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Fatores relacionados com os níveis de ansiedade em atletas do escalão de iniciados de equipas de futsal do desporto escolar

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório Final de Estágio

“Fatores relacionados com os níveis de

ansiedade em atletas do escalão de

iniciados de equipas de futsal do

desporto escolar”

Mestrando: Miguel Alexandre Coelho Moutinho

Orientadora: Professora Doutora Isabel Gomes

Coorientador: Professor Carlos Maia

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório Final de Estágio

Fatores relacionados com os níveis de

ansiedade em atletas do escalão de

iniciados de equipas de futsal do desporto

escolar

Mestrando: Miguel Alexandre Coelho Moutinho

Orientadora: Professora Doutora Isabel Gomes

Coorientador: Professor Carlos Maia

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS,

como requisito para a obtenção do grau de Mestre em

Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e

Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do

artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2º Ciclo de

Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação da

Professora Doutora Isabel Gomes.

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Agradecimentos

À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a todos os seus elementos, pelos conhecimentos e experiências transmitidas ao longo da Licenciatura e do Mestrado.

À orientadora da Universidade, Professora Dr.ª Isabel Gomes, pela orientação, disponibilidade, conhecimentos, conselhos e feedbacks que enriqueceram o meu conhecimento.

À Professora Dr.ª Eduarda Coelho pela disponibilidade demonstrada para me ajudar no estudo estatístico.

À Diretora da Escola Básica e Secundária de Lordelo, Dr.ª Beatriz Castro, e também aos restantes elementos da direção, pela disponibilidade, colaboração e apoio prestado ao longo deste ano letivo.

Ao meu amigo e orientador de estágio, Professor Carlos Maia, pelo empenho, dedicação, orientação, disponibilidade, criatividade, conhecimento e liberdade de ação, que em muito contribuíram para a minha aprendizagem e formação.

Aos meus colegas do grupo de Educação Física, pela partilha de experiências e saberes, assim como por todo o trabalho de grupo, espírito de equipa e companheirismo desenvolvidos durante este ano letivo.

Aos meus pais, pelo apoio e ajuda concedidos ao longo deste anos, e sem os quais nada disto seria possível. Obrigado por acreditarem em mim.

À minha mulher Marta, pela compreensão, paciência e motivação concedidas naqueles dias menos bons, mas também pela alegria, sinceridade e sorrisos demonstrados em todos os momentos. A ti, e tu sabes mais que ninguém, o meu Muito Obrigado.

Aos meus amigos que me acompanharam ao longo deste percurso académico, bem como os outros, que contribuíram para momentos únicos, quer de estudo, quer de convívio.

Aos meus alunos, pelo empenho, dedicação, partilha de experiências e aprendizagens que me proporcionaram.

A todos vós,

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Resumo

Este trabalho consiste na elaboração do relatório final de estágio, estando inserido no 2º ano do Mestrado em Ensino da Educação Física dos Ensinos Básico e Secundário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real. O estágio pedagógico realizado promove aprendizagem e o aprofundamento de conhecimentos e competências adquiridas através das experiências vivenciadas no contexto escolar, preparando o estagiário para uma prática docente na área da educação física. Para além disso, durante o estágio pedagógico, o estagiário vê ainda todas as suas ações e atividades desenvolvidas na escola supervisionadas e orientadas por professores mais experientes na área, responsáveis pela sua formação e desenvolvimento profissional. O presente relatório final de estágio constitui-se, portanto, como um documento revelador desse trabalho, por um lado, e, por outro, como uma reflexão individual, mas que importa transmitir, tendo-se desenvolvido no âmbito do estágio pedagógico que foi realizado na Escola Básica e Secundária de Lordelo, no ano letivo 2014/2015, sendo lecionada a disciplina de educação física ao 12º ano de escolaridade. Este é composto por quatro capítulos: o primeiro capítulo abrange as expectativas e opções iniciais em relação ao estágio pedagógico e o enquadramento concetual, ou seja, o enquadramento com o meio escolar. O segundo aborda a descrição das atividades desenvolvidas, nomeadamente o planeamento e organização dessas mesmas atividades. O terceiro consiste numa reflexão geral que engloba as aprendizagens realizadas como estagiário, o compromisso com as aprendizagens dos alunos, a inovação nas práticas pedagógicas, as dificuldades sentidas e formas de resolução, as dificuldades a resolver no futuro e a formação contínua, a capacidade de iniciativa e responsabilidade, a importância do trabalho individual e de grupo, o impacto do estágio na realidade do contexto escolar e por último a prática pedagógica supervisionada. No quarto capítulo surge o estudo de investigação, cujo tema escolhido foi “Fatores relacionados com os níveis de ansiedade em atletas do escalão de iniciados de equipas de futsal do desporto escolar”. Conclui-se assim, que o presente documento consiste num instrumento fundamental de descrição e reflexão de um processo de estágio pedagógico terminado, onde se referem todas dificuldades e aprendizagens sentidas ao longo do mesmo.

Palavras-chave: Estágio Pedagógico, Educação Física, Descrição do Contexto Escolar,

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Abstract

This work is a result of the internship’s final report, which is part of the 2nd year of the Master in Physical Education Teaching of Basic and Secondary Education from the University of Trás-os-Montes and Alto Douro, in Vila Real. The teaching internship has promoted the learning and deepening of knowledge and skills acquired through experiences in the school context, preparing the trainee for teaching practice in the area of Physical Education. Furthermore, during the teaching internship, the trainee still sees all his actions and activities undertaken in school, supervised and guided by experienced teachers in the area, responsible for guiding the trainee in his training and in his professional development. This Internship’s Final Report was developed within the teaching internship that was held at the High School of Lordelo in the academic year 2014/2015, and the subject taught was Physical Education to the 12th grade classes. The document is structured in four chapters: the first chapter covers the initial expectations and options concerning the teaching internship and the conceptual framework, in other words, the school environment. The second shows the description of the activities, including the planning and organization of these same activities. The third is a general reflection that includes the learning achievements as a trainee, the commitment to the student’s learning, the innovation in teaching techniques, the difficulties felt and ways of solving them, future problems and continued training, the capacity of initiative and responsibility, the importance of individual and group work, the impact of the internship in the reality of the school context and finally, the supervised teaching internship. The fourth chapter unveils the research study, whose topic was “Factors related to the pre-competitive anxiety in young futsal teams of high school championships ”. It is concluded that the present document is intended as a fundamental instrument of description and reflection of an ended process of teaching practice, in which all learning difficulties are mentioned and felt throughout it.

Keywords: Teacher Internship, Physical Education, School Context Description, Teaching

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Índice Geral

Agradecimentos ... 1 Resumo ... 2 Abstract ... 3 Introdução ... 7

Capítulo I - Enquadramento Pessoal e Enquadramento Institucional ... 8

1. Enquadramento Pessoal ... 8

1.1. O meu percurso ... 8

1.2. Expectativas em Relação ao Estágio Profissional ... 9

2. Enquadramento Institucional ... 11

2.1. Contexto socioeconómico do agrupamento ... 11

2.2. Caracterização do agrupamento ... 12

2.2.1. Administração e Gestão ... 12

2.2.2. Estabelecimentos de ensino ... 13

2.2.3. População escolar ... 14

2.2.4. Recursos Humanos ... 14

2.2.5. Recursos pedagógicos e materiais ... 15

Capítulo II – Tarefas de Estágio de Ensino-aprendizagem ... 16

1. Planeamento e Organização das Atividades Desenvolvidas ... 16

1.1. Conceção ... 16 1.2. Planeamento ... 16 1.2.1. Plano Anual... 16 1.2.2. Unidade Didática ... 17 1.2.3. Plano de Aula ... 17 1.3. Realização ... 18 1.3.1. Instrução ... 19 1.3.2. Gestão ... 20 1.3.3. Clima ... 21 1.3.4. Disciplina ... 22 1.4. Avaliação ... 23 1.4.1. Avaliação Diagnóstica ... 23 1.4.2. Avaliação Formativa ... 24 1.4.3. Avaliação Sumativa ... 25

