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Comportamento de busca de informação como parâmetro para o desenvolvimento da competência em informação no uso do Portal CAPES

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO

ANA CRISTINA DA SILVA LOPES

COMPORTAMENTO DE BUSCA DE INFORMAÇÃO COMO PARÂMETRO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO NO USO DO

PORTAL CAPES

NATAL/RN 2019

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ANA CRISTINA DA SILVA LOPES

COMPORTAMENTO DE BUSCA DE INFORMAÇÃO COMO PARÂMETRO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO NO USO DO

PORTAL CAPES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Gestão da Informação e do Conhecimento, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Gestão da Informação e do Conhecimento.

Orientador: Prof. Dr. Fernando Luiz Vechiato.

NATAL/RN 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas – CCSA

Lopes, Ana Cristina da Silva.

Comportamento de busca de informação como parâmetro para o desenvolvimento da competência em informação no uso do Portal CAPES / Ana Cristina da Silva Lopes. - 2019.

132f.: il.

Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão da Informação e do Conhecimento) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Gestão da Informação e do Conhecimento. Natal, RN, 2019.

Orientador: Prof. Dr. Fernando Luiz Vechiato.

1. Comportamento de Busca de Informação - Dissertação. 2.

Competência em Informação - Dissertação. 3. Portal de Periódicos da CAPES - Dissertação. I. Vechiato, Fernando Luiz. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/Biblioteca do CCSA CDU 024.1

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ANA CRISTINA DA SILVA LOPES

COMPORTAMENTO DE BUSCA DE INFORMAÇÃO COMO PARÂMETRO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO NO USO DO

PORTAL CAPES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Gestão da Informação e do Conhecimento, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Gestão da Informação e do Conhecimento.

Aprovada em: 14/08/2019.

BANCA EXAMINADORA: Membros Titulares:

________________________________________________________ Prof. Dr. Fernando Luiz Vechiato (Orientador)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

________________________________________________________ Profa. Dra. Gabriela Belmont de Farias (Membro Externo)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

________________________________________________________ Profa. Dra. Luciana de Albuquerque Moreira (Membro Interno)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Membros Suplentes:

Profa. Dra. Marta Leandro da Mata (Membro Externo) Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Profa. Dra. Monica Marques Carvalho Gallotti (Membro Interno) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

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Aos meus filhos João Vinícius e Bárbara pelo aprendizado constante. Vocês me ensinam diariamente o que é essencial na vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida e pelas bênçãos diárias.

À minha família, meus filhos, João Vinícius e Bárbara, pelas alegrias que diminuem qualquer problema, e ao meu esposo José Soares, pelo apoio carinhoso e por me fazer acreditar que posso.

A meu pai João Minora, pelo senso de responsabilidade que levo para vida e à minha mãe, Maria do Socorro, pelo apoio incondicional em todos os momentos dessa trajetória.

A meu orientador, Prof. Dr. Fernando Luiz Vechiato, pelas orientações constantes, que foram fundamentais para a conclusão deste trabalho, pela disponibilidade e tranquilidade na forma como conduziu essa pesquisa.

À Profa. Dra. Gabriela Belmont de Farias, pela amizade, disponibilidade e pelas contribuições.

À Profa. Dra. Luciana de Albuquerque Moreira, pelas contribuições e inspiração em suas aulas.

À Profa. Dra. Marta Leandro da Mata, pela generosidade e pelas valiosas contribuições.

À Profa. Dra. Monica Marques Carvalho Gallotti, pela disponibilidade. Ao Programa de Pós Graduação em Gestão da Informação e do Conhecimento, pela oportunidade.

Aos meus colegas de mestrado, por tantos momentos de aprendizagem compartilhados e, em especial, a um grupinho muito querido, Fernanda, Joyanne, Sara, Dayanne, Ana Kamila, Camila e Lívia, amigas que levo para vida.

À equipe da BS-CCS, servidores, bolsistas e terceirizados, pelo apoio e pela torcida.

À Direção do Centro de Ciências da Saúde, pelo apoio e pela colaboração. E a todos os alunos que participaram e contribuíram para a conclusão desta pesquisa.

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RESUMO

Em meio a um grande número de fontes de informação disponíveis, os estudantes de graduação se deparam com o desafio de identificar as fontes mais adequadas para a realização de suas pesquisas acadêmicas, bem como de desenvolver habilidades e competências para utilizar as ferramentas de pesquisa. A partir desta premissa, objetiva-se identificar o comportamento de busca de informação dos alunos de graduação da área da Saúde da UFRN, visando estabelecer parâmetros para o desenvolvimento de ações de competência em informação com ênfase no uso do Portal de Periódicos da CAPES. Para cumprir o objetivo, foi realizada uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, aplicada aos alunos concluintes dos cursos de graduação da área da Saúde da UFRN. Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um questionário estruturado, construído de acordo com o Framework para a Competência em Informação para o Ensino Superior(ACRL, 2016). Com a aplicação da pesquisa constatou-se que, de acordo com o comportamento de busca, os alunos pesquisados apresentam, de modo parcial, características da competência em informação no uso do Portal de Periódicos da CAPES, resultado que possibilitou a proposta de ações que visam potencializar o uso do referido Portal.

Palavras-chave: Comportamento de Busca de Informação. Competência em Informação. Portal de Periódicos da CAPES.

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ABSTRACT

Amidst a large number of available sources of information, undergraduates have faced the challenge of identifying the most appropriate sources to their academic research, as well as developing the skills and competencies to use the research tools. Based on this premise, this work aims to identify the information search behavior of undergraduate students from the UFRN Health area, aiming to establish parameters for the development of competency actions on information with emphasis on the use of the CAPES Periodicals Portal. In order to fulfill the objective, a descriptive research was carried out, with quantitative approach, applied to the graduating students of the undergraduate courses of the Health area of UFRN. As a data collection instrument, a structured questionnaire was developed according to the Framework for Information Competence for Higher Education (ACRL, 2016). With the application of the research, it was verified that, according to the search behavior, the students surveyed present, in a partial way, characteristics of the information competence in the use of the CAPES Periodicals Portal. It is a result that made possible the proposal of actions that aim to enhance the use of the CAPES Portal.

