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17

c o n f e r i r aos cursos de formação de educadores o "s t a t u s " de es­ p e c i a l i z a ç ã o (pós-graduação " l a t u s e n s u ") estariam correndo o r i s c o de r e d u z ir a duração d e sse s cursos para d ois anos em mé­ d i a , tornando ainda mais p r e c á r ia a formação do ed u c a d o r . Sa- v i a n i lem b ra , n e s ta a n á l i s e , que nos últimos anos m uitos p r o ­

fe s s o r e s j á h a b ilit a d o s nas chamadas "l i c e n c i a t u r a s de con­ t e ú d o " têm o co rrid o aos cursos de P ed a g o g ia para o b te r uin t í ­ t u lo a d i c i o n a l e q u e , apesar de s u a e x p e r iê n c ia em m a g i s t é r i o , nem po r i s s o se revelaram educadores mais com petentes.

0 Curso de P ed a g o g ia e s t á h o je na pauta das d is c u s s õ e s m ais a c ir r a d a s no campo e d u c a c io n a l . Todos percebem a n e c e s ­ s i d a d e de m udanças: agên c ia s fo r m a d o ra s , i n s t i t u i ç õ e s que ab­ sorvem o p r o f i s s i o n a l form ado, õrgãos o f i c i a i s , e s tu d an te s e educadores de uma m aneira g e r a l . E v id e n te m e n te , esta s mudanças não estã o sendo pensadas d a mesma m a n e ir a po is os in t e r e s s e s s o c i a i s e p o l í t ic o s são bem d i f e r e n t e s e c o n f l i t a n t e s , apesar de nem sempre bem d e f i n i d o s e m a n if e s t o s ^ ^ . No e n t a n t o , a questã o c e n t r a l das d iv e r g ê n c ia s g i r a em torno das habilitações. As p o s t u r a s v ã o , desd e a in t e ir a m e n t e fa v o r á v e l ã d iv i s ã o de t a r e f a s no campo e d u c a t iv o até a p o s t u r a que r e i v i n d i c a a t o ­ t a l s u p r e s s ã o das h a b il it a ç õ e s em fa v o r do educador g e n e r a lis - t a .

E s t a s questões estã o p r e s e n te s h o je nas d is c u s s õ e s e t r a b a lh o s levados a e f e i t o na com unidade e d u c a c io n a l , a ponto de converterem -se num movimento n a c io n a l d e estudos so b re a formação de recursos humanos p a r a a e d u c a ç ã o , envolvendo edu­ cadores que atuam a n í v e l de m acro- sistem a (MEC, C F E , S e c r e t a ­ r ia s de Educação) e a n í v e l de m icro- sistem a (estabelecim

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tos de e n s i n o ) .

O d e b a te em torno d a q uestã o é ino vador na m edida em que as d is c u s s õ e s surgiram predom inantem ente da b a s e , p o is as reform as e regulam entações d e s t e curso sempre ocorreram de c i ­ ma p a r a b a i x o , sem que os e d u c a d o r e s , aqueles que estã o e f e t i ­ vam ente a t u a n d o , tivessem o p o r t u n id a d e de se m a n if e s t a r .

F o i a p a r t i r dos anos 7 0 que e s t a d is c u s sã o ampliou-se e n t r e os e d u c a d o r e s , preocupados com o p a p e l da e s c o la e da p r a x i s a l i d e s e n v o lv id a . Era 197 8 , r e a liz o u - s e em C am pinas, São P a u l o , o 1? Sem iná rio de Educação B r a s i l e i r a , tendo como ponto c e n t r a l dos d e b a te s a formação do educador e seu r e s p e c t iv o cur so de g r a d u a ç ã o , concluindo- se p e l a n e c e s s id a d e de r e p e n s a r a e d u c a ç ã o , o p a p e l p o l í t ic o do e d u cad o r e os conteúdos abo rd a­ dos n e s te s c u r s o s .