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2. Prática pedagógica supervisionada ... 26

Capítulo III – Tarefas de Estágio de Relação Escola-Meio ... 27

1. Participação na Escola e Relações com a Comunidade ... 27

1.1 Atividades Desenvolvidas ... 27

1.1.1. Torneios de abertura do desporto escolar ... 27

1.1.2. Corta-mato escolar ... 28

1.1.4. Mega atleta ... 28

1.1.5. Mega atleta - fase Centro de Área Educativa do Tâmega (Amarante) ... 29

Conclusão ... 29

Referências Bibliográficas ... 31

Capítulo IV – Estudo de Investigação ... 32

RESUMO ... 32 INTRODUÇÃO ... 33 METODOLOGIA ... 39 Amostra ... 39 Instrumentos e procedimentos ... 39 Procedimentos estatísticos ... 40 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS ... 41 DISCUSSÃO DE RESULTADOS ... 43 CONCLUSÕES ... 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 47

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Índice de Tabelas

Tabela 1. Distribuição dos recursos humanos por função e categoria profissional ... 14

Índice de Quadros

Quadro 1. Médias e desvios padrão relativos à idade, experiência competitiva, capacidade

atlética percecionada e importância do jogo. ... 41

Quadro 2. Valores médios e desvios padrão ... 42 Quadro 3. Correlação entre as 3 dimensões da ansiedade e a idade, experiência

competitiva, capacidade atlética percepcionada e importância do jogo ... 42

Quadro 4. Comparação entre grupos (GR, Jogadores de Campo) ... 43 Quadro 5. Comparação entre grupos (jogadores da equipa casa e jogadores da equipa

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Introdução

O presente relatório final de estágio surge na sequência da realização do estágio pedagógico, inserido no 2º ano do mestrado em ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, proposto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, realizado no ano letivo 2014/2015, na Escola Básica e Secundária de Lordelo, com o objetivo de descrever e refletir sobre todo o trabalho desenvolvido.

A realização deste documento pretende refletir sobre todos os momentos vividos ao longo do ano letivo, ou seja, aprendizagens realizadas, aspetos positivos e negativos, proporcionando deste modo, uma análise, descrição e reflexão de todas experiências decorridas ao longo do ano.

Este relatório procura ainda promover uma comparação entre as expectativas iniciais e o contexto realmente encontrado, apresentando de forma clara, sucinta e objetiva se essas expectativas foram ou não superadas, e quais as aprendizagens, conhecimentos e competências adquiridas pelo estagiário. Neste sentido, o presente documento explana não só todo o processo de ensino-aprendizagem realizado pelo estagiário, mas também a descrição de todo o seu processo de formação, que decorreu ao longo do estágio pedagógico.

O relatório de estágio encontra-se estruturado em quatro capítulos fundamentais, estando o primeiro relacionado com os enquadramentos pessoal e institucional. Já o segundo capítulo pretende apresentar a descrição das tarefas de ensino-aprendizagem, particularmente a descrição dos procedimentos utilizados, ou seja, a conceção, o planeamento, a realização e a avaliação. Relativamente ao terceiro capítulo, consiste numa reflexão geral sobre as tarefas de estágio de relação escola-meio. No quarto capítulo é apresentado um estudo de investigação sobre “Fatores relacionados com os níveis de ansiedade em atletas do escalão de iniciados de equipas de futsal do desporto escolar”.

Concluindo, o presente relatório de estágio traduz a evolução do professor estagiário, apresentando todas experiências pelas quais este passou ao longo do ano letivo, sendo um reflexo da sua formação que se pretende contínua, proporcionando futuras prestações mais eficazes e eficientes, sempre com o intuito de ir ao encontro dos interesses e necessidades dos alunos.

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Capítulo I - Enquadramento Pessoal e Enquadramento Institucional

1. Enquadramento Pessoal

1.1. O meu percurso

O meu nome é Miguel Alexandre Coelho Moutinho. Nasci aos vinte e nove dias do mês de abril de 1978 na Freguesia da Sé, Faro, mas passei grande parte da minha infância e adolescência na cidade de Paredes, concelho pertencente ao distrito do Porto.

Paredes é uma cidade bem equipada em termos de infraestruturas, possuindo um pavilhão multiusos, palco de várias provas do calendário desportivo nacional, piscinas, campos de ténis e um complexo desportivo municipal com um campo de relva natural, dois de relva sintética e um pelado. Inativos, estão um pavilhão municipal no centro da cidade e um estádio de futebol relvado. Nos últimos anos, porém, a oferta desportiva tem diminuído cingindo-se quase exclusivamente ao futebol.

Desde tenra idade que a minha vida está ligada ao desporto e à pratica da atividade física desportiva. Segundo relatos dos meus familiares, o gosto pela prática desportiva era já evidente desde a pré-escola, demonstrando elevado interesse para participar em todas as tarefas propostas nesse campo, realizando-as com grande empenho. Julgo que não é alheio o facto de ser filho de um desportista e professor de Educação Física, que sempre me levou a assistir a vários eventos desportivos, uns de maior, outros de menor dimensão, e me incentivou à prática diversificada de desporto. Foi o meu primeiro treinador, quando aos 4 anos me iniciou numa classe de ginástica (minitrampolim). Mais tarde, e já em Paredes, iniciei o meu percurso como atleta federado no hóquei em patins durante 3 anos, depois no ténis de campo durante mais 3 anos e finalmente terminei o meu percurso enquanto atleta jovem no futsal, onde fui novamente treinado pelo meu pai. Com a passagem para o ensino secundário, cingi a minha prática desportiva ao voleibol, desporto escolar, e às aulas de Educação Física. Na minha primeira passagem pelo ensino superior, onde cursei Português e Inglês (ensino de), na UTAD, de 1996 a 2001, voltei à prática do futsal e futebol, enquanto atleta da equipa universitária. Finalizado o curso, voltei à prática federada de futsal nas equipas da Casa do Benfica em Paredes, no Clube Desportivo Nacional (Madeira) e no CDR Prazeres (Madeira). Foi neste último clube que coloquei um ponto final da prática do futsal e reiniciei a prática federada do ténis, algo que mantenho até aos dias de hoje.

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A minha experiência enquanto atleta não foi adquirida de forma consecutiva, uma vez que foi interrompida durante 3 anos, período durante o qual fui convidado a treinar a equipa júnior feminina do USC Paredes da AF Porto. No primeiro ano a equipa classificou-se em 4º lugar e achei que era altura de aprofundar conhecimentos. Tirei, então, o nível 1 do curso de treinadores de futsal da AF Porto e estagiei no Sport Lisboa e Benfica sob orientação de Alípio Matos, na época desportiva 2003/04 e de Adil Amarante em 2004/05, época em que a equipa que orientava se sagrou campeã da AF Porto. No ano seguinte, a equipa revalidou o título e sustentou o maior feito alcançado por uma equipa da AF Porto: 3 épocas consecutivas sem conhecer o sabor da derrota. Foi uma experiência enriquecedora que culminou com um convite para treinar a Casa do Benfica em Paredes, na sua época de estreia na 3ª divisão nacional, convite esse que tive de rejeitar por ter sido colocado numa escola da região autónoma da Madeira.

O ano de 2010 revestiu-se de um significado especial, pois foi neste ano que consegui o tão esperado reingresso no ensino superior para frequentar o curso de Educação Física e Desporto Escolar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. No ano de 2013, concluída a licenciatura, resolvi prosseguir estudos e concluir o mestrado em ensino da Educação Física nos ensinos básico e secundário.

Foram muitos os docentes que me interrogaram sobre as razões que levariam alguém com uma formação científica tão diferente e dez anos de experiência acumulada enquanto professor do ensino secundário a voltar aos bancos da universidade, sendo que a resposta era sempre a mesma, paixão pelo desporto e pela aquisição de conhecimento científico.

Desde a conclusão da licenciatura que frequento formações na área do desporto em geral e do fitness em particular, que me têm permitido aprofundar o conhecimento nessas áreas de intervenção.

