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Influência do equilíbrio na prova de tiro, na modalidade de pentatlo moderno: estudo efectuado a atletas com experiência na modalidade

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

INFLUÊNCIA DO EQUILÍBRIO NA PROVA DE TIRO,

NA MODALIDADE DE PENTATLO MODERNO

ESTUDO EFECTUADO A ATLETAS COM EXPERIÊNCIA NA MODALIDADE

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO ESPECIALIZAÇÃO EM PRESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE FÍSICA

BRITO DIOGO VERÍSSIMO NEGRAIS DE PINHO

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

INFLUÊNCIA DO EQUILÍBRIO NA PROVA DE TIRO,

NA MODALIDADE DE PENTATLO MODERNO

ESTUDO EFECTUADO A ATLETAS COM EXPERIÊNCIA NA MODALIDADE

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO ESPECIALIZAÇÃO EM PRESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE FÍSICA

BRITO DIOGO VERÍSSIMO NEGRAIS DE PINHO

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Este Trabalho foi expressamente elaborado com vista à obtenção do grau Mestre em Ciências do Desporto, de acordo com o disposto no Decreto-lei 92 /2006, de 12 de Maio.

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"Os conceitos e princípios fundamentais da ciência são invenções livres do espírito humano." (Albert Einstein)

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DEDICATÓRIA

Aos meus Pais, Maria Teresa Pinho e Brito Negrais de Pinho, pela dedicação amor e sacrifício, que me deram tudo em troca de nada… Sem vós, este trabalho não seria possível.

À minha Irmã, Andreia Negrais de Pinho, pela força transmitida e por tudo o que sempre demonstraste ser… Obrigado mana! És e serás sempre um exemplo de vida.

À menina, mulher e senhora Liliana Azevedo, por todo amor, seriedade, dedicação e compreensão. “Ganhei conhecimento, mas perdi muitos momentos a teu lado”.

Por todo o apoio que me deram ao longo de toda a minha vida… Muito Obrigado!

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AGRADECIMENTOS

Embora o presente trabalho responda a uma dissertação individual, dificilmente teria sido realizado se não tivesse existido a participação e o apoio de diversas pessoas. Por este facto, e correndo o risco das palavras não fazerem justiça à contribuição de cada um, gostaria de deixar o meu profundo agradecimento, estima e reconhecimento.

Ao Professor Doutor Jorge Campaniço, orientador deste trabalho, pelo apoio prestado e por todos os conhecimentos transmitidos. A sua maturidade e experiência científica foram fundamentais no êxito da dissertação.

À Professora Doutora Leonor Rocha, pela ajuda prestada durante todo o processo de elaboração, sendo, sem dúvida, uma peça muito influente para o sucesso deste trabalho.

Ao Professor Vasco Amorim, pela cedência do dispositivo de tiro e pela colaboração no estudo.

Ao Professor Doutor Gabriel, pelo encorajamento na iniciativa e ajuda no processo da Dissertação.

Ao Luís Gomes, um amigo de vida, colega de profissão e companheiro de longa data, por todos os momentos, aprendizagens e aventuras em conjunto. A Ti, “aquele abraço”.

A toda a minha Família, vocês sabem o quanto são importantes para mim…

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RESUMO

O presente estudo foi realizado com o objectivo de analisar a relação que o equilíbrio tem na performance da prova de tiro de Pentatlo moderno, em diferentes posições estáticas (quasi-estáticas), sem efeito de fadiga.

Relativamente à prova de tiro deparamo-nos com uma enorme escassez de informações, tratando-se de uma matéria quase nada ou mesmo nada explorada, o que realça a importância de estudos nesta área. Mais especificamente, há a necessidade de maiores informações a respeito das variações da estabilidade postural relacionadas com o desempenho (resultado) desportivo na prova de tiro de Pentatlo Moderno.

O estudo foi delineado para controlar algumas características de variáveis biomecânicas (posições posturais podais), de ordem ambiental (condições sonoras, de luminosidade, humidade, altura), assim como características inerentes ao desporto (sem efeito de fadiga, pressão psicológica ao resultado), tudo características inerentes a estudos de laboratório. Os dados foram colectados e analisados em dois laboratórios pertencentes à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O delineamento da pesquisa contou com quatro processos distintos. Primeiro, fez-se pesquisa bibliográfica referente ao objecto de estudo. Segundo, procedeu-se à recolha de dados em 6 provas distintas: (I) Prova ortostática pés juntos; (II) Prova ortostática pés 30º; (III) Prova ortostática pés afastados; (IV) Prova postural pés juntos com tiro; (V) Prova postural pés 30º com tiro; (VI) Prova postural pés afastados com tiro. Estas provas diferenciam-se por (1) posição dos pés e (2) com ou sem arma e consequente resultado de tiro. Todos os sujeitos da amostra foram informados de como seriam realizados os testes recebendo para cada teste um feedback específico acerca da tarefa. Não foi definido nenhum momento de disparo nas provas (IV), (V) e (VI) com o objectivo de não influenciar o resultado de tiro. Terceiro, procedeu-se à análise estatística através do programa estatístico SPSS® for Windows V.17.0 (Spss Inc., Chicago, Illinois, E.U.A.). Quarto, procedeu-se a análise e discussão dos resultados.

Para a recolha de dados estabilométricos, utilizou-se uma plataforma posturográfica estática, conectada a um computador portátil Asus. Para o registo dos dados estabilométricos, utilizou-se o software “winPosture”. Para a recolha de dados da prova de tiro (P4, P5 e P6), utilizou-utilizou-se o sistema de tiro digital oficial. O tempo médio de aquisição de dados em cada prova foi de 25,6 segundos a uma frequência de 10 Hertz

O estudo contou com uma amostra constituída por 9 sujeitos com experiência de tiro da modalidade de PM.

A estatística inferencial dos dados foi realizada através de comparações realizadas pelos testes de Friedman, do Sinal, t de Students e ANOVA. Foi sempre estabelecido um grau de significância de 5% (p≤0, 05). Para as associações entre variáveis em estudo, utilizaram-se as correlações de Pearson e Spearman.

Os resultados mostraram que há diferenças estatisticamente significativas no que respeita à relação posição de apoio (pés juntos, pés 30º e pés afastados), com os níveis de equilíbrio. Os resultados mostraram que a posição de pés afastados obtiveram melhores níveis de equilíbrio (maior área de apoio), em quanto que a posição de pés juntos demonstrou ter os maiores níveis de instabilidade das oscilações corporais.

O estudo não mostrou nenhuma relação entre as variáveis estabilométricas (S, Cx, Cy e V) com o tiro. Os melhores índices de equilíbrio (os valores mais baixos das variáveis estabilométricas), foram obtidos na posição de pés afastados e os piores na posição de pés juntos. Contudo, os melhores resultados da prova de tiro (médias do resultado de tiro) foram alcançadas na posição de pés juntos.

Palavras-Chave: Pentatlo Moderno, Experiência; Tiro, Comportamento Postural,

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ABSTRACT

This study was conducted with the aim of analyzing the relationship that balance has on the performance of modern pentathlon shooting in different static positions (quasi-static), without the effect of fatigue.

Relating to the shooting trial we are faced with an enormous shortage of information, since this is a matter which hasn´t been explored, thereby highlighting the importance of studies in this area, more specifically, the need for more information regarding the variations of postural stability-relating to the performance (outcome) of trial shooting sport in Modern Pentathlon.

The study was outlined to control some features of biomechanical variables (postural pedal positions) of environmental (sound conditions, light, humidity, height), as well as inherent characteristics of the sport (without the effect of fatigue, psychological pressure to the result) all these characteristics were inherent to laboratory studies. All the data collected was analyzed in two laboratories of the University of Tras-os-Montes and Alto Douro.