Keywords: Information Search Behavior. Information Literacy. CAPES Periodicals Portal.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Modelo de comportamento informacional proposto por Wilson

(1999)... 25

Figura 2 – Primeiro modelo de Wilson... 29

Figura 3 – Modelo de Wilson revisado... 30

Figura 4 – Quadros do Framework... 39

Figura 5 – Proposta de Serviço no SIGAA... 86

Quadro 1 – Modelos de Comportamento Informacional... 28

Quadro 2 – Conceitos de competência informacional... 33

Quadro 3 – Padrões e indicadores da competência em informação no Ensino Superior... 37

Quadro 4 – 6º Conceito do Framework para a competência em informação para o Ensino Superior... 40

Quadro 5 – Práticas do 6º conceito do Framework relacionadas às questões aplicadas no questionário... 49

Quadro 6 – Caracterização dos alunos participantes... 53

Quadro 7– Proporção dos participantes da pesquisa de acordo com a quantidade de alunos de cada curso... 54

Quadro 8 – Médias das práticas das Práticas do 6º conceito do Framework para a Competência em Informação para o Ensino Superior... 55

Quadro 9 – Categorias de caracterização da competência de acordo com a média estabelecida nas práticas... 56

Quadro 10 – Análise das práticas do 6º conceito Framework para a Competência em Informação para o Ensino Superior... 78

Quadro 11 – Características do Comportamento informacional... 82

(10)

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Questão 4... 57 Gráfico 2 – Questão 6... 57 Gráfico 3 – Questão 7... 58 Gráfico 4 – Questão 8... 58 Gráfico 5 – Questão 5... 59 Gráfico 6 – Questão 32... 60 Gráfico 7 – Questão 33... 60 Gráfico 8 – Questão 9... 61 Gráfico 9 – Questão 17... 62 Gráfico 10 – Questão 16... 63 Gráfico 11 – Questão 10... 64 Gráfico 12 – Questão 11... 64 Gráfico 13 – Questão 12... 65 Gráfico 14 – Questão 13... 65 Gráfico 15 – Questão 14... 66 Gráfico 16 – Questão 15... 66 Gráfico 17 – Questão 17... 67 Gráfico 18 – Questão 18... 68 Gráfico 19 – Questão 20... 68 Gráfico 20 – Questão 22... 69 Gráfico 21 – Questão 27... 70 Gráfico 22 – Questão 28... 70 Gráfico 23 – Questão 30... 71 Gráfico 24 – Questão 31... 71 Gráfico 25 – Questão 15... 72 Gráfico 26 – Questão 16... 73 Gráfico 27 – Questão 23... 74 Gráfico 28 – Questão 24... 74 Gráfico 29 – Questão 26... 75 Gráfico 30 – Questão 25... 75 Gráfico 31 – Questão 32... 76 Gráfico 32 – Questão 33... 76

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Gráfico 33 – Questão 34... 77 Gráfico 34 – Questão 35... 77

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACRL – Association of College and Research Libraries ALA - American Library Association

BDTD - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BRAPCI - Base de Dados em Ciência da Informação -

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior GI – Gestão da Informação

IES – Instituições de Ensino Superior MEC – Ministério da Educação

PAAP – Programa de Apoio à Aquisição de Periódicos

SIGAA – Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas SISBI – Sistema de Bibliotecas

TI - Tecnologia de Informação

TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação UCL – University College London

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 13

2 A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO... 17

3 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL... 24

3.1 NECESSIDADE INFORMACIONAL, COMPORTAMENTO DE BUSCA E USO DA INFOMAÇÃO... 26

3.2 MODELOS DE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL... 28

4 COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO... 31

4.1 COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR... 36

5 PORTAL DE PERIÓDICOS DA CAPES... 42

6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS... 46

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA... 46

6.2 UNIVERSO DA PESQUISA... 47

6.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS... 48

6.4 PRÉ-TESTE... 50

6.5 QUESTÕES ÉTICAS DA PESQUISA... 51

6.6 COLETA DE DADOS... 51

7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS... 53

7.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENTES... 53

7.2 ANÁLISE DOS ASPECTOS DA COMPETÊNCIA EM INFORMACÃO DE ACORDO COM O COMPORTAMENTO DE BUSCA DE INFORMAÇÃO NO PORTAL DE PERIÓDICOS DA CAPES... 54

8 PROPOSTA DE AÇÕES PARA A COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO NO PORTAL DE PERIÓDICOS DA CAPES... 84

8.1 PROPOSTA DE OFICINA... 84

8.2 PROPOSTA DE SERVIÇO... 86

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 88

REFERÊNCIAS... 91

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO... 98

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ... 102

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APÊNDICE C – CÁLCULO DO VALOR MÉDIO DAS QUESTÕES

QUE COMPÕEM O QUESTIONÁRIO... 105 APÊNDICE D – CARACTERIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO DOS

PARTICIPANTES DE ACORDO COM AS PRÁTICAS DO 6º CONCEITO DO FRAMEWORK PARA A COMPETÊNCIA EM

INFORMAÇÃO PARA O ENSINO

SUPERIOR………

111

ANEXO A – INFORMATION LITERACY COMPETENCY

STANDARDS FOR HIGHER EDUCATION………. 115

ANEXO B – FRAMEWORK PARA A COMPETÊNCIA EM

INFORMAÇÃO PARA O ENSINO SUPERIOR... 121 ANEXO C – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA DO HUOL... 129

(15)

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, em meio a um grande número fontes de informação disponíveis, as pessoas precisam reconhecer àquelas mais adequadas para atender suas necessidades informacionais, bem como desenvolver habilidades para o acesso a essas fontes.

Para auxiliar na busca e recuperação da informação, no processo de construção do conhecimento, existe uma infinidade de recursos disponíveis e fontes de informação dependentes do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) que, cada vez mais, precisam ser conhecidas e dominadas pelas pessoas.

Neste cenário, é fundamental que os sujeitos desenvolvam habilidades e competências para lidar com a informação e as ferramentas de pesquisa. A competência é tida como um conjunto de habilidades, saberes e conhecimentos, ou seja, a capacidade de fazer alguma coisa em decorrência do conhecimento que alguém tem sobre determinado assunto (HOLANDA, 2010). Portanto, ser competente pode ser entendido como saber fazer algo.

Esta característica está relacionada a um contexto no qual o indivíduo encontra-se inserido. De acordo com Zabala e Arnau (2010), ser competente é, ao agir, mobilizar de forma integrada conhecimentos e atitudes mediante uma situação-problema, de forma que a situação seja resolvida de modo eficaz.

Para Trein e Vitorino (2015), não basta apenas saber onde e como os dados estão organizados, é preciso saber usá-los de forma consciente e adequada e transformá-los em informação útil, e as autoras afirmam ainda a importância da disseminação do que se aprendeu, de modo que outras pessoas também possam aprender a partir disso.

No contexto da informação, ser competente está relacionado a ter habilidades na identificação das necessidades informacionais, na escolha das fontes coerentes com elas, bem como no processo de recuperação e uso da informação, o que viabiliza a efetiva construção de conhecimento.

No meio acadêmico, alunos de graduação deparam-se com a necessidade de informações para o desenvolvimento de suas atividades acadêmicas, que englobam trabalhos de disciplinas e pesquisas científicas. Por isso, precisam definir meios para obtê-las e estratégias para localizá-las, como o acesso e o uso de fontes de informação. Neste sentido, habilidades podem ser desenvolvidas através de

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programas específicos que, por sua vez, podem ser criados a partir do conhecimento acerca do comportamento de busca de informação dos alunos.

Como referência para as pesquisas acadêmicas em bases de dados, destaca-se o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que disponibiliza o acesso a bases referenciais e bases de dados com acesso ao texto completo, bem como a e-books, anais de eventos, enciclopédias e patentes.