1.2. Expectativas em Relação ao Estágio Profissional

O estágio profissional é o último patamar na formação de professores, é o momento de chamar à prática os conhecimentos, essencialmente teóricos, adquiridos durante o período de formação inicial. No entanto, o estágio não pode ser encarado como a fase final na aquisição de conhecimentos, nem deve ser o ponto de chegada, mas antes o ponto de partida para a constante reciclagem de conhecimentos .

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Para este estágio criei algumas expectativas, nomeadamente, adquirir e cimentar as minhas bases no que respeita à profissão e enriquecer-me enquanto pessoa, amigo, chefe de família e membro de uma sociedade. No fundo, adquirir novos conhecimentos, novas experiências, novos métodos, que me capacitem para uma resolução cada vez mais adequada e eficaz dos problemas com que me irei deparar, não só́ no que respeita à escola, mas à vida em geral.

Visto ser “na escola e no diálogo com os outros professores que se aprende a profissão” (Nóvoa, 2009, p. 30), pretendia, neste ano de estágio, reforçar o meu papel de professor, agora numa área diferente. Ao estar disponível para a escola, esperava também que a escola estivesse disponível para mim, isto é, esperava ter o apoio dos colegas de estágio, professores cooperante e orientador, professores e funcionários da escola, família, amigos e da própria turma, colaborando todos na partilha de conhecimentos, experiências e informações relevantes para o meu enriquecimento.

O meu estágio saiu um pouco daquilo que é habitual, uma vez que não fiz parte de um grupo de estágio e também porque continuei a exercer a função de docente de inglês noutra escola, tarefa duplamente árdua, portanto.

No que respeita ao professor cooperante, as minhas expectativas cumpriram-se na íntegra. Outrora colegas, mantivemos uma relação pessoa de amizade e institucional de respeito mútuo na qual baseámos as decisões relativamente à turma que partilhámos. Nunca me indicou o caminho a seguir, deu-me antes a opção de escolha, juntando-se depois a mim para caminhar a meu lado fazendo-me refletir sobre a mesma. Nunca quis que fosse igual a si, nem que seguisse as suas pisadas, preferiu indicar-me aquilo que a sua experiência e conhecimento acumulado ditava como mais correto, mas reiterando o facto de eu poder ser autónomo para fazer aquilo em que acreditava ser o melhor caminho a seguir.

O resto do pessoal docente, membros da direção incluídos, e pessoal não docente da escola acharam curioso o facto de voltar àquela casa agora com outras funções. O grupo é grande e o facto de conhecer a maioria dos colegas fez, porventura, sentir-me confortável nas minhas novas funções. A confiança depositada em mim fez-me sentir valorizado, pois sempre que havia necessidade de faltar, o professor cooperante pedia-me que o substituísse.

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O professor orientador revelou-se importante nesta viagem. Inicialmente delineando todos os passos regidos pela obrigatoriedade do estágio, orientando-me num oceano imenso, não pelo fato de dizer onde seria o meu destino, mas orientando-me sempre no caminho a traçar para o alcançar no momento oportuno.

Em jeito de balanço final, devo dizer que encarei este ano de estágio como mais um degrau na minha formação, embora não tenha aprendido nada de novo no que ao ser professor diz respeito. Alguém que já assumiu cargos como diretor de turma, coordenador de departamento, representante de grupo, coordenador de vários projetos e tem experiência acumulada quer como docente, quer como treinador, não poderia ter muitas expectativas relativamente a novas aprendizagens. Ainda assim, reconheço ter sido positivo para mim cimentar conhecimentos no que toca à gestão, organização e outras especificidades inerentes às aulas de Educação Física.

2. Enquadramento Institucional

2.1. Contexto socioeconómico do agrupamento

O Agrupamento de Escolas de Lordelo tem como génese a abertura da Escola-sede em outubro de 1973, tendo-se constituído como agrupamento vertical de escolas em setembro de 2001. O agrupamento situa-se na cidade de Lordelo, sendo esta a maior freguesia do Vale do Sousa, com uma população residente que ultrapassa os 10000 habitantes, com 3100 famílias e uma área geográfica de 1117 hectares. Situa-se no extremo Noroeste do concelho de Paredes, estabelecendo fronteira com três municípios: Paços de Ferreira, Valongo e Santo Tirso. A freguesia é atravessada pelo rio Ferreira que desempenhou um papel crucial no seu desenvolvimento social e económico, nomeadamente através da instalação de moinhos hidráulicos, numa primeira fase, servindo de suporte à indústria da panificação e, mais tarde, à indústria de serragem de madeira e produção de mobiliário. Atualmente, o tecido industrial é constituído maioritariamente por pequenas e médias empresas, frequentemente de caráter familiar, ligadas ao sector de produção do mobiliário.

A freguesia dispõe de infraestruturas básicas de saneamento, abastecimento de água e eletricidade. Será de salientar, no entanto, que existem habitações sem ligação à rede pública de abastecimento de água e de saneamento. Os transportes públicos entre os diferentes lugares de Lordelo são escassos e com horários reduzidos. É de realçar a recente

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ligação à autoestrada A41 que veio facilitar o transporte viário e a ligação a outras localidades.

De uma forma geral, a população é bastante heterogénea, mas fortemente vocacionada para o sector do mobiliário. Como consequência da atual crise económica, esta indústria tem vindo a sofrer uma acentuada quebra de produção, gerando quebra no crescimento económico da região e aumento do desemprego. Concomitantemente, assiste-se a um aumento das carências económicas de um elevado número de famílias, bem como de problemas sociais daí resultantes. Por outro lado, tem-se vindo a assistir a uma acentuada emigração do elemento masculino para outros países da comunidade europeia e países de expressão de língua portuguesa, aumentando o número de famílias funcionalmente monoparentais.

A baixa escolarização dos pais é uma característica marcante de uma grande parte das famílias de Lordelo. Com efeito, muitas mães/pais possuem apenas habilitações ao nível do primeiro e segundo ciclos. Esta caraterística leva a que muitos pais tenham baixas expectativas face à escola, mostrando algum distanciamento e até mesmo alheamento ao processo de ensino dos seus filhos. Com regularidade os pais/encarregados de educação afirmam que têm dificuldades em acompanhar os seus educandos de uma forma eficaz. Todavia, é de realçar que a escolaridade dos pais tem vindo a aumentar nos últimos anos.

Às situações de desemprego e baixa escolaridade das famílias acrescem ainda os problemas resultantes da dependência do álcool e outras toxicodependências, características algo disseminadas pela freguesia de Lordelo. Como resultado deste enquadramento socioeconómico, muitos dos alunos que frequentam este agrupamento apresentam baixa autoestima, baixo rendimento escolar, problemas de indisciplina e interesses divergentes dos escolares.

2.2. Caracterização do agrupamento

2.2.1. Administração e Gestão

A administração, gestão e organização do Agrupamento de Escolas de Lordelo é assegurada pelos seguintes órgãos:

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a) O Conselho Geral – órgão de direção estratégica responsável pela definição das linhas orientadoras da atividade do agrupamento, assegurando a participação e representação da comunidade educativa, nos termos definidos no regulamento interno;

b) O Diretor – órgão de administração e gestão do agrupamento nas áreas pedagógica, cultural, administrativa, financeira e patrimonial, sendo coadjuvado por um subdiretor, três adjuntos e um assessor;

c) O Conselho Pedagógico – órgão de coordenação e supervisão pedagógica e orientação educativa do agrupamento, nomeadamente nos domínios pedagógico-didático, de orientação e acompanhamento dos alunos e da formação inicial e contínua do pessoal docente, sendo a sua composição objeto de regulamentação em sede do regulamento interno;

d) O Conselho Administrativo – órgão deliberativo em matéria administrativo-financeira do agrupamento, tendo a seguinte composição: o diretor, um adjunto e o chefe dos serviços administrativos.