Segu iu - se a e s te evento a r e a l i z a ç ã o em 1980 d a 1? Con­ f e r ê n c i a B r a s i l e i r a de Educação que f o c a l i z o u o tema P o l í t i c a E d u c a c i o n a l , onde os p a r t i c i p a n t e s criaram o Comitê N a c io n a l Pró-Formação do Educado r. E ste Comitê tem como o b j e t i v o a r t i ­ c u l a r as a t iv id a d e s dos educadores que visam d e s e n c a d e a r o p r o c e s s o de mudança n e c e s s á r ia n e s te s cursos e im p ed ir que as d e c i s õ e s s o b r e a formação dos fu tu ro s educadores e seu t r a b a ­

lho s e façam sem a sua p a r t i c i p a ç ã o .

P o ste rio rm e n te foram c r ia d o s os Comitês R e g io n a is em v á r io s E s tad o s q u e , juntam ente com o Comitê N a c i o n a l , s e d ia d o em G o i â n i a , passaram a s e n s i b i l i z a r e m o tiv a r educadores a p a r t i c i p a r de um "p r o j e t o a l t e r n a t i v o que r e f l i t a realm ente o pensam ento e a e x p e r iê n c ia dos ed ucad ores b r a s i l e i r o s e que p o ss a c o n fro n tar- se com os p r o je t o s r e s t r i t o s dos órgãos

go-14 v e r n a m e n t a is e não r e p r e s e n t a t iv o s dos educadores

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19

O M i n i s t e r i o da Educação e C u l t u r a , por sua v e z , também d e s e n c a d e o u um movimento e , atrav és d a C oordenadoria de C iê n ­

c ia s Humanas e S o c ia is da S e c r e t a r i a de Ensino S u p e r io r , i n s ­ t i t u i u uma com issão (memorando n9 31 de 2 3 / 0 6 / 8 0 ) com o o b j e ­ t iv o de e s t u d a r estes cursos e propo r mudanças a serem e n v ia ­ das ao C o n s e lh o F e d e r a l de Educação (C F E ).

A p a r t i r de 1 9 8 1 , coordenados p e lo M in i s t é r i o d a Educa­ ção e C u l t u r a , realizaram - se encontros e s t a d u a i s , r e g io n a is e n a c i o n a i s , onde os p r o f i s s i o n a i s d a educação tiveram o p o r t u n i­ d a d e de e l a b o r a r propostas a l t e r n a t iv a s aos cursos de formação de r e c u rs o s humanos para a ed ucaçã o.

Em novembro de 1 9 8 3 , fo i r e a l i z a d o em Belo H o r iz o n t e o ú ltim o d e s t e s e n c o n t r o s , em que os educadores de todo o País se fiz e r a m r e p r e s e n t a r a trav és de seus d e l e g a d o s , p a r a a ela- botação d a p r o p o sta f i n a l a s e r e n v ia d a ao Conselho F e d e r a l de Educação . N este docxjmento, o ponto c e n t r a l que se c o n s t i t u i na grande r e iv in d ic a ç ã o dos educadores é a autonom ia d a i n s ­ t i t u i ç ã o (d e s c e n t r a liz a ç ã o a n í v e l de d e c is ã o e de execução) p a r a montagem d e cursos e c u r r í c u l o s . Concluiu- se que é i n d i s ­ p e n s á v e l o p o d er c e n t r a l (MEC e CFE) l e g i s l a r o mínimo p o s s í ­ v e l s o b re o a s s u n t o , p er m itin d o que cada i n s t i t u i ç ã o com pati­ b i l i z e cursos e c u r ríc u lo s com as c a r a c t e r í s t i c a s e n e c e s s i d a ­ des r e g i o n a i s .

E s t a a u to n o m ia , no e n t a n t o , im p l ic a em c o n t r a p a r t i d a , na grande r e s p o n s a b il id a d e d a i n s t i t m ç ã o em co n h ecer bem o con­ texto em que a i n s e r e , suas c a r a c t e r í s t i c a s e n e c e s s i d a d e s , os p r o f i s s i o n a i s que p r e c i s a . I m p l ic a também em a v a l i a r os cursos a t u a i s , a formação o f e r e c i d a e a s it u a ç ã o a t u a l do e g re sso p a ­ ra q u e , de p o ss e de um d i a g n ó s t i c o , p r o c e d a às m o d ific a ç õ e s

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n e c e s s a r i a s .

