CENTRO
SoCIo
ECQNOMICO
ÀCURSO
DE
GRADUAÇAC
EM
CIENCIAS
ECoNoI\/IICAS
As
experiências
de
capital
de
riscoe as
empresas
de base
tecnológica
--Monografia
submetida ao Departamento de CiênciasEconômicas
para obtenção de cargahorária
na
disciplinaCNM
5420
- Monografia
'Por: Fábio Henrique
Gershenson
Orientador: Professor
Doutor Renato
Ramos Campos
Área
de pesquisa:Economia
da TecnologiaPalavras-chaves:
1. Capital de risco « _
2.
Empresas
de base tecnológica3. Política' científica e tecnológica
ll
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA
CATARINA
CENTRO
SÓCIO
ECONÔMICO
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
As
experiências
de
capital
de
riscoe as
empresas
de base
tecnológica
A
Banca
Examinadora
resolveu atribuir a nota aoacadêmico
FÁBIO
HENRIQUE
GERSHENSON,
pela apresentação deste trabalho, disciplinaCNM
5420
-
Monografia;Banca
Examinadora:Presidente: Pro 'VI "
O to
Ramos Campos
~
l\ l
Membro:
P
.Ricardo Jos Araújo de iveiraMen~of.
JoãoRand
IfoP
“A
tecnologiamoderna
écapaz de
realizar aprodução
sem
emprego.
O
diabo
éque
aeconomia
moderna
não consegue
inventar o
consumo sem
o salário.”IV
AGRADECIIVIENTOS
/
Ao
Criador porme
conceder odom
da vida.Aos meus
paisque
me
educaram
para a vida.Ao
professorRenato
Ramos
Campos, que
gentilmenteme
orientou eme
incentivou nosmomentos
dificeis deste trabalho.A
todos os professores e servidores daUFSC,
que diretaou
indiretamente contribuíram para a conclusão de maisuma
etapana minha
carreira acadêmica.Ao
Centro Empresarial paraLaboração
de TecnologiasAvançadas
-CELTA
por seu apoio _Àa
empresas InterdigitalS.A
eCRP
por seu total apoio.A
todosque
dealguma forma
contribuíram para mais essa vitória.DEDICATÓRIA
Aos meus
pais eminha
irmã, peloamor
e carinhoque
me
dedicam.czpímiø
1_
PRQBLEMÁTICA
1.1 Introdução l .2 'Objetivos 1.2.1 Geral 1.2.2 Específicos 1.3 Metodologia 1.4 Estruturado
trabalhoCapítulo
II-
AS
EMPRESAS
DE
BASE
TECNOLÓGICA E
O
CAPITAL
DE
RISCO
2.1
As
Empresas
deBase
Tecnológica~
EBT
2.2 Capital de risco
como
uma
forma
de estímulo àEBT
2.3
As
sociedades de capital de risco2.4
As
fontes de capital e de identificação de oportunidades de investimentos2.5 Investimento, desinvestimento e outras dificuldades
2.6 Processo de capital de risco
Capítulo III
-
EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL
DE
CAPITAL
DE
RISCO
3.1 Experiência americana
3.2 Experiência latino americana e européia
capítulo
Iv
_CAPITAL
DE
Risco
No
Bimsn.
4.1
Companhia
Riograndense de Panicipações -CRP
4.2BNDES
4.2.1
BNDES
ParticipaçõesS/A
'
4.2.2
Condominio
de Capitalização deEmpresas
deBase
Tecnológica -CONTEC
4.3 Outras formas definanciamento
às empresas de base tecnológica4.3.1
Pernambuco S.A
4.3.2RSTec
4.3.3
FIEMM
4.3.4 Sociedade Brasileira para
Promoção
da Exportação de Softwares -SOFTEX
4.3.5
Agência
Especial de Financiamento Industrial-
FINAME
4.4
Regulamentação
dos filndos de investimentoem
empresas emergentes4.5
O
governo e as empresas'
4.6 Fatores que dificultam o desenvolvimento desta atividade
no
Brasil Acapítulo
v
_ ExPE1u;ÊNc1A
cATARrNENsE
DE
APo1o ÀS
PEQUENAS EMPRESAS
DE
BASE TECNOLÓGICA
5.1 Linhas de
financiamento
5.2
O
apoio através de incubadoras'
5.2.1 Pólos tecnológicos e incubadoras
em
Santa Catarina5.2.2
Fundação
Centros de Referênciaem
Tecnologias Inovadoras~
CERTI
e oCELTA
5.2.3
O
Centro Empresarial paraLaboraçao
de TecnologiasAvançadas
CELTA
5.3 Apreciação de caso da InterdigitalS.A
Capítulo
VI
CONCLUSOES
6.1 Conclusões
LISTA
DE
GRÁFICOS
viii
Gráfico
1 - Setores investidos-
CADERI-
Participação Setorial dos Recursos Investidos26
Tabela 1 -Investimentos de capital de risco nos Estados
Unidos
Tabela
2
-
Acionistasda
CRP
Tabela 3
-
Recursos Administrados-
Caderi AcionistasLISTA
DAS
PRINCIPAIS
ABREVIATURAS
ACATE
BADESC
BANRISUL
BNDES
BNDESPAR
BRASILPAR
BRDE
CCR
CELTA
CERTI
CONTEC
CNPq
CVM
EMBIUIIVIEC
FAT
'FIB
ASE
FIESC
E11×1AME
FrNE1>FUNCITEC
IET
CPARGS
s.A
PRoM1c
SEBRAE
Associação Catarinense de Telemática e Eletrônica
Banco
deDesenvolvimento do
Estado de Santa CatarinaBanco
do
Estadodo Rio Grande do
SulBanco
Nacional deDesenvolvimento
SocialBanco
Nacional deDesenvolvimento
e ParticipaçõesBrasil Participações
Banco
Regional deDesenvolvimento do Extremo
SulCompanhias
de Capital de RiscoCentro Empresarial para
Laboração
de TecnologiasAvançadas
Fundação
Centros de Referência de Tecnologias InovadorasPrograma
de Capitalização deEmpresas
deBase
Tecnológica Conselho Nacional deDesenvolvimento
CientíficoComissão
de Valores Mobiliários 'Mecânica
BrasileiraS.A
Fundo
deAmparo
ao trabalhadorInsumos
BásicosS.A
Federação das Indústrias
do
Estado de Santa CatarinaAgência
Especial de Financiamento Industrial Financiadora de Estudos e ProjetosFundação
da Ciência e TecnologiaIncubadora Empresarial Tecnológica de Florianópolis
Participações Riograndense
Programa
deModernização da
Indústria Catarinensecapítulo 1
-
PROBLEMÁTICA
1.1
Introdução
O
capital de riscoou
venture capital, define-secomo uma
modalidadede
financiamento
que
pressupõe a aceitação deum
alto riscoem
troca da perspectiva deum
alto
retomo no
futuro.A
importânciada
atividade de capital de risco,tem
destaqueno
suprimento dascarências' mais
comuns
das pequenas e médias empresas, qual sejam: financiamento e apoiogerencial,
uma
vezque
o acesso às fontes tradicionais de financiamentonão
alcançam essasempresas.