2.2.2. Estabelecimentos de ensino

O agrupamento de Escolas de Lordelo é constituído por oito estabelecimentos de ensino: a escola-sede (2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário), quatro escolas com primeiro ciclo do ensino básico e educação pré-escolar (Corregais, Moinhos, Soutelo e Vila), duas escolas com primeiro ciclo do ensino básico (Igreja e Parteira) e um Jardim de Infância (Parteira). Todos os estabelecimentos de ensino da educação pré-escolar e do 1.ºciclo localizam-se na freguesia de Lordelo. Os estabelecimentos de ensino mais afastados (Escola Básica de Parteira e Jardim de Infância de Parteira) distam aproximadamente 4 km e o mais próximo (Escola Básica de Soutelo) cerca de 800 m da sede do agrupamento. À exceção dos Jardins de Infância de Parteira e de Soutelo, os restantes estabelecimentos de ensino são antigos. O número de salas varia de acordo com a tipologia e níveis de ensino de cada estabelecimento. A escola-sede é composta por quatro blocos, três dos quais de uso exclusivo para atividades letivas e um onde funciona a direção executiva, os serviços (administrativos, cantina, bufete, reprografia, papelaria, biblioteca/centro de recursos, receção/centro de atendimento telefónico), um gabinete médico, uma sala de reuniões e atendimento de pais/encarregados de educação, uma sala do pessoal não docente, uma sala de pessoal docente e um gabinete de psicologia.

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A escola dispõe de um espaço polivalente para o convívio dos alunos equipado com material audiovisual, mesas de ténis e jogos lúdico-didáticos e de um pavilhão gimnodesportivo. Na área envolvente ao pavilhão gimnodesportivo existe um campo de jogos e nas áreas envolventes aos edifícios existem amplos espaços verdes. Para fazer face ao aumento da oferta educativa e do número de alunos que frequentam os ensinos básico e secundário foi necessário recorrer à instalação de três monoblocos nos espaços livres da escola. É de realçar que se encontram em fase de construção dois centros escolares que deverão agregar a maior parte dos estabelecimentos da educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico.

2.2.3. População escolar

A população escolar do Agrupamento de Escolas de Lordelo ultrapassou os 1500 alunos por ano letivo, nos últimos quatro anos, acompanhando o aumento da diversificação da oferta educativa. A abertura do ensino secundário no ano letivo 2009/10, bem como a abertura de cursos de educação e formação de jovens, cursos profissionais e cursos de educação e formação de adulto introduziu alterações significativas ao nível da estrutura etária da população escolar, colocando novos desafios pedagógicos e organizacionais ao agrupamento.

Os dados relativos aos alunos beneficiários da ação social escolar permitem constatar que cerca de 80% da população escolar, nos últimos quatro anos letivos, se situou nos escalões A e B. Esta distribuição reflete o contexto socioeconómico desfavorável da maior parte das famílias cujos educandos frequentam o agrupamento de escolas de Lordelo.

2.2.4. Recursos Humanos

A distribuição do pessoal docente e não docente que exerceu funções no agrupamento de escolas de Lordelo, nos últimos três anos letivos, apresenta-se na Tabela 1.

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Para colmatar o défice de assistentes operacionais no Agrupamento, a Câmara Municipal de Paredes tem recorrido ao recrutamento de pessoal ao abrigo da medida “contrato emprego-inserção”.

2.2.5. Recursos pedagógicos e materiais

O Agrupamento de Escolas de Lordelo dispõe de serviços técnico-pedagógicos que incluem as áreas de educação especial e de apoio socioeducativo, de psicologia e orientação vocacional e a biblioteca/centro de recursos. As competências e funcionamento dos serviços técnico-pedagógicos são objeto de regulamentação própria em sede do regulamento interno. O Agrupamento proporciona, ainda, o apoio através de programas de tutoria que têm como finalidade o acompanhamento individual de alunos. Para além destes serviços, o Agrupamento dispõe de clubes temáticos, projetos educativos e atividades de enriquecimento curricular.

Para além dos projetos educativos, tem sido uma aposta do Agrupamento a inclusão de atividades diversificadas, de forma a motivar os alunos e a criar-lhes o gosto pela escola, no seu plano anual de atividades.

Relativamente aos recursos eletrónicos, todos os estabelecimentos do 1.º ciclo do ensino básico dispõem de ligação à internet, de computadores, quadros interativos e videoprojetores. A Escola Básica e Secundária de Lordelo dispõe de computadores fixos e videoprojetores em todas as salas de aula e está equipada com dez quadros interativos. A rede informática está totalmente implementada havendo cobertura em todas as salas de aula, por cabo ou wireless, exceto nos monoblocos. A rede informática permitiu a integração de serviços, facilitando a comunicação e a partilha de informação, nomeadamente, a implementação de um sistema de cartão electrónico para alunos, pessoal docente e não docente, que funciona como documento de identificação, controlo de saídas e entradas e porta-moedas.

É de realçar o investimento significativo no apetrechamento do laboratório de biologia e do laboratório de física e química com materiais laboratoriais e recursos pedagógicos de modo a satisfazer as necessidades impostas pela abertura do ensino secundário.

O Agrupamento dispõe de uma página eletrónica (www.aelordelo.edu.pt) e de uma plataforma moodle. Estes recursos eletrónicos assumem uma importância crucial na comunicação, partilha de informação e disponibilização de materiais entre os membros da comunidade educativa.

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Capítulo II – Tarefas de Estágio de Ensino-aprendizagem

1. Planeamento e Organização das Atividades Desenvolvidas

1.1. Conceção

A conceção é uma das fases preponderantes para que o processo de ensino-aprendizagem possa ser mais eficaz e eficiente. Para que assim seja, torna-se necessário reunir um conjunto de informações quer da comunidade escolar, quer do meio em que esta está inserida. Todo o processo de ensino carece do conhecimento dessa informação e, como tal, foi realizado um levantamento dos documentos que me permitiram perceber melhor o funcionamento da escola. Desses, destaco o projeto educativo de escola, o projeto curricular de educação física, o regulamento interno, o projeto curricular de turma e o programa nacional de educação física. A estes documentos foi ainda adicionada uma ficha de caraterização individual entregue aos alunos de cada turma. Estas informações foram fundamentais para o conhecimento de toda a dinâmica que evolve a escola, fornecendo um enquadramento necessário à criação de estratégias que promovessem o sucesso e a motivação dos alunos.

Na posse dos dados, foi efetuada uma reflexão sobre a informação adquirida para ter uma ideia do que seria necessário planear ao longo do ano letivo. Só assim foi possível ter um conhecimento mais profundo sobre o funcionamento da escola, bem como do seu meio envolvente, facilitando o planeamento do ano letivo.

1.2. Planeamento

1.2.1. Plano Anual

O plano anual consiste em programar um conjunto de tarefas, de acordo com os objetivos e conteúdos a abordar nas diferentes matérias, sendo um importante instrumento na organização das nossas ações durante o ano letivo. Para isso foram fundamentais a análise e reflexão de todos os documentos referidos anteriormente durante a fase de conceção. Contudo, esta tarefa tornou-se mais simplificada, uma vez que uma parte do planeamento (plano anual) já tinha sido elaborada pelo departamento de educação física da escola antes do início do ano letivo, ficando ao critério de cada docente a importante função de atribuir o

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número de blocos necessário para cada unidade didática. Esta tarefa depende, como é sabido, das características de cada turma e da atribuição dos espaços de aula (roulement).

Este plano tem como pressuposto uma atualização constante, que deverá ser constantemente ajustado à realidade da turma e da escola. Desta forma, este deve ser entendido como um processo moldável consoante as respostas que vamos obtendo dos nossos alunos.

Por fim, foram definidos objetivos, conteúdos, metodologias e estratégias de ensino adaptadas ao contexto encontrado, procurando desde logo enquadrar e posicionar a avaliação (diagnóstica, formativa e sumativa) como elemento de promoção das aprendizagens dos alunos.

