DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
DA
ADMINISTRAÇÃO
COORDENADORIA
DE
ESTÁGIOS
TEORIA
CON
TDTGENCIAL
E
NOVOS
PARADIGMAS
DA ADMINISTRAÇÃO
-PROGRAMA
DE
TREINAMENTO PARA GERENTES
OPERACIONAIS
TRABALHO
DE
CONCLUSÃO
DE ESTÁGIO
CLAUDLA
FERNANDA
FRANCESCHI
KLEMENT
DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
DA ADMINISTRAÇÃO
COORDENADORIA
DE
ESTÁGIOS
TEORIA CONTINGENCIAL E
NOVOS
PARADIGMAS
DA
ADMINISTRAÇÃO
-PROGRAMA
DE TREDIAMENTO PARA GERENTES
OPERACIONAIS
TRABALHO
DE
CONCLUSÃO
DE ESTÁGIO
ACLAUDIA
FERNANDA
FRANCESCHI
KLEMENT
Orientado
por:Professor Dr.
Rolf
Hermann Erdmann
Área
de Concentração:
Administração
da
Produção~
na disciplina Estágio Supervisionado Obrigatório -
CAD
5401.Banca
Examinadora:`
_
, ._Í
Prof.
Rolf
Hermann Erdmann
Presidente
Prof”. Valeska
Nahas Guimarães
Membro
m,_¿¿¿¿_¿gg
Prof.
Mário
deSouza Almeida
Membro
Agradeço, primeiramente, ao
meu
professor orientador, por acreditarem
meu
potencial de realização e a todos osmeus
colegasdo Núcleo
Interdisciplinar de Estudosem
Gestão daProdução
eCustos-
NIEPC,
pela paciência e companheirismo,quando
as coisaspareciam dificeis.
Agradeço
especialmente aGrace
Batista eHivy Damásio
Araújo, porme
auxiliarem, permitindo
que
suas pesquisas integrassem este Trabalho. VAgradeço
àminha
grande amiga Cláudia Rodrigues Jardim e à Gabriela Rodrigues, por jamaisme
perrnitirem esmorecer,quando
tudo parecia perdido.'
Gostaria de agradecer a todos que direta
ou
indiretamente participaramda
confecção deste trabalho, seria dificilnomear
a todos,porém
especial agradecimento a Liane CarlyHermes
Zanella, pela paciência para efetivar a revisão da fundamentação teórica e a Salete Favin Pinheiro, porcompreender
meus
sentimentosem
relação a este trabalho.Finalmente agradeço, principalmente, à
minha
mãe,que
sempreme
apoiou e aconselhou, oferecendo seu “grandeombro
amigo” quando
mais precisei.“Por
vezes,quando
reflito sobre astremendas
conseqüênciasque
resultamdas
pequenas
coisas...Fico
tentadoa
pensar...Que
não
existempequenas
coisas.”Bruce
Barton
SINOPSE
... ..1.
INTRODUÇÃO
... ..2.
OBJETIVOS
... _.2.1. Objetivo geral ... ._
2.2. Objetivos específicos ... ..
2.3. Avaliação dos objetivos... ... ._
3.
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA..
3.1. Teoria Contingencial ... ..
3.2.
Novos Paradigmas da
Administração
... ..3.2.1. Participação ... .. 3.2.2.
Qualidade
Total ... .. 3.2.3. “Just-in-time” ... ..47
3.2.4.Reengenharia
... _. 58 3. 2. 5.“Downsizing”
... ..64
3.2.6. Terceirização ... .. 3. 2. 7.Planejamento
estratégico 3.2.8.Desenvolvimento
sustentável ... ._ 3.2.9.Empreendedor
... .. 3. 2. 10. Organizações aprendizes3.2.11.
Engenharia
simultânea ... ._ 1053.2.12.
Complexidade
... ... ._ 1133.2.13.
Caos
... _. 1193.2.14. Organizações fractais ... .. 126
3.3.
Treinamento
... ... .. 1293.3.1.
Treinamento
para
gerentes operacionais ... .. 1343.3.2. 'Metodologia
de
estudode
casos ... ._ 136METODOLOGIA
... .. 142DESENVOLVIMENTO
... _. 143 5.1.Programa
padrão de
treinamento ... .. 1435.2. Apostila básica
de
treinamento ... .. 147coNcLUsÃo
... ..209
Quadro
1: Paralelo entre sistemas vivos e sistemas organizados ... _. 18Quadro
2:Comparação
entrepensamento
sistêmico epensamento
linear ... _. 18Quadro
3:Modelos
de
organizações ... ... .. 19Quadro
4:Evolução
históricade
pesquisas dentroda
Teoria Contingencial ... ..26
Quadro
5: Tiposde
participação ... _. 35Quadro
6: Ciclodo
PDCA
... ..44
Quadro
7:Abordagens
de
reengenhariacom
relação às etapaspara sua implantaçãoól
Quadro
8: Diferenças entrereengenharia
emelhoria
contínua ... ._62
Quadro
9:Comparação
entreambientalismo
superficial e ecologiaprofunda
... ..90
Quadro
10: Conceitos sobre treinamentos ... ._ 130RELAÇÃO
DE TABELAS
Tabela
1:Comparativo
entre cultura entrepreneurial e cultura administrativa ... ._99
Figura
1: Descriçãode
um
sistema ... ..22
Figura
2:Exemplo
de
diagrama
de Ishikawa
... _.42
Figura
3:Exemplo
de
fluxograma
... ..43
Figura
4:Representação
da
influênciade
tecnologia econhecimento
na
reengenharia59
Figura
5:Representação
das forçasque
dirigema
concorrência nas organizações80
Figura
6:Modelo
genéricopara formulação de
estratégia ... ..82
Figura
7: Processode planejamento
estratégico ... .. 85Figura
8:Representação de
desejo versuscapacidade de
empreendimento
... ..97
Figura
9: Barreirasao
entrepreneurship ... ._98
Figura
10:Mudança
ambiental versusaprendizado
... .. 103Este trabalho visa a formulação de
um
programa
de treinamento para gerência operacional, abrangendo a teoria contingencial e quatorzedos
novos
paradigmasda
administraçao.
Entende
se pornovos
paradigmas da administração,no
presente estudo,não
somente as teorias e filosofiasque
florescem
a partir de novas formulações sobre a realidade,mas
também
algumas práticas_e técnicas administrativas, bastante difundidas nas organizações; sendo eles: participação, qualidade total, just-in-time, reengenharia, downsízing, terceirização, planejamento estratégico, desenvolvimento sustentável,empreendedor, organizações aprendizes, engenharia simultânea, complexidade, caos e organizações fractais. Juntamente ao programa, foi elaborada
uma
apostila básica parao
referido treinamento,
onde
é desenvolvidoum
resumo da
teon`a e são propostos exercícios para o desenvolvimento dos treinandos. .Tanto a apostila, quanto o programa,
foram
desenvolvidos a partirdo
estudo teórico sobre contingencialismo e sistemismo, assimcomo
das quatorze novas tendências administrativas anteriormente citadas. Foi feitotambém
um
breve estudo sobre treinamento e formas e técnicas de aprendizagem, cujo escopo principal foi a adequação da teoria para aidealização
do
treinamento.O
treinamento aqui proposto é básico, fundamentalmente, porque foi formuladosomente a partir
do
estudo teórico,sem
considerar a realidade de qualquerempresa
específica.