Na t e n t a t iv a de e s c la r e c e r alguns aspectos quanto às ha­ b i l i t a ç õ e s do Curso de P ed a go gia que venham a j u s t i f i c a r ou não a perm anência d e la s buscar- se- ã, n e s t a p e s q u i s a ,e v i d e n c i a r dados cap azes de a u x i l i a r o e s c la r e c im e n t o d a q u e s tã o .

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CAPÍTULO 2

OBJETIVOS E LIM ITE S DA PESQUISA

2 . 1 . Obj e t iv o s

O p r e s e n t e t ra b a lh o p r o c u r a con hecer a a t u a l s itu a ç ã o p r o f i s s i o n a l , do e g r e s s o , do Curso de P e d a g o g ia d a U n iv e r s i d a ­ de F e d e r a l de San ta C a t a r i n a , formado no p erío do de 197 8 a

1982 .

Conhecer a s itu a ç ã o p r o f i s s i o n a l d a q u e le s que estã o se formando no Curso de P ed a g o g ia i h o je uma n e c e s s id a d e p a ra sub­ s i d i a r as d is c u s s õ e s que visam a m e lh o r ia e a p r ó p r ia reform u­ lação do c u r s o . Nenhum t r a b a lh o fo i f e i t o , n e s s e s e n t i d o , nos 25 anos de funcionam ento d e s t e Curso na U n iv e r s id a d e F e d e r a l d e S a n t a C a t a r i n a , e no momento em que s e q u e s t io n a r e s o l u t a ­ mente as suas h a b i l i t a ç õ e s , e s t a é uma t a r e f a i n a d i á v e l .

A tu a lm e n t e , o Curso de P e d a g o g ia d a UFSC o fe r e c e as s e ­ g u in te s h a b i l i t a ç õ e s ;

D i s c i p l i n a s p e d a g ó g ic a s d e 2 9 grau Educação Pré- E sco lar

M a g is t é r io D e f i c i e n t e M e n ta l D e f i c i e n t e A u d it iv o

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E s p e c i a l i s t a s

A dm inistração E s c o la r O rie n ta çã o E d u c a c io n a l Su p e rv isã o E s c o la r

No e n t a n t o , os egressos do p er ío d o r e la c io n a d o a n t e c e ­ deram o su rg im en to das h a b ilit a ç õ e s em M a g i s t é r i o : Educação P r é - E s c o la r , D e f i c i e n t e M ental e D e f i c i e n t e A u d i t i v o . A s s im , são os formados em M a g is t é r io : D i s c i p l i n a s P e d a g ó g ica s de 29 grau (M A ), e E s p e c i a l i s t a s : A dm inistração E s c o la r (AE) , O r i e n ­ tação E d u c a c io n a l (OE) e Supervisão E s c o la r (SE) que s e cons­ titu em nos s u j e i t o s d a p e s q u is a .

Na origem d a preocupação que gerou o d ese n v o lv im en to d e s t e t r a b a lh o e s t á a d is c u s s ã o de p ropo stas a l t e r n a t i v a s p a ra a formação do ed u c a d o r . E ste p r o f i s s i o n a l , que e s t á sendo fo r ­ mado p e lo curso que h o je é a r e f e r ê n c i a fund am ental d e n t r o da

área d a ed u c a ç ã o , en c o n tra tra b a lh o que j u s t i f i q u e a e s p e c i f i ­ cid a d e da sua formação?