O Portal da CAPES caracteriza-se como uma biblioteca virtual que surgiu com objetivo de fortalecer a pós-graduação no Brasil quando o Ministério da Educação (MEC) criou o programa para bibliotecas de Instituições de Ensino Superior (IES).

Muitos estudos sobre o Portal supracitado foram aplicados junto a alunos de mestrado, doutorado e docentes, relacionados à satisfação no uso, à interação dos usuários com a interface e à competência em informação e têm retratado problemas relacionados à usabilidade, ao acesso e, inclusive, ao seu desconhecimento pela comunidade acadêmica (MIRANDA, 2014; GOMES, 2014; RIBEIRO, 2013; MONTEIRO, 2005). No entanto, não se tem estudado o uso deste Portal entre estudantes de graduação na perspectiva da competência em informação, fato que justifica a importância do presente estudo.

Esta pesquisa foi realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, onde se observa, através da prática de atividades de referência nas Bibliotecas, dificuldades dos alunos de graduação quanto ao uso do Portal CAPES, o que pode prejudicar a qualidade dos trabalhos de conclusão de curso. Desta forma, objetiva-se responder ao seguinte problema: Como o estudo do comportamento de busca de informação dos estudantes de graduação pode contribuir para o desenvolvimento de ações de competência em informação visando potencializar o uso do Portal de Periódicos da CAPES?

Para responder a este questionamento, esta pesquisa tem como objetivo geral: identificar o comportamento de busca de informação dos alunos de graduação da área da Saúde da UFRN, visando estabelecer parâmetros para desenvolvimento de ações de competência em informação com ênfase no uso do Portal de Periódicos da CAPES.

Visando atingir o objetivo geral, foram elencados os seguintes objetivos específicos:

(17)

a) Verificar a forma de acesso, busca, avaliação e gerenciamento da informação realizada pelos alunos de graduação da área da saúde da UFRN no Portal de periódicos CAPES;

b) Alinhar o Framework para a Competência em Informação para o Ensino Superior (ACRL, 2016) ao uso do Portal de Periódicos da CAPES;

c) Propor ações de competência em informação visando melhorar o uso dos recursos disponibilizados pelo Portal de Periódicos da CAPES.

Pesquisas sobre Recuperação de Informação em bases de dados especializadas são atuais e relevantes, pois facilitam o acesso ao conhecimento científico de qualidade e a autonomia de usuários em suas pesquisas. Nesse sentido, é importante entender o comportamento dos usuários visando criar intervenções para o desenvolvimento de habilidades entre os pesquisadores, para que tenham a competência necessária para o uso das ferramentas disponíveis para a pesquisa.

Quanto à área de Gestão da Informação, este estudo contribuirá para o conhecimento e fortalecimento da relação entre o campo do comportamento informacional e o desenvolvimento de competências em informação, em diálogo com o processo de gestão da informação. De modo prático, a realização de estudos de comportamento informacional pode proporcionar o desenvolvimento de serviços voltados para os usuários que contribuam para o aproveitamento dos recursos disponibilizados pelas unidades de informação, assim como programas de desenvolvimento de competência em informação, que podem ser aplicados por meio de ações que venham a fortalecer o ensino, a pesquisa e a extensão.

Socialmente, esta pesquisa irá contribuir para o desenvolvimento da competência em informação entre alunos de graduação da área da saúde da UFRN, colaborando com seu crescimento acadêmico, pessoal e profissional. Contribuirá também para a implantação de ações para o desenvolvimento da competência em informação em bibliotecas, visto que no Brasil as discussões parecem mais enfatizar os aspectos teóricos acerca da temática, necessitando maior disseminação de práticas desenvolvidas no âmbito dessas unidades de informação.

Como contribuição institucional, este estudo promoverá um melhor aproveitamento das ferramentas de pesquisa disponibilizadas, o que influenciará de forma positiva o resultado dos trabalhos acadêmicos apresentados pelos alunos.

(18)

No aspecto pessoal, este trabalho justifica-se por contribuir para um melhor desempenho das minhas atividades enquanto bibliotecária, especialmente em relação às orientações dadas às pesquisas realizadas pelos usuários da biblioteca.

A dissertação está estruturada em nove seções, sendo a primeira responsável por introduzir a pesquisa, apresentando a problematização, os objetivos e as justificativas.

Na sequência, a segunda seção apresenta o papel da informação na sociedade pós-industrial e a importância da gestão da informação para a produção do conhecimento.

A terceira seção, por sua vez, aborda questões relacionadas ao comportamento informacional, à identificação das necessidades informacionais e aos modelos de comportamento de busca, processos fundamentais para o estudo da competência em informação.

A quarta seção trata da competência em informação, esclarecendo a origem e importância para a formação do indivíduo ao longo da vida, com enfoque na competência em informação aplicada aos estudantes do ensino superior.

A quinta seção é dedicada à caracterização das bases de dados e do Portal de Periódicos da CAPES, ambiente desta pesquisa.

A sexta seção apresenta o percurso metodológico, com a caracterização da pesquisa, do universo e da amostra dos participantes, os instrumentos para a coleta e análise de dados, assim como as questões éticas da pesquisa.

A sétima seção apresenta a caracterização do público pesquisado, a análise dos dados coletados e as sugestões de ações para o desenvolvimento da competência em informação no uso do Portal de Periódicos da CAPES.

A oitava seção propõe ações para o desenvolvimento da competência em informação na UFRN.

(19)

2 A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO

Na sociedade pós-industrial, a informação tem assumido um papel de destaque não só nas organizações, mas também na vida das pessoas. Barreto (1994) mencionou o papel da informação na evolução do homem e da sociedade:

A informação sintoniza o mundo. Como uma onda ou partícula, participa da evolução e da revolução do homem na formação em direção à sua história [...] A informação, quando adequadamente assimilada, produz conhecimento, modifica o estoque de informações do indivíduo e traz benefícios ao seu desenvolvimento e ao desenvolvimento da sociedade em que ele vive (BARRETO, 1994, p.1).

Vivemos o que é chamado hoje de Era da informação, visto que há uma quantidade gigantesca de informação sendo produzida e disseminada. Ela pode ser entendida como um período que envolve comunicação, criação e ação econômica, social, cultural e científica em um processo de interação, promotora da formação de redes e apresentadora da informação no centro da construção de conteúdo, cuja origem se deu a partir de crises da cultura capitalista do século XX e das revoluções da tecnologia (SILVA, 2017).

Essa era da informação tem como principal característica a explosão bibliográfica e documental, entre outras coisas, pelo uso do computador e, especialmente, pela criação da ARPANET, a rede de conexão da DARPA, Agência de Projetos de Pesquisa Avançada dos Estados Unidos, que culminou no surgimento da Internet por volta da década de 1950/60 (COELHO, 2014, p.15).

Em um contexto social, Felipe (2013) afirma que a informação perpassa grande parte das ações desenvolvidas pelos indivíduos nos mais diversos segmentos, seja na saúde, na educação, no trabalho, entre outros.