Sua
aplicabilidade exige- que seja feito, primeiramenteum
diagnóstico nasorganizações
em
que
se queira implanta-lo, paraque
hajauma
formulação específica para cada realidade,uma
vezque
treinamentos de qualquer natureza são eficazes apenas dianteA
Administração,como
campo
de conhecimento definido, evoluiu através deum
interagir constante de culturas
em
uma
história de apenasum
século.O
seudesenvolvimento foi escrito através das escolas de administração, por princípios agrupados
que
refietiam opensamento
de cada época.O
presente trabalho, procurará deforma
sucinta, descreverno que
consiste a TeoriaContingencial, atualmente, a mais .aceita pelos estudiosos de administração e pelos próprios administradores, suas raízes na Teoria de Sistemas e o desenrolar das tendências
em
Administração a partir destas duas teorias. Procura-se,
na medida do
possível, focalizarcada
uma
delas através dos pontos: o que é, qual a sua estrutura, e,como
funciona.Constata-se, a priori,
que
a área de produçãotem
sido o abrigo e a inspiração denovos
procedimentos e experiênciasno
campo
da Administração,havendo
a necessidade deverificar o real entendimento das novas tendências da Administração (o
que
são),como
osefeitos práticos (para que servem).
Associado a isto, a
Produção tem
sido consagradacomo
área de importânciaestratégica para a obtenção da competitividade, requisito fundamental para a sobrevivência
na
economia_ globalizada. çDesta forma, este trabalho justifica-se pela carência de
um
Programa
de Treinamento para Gerentes Operacionais, para Administradores ligados à da Produção,objetivando o estudo dos
novos
paradigmasda
Administração, e para servircomo
fonte deconsulta à disposição da comunidade, considerando-se a dificuldade para obtenção de informações reunidas, nesta área de conhecimento.
Através das descrições e reflexões aqui apresentadas, objetiva-se desenvolver o
plano de ensino, cujo intuito é
o
depromover
oPrograma
de Treinamento para Gerentes2.1. Objetivo geral
Desenvolver
programa
de treinamento para Gerentes Operacionais,com
ênfaseem
novos
paradigmasda
Administração.2.2. Objetivos específicos
0 Descrever
o
desenvolvimento e as caracteristicas dosnovos
paradigmasda
Administração.
0 Redigir material instrucional para treinamento de gerentes.
0 Elaborar
um
Plano de Ensino. -2.3. Avaliação dos objetivos
A
descriçãodo
desenvolvimento e características dosnovos
paradigmasda
administração foi satisfatoriamente alcançada.
O
plano genérico de ensino,contemplou
todos os paradigmas,sem
as considerações necessárias para cada organização - para isto énecessário, primeiramente,
um
levantamento de necessidades de treinamentoem
qualquer organizaçãoem
que se deseje implanta-lo.O
material instrucional,também
foi genérico,no
intuito de direcionar aforma
como
pode
ser elaborado e desenvolvido, pois necessita, igualmente ao plano de ensino, dascaracterísticas particulares
da
organização que desejar utilizá-lo.No
entanto, é capaz deA
abordagem
teórica inicia pela teoria contingencial da administração, incluindo a teoria sistêmica.As
várias partesque
compõe
o tema, são abordadas seqüencialmente,sem
obedecer a
nenhum
ordenamento especial e servirão,como
referencial para aconcepção do
modelo
de treinamento para gerência operacional.3.1. Teoria Contingencial _
A
abordagem
contingeñcial da Administração surgiu a partir de pesquisas, cujointuito inicial foi o de verificar quais
modelos
de estruturas organizacionaiseram
maiseficazes
em
determinados tipos de indústrias.A
partir destas pesquisas, que seguiram ospressupostos
da
Administração
Clássica verificou-seque
“a estruturade
uma
organização e seufuncionamento
são dependentesda
interfacecom
o
ambiente externo ”.(CHIAVENATO,
1993, p.553).segunda
LAWRENCE
eLoRscH
(1973) e,CHIAVENATO
(1993), as pesquisasque
mais contribuíram para a formulação supra citada,foram as seguintes:
A
0 pesquisa sobre a estratégia e estrutura organizacional - estudo desenvolvido pelo
historiador Alfred Chandler, cúja tese básica foi a de
afirmar
que a estruturada
organização decorre de suas decisões estratégicas. Através
da
análise comparativada
história de casos de algumas
firmas
pioneirasna
criação deuma
estruturabem
sucedidapara administrar
uma
grande empresa multidimensional (que atuaem
vários segmentos),o
pesquisador concluiu que as novas opções estratégicassurgem
de alterações ambientais (as diferentes condições de ambiente,bem como
o
ritmo de transformação dos ambientes, cria a necessidade deuma
modificação
estratégica e posteriormenteestrutural);
0 pesquisa sobre organizações mecanísticas e orgânicas - trabalho de
Tom
Burns
e G.M.
Stalker focaliza o
modo como
o padrão de práticas administrativas nasfinnas
industriaisexaminadas relacionava-se
com
certas facetas de seu ambiente externo. Diante demétodos
e processos administrativos diferentes, classificadoscomo
mecanistasou
operavam
em
condições ambientais estáveis, enquanto os outros são adaptados acondições instáveis, sendo estruturalmente
menos
formais;0 pesquisa sobre contextos ambientais -V-estudo desenvolvido por E. L. Trist e F. E.
Emery,
que
após pesquisaem
algumas indústrias, verificaramque
cada tipo de ambienteprovoca
o
aparecimento de diferentes características organizacionais,onde
estas são impostaspelas condições
do
ambiente.A
conclusãodo
estudo, foique
amudança
organizacionalé, basicamente, provocada
extemamente
e a adaptabilidadeda
organização é relacionada à sua capacidade de aprender e desempenharconforme
as contingências ambientais.Os
ambientes estudados
foram
classificadoscomo:
plácido e randômico,ou
seja, ambiente mais simples e tranqüilo; plácido e segmentado, isto é, ambientetambém
estático,mas
com
objetivos concentrados dealguma
forma; perturbado e reativo, caracterizado por serum
ambiente mais dinâmicoque
estático e;campos
turbulentos, ambienteonde
ascaracterísticas principais são complexidade, turbulência e dinamicidade,
0 pesquisa sobre
o
defrontamento organização versus ambiente - trabalho multidimensional, desenvolvido por Paul R.Lawrence
e JayW.