The outline of the research consisted of four distinct procedures. Firstly a bibliographical study was done concerning the purpose of the study, secondly we proceeded to collect data in six distinct trials (I) orthostatic trialfeet standing together, (ii) orthostatic trialfeet 30º, (iii) orthostatic trialfeet standing apart, (IV) Postural trial with feet together shot, (V) Postural trialfeet 30 ° sho t and (VI) Postural trial feet apart shot). These tests differ by (1) position of the feet and (2) with or without a weapon and the consequent result of firing. All the subjects of the sample tests were informed of the procedures of the trials for each test and received specific feedback regarding the task, there was no time set for shooting in the trials (IV) (V) and (VI) in order not to influence the result, thirdly we proceeded to analyze the statistics using SPSS V.17.0 for

Windows ® (SPSS Inc., Chicago, Illinois, USA), and; fourthly proceeded to analyze and discuss the results.

For stabilometricdata collection a static posturography platform, connected to an Asus laptop was used. In the case of,stabilometric data recording, "winPosture"Software was used. For the trial shooting (P4, P5 and P6 )data collection,theDiditalshooting system was used. The average time of data acquisition for each trial was of 25.6 seconds at a frequency of 10 Hertz. This study included a sample of 9 individuals with mode PM shooting experience. The inferential statistics of the data was performed by comparing tests conducted by Friedman, Signal, Students t-test and ANOVA. A levelof significance of 5%(p ≤ 0, 05) was set. To associate betweenthe variablesbeing researched we used the Pearson and Spearman correlations.

The results show that there are significant statistical differences regarding the position of support (feet together, legs 30 and feet apart) with the levels of balance. The results proved that the feet apart positionobtained better balance levels (lower support area), while the feet together positionpresented higher levels of instability and body oscillations.

The study showed no relationship between the stabilometric variables (S, Cx, Cy and V) and the shot. The best balance indexes (the lowest values of stabilometric variables) were obtained

in the position of feetapart, and the worst in the position of feet together, but the best test results of firing (average result of the shooting) were achieved in the feet together position.

Keywords: Modern Pentathlon, Experience, shot, Postural Behavior, Balance, base

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ÍNDICE GERAL DEDICATÓRIA ... II AGRADECIMENTOS ... III RESUMO... IV ABSTRACT ... VI ÍNDICE DE QUADROS ... X ÍNDICE DE FIGURAS ... XII LISTA DE ABREVIATURAS ... XIII

I. INTRODUÇÃO ... 3

II. REVISÃO DA LITERATURA ... 8

2.1. O Pentatlo Moderno até aos dias de hoje ... 8

2.3.FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO TIRO ... 10

2.3.1.POSTURA E POSIÇÃO ... 10

2.3.2.EMPUNHADURA ... 11

2.3.2.PONTARIA/VISADA ... 12

2.3.2.ARESPIRAÇÃO ... 12

2.3.3.CONTROLO DO GATILHO E DISPARO ... 13

2.3.4.TOMADA DE DECISÃO/ACÇÃO INTEGRADA DE ATIRAR ... 14

2.4.POSTUROGRAFIA:ESTUDO DO EQUILÍBRIO POSTURAL ... 15

2.4.1. EQUILÍBRIO E AS SUAS COMPONENTES ... 19

2.4.2. CONTROLO POSTURAL/POSTURA/EQUILÍBRIO ... 21

2.4.3.CENTRO DE PRESSÃO/CENTRO DE GRAVIDADE –DESLOCAMENTOS ... 22

2.4.4. PADRONIZAÇÃO DA POSTUROGRAFIA ... 24

2.4.5. PLATAFORMA POSTUROGRÁFICA/ ESTABILOMÉTRICA ... 27

III. METODOLOGIA ... 32

3.1. Amostra ... 34

3.2. Instrumentos ... 35

3.3. Critérios de inclusão no estudo ... 38

3.4. Procedimentos ... 38

3.4.1. Procedimentos para a constituição da amostra ... 38

3.4.2. Procedimento para a recolha de dados posturográficos ortostáticos ... 39

3.4.3. Explicação sumária das provas posturais ... 40

3.5. Variáveis de estudo ... 43 3.6.1. Variáveis independentes ... 44 3.6.2. Variáveis Dependentes ... 44 3.7. Análise estatística ... 44 3.8. Hipóteses ... 45 3.9. Dificuldades ... 46 3.10. Limitações do estudo ... 47

IV. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ... 49

4.1. Análise exploratória dos dados ... 49

4.1.1. Caracterização dos valores das variáveis da Prova postural Ortostática Pés Juntos nas variáveis Superfície, Comprimento Médio lateral, Comprimento Antero Posterior e Velocidade. ... 49

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4.1.2 Caracterização da Prova postural Ortostática Pés 30º nas variáveis Superfície, Comprimento Médio lateral, Comprimento Antero Posterior e

Velocidade. ... 50

4.1.3. Caracterização da Prova postural Ortostática Pés Afastados nas variáveis Superfície, Comprimento Médio lateral, Comprimento Antero Posterior e Velocidade. ... 51

4.1.4. Caracterização da Prova postural Pés Juntos Tiro nas variáveis Superfície, Comprimento Médio lateral, Comprimento Antero Posterior, Velocidade e Tiro. ... 52

4.1.5. Caracterização da Prova postural Ortostática Pés 30º Tiro nas variáveis Superfície, Comprimento Médio lateral, Comprimento Antero Posterior, Velocidade e Tiro. ... 53

4.1.6. Caracterização da Prova postural Pés Afastados Tiro nas variáveis Superfície, Comprimento Médio lateral, Comprimento Antero Posterior, Velocidade e Tiro ... 54

4.2. Estatística inferencial ... 55

4.2.1. Comparação das variáveis estabilométricas nas provas ortostáticas (sem tiro) com diferentes posições da base de sustentação ... 55

4.2.1.1. Superfície (S) das oscilações posturais ... 55

4.2.1.2. Comprimento médio-lateral (cx) das oscilações posturais ... 57

4.2.1.3. Comprimento antero -posterior (cy) das oscilações posturais ... 58

4.2.1.4. Velocidade (V) das oscilações posturais ... 60

4.2.2. Comparação das variáveis estabilométricas nas provas Posturais com tiro com diferentes posições da base de sustentação ... 62

4.2.2.1. Superfície (S) das oscilações posturais ... 62

4.2.2.2. Comprimento médio-lateral (cx) das oscilações posturais ... 63

4.2.2.3. Comprimento antero -posterior (cy) das oscilações posturais ... 65

4.2.2.4. Velocidade (V) das oscilações posturais ... 67

4.2.3. Comparação das variáveis estabilométricas com e sem tiro ... 68

4.2.4 Comparação dos resultados do tiro (RT) nas provas posturográficas. 70 4.3. Correlações entre as variáveis estabilométricas das provas posturais com tiro e o resultado de tiro ... 72

V. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 75

5.1. Análise das diferenças entre as variáveis estabilométricas e resultado de tiro nas diferentes provas – Ho1, Ho2, Ho3, Ho4 ... 76

5.2. Análise da relação estabilometria/ resultado de tiro – Ho5 ... 78

VI. CONCLUSÃO ... 81

VIII. BIBLIOGRAFIA ... 85

IX. ANEXOS ... 93

Estatística – Output SPSS... 93

1- Análise Exploratória ... 93

2 – Comparação das variáveis estabilométricas sem tiro ... 122

2.1 - Superfície (S) das oscilações posturais (sem tiro) ... 122

2.2 - Comprimento médio-lateral (cx) das oscilações posturais ... 124

2.3 - Comprimento Velocidade (V) das oscilações posturais ... 126

3 - Comparação das variáveis estabilométricas com tiro ... 128

3. 1 - Superfície (S) das oscilações posturais ... 128

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3.3 - Comprimento antero -posterior (cy) das oscilações posturais ... 132 4 - Comparação das variáveis estabilométricas com e sem tiro ... 136 5 - Comparação dos resultados de tiro nas provas posturais ... 143 6 - Correlações entre as variáveis estabilométricas das provas posturais com tiro e o resultado de tiro ... 145