Por
um
lado, pela escassez de recursos,por
outro pela ausência das garantiasexigidas,
que
inibemo
seu potencial de desenvolvimento.Embora
o
capital de risco possa se envolverem
empresas de qualquertamanho
e dequalquer setor industrial,
em
geral, as pequenas e médias empresas de base tecnológica sãoas
que
mais atraem os investidores de venture capital,uma
vez que, apesardo
risco,podem
oferecer perspectivas de
retomo
bastante elevadas.`
As
empresas de base tecnológicaoperam
com
processos, produtosou
serviços,onde
a tecnologia é considerada
nova ou
inovadora.Requerem
recursoshumanos
(profissionaisespecializados)
com
alta qualificaçao e necessitamtambém
de informaçoes científicas etecnológicas, derivada de pesquisas técnico científicas puras
ou
aplicadas.Procuram
se instalarem
regiões próximas a fontes pennanentes de recursoshumanos
e tecnologias qualificadas, tais
como:
universidades, pólos/centros de tecnologia, além dasgrandes empresas.
Os
centros de tecnologiaou
pólos tecnológicos e as incubadoras de empresas sãolocais
onde
várias empresas reúnem-seem
busca de incentivos e trocas de tecnologias. Existem dois tipos de incubadoras: a de parceria (localizada próxima deuma
universidade) e a universitária (onde a incubadora é totalmente integrado aomeio
universitário).A
A
tecnologiadesempenha
um
papel fundamentalno
desenvolvimentoeconômico
dospaíses.
A
sociedade está sempreem
buscado
novo,da
inovaçao tecnológica e para isso, sao3
Segundo
Schumpeter,um
dos principais autoreseconômicos
da área, esta inovaçãotecnológica
pode
ser através da introdução denovos
produtos, introdução denovos
métodos
de produção, abertura denovos
mercados, conquista denova
fonte de matériaprima
ou
atravésdo
estabelecimento deuma
nova
organização industrial.A
capitaldo
Estado de Santa Catarina, Florianópolis, possuium
centrode
desenvolvimento de tecnologias; o Centro Empresarial para
Laboração
de TecnologiasAvançadas(CELTA),
integranteda Fundação
Centros de Referênciaem
TecnologiasInovadoras(CERTI). ç
Prestar suporte a empreendimentos de base tecnológica é
uma
das metasdo
CELTA.
Para isso ele utiliza-se de idéias e de empresários “inovadores”, para a laboração edesenvolvimento de novas tecnologias.
O
centro éformado
por empresas de basetecnológica e foi criado dentro de
uma
moderna
visão integrada, demodo
a contribuircom
a capacitação e a melhoria
da
competitividadedo
setor empresarialdo
país.Suporte e estímulo ao desenvolvimento, à administração e à consolidação, são
propostas
do
CELTA
às empresas de base tecnológica lá instaladas, proporcionandoum
ambiente de interação tecnológica entre esses,
com
acomunidade
científica eo mercado
alvo de cada
empresa
de base tecnológica.As
empresas instaladasno
centro necessitam obter suporte financeiro paradesenvolver suas pesquisas e produtos.
O
centro está estruturadocom
uma
área voltadaexclusivamente para o processo de incubação e outra orientada para a coordenação e
execução de projetos especiais
que
visam pesquisar novas tecnologiasou
repassartecnologias já aplicadas e existentes.
V
O
objetivo deste trabalho é identificar as experiências internacionais, nacionais elocais, de apoio às pequenas empresas de base tecnológica,
com
ênfaseno
apoio financeiro,1.2 Objetivos
1.2.1 Geral
Analisar a experiência intemacional, nacional e local,
de
apoio às pequenas empresasde base tecnológica,
com
ênfaseno
apoio financeiro, através de capital de risco.1.2.2 Específicos V
Especificamente, procura-se:
a) descrever as formas de apoio às empresas de base tecnológica
com
ênfasena
dimensão financeira;
b) identificar as experiências de capital de risco
em
outros países;c) identificar as políticas brasileiras adotadas para o financiamento
do
capital de riscopara pequenas empresas de base tecnológica; _
d) identificar a experiência catarinense de apoio às pequenas empresas de base tecnológica;
l
5
1.3
Metodologia
A
metodologia de pesquisa deste trabalho enquadra-sena
categoria de pesquisado
tipo qualitativa, sendo desenvolvida
com
baseno
estudo bibliográfico, visitas locais eentrevistas
com
responsáveis pela área administrativa das empresas eda
incubadorade
empresas.
Realizou-se
uma
revisão bibliográfica sobre as experiências de capital de risco,na
economia
mundial eno
Brasil,em
especial Moreira (1999) e Santos (1987).Fez-se
também,
uma
apreciação de caso,da empresa
Interdigital S.A.As
informaçõesdesta pesquisa, realizadas através de entrevista via correio eletrônico (E-mail) junto a
empresa instalada
no
Centro Empresarial paraLaboração
de TecnologiasAvançadas(CELTA),
daFundação
Centros de Referênciaem
TecnologiasInovadoras(CERTI), colaboraram para conclusão deste trabalho.
1.4 Estrutura
do
trabalho‹
A
estrutura para o desenvolvimento deste trabalho, a partirdo
segundo capítulo, é a seguinte:`
1°) Identificar as formas de apoio as empresas de base tecnológica e o capital
de
risco(capítulo 11);
`
2°) Identificar as experiências internacionais de capital de risco, nos Estados Unidos,
como
fonte principal eem
outros países (Capítulo III);3°) Identificar
o
capital de riscono
Brasil, demonstrando as suas principais fontesde
obtenção e apoio (Capítulo IV); _
4°)
A
experiência catarinense de apoio às pequenas empresas de base tecnológica.Identificando
no
Estado, as principais fontes de empresas de base tecnológica (Capítulo V);5°) Finahnente, realizou-se algumas considerações sobre as formas de apoio às
Capitulo II
-
APOIO Às
EMPRESAS
DE BASE
TECNOLÓGICA
E
O
CAPITAL
DE
RISCO
2.1
As
Empresas
de Base
Tecnológica -EBT
As
empresas de base tecnológica são aquelasque
operam
com
processos, produtosou
serviços,
onde
a tecnologia é consideradanova ou
inovadora.Não
se restringem apenasaquelas ligadas à micro eletrônica
ou
informática. Este termo inclui todas as empresasempenhadas no
desenvolvimento de projetos,novos
produtosou
processos, baseadosna
aplicação sistemática de conhecimentos científicos e tecnológicos e na utilização de técnicasmodemas
e sofisticadas. '“A idéia
da
criação deste tipo deempresa
está relacionada aosresultados de pesquisas aplicadas,
onde
produtosnovos ou
inovadoresaparecem
como
potenciais soluçõespara
problemas
deprodução ou
demercado.