A informação é entendida por Nonaka e Takeuchi (1997, p.63) como insumo para o conhecimento quando indicam a informação como “um meio ou material necessário para extrair e construir o conhecimento”. Considerada como insumo para o conhecimento, é importante entender a diferenciação entre os dois termos, assim como entender a diferença entre dados e informação, termos que muitas vezes são utilizados como sinônimos.

Os conceitos de dado, informação e conhecimento são conceitos extremamente ligados e de difícil distinção, mas é possível identificar diferenças entre eles. Dados são brutos, desprovidos de sentido, a informação é um dado com sentido

(20)

atribuído pelo indivíduo, e o conhecimento é a informação em um contexto, com significado atribuído a partir de uma reflexão.

Para Davenport (1998), fazer a distinção entre dados, informação e conhecimento não é tarefa fácil, pois a informação envolve os outros dois termos. O autor define dados como:

Observações sobre o estado do mundo... a observação desses fatos brutos, ou entidades quantificáveis, pode ser feita por pessoas ou por uma tecnologia apropriada. Da perspectiva do gerenciamento da informação, é fácil capturar, comunicar e armazenar os dados (DAVENPORT, 1998, p.19).

Quanto à informação, ele afirma que “Pessoas transformam dados em informação, e é isso que torna difícil a vida dos administradores informacionais. Ao contrário dos dados, a informação exige análise”, outra característica da informação está na dificuldade de transferi-la com absoluta fidelidade. O conhecimento é definido como “a informação mais valiosa e, consequentemente, mais difícil de gerenciar. É valiosa precisamente porque alguém deu à informação um contexto, um significado, uma interpretação”. A informação funciona como uma conexão entre os dados brutos e o conhecimento que pode se obter (DAVENPORT, 1998, p.19).

Beluzzo (2017) destaca a informação com um valor inestimável, exigindo sistematização e organização para disponibilidade de uso imediato, à medida da necessidade. A autora relaciona a importância da informação para a sociedade contemporânea ao surgimento de um novo paradigma em torno de inovações tecnológicas:

Conhecimento e informação são considerados como componentes decisivos das principais atividades produtivas da sociedade contemporânea. As fronteiras entre as organizações se diluem e a informação passa a ter, cada vez mais, valor inestimável, exigindo sistematização e organização para disponibilidade de uso imediato e à medida da necessidade [...] A emergência de um novo paradigma, organizado em torno de inovações tecnológicas para a comunicação e a informação, tem possibilitado que a própria informação se torne produto e insumo do processo produtivo (BELUZZO, 2017, p.2) Observa-se, então, a necessidade de gerir a informação, acompanhar e nortear os processos que envolvem desde sua produção até o seu uso, não apenas nas organizações, mas também em um aspecto pessoal e acadêmico.

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Nesse sentido, destaca-se a importância da informação para a construção do conhecimento e, consequentemente, a importância da Gestão da informação (GI) para essa prática.

Desde a antiguidade, a gestão da informação é uma atividade humana básica. Com o desenvolvimento de tecnologias da informação, ela vem atraindo muitas atenções (MU, 2013). Na antiguidade, as pessoas transmitiam informações através de sinais de fumaça e, atualmente, os usuários de informação desenvolvem suas próprias coleções de informações em seus desktops, iPads e telefones inteligentes, tornando seu gerenciamento cada vez mais importante.

A Gestão da Informação, muitas vezes, é confundida com a Gestão de Tecnologias de Informação (TI). No entanto, ela é muito mais ampla, pois envolve os processos de organização, representação, armazenamento, busca, recuperação e uso da informação, tendo a TI como suporte para esses processos. De acordo com Detlor (2010), a TI desempenha um papel crítico na gestão da informação nas organizações, que deve ser entendido como meio técnico sobre o qual a informação está alojada e será acessada, recuperada, distribuída e utilizada.

Nas organizações, a gestão está cada vez mais voltada para a importância da informação, tanto interna quanto externa, uma vez que o uso estratégico da informação pode favorecer o alcance das metas estabelecidas por elas em seus planejamentos. Nesta perspectiva, a GI torna-se tão importante quanto a gestão dos recursos financeiros e humanos em uma empresa.

A GI é tratada por Davenport (1998) como um conjunto estruturado de atividades que definem o modo como as empresas determinam as exigências informacionais, obtêm, distribuem e usam a informação. Wilson (1997 apud MACEVIČIŪTĖ e WILSON, 2002), por sua vez, define a GI como a aplicação de princípios da administração na aquisição, organização, controle, disseminação e uso da informação que dê suporte a diferentes tipos de organizações.

Choo (2003) afirma que a gestão da informação é necessária para a aprendizagem organizacional e propõe um modelo que consiste em um conjunto de processos: identificação de necessidades de informação, aquisição da informação, organização e armazenamento da informação, desenvolvimento de produtos e serviços (centrados no cliente) e distribuição e uso da informação, com vista à criação de conhecimento e à tomada de decisão.

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Carvalho e Araújo Júnior (2014) compreendem a GI como um processo que busca agregar valor à informação, através dos mesmos mecanismos já identificados por outros autores, tais como seleção, análise, armazenamento e disseminação, visando ao uso da informação nas tomadas de decisão e nos processos organizacionais.

De acordo com Detlor (2010), a GI trata da gestão dos processos e sistemas que criam, adquirem, organizam, armazenam, distribuem e utilizam informações, tendo como objetivo auxiliar as pessoas e organizações no acesso, processamento e uso da informação, de forma eficiente e eficaz.

Entre a maioria dos estudos relacionados à GI, percebe-se que ela se dá em um aspecto organizacional, uma vez que a gestão da informação organizacional é fundamental para o uso estratégico da informação, como afirmam Santos e Damian (2017, p.2):

[...] em um contexto em que as organizações se deparam com um grande volume de informação e com a necessidade de usá-la como recurso estratégico, passa a ser importante selecionar informação de qualidade e que realmente possua valor. Diante deste cenário, torna- se necessário o desenvolvimento da gestão da informação e da competência em informação dos funcionários que necessitam gerenciá-las.

No entanto, em seu estudo Information management, já citado aqui, com o seu entendimento sobre GI, Detlor reconheceu três perspectivas da gestão da informação: a perspectiva Organizacional, Biblioteconômica e Pessoal (DETLOR, 2010):

• A perspectiva organizacional é a mais estudada e difundida, dada a sua importância para a competitividade entre as empresas. A GI organizacional trata do gerenciamento de todos os processos envolvidos no ciclo de vida da informação, com o objetivo de fortalecer a estratégia competitiva das organizações;

• Na perspectiva da biblioteca, ela é vista como a gestão de coleções de informação, a gestão de acervos, com o objetivo de permitir o acesso e a disseminação da informação contida nas coleções aos usuários, além de gerir a política de desenvolvimento de coleções das bibliotecas;

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• A perspectiva pessoal refere-se à gestão da informação de interesse do indivíduo e às práticas adotadas por ele para a gestão de suas informações pessoais, nos mais diversos aspectos, como profissional, acadêmico e social. A gestão da informação depara-se com um novo desafio, que é o de ser aplicada aos mais diversos ambientes da sociedade, objetivando promover o acesso e uso da informação certa à pessoa certa, de modo a atender às suas necessidades informacionais. Através dos processos ou etapas da GI, é possível otimizar o uso da informação para produção do conhecimento nos mais diversos ambientes.