1.2.2. Unidade Didática

As unidades didáticas foram elaboradas de acordo com uma análise do programa nacional de educação física, das opções do grupo de educação física da escola (organização do plano anual), do roulement e da avaliação diagnóstica dos alunos. Este último fator é um dos principais motivos para que existam alterações neste processo, uma vez que é através da avaliação diagnóstica que nos é possível identificar as principais dificuldades evidenciadas pelos alunos, tendo muitas vezes de existir uma restruturação das unidades didáticas. Logo, a unidade didática não deve ser considerada um processo estanque, mas sim um processo que está em constante reorganização, garantindo, tanto quanto possível, que os alunos caminhem no sentido do sucesso.

Assim, no âmbito da estruturação da unidade didática foram contemplados os seguintes aspetos: a população alvo (grau de ensino, número de alunos, género, idade, entre outros), os recursos (materiais, temporais e humanos), os objetivos (domínio socioafetivo, domínio cognitivo e domínio psicomotor), a estruturação (sequencialização) de conteúdos, os métodos de controlo do processo(avaliação diagnóstica, formativa e sumativa) e por último as estratégias de abordagem da unidade didática.

1.2.3. Plano de Aula

Para a elaboração do plano de aula esteve sempre implícito um conjunto de informações necessárias à sua conceção, nomeadamente, a identificação da escola e do professor (estagiário), a data e a hora da aula, o tempo horário, o ano e a turma a quem se dirigia a aula, a referência ao nome da unidade didática, o total de aulas lecionadas, bem como o número da aula lecionada naquela unidade didática. Para além disso, incluía ainda a

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instalação onde decorria a aula, o objetivo específico, a função didática, os conteúdos, os objetivos operacionais (com a identificação da ação, do contexto e dos critérios de êxito) e o material. De salientar que toda esta informação se encontrava sempre na primeira página do plano de aula. Já na segunda página constavam as informações relativas às tarefas a desenvolver, ou seja, a instrução, a organização, o aquecimento, a atividade, o tempo de duração de cada tarefa, e as estratégias a aplicar. Assim sendo, a segunda página encontrava-se estruturada em três partes fundamentais, designadamente, a fase inicial, a fase principal e a fase final. No término de cada aula era ainda anexado ao plano um balanço final, em que todas as decisões e opções tomadas eram sujeitas a uma análise crítica e a uma reflexão. Desta forma, o objetivo consistia em identificar as estratégias de sucesso ou insucesso, apresentando sugestões de aperfeiçoamento para as aulas seguintes.

Ao lecionar-se a aula, inicia-se a fase de execução, colocando-se em prática o plano previamente concebido. Contudo, nesta fase, existem por vezes imprevistos, sendo essencial tomar decisões que promovam a aprendizagem dos alunos. Neste sentido, tínhamos a noção de que o plano de aula não teria de ser sempre cumprido na sua totalidade, porém sabíamos que poderia e deveria ser visto apenas como um recurso orientador da organização e estruturação da aula.

Por fim, a realização dos planos de aula procurou sempre proporcionar situações de aprendizagem variadas, mantendo uma sequência lógica dos conteúdos delineados na unidade didática, tendo em vista uma melhor intervenção pedagógica.

1.3. Realização

Durante o processo de realização, o professor deve dominar e aplicar em cada sessão de ensino diversas técnicas de intervenção pedagógica, que estão diretamente ligadas às quatro dimensões Siedentop (1998): instrução, gestão, clima e disciplina.

Segundo Aranha (2004) “as destrezas que compõem estas dimensões interrelacionam-se, não devendo, por isso, ser entendidas cada uma por si, mas sim como um conjunto sólido que quando corretamente dominado permite ao professor a prática do ensino mais eficaz”. Acompanhando esta linha de pensamento, procurarei de seguida apresentar as estratégias de cada dimensão, bem como a relação entre elas.

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1.3.1. Instrução

Na dimensão instrução e partindo da comunicação da informação sobre a matéria de ensino tivemos sempre a preocupação de utilizar técnicas de intervenção pedagógica tais como a preleção, explicação, demonstração, feedback e questionamento.

Quanto à preleção e explicação optei pela transmissão de informação de forma clara e objetiva, ajustando a linguagem ao nível dos alunos. Durante essas preleções foram utilizadas por vezes estratégias de aperfeiçoamento da apresentação de informação, através de auxiliares educativos, como por exemplo quadros, facilitando a perceção relativamente ao conteúdo da informação. Desde logo, pode relacionar-se esta dimensão com a dimensão gestão, pois o facto de se utilizar um quadro permite uma rápida assimilação dos exercícios e dos aspetos organizativos, diminuindo por sua vez os tempos de transição. Consequentemente a dimensão disciplina, também se pode relacionar com esta dimensão, uma vez que durante as preleções e explicações eram sempre referidas as regras e regulamentos de funcionamento das aulas/tarefas, promovendo assim a manutenção de comportamentos apropriados dos alunos.

Relativamente à demonstração, optei pela utilização das seguintes estratégias. Demonstração, por parte dos alunos, da tarefa e/ou gesto técnico. Esta estratégia permitiu não só reforçar a sua autoconfiança dos alunos, sempre que realizavam os gestos ou tarefas com sucesso, mas também uma análise coletiva dos principais erros, pois, na maioria das vezes, tratavam-se de erros comuns. No entanto, quando a complexidade das tarefas e/ou gestos técnicos assim o exigiam, era o próprio docente a fazer as demonstrações. Em ambas as situações, preocupei-me em colocar os agentes intervenientes numa zona do campo que permitisse uma boa visão das ações em decurso. Convém também não esquecer a dimensão disciplina, pois enquanto está a ser realizada uma demonstração, os alunos encontram-se não só atentos à mesma, mas também organizados de acordo com a orientação do professor, diminuindo desta forma comportamentos menos corretos.

O feedback é essencial na interação pedagógica, levando o aluno a ter mais ganhos na aprendizagem, pois permite ao professor informá-lo do sucesso ou insucesso do seu comportamento motor (Rosado & Mesquita, 2009). Assim, tentei ao longo do ano letivo diversificar os feedbacks, em função do desempenho motor do aluno e no sentido da concretização dos objetivos de aprendizagem. Segundo Aranha (2007) o feedback pedagógico pode assumir diferentes categorias, designadamente, quanto à forma (visual, auditivo, cinestésico e misto), quanto à direção (ao aluno, ao grupo e à classe), quanto ao

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objetivo (prescritivo, descritivo e avaliativo) e quanto à valorização (positivo ou negativo). Neste âmbito, procurámos transmitir feedbacks pertinentes, centrados nos erros mais significativos, mas também nas ações bem executadas, visando a melhoria do desempenho e melhoria da motivação do aluno. Em termos de feedbacks pedagógicos privilegiei o

feedback positivo, prescritivo e descritivo, podendo ser quanto à forma do tipo auditivo,

visual ou misto, e quanto à direção, dirigido para uma aluno, para um grupo ou para a turma em geral, com o objetivo de criar ambiente de entusiasmo e positivo (dimensão clima). Durante a emissão desses feedbacks pedagógicos, optei por utilizar ciclos de feedbacks ou vários ciclos de feedbacks, de modo acompanhar execução da tarefa, seguindo-se, logo após à execução, um novo feedback (neste caso avaliativo).

Por fim, utilizei o questionamento, sendo este tipo de método de ensino aplicado várias vezes durante as aula, particularmente na instrução inicial, na explicação dos exercícios e no balanço final da aula. O intuito deste método residia sobretudo no desenvolvimento da capacidade de reflexão dos alunos, promovendo uma melhor assimilação dos conteúdos.

1.3.2. Gestão

Quanto à dimensão gestão, utilizei técnicas que promovessem as estruturas de organização e rentabilizassem o tempo útil da aula, no sentido de procurar o máximo envolvimento dos alunos com a matéria de ensino e de gerir melhor as transições entre tarefas e as instruções fornecidas.