O
valordo
conteúdo tecnológicoagregado
ao
produto
destasunidades empresariais é muito elevado”
(SANTOS,
198
7, p. 13).As
atuais empresas de base tecnológica,também
denominadas de empresas de altatecnologia, .de tecnologia de ponta
ou
de base tecnológica,operam
nos setores de informática, de mecânica de precisão, de biotecnologia e de química-fina.No
setor de informática, incluem-se os fabricantes de produtoscomo:
microcomputadores, periféricos, impressoras, conversores de protocolo, componentes, acessórios, micro sistemas e outros. V
Para a mecânica de precisão, conhecido
também
por mecânica fina, destacam-se as indústrias de instrumentos demedição
de alta precisão, freqüencímetros, amperimetros, voltímetros, manômetros, relógios, válvulas de medição, dentre outros.Biotecnologia, que refere-se à a industrialização de produtos relativos à reprodução
animal, nutrição vegetal, controle biológico de pragas (bioinseticidas), produção
de
sementes, fermentação industrial para produção de vacinas, enzimas, antibióticos, vitaminas
e para produção de energia,
como
o etanol,bem como
para lixiviação (operação de separar7
No
setor de quimica-fina,como
nas indústrias deprodução
de fármacos, defensivosagropecuários, aditivos para indústrias de plásticos, borrachas, tinta e têxtil, cosméticos,
reagentes, fannacêuticos e de intermediários orgânicos.
As
empresas de base tecnológicapodem
contribuir deforma
significativa parao
progresso
do
setor industrial e inclusive, para a própria independência tecnológicado
pais.Além
disso, essas empresas são consideradas importantes para o desenvolvimento social,econômico
e tecnológico, poispodem
desenvolver novas tecnologiasou
o aprimoramentodas tecnologias existentes. ç
Com
relação a contribuição destas empresas para o progressodo
setor industrial epara a independência tecnológica
do
país, destaca-se:“a) nacionalização
de
produtoscom
base tecnológicapara
substituirimportações.
Possuem
um
grande
potencialpara
gerar exportações aospaises
em
desenvolvimento emenos
desenvolvidos;b)
influenciam
deforma
eficazna
'transferência de tecnologia doscentros de pesquisa e desenvolvimento
-
P&D
-
para
o
setor produtivo,no
momento
em
que os resultados das pesquisas destes centros são levadospelo próprio pesquisador, que colabora
ou
participana
criação deste tipo de empresa;c) valorizam todo
o
sistema cientifico e tecnológicodo
pais, pelo fatode
maximizarem 0
investimentoem
pesquisas e tecnologia feito pelosgovernos, através
da
contribuição que os pesquisadoresdão
para a
criaçãoe desenvolvimento deste tipo de empresa;
d) contribuem
para a formação
de centros de competênciatecnológica daquelas áreas
em
que se especializampara
desenvolver suaspesquisas;
i
e)
permitem ao
país entrarem
setores inovadores de muito potencialnofuturo, só
dominado por
nações desenvolvidas;fl
contribuem inicialmentemesmo
queem
pequena
escala,para a
redução
do
níveldo desemprego do
país.Como
o
seu potencial de crescimento é grande,em
nações desenvolvidasa
sua participaçãopercentual
na
taxa deocupação
da
mão-de-obra
é realmente significativa”(SANTOS,
1987, p. 14).O
nascimento deuma
empresa de base tecnológica éuma
aventura eum
desafio dealto risco.
É
necessária a existência deum
indivíduoou
grupo de empreendedores dispostosa arcar
com
os riscos decorrentesda
criação deum
novo empreendimento
deste tipo.O
fatoque
gerou a concepção de incubadoras de empresas foio
êxito que obteve aregião conhecida
como
Valedo
Silício,na
Califórnia-
EstadosUnidos
-, a partir dase posteriormente,
um
parque tecnológico - StanfordResearch
Park
-,com
o
objetivo depromover
a transferência da tecnologia desenvolvida na universidade às empresas e acriação de novas empresas intensivas
em
tecnologia, sobretudo ao setor eletrônico.O
processo de criação deuma
empresa
de base tecnológicacompreende
as seguintesfase:
'
a)
concepção
da
idéia; b) estudoformal ou
informal de viabilidadeeconômica
e tecnológicada
empresa
a
ser criada; c) reunião dos recursoshumanos,
materiais, financeiros e tecnológicos; d) definição dasinstalações; e)
fundação formal
da
empresa
”(SANTOS,
1987, p. 16).2.2 Capital
de
riscocomo
uma
forma
de
estímulo àEBT
A
denominação
capital de riscoou
venture capital, originou-se nos Estados Unidos, nos anos 30.“O nome
sugereo
lado de alto riscoque
pode
envolver. Pode-se defini-locomo
uma
modalidade de
financiamento que pressupõea
aceitação deum
alto riscoem
trocada
perspectiva deum
alto retornono
futuro "
(MOREIRA,
1999, p. 1).O
objetivo principaldo
capital de risco é o de maximizar os retornos sobreo
capital investidoem
tecnologias emergentes e abastecer aeconomia
pelo fornecimento de recursosàs companhias empresariais e individuais.
O
ventureca
ital caracteriza-secomo uma
forma
híbrida de a oio financeiro e7
gerencial às pequenas e médias empresas de base tecnológica e/ou empreendimentos
com
forte potencial de crescimento. Constitui-seem
participações temporárias, minoritarias esem
qualquer garantia real, objetivando ganhos de capital elevadosna
ocasiãodo
desinvestimento. ..