A d i v i s ã o do Curso de P e d a g o g ia em h a b i l i t a ç õ e s , que r e s u l t o u no aparecim ento das e s p e c ia l iz a ç õ e s que aqui estã o em p a u t a , é p ro d uto de um p r o c e s so h i s t ó r i c o d u ra n te o q u a l o co r­ re a m a s s if ic a ç ã o d a e s c o la p ú b l i c a , a q u a l p a s s a a s e r g e r id a de forma cada vez m ais c e n t r a l i z a d a . Mas é também fr u t o de um corpo de i d é i a s que p e n e t r o u amplamente no s is t e m a e d u c a c io n a l b r a s i l e i r o cora o d is c u r s o d e s e n v o lv im e n t is t a que se p r e s e n c io u a p a r t i r do fim d a d é c ad a de 6 0. N e s te momento em que o " d e ­ s e n v o lv im e n to econômico com s e g u r a n ç a " foi o f i o c:ondutor da i d e o l o g i a do Regime M i l i t a r , a b a ix a p r o d u t iv id a d e do s iste m a e s c o l a r e ra a p r e s e n t a d a como um dos en tra v e s ao a tin g im e n to d a q u e le o b j e t i v o . Apontou-se o produto in a d e q u a d o do s is t e m a e s c o la r como r e sp o n s á v e l tan to p e l a b a i x a q u a l i f i c a ç ã o d a

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mão-23

de- obra e , p o r t a n t o , p e la d e s ig u a l d a d e d e d is t r i b u i ç ã o de ren ­ d a , como p e lo desp rep a ro das massas p ara o processo p o l it ic o ^ -Foi como urna soluçã o para e s s e im passe que o E stad o b r a s i l e i r o e grande número de i n t e l e c t u a i s , esp ecialm e n te os r e p r e s e n t a n t e s dos in t e r e s s e s o f i c i a i s , p r iv i l e g i a r a m a t e c n o ­ l o g i a e d u c a c io n a l . A p a r t ir do p r e s s u p o s t o da n e u t r a lid a d e c i ­ e n t í f i c a e i n s p i r a d a nos p r in c í p io s d e r a c i o n a l i d a d e , e f i c i ê n ­ c i a e p r o d u t i v i d a d e , a t e c n o lo g ia e d u c a c io n a l advogou a r e o r ­ d enação do p r o c e s so e d u c a t iv o de modo a torná-lo o b je t iv o e r a c i o n a l . Daí o parcelam ento do t r a b a lh o ped ag ó g ico com a e s ­ p e c i a l i z a ç ã o d e f u n ç õ e s , po stulan do - se a in tro d u çã o no s is t e m a d e e n s in o d e t é c n i c o s - e s p e c i a l i s t a s . Na p e d a g o g ia t e c n ic is - t a , e s c re v e S a v i a n i , o elemento p r i n c i p a l p a s s a a s e r a o r g a ­ n iz a ç ã o r a c i o n a l dos m e io s , ocupando p r o fe s s o r e aluno p o sição s e c u n d á r i a , rele ga do s que são ã co n diçã o d e executo res d e um p r o c e s s o c u ja concepção , p la n e ja m e n t o , coordenação e c o n tr o le ficam a cargo d e e s p e c i a l i s t a s supostam ente h a b i l i t a d o s , neu­ t r o s , o b j e t i v o s , i m p a r c i a i s ^ ^ .

Com a t e o r i a p e d a g ó g ic a - t e c n ic is t a houve um c r e s c e n te p r o c e s so d e b u r o c r a t iz a ç ã o nas e s c o l a s . Ao a c re d ita r - s e que o p r o c e s s o s e r a c i o n a l i z a r i a na m e d ida em que se a g is s e p l a n i f i - cadam ente, tornava- se n e c e s s á r io b a i x a r in s tr u ç õ e s p a ra p r o c e ­ d e r d e forma a que os d i f e r e n t e s a gen tes d a e s c o la cumprissem

cada q u a l as suas t a r e fa s e s p e c í f i c a s . O m a g is t é r io p a ss o u e n ­ tã o a s e r subm etido a um r i t u a l a lta m e n te b u r o c r á t ic o onde a e s p e c i f i c i d a d e e d u c a t iv a perdeu- se e n t r e t a n t a s o u t r a s . ^ ^ I d . E s c o la n o v a , t e c n ic is m o e educação c o m p e n s a t ó r ia , são P a u l o , L o y o l a , 3,984. p . 2 9 . ^ ^ S A V IA N I, D . E s c o la e d e m o c r a c i a ; t e o r i a s d a ed u caçã o , c u r v a t u r a d a v a r a , o n ze t e s e s s o b r e educação e p o l í t i c a . São P a u l o , C o r t e z , 1 9 8 5 . p . 1 7 .