Inicialmente foram criadas estratégias que mobilizassem rapidamente os alunos, com o intuito de obter uma gestão eficaz da aula. Dessas estratégias destaco a pontualidade, o processo de chamada rápida, a definição de sinais para reunião, atenção e transição e finalmente jogos de organização. Relativamente à pontualidade, foi assumido desde logo um compromisso com os alunos de que o professor seria sempre o primeiro a chegar à aula, iniciando-a cinco minutos após o toque de entrada. Caso algum aluno ultrapasse esse tempo, seria-lhe marcado atraso, ou até mesmo falta (só aplicável dez minutos após o toque). Esta estratégia revelou-se persuasiva, uma vez que houve poucos atrasos ao longo do ano, havendo uma maximização do tempo útil de aula. Quanto ao processo de chamada rápida, este funcionava de uma forma muito simples, pois no intervalo de tempo decorrido entre o toque de entrada e os cincos minutos disponíveis após esse toque para se iniciar a aula eram registadas as presenças dos alunos à medida que estes iam chegando. Para além disso, este processo também era utilizado quando existiam grupos previamente definidos, sendo registada a presença dos alunos, de acordo com os elementos que

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formavam o grupo. Em relação à definição dos sinais de reunião, atenção e transição, optei por utilizar preferencialmente sinais sonoros (exemplo: apito), sempre complementados por gestos previamente estabelecidos. Ainda para os sinais de reunião e transição, era acrescentada uma contagem decrescente de cinco segundos, para que os alunos se deslocassem para o local pré-estabelecido pelo professor. Por último, para organização dos alunos da turma, foram utilizados por vezes, jogos lúdicos, cujo objetivo consistia na formação de grupos, de acordo com o número de elementos referidos pela voz de comando do professor. Esta estratégia foi principalmente utilizada nos aquecimentos, usufruindo-se assim da formação destes grupos para os restantes exercícios das aulas. Nesta situação, existia também uma relação com a dimensão clima, pois este exercício proporcionou sempre uma grande interação entre vários alunos da turma, promovendo um ambiente de aula positivo. Porém, outras estratégias de organização de grupos (homogéneos/heterogéneos) foram também utilizadas, sendo a sua organização feita previamente, antes do início da aula.

Concluindo, e ainda no âmbito da gestão, procurei utilizar estratégias que promovessem o reforço positivo, recompensando e elogiando os alunos, sempre que ocorressem comportamentos recomendados e desejados, mantendo desta forma o entusiasmo e a motivação destes, uma vez que de acordo com Aranha (2004) “a aprendizagem só é efetiva quando acompanhada de reforço”. No que respeita à gestão da dinâmica da aula, optei por aulas organizadas com uma sequência lógica, adequada ao nível dos alunos, no sentido de manter um ritmo de continuidade e sem interrupções. Em relação às preleções, explicações e feedbacks a estratégia passou por tentar ser o mais claro, preciso e breve, focando-me nos aspetos relevantes e relacionados com os objetivos de aprendizagem. Importa ainda referir, que todas estas técnicas de intervenção pedagógica procuraram rentabilizar ao máximo o tempo de aula, assim como o tempo de atividade motora de todos os alunos.

1.3.3. Clima

O clima de uma aula deve ser pautado por um ambiente positivo e harmonioso, promovendo as interações entre os vários alunos e o professor. Seguindo esta ideia, procurámos desde do início manter uma boa relação com os alunos, promovendo o entusiasmo destes, em relação a todo o processo ensino-aprendizagem. Neste sentido, decidi implementar estratégias que promovessem o desenvolvimento de atitudes positivas de cada aluno, o respeito pelos colegas e a cooperação entre estes.

Todavia, estas estratégias permitiram também proporcionar ao longo do ano letivo uma interação ao nível das outras dimensões de ensino, nomeadamente a gestão e a disciplina.

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A gestão, porque se os alunos se encontram mais motivados e empenhados, as transições e organizações serão muito mais rápidas e breves. A disciplina, pois são incutidas nos alunos normas e regras e privilegiam o respeito pelos colegas e a cooperação entre estes, diminuindo assim comportamentos menos corretos e inapropriados.

Sintetizando, para que exista um bom clima de ensino e aprendizagem, o professor deve ter em consideração o desenvolvimento das competências dos seus alunos, promovendo e valorizando a aprendizagem e as pequenas conquistas individuais e coletivas, pois o importante é aprender e melhorar. Em suma, ao longo deste ano letivo, o objetivo passou sempre passou por proporcionar um ambiente positivo e agradável, favorável à aprendizagem.

1.3.4. Disciplina

A disciplina das aulas esteve dependente das regras de funcionamento e normas de conduta que foram estabelecidas desde início, havendo uma relação direta com as restantes dimensões (instrução, gestão e clima). Desta forma, tentei incutir nos alunos um compromisso de responsabilidade, incentivando à ocorrência de comportamentos apropriados. Para além disso, procurei manter uma circulação constante e correta pelo espaço de aula, de modo a observar e avaliar as tarefas executadas pelos alunos, mas também a garantir a disciplina da turma. Concomitantemente, com esta estratégia intervim antecipadamente, evitando que comportamentos desviantes surgissem.

No que respeita à turma que lecionei, acredito que o facto de desde o início termos estabelecido um conjunto de medidas disciplinares, permitiu a conduta ordenada dos alunos nas atividades escolares, promovendo o desenvolvimento da sua responsabilidade, autodomínio e autocontrolo. A promoção deste tipo de competências proporcionou um melhor clima de aula, aumentando assim os hábitos de participação, cooperação, convivência e solidariedade entre os alunos. No que respeita à interação do professor-aluno, tentei instituir de uma forma explícita e positiva o respeito pelo aluno, alertando, no entanto, para comportamentos inapropriados, para que pudessem melhorar a sua conduta. Concluindo, procurei criar um ambiente harmonioso, sem tentar impor a nossa autoridade a todo o custo, pois só assim poderia existir uma maior motivação e envolvimento dos alunos na tarefa, logo a diminuição de comportamentos inapropriados.

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1.4. Avaliação

“Paralelamente ao caráter informativo, a avaliação permite classificar. Ela tem um caráter

regulador, tendo também um papel regulador da atividade do professor e dos alunos, permitindo o controlo e avaliação”.

(Aranha & Coelho, 2008)

Atualmente a avaliação é um processo complexo e contínuo, que visa uma constante melhoria e adaptação da prática de ensino conforme as necessidades e o contexto envolvente, com o objetivo de obter sucesso no processo de ensino-aprendizagem. A importância deste instrumento tornou-se fundamental para a identificação das principais dificuldades dos alunos, permitindo-nos adequar estratégias que possibilitem a evolução dos resultados destes.

Ao longo de todo o processo de ensino-aprendizagem foram utilizadas três modalidades de avaliação (diagnóstica, formativa e sumativa), resultando na recolha de informações referentes aos diferentes domínios (psicomotor, cognitivo e socioafetivo).

1.4.1. Avaliação Diagnóstica

Para Aranha & Coelho (2008) a “avaliação diagnóstica tem como objetivo avaliar o nível de prestação inicial dos alunos relativamente aos pré-requisitos exigidos, para se adaptarem ao plano de atividades proposto”.

Esta avaliação tornou-se extremamente importante em todo o planeamento inicial, seleção de conteúdos e extensão da matéria, possibilitando a adequação do ensino aos alunos, para que este seja o mais eficaz possível. Por estes motivos, a avaliação diagnóstica, foi sempre efetuada na primeira aula de cada unidade didática, tendo um caráter meramente informativo, não influenciando a classificação final do aluno, sendo o único propósito fornecer informações ao professor sobre o nível global da turma. Para tal, foi elaborada uma ficha de classificação, cujo conteúdo era referente às modalidades abordadas, permitindo aferir o nível inicial de desempenho dos alunos. Consequentemente, a seleção desses conteúdos e dos critérios de êxito pretendidos para a classificação dessa ficha, tiveram por base a análise do programa nacional de educação física.