O processo de produção do conhecimento científico tem origem na pesquisa científica e alimenta o desenvolvimento científico. Para seu estudo, é importante diferenciarmos o conhecimento científico de outros tipos de conhecimento, como o popular, religioso e filosófico.

Produzido segundo as normas da ciência, o conhecimento científico é organizado, metódico, sistemático, racional, claro, preciso e acumulativo, transmitido por meio de treinamento apropriado e conduzido através de procedimentos científicos. Ele explica por que e como os fenômenos ocorrem, tentando evidenciar os fatos que estão relacionados. Este tipo de conhecimento é real, pois lida com ocorrências ou fatos; contingente, porque suas proposições têm sua veracidade ou falsidade comprovada através de experiências; sistemático, visto que se trata de um saber ordenado logicamente; verificável, pois suas afirmações podem ser comprovadas; e falível, já que não pode ser absoluto e, devido a isto, é aproximadamente exato (MARCONI, LAKATOS, 2010).

Appolinário (2008) entende que, para que um conhecimento seja considerado científico, ele precisa atender a quatro condições básicas: a reaplicabilidade (possibilidade de reprodução do conhecimento quando se utiliza a mesma metodologia), a fidedignidade (tanto mais fidedigno quanto puder ser generalizado em outras condições de pesquisa), a generabilidade (ele deve poder ser aplicado a uma variada gama de condições naturais) e a falseabilidade (o conhecimento só será científico se puder ser falseável, por meios de demonstrar sua não validade).

Diante da complexidade do conhecimento científico, constata-se a importância da comunicação para a sua construção. Pois, para atender às condições básicas estabelecidas, o conhecimento precisa ser disseminado e tornado público, por intermédio da comunicação.

(24)

A comunicação científica viabiliza a construção do conhecimento, proporcionando aos pesquisadores o acesso às informações contidas em pesquisas já realizadas. Leite e Costa (2016) afirmam que a comunicação rápida, adequada e eficiente dos resultados de pesquisas, transformados em informação, influencia diretamente o desempenho dos institutos de pesquisas, que tem como função a geração de novos conhecimentos científicos.

“A produção de informações científicas e sua comunicação fazem parte de um sistema complexo, cujo funcionamento é essencial ao desenvolvimento do conhecimento científico” (REY, 1978, p. 4).

Nesse contexto, as universidades são inseridas como cenário para o desenvolvimento do conhecimento. De acordo com Gressler (2007), é consenso que a instituição própria para as atividades científicas é sem dúvida a universidade, onde vivem os profissionais de todas as manifestações da ciência e onde a pesquisa e a reflexão são os objetivos finais. Neste contexto, a biblioteca universitária tem papel fundamental, servindo como suporte para as pesquisas realizadas no meio acadêmico e possibilitando a disseminação do conhecimento produzido.

A biblioteca universitária é vinculada a uma instituição e Ensino Superior e tem a missão de apoiar as atividades de ensino, pesquisa e extensão. É um organismo vivo, em constante desenvolvimento, dividida em serviços básicos de aquisição, processamento técnico, referência e atendimento ao usuário, disponibilizando produtos e serviços de informação à comunidade acadêmica.

Segundo Nunes e Carvalho (2016), a biblioteca universitária ocupa lugar de destaque na sociedade atual devido a sua abrangência e ao papel que desempenha em prol do desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e social. As autoras afirmam que a biblioteca está diretamente relacionada à função da universidade na sociedade, configurando-se como catalisador e difusor do conhecimento científico advindo das contribuições dos pesquisadores, docentes e discentes.

A biblioteca é um espaço de difusão do conhecimento por excelência e tem evoluído com o passar do tempo para atender não apenas as necessidades de informação do público, como também no sentido de acompanhar as mudanças no campo das TIC, assim como as mudanças de nível comportamental dos usuários, cada vez mais conectados (NUNES; CARVALHO, 2016).

Ela tem o papel de permitir o acesso e a disseminação da informação contida em suas coleções aos usuários, além de possibilitar o acesso a fontes de pesquisa

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digitais. A biblioteca universitária é responsável pela disseminação do conhecimento científico produzido nas universidades, seja em meio analógico, com a disponibilização dos trabalhos acadêmicos no acervo físico da biblioteca, seja por meio da disponibilização dos trabalhos em repositórios digitais.

Por isso, é importante que a biblioteca conheça os seus usuários e o modo como eles se comportam no momento da busca por informações para a produção de trabalhos acadêmicos. Esta compreensão se dá exatamente por meio do estudo do comportamento informacional, tema abordado na próxima seção.

(26)

3 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL

Durante o paradigma custodial, no qual a preocupação com a informação era centrada em sua organização e conservação para guarda, os estudos de usuários tinham uma abordagem tradicional, uma visão de pesquisa voltada para o uso da informação, o suporte e as ferramentas de busca, visando quantificar o uso.

De acordo com Cunha, Amaral e Dantas (2015), a abordagem tradicional se caracterizava por estudos voltados ao sistema, com enfoque no suporte, nas tecnologias, com base em dados quantitativos, como o número de empréstimos, de consultas ou de visitantes em uma biblioteca.

No início dos anos de 1980, surgiu uma nova abordagem voltada para o usuário da informação, cujo olhar estava voltado para as necessidades, hábitos e formas de buscar informação, levando em conta o contexto no qual ele estava inserido (CUNHA; AMARAL; DANTAS, 2015). Neste cenário, os estudos de comportamento informacional procuram entender o comportamento adotado pelo indivíduo no processo de busca da informação, para que a busca atenda às suas necessidades informacionais.

O comportamento informacional é uma das áreas de investigação da Ciência da Informação e visa, de forma geral, identificar os fatores que geram a necessidade de informação, as etapas do processo de busca, os elementos que influenciam este comportamento e a finalidade com a qual o usuário utiliza a informação obtida (CASARINI, OLIVEIRA, 2012).

O estudo sobre o comportamento informacional visa à compreensão dos processos apresentados pelo indivíduo ao buscar alguma informação, sendo que “acontece quando alguém percebe que o estado atual de conhecimento possuído é menor que o necessário para lidar com alguma questão (ou problema). O processo termina quando esta percepção não mais existe” (KRIKELAS 1983 apud BOHMERWALD, 2005, p.97).

Segundo Wilson (1999), as pesquisas sobre comportamento informacional têm ocupado cientistas da informação desde antes de o termo "ciência da informação" ser cunhado. A origem deste termo pode estar na Conferência de Informação Científica da Royal Society, de 1948, quando vários artigos sobre o comportamento da informação de cientistas e tecnólogos foram apresentados.