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A chamada "g e r e n c i a c i e n t í f i c a " / i n t r o d u z i d a nas e s c o ­ l a s , é a p r ó p r i a l ó g ic a da empresa que se fa z p r e s e n te no s i s ­ tema d e e n s in o . T a l g e r e n c i a , ninguém i g n o r a , se m a n ife s t a na segm entação f u n c io n a l e x p re s s a na d i s c i p l i n a v i n d a d e cima p a ­ r a b a i x o , na h i e r a r q u i z a ç ã o . Concentra- se e c e n t r a liz a - s e a d e c i s ã o , segm entando-se a e x e cu çã o , e p a r a cada n i v e l de e x e ­

cução tem-se um n i v e l m ais ou menos h ie r a r q u i z a d o de p o d e r ^ ^ . A c o n te c e que p e l a e s p e c ia l iz a ç ã o fo r m a l, p e l a d e s q u a l i ­ f i c a ç ã o que im p l ic a ou pode im p lic a r t a l e s p e c i a l i z a ç ã o (ao p a r c e l i z a r o s a b e r ) , o todo se p e r d e , e a in d a p e l a norm atiza- ção e x i g i d a , s e pedem qu se exigem a con form idad e e a d o c i l i ­ d a d e .

O que normalmente não se e x p l i c i t a no corpo d e id é i a s que compõem a p e d a g o g ia t e c n i c i s t a e q u e , p o r t a n t o , dão s u p o r ­

t e à ação t e c n i c i s t a , é a e p is te m o lo g ía s u b j a c e n t e ã sua a b o r ­ dagem e a d e c o r r e n t e co n ceitu a çã o de ed u caçã o .

Do ponto de v i s t a e p is t e m o ló g ic o , é c l a r a a p o s t u r a v o l u n t a r i s t a d a abordagem t e c n i c i s t a , a p o ia d a no c o n c e ito p o ­ s i t i v i s t a de c i ê n c i a n e u t r a e o b j e t i v a . D e c o r r e d aí lam c o n c e i­ to d e aluno como xama s u p e r f í c i e m a le á v el e i n e r t e , onde é

pos-r 18

s í v e l im p r im ir os comportamentos d e s e ja d o s , o que j u s t i f i c a lima concepção a u t o r i t á r i a d a educação e c a r a c t e r i z a d a , assim como o t a y l o r is m o , p e l a h e t e r o g e s t ã o . As r e la ç õ e s e n t r e e s c o la e s o c ie d a d e ficam o c u lt a s por xjma abordagem e x c lu s iv a m e n te in t e r n a dos problem as d a e d u c a ç ã o , o n d e , por uma in v e r s ã o no

CURY, J . I n : M ELLO, G .N . M a g i s t é r i o d e 19 g r a u ; da com p etência t é c n ic a ao compromisso p o l í t i c o . São P a u l o , Cor- t e z , 1 9 8 2 . p . 4.

1 8G A R C IA , L . G . S . D e s r r e g u la g e m ; e d u c a ç ã o , p la n e ja m e n ­ t o e t e c n o l o g i a como ferra m e n ta s o c i a l . São P a u l o , B r a s il ie n - s e , 1 9 8 1 .

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25

19 p r o c e s s o p e d a g o o ic o , as t é c n ic a s detenriinam os fin s

O que se co lo co u como xama solução p a ra o im passe fr e n te a r e a l i d a d e e s c o la r b i a s i l e i r a d e 19 e 29 graus , não tonou e s ­ te s is t e m a de e n sin o mais e f i c i e n t e . Atê pare ce que o co rre o c o n t r á r io . T ra ta - se , p o r t a n t o , de condenar as d iv is õ e s de t a ­ r e fa s no campo e d u c a t iv o ?