Assim, através da observação dos resultados obtidos foi elaborada uma análise criteriosa às suas dificuldades, permitindo conhecer o nível médio da turma relativamente às diversas modalidades, com o objetivo de definir a função didática, os feedbacks e os estilos de

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ensino, a complexidade dos exercícios e dos conteúdos, adaptando-os às dificuldades observadas.

Como se pode constatar, a avaliação diagnóstica permite reorganizar as unidades didáticas de acordo com o nível médio encontrado na turma. No entanto, esta avaliação e reorganização não aconteceram apenas nesta fase inicial, mas também ao longo das aulas subsequentes de cada unidade didática, através da avaliação formativa e contínua.

1.4.2. Avaliação Formativa

No que diz respeito à avaliação formativa, Mendes, Clemente, Rocha, & Damásio (2012) explicam que este momento de avaliação confere “um grau de adequação do ensino em favor da aprendizagem”. Para Aranha & Coelho (2008), este tipo de avaliação tem como objetivo “o controlo do processo ensino-aprendizagem, através de uma observação sistemática, que visa detetar possíveis dificuldades, registar o processo dos alunos e fornecer-lhes informações sobre o seu rendimento”.

Esta avaliação decorreu de forma contínua e sistemática, proporcionando ao professor informações sobre o desenvolvimento das aprendizagens e competências dos alunos, de modo a analisar e refletir sobre as principais dificuldades destes, no sentido de desenvolver estratégias que visavam a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.

Ao longo do ano letivo e nas aulas inerentes a este tipo de avaliação, optei por elaborar, para cada unidade didática, fichas de observação e de registo de comportamento para todos os domínios (domínio cognitivo, psicomotor e socioafetivo). Todos esses registos foram realizados no final de cada aula, permitindo-me retirar o máximo de informações acerca dos conteúdos abordados na aula, ou seja, avaliar e refletir sobre o cumprimento ou não dos objetivos. Para além disso, foram ainda realizados balanços no final de cada aula, que consistiam essencialmente numa reflexão sobre todo o processo de ensino-aprendizagem, remetendo para os ajustes e estratégias que teriam que ser adotados na aula seguinte, caso fosse necessário. Como tal, estes balanços tornaram-se parte integrante do processo de avaliação formativa, tendo como principal objetivo a eficácia pedagógica e o sucesso dos alunos.

Em suma, gostaria de salientar que esta avaliação teve um papel regulador bastante importante, permitindo através das estratégias já referidas e, tal como acontecia na avaliação diagnóstica, reorganizar as aulas e as unidades didáticas, sempre que necessário. Assim, durante este método de avaliação existiu sempre uma preocupação de melhorar as

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nossas aulas, potenciando a aprendizagem dos alunos, respeitando as suas diferentes caraterísticas.

A avaliação formativa permitiu-nos perceber a evolução dos alunos, uma vez que se trata de um método de avaliação contínuo sem fins classificativos, sendo, no entanto, indispensável para a realização da avaliação sumativa, pois forneceu informações bastante importantes que permitiram consolidar a avaliação sumativa.

1.4.3. Avaliação Sumativa

A avaliação sumativa tem um caráter classificativo e informativo, ocorrendo na última aula da unidade didática, sendo essa informação fornecida aos alunos com o objetivo de os consciencializar para a etapa final da avaliação. Contudo, essa avaliação só era realizada quando existia uma consolidação de todos os conteúdos propostos inicialmente.

Segundo Aranha & Coelho (2008), este tipo de avaliação permite “verificar a diferença entre os objetivos propostos e os alcançados”. Logo, pretende-se deste modo avaliar a evolução dos alunos desde o primeiro momento de avaliação até este, ou seja, desde da avaliação diagnóstica até à avaliação sumativa, analisando se o grau de sucesso do processo de ensino-aprendizagem foi atingido pelos alunos. Para isso, foi elaborada uma ficha de classificação, exatamente igual à da avaliação diagnóstica, com o intuito de comparar os resultados atingidos com os obtidos inicialmente. Assim, o objetivo deste momento de avaliação, passou por tentar perceber a progressão dos alunos na aquisição de conhecimentos e competências, ao longo de cada unidade didática.

No que toca aos exercícios que foram adotados de forma a cumprir a avaliação sumativa, tentei que estes fossem adequados às capacidades dos alunos e aos objetivos propostos, valorizando sempre as suas aprendizagens.

De salientar que este tipo de avaliação não foi entendido como uma referência faccionária em relação aos restantes momentos de avaliação, mas sim, como mais um momento de avaliação, visando o aperfeiçoamento e a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, no que respeita os domínios psicomotor, cognitivo e sócio afetivo.

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2. Prática pedagógica supervisionada

“A supervisão é o processo em que o professor, em princípio, mais experiente e mais

informado, orienta um outro professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional.”

(Alarcão & Tavares, 2003)

A atividade desenvolvida pelos supervisores contribui bastante para a nossa formação como professores, sendo um grande apoio nas aprendizagens adquiridas ao longo do ano letivo. Neste sentido, e graças ao seu contributo, senti ter-se tratado de uma troca de experiências enriquecedora ao nível da intervenção pedagógica, da planificação, realização e avaliação do processo de ensino-aprendizagem

Relativamente ao professor orientador da escola, este manteve uma atitude correta e imparcial, distinguindo sempre a amizade da relação profissional, dando-me liberdade para intervir livremente quando assumi as aulas e também naquelas em que era ator principal, potenciando assim a minha prestação como professor. Quanto à relação existente, esta foi de grande disponibilidade, cooperação e compreensão, permitindo um ambiente de trabalho harmonioso e muito positivo entre colegas, pois nunca senti que houvesse uma relação hierárquica de subordinação.

No que diz respeito à professora orientadora da Universidade, esta manifestou-se sempre muito disponível para ajudar, sempre que solicitada. As reuniões que fomos tendo visaram, essencialmente, o esclarecimento de dúvidas relativas ao estudo científico. De referir ainda, que estas reuniões assumiram um papel central na orientação ao longo do estágio, sendo encaradas também numa perspetiva de formação.

Concluindo, a prática pedagógica supervisionada veio sustentar e reforçar a qualidade da minha prestação enquanto docente, sendo preponderante na minha formação e permitindo-me crescer e desenvolver quer profissionalpermitindo-mente e quer pessoalpermitindo-mente.

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Capítulo III – Tarefas de Estágio de Relação Escola-Meio

1. Participação na Escola e Relações com a Comunidade

Procurei estar sempre disponível para colaborar com a Escola e organizar o maior número possível de atividades que me possibilitaram um melhor conhecimento do meio e uma maior e significativa integração na comunidade escolar. O departamento de educação física por si só já tem uma planificação anual de vários eventos desportivos, que procuram promover uma maior integração dos seus alunos na comunidade escolar.

Em cada evento em que participei, independentemente da minha posição no mesmo, consegui extrair vivências e experiências que me marcaram e enriqueceram. Enquanto aluno, vivenciei e participei em eventos do género, que me deram uma perspetiva diferente daquela que tive agora como elemento da organização. Considero que a minha colaboração foi sempre pertinente, responsável e ativa, com intuito do pleno cumprimento das metas estabelecidas pelo grupo de EF. A organização e coordenação das diferentes atividades foi exigente, mas penso ter estado à altura dos desafios/correspondido às expectativas.

1.1 Atividades Desenvolvidas

Foram variadíssimas as atividades em que participei, dotando-me de novas experiências e vivências.

Passo a enumerar algumas delas:

1.1.1. Torneios de abertura do desporto escolar

Esta foi a minha primeira atividade na comunidade escolar, a qual tinha como principal objetivo proporcionar aos alunos o conhecimento e a vivência de todas as modalidades que a escola dispunha para o desporto escolar e proceder à captação de elementos para os respetivos grupo/equipa.

Foi uma atividade organizada pelo departamento de Educação Física, cujos pressupostos básicos já tinham sido delineados em anos anteriores. Nesse sentido, foi-me atribuída a tarefa de colaborar na organização dos torneios de badminton e ténis de mesa.

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No cômputo geral, a atividade decorreu como se previra e os alunos participaram nela ativamente.