Lorsch,onde
a questãofundamental constituiu-se de
como
deve ser a organizaçãoda
empresa, para tratarcom
várias condições econômicas e
de
mercado. Atravésda
análise de dez indústriasde
vários ramos, os pesquisadoresfizeram
um
estudo comparativo, chegando à conclusão de que,em
ambientes dinâmicos, as empresas eficientes caracterizavamfse pela grande diferenciação e integração. Fundamentalmente, diferenciação consisteno
desenvolvimento de especializações para atender às diversas
demandas do meio
(segmentação da organização
em
competências específicas, para atender as diferentes exigênciasdo
ambiente). Integração é a ligação das especializações desenvolvidasna
organização, para realizar a finalidade da empresa, isto é, a realização de
um
trabalhosincronizado, para o atingimento dos objetivos
da
organização. ~ .Ao
reportar-se aFERREIRA
(1986, p.464), pode-se verificar a definiçãode
contingência
como:
“1. Qualidadedo
que é contingente. 2. Incerteza sobre seuma
coisa aconteceráou
não. ”; adiante, verifica-se contingentecomo:
“1.Que
pode
ou
não
suceder; eventual; incerto”.
De
acordocom
CHIAVENATO
(1993, p.543), contingência refere-se a“uma
proposição cuja verdadeou
falsidade somentepode
ser conhecidapela
experiência e pela vivência e
não
pela razão.”.Assim
sendo, aindaconforme
CHIAVENATO
(1993), a.Abordagem
Contingencialda
Administração, desenvolve a idéiaempresas, existindo,
na
realidade,uma
relação funcional entre as condições de ambiente, tecnologia e as técnicas administrativas apropriadas parao
alcance eficaz dos objetivosda
organização.
Ou
seja,“Tudo
é relativo.Tudo
depende.”(CHIAVENATO,
1993, p.552).KWASNTCKA
(1993) reitera esta colocação, ao desenvolver a idéia de quenão
existemregras administrativas
que
possam
ser aplicadas automaticamente para todos os problemas;assim
como
as situaçõesmudam,
os princípios da administração necessitam modificar-separa enfrentar as novas condições.
Conforme
NAHAS
(1995), alguns autorescomo
Chiavenato e, Burrel eMorgan,
tratam o contingencialismo
como
teoria, enquanto outroscomo
Kovács,Koontz
e Wallaceo
consideramuma
abordagem.Aqui
consideraremos o contingencialismocomo
uma
teoria,uma
vezque
ABBRAGNANO
apud
HOFFMANN
(1995) explica teoriacomo: o
esqueletodo
corpo da ciência enão
um
acrescentamento a este corpo;contém
alémda
parte hipotética,um
aparatoque
permite sua verificaçãoou
confirmação;não
é, necessariamente,uma
explicação dos fatos aos quais se refere,mas
um
instrumento de classificação e deprevisão.
Assim
sendo,o
contingencialismoassume
feição de teoria, pois está sujeito àregra de
que
uma
organização deve agirconforme
as contingências que ela enfrentano
ambiente.
H
A
Teoriada
Contingência, foi formulada,como
a concebemos, porLAWRENCE
eLORSCH,
partindo de sua pesquisa sobreo
defrontamento organização versus ambiente:“não
existeuma
únicamaneira melhor
de organizar;em
vez disso,as
organizaçõesprecisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais.” (in
CHIAVENATO,
1993, p.57 9). Desta forma, a Teoriada
Contingência parte dos seguintes princípios:0 a organização é de natureza sistêmica; ela é
um
sistema aberto;0 as variáveis organizacionais apresentam
um
complexo
inter-relacionamento entre si ecom
o ambiente;0 a estrutura interna
da
organização representaum
conjuntocombinado
de três pontos deconfrontação: organização-ambiente, grupo-para-grupo, indivíduo-e-organização.
As
características supra citadas, reportam-se à Teoria de Sistemas.A
TeoriaContingencial aceitou as premissas
da abordagem
sistêmicada
Administração, procurando meios para unir a teoriacom
a prática,como
forma
de orientar delineamentosorganizacionais e ações gerenciais apropriadas para situações específicas.
.
Segundo
KAST
eROSENZWEIG
(1980), onome
“teoria geral dos sistemas” ecomo
objeto“a formulação
de princípios válidospara
os 'sistemas'em
geral, qualquerque
sejaa
natureza dos elementosque
oscompõe
e as relaçõesou
forças' existentes neles.”(BERTALANFFY,
1973, p.61). Esta Teon`a surgiu da percepção deque
“e' necessário estudarnão
somente partes e processos isoladamente,mas
resolver os decisivosproblemas
encontradosna
organização ena ordem
que
os unifica, resultanteda
interaçãodinâmica das
partes,tomando
o comportamento das
partes diferentequando
estudadoisoladamente e
quando
tratadono
todo.” (idem, p.53).Sistema é “qualquer conjunto
de
elementosque
estãodinamicamente
relacionados”.
(BEER
inCHIAVENATO,
1993, p.383). ParaCHIAVENATO
(1993, p.481)“O
conceito central de 'sistema' éa
idéiade
um
conjunto de elementos interligadospara
formar
um
todo. Esse todo apresenta propriedadesque
não
são encontradasem
nenhum
dos
elementos isolados. Assim,a
perspectiva “sistêmica' mostraque
a
organização deve ser dirigidacomo
um
todo complexo”. Portanto, as características dossistemas são: propósito
ou
objetivo e globalismoou
totalidade. _Conforme
LODI
(1984), a Teoria Geral de Sistemas ou, Teoria Sistêmicaou
ainda,Sistemismo, elabora princípios gerais e
modelos
gerais para qualquer das ciências envolvidas. Para este autor“A
Teoria de Sistemas veio enriquecera
Teoriada
Organização
com
noções importantespara
explicaro funcionamento
da
empresa.” (1984,p.201).