A d iv i s ã o do t r a b a lh o na e s c o la tem s u a g ênese também no acúmulo d e conhecim entos a serem tra n sm itid o s e na fragm en­ taç ã o que esse conhecim ento s o f r e no âmbito d a s o c i e d a d e . A p r im e i r a s e p a r a ç ã o , p o r t a n t o , e n tre os e d u c a d o r e s , é d e t e r m i­ nada p e l a e s p e c ia l iz a ç ã o e separação d e d i s c i p l i n a s . Não vamos aqui d i s c u t i r se e s t a sep araçã o é v á lid a ou não. E l a é , em p r i n c í p i o , uma d e c o r r ê n c ia i n e v i t á v e l da expansão do c o n h e c i­ m ento. A continuaçã o d e s s e p r o c e s so se r e a l i z a na fragm entação do p r ó p r io ato d e e n s i n a r , que s e p a r a o conteúdo do método e s e d e s d o b r a p e l a d i v i s ã o do ensino- aprendizagem em e t a p a s : de p la n e ja m e n t o , e s t r a t é g ia s e a v a l i a ç ã o . I n c l u s i v e m uitas t e o ­ r ia s p s i c o -pedagógicas inform aram e s s a d iv i s ã o e a consideram um v a l o r p o s i t i v o , um p r o g r e s s o ou mesmo a " c i e n t i f i c i z a ç ã o " d a p r á t i c a p e d a g ó g ic a ^

C o n s id e r a d a a s s im , a b s t r a t a m e n t e , a d iv i s ã o do t r a b a l h o d en tro d a e s c o l a , fa z s e n t i d o , p o is r e s u l t a d e uma n e c e s s id a d e o b j e t i v a . Porém , se considerarm os que as funções t é c n ic a s que foram im p la n ta d as p elo s Cursos de P e d a g o g ia no B r a s i l tem sua " r a c i o n á l i a " e x p r e s s a nas t e o r ia s d a t e c n o l o g i a e d u c a c io n a l 19 -I d . E s c o la n o v a , t e c n ic is m o e educação c o m p e n s a t ó r ia . são P a u l o , L o y o la , 1 9 8 4 . p . 4 9 . ^^M ELLO , G .N . A s u p e r v is ã o e d u c a c io n a l como fu n ç ã o :a s - pectos s o c i o l ó g i c o s , o u s o b re a d i v i s ã o do t r a b a lh o e s c o l a r . Cadernos do C e d e s , São P a u l o , 2 ( 6 ) : 5 5 , 1 9 8 2 .

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a n te r io r m e n t e a n a l is a d a e que pretendem t r a n s p la n t a r a r t i f i c i ­ alm ente p a r a dentro d a e s c o la o modelo g e r e n c ia l da em presa, só podemos e sp era r im p lic a ç õ e s n e g a t iv a s . Os passos form ais d e s t e m odelo se transformam no conteúdo a s e r e x ig id o dos p ro ­ f i s s i o n a i s do e n sin o e o conteúdo do saber a s e r tr a n s m itid o p e l a e s c o l a p a ssa p a r a i:im segundo p la n o .

Face a essas c o n s id e r a ç õ e s , o esclarecim ento de q u e s ­ tões que dão conta d e a t i v i d a d e p r o f i s s i o n a l que exercem os formados nas d iv e r s a s h a b i l i t a ç õ e s que o Curso d e P e d a g o g ia da UFSC o f e r e c e , é fu n d a m e n ta l. T a is esclarecim e n to s é que p o d e ­ rão f o r n e c e r s u b s íd io s e f e t iv o s p a ra uma r e o r ie n t a ç ã o não ape­ nas com r e la ç ã o ã d e f i n i ç ã o d e h a b il it a ç õ e s que possam s e r v á l id a s p a ra o c o n t e x t o , mas também quanto ao c u r r í c u lo de fo r m a ç ã o .