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Definição dos elementos que construíram a amostra ... 34

Quadro 2 - Caracterização da Prova Postural Ortostática Pés Juntos ... 49

Quadro 3 - Caracterização da Prova Postural Pés 30º ... 50

Quadro 4 - Caracterização da Prova Postural Ortostática Pés Afastados ... 51

Quadro 5 - Caracterização da Prova Postural Pés Juntos Tiro ... 52

Quadro 6 - Caracterização da Prova Postural Pés 30º Tiro ... 53

Quadro 7 - Caracterização da Prova Postural Pés Afastados Tiro ... 54

Quadro 8 – Representação das diferenças dos valores médios e de desvio padrão da variável Superfície nas três provas ortostáticas sem tiro, com valores de p relativos ao teste Post-hoc de Games-Howell ... 56

Quadro 9 – Representação das diferenças dos valores médios e de desvio padrão da variável Comprimento Médio Lateral nas três provas ortostáticas sem tiro, com valores de p relativos ao teste Post-hoc de Games-Howell 58 Quadro 10 – Representação das diferenças dos valores médios e de desvio padrão da variável Cy nas três provas ortostáticas sem tiro, com valores de p relativos ao teste do Sinal ... 59

Quadro 11 – Representação das diferenças dos valores médios e de desvio padrão da variável Velocidade nas três provas ortostáticas sem tiro, com valores de p relativos ao teste Post-hoc de Games-Howell ... 61

Quadro 12 – Representação das diferenças dos valores médios e de desvio padrão da variável S nas três provas posturais com tiro, com valores de p relativos ao teste do Sinal ... 63

Quadro 13 – Representação das diferenças dos valores médios e de desvio padrão da variável Comprimento Médio Lateral nas três provas ortostáticas sem tiro, com valores de p relativos ao teste Post-hoc de Games-Howell 64 Quadro 14 – Representação das diferenças dos valores médios e de desvio padrão da variável Comprimento Antero Posterior nas três provas ortostáticas sem tiro, com valores de p relativos ao teste Post-hoc de Games-Howell ... 66

Quadro 15 – Representação das diferenças dos valores médios e de desvio padrão da variável Velocidade nas três provas ortostáticas sem tiro, com valores de p relativos ao teste Post-hoc de Games-Howell ... 68

Quadro 16 – Representação das diferenças dos valores médios e de desvio padrão das variáveis estabilométricas entre as provas ortostáticas sem tiro e as provas posturais com tiro, com base no teste t para amostras emparelhadas ... 69

Quadro 17 – Representação das diferenças das variáveis estabilométricas (que não apresentam normalidade) entre as provas ortostáticas sem tiro e as provas posturais com tiro, com base no teste do sinal ... 70

Quadro 18 – Representação das diferenças dos valores médios e de desvio padrão da variável. Resultado de Tiro nas três provas posturais com tiro, com valores de p relativos ao teste Post-hoc de Games-Howell ... 71

Quadro 19 – Correlações entre as variáveis das provas posturais com tiro e o resultado de tiro, para as variáveis com distribuição normal – Correlações de Pearson (P) ... 72

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Quadro 20 – Correlações entre as variáveis das provas posturais com tiro e o resultado de tiro, para as variáveis que não apresentam distribuição normal – Correlações de Spearman’s (rho) ... 73

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura -1 Modelo conceptual que representa os sistemas que contribuem para o controlo postural (adaptado de Shumway-Cook & Woollacott, 2003) .... 21 Figura - 2 As três componentes do momento de força, Mx, My e Mz sobre a plataforma ... 28 Figura - 3 Plataforma estabilométrica QFP ... 36 Figura - 4 Software “WinPosture 2000” ... 36

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LISTA DE ABREVIATURAS

CG ...………. Centro de Gravidade CM ………...………...…... Centro de Massa CP ………...………..Centro de Pressão Cx ………….………..………Comprimento médio lateral das oscilações posturais Cy ………..……Comprimento antero-posterior das oscilações corporais POPJ……….………. Prova ortostática pés juntos PM ………...….Pentatlo Moderno POP30º ………...………Prova ortostática pés a 30º POPAf ……….………..…………..Prova ortostática pés afastados PPPJT ……….………..………..Prova postural pés juntos com tiro PPP30ºT ………..……….…Prova postural pés a trinta graus com tiro PPPAfT ………..…….……..Prova Postural pés afastados com tiro RT ………...……… Resultado de tiro S ………..……..………. Superfície das oscilações posturais SNC ………..………..………... Sistema Nervoso Central V ……….…….…….Velocidade das oscilações corporais

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I. INTRODUÇÃO

Apesar de ser uma área pouco explorada em termos científicos, o pentatlo moderno tem sido, na última década, alvo de acrescido interesse por parte da comunicação social.

A manutenção do equilíbrio na postura erecta é tarefa complexa. Além de se tratar de uma tarefa comum na vida diária, é uma tarefa que se poderá mostrar fundamental para a obtenção da performance na modalidade Tiro, sendo, portanto, de grande importância o estudo das implicações que as desordens posturais podem desencadear.

Mais especificamente, há necessidade de maiores informações a respeito das variações da estabilidade postural relacionadas ao desempenho desportivo da prova isolada de tiro na modalidade de Pentatlo Moderno. Assim, a realização deste estudo teve como objectivos descrever e comparar a influência do índice de equilíbrio em diferentes posturas com o resultado da prova de tiro (desempenho).

Como tal, a pesquisa abriu-se apenas a atletas com experiência na modalidade de Tiro de Pentatlo Moderno (atletas e ex-atletas), com idade compreendida entre os 16 e 50 anos.

O estudo foi delineado para controlar algumas características de variáveis biomecânicas que podem interferir no desempenho de uma tarefa motora discreta e fechada. Os dados foram recolhidos numa sala cedida pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O delineamento da pesquisa estabeleceu três fases distintas, mas sequenciais: I - Recolha de documentação científica acerca do objecto em estudo (recolha bibliográfica); II – Recolha de dados inerentes ao estudo e III – análise e interpretação dos resultados.

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Na recolha de dados foram definidas seis posições distintas de estudo: I – Prova ortostática pés juntos (POPJ); II – Prova ortostática pés a 30º (POP30º); III – Prova ortostática pés afastados (POPAf); IV – Prova postural pés juntos com tiro (PPPJT); V - Prova postural pés 30º com tiro (PPP30ºT); VI – Prova postural pés afastados com tiro (PPPAfT). As 6 (seis) provas (com e sem acessório de arma) têm como denominador comum: (1) foram realizadas com os pés descalços; (2) o uso dos mesmos instrumentos de medição antropométrica; (3) o uso da mesma plataforma posturográfica; (4) os mesmos avaliadores; (5) os mesmos períodos de repouso; (6) o mesmo laboratório; (7) posição vertical e bípede; (8) o mesmo tempo de duração. Para todas as aquisições foi ajustada a plataforma para o tamanho dos pés de cada sujeito, consoante a prova que fosse.

Nesse sentido, formularam-se as seguintes hipóteses de estudo:

• H01 – Não existem diferenças, estatisticamente significativas, entre as variáveis estabilométricas nas provas ortostáticas sem tiro;

• H02 – Não existem diferenças, estatisticamente significativas, entre as variáveis estabilométricas nas provas posturais com tiro;

• H03 – Não existem diferenças, estatisticamente significativas, nas variáveis estabilométricas entre as provas ortostáticas sem tiro e as provas posturais com tiro;

• H04 – Não existem diferenças, estatisticamente significativas, entre os resultados de tiro nas provas posturais com tiro.

• H05 – Não existe correlação entre as variáveis estabilométricas e o resultado de tiro.

A recolha dos dados estabilométricos foi realizada através de uma plataforma de pressão estabilométrica, a captação dos dados da prova de tiro através do sistema de tiro ST – 2000 Sport II USB Set. Nenhum dos intervenientes poderia sofrer de fadiga aparente, sendo dadas instruções para, nos dois dias antecedentes ao estudo, não realizarem esforços físicos de grande amplitude.