O
mesmo
autor, juntamente aCHIAVENATO
(1993) eKAST
eROSENZWEIG
(1980), apresentam as referidas noções:u
*
0 totalidade -
ou
globalismo, refere-se ao fato deque
qualquer estimulaçãoem
qualquerunidade
do
sistema afetará todas as demais unidades, devido ao relacionamento existente entre elas;0 crescimento -
o
sistemamantém,
em
relação aofim
desejado,um
grau de crescimentoque
está dentro dos limites definidoscomo
toleráveis,podendo
ser alteradoconforme o
alcance da condição focal atravésdo
menor
esforço;_
_
0 diferenciação - a organização tende à multiplicação e à elaboração de funções, gerando desta forma, a multiplicação de papéis e diferenciação interna;
0 controle - as organizações
requerem
um
sistema de comunicações que efetive o controlede
suas várias funções, para asseguraro
seu ajustamento àsmudanças
que se fizerem necessárias;0 integração - é a qualidade
do
estado de colaboração, existente entre as diversas partes,necessária à organização, para realizar a unidade de esforço de acordo
com
as exigênciasdo
ambiente; -0 entropia -u tendência dos sistemas ao desgaste, desintegração, afrouxamento dos padrões
e
aumento
da aleatoriedade;0
informação
- àmedida que aumenta
a informação, diminui a entropia, pois a infonnação é a baseda
configuração eda
ordem, assimcomo,
ajudana
reduçãoda
incerteza;0 'feedback' - através
da
realimentação, o sistema recebe informações de retorno contínuasdo
ambiente, informações que ajudam-no a ajustar-se;0 sistema aberto - as organizações
_
devem
ser concebidascomo
sistemas abertos, encontrando-seem
constante interaçãocom
todos os seus ambientes,com
múltiplas finalidades e constituídas de vários subsistemas;0 eqüiƒinalidade - existe mais de
um
modo
deuma
organização atingirum
determinadoresultado,
ou
seja,há
maisde
um
método
deum
sistema alcançarum
objetivo;0
homeostase
- tendênciado
sistemaem
permanecer estático, constanteou
em
equilíbrio;0
competição
- é contingênciado
sistema aberto competircom
outros sistemas,uma
vezque
ele estáem
interaçãocom
o ambiente extemo; `0 tecnologia - as maneiras pelas quais as organizações se ajustam à tecnologia,
em
transfonnação constante,
fazem
sentirum
impacto significativo sobre os outros subsistemas,uma
vezque
sua estruturação e unificação das atividades humanas, dá-seem
torno das várias tecnologias. 'Para
LODI
(1984), enquanto a organização tradicional tende a se autoperpetuar e resistir às mudanças,o
conceito de Sistemas dá ênfase à integração de todas as atividades para ocumprimento
dos objetivos totais, reconhecendo' a importância de cada subsistema,flexibilizando a organização
no
sentido de aceitar e adaptar-se mais rapidamente àsmudanças.
Partindo
da
idéia deBERTALANFFY
(1973), deque
as organizações são complexas,ou
seja,possuem
característicascomo
as supra citadas,CHIAVENATO
(1993)afirma que
a Teoria dos Sistemas fundamenta-seem
três premissas básicas: 0 os sistemas existem dentro de sistemas;0 os sistemas são abertos,
ou
seja, são caracterizados porum
processo de intercâmbioinfinito
com
seu ambiente,que
são os outros sistemas; 0 as funções deum
sistemadependem
de sua estrutura.V
De
acordocom SCHEIN
(1982), as quatro grandes dificuldades para as organizações,
em
geral, são as seguintes:0 definir limites - determinar ambientes intemo e extemo,
onde
começa
reonde
terrninao
ambiente organizacional;0 as diversas finalidades
que
podem
estar disseminadasna
cultura organizacional - asdiversas funções
desempenhadas
pela organizaçãopodem
ser divididas entrefundamentais e secundárias, dificultando a percepção de qual é
o
seu exato papel e quais resultados deve gerar;0 a participação de seus
membros
componentes
em
um
ambienteextemo
à ela - seus colaboradores desenvolvem outros papéisno
ambiente externo,em
seu cotidiano,além
do
papel de funcionários;0 as
mudanças
ambientais cada vez mais aceleradas - dificultando a adequação às novas necessidades emergentes.KAST
eROSENZWEIG
(1980),colocam
o enfoque sistêmicocomo
a evidênciado
fato de a organização possuir
uma
série de subsistemas interagentes, ede
ela somente poder ser concebida dentro deum
quadro holistaou
sinergista.Comentam,
ainda,que
“Os
sistemas organizacionais apresentam várias características fundamentais. Elesnão
são
naturais,
como
os sistemas físicosou
os biológicos,mas
'planejaa'os'. Elescontêm
fronteiras”,
que separam
a
organizaçãodo
seu ambiente”(KAST
eROSENZWEIG,
1980, p.l49). Desta forma,CHIAVENATO
(1993) apoia esta idéia, pois consideraque
as organizaçõespossuem
todas as características dos sistemas abertos, quais sejam:0
comportamento
probabilístico e não-detemiinístico - sendo sistemas abertos, asorganizações são afetadas por
mudanças
em
seus ambientes, que são potencialmentesem
fronteiras e incluem variáveis desconhecidas e incontroladas;0 são partes de
uma
sociedade maior e constituídas de partesmenores
-uma
vez vistascomo
sistemas dentro de sistemas, as organizações consistemem
um
sistema socialcom
partes independentes e interrelacionadas;0 interdependência das partes - diante
da
diferenciação das partesda
organização, derivadada divisão
do
trabalho, as partes necessitam ser coordenadas através de integração e controle;0 homeostasia versus adaptabilidade - são necessários os requisitos unidirecionalidade (constância de direção) e progresso, para
que
a organização,mesmo
diante demudanças
ambientais, atinja seus objetivos,adequando
suas capacidades atuais e potenciais aosfronteiras
ou
limites - consistemem
linhas dedemarcação que
separamo
que está dentro e forado
sistema,podendo
permitir maiorou
menor
intercâmbiocom
o ambiente;~
morfogênese - capacidade de
modificar
a si próprioem
aspectos básicos, as organizaçoespodem
modificar
sua constituição e estrutura atravésda comparação
de resultados desejados e obtidos, passando a detectar erros a serem corrigidos paramodificar
asituação.
CHIAVENATO
(1987), exemplifica, sumariamente, as principais diferenças entre sistemas vivos «e organizados, confonne quadro a seguir:Quadro
1: Paralelo entre sistemas vivos e sistemas organizados. Sistemas Vivos (organismos) Sistemas Organizados (organizações)
Nascem, herdam seus traços estruturais.
Morrem, seu tempo de vida é limitado.
Têm
um
ciclo de vida predeterminado.São concretos - o sistema pode ser descrito
em
termos fisicos e químicos.
0 São completos - parasitismo e simbiose são
excepcionais.
0 Doença é definida como um' distúrbio no processo
vital.
São organizados, adquirem sua estrutura
em
estágios.
Podem ser reorganizados, teoricamente têm
uma
vida ilimitada, podem ser ressurgidas. Não têm ciclo de vida definido.
São abstratos - o sistema pode ser descrito
em
termos psicológicos e sociológicos.
São incompletos - dependem de cooperação
com
outras organizações -, suas partes componentes são
sempre intercambiáveis e geralmente distribuíveis.
Problema é definido como
mn
desvio nas normas sociais.FONTE: CHIAVENATO (1993, p.491).
HAMÇPTON
(1983) considera queem
uma
organização, pessoas, tarefas e administração são interdependentes e, assimcomo
um
organismo,uma
organização éum
sistema.