(27)

Naquela época, o termo “comportamento informacional” não foi utilizado nos artigos que tratavam sobre o uso de documentos e bibliotecas, mas as origens são claramente de comportamento. Dessa forma, Wilson (1999) afirma que o comportamento informacional surgiu antes mesmo de a expressão “ciência da informação” ser cunhada por Chris Hanson, desde a Royal Society Conference. Literalmente, milhares de trabalhos e relatórios de pesquisa foram produzidos sobre as necessidades do usuário, assim como o comportamento de busca de informações. Em seu estudo, Wilson (1999) entende o comportamento informacional como parte do comportamento humano, o campo mais geral de investigação, englobando o comportamento de busca de informação que, por sua vez, compreende o subcampo do comportamento de busca em sistemas de informação (Figura 1).

O comportamento informacional pode ser definido como o campo mais geral de investigação, com o comportamento de busca de informações sendo visto como um subconjunto do comportamento informacional, particularmente preocupado com a variedade de métodos que as pessoas empregam para descobrir e obter acesso para recursos de informação; e o comportamento de busca em sistemas de informação sendo definido como um subconjunto de busca de informações, particularmente preocupado com as interações entre o usuário da informação (com ou sem um intermediário) e os sistemas de recuperação de informação (WILSON, 1999, p. 263, tradução nossa).

Figura 1 - Comportamento de busca informacional proposto por Wilson (1999).

Fonte: Adaptação de Wilson (1999,p.263). Comportamento informacional Comportamento de busca de informação Comportament o de busca em sistemas de informação

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De acordo com Santos e Caldas (2016), o comportamento informacional trata do comportamento adotado pelo indivíduo ao identificar uma lacuna em seu conhecimento:

O comportamento informacional pode ser entendido como o processo de busca e utilização da informação, por parte do indivíduo, quando este se depara com uma lacuna de conhecimento, e age no sentido de buscar informações para suprir essa falha. (SANTOS; CALDAS, 2016, p.93)

O comportamento informacional pode ser entendido como o posicionamento assumido por um indivíduo no processo de buscar informações que preencham uma lacuna em seu conhecimento. Esse processo é finalizado quando a informação é utilizada para atender à necessidade inicial. Desta forma, a necessidade informacional, assim como a busca e o uso da informação, é um elemento inerente ao estudo do comportamento informacional.

3.1 NECESSIDADE INFORMACIONAL, COMPORTAMENTO DE BUSCA E USO DA INFORMAÇÃO

A necessidade de informação é algo subjetivo, atrelado a um indivíduo que, em determinado momento, necessita de informação para continuar sua pesquisa, seu raciocínio ou a execução de uma tarefa. Diversos autores fazem menção a esta questão quando utilizam a expressão “necessidade informacional”.

Wilson (1981) afirma que a necessidade informacional é uma experiência subjetiva e a classifica em três categorias:

• Necessidades fisiológicas (como a necessidade de alimento, água, abrigo, etc.);

• Necessidades afetivas (também chamadas de necessidades psicológicas ou emocionais, como a necessidade de realização);

• Necessidades cognitivas (necessidade de planejar, aprender uma habilidade, etc.).

Estas categorias são inter-relacionadas e uma necessidade pode desencadear outra. No intuito de suprir estas necessidades, o indivíduo assume um comportamento de busca de informações. O autor supracitado sugere não mais tratar de “necessidades de informação”, mas sim falar em “satisfação de necessidades” (WILSON, 1981).

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Cooper (apud MARTINE-SILVEIRA E ODONE, 2007), em 1971, afirmou que a necessidade informacional é um estado psicológico e, embora não observável diretamente, existe, ao menos, na mente do usuário.

Já Dervin (1983 apud CUNHA, AMARAL e DANTAS, 2015), em seu modelo Sense-Making, busca a construção do significado ou sentido. No momento em que o indivíduo encontra uma lacuna (uma descontinuidade), a ausência de sentido/significado para si, surge a necessidade de informação para a criação de um novo significado.

Desta forma, ao entender a necessidade de informação como algo tão subjetivo, centrado no indivíduo, em suas necessidades básicas, pode-se afirmar o quanto é complexo o processo de busca, visto que tem como objetivo satisfazer as necessidades do indivíduo em seu contexto, por exemplo, para a produção do conhecimento científico.

A identificação da necessidade informacional é um dos aspectos do comportamento informacional que aborda ainda o comportamento de busca e uso da informação na produção do conhecimento.

Para Gonzales Teruel (2005, p.67 Apud MALHEIROS, p. 26), a busca de informação pode ser definida como uma “sucessão de etapas pelas quais um indivíduo passa no momento em que sente uma carência informativa, que impele a resolver um problema, até que utiliza essa informação para a resolução do dito problema”.

Choo (2003) afirma que as pessoas buscam informações que possam modificar seu estado de conhecimento, e esta busca é realizada sob influência de seu nível cognitivo, afetivo e situacional. Assim, o comportamento de busca é iniciado quando o indivíduo já identificou uma lacuna em seu conhecimento, uma necessidade informacional. A partir desse ponto, ele irá identificar estratégias e fontes para buscar a informação. Na sociedade contemporânea, esse processo está pautado no uso das TIC, o que exige habilidades específicas para lidar com as ferramentas disponíveis.

O uso da informação se efetiva no momento em que o indivíduo conclui que a informação adquirida realmente atende à sua necessidade ou não. De acordo com Santos e Caldas (2016), o uso da informação possibilita ao usuário julgar se suas necessidades foram satisfeitas ou se é preciso recorrer a uma nova busca.

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3. 2 MODELOS DE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL

Diversos modelos de comportamento informacional foram propostos por pesquisadores a partir de suas teorias, para a compreensão do comportamento adotado pelas pessoas nos processos de busca e uso da informação, visando suprir suas necessidades informacionais. Santos e Caldas (2016) trazem um quadro resumo (Quadro1) das principais características dos modelos de comportamento informacional:

Quadro 1 - Modelos de Comportamento Informacional.

MODELOS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Belkin (1980) - Estado Anômalo do Conhecimento

Analisa como a pessoa busca informação quando seu estado de conhecimento é deficiente ou incompleto, mas não consegue definir o que falta nem expressar adequadamente suas necessidades.

Brenda Dervin (1983) –SenseMaking Estuda o uso da informação na perspectiva do ator, não do observador. É a forma como as pessoas criam significado ao mundo no processo de busca e uso da informação, criando significado a cada movimento. É representado pelo trinômio: situação – lacuna – uso (DERVIN, 1992).

Robert Taylor (1986) - Valor Agregado Estudo centrado na percepção do usuário sobre a utilidade e o valor do sistema de informação. É o processo pelo qual o usuário busca a informação, transformando dados em informações úteis, que podem ser usadas para esclarecer, informar e orientar suas decisões (CHOO, 2006).