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É de referir que todos os intervenientes no estudo se predispuseram a cooperar no mesmo e que poderiam desistir se assim o desejassem.

O estudo apresentado neste trabalho foi realizado no âmbito da inter-relação da biomecânica com as ciências do desporto. Na Revisão da Literatura é abordada de forma sucinta a história do Pentatlo Moderno, incidindo principalmente nos fundamentos técnicos do tiro, posturografia, equilíbrio e as suas componentes, padronização da posturografia e, por fim, a caracterização da plataforma estabilométrica/estabilometria.

Na Metodologia são expostos todos os procedimentos para a recolha dos dados e respectivo tratamento estatístico.

Na Apresentação dos Resultados, como o próprio título indica, são apresentados todos os resultados obtidos, que foram posteriormente discutidos e comparados com outros estudos efectuados.

Finalmente são as apresentadas conclusões e são tiradas as principais ilações do estudo, seguindo-se a apresentação de novas propostas de trabalho.

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II. REVISÃO DA LITERATURA

2.1.OPENTATLO MODERNO ATÉ AOS DIAS DE HOJE

As origens do pentatlo moderno vêm do século XVIII, na ocasião da Guerra Franco-Prussiana. Segundo a lenda, foi o famoso imperador francês Napoleão Bonaparte quem deu o primeiro passo para a criação do desporto, ao ordenar que um jovem tenente enviasse uma mensagem para o grupo que estava atrás do exército inimigo. Para isso, o imperador deu um cavalo, uma espada e uma arma de fogo ao seu comandado.

No meio do trajecto, o militar avançava por um caminho cheio de obstáculos quando seu cavalo levou um tiro e morreu. Ao recompor-se, o francês abateu o inimigo com uma única bala. Sem o animal, passou a caminhar para chegar ao seu objectivo, mas surgiu outro inimigo empunhando uma espada. Ele venceu a disputa matando o adversário. Mais adiante, precisou de atravessar a nado um rio. Percebendo que poderiam surgir mais inimigos, correu rumo ao ponto final.

A história chegou anos mais tarde, aos ouvidos do barão Pierre de Coubertin que se debruçou sobre essa história para criar o pentatlo. Ao longo do tempo a modalidade sofreu mutações, sendo hoje denominada por Pentatlo Moderno, fazendo parte da sua constituição cinco provas distintas (tiro, esgrima, natação, hipismo e corrida). O Pentatlo Moderno acabou por substituir o pentatlo anterior que era formado por arremesso de disco e de dardo, corrida, luta livre e salto em altura e que tinha participação activa nos antigos Jogos da Grécia, por volta de 708 A.C.

O pentatlo moderno é introduzido oficialmente nas Olimpíadas de 1912, em Estocolmo, na Suécia, pela mão do barão Pierre de Coubertain, sendo considerado o grande impulsionador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Actualmente a Federação Internacional de Pentatlo conta com 94 países

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filiados. Os de maior destaque são todos europeus, dentre os quais podemos citar: Hungria, Alemanha, Rússia, Ucrânia e República Checa.

Desde seu início, em 1912 até 1980, o Pentatlo Moderno era disputado ao longo de cinco dias de competição. Esse período foi alterado nas Olimpíadas de 1984, 1988 e 1992 onde se testou uma disputa em quatro dias, em que se unia em um só dia, a natação e o tiro, ou a corrida e o tiro. Esse modelo, porém, não se perpetuou, sendo substituído, em 1996, por um dia apenas de provas (Kile, 1990).

Actualmente a prova de Pentatlo Moderno envolve a competição em cinco modalidades: tiro, corrida, hipismo, natação e esgrima. O sistema de pontuação é baseado num padrão de desempenho de 1000 pontos para cada modalidade disputada. O vencedor será aquele atleta que obtiver a maior pontuação acumulada final.

Até o final do ano de 2008, a competição de Pentatlo Moderno ocorria sob um conjunto de regras que estipulava os objectivos de cada modalidade disputada. Essas regras, porém, foram alteradas em Janeiro de 2009.

Em Janeiro de 2009, com a necessidade de tornar o Pentatlo um desporto mais dinâmico e atraente para a comunicação social, foi criado a “prova combinada”, que une as modalidades de Tiro e Corrida.

Em Janeiro de 2009 houve uma alteração nas regras do Tiro e da Corrida. Antes da alteração a competição começava com a prova de Tiro e depois seguia com as modalidades de esgrima, natação e hipismo, e por fim, a corrida. Hoje, com a mudança, os atletas iniciam a prova pela esgrima, seguindo com a natação e o hipismo, concluindo a sua participação com o combinado de corrida com o tiro (Nunes et al, 2010)

Actualmente, os atletas devem correr uma distância de 3000 metros. O atleta inicia a prova, também com a saída em handicap, corre aproximadamente 20 metros e faz a primeira série de Tiro e, em seguida, inicia a corrida que é interrompida duas vezes (a cada 1000 metros) para a execução da prova de tiro. A prova de tiro, consiste, para cada paragem, acertar em 5

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alvos, com o mesmo tamanho da pontuação 7 da regra antiga, a uma distância de 10 metros, durante o tempo máximo de 1 minuto e 10 segundos.

Neste combinado a pontuação é de 2000 pontos que são obtidos completando o percurso em 14 minutos. Cada segundo mais rápido ou mais lento, representa em média, 4 pontos.

2.3.FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO TIRO

Após o longo processo de pesquisa bibliográfica, pode concluir-se que esta é uma área que sofre escassez de estudo, o que torna a necessidade de caracterizar a acção de tiro na modalidade de Pentatlo Moderno.

O tiro preciso é um conjunto de acções interligadas. Os fundamentos do tiro são aspectos de técnica base que devem ser compreendidos com objectivo de alcançar a performance.

Sendo uma prova de cariz extremamente técnico, exige ao pentatleta um profundo processo de treino e aplicação de determinados fundamentos que são independentes, mas correlacionados.

2.3.1.

POSTURA E POSIÇÃO

A postura adequada dá ao atirador o equilíbrio, a estabilidade e o conforto necessários durante o processo de tiro. A posição correcta facilita a execução da pontaria, de entre elas (Rosa et al, 1981), destacam-se:

1. Manter as pernas rectas, sem enrijecimento, principalmente dos músculos da coxa;

2. Distribuir o peso do corpo de forma equilibrada nos apoios;

3. Manter o corpo direito e numa posição natural, sem provocar tensões musculares;

4. Afastar os pés na mesma largura dos ombros e num mesmo plano vertical;

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5. Evitar tensões nos músculos do pescoço, bem como do braço que não segura a arma;

6. Estando o atirador de lado para o alvo, o braço livre deve permanecer relaxado e a mão colocada na zona lateral externa da coxa, enquanto o braço com o qual será realizado o tiro deve ser mantido completamente esticado e o cotovelo “trancado”, a fim de evitar que funcione como uma dobradiça;

7. O atirador deve colocar a mira da arma em sintonia com o centro do alvo (ligação olho – mira – alvo).

No desporto especializado de tiro de PM, a performance depende, em elevada percentagem, da capacidade de elaboração da operação do sistema nervoso central e da informação sensorial interna vinda do ambiente externo (Carr, 1998)

2.3.2.EMPUNHADURA

Segundo Rosa et al (1981), a Empunhadura tem grande influência no resultado de um disparo, importância essa que é influenciada pela forma de segurar a arma. Segundo estes autores destaca-se:

1. Perfeito alinhamento arma - pulso; 2. Firmeza no momento do disparo;

3. Posicionamento correcto do dedo indicador no gatilho; 4. Facilidade de enquadramento das miras;

5. Diminuição da fadiga;

6. A empunhadura deve ser alta, para que se obtenha uma melhor distribuição das forças na palma da mão. A coronha deve estar firmemente encaixada na mão, de modo ao polegar não exercer qualquer tipo de força lateral desviante;

7. Ao indicador cabe a importante função de accionar o gatilho, sendo essa pressão direccionada para trás, no sentido paralelo ao cano;

(31)

8. Ao dedo médio cabe suportar o peso da arma. Juntamente com o anelar e o mínimo, segura a coronha e pressiona-a, aproxima a segunda articulação, de encontro á palma da mão.