O
mesmo
autor faz, ainda,uma
comparação
entreo pensamento
linear e sistêmico nas organizações,no
intuito de ilustrar a utilidade de se observar as organizaçõescomo
um
todo orgânico e dinâmico,
uma
vezque
os administradoresnão
são solucionadoresde
problemas,
mas
interventoresem
um
sistema de partes e processos interrelacionados,como
segue:Quadro
2:Comparação
entrepensamento
sistêmico epensamento
.linearPensamento Linear Pensamento Sistêmico
1. Existe
um
problema.2.
Tem
uma
única causa.3. Necessita de
uma
única solução.4.
A
solução pode ser validada apenasdo seu impacto sobre o problema.
5.
A
solução permanecerá estável.em
termosExiste
um
problema. 'Faz parte de
uma
situação.Requer
uma
solução.A
solução apresentará efeitos diversos além doimpacto esperado sobre o problema.
Faz sentido tentar antecipar esses efeitos.
A
solução pode ser avaliada pela identificação eponderação da mistura de efeitos pretendidos e inesperados.
A
solução não será estável,uma
vez que a situação édinami” `ca.
KWASNICKA
(1993), compartilha amesma
colocação deHAMPTON
(1983) aoafinnar que
uma
organização faz parte deum
sistema maior,dependendo do
intercâmbiomantido
com
o
mesmo,
ou
seja, elanão
é auto-suficiente.A
mesma
autora argumenta,ainda, que
“Uma
empresa
éuma
organização criada peloshomens
que
mantém
uma
integração'dinâmica
com
seumeio
ambiente: clientes, competidores, organizaçõesde
trabalho, fornecedores,
govemo
etc.Além
disso, éum
sistema integradopor
diversaspartes relacionadas entre si que trabalham
em
harmonia
umas
com
as outrascom
o
fim
de
alcançar objetivos tantoda
organizaçãocomo
de
seus integrantes.”(KWASNICKA,
1993, p.38). Portanto,“a
abordagem
sistêmica éuma
abordagem
integrativa.Na
teoria administrativa, ela tentacombinar
os vários elementosda
ciência comportamental, ciência administrativa eabordagem
clássicadeforma
coesa.”(KWASNICKA,
1993, p.37).SCHEIN
(1982), fezuma
análise dos váriosmodelos
de organizações,como
segue:Quadro
3:Modelos
de
.organizaçõesTipos de Modelos Modelos Estudados Características Principais
Primeiros Modelos
de Sistemas
¢Modelo de Homans
øModelo Sócio-técnico de
Tavistock
0 Sistema existe
em
um
ambiente constituido de três partes: fisico,cultural e tecnológico. Qualquer sistema produtivo é tuna
combinação de tecnologia e sistema social.
¢Atividades, interações e sentimentos são mutuamente
dependentes.
O
planejamento da organização deve levarem
consideração a natureza do trabalho e das pessoas.
.Sistemas interno e extemo são mutuamente dependentes.
Qualquer organização “importa” diversas coisas de seu
ambiente e depois “exporta” produtos (bens e serviços).
Os Neo- Estnltllralistas- Novas Tentativas de Construir
uma
Teoria da Organização Fonnal ¢Destaque para a Interação Organização/Ambiente - Thompson e Dtmcan'Destaque para Obje-
tivos Organizacionais -
March e Simon, Perrow
oDestaque para Tecno-
logia e as Tarefas
Organizacionais
øEsquema Referencial
Integrador de Perrow
00
modo
comouma
organização estabelece seus objetivos,depende do grau
em
que ela consegue controlar ou é controladapelo seu ambiente.
As
características do ambiente queaumentam a “incerteza ambiental” são: falta de informações
ambientais relevantes para o funcionamento da organização,
impossibilidade de estabelecer probabilidades de alguns fatores,
falta de informações sobre os custos de tuna decisão incorreta.
‹Estabelecimento de distinção para alguns tipos de objetivos:
oficiais, operativos e operacionais. Outro conjunto de
distinções, elucida os múltiplos níveis de análise dos objetivos: societários, de produção, do sistema, das características dos produtos e derivados.
¢A
melhor maneira de se organizar poderia ser através dosobjetivos a que a organização se propôs e a tecnologia envolvida na consecução destes objetivos.
¢A1gumas das tendências que possibilitam a construção
referencial genérica da análise entre tecnologia, incerteza
ambiental e forma organizacional são: 0 grau que a tarefa é
rotinizada e tem poucas exceções, o grau
em
que a tarefa a serexecutada se baseia
em
princípios analisáveis e formas conhecidas de resolver problemas.oModelo dos Grupos Imbricados de Likert Organizações como grupos imbricados, conjuntos de papéis e coalizões
oModelo dos Conjuntos de Papéis Imbiicados de
Kahn
¢Teoria da Firma, de
Cyert, March e Simon
oAs organizações podem ser consideradas sistemas de grupos
entrelaçados, onde os grupos são conectados por indivíduos de
posições-chave. '
«Os grupos psicológicos e formais p<×lem ser diferentes e o
compofiamento dos membros das organizações podem ser
estudados através det sobrecarga de papéis, conflito de papéise
ambigüidade de papéis.
øAs organizações estabelecem metas e
tomam
decisões através deum
processo de contínua negociaçãoem
tomo do poder, onde osmembros utilizam diversas formas de pagamentos colaterais,
para induzir a busca dos objetivos.
øEfeitos da Diferenciação
e Integração de
Lawrence e Lorsch
- øProcessamento de
Modelos Dinâmicos Informações - Teoria do
de Organizações Planejamento de Galbraith øDiagnóstico Organiza- cional -- Dinâmica Organizacional de Kotter
øCada parte funcional da organização lida
com
uma
partediferente do ambiente, desenvolvendo
uma
adaptação a estaparte específica (diferenciação). Deve a organização formar
um
conjunto coerente de atividades, integrando os diferentes estilos,
para o atingimento de seus objetivos.
oO
problema básico das organizações, como sistemas complexos que são, de relacionar-secom
o ambiente, é a aquisição eutilização das informações.
A
introdução deuma
nova forma de processamento de informações agrega-se à forma anterior; asorganizações devem superar a incerteza e a necessidade de
informações.
oModelo de diagnóstico que auxilia na visualização do que se
passa na organização. Os elementos conceituais básicos são:
processos organizacionais-chave, ambiente externo, empregados
e outras características tangíveis, disposições fonnais das
organizações, sistema social, tecnologia, coalizão dominante.
FONTE: SCHEIN, Edgar H. (1982, pp. 147-176).
Segundo
SCHEIN
(1982, p.l77), após a análise dosmodelos
anteriormenteobservados, a teoria de sistemas deveria considerar ainda, na definição de organização, os
seguintes aspectos:
1)
A
organização deve ser concebidacomo
um
sistema aberto,o que
significaque
ela 'se encontra
em
constante interaçãocom
todos os seus ambientes,absorvendo matérias-primas, pessoas, energia e informações, e tranƒormando- as
ou
convertendo-asem
produtos (...)que
são, então, exportadosa
essesdiversos ambientes.