O
capital de risco refere-se ao capital engajadona
forma de participaçõesno
capitalde pequenas e médias empresas,
com
potencial para crescimento acelerado, cujo objetivo érealizar
ganhos
de capital amédio
e longo prazo.É
um
investimento de longo prazo,ou
seja, de pelomenos
cinco anos.Normalmente,
só percebe-se se o investimento está
dando
certo,na
etapa finaldo
projeto,quando
as taxas9
valor patrimonial
da
ação,no
momento
do
investimento, geralmente,tem pouca
importância,
mas
influencia bastanteno
momento
do
desinvestimento.“No
ciclode
vida deuma
empresa,normalmente o
primeiro “tipo” de capital necessário édenominado
de “seedmoney”
ou
capital semente, representado muitas vezes pelaseconomias
pessoaisdo empreendedor ou
de sua família,por
uma
bolsa de pesquisaou
até pela infra-estrutura/tempoliberados
pelo empregador do
futuro empresário.O
volume
de capitalnecessário nesta fase
normalmente
é pequeno,porque o
objetivo básico écomprovar
e testar as idéias, iniciarformalmente o
negócio ecomeçar a
atingiro
mercado
deforma bem
sucedida. (...) Este éapenas o
primeiro`
ciclo de evolução de
um
negócio ”(MOREIRA,
1999, p.1).Para continuar crescendo e se desenvolvendo
em
mercados
cada vez maiscompetitivos, o
empreendimento
precisa crescer e se consolidar, neste ponto surge cada vezmais a necessidade de se obter capital. Qualquer investimento
num
contextocomo
este éarriscado. Neste ponto, é que
começa
a surgir o capital de riscoou
venture capital.É
importante destacar que,embora
avantagem
tecnológica seja necessária, estanão
ésuficiente, necessitando, então de
uma
gerência eficaz. .“A simples posse de
um
diferencial tecnológicopode
beneficiaruma
empresa
num
dado
período,mas
estanão perdura para sempre
nos setores dinâmicosdas empresas
industriais de alta tecnologia ”(SANTOS,
1987, p.29).O
Brasil possuibom
potencial para o investimento de risco, pois além de possuirum
parque industrial
complexo
eem
fase de reordenamento e de criação denovas
oportunidades, possui
também
uma
capacidadeempreendedora
potencial.Os
investidores,no
ato de sua decisão de investir, estão sujeitos a alguns dilemas, poisao
mesmo
tempo
que
enfrentam o problemada
liquidez, deparam-secom
outras altemativas quepodem
desestimular sua iniciativas, taiscomo:
alta rentabilidade das aplicações"sem
risco",
ou
de baixo riscono mercado
financeiro e falta de tradiçãono
setor.Além
disso,podem
ainda defrontar-secom
os seguintes problemas relacionados a atividade estruturada de investimento de riscono
Brasil:a) instabilidade
no
nível de atividade econômica, instabilidadena
moeda/inflação;b)
mudança
nas regras/influênciado
Estado;_
c) mentalidade dos empreendedores muitas vezes
não
é condizentecom
o
d) falta de
uma
legislação específica e de estímulo;e) alguns
mercados
e nichos nao sustentam empresas independentes.A
participaçãoem uma
nova
empresa, através da modalidade de capital de risco,pode
ser feito tanto por pessoas fisicas quanto jurídicas. f
'“O
principal objetivodo
particular,como
capitalista de risco, écomprar
relativamente barato quotasde
uma
empresa
de crescimentorápido, de tal
maneira
quemais
tardepossam
ser vendidascom
lucros, _quando
as açõesda
firma forem
negociadas
com
particularesou no
mercado
aberto, através das bolsas de valores. (...)A
pessoa
jurídicaefetivamente está participando de
forma
mais
organizada e estruturada nosinvestimentos
de
capital de risco.Normalmente,
esta participação émais
acentuada nos países desenvolvidos, através
das
sociedades de capital derisco
ou
dosfundos
de aplicaçõesem
operações de risco ”(SANTOS,
1987,p. 32).
Como
forma
de administrar riscos, os capitalistaspodem
optar por diversos caminhos,dentre eles,
podem-se
citar: a diversificação dos investimentos, investindoem uma
variedade de companhias,
ou
investirem
áreas geográficas diversas, dentre outros.A
importânciada
atividade,tem
destaqueno
suprimento das carências maiscomuns
das pequenas e médias empresas, qual sejam: financiamento e apoio gerencial,
uma
vezque
o acesso às fontes tradicionais de financiamento
não
as alcançam.Por
um
lado pela escassezde recursos, por outro lado pela ausência das garantias exigidas,
que
inibemo
seu potencialde desenvolvimento.
Este tipo de investimento,
no
longo prazo,retoma
maisque
qualquer outra categoriade ativos,
no
longo prazo.Os
capitalistas de risco, tipicamente esperamum
retorno anual de20
(vinte) a50%
(cinqüenta por cento) sobre o seu investimento,ou
seja,não
éincomum
um
investimento de riscobem
sucedido terum
retorno de 10 (dez) a20
(vinte),ou
eventualmente, 50 (cinqüenta) vezes o valor
do
investimento inicialem
um
períodode
4(quatro) a 10 (dez) anos.
Investir
em
uma
companhia
que já tenha lançado seu produtocom
sucesso,nao
apresenta risco significante e muito
menos
um
retomo
extraordinário. Investirem
um
negócio
que
parteda
idéia de construirum
protótipo, éuma
vantagem
que trazuma
grande diferenciaçãono mercado
e, portanto, alto retorno.i
ll
Os
capitalistas de risco,procuram
companhiasque exibem
características específicas,mas
apenas algumas companhias apresentamum
potencial de crescimento suficiente parafomecer
retornos altos, requeridos pelos investidores.As
firmas
de capital de risco,tipicamente investem
em
companhias de rápido crescimento e,de tecnologias emergentes.As
companhias tecnológicas fornecem o potencial necessário,como
retorno para estes investimentos.As
qualidadesque
perfazemum
investimento atrativo para os capitalistas de risco,geralmente, são:
mercado
potencialmente superior (detenção de conhecimento significante -know
how), capaz de solucionarou
revolucionar o negócio e/ou mercado;vantagem
competitiva sustentável (a
vantagem pode
se basear em: custo, funcionalidade e qualidade),é necessário ser consideravelmente melhor
que
o competidor, e avantagem
seguramenteprecisa ser a sustentabilidade futura; tecnologia revolucionária (a tecnologia deve ser
distinta o suficiente para ser patenteada
ou
protegidacomo uma
transaçãoou
negóciosecreto).
A
forma
de financiamento àsEBT,
se dá pela participação minoritáriano
capital das pequenas e médias empresas, deforma
temporária, isto é, porum
prazo determinado entreas partes. Estas poderão acertar
uma
composição
gerencial na qualo
investidorvenha
aassumir
uma
posição ativa na administração da empresa.Além
do
fornecimento de capital necessário para o desenvolvimentodo
negócio,o
investidor nessa atividade de capital de risco oferece alguns beneficios ao agregar
investimento, pode-se citar: sugestão de abordagens alternativas para o mercado;
introdução de potentes sócios para auxiliar a desenvolver
ou
liberar tecnologia;interceptação de contatos tecnológicos, financeiros e de meios ambientais; oferta de
especialistas adrninistrativos e técnicos, oferta de consultorias sobre
o
negócio.Os
investimentos de capital de risco,requerem
talentosem
aspectos financeiros,operacionais, administrativos e técnicos,
afim
de se atravessar todas as fasesdo
negócio.Através
do
processo de investimento, ao se identificar companhiascom
alta probabilidadede obter sucesso, cria-se
um
apoio para realizar o seu potencial.O
capital de risco éum
investimento a longo prazoque
constrói valores sobreo
cursode 5 (cinco) a 10 (dez) anos, o
que
pemiite focalizaro
investimentoquando
uma
pequena
Do
primeiro ao quinto ano de formaçao deum
fundo, deve se esperar odesempenho
financeiro passar de inexpressivo, para
um
desempenho
melhor.Mesmo
que
perturbadopelos estágios iniciais - o dinheiro investido parece diminuir
em
termos de contribuição4
este dinheiro investido terá a finalidade de construir valor
na
companhia,como
édesenvolvida a tecnologia para o mercado.
`
Neste estágio, o valor
do
seu investimento estará oculto e omercado
apresentar-se-ámuito fraco, reduzido.