2.3.2.PONTARIA/VISADA

De acordo com Rosa et al (1981), o alinhamento correcto ocorre quando a massa da mira está centrada no recorte da alça, com a sua parte superior nivelada na aresta superior da alça e não desviada, quer para a direita ou para a esquerda.

Segundo os mesmos autores, o processo de tiro no Pentatlo Moderno deverá ser realizado com os dois olhos (binocular) na mira, pois oferece maior comodidade e rapidez, permitindo melhor percepção em profundidade, não exigindo, ao mesmo tempo, esforço dos músculos do rosto para fechar o outro olho.

Os mesmos autores afirmam que a precisão do disparo será fruto, em grande parte, da habilidade do atirador manter o correcto alinhamento das miras.

2.3.2.ARESPIRAÇÃO

De acordo com Rosa et al (1981), a respiração é um fundamento que merece atenção especial tanto no momento do tiro quanto nos intervalos, uma vez que se a sua acção efectua durante toda a prova “um trabalho respiratório descoordenado ou forçado levará, fatalmente à fadiga mental e muscular acarretando descontrole sobre as acções que devem ser realizadas para se obter um bom resultado”.

Os mesmos autores afirmam que “ expiração não exige esforço muscular, muito pelo contrário, verifica-se um relaxamento dos tecidos e retracção das costelas, sendo por isso importante que o atleta faça uma pausa respiratória

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após a expiração, coincidindo com o momento da pontaria e accionamento do gatilho.

Relativamente aos ciclos respiratórios durante o processo da prova de tiro, os autores mencionados no parágrafo anterior defendem que:

1. O atleta deverá estabelecer uma rotina que se repetirá a cada tiro, dentro de cada série;

2. O atleta deverá realizar uma inspiração profunda no início do ciclo, seguido de uma normal, retendo parte do ar no final da expiração de modo que, ao se apresentar o alvo, inicie a pausa durante o qual será elevado o braço e executado o disparo;

3. Nos intervalos entre as séries deverá ser mantida uma intensidade respiratória um pouco mais profunda que a normal e as acções devem restringir-se, apenas, na concentração do alvo.

2.3.3.C

ONTROLO DO GATILHO E DISPARO

O atirador deve ter um perfeito conhecimento do mecanismo da sua arma, com objectivo de tirar o máximo proveito dela. De acordo com Rosa et al (1981) o processo de disparo deve estar atento às seguintes exigências:

1. Não produzir vibrações que venham perturbar a pontaria; 2. Exercer em todos os tiros a mesma pressão no gatilho;

3. O accionamento do gatilho deve ser exercitado de forma suave e sem perturbações;

4. A pressão deve ser exercida directamente para a retaguarda e com direcção paralela ao cano da arma, de forma firme e ininterrupta; 5. O esforço produzido no gatilho é sempre fruto da posição do dedo

indicador;

6. Ao atingir a zona de descanso, o dedo indicador continua o seu movimento suave, progressivo e contínuo, isto é, o movimento não pode ser brusco e violento;

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7. Esta acção deve ser executada de tal modo que não influencie os demais dedos, nem a própria mão, que permanecem firmemente apegados à coronha.

2.3.4.TOMADA DE DECISÃO/ACÇÃO INTEGRADA DE ATIRAR

A tomada de decisão é um factor de grande importância para um atleta atirador, pois a decisão do momento do disparo depende unicamente da tomada de decisão do atirador e é desse momento que depende a sua performance/resultado. Este ponto da revisão da literatura tem, como objectivo, percebermos o processo de tomada de decisão/acção integrada de atirar,

O processo de tomada de decisão tem sido estudado principalmente com base na descrição da natureza das decisões tomadas, contribuindo pouco para a compreensão das estruturas do conhecimento subjacentes ao mesmo além de que a complexidade do processo de tomada de decisão leva a que não seja fácil estudá-lo em contexto real ou natural.

Desde há algumas décadas, a tomada de decisão tem sido estudada por investigadores em disciplinas tão diversas como a matemática, a economia, a medicina, a sociologia, a educação, as ciências políticas, a geografia, a engenharia, o marketing, a gestão, a psicologia e o desporto (Tenenbaum e Bar-Eli, 1993; Alves e Araújo, 1996).

Para Tenenbaum e Bar-Eli (1993), uma tarefa de tomada de decisão é caracterizada por incerteza na informação ou no resultado, ou por uma preferência pessoal. Desde modo, Seiler (1989 e 1990) sugere duas importantes estratégias de decisão: a redução do esforço e a maximização do efeito. A ponderação destas estratégias perante a situação/problema vai ditar a maior adequação da decisão tomada.

O mesmo autor afirma que "quando um problema é apresentado, são identificadas as características mais relevantes, é recuperada outra informação

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através da memória, e é criada uma organização com significado. As várias fontes de informação são avaliadas e integradas e a decisão é tomada”

Ripoll (1994) afirma que a tomada de decisão adquire características particulares, quanto mais complexos forem os comportamentos, considerando a decisão como uma estratégia, perante um contexto particular com objectivo de resolução de um problema.

Montgomery e Willén (1996) realçam os índices de confiança para obtenção de sucesso na tomada de decisão “decidir é confiar a si próprio o prosseguir de uma linha de acção".

As decisões tomadas em situações desportivas desenrolam-se a partir de duas lógicas complementares: a lógica interna da modalidade, a qual situa o âmbito em que podem ser tomadas as decisões; e a lógica dos sujeitos, de acordo com o seu estilo individual e com os seus conhecimentos e vivências anteriores, permitindo aos atletas decidir de acordo com dados objectivos, mas tendo em conta a sua subjectividade (Temprado, 1991).

Ripoll (1994), Alves e Araújo, (1996), citados por Oliveira (2001) comparam mesmo as “situações desportivas complexas às tarefas de detecção de sinal nas quais os sujeitos têm de extrair as referências mais pertinentes (sinal) e ignorar as referências menos pertinentes (ruído). Além da procura precisa e rápida dos sinais do envolvimento, o praticante tem de evocar os aspectos que se relacionam com a resolução daquela situação, para depois optar pela resposta motora mais eficiente que o seu reportório motor permite. Tudo isto, enquanto novas informações estão a chegar, ou enquanto o nível de fadiga aumenta”.

2.4.POSTUROGRAFIA:ESTUDO DO EQUILÍBRIO POSTURAL

O Controlo Postural não deve ser conceptualizado como sendo dirigido automaticamente por respostas estereotipadas a estimulações mas, mais do

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que isso, como um componente integral de acções funcionais que requerem um grande nível de adaptabilidade.

O controlo postural e o equilíbrio são os principais elementos para a obtenção de bom desempenho em desporto como, por exemplo, a prova de tiro da modalidade de Pentatlo Moderno, em que a maior parte da atenção dos atletas é voltada para melhorar sua performance.

O controlo postural é um mecanismo de extrema complexidade e que apresenta elevado índice de dificuldade de avaliação, pois envolve múltiplas informações.

O controlo postural é uma parte integrante das habilidades motoras, podendo ser interpretado como uma estratégia que o corpo encontra para manter o equilíbrio e a estabilidade motora (Horak, 1997). Nesta perspectiva, as funções do controle postural devem ser consideradas no contexto e nos objectivos de tarefas específicas, incluindo o controlo do centro de massa do corpo dentro dos limites da base de suporte, manutenção do tronco na vertical, estabilidade da cabeça e dos membros, bem como efectivos e eficientes movimentos do corpo no espaço e dos membros em um corpo estável.