A
organização deve ser concebidacomo
um
sistemacom
múltiplas finalidadesou
funçõesque envolvem
múltiplas interações entrea
organização e seusdiversos ambientes.
Muitas das
atividadesdos
subsistemas existentes dentroda
organizaçãonão
podem
sercompreendidas
sem
que
se considerem essas múltiplas interações e funções.A
organização é constituídade
muitos subsistemasque
estãoem
dinâmica
interação uns
com
os outros.Em
vezde
se analisar osfenômenos
organizacionais
em
termosde
comportamento
individual,cada
vez setoma
mais
importante analisaro comportamento
desses subsistemas, quer se os considereem
termosde
coalizões, grupos, junçõesou de
outros elementos conceituais.Devido
ao
fato deque
os subsistemas,em
graus variáveis, são interdependentes,as
modificações
ocorridasnum
subsistema provavelmente afetamo
comportamento dos
outros subsistemas.2)
3)
5)
A
organização existe dentrode
um
conjuntode
ambientesdinâmicos
constituídos de
uma
sériede
outros sistemas, alguns maiores, outrosmenores
que
a
organização.Os
ambientes,de
diversos modos,fazem
exigências eoferecem restrições
à
organização ea
seus subsistemas.O
funcionamento
totalda
organizaçãonão pode
ser compreendido, portanto,sem
explícita referênciaa
essas exigências e restrições ambientais eà
maneira
como a
organização osenfrenta
a
curto prazo, .amédio prazo
ea
longo prazo.6)
As
numerosas
vinculaçõeš entrea
organização e seus ambientestomam
difícilespecificar claramente os limites
de
uma
determinada organização.Em
últimaanálise, talvez
a
melhor maneira de
se conceituara
organização seja concebê-laem
termosdo
processo estávelde
importação, transformação e exportação,em
vezde
em
termosde
características estruturaiscomo
tamanho, forma,ƒunção ou
€SÍ7'llÍllra.
Utilizando
como
baseCHECKLAND
eFILLION
(apudERDMANN,
1994), pode- se descreverum
sistema através dos seguintes parâmetros:0 situação - realização de
um
resumo, através de análiseda
situação encontradano
sistema.
'
0 definições gerais - a)
do
objetivodo
sistema,ou
seja, a razão de serdo
mesmo,
estabelecendo-se as metas a serem atingidas;b) de Weltanschauung,
que
consisteem uma
descriçãode
como
é vistoo
ambiente,ou
seja, é o prisma atravésdo
qualo
indivíduo enxerga omundo
real;c) de clientes
do
sistema, tratando-se das pessoasque
seservem do
sistema
ou
todos aquelesque
delerecebem
informações, materiais etc.,d) de atores
do
sistema, consistindo nas áreasou
pessoasque
constituemÓ
sistemaou
a eles estão ligadas;'
e)
do dono do
sistema, sendo este,o
elementodo
supersistemaque
define
as regras;Í)
do
ambiente,que
consisteno meio que
envolveo
sistema externamente. Sistema e ambiente interagem constantemente pelas entradas (inputs) e saídas (outputs), caracterizando a sua interdependência (sistemas abertos),ou
seja,o
ambiente
muda
continuamente e por isso, a adaptaçãodo
sistema é dinâmica e constante;g) de fronteiras
ou
limites,que
demarcam
oque
está dentro e0 que
está fora
do
sistema, cercando seus elementos constituintes, responsáveis pelas atividadesde processar as entradas e transformá-las
em
saídas.0
modelo
conceitual - a) da definição,ou
seja, caracterizar o sistema quanto a sua área de atuação e missão a ser cumprida;h) de saídas,
que
são os produtosdo
sistemaou
os resultadosesperados pelo cliente e
que
justificam a existência *do sistema;i) de entradas, que consistem nas informações, materiais e energia
(insumos) necessários à geração de saídas, sendo processadas e convertidas
em
saídas;j) de processamento, consistindo
na
lógica da transformação das entradasem
saídas.São
as diversas etapas necessárias à obtenção dos resultados almejados,em
consonânciacom
os objetivos;k) de feedback, sendo a
comunicação
deretomo
proporcionadapelas saídas
do
sistema, às suas entradas,no
intuito monitorar e controlar o sistema paraevitar desvios de padrão
ou
critério previamente estabelecidos.O
desenho a seguir, exemplificao
que foi anteriormente explicado:Figura
1: Descriçãode
um
sistemaVariáveis Ambientais
(incontroláveis):
Tecnológicas `
Políticas
Mapeamento
Recursos Esforço ProdutosPerceptivo Organizacional Econômicas , . (controlavel) Legais ' Sociais " i
Demográficas Retroação da Informação
Ecológicas (Ambiente Geral)
FONTE: CHIAVENATO (1993, p.608).
CHIAVENATO
(1993) observa ainda que, por tratar-se deuma
teoria muitoabstrata e teórica, a Teoria de Sistemas
tem
méritos por proporcionaruma
nova
visão paraa Administração, tanto
em
relação a sua abrangência, quanto ao seu enfoque. .É
nestemomento
que
a Teoria Contingencial surge,como
forma
de operacionalizaros conceitos e princípios
da
Teoria Sistêmica.O
desenvolvimento da Teoria Contingencialvem,
segundoSCHEIN
(1982), preencheruma
lacunaque
diversas teorias anterioreshaviam
deixado: ça ignorânciaem
relação aomeio
ambiente.KWASNICKA
(1993),concorda, colocando
que
o
argumento mais importantedo
conceito de sistemas parauma
organização, é
o
de as empresas viveremem
um
ambiente muito instável,promovido
pela~
Desta
forma
a Teoriada
Contingência procura adaptar e desenvolver as organizações diantedos desafios e pressões
do
ambiente.De
acordocom
CHIAVENATO
(1993), ambiente éo
contexto dentrodo
qualuma
organização está inserida.
Sendo
a organizaçãoum
sistema aberto, tudo oque
ocorreextemamente no
ambiente, influencia a organização.De
acordocom
a TeoriaContingencial,
como
o ambiente é vasto e complexo, as organizações necessitam explorar e discerniro
ambiente, para reduzir a incerteza a seu respeito, através deuma
seleção dosestímulos ambientais relevantes para cada organização, sejam eles a respeito das condições
tecnológicas, econômicas, sociais, culturais, legais,`demográficas
ou
ecológicas. Para taldiscernimento, ainda adota-se a
noção
de limite entreonde
temaina a organização eonde
começa
o
ambienteonde
ela está inserida,mesmo
que
estanoção
seja arbitrada.KWASNICKA
(1993) comenta, que se as organizaçõesnão souberem
adaptar-se àscondições favoráveis e desfavoráveis às quais o ambiente as submete,
podem,
atémesmo,
sofrercom
a descontinuidade das suas operações.Além
do
ambiente geral, acima citado, há,também,
a necessidade de se possuirconhecimentos a respeito
do
ambiente tarefa,ou
seja,o
ambiente constituído pelasorganizações, pessoas, grupos
ou
instituiçõescom
os quais a empresa possuiuma
interação direta para poder operar. Este ambiente, segundoCHIAVENATO
(1993), é constituído porquatro agentes principais: consumidores
ou
usuários - pessoas fisicasou
jurídicasque
utilizam os produtos (bens
ou
serviços)da
empresa; fomecedores de recursos ~fomecedores
dos insumos necessários às operaçõesda
organização; concorrentes -organizações
que concorrem
entre si pela conquistade mercados
e recursos necessáfios;grupos regulamentadores - instituições
que impõe
controle, restriçõesou
limitações àorganização. .