A
expectativa para estes anos iniciais é de limitada liquidez.Decorrido este prazo, poderão ocorrer três situações: fracasso
do
processo para companhiasque não
se apoiaramnum
acompanhamento;
companhiascom
desempenho
equivalentes e, companhias
que
investemem
capital de risco.Cada
dinheiro investido nestascompanhias valoriza
50%
(cinqüenta por cento) ao ano. Estedesempenho
demonstra osnotáveis retornos globais que o capital de risco adquire.
Neste tipo de operação considera-se alguns pontos positivos: redução
do
risco peladiversificação; facilidade de obter novas injeções de capital; possibilitar o aparecimento
de
pólos industriais de alta tecnologia; aproveitamento de empreendedores de alto nível
tecnológico
sem
condições financeiras de levar adiante seus projetos; aplicações de riscoatraem outros investidores e desenvolvem a região e a expectativa de alta rentabilidade.
Em
contrapartida, destacam-setambém
os pontos negativos desta operação: receiodo empreendedor
de perder ocomando
da empresa; receio dos empreendedoresque
desconhecem
as operações de risco; concorrência das aplicações de curto prazocom
osinvestimentos
na
forma de risco; urgênciado
aporte de capitais; procura de investimentosde risco é maior que a oferta.
'
`
2.3
As
sociedadesde
capitalde
riscoAs
sociedades de capital de risco, são definidascomo
sociedadesque
investemem
pequenas empresas, cujo objetivo social exclusivo é a aplicação de capital na subscrição, integralizada
em
dinheiro, de açõesou
cotas de pequenas e médias empresas,ou
ainda,debêntures conversíveis
em
açoes.São
sociedades gestoras de fundos de terceiros para aplicaçãoem
investimentosde
risco.
13
'ZA participação
da
sociedade deve ser minoritária-
ela sópode
participar até
40%
(quarentapor
cento)do
capitalda
nova
empresa, etemporária
- a
sociedade de capital de riscopermanece de 5
(cinco)a
8(oito)
anos
dentroda
empresa
que ela ajudoua
criar e depois devetransferir
sua
partepara
o
próprioempreendedor ou
venderpara
terceiros.Ela
pode
dar apoio gerencial etambém
investirem
pequenas
emédias
empresas onde
exista riscomais
elevado eo
retornodo
capital aplicadoseja
maior” (SANTOS,
1987, p. 327).A
sociedade de capital de risco, pode, ainda, constituiruma
sociedadeque
administrao patrimônio da sociedade de capital de risco e investe
em
pequenas e médias empresas.Mesmo
verificando-seum
número não pequeno
de insucessos, a rentabilidademantém-se
bem
alta,em
virtude daquelas queforam
bem
sucedidas e cujas participações pennitem, aoserem vendidas, resultados líquidos elevados.
A
sociedade de capital de risco,embora
seja elauma
investidoracomo
qualquerbanco
de negócios, possui caracteristicas específicas devido:“-
ao
cuidadona
identificação de oportunidades de investimentoa
longo
prazo
em
pequenas
empresassem
um
passado
expressivo eonde a
capacidade empresarial ainda estáno
seu embrião;-
à
necessidade deuma
cuidadosa avaliaçãodo
riscohumano
(apessoa do
empresário e sua qualificação potencial);-
após 0
investimento,a
imprescindibilidade deum
monitoramentoconstante
da
empresa
investida;-
uma
cuidadosa e atilada determinaçãodo
momento
de desinvestir”(BURGER,
1994, p. 29).2.4
As
fontesde
capital ede
identificaçãode oportunidades de
investimentosAs
principais fontes de capital para a formação de fundos de investimentoem
empresas emergentes, para operações de risco são: fundos de pensão; companhias de seguro;fundos de instituições de
doação
sem
fins lucrativos (universidades,museus
etc.);fundações; companhias controladoras de bancos; corporações; riquezas de indivíduos
com
alto valor liquido; investidores estrangeiros e administradores de investimentos de grandes
Conforme
Padovano, as entidades envolvidas neste processo são:“a)entidades públicas de fomento, cujo objetivo
normalmente
incluifatores
que vão além do
retorno,como
desenvolvimento econômico,tecnológico, etc.;
b)
companhias
privadas,onde
a
diversificação ea
possibilidade de acesso rápidoa
novas técnicasou mercados
são fatores importantespara
estas empresas;
c)companhias
de investimento,atuando
como
holding companies, esta foia
principalforma
pela qual indivíduos e famílias investiram parteda
suapoupança
em
investimentos de risco,no
início desta atividade, nos paises desenvolvidos e Brasil;d)
fundos de
capital de risco,grupos
de profissionais especializadosem
administrar recursos de terceiros.Nos
mercados onde
esta atividade émais
tradicional, estes representama
grande
maioria dos investimentos. Estudos recentesmostram
que osfundos
tipicamentecontam
com
dezanos
de prazo
de duração,2%
a
2,5%
deremuneração
anual sobre os valores administrados e20%
de participação nos lucros. ”De
modo
geral, a experiência dos investidores na atividade de capital de riscono
país indica que as mais importantes fontes de identificação de oportunidades para osinvestimentos de capital de risco são: instituições de pesquisa/universidades; feiras e eventos
tecnológicos; incubadoras; pólos e parques tecnológicos; bancos de investimento e
múltiplos; instituições de fomento govemamentais.
2.5 Investimento, desinvestimento e outras dificuldades
Entende-se os investimentos
na
atividade de capital de risco, de duas formas distintas:primeiro, sob
o
ponto de vista dos investidores,que normalmente
têm, por objetivoretomo
para as suas aplicações, obter liquidez necessária e, caso seja preciso, ter a possibilidadede
intervir na gestão
da
empresa. Segundo, sob a ótica dos empresários, quenão abrem
mão
de permanecer na liderança de seu negócio, assegurar recursos para o seu desenvolvimento
15
“são três as modalidades de financiamento
de
risco,compreendendo
ações
ou
obrigações sujeitas às prerrogativasde
outros credores: aquisiçãodireta de- ações, habitualmente ordinárias,
mas
podendo também
serpreferenciais; aquisição de debêntures conversíveis
em
ações, geralmentenão
cobertaspor
garantias e, adiantamento sob promissóriasacompanhadas
de garantiasde
direitospara
aquisição de capital acionário, geralmenteem
ações ordinárias”(SANTOS,
1987, p. 43).Um
dos maiores entraves à consolidação da atividade de capital de risco, resideno
momento
do
desinvestimento 3ou
naqueleem
que pretende se sairdo
negócio._/tz
O
investidor,quando
realizaum
investimento,não
pretende ficar preso a ele eternamente e que ter a possibilidade deum
dia recuperar suas aplicaçõescom
a devida rentabilidade. Assim,como
todo investimento,o
capital de risco deve ter o seudesenvolvimento. Ela se processa, geralmente, das seguintes formas:
“a)
no
caso decompra
de ações,a
revenda dela atravésdo mercado
de balcãoou
pelas bolsas, se as empresasjá
adquiriramo
porte necessáriopara
tal.b)
a
venda das
açõesou
títulosa
outrasempresas
ou
pessoas fisicas que se interessem, atravésda
oferta direta,sem
colocá-losem
ofertaao
público.
c)
a
venda das
açõesou
liquidaçãodos
títulosaos
própriosempreendedores
iniciais,que
passam
a
tero dominio
totalda
empresa
(..).d)
a
liquidaçãoda
participação de terceiros, atravésde
um,percentual sobre
o
faturamentoda
empresa ou
sobre os lucros, duranteum
determinado tempo,ou
atéum
determinado limite de rentabilidade,para
não
perdurar aquele percentual eternamente.e) (..)
no
casodo
insucessoda
empresa,quando
elanão
conseguefazer
a
decolagem. Istoporque não
conseguiu penetrarno
mercado,ou por
deficiência gerencial.