De acordo com Durward et al (2001) e Zatsiorsky (1998) a postura é entendida como a configuração articular de um corpo, isto é, o conjunto de ângulos que expressa o arranjo relativo entre os segmentos de um corpo e a sua orientação no espaço, cujos segmentos são controlados pelas acções musculares e são incapazes de permanecer em orientações estritamente constantes (Collins e De Luca, 1993; Duarte, 1993).

Reed (1989), citado por Monteiro (2004) referenciou uma maior aproximação funcional do conceito de Controlo Postural a partir de uma perspectiva de sistemas da acção, argumentando que o Controlo Postural não deverá, de um modo genérico, ser entendido como uma resposta às forças perturbadoras para manter o equilíbrio mas, em vez disso, como o uso controlado e flexível de todas as forças que actuam sobre o corpo.

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Pode então concluir-se que a Postura constitui uma actividade que é imprescindível à preparação e manutenção de qualquer acção, assegurando, simultaneamente, a eficácia da sua execução.

Carvalho e Almeida (2008) defende que “O controlo da postura depende (…) de mecanismos relacionados à atenção, experiência e contexto. O sucesso do controle postural depende da flexibilidade e adaptação da organização sensorial e das estratégias de manutenção do equilíbrio.”

Para Latash (1997), o equilíbrio humano é dependente da correlação de três sistemas perceptivos: o vestibular, o proprioceptivo e o visual. Enquanto o primeiro é responsável pelas acelerações e desacelerações angulares rápidas, sendo, assim, o mais importante para a manutenção da postura erecta, o proprioceptivo permite a percepção do corpo e membros no espaço em relação de reciprocidade; e, por último, o visual oferece referência para a verticalidade, por possuir duas fontes complementares de informações que são (1) a visão, que situa o indivíduo no seu ambiente através de coordenadas retineanas, e (2) a motricidade ocular, que situa o olho na órbita através da coordenação cefálica (Gagey e Weber, 2000).

Em conformidade com Durward et al (2001), citado por Wolff et al (2008), o equilíbrio depende não apenas da integridade desses sistemas, mas também da integração sensorial dentro do sistema nervoso central, que envolve a percepção visual e espacial, tónus muscular efectivo, que se adapte rapidamente a alterações, força muscular e flexibilidade articular.

Shumwaycook et al (2003), Lundy (2000), citado por Wolff et al (2008), defendem que organização sensorial consiste na capacidade do SNC em seleccionar, suprir e combinar os estímulos vestibulares, visuais e proprioceptivos.

Segundo Monteiro (2004), o equilíbrio é o processo pelo qual é assegurado o ortoestatismo e baseia-se na integração de informações sensoriais (visuais, tácteis, articulares e labirínticas) e perceptivas (percepção de verticalidade, profundidade e lateralização).

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A prova de tiro na modalidade de Pentatlo Moderno, tem por característica solicitar do atirador a postura mais estática possível, com objectivo de estabelecer manter equilíbrio e pontaria da mira da arma para com o alvo em causa.

De acordo com Wolff et al (2008), esta situação é comum quando o corpo está “parado”, condição considerada como um estado de equilíbrio estático. Segundo o mesmo autor esse equilíbrio exige a capacidade de neutralizar forças que poderiam perturbar o seu estado de inércia, requerendo coordenação e controlo motor.

Duarte (2001) citado por Wolff et al (2008), defende que as forças que agem sobre o corpo do atirador em posição quase estática podem ser classificadas por forças externas (força de gravidade e reacção do solo) e forças internas (perturbações fisiológicas, musculares e dos movimentos do próprio corpo), factores estes que interferem directamente no rendimento e performance do atirador.

De acordo com Wolff et all (2008), “a estabilidade de um competidor da modalidade de tiro está relacionada especificamente à quantidade de resistência que ele coloca contra as forças disruptivas de seu equilíbrio. Assim, essa resistência gerada contra as forças disruptivas do equilíbrio pode ser tomada como uma medida de sua estabilidade.”

Na generalidade, o conceito de equilíbrio estático refere-se à capacidade de manter o corpo numa posição particular, apesar da instabilidade que possa eventualmente ser provocada por forças exteriores.

Estudos do equilíbrio e da postura corporais proporcionam aspectos que estão englobados no sistema chamado de controlo postural. Dentro deste sistema existem dois parâmetros a serem considerados, um envolvendo a orientação postural, ou seja, a manutenção da posição dos segmentos corporais em relação aos próprios segmentos e ao meio ambiente, e o outro, o equilíbrio postural, representado por relações entre as forças que agem sobre o corpo na busca de um equilíbrio corporal durante as acções motoras (Horak e

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Macpherson (1996) citados por Schmidt et al (2006). Estes dois, a orientação postural e o equilíbrio postural são constituídos por fenómenos distintos, no entanto, apresentam relações dependentes (Barcellos e Imbiriba 2002).

A manutenção do equilíbrio na postura erecta é tarefa complexa. Além de se tratar de uma tarefa comum na vida diária, é uma tarefa que se poderá mostrar fundamental para a obtenção da performance na modalidade Tiro, sendo, portanto, de grande importância o estudo das implicações que as desordens posturais podem desencadear.

De acordo com Oliveira et al. (2000), diversos factores fisiológicos como a respiração, os batimentos cardíacos e o retorno venoso influenciam constantemente na posição ortostática.

Segundo Oliveira (1993), pode-se utilizar a estabilometria que é um método de análise do equilíbrio postural por meio da quantificação das oscilações do corpo, sendo sua aplicação reportada nas áreas da avaliação clínica, reabilitação e treino.

2.4.1.EQUILÍBRIO E AS SUAS COMPONENTES

Bacsi e Colebatch (2005) defende que as informações dos múltiplos sistemas sensoriais incluindo o somatossensorial, visual e vestibular estão integrados pelo sistema de controlo motor para orientar e alinhar a posição entre os segmentos corpóreos e a sua localização em relação ao meio externo.

A partir destas informações o sistema nervoso elabora estratégias posturais que representam soluções sensório-motoras para o controlo da postura incluindo não apenas sinergias musculares, mas também padrões de movimentos articulares, torques e forças de contacto (Krishnamoorthy et al (2003), Ting (2007).

Lackner e Dizio (2005) dizem que a interacção dos sistemas sensoriais não é resultado de uma simples convergência, mas sim de transformações apropriadas e coordenadas entre si, pois cada canal sensorial tem qualidades

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diferentes em termos de resolução e importância, sendo que a fidedignidade de uma informação pode alterar a viabilidade de outra.

Quando o ambiente sensorial é alterado, os sistemas reagem entre si para a obtenção do equilíbrio, isto é, ocorre a readequação da dominância das informações sensoriais para minimizar os conflitos (Mochizuki e Amadio 2006).

De entre os factores, Carvalho e Almeida (2009) destaca (1) a visão, (2) as Informações Somatossensorias, (3) o Processamento Cognitivo e (4) as Estratégias Posturais, como factores que influenciam o equilíbrio.

O mesmo autor, defende que a “O controlo da postura depende de uma complexa interacção entre o sistema neural e músculo-esquelético. O sistema nervoso utiliza as informações sensoriais na elaboração de comandos motores capazes de recuperar o equilíbrio. Estes comandos são modulados pelas características sensoriais e também por mecanismos relacionados à atenção, experiência e contexto. O sucesso do controle postural depende da flexibilidade e adaptação da organização sensorial e das estratégias de manutenção do equilíbrio.”

De acordo com Shumway-Cook e Woollacott (2003), citado por Rocha (2010), todos os processos que permitem explicar a forma que o indivíduo reajusta ou corrige os deslocamentos posturais em relação à vertical da gravidade é denominado por sistema de controlo postural, para os mesmos autores o controlo postural para a estabilidade e orientação requer “a percepção (integração das informações sensoriais, analise da posição e do movimento do corpo em relação ao espaço) e a acção (capacidade de produzir forças para controlar os sistemas de posicionamento do corpo), o que exige uma interacção complexa entre os sistemas musculoesqueléticos e neural” (ver Figura 1).