É
com
o ambiente tarefaque
a organização estabelece sua interface a nível dealcance dos produtos (bens
ou
serviços) e população servidaou
atendida. Portanto,CHIAVENATO
(1993) explana que, édo
ambiente tarefa que a organizaçãodepende
paraidentificar pontos
de
entradado
ambiente geral e pontos de saídapara
o ambiente geral.Uma
organização pode, ainda, manter interfacecom
vários ambientes de tarefa, atravésda
diversificação de produtos (bens
ou
serviços)ou
mercados.Sendo
a incertezado
ambientegeral,
o
grande problemacom
o
qual as organizações de hoje se defrontam,0
reconhecimento dos elementosdo
.ambiente tarefa,pode
reduzir esta incerteza, pois estesameaças do
ambiente geral ecomo
utilizar-se delasou
evitá-las.KWASNICKA
(1993),recomenda que
as empresasdevem
encontrar-seem
constante alertano que
tange amudanças
em
seu ambiente tarefa, destaforma
elanão somente pode
ajustar-seao
ambientegeral,
como
também,
se existir a habilidade, mudá-lo.Além
do
ambiente, a tecnologia, segundoCHIAVENATO
(1993), configura-sena
outra variável independente que influencia as características organizacionais, de acordocom
a Teoria Contingencial.Segundo
KAST
eROSENZWEIG
(1980, p.153),“Todas
as organizaçõesmodernas
foram
influenciadas pela rápida aceleração tecnológica ocorridaem
nossa sociedade”.Mencionam,
ainda,que
a tecnologia refere-se“ao conhecimento
sobre
a
execuçãode
certas tarefasou
atividades ...A tecnologia convertecomportamento
espontâneo e irrefletidoem
comportamento
deliberado e racionalizado.” (1980, p.156),sendo muito mais
do que
amáquina
ou
tecnologia mecânica.A
Teoria Contingencial trata de relações entre variáveis importantesdo meio
ambiente e conceitos administrativos próprios e técnicas,que
estão envolvidascom
a consecução eficaz de objetivos. Estes conceitos administrativos próprios e técnicas,foram
incorporados pela tecnologia,
conforme
CHIAVENATO
(1993),LUTHAN
S (1976),HAMPTON
(1983), eWOODWARD
(1977). Desta forma, a organização usa a tecnologia,em
um
sentido lato, para responder às contingênciasdo
ambiente.A
partir da evidência deque
todas as organizaçõesdependem
dealgum
tipo de tecnologiaou
de matriz detecnologias, através de conhecimentos
acumulados
e desenvolvidos sobreo
significado e .execução de tarefas e pelas suas manifestações fisicas decorrentes, parapoderem
funcionar e alcançar seus objetivos,CHIAVENATO
(1993, p.625) coloca a possibilidadede
se considerar a tecnologia sob dois ângulos: “.a)como
uma
'variável ambiental' e externa; e b)como
uma
variável organizacional e interna”.A
tecnologiacomo
uma
variável ambiental consiste .em tecnologia já existente, adquirida, incorporada e absorvida pelas organizações. Já, a variável tecnológica organizacional é aquela que fazendo partedo
sistema intemo da organização, influencia-o deforma
poderosa, assimcomo
ao ambiente.Para
KAST
eROSENZWEIG
(1980), a sociedademoderna
tem
sido influenciada,em
todas as atividades humanas, pela ciência e tecnologia,que
setomaram
forçasextremamente difundidas,
dando
uma
nova forma
aomundo.
Alguns dos impactosda
tecnologia na sociedade,conforme
CHIAVENATO
(1993), são:0 produção de efeitos laterais
não
intencionaisou não
desejados;0 conhecimento sobre seus efeitos laterais,
que
devem
ser considerados na decisão deadotar determinada tecnologia;
0 gerar a escolha de caminhos altemativos para
o
atingimento dos objetivos; 0 conscientização de novas necessidades enovos
objetivos;0 proporcionar meios para analisar e
compreender
sistemas complexos;o proporcionar conhecimento sobre .as pessoas, permitindo a definição dos termos
da
condição humana.Assim
como
a tecnologia causa impactosna
sociedade,também
causa impactossobre as organizações.
Segundo
KAST
eROSENZWEIG
(1980), a tecnologiaem
evolução provoca importantes repercussões na estrutura das organizações eno
exercícioda
administração, devendo-se fazer as devidas adaptações entre a organização e a tecnologia (para tecnologia estável, estrutura organizacional mecanística; para tecnologia inovadora,
um
sistema flexível e orgânico). .~
CHIAVENATO
(1993),abordaa
tecnologiada
seguinteforma
em
relaçaoao
seuimpacto sobre as organizações:
0
tem
a propriedade de detenninar a naturezada
estrutura edo comportamento
organizacional das empresas; ›
0
tomou-se
um
sinônimo de eficiência;0 cria incentivos
em
todos os tipos de empresas,no
intuito de melhorar a eficácia.As
afinnações
supra citadas, reportam-se aum
detemiinismo tecnológico,onde
aposição de
CHIAVENATO
(1993) assemelha-se aoque
KOVÁCS
apud
NAHAS
(1995,p. 125) explica sobre
Woodward
e Perrow, autores para os quais“a
tecnologia representaa
mais
importante contingênciapara
as empresas”.Porém,
NAHAS
(1995, p.125) explicaem
sua obra que a literatura corrente não possui consensono que
refere ao detenninismotecnológico, reportando-se a
LOVERIDGE
defensor deque
autores contingencialistas atuais“assumem
um
quadro
interpretativo amplo”. -Conforme
PERROW
(1981, p.117), a melhor maneira de consideraruma
organização burocratizada
ou
desburocratizada “ésegundo
sua tecnologia, quepoderia ou
não
ser de rotina”.Se
a tecnologia, segundoo
autor,pode
utilizar rotina é possível estabelecer-seum
alto grau de estruturação e burocratização.Mas,
ainda de acordocom
prescindir
das
vantagensda
produção
em
grande volume
e deuma
estrutura definida e elaborada. Será, portanto,menos
burocratizada”.Devido
àenorme
influênciada abordagem
de sistemas abertos,CHIAVENATO
(1993)
afinna que
a Teoria Contingencial preocupa-secom
o
desenho das organizações, retratando, desta forma, a configuração estruturalda
organização.O
desenhoorganizacional consiste
em
um
arranjo das características estruturaisda
organização paraatingir
ou
aumentara
eficiência e a eficácia organizacional, sendo as variáveis relevantespara seu desenvolvimento:
0 entradas,
ou
característicasdo
ambiente geral (principalmentedo
ambiente tarefa); 0 tecnologias utilizadas;0 tarefas
ou
funções,que
consistem nas operações e processos executados;~
0 estruturas,
que
consistem nas relaçoes existentes entre os elementosda
organização; 0 saídasou
resultados,podendo
ser os objetivos desejadosou
os resultados alcançados.MINTZBERG
(1995) destacatambém
a estrutura das organizações,dando
a elauma
caráter de variável contingencial importante.O
quadro abaixo mostraque
vários .autores se lançaram a fazer descobertas na área de estrutura organizacional:WOODWARD
(1977),Udy,
Leavitt, Fouraker eBums
&
Stalker in.LAWRENCE
eLORSCH
(1973),Gouldner
inLUTHANS
(1976);Pugh
eKhandwalla
inMINTZBERG
(1995).Porém,
sefor utilizado
o
próprio conceito deMINTZBERG
(1995) para tecnologia,como
sendo0
conhecimento que a organização utiliza, então sua estrutura éuma
forma
de tecnologia.É
possível ter esta percepção, jáque
parte-sedo
supostoque
a estruturação da organizaçãoocorre de acordo
com
conhecimentos préviosque
ela tenha.Quadro
4:Evolução
históricade
pesquisas dentroda
Teoria
ContingencialTipologia do Qtd.