Concluo que a meta foi alcançada, uma vez que o número de inscrições nas diferentes modalidades do desporto escolar aumentou exponencialmente.

1.1.2. Corta-mato escolar

Para este evento, todos os colegas do grupo tiveram de, nas suas turmas, apurar os melhores alunos por escalão e género. Assim, dias antes da prova, foram elaboradas listagens dos alunos que participariam no evento desportivo e entregues à organização do corta-mato.

A organização ficou a cargo do grupo de educação física, regendo-se aquela pelos mesmos procedimentos dos anos anteriores, estando já os professores da escola com as suas funções predefinidas. Deste modo, foi-me atribuída a tarefa da contagem das voltas de cada atleta. Desempenhei este trabalho com muita responsabilidade, tendo sido auxiliado por alguns alunos mais velhos. Foi importante a sua colaboração e senti que, durante a função, se tinham mantido atentos e rigorosos.

1.1.4. Mega atleta

Esta atividade teve como propósito a seleção dos representantes da escola, nos respetivos escalões, nas disciplinas de salto em comprimento, velocidade e kilómetro, para fase competitiva do Centro de Área Educativa do Tâmega.

A pré-seleção dos alunos a participarem nesta atividade foi feita por todos os colegas do grupo de todas as turmas no decorrer das aulas, selecionando assim dois alunos por escalão e género.

A estrutura da atividade teve a mesma organização que o corta-mato escolar. Estando a atividade dividida em três provas: salto em comprimento (mega salto), velocidade (mega

sprint e resistência (mega kilómetro). Neste sentido, a seleção dos alunos passava pelo

apuramento dos dois melhores resultados nas diversas provas.

Tal como na atividade do corta-mato escolar, a seleção dos alunos para representaram a escola no campeonato regional e nacional, ficou marcada pela seleção natural dos alunos, atribuindo mais uma vez preferência pelos mais aptos, ficando os menos capazes impedidos de vivenciar este tipo de eventos.

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1.1.5. Mega atleta - fase Centro de Área Educativa do Tâmega (Amarante)

Visto ser uma atividade extraescola, estava apenas uma colega responsável por fazer o acompanhamento dos alunos selecionados a prova, mas como eu estava diretamente ligado e interessado na prestação dos alunos selecionados neste evento, disponibilizei-me para a acompanhar responsável e ajudar no que fosse necessário.

A organização de todo o evento estava a cargo de uma equipa de atletismo do Porto, sendo que nós, professores das escolas, estávamos apenas responsáveis pelos nossos alunos, encaminhando-os nos horários apropriados para as diversas provas.

O tempo de espera foi considerável o que me proporcionou um maior convívio com os alunos e vários colegas das restantes escolas. Procurei extrair o máximo de informação possível sobre a organização deste tipo de eventos e quais os aspetos fulcrais a considerar para que os mesmos tenham o máximo de sucesso possível.


 De salientar que neste evento os nossos alunos tiveram no geral uma prestação positiva, representado excecionalmente a nossa escola, conseguindo atingir por três vezes o pódio, entre elas dois primeiros lugares e assim ficarem apurados três alunos para a fase nacional. Estes resultados, só comprovam que no meio dos variadíssimos alunos existe muito valor e que quando aproveitado atingem níveis elevados e o sucesso.

Conclusão

Através deste relatório final, procuro refletir de uma forma crítica e construtiva sobre tudo o que foi realizado ao longo deste ano de estágio, ano este que representa o culminar desta fase da minha formação académica como docente na área da Educação Física. Contudo, a sua conclusão, que é tão importante na vida de qualquer profissional, não deve ser encarada como o fim da busca e da reciclagem de conhecimentos, mas sim como motivação para encararmos a formação como um processo contínuo e indispensável a qualquer profissional digno e brioso. Sei que a incessante busca do conhecimento é essencial para a melhoria da nossa atuação enquanto docentes, pois nada é dogmático e indiscutível, o que implica que as premissas que hoje em dia são vistas como as mais eficazes ao nível do ensino podem evoluir, tornando-se assim ultrapassadas, ou mesmo inadequadas tendo em conta os diferentes contextos que se possam apresentar.

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No conjunto de experiências vivenciadas ao longo do estágio pedagógico, creio que sempre consegui retirar algo que contribuiu para a minha formação enquanto docente, não só pelas competências que adquiri e/ou reforcei, mas também pela forma como tive de ultrapassar as dificuldades com que me deparei, que, felizmente, foram escassas. Todavia, Em relação à prática letiva, senti que a experiência acumulada ao longo de 15 anos e o facto de já ter sido professor da maioria daqueles alunos, embora noutra área do saber, me permitiram ter um grande à vontade e controlo do ambiente em contexto de aula prática. Não é menos verdade que o facto de se tratarem de alunos de 12º ano, portanto pré-universitários, amplamente motivados para a prática desportiva, favoreceu as aprendizagens e a concretização das metas curriculares propostas pelo Ministério da Educação.

Quanto às atividades desenvolvidas ao longo do estágio pedagógico, nomeadamente de integração no meio, de intervenção na comunidade escolar e científico-pedagógicas, convém realçar a pertinência das temáticas desenvolvidas, sendo que todas as atividades dinamizadas foram adequadas à realidade educativa, tanto a um nível micro (turmas onde lecionei a disciplina de Educação Física), como a um nível macro (realidade social em que a instituição escolar está inserida).

Senti que, embora a dinamização de atividades curriculares e extra curriculares não fosse uma realidade desconhecida, entendi as especificidades que envolvem a sua conceção, organização, aquisição e gestão própria de recursos humanos, materiais, espaciais, e temporais disponíveis

Uma das principais dificuldades com que me deparei, aquando da conceção e organização de atividades extra curriculares, passou pela mobilização e gestão dos recursos necessários, não só materiais, como humanos e espaciais, visto que, muitas das vezes, a vontade de fazer mais e melhor esbarrou num processo algo burocrático e moroso, o que, eventualmente, terá acabado por influenciar nos prazos que tinham sido estipulados, previamente, para a realização das mesmas.

Gostaria de salientar o bom ambiente vivido no seio do departamento de expressões, grupo disciplinar, turma do 12º A e os laços de amizade que saíram reforçados com toda a comunidade escolar. Estes foram, do meu ponto de vista, essenciais para ter desenvolvido um trabalho com qualidade no âmbito educativo, visto que todos contribuíram de uma forma ou outra para o meu sucesso nas diferentes tarefas realizadas.

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Acredito, portanto, ter atingido os objectivos traçados para este estágio pedagógico. Contudo, a busca pela perfeição permite-me ter consciência de que a formação de professores é um processo evolutivo e multidirecional pelo que devemos mostrar abertura para aprender com todos os que nos rodeiam, sejam eles mais ou menos experientes.

Referências Bibliográficas

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Desenvolvimento e Aprendizagem. Colecção de Ciências da Educação e Pedagogia. 2ª Edição

revista e desenvolvida. Coimbra. Almedina.

Aranha, Á. & Coelho, N. (2008). Modelo de uma Unidade Didática e de Planos de Aula - Desportos

Individuais - Atletismo: Estágio Pedagógico em Educação Física e Desporto. Publicações UTAD, Vila

Real.

Aranha, Á. (2004). Organização, planeamento e avaliação em educação física. Publicações UTAD, Vila Real.

Aranha, Á. (2007). Observação de aulas de Educação Física: Sistematização da observação:

Sistemas de observação e fichas de registo. Publicações UTAD, Vila Real.

Mendes R., Clemente F., Rocha R., & Damásio A. S. (2012). Observação como instrumento no processo de avaliação em Educação Física. EXEDRA: Revista Científica, 1 (6), 57-69.

Nóvoa, A. (2009). Professores Imagens do futuro Presente. EDUCA: Lisboa, p.30.

Rosado, A., & Mesquita, I. (2009). Pedagogia do desporto. Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana.

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Tabela 1. Distribuição dos recursos humanos por função e categoria profissional

Referências

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