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Figura -1 Modelo conceptual que representa os sistemas que contribuem para o controlo postural (adaptado de Shumway-Cook & Woollacott, 2003)

2.4.2.CONTROLO POSTURAL/POSTURA/EQUILÍBRIO

Em condições normais na postura erecta quieta, as forcas e momentos de forca são muito pequenos, o que resulta em pequenas oscilações do corpo. Num adulto saudável, elas são quase imperceptíveis. É comum se referir, de forma aproximada, a essa condição como uma condição de equilíbrio. Também é comum referir-se a tarefa de controlo postural como de controlo do equilíbrio (Duarte & Freitas 2010).

O mesmo autor afirma que a maneira mais comum de estudar-se o controlo postural é avaliar o comportamento (principalmente a oscilação) do corpo durante a postura erecta quieta. A avaliação pode ser tanto qualitativa, pela observação, como quantitativa, com o auxílio de instrumentos de medição. O nosso estudo centra-se apenas na avaliação quantitativa da oscilação corporal através de quatro variáveis associadas a essa oscilação e à postura em causa.

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Neste sentido, Madeira (1986), citado por Rocha (2010) refere a que existe duas tríades subjacentes neste processo, ou seja, o tónus está para a postura como a postura está para o equilíbrio, assim como, a coordenação está

dependente dos movimentos realizados, os quais dependem do

comportamento do indivíduo. A relação entre estas duas tríades é representada na seguinte equação Madeira (1986), citado por Rocha (2010):

2.4.3.CENTRO DE PRESSÃO/CENTRO DE GRAVIDADE –DESLOCAMENTOS

As articulações do membro inferior assumem uma importância decisiva na estabilidade articular geral, na medida em que, sistematicamente, são a interface prioritária entre as acções do executante e as reacções do apoio. A posição bípede, tentando manter-se imóvel durante um determinado intervalo de tempo, é uma situação dinâmica de ajuste permanente ao objectivo de imobilidade, que se realiza de acordo com um processo denominado ortostático ou mais correctamente quase-estático, onde as oscilações produzidas pelo corpo nessa mesma posição permitem descrever o controlo postural relacionado com o equilíbrio.

De acordo com Carr, (1998); Hay e Reid, (1995), Hall, (2000) e Enoka, (2000), citados por Wolff et al (2008), um corpo aumenta a sua estabilidade quando aumenta a sua base de sustentação, pois a altura da localização do CG em relação aos limites da sua base de sustentação interfere na estabilidade de um corpo, assim, quanto mais baixa for a sua posição, dentro dos limites anatómicos estáveis, mais estável se encontrará o corpo.

As respostas neuromusculares são essenciais para garantir, por exemplo, que, na postura semi-estática, com os pés imóveis, a projecção vertical do CG do corpo seja mantida dentro da base de suporte (polígono delimitado pelas

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bordas laterais dos pés), dando estabilidade e permitindo a realização de diversos movimentos com os segmentos superiores do corpo.

De acordo Zatsiorsky (1998) e Horak (1989), citado Duarte & Freitas (2010), O CG (ou CM – Centro de Massa), em termos simples, é definido como o ponto de aplicação da força gravitacional resultante sobre o corpo, um conceito associado à base de suporte e de limite de estabilidade, o qual expressa o quanto dessa base de suporte o individuo consegue utilizar e se manter em equilíbrio, isto é, os limites de estabilidade expressam a base de suporte funcional do individuo.

Duarte e Freitas, (2010) afirmam que “mecanicamente, as condições de equilíbrio do corpo dependem das forcas e momentos de forca aplicados sobre ele e um corpo esá em equilíbrio mecânico quando a somatória de todas as forças (F) e momentos de força (M) que agem sobre ele é igual a zero (ΣF=0 e M=0). As forças que agem sobre o corpo podem ser classificadas em forças externas e forças internas.”

O mesmo autor defende que as “forças externas mais comuns que actuam sobre o corpo humano são a força gravitacional sobre todo o corpo e a força de reacção do solo que, durante a postura erecta, actua sobre os pés. As forças internas podem ser perturbações fisiológicas (por exemplo, o batimento cardíaco e a respiração) ou perturbações geradas pela activação dos músculos necessários para a manutenção da postura e a realização dos movimentos do próprio corpo. Todas essas forças aceleram (quando transmitidas ao ambiente) continuamente o corpo humano em todas as direcções em torno do seu CG.”

Neste sentido, podemos afirmar que o corpo nunca está num estado de condição de perfeito equilíbrio, uma vez que as forças sobre ele só são nulas momentaneamente.

“A posição do CG é uma medida de deslocamento e é totalmente independente da velocidade ou aceleração total do corpo e de seus segmentos. O Centro de Pressão (CP) também é uma medida de deslocamento e é dependente do CG, mas o CP expressa a localização do

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vector resultante da força de reacção do solo numa plataforma de força. Esse vector é igual e oposto à média ponderada da localização de todas as forças que agem na plataforma de força, como a força peso e as forças internas (musculares e articulares) transmitidas ao chão (Winter, 1995). Por conseguinte, o deslocamento do CG é a grandeza que realmente indica a oscilação do corpo inteiro e a grandeza CP, e na verdade, uma combinação da resposta neuromuscular ao deslocamento do CG e da própria posição do CG. Essas duas grandezas expressam conceitos diferentes, mas, em situações específicas, como na postura erecta estática, podem apresentar variações semelhantes” (Winter, 1990; Gurfinkel 1973; Winter e David, 1995 e Winter, 2005 citados por Duarte & Freitas, 2010).

Duarte e Freitas (2010), afirma que as diferenças entre o CG e o CP estão relacionadas com a aceleração do corpo e, “quanto menores as frequências de oscilação do corpo, menores serão as diferenças entre essas duas grandezas.”

2.4.4.PADRONIZAÇÃO DA POSTUROGRAFIA

A manutenção do equilíbrio e da orientação corporal em humanos é garantida pelo adequado funcionamento do sistema de controlo postural. A investigação desse controlo tem despertado interesse em profissionais de diversas áreas, tais como, Ciências do Desporto, Medicina, Fisioterapia, Engenharia, Psicologia, entre outras.

No que respeita à área das Ciências do Desporto, mais especificamente na investigação da performance dos atletas da prova de tiro da modalidade de PM, torna-se essencial e pertinente o estudo das capacidades posturais e estabilométricas dos indivíduos em causa, uma vez que o rendimento da prova poderá ser influenciado, em larga escala, pela capacidade de equilíbrio. Com esse objectivo, o nosso estudo centra-se na relação equilíbrio com resultado.

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Ao longo da revisão bibliográfica demonstramos que o equilíbrio está directamente relacionado com a posturografia. Para tal é necessário padronizá-la, conhecê-la e estudá-padronizá-la, com base nesses mesmos padrões.

O termo postura erecta estática ou parada, referindo-se a postura erecta quieta, embora frequentemente utilizado, é tecnicamente impreciso. Um termo mais adequado seria postura erecta semi-estática (Duarte e Freitas, 2010).

As respostas neuromusculares são essenciais para garantir, por exemplo, que, na postura semi-estática, com os pés imóveis, a projecção vertical do CG do corpo seja mantida dentro da base de suporte (polígono delimitado pelas bordas laterais dos pés), dando estabilidade e permitindo a realização de diversos movimentos com os segmentos superiores do corpo (Duarte e Freitas, 2010).

Embora a posturografia tenha sido muito utilizada em laboratórios para estudos do controlo postural, ela não é restrita a eles. Clínicas de fisioterapia e reabilitação, centro de estudos de ciências do desporto, clubes desportivos, etc, têm utilizado equipamentos que quantitativamente mensuram as oscilações do corpo durante a postura erecta quieta ou durante a execução de diferentes tipos de tarefas na postura em pé, vindo também, daí, a necessidade de padronizá-la e universalizá-la como matéria científica protocolada.