N e s t e s e n t i d o , o p r e s e n t e t r a b a l h o , na b u sc a d e dados c o n c r e t o s , c o n sid e r o u e s s e n c i a l o conhecim ento a r e s p e it o das s e g u in t e s in d a g a ç õ e s :

a) estã o os egressos exerce ndo a t i v i d a d e p r o f i s s i o n a l ?

b) q u a l o grau d e absorção d e s t e p r o f i s s i o n a l no mercado d e t r a b a l h o ?

c) e x i s t e relaçã o e n t r e h a b i l i t a ç ã o cu rsa d a e funções p r o f i s ­ s i o n a i s e x e r c id a s p e lo s e g resso s d e s t e curso?

d ) es tã o os egresso s do curso ex e rce n do a t i v i d a d e s que p o d e ­ riam s e r desem penhadas por p r o f i s s i o n a i s com formação d i s ­ t i n t a ou com xim n í v e l d e e n s in o não necessariarriente s u p e ­ r i o r ?

e) es tã o as a t r ib u iç õ e s r e a is do e g r e s s o em c o n so n â n cia com as a t r ib u iç õ e s form ais p r e v is t a s na l e g i s l a ç ã o ?

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desem penho das a tiv id a d e s p r o f i s s i o n a i s que estã o sendo e- x e r c id a s ?

2 . 2 . L im it e s d a P e s q u is a

A área d e a b r a n g ê n c ia d e s t a in v e s t ig a ç ã o lim ita- se aos e g r e s s o s do Curso de P ed a g o g ia d a U n iv e r s id a d e F e d e r a l de S a n ­ t a C a t a r i n a , formados no período d e 1 97 8 a 1982 , nas h a b i l i t a ­ ções em A d m in is tr a ç ã o E s c o l a r , S u p e r v is ã o E s c o l a r , O rie n ta ç ã o E d u c a c io n a l e M a g is t é r io .

Os s u j e i t o s foram d e f i n i d o s após um levantam ento ju n to ã C o o r d e n a d o r ia do Curso e ao Departam ento de A d m in istra çã o E s c o l a r , d a lis ta g em dos formandos graduados no p e r í o d o . De um t o t a l d e 2 02 colações de g r a u , d i s t r i b u í d a s e n t r e 185 s u j e i ­ t o s , v i s t o que alguns concluíram m ais d e uma h a b i l i t a ç ã o ou colaram g ra u separadam ente nas l i c e n c i a t u r a s de 19 e 2 9 g r a u s , optou-se por t r a b a l h a r com uma am ostra que a t i n g i s s e lom mínimo d e 5 0% dos eg resso s d e cada h a b i l i t a ç ã o . Afim d e g a r a n t ir e s t a am ostra u t i l iz o u - s e p a ra a se le ç ã o dos s u j e i t o s o método a l e a ­ t ó r i o s i m p l e s , so r te a n d o \ama am ostra de 60% dos eg resso s de cada h a b i l i t a ç ã o . A a m o stra, p o r t a n t o , f i c o u assim d e t e r m in a d a ; - A d m in is tr a ç ã o E s c o la r - 16 s u j e i t o s - S u p e r v is ã o E s c o la r - 20 s u j e i t o s - O r ie n t a ç ã o E d u c a c io n a l - 60 s u j e i t o s - M a g is t é r io - 15 s u j e i t o s p e r fa z e n d o um t o t a l d e 1 11 s u j e i t o s .

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P a r a a c o le t a de dados u t il iz o u - s e e s se n c ialm e n te um q u e s t io n á r io contendo questões sob re a c a r a c t e r iz a ç ã o do egres_ s o , s u a formação p r o f i s s i o n a l , s itu a ç ã o p r o f i s s i o n a l , p a r t i ­ c ip a ç ã o em órgãos de c l a s s e , educação perm anente e a v a lia ç ã o do curso r e a l i z a d o .

I s t o p o s t o , é p o s s ív e l p e r c e b e r que a p e s q u is a tem como b as e as afirm ações que o in s t r u m e n t a l em pírico q u a n t it a t iv o p e r m ite f a z e r so b re o tema p r o p o s t o . O li m it e b á sic o d e s t e tra­ b a lh o é , p o r t a n t o , que e l e não tem como c a p ta r todo o movimen­ t o d a p r o b le m á t ic a .