Wilson (1981) A busca da informação decorre da percepção de uma necessidade pelo usuário e pode ser realizada em fontes diversas. O uso da informação pode ou não satisfazer uma necessidade. No processo de busca, podem surgir barreiras. As necessidades provêm da vida social do indivíduo (WILSON, 1981).

Ellis (1989) A busca envolve aspectos cognitivos; é voltada aos sistemas de recuperação de informação e apresenta seis características. Preocupa-se com a forma de agir do indivíduo para obter o que necessita, sem envolver sentimentos (CRESPO e CAREGNATO, 2003).

Kuhlthau (1991) ISP (Information Search Process)

Baseia-se na observação de padrões de comportamento comuns de busca de informações de usuários de bibliotecas. Divide o processo de busca em seis estágios, de forma encadeada e linear, com sentimentos comuns a cada estágio. É centrado no indivíduo (CRESPO e CAREGNATO, 2003).

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Um modelo que merece destaque é o de Wilson, pois passou por adaptações e identificou barreiras que podem dificultar os processos desenvolvidos pelos indivíduos na busca por informação. Atualmente, com o avanço tecnológico, as barreiras podem estar relacionadas à falta de habilidade em utilizar recursos disponíveis para a busca de informação, ou ainda à falta de habilidades cognitivas para a compreensão e assimilação das informações recuperadas nas diversas fontes de informação disponíveis.

Wilson desenvolveu seu primeiro modelo de comportamento informacional em 1981 (Figura 2), no qual alertou para o cuidado na identificação de uma necessidade informacional, podendo ser oriunda de necessidades básicas, classificadas como fisiológicas, cognitivas ou afetivas (CUNHA, AMARAL e DANTAS, 2015).

Nesse modelo, identificou também as barreiras que podem ser encontradas pelos usuários ao tentar satisfazer suas necessidades de informação (MATTA, 2010). A partir de então, foi introduzida a ideia de contexto pessoal, ambiental e função social, os quais originam uma necessidade de informação e, consequentemente, o comportamento de busca de informação (SILVA, 2017).

Figura 2 - Primeiro modelo de Wilson.

Fonte: Cunha, Amaral e Dantas (2015, p.85).

Em 1999, em um estudo em parceria com Christina Walsh, o autor propôs uma revisão do modelo proposto em 1981 (Figura 2), por perceber que este

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considerava apenas aspectos implícitos, desconsiderando os impactos que o contexto externo poderia ter sobre as pessoas.

Desta forma, o modelo revisado (Figura 3) “pode ser descrito como um modelo de macro ou um modelo do comportamento bruto de busca de informações e sugere como as informações precisam surgir e o que pode impedir a busca real de informações” (WILSON, 1999, p. 252).

Portanto, o modelo revisado de Wilson, além de manter o foco no comportamento do usuário, passou a tratar as barreiras como variáveis interferentes no processo de busca por informação (MATTA, 2010; CUNHA, AMARAL, DANTAS, 2015).

Figura 3 – Modelo de Wilson revisado.

Fonte: Wilson (1999, p.252).

Com o entendimento de o comportamento informacional ser adotado pelo indivíduo no momento da busca por informação, entende-se também sua subjetividade, por estarem atreladas a cada indivíduo, com suas experiências, preferências e particularidades, as quais podem implicar em barreiras na recuperação da informação.

Este trabalho enfatiza o estudo do comportamento de busca de informação em um sistema de informação, no caso o Portal de Periódicos da CAPES, para o desenvolvimento de ações de competência em informação. Desse modo, a próxima seção se debruça nas premissas conceituais referentes à competência em informação.

(33)

4 COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO

Com o avanço tecnológico e a facilidade de acesso às fontes de informação, sejam científicas ou não, as pessoas precisam cada vez mais desenvolver habilidades para lidar com a informação, as quais são estudadas na Ciência da Informação a partir dos estudos de competência em informação.

A expressão “competência em informação” é uma das traduções para a expressão information literacy que, de acordo com Fonseca e Spudeit (2016), surgiu nos Estados Unidos, na década de 1970, e foi traduzida em várias línguas. Na Espanha, o termo empregado foi alfabetización informacional; em Portugal, literacia informacional; no Brasil, já foi chamada de habilidades informacionais, alfabetização informacional, letramento informacional, competência em informação e competência informacional.

Nesta dissertação, o termo selecionado foi competência em informação (CoInfo), expressão também adotada pela UNESCO no documento Overview of information literacy resources worldwide (HORTON, 2013, p. 31).

A competência em informação tem origem a partir da menção realizada pelo bibliotecário americano Paul Zurkowski em um relatório intitulado The Information Service Environment Relathionships and Priorities, no qual mencionava que:

Pessoas instruídas, na aplicação dos recursos informacionais em ambientes de trabalho, poderiam ser denominadas competentes em informação, já que elas aprendem técnicas para utilizar uma ampla gama de recursos informacionais visando à resolução de problemas (ZURKOWSKI, 1974 apud MATA; CASARIN; MARZAL, 2016, p. 286). A propagação do tema foi crescendo e dando origem a novos estudos, no entanto, apesar de o tema estar em evolução, nota-se que ainda há muito a ser feito, principalmente no que se refere a uma maior divulgação nas instituições de ensino, tanto para o público docente quanto para o discente.

Apesar de ter surgido a partir de estudos sobre a educação de usuários, a competência em informação é mais ampla e não se restringe ao ambiente de biblioteca. De acordo com Mata, Casarin e Marzal (2016), ela abrange as fontes de informação disponíveis em diversos suportes e armazenadas nos mais diversos ambientes, considerando as habilidades e atitudes que os indivíduos podem

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desenvolver quanto ao uso da informação, agregando valores à sua formação e ao seu aprendizado.

A American Library Association – ALA (Associação de Bibliotecas Americanas) (1989) afirmou que, na chamada sociedade da informação, todas as pessoas devem ter o direito a informações que possam melhorar suas vidas. Diante de um grande volume de informações, elas precisam ser capazes de obter informações específicas para atender a uma ampla gama de necessidades pessoais e comerciais.

Para promover a independência econômica e a qualidade de existência, há uma necessidade constante ao longo da vida de estar informado e atualizado. A ALA foi fundamental para a disseminação da information literacy, e é dela um dos conceitos mais citados nas pesquisas sobre competência em informação:

Para ser competente em informação, a pessoa deve ser capaz de reconhecer quando precisa de informação e possuir habilidade para localizar, avaliar e usar efetivamente a informação [...]. Em última análise, pessoas competentes em informação são aquelas que aprenderam a aprender. Elas sabem como aprender, pois sabem como o conhecimento é organizado, como encontram a informação e como usá-la de modo que outras pessoas aprendam a partir dela (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 1989, p. 1).

A competência em informação, de acordo com a Association of College and Research Libraries – ACRL (Associação de Bibliotecas Universitárias e de Pesquisa) (2000) pode ser entendida como um conjunto de habilidades que dão ao indivíduo a capacidade de reconhecer quando uma informação é necessária, além de localizar, avaliar e usar essa informação de forma efetiva, sendo base da aprendizagem ao longo da vida.