A posturografia é dividida em estática (semi-estática) e dinâmica (resposta a uma perturbação aplicada). A medida posturográfica mais utilizada é a avaliação do é o CP (Centro de Pressão). O CP é o ponto de aplicação da resultante das forças verticais que agem sobre a superfície de suporte. O equipamento mais utilizado para mensurar o CP e a plataforma de força (Duarte e Freitas, 2010).

A avaliação posturográfica pode ser realizada em laboratório, mas para tal é necessário criar ambientes propícios para tal avaliação, tal como a iluminação, estímulos visuais e auditivos (ruídos), número de repetições, posições, repetições, repouso ou não (consoante o objecto de estudo), entre outros.

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A frequência de aquisição do sinal do CP é dependente da tarefa que é investigada. Para a postura erecta quieta em indivíduos normais, os componentes de frequência do sinal do CP estão abaixo de 10 Hz (Winter e David, 1995).

Um tempo de 30 segundos tem sido sugerido como suficiente para avaliar a oscilação corporal em adultos saudáveis na posição semi-estática (Clair & Riach (1996)), uma vez que um tempo muito longo em tal tarefa pode levar o indivíduo à fadiga e consequente alteração nos resultados.

Duarte e Freitas (2010) afirmam que na postura erecta, a base de suporte corresponde ao polígono formado pelas bordas laterais dos pés. A estabilidade do corpo nessa posição é proporcional à área da base de suporte. Por outro lado, a diminuição da base de suporte reduz a estabilidade do corpo e aumenta a oscilação corporal.

O mesmo autor defende que a padronização da posição dos pés é de extrema importância na investigação do controlo postural. Tal padronização deve ser estabelecida em relação á posição dos pés em função do afastamento dos calcanhares, assim como em função do ângulo de abertura formado entre os pés.

O autor afirma também que o avaliador deve observar se a distância escolhida não ultrapassa a largura dos ombros, considerada uma posição natural. A estabilidade corporal também é inversamente relacionada à altura do CG e, dessa forma, as medidas em posturografia são afectadas por características antropométricas dos indivíduos. Nesse sentido, deve tomar-se extremo cuidado na selecção e interpretação das medidas em posturografia.

“Um procedimento comum durante a avaliação do controle postural é pedir para o participante fixar o olhar em um ponto no espaço. Em geral, esse ponto é representado por um alvo fixo e disposto na altura dos olhos de cada participante. A distância entre os olhos e o campo visual parece afectar a estabilidade postural e, portanto, cuidados devem ser tomados ao seleccionar a distância entre o participante e o campo visual (geralmente de um metro) (…)

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uma vez que a localização e tamanho do estímulo dentro do campo visual também pode interferir na estabilização da postura.” (Paulus et al, 1984 e Prado et al, 2007 citado por Duarte & Freitas, 2010).

2.4.5.PLATAFORMA POSTUROGRÁFICA/ESTABILOMÉTRICA

Monteiro (2004), defende que enquanto o estado de equilíbrio é um conceito físico ou simplesmente espacial, a equilibração é uma função psicomotora regulada por um sistema neurofisiológico complexo. A equilibração, segundo Madeira (1986), citado por Monteiro (2004), é “considerada uma função determinante da organização psicomotora e, como tal, o alicerce de todas as acções coordenadas e intencionais, ao envolver uma multiplicidade de ajustamentos posturais antigravíticos, é a condição indispensável à proficiente concretização da actividade práxica".

O mapeamento do equilíbrio em diferentes posições da base de estabilidade pode ser útil para avaliar a performance do sistema de controlo postural em controlar o equilíbrio em situações extremas em que o corpo humano necessita dessa mesma estabilidade (Duarte, 2000).

A utilização da plataforma de força na análise do equilíbrio corporal é uma tecnologia recente e mostra-se uma excelente metodologia para avaliar o equilíbrio através do deslocamento do centro de pressão (Schmidt et al. 2003).

Duarte e Freitas (2010) afirmam que a maneira mais comum de se estudar o controlo postural é avaliar o comportamento (principalmente a oscilação) do corpo durante a postura erecta quieta. A avaliação pode ser tanto qualitativa, pela observação, como quantitativa, com o auxílio de instrumentos de medição. O nosso estudo centra-se apenas na avaliação quantitativa da oscilação corporal através de uma variável associada a essa oscilação e à postura em causa.

Em geral, a plataforma de força consiste numa placa sob a qual alguns (tipicamente quatro) sensores de força do tipo célula de carga ou piezoeletrico

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estão arranjados para medir os três componentes da forca, Fx, Fy e Fz (x, y e z são as direcções antero-posterior, médio-lateral e vertical, respectivamente), e os três componentes do momento de força, Mx, My e Mz, agindo sobre a plataforma (Figura 2). Por medir seis grandezas físicas, essas plataformas são geralmente referidas como plataformas de seis componentes. O dado do CP refere-se a uma medida de posição definida por duas coordenadas na superfície da plataforma, de acordo com a orientação do avaliado. A partir dos sinais mensurados pela plataforma de força, a posição do CP nas direcções antero-posterior (ap) e médio-lateral (ml) são calculados como CPap=(-h*Fx −My)/Fz e CPml=(−h*Fy+Mx)/Fz, em que h é a altura da base de apoio acima da plataforma de força; por exemplo, um tapete sobre a plataforma de força. Os dados do CP adquiridos podem ser visualizados de duas formas: por um estatocinesigrama ou por um estabilograma. O estatocinesigrama é o mapa do CP na direcção ap versus o CP na direcção ml, enquanto o estabilograma é a serie temporal do CP em cada uma das direcções: ap e ml (Duarte e Freitas, 2010)

Figura - 2 As três componentes do momento de força, Mx, My e Mz sobre a plataforma

Duarte e Freitas (2010) referem que “o primeiro passo na análise do CP é a filtragem do sinal, procedimento comum da analise de sinais biológicos. Para o estudo da postura erecta quieta, um filtro passa-baixa em torno de 10 Hz ou mais é suficiente. A frequência do filtro deve ser escolhida em função de

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parâmetros da tarefa e do equipamento utilizado. A partir dai, muitas variáveis podem ser derivadas do estatocinesigrama e estabilograma do CP. Algumas dessas variáveis são redundantes, o que torna desnecessária a análise de todas elas.”

Baratto et al, (2005), citado por Duarte e Freitas (2010), utilizando as metodologias análise global e estrutural, investigou 38 variáveis derivadas do CP. Eliminando-se as redundâncias e a falta de efeito das condições visuais (com visão e sem visão), os autores sugeriram apenas quatro variáveis. Duas delas são provenientes de uma análise global, a trajectória do CP e a banda de frequência do estabilograma, e duas são provenientes de uma analise estrutural especifica proposta por eles mesmos.

Acerca das varáveis que apresentam mais viabilidade cientifica de estudo:

Pérès et al (2005), defendem que a velocidade média do CP é considerada a medida com mais viabilidade científica;

• Doyle et al (2005), defendem que as variáveis pico de velocidade e a área de oscilação apresentam, respectivamente, menores e maiores índices de viabilidade científica;

• Raymakers et al (2005), observaram e justificaram que a medida de velocidade de deslocamento total do CP foi a mais sensível na comparação entre grupos de faixas etárias diferentes e de grupos em diferentes condições de instabilidade relacionadas com a saúde.

De acordo com Duarte e Freitas (2010), essas diferenças podem ser resultado de uma ausência de padronização nos métodos de análise de CP tais como diferenças na duração, número de repetições e frequências de aquisição.

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Figura -1 Modelo conceptual que representa os sistemas que contribuem para o controlo postural  (adaptado de Shumway-Cook & Woollacott, 2003)
Figura - 2 As três componentes do momento de força, Mx, My e Mz sobre a plataforma
Figura - 3 Plataforma estabilométrica QFP
Figura 5 - Alvo

Referências

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