Porém , ao se p a r t i r do p r e s s u p o s t o de que uma a n á l i s e q u a n t i t a t i v a dos aspectos r e le v a n t e s de um o b je t o c o n s t it u i uiri p r im e ir o momento de apreensão d e s t e o b je t o e mesmo um dos pontos d e p a r t i d a p ara um t r a b a l h o i n t e r p r e t a t i v o , c o n s id e r a ­ mos e s t e um estud o n e c e s s á r io .

A c o l e t a , s is t e m a t iz a ç ã o e d e s c r iç ã o d e dados em píricos s o b r e a r e a l i d a d e que se q u e r con hecer e t r a n s fo r m a r r e p r e s e n ­ tam um e s f o r ç o de não s e r e c o n s t r u ir a r e a l i d a d e apenas s e g u n ­ do c r i t é r i o s d it a d o s p e la s u b j e t i v i d a d e do p e s q u i s a d o r , mesmo porque e s t a s u b j e t i v i d a d e j á e s t á p r e s e n t e t a n t o nas m o t iv a ­ ções p e s s o a is que levaram a e l e g e r e s t e como um o b je t o de e s ­ tu do como nos p re ssu p o sto s t e ó r ic o s em que se basearam as q uestõ es co lo ca da s e as in t e r p r e t a ç õ e s a n te rio rm e n t e f e i t a s .

A f a l t a d e c o n tr o le b u r o c r á t ic a e a d i f i c u l d a d e em r e ­ c o lh e r in fo rm a çõ es e s t a t í s t i c a s s o b r e a Educação no B r a s i l e mais e s p e c if ic a m e n t e so b re a formação do p r o f i s s i o n a l em e d u ­

c a çã o , j u s t i f i c a , por s i s ó , o e s fo r ç o de o r g a n iz a r dados r e ­ le v a n te s p a r a a inform ação tanto d e p e s q u is a d o r e s como de ad­ m i n is t r a d o r e s d a p o l í t i c a e d u c a c io n a l .

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29

No e n t a n t o , é xoiii estudo de caso que se a p re s e n ta a q u i , e como t a l , tem como f i n a l i d a d e p r im e ir a e n f a t i z a r a compreen­ são d a q u i l o que e s tá acontecendo com o eg re sso do Curdo d e P e­ d a g o g ia d a U F SC , nas h a b il it a ç õ e s e s p e c í f i c a s c i t a d a s . L o g o , não é p o s s í v e l d i z e r , a p a r t i r d e s s e e s t u d o , s e e s te caso é o u não um caso " t í p i c o ” . Outros estudos e q u iv a le n t e s em d i f e ­ ren te s i n s t i t u i ç õ e s é que poderão t r a z e r a p o s s i b i l i d a d e de g e n e r a l i z a ç õ e s .

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AMOSTRA; DESCRIÇAO

N e s t a p a r t e do estudo são a p re se n ta d a s inform ações b a s ­ t a n t e g e r a i s a r e s p e it o d a amostra c»mo m t o d o . T a is in fo rm a ­ ç õ e s , o b t id a s através d e q u e s t io n á r io r e sp o n d id o (Anexo 1) per raitem uma c a r a c t e r iz a ç ã o mais ou menos ampla dos egressos do Curso d e P e d a g o g ia formados no período de 197 8 a 1 9 8 2 . Além d e s t a c a r a c t e r i z a ç ã o , apresentam os alguns dados g e r a is sob re a formação e s it u a ç ã o p r o f i s s i o n a l dos e g r e s s o s , bem como sob re a s u a p a r t ic ip a ç ã o em órgãos de c l a s s e e educação perm anente. En viad o a 111 s u j e i t o s , que representam 60% do t o t a l d e e g re s so s formados no período en e s t u d o , 99 q u e s t io n á r io s foram e fe t iv a m e n t e r e s p o n d id o s , garan tin d o - se assim uma amostra de 5 4%. Estes 99 s u j e i t o s constituem p o rtan to o r e f e r e n c i a l b á s i ­ co do estudo sendo denom inados d e egresso s nos dados a p res en ­ t a d o s . Po rtan to a r e f e r ê n c i a a eg resso s sempre se rep o rta aos s u j e i t o s que preencheram o q u e s t io n á r io d e p e s q u is a .

Referências

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