Então
ocorrea
liquidaçãoda
empresa. Neste caso, deverá haver cláusulas contratuaisem
que os investidores quemenos
participaram
da
gerênciaficam
com
o
direito preferencial sobreo
remanescente
ou
com
o
direito de assumiro
negóciono
lugar dos sóciosfundadores” (SANTOS,
1987, p. 44).2.6 Processo
de
capitalde
riscoAlém
do
capital propriamente dito, outros beneficios são ressaltados pelas empresas investidas de fundos de capital de risco.Algumas
das principais percepções obtidas junto a“a) viabilização de projetos
com
aporte de recursos e apoio estratégico dos parceiros investidoresno
aconselhamento sobrea
condução
da empresa
ena
abertura denovas
oportunidades de negócio;b)
maior
profissionalizaçãona
administraçãoda
empresa,com
melhora
da imagem
juntoao
mercado, facilitando ia busca de novosnegócios e
a
capitalização juntoa
outras fontes;c) obtenção de recursos financeiros de longo
prazo
sem
aumentar
oendividamento e
sem
afetaro
controleda companhia;
_d) troca de experiências e contribuição
com
a
participação dosinvestidores
em
outras companhias, possibilitandouma
sinergia tecnológicae de negócios;
e)
aumento
da
capacidade de competir interna e externamente, devidoa
maior
maturidade adquirida tantoem
termos gerenciais,como
delideranças de
um
negócio ”(IMOREIRA,
1999, p. 5).i
Os
investimentos de capital de riscorequerem
talentoem
aspectos financeiros,operacionais, administrativos e técnicos, para atravessar todas as fases
do
negócio.Através
do
processo de investimento, ao se identificar companhiascom
altaprobabilidade de obter sucesso, cria-se
um
apoio para realizar seu potencial.O
processo de capital de riscopode
ser melhor descrito através deuma
sucessão de etapas, realizadas de maneira sistemática,com
o objetivofim
decidir sobre a realizaçãoou
não
deum
investimento. Pode-se demonstrar tal processoda
seguinte forma:A
criação deuma
empresa de base tecnológica éum
fatoque
ocorrenum
contexto ambiental, fortemente influenciado por fatores econômicos, políticos, legais, tecnológicos esociais. Portanto, as condições
do
ambientepodem
atuarcomo
forças restritivasou
propulsoras sobre o
comportamento
deste fenômeno.` 9
No
processo de criação deste tipo de empresa, a pessoado empreendedor
éde
fundamental importância, por ser ele o agente desencadeador deste fato.
Figura
1:O
processode
financiamentodo
capitalde
risco 1. Prospecção: consiste oceme
da atividade de capital derisco.
E
nesta faseque
o investidor “fareja” as boasoportunidades
2.
Pré
Análise: análise rápidado
tipo de negócioem
questão,avaliando o produto, o mercado, aspectos relativos a
17
3.
Enquadramento:
avalia seo
negócio se enquadra à políticade investimento
do
fundo4. Análise: análise criteriosa
do
seu plano de negócios5.
Submissão da
propostade
investimentode
investimentoao
comitê: o comitê delibera sobre a aprovaçãoou não
da proposta `'
6. Negociação: são definidos os valores, a
forma
, otempo
e aremuneração
do
capital investido7.
Formatação da
propostapara submissão
ao comitêde
investimentos: o(s) empresário(s) é/são apresentado(s) ao
comitê através de
uma
breve apresentação e defesa de seuplano de negócios
8.
Aporte de
capital eacompanhamento
do
investimento:contratação
do
investimento atravésda
assinatura doscontratos e acordos. Investidor e empresa
começam
a interagiratravés de visitas. periódicas e reuniões
do
conselho de9. Desinvestimento: o capitalista de risco
tem
de buscarum
cliente interessado
em
adquirir sua participaçãoou
revendê-laao empresário
Fonte: (MOREIRA, 1999, p. 6)
Para
que
uma
empresa inicie suas atividades, basicamente existem três formasde
obtenção de capital, são elas: a) capital próprio: geralmente a inicial e mais
comum;
b)empréstimo
ou
financiamento: geralmente obtido junto ao governo e; c) capital de risco:venture capital,
que
éum
tipo de capital de risco aplicadoem
empresasou
idéiasCapítulo III
-
EXPERIÊNCIA
INTERNACIONAL
DE
CAPITAL DE
RISCO
As
experiências vividas por países mais desenvolvidos,como
os Estados Unidos,Japão, França, Inglaterra e Alemanha,
demonstram
a participaçãodo
Estado,em
maiorou
menor
intensidade,no
fomento à criação de empresas de base tecnológica.Nos
demais países industrializados, a indústria de venture capital mostra-se aindapouco
desenvolvida,mas
dando
sinais de fortalecimento e rápido crescimento.3.1 Experiência
americana
O
fato de a atividade de capital de risco ter se desenvolvido plenamente nos EstadosUnidos
é resultado de condições peculiares de sua cultura etambém,
institucionais vigentesneste país. _
A
experiência internacional mostra que algumas variáveis contribuem demodo
significativo para a implantação e consolidação de pólos tecnológicos e para a criação e o desenvolvimento de empresas neles instaladas,
como
segue:a) existência de unidades de excelência, universidades e/ou centros de pesquisas;
b) forte interação entre estas unidades e as empresas; _
c) condições ambientais fisicas, sociais e culturais
que
estimules afixação do
pessoalespecializado e dos empreendimentos na região; . ' '
d) existência de
mecanismos
formaisou
informaisque induzam
e estimulem a cooperação e o compartilhamento, entre empresas, universidades e centros de pesquisas,de
recursos técnicos existentes na região;
_e) fundos
que financiem
o crescimento dos empreendimentos instalados nestes pólos,especiahnente
pequenos
e médios. 'Os
exemplos clássicos de configuração destes pólos são as “experiências norte-americanas
do
Silicon Valley,na
Califórnia, ligado à Universidade de Stanford, eda Rout
128,
em
Massachusets, envolvendo a Universidade de Harvard e o Massachusetts Institute19
Cabe
destacarque
em
muitas destas pequenas e médias empresas, cujo principal ativo é sua capacidade de inovaçao, existem: produtosou
processos pioneiros,em
fase deprotótipo
ou
em
desenvolvimento;uma
embrionária estrutura empresarial, quasesempre
uma
história recente construídacom
'baseem
alguma poupança
familiar, euma
insuficiênciade geração própria de recursos e de garantias para oferecer
em
eventuais empréstimosbancários
que
financiem seu crescimento.O
mecanismo
de venture capital desenvolvido nos Estados Unidos, representaum
programa
de efetivo apoio àpequena
emédia
empresa, particularmente àquelasque
apresentam elevado potencial de crescimento e de rentabilidade.