De
`Local de
Autores estudo Período orgaui- realização Conclusões zações dos estudos
1°)
O
desenho organizacional éafetado pela tecnologia utilizada.
Teorias 2°) Forte correlação entre estrutura
administrativas e previsibilidade das técnicas de
Joan aplicadas
X
Reino produção.W00dW8Id
00II1p0l1Ç8I11Cl1Í0 1953? 100 Ul'lÍd0 3°)As
smprgsas 30111 Qperações*** 8<1I11i11ÍSÍIflÍÍV0
estáveis precisam utilizar
uma
es-011 SLIGGSSO trutura diversa daquelas organi-
00m6r0ia1 zações
com
tecnologia mutável.4°)
O
predomínio das funções da empresa depende do grau deBurns
&
Stalker ** Práticas administrativasX
ambiente extemo 1961 Reino UnidoExistem dois tipos de indústrias:
a) mecanística: que se adapta
melhor a
um
tipo de ambienteexterior relativamente estável.
b) orgânicas: que se adaptam
melhor a
um
ambiente instávelChandler* Mudanças estruturais relacionadasa estratégia de negócios 1962
USA
As
organizações passavam porum
processo histórico: ' - acumulação de recursos; - racionalização do uso de recursos; - continuação do crescimento; - racionalização do uso de recursosem
expansão.Udy
+
Procurar generalizações sobre as variações na estrutura relativa ao ambiente social e à tecnologia 1963?USA
Certos aspectos poderiam ser
previstos no que se refere a
tendência geral, tendo por base a
tecnologia, divisão de trabalho,
solidariedade etc. Isto significa
que, organizações que se dedicam
a diferentes tarefas
devem
serdiferentemente estruturadas. Leavitt+ Pequenos grupos para resolução de problemas 1963
USA
É
preciso diferentes tipos de organizações para executardiferentes tipos de tarefas. Tanto
estrutura quanto práticas adminis-
trativas devem ser diferenciadas.
Derek Pugh +-l-l- Dimensão vs. estrutura 1963; 1964; 1968; 1969.
UK
A
fator dimensão da determinante organização éque melhor oexplica o maior número de
característica da sua estrutura.
Fouraker
+
Organizações: conflitos e tomada de decisões econômicas 1966 ?Existem dois tipos de organizações:
Organizações L:
- tradicional;
- autoritária;
- disciplinadora; -
- ambiente exterior: estável e não
complexo - fundamentalmente
ameaçador. Organizações T:
- especialistas técnicos indepen-
dentes;
- administração receptiva; - pouca cadeia de comando;
- ambiente
com
novos recursos e novas oportunidades para a empresa explorar. Khandwalla H-1» Tecnologia vs. dimensão vs. ambiente 1973 1974 1979 CanadáA
conclusão entre tecnologia, a dimensão e o ambiente são mais complexas do que os estudosDefrontamento
Lawrence entre
.& Lorsch
+
organizações e ambiente1972 10
USA.
Dois problemas básicos da organização são:
-diferenciação; -integração;
Quanto mais a empresa se
aproximar do conceito de diferenciação e de integração
requerida, maior será sua
possibilidade de sucesso. Tavistock Resultados Institute
4+
operacionais na extração de minério ? ? Reino UnidoUma
relação funcional entre a tecnologiacomo
uma
variávelindependente do meio ambiente ea
variável dependente, do conceito
de gerenciamento comportamental:
o trabalho coesivo de grupos.
Um
estudo da Gouldner burocracia++
clássica: várias implicações contingenciais ? 01 ?- Se existe
uma
indústriamanufatureira de alta tecnologia,
então
uma
estnitura burocrática éútil;
- se existem valores sociais de
independência e falta de aceitação
da autoridade, então
um
estilo desupervisão mais moderado é mais
A eficaz para a consecução dos
objetivos daorgaiiização.
Referências: *Chiavenato
** Burns
&
Stalker (apud Lawrence&
Lorsch) '***
Woodward
+
Lawrence&
LorschH
Luthans+~i~+ Mintzberg
Nota:
O
› onto de interroa o (?) refere-se a dado cu`a referência não foi encontrada.FoNTEz HOFFMANN, vzimif Emil (1995).
O
quadro acimadá
destaque parauma
série de experiências feitas eque foram
consideradas contingenciais à
medida que
buscavam
verificar a existênciade
relações entre variáveis organizacionais edo
ambiente.Porém,
NAHAS
(1995, p.l24) ressaltaque “há
uma
certa confusão principalmentecom
relaçãoa abordagem
sócio-técnica”, sobre as origensdo
contingencialismo,uma
vezque
o Tavistock Institute,em
especial no que se refereaos pesquisadores Trist e Emery, é responsável pela ampla difusão da abordagem sócio-técnica.
Mas
como
NAHAS
(1995, p.25)mesma
explica, “háuma
tendência geralem
considerar que as origensda
abordagem contingencial remontamuma
série de estudos, desenvolvidos nas décadas de50
e60, que procuram explicar as variações no funcionamento e nas estruturas das organizações, de