Tais características são apresentadas por empresas
que operam
nas áreas detecnologia sofisticada, nas quais o risco mostra-se alto,
mas
o
eventual sucessopode tomar-
se altamente compensador. .
Os
EstadosUnidos
sãoum
dos pólos de referênciado
assunto. Alguns casos de empresasna
área da informática, que se utilizaramdo
capital de risco,chamam
a atenção.Pode-se citar
como
exemplo, as principais empresas deste setor,que
são: a Intel, aAMD,
eMicrosoft, entre outras.
Como
qualquer empresa, elas iniciaram pequenas ecomo
resultadoda capacidade empreendedora, aliada a investimentos de venture capital, estas empresas representam o que são atualmente,
ou
seja, grandes empresas.De
fundamental importância para o desenvolvimentoda
atividade de capitalde
riscono
EstadosUnidos
foitambém
o precoce estabelecimento demercados
de ações,que
desenvolveu-se fortemente
na
década de 50.A
economia
americana estava fortalecidano
pós guerra e os programas de ajuda intemacional daquele país criaram
um
fortefluxo
comercial
com
o exterior, sustentandoo
ciclo de crescimento acelerado porum
períodomais longo. _
Aumentaram-se
os investimentosem
bancos, poupanças, apólices de seguros, entre outros.Afim
de fortalecer aeconomia
intema, a Bolsa deNova
York
e as própriasempresas listadas
em
bolsa, passaram a fazercampanha
para popularizar acompra
de açõescomo
forma
de fortalecer ainda mais aeconomia do
país.O
objetivo era deque
cada americano fosse sóciodo
sucesso das empresas e por conseguinte sóciodo
sucessodo
país.Os
investimentos de alto riscoderam
origem aomercado do
venture capitalou
capital de risco, que
vem
desenvolvendo a indústria americana, ao redor de iniciativas decaráter tecnológico, situados
na
Califórnia, Texas,Nova
York, na Pensilvania eem
Massachusets.De
acordocom
a tabela 1, a seguir, observa-seque
em
1997,haviam 2515
empresasque
utilizaram-se deUS$
14,31 bilhões de dólares enquanto queem
1998, percebe-seum
pequeno
crescimentono número
de empresascom
o correspondenteaumento do volume
de recursos.Os
investimentosem
capital de risco nos Estados Unidos, alcançaram o valor deUS$
16 bilhões de dólaresem
1998. Este valor representaum
crescimento de12%
(dozepor cento)
em
relaçao a 1997.Tabela
1-
Investimentosde
capitalde
risco nosEstados Unidos
ANO
.'N° E|\/IPRI:SAS
_
\/'OLU!\/ll:
(US$
bilhões)'
1998
2641
16,02 f ~1997
'2515
. 14,31 Total 1994-1998 '6058
52,07 . ¬_ _” . ."__
__ ____
.._ _._____
__! Fome; (MOREIRA, 1999, p. 3)“Os
investimentosdo
primeirotrimestre de1999
atingiram0
recordede
US$
3,59 bilhões. Este valor representaum
crescimento de31,8%
(trintae
um
vírgula oitopor
cento)em
relaçãoao
mesmo
período de1998
e de10,5%
(dez vírgula cincopor
cento)em
relaçãoao
último trimestredo ano
passado
"(MOREIRA,
1999, p. 3).4
A
existência deum
grande conjunto de empresas de capital de risco, é,sem
dúvidauma
das principais causasdo
grandenúmero
de pequenas empresas que se criam nos parques tecnológicos americanos.As
empresas dessa naturezacobrem
toda a faixa de necessidade de investimento, desdeo
capital inicial (seedmoney)
até a capitalização da produção.A
tradição de se correro risco, distingue o processo de criaçao de empresas nos Estados Unidos,
da
maioria dos21
oz ø ó . fo
3.2 Experiencias latino
americana
e europeiaNa
Europa, verificou-se a maior atuaçãodo
capital de risco nos parques tecnológicos.Até 1980, o
número
deles erabem
reduzido,mas
desde então, o crescimento está sendoexponencial.
V
Os
parques estão sendo fomentados por atos de vários países e, nos últimos anos,através de atividades apoiadas pela
Comunidade
Européia.A
inovação, na Europa, é impulsionada pela participação das Universidades einstitutos de pesquisa
no
processo de criação de tecnologia.Há
na
Europa,uma
experiênciabem
mais relacionada à transferência de tecnologia às empresas existentesdo
que à criaçãode novas empresas.
Existem parques tecnológicos
em
paísescomo:
Itália, França, Alemanha, Irlanda,Noruega, Suécia, Finlândia e Espanha,
onde
cadaem
cadaum
destes,há
uma
políticade
financiamento às empresas.No
Reino
Unido, por exemplo,há
muitopouco
capital de risco, somente cerca de3%
(três por cento) das empresas
têm
algum. Para as empresas serem criadas, a maior partedo
financiamento
advém
de poupanças pessoais(55%
- cinqüenta e cinco por cento) efinanciamentos bancários
(42%
- quarenta e dois por cento). Para a produção, elascontam
com
recursos dapoupança
pessoal(20%
- vinte por cento), financiamentos bancários(20%
- vinte por cento), lucros acumulados
(24%
- vinte e quatro por cento) e capital de risco(4%
- quatro por cento).Nos
países desenvolvidos, o conceito de capital de risco já estábem
disseminado e afatia de recursos disponíveis para apoiar as empresas emergentes é considerável,
chegando
àcasa dos bilhões de dólares.
Na
América
Latina, essa indústria ainda é incipiente.Na
América
Latina, os fundos de private equity] estãocomeçando
a entrar nesse nicho,mas
ainda se concentramem
empresas demédio
e grande porte.1 Private equity pode ser usado para desenvolver produtos e tecnologias novas, fazer aquisições
ou
para fortalecer o balancete deuma
companhia. _Capítulo
IV
-CAPITAL
DE
RISCO
NO
BRASIL
O
Brasil possuibom
potencial parao
investimentona
atividade de capital de risco,pois possui
um
parque industrialcomplexo
euma
capacidade potencial empreendedora.A
necessidade de criação de
um
instrumento de capitalização para micros, pequenas e médiasempresas que
atuem
em
segmentos de base tecnológica e, aomesmo
tempo, fortalecer seupotencial de crescimento, aliado ao sucesso obtido pela experiência internacional,
incentivou os primeiros
movimentos no
sentido de desenvolver-seno
Brasil, a atividade decapital de risco.
Essa atividade
vem
se desenvolvendono
país desde a constituiçãoda
BNDESPAR,
em
1973, quevem
realizando investimentos atravésda
participaçãono
capital de empresasnacionais. Entre
o
final dos anos70
e o início da década de 80, existiamno
Brasil, pelomenos
10 empresas de capital de risco.Uma
das primeiras iniciativas foi aBRASILPAR,
criada
em
1975 pelobanco
UNIBANCO
em
sociedadecom
obanco
francêsde
investimento
PARIBAS
e demais investidores de pessoas fisicas.Começou
a operarcom
empresas de
menor
porte através de participaçãono
capital, nosmoldes
das venture capitalamericanas.
No
decorrer de suas atividades aempresa
sofreu alterações, recebendonovos
acionistas.
p “Assim
como
esta, outras empresas e
companhias
de capital de riscoforam
estruturadas e/ou planejadasao
longodos anos
80.Grande
partedelas
porém,
desativou seusprogramas
nesta área,quando
os níveis deinflação subiram
ao ponto
de inibir qualquer tentativa de realizarinvestimentos
em
produção.Os
fluxos
de capital convergirampara
omercado
financeiro, tendoem
vista, que eramais
rentável aplicarem
títulosde
renda
fixa
do
que arriscarem
qualquer outro tipo de inversão”(MOREIRA,
1999, p. 4). -No
início dos anos 80, surgiram outras iniciativascomo
aCompanhia
Riograndensede Participações(CRP)
que
realizou investimentos de sucesso neste período, o fundo dos bancosBozano
Advent, Icatu, Garantia e Fator. ACom
um
patrimônio deUS$
40
milhões, oBozano
Simonsen
Advent, fundomútuo
em
investimentosem
empresas emergentes é o resultado deuma
associação entre oBanco
Bozano
e a empresa de private equityAdvent
International.O
novo
fundotem
fornecido “seedmoney”
para alguns emergentes.23
4.1
Companhia
Riograndense de
Participações-CRP
A
Companhia
Riograndense de Participações foi constituídaem
dezembro
de 1981.É
controlada pela holding privada Participações
Riograndense(PARGS
S/A), contandocom
aparticipação
do
Banco
Regional de Desenvolvimentodo Extremo
Sul(BRDE)
edo
Banco
do
Estadodo
RioGrande do
SulS/A(BANRISUL).
A
empresa éuma
venture capital, e portanto todos os investimentos por ela realizados são voltados a empresasque
estejam vinculadas a esse perfil de investimento.Por
essa definição, verifica-se
que não
é qualquer empresaque pode
vir a receber investimentosda
CRP, mas
somente aquelasque tenham
potencial de obtenção de elevadosganhos
financeiros,
que
estejaem
um
mercado
desenvolvedor comercialmente.O
principalramo
de atividade daCRP
é investimento de cpaital de risco, através dascompanhias
CRP
eCRP CADERI
edo
fundo de investimentoRSTec.
Paralelo a isso, eem
menor
volume, aCRP
operaem
atividades financeirascomo
fusões e aquisições e captação de recursos, principalmentequando
asmesmas
envolvem
empresas pertencentes à carteirade investimentos da companhia.
As
empresasque recebem
investimentos de risco,passam
a Terum
envolvimentoefetivo
da
CRP
nos negócios.Apesar
denão
ser colocadonenhum
profissional na atividadediária da empresa, a
CRP
formalmente participa dos Conselhos de Administraçãodas
companhias
em
que
investe, procurando auxiliarno
direcionamento estratégico, planejamento ena manutenção da
linha de crescimento. Informalmente, aCRP
atuano
acompanhamento
periódico dos negócios através das visitas, relatórios operacionaisenviados pela empresa e auditoria externa independente.
A
empresahá
muitotempo
investeem
capital de risco.Em
1992, por exemplo,destinou
US$
400.000 (quatrocentos mil dólares) auma
empresa
novata, aNutec
Informática.
A
CRP
investeem
várias áreas-
de empresas de fabricação de papel até asdo
setor de auto peças.Em
junho de 1999, aCRP
criouum
novo
fundo, oRSTec,
destinado exclusivamente ao
mercado
de informática. Possuicomo
principal atividadeinvestir capital de risco, pela aquisição de debêntures conversíveis
ou
ações de empresasselecionadas.
A
A
CRP
aplica seu capitalem
açõesou
debêntures de empresas que apresenteminvestimentos
em
outras regioesem
parceriacom
investidores semelhantes de capitalde
risco. Investe sempre
como
acionista minoritário e temporário,sem
interferirna
administração executiva das empresas.
O
relacionamento é estabelecido através de acordo de acionistas, onde' são reguladosos direitos e deveres dos sócios, inclusive quanto à intenção de
venda
das açõesno
futuro.A
CRP
também
presta serviços especializadosem
quatro áreas distintas e complementares: assessoramento de fusões, aquisições e alienação de investimentos;colocação privada de participações societárias; estruturação societária; e estruturação
financeira, orientando a captação de recursos adequados às necessidades da empresa.
Sua
atuaçao concentra-se na região suldo
Brasil,onde
desenvolveu, ao longo dessesanos,
com
a colaboração de seus acionistas,uma
forte rede de relacionamentos e negócioscom
as principais empresas da regiao.Pela experiência regional,
mantém
estreitos laçoscom
importantes bancosde
investimento e instituições de fomento brasileiros e internacionais, pemritindo
amplo
acessoao
mercado
de capitais,complementando
seu leque de atuação.Em
seus investimentos, aCRP
dá prioridade às companhiasque
utilizem tecnologiaavançada,
em
quaisquer segmentos da economia.Busca
participarem
empresas pequenas emédias, cujo faturamento anual, antes
do
ingressodo novo
capital,não
supereUS$
20
milhões. Seus investimentos diretos
máximos
se limitam aUS$
l milhão por empresa,podendo
ser estruturadoum
pool
de investidoresquando
a necessidade de aporte forsuperior e sua participação deverá ficar entre
10%
e40%
do
capital total daempresa
investida.
`
Esses investimentos visam períodos de 3 a 5 anos,
com
participações minoritáriasem
empresas de rápido crescimento.O
objetivo daCRP
é fazercom
que seus investimentostenham ganhos
superiores aos obtidosno mercado
financeiro tradicional, apostandoem
empresas de elevado risco e conseqüente alto potencial de retomo.Os
principais instrumentos para realizar os investimentos são os seguintes: a)debêntures conversíveis
em
ações; b) açoes ordinárias e/ou açoes preferenciais.A
CRP
deve ser vistacomo
um
investidor de longo prazo,mas
de caráter transitório,em
tomo
de quatro anos.Terminado
o ciclo de maturaçaodo
investimento, aCRP
daráliquidez ao seu investimento, por condições contratuais