Nesta perspectiva, a CoInfo é comum a todas as disciplinas, todos os ambientes de aprendizagem e níveis de ensino, e ela faz com que o indivíduo tenha mais autonomia sobre sua própria aprendizagem (ACRL, 2000).

A ACRL é uma subdivisão da ALA que se dedica, de forma ativa, aos estudos sobre a competência em informação e dá suporte à implementação de programas educacionais no ensino superior, visando melhorar a aprendizagem, o ensino e a pesquisa (SANTOS, 2011).

A ACRL, em 2016, atualizou seu conceito de competência em informação, definindo-a como:

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um conjunto de capacidades integradas que englobam a descoberta reflexiva da informação, a compreensão de como a informação é produzida e valorizada e o uso da informação na criação de novos conhecimentos e na participação ética nas comunidades de aprendizagem (ACRL, 2016, p. 3)

Vários conceitos sobre a competência em informação podem ser encontrados na literatura. Santos (2010), em seu estudo, destacou conceitos de autores nacionais e estrangeiros considerados de maior relevância na área (Quadro 2).

Quadro 2 – Conceitos de competência em informação.

AUTORES ESTRANGEIROS

AUTOR CONCEITO

ZURKOWSK I (1974 apud HATSCHBACH, 2002)

Pessoas treinadas para a utilização de fontes de informação em seu trabalho podem ser chamadas de “competentes em informação” (information literates). Elas aprendem técnicas e habilidades para lidarem com um grande número de ferramentas informacionais, bem como com fontes primárias, para encontrarem informação visando à solução de seus problemas.

BURCHINAL (1976

apud HATSCHBACH,

2002)

Ser competente em informação requer uma série de novas habilidades, incluindo como localizar e usar a informação necessária para a solução de um problema e para a tomada de decisão eficiente e efetivamente. TAYLOR; GARFIELD

(1979

apud

DUDZIAK, 2003)

O domínio de técnicas e habilidades de uso das ferramentas informacionais na modelagem de soluções para os problemas.

BREIVIK (1989

apud

DUDZIAK, 2003)

Um conjunto de habilidades (estratégias de pesquisa e avaliação), conhecimentos de ferramentas e recursos, desenvolvidos a partir de determinadas atitudes.

KUHLTHAU (1989

apud

HATSCHBACH, 2002)

A information literacy não é apenas uma questão de possuir habilidades. Mas, sobretudo, uma maneira de aprender: a busca de informação é um processo de construção que envolve a experiência de vida, os sentimentos, bem como os pensamentos e as atitudes de uma pessoa.

DOYLE (1990

apud

DUDZIAK, 2003)

Um conjunto integrado de habilidades, conhecimentos e valores ligados à busca, acesso, organização, uso e apresentação da informação na resolução de problemas, utilizando, para tanto, o pensamento crítico.

SHAPIRO; HUGUES (1996

apud HATSCHBACH,

2002)

A Information Literacy é uma nova área de estudo que engloba tanto o conhecimento sobre como usar computadores e acessar informação quanto acerca da reflexão crítica sobre a natureza da informação, sua

(36)

infraestrutura técnica e seu impacto no contexto sociocultural-filosófico.

ORTOLL (2003) A competência informacional é constituída por um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que capacitam e permitem aos indivíduos interagir, de forma efetiva, com a informação; seja para a resolução de problemas, a tomar decisões ou o aprendizado ao longo da vida.

AUTORES NACIONAIS

AUTOR CONCEITO

HATSCHBACH (2002) A “Competência em Informação” é uma área de estudos e de práticas que trata das habilidades acerca do uso da informação em relação à sua busca, localização, avaliação e divulgação, integrando a utilização de novas tecnologias e a capacidade de resolução de problemas de informação.

DUDZIAK (2003) É o processo contínuo de internalização de fundamentos conceituais, atitudinais e de habilidades necessárias à compreensão e interação permanente com o universo informacional e sua dinâmica, de modo a proporcionar um aprendizado ao longo da vida.

MIRANDA (2004) Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionadas que afeta parte considerável da atividade de alguém; relaciona-se com o desempenho, pode ser medido segundo padrões preestabelecidos e pode ser melhorado por meio de treinamento e desenvolvimento. BELLUZZO (2005) Procedimento contínuo de interação e internalização da

compreensão da informação e de sua abrangência, em busca da fluência e das capacidades necessárias para a geração de conhecimentos novos e sua aplicabilidade no cotidiano das pessoas e das comunidades ao longo da vida.

LAU (2007) É um conjunto de destrezas que pode ser aprendido. Isso inclui atitude certa para a aprendizagem em si mesmo; uso de ferramentas como os tutoriais em linha; o uso de técnicas, como o trabalho com grupos; e o uso de métodos, como confiar nos orientadores, treinadores e mediadores. Em contrapartida, a aprendizagem permanente é um bom hábito, que deve ser adquirido e acompanhado por uma atitude positiva. A disposição para mudar e uma curiosidade para o conhecimento são condições prévias de grande ajuda para a aprendizagem permanente.

(37)

Diante de tantos conceitos, observa-se que eles convergem no entendimento de que a competência em informação pode ser adquirida e se refere ao desenvolvimento de habilidades para identificar uma necessidade informacional, identificar as fontes e os meios para o acesso à informação necessária, assimilando-a e assimilando-apropriassimilando-ando-se delassimilando-a, de modo assimilando-a gerassimilando-ar conhecimento e assimilando-aplicassimilando-ação práticassimilando-a.

Dudiziak (2003) apresenta a competência em informação como um processo desenvolvido ao longo da vida, cujo objetivo é formar indivíduos que:

• Saibam determinar a natureza e a extensão de sua necessidade de informação como suporte a um processo inteligente de decisão; • Conheçam o mundo da informação e sejam capazes de identificar

e manusear fontes potenciais de informação, de forma efetiva e eficaz;

• Avaliem criticamente a informação, segundo critérios de relevância, objetividade, pertinência, lógica e ética, incorporando as informações selecionadas ao seu próprio sistema de valores e conhecimentos;

• Usem e comuniquem a informação, com um propósito específico, individualmente ou como membro de um grupo, gerando novas informações e criando novas necessidades informacionais;

• Considerem as implicações de suas ações e dos conhecimentos gerados, observando aspectos éticos, políticos, sociais e econômicos, extrapolando para a formação da inteligência;

• Sejam aprendizes independentes (DUDZIAK, 2003, p.28).

A referida autora caracteriza a competência em informação como um processo de aprendizado transdisciplinar, contínuo, que envolve informação, conhecimento e inteligência e incorpora um conjunto de habilidades, conhecimentos, valores pessoais e sociais, os quais são utilizados na resolução de problemas ou na tomada de decisão.

Essa ideia também foi mencionada por Belluzzo (2005) ao tratar a competência em informação como um processo contínuo para a geração do conhecimento ao longo da vida das pessoas:

A competência em informação constitui-se em processo contínuo de interação e internalização de fundamentos conceituais, atitudinais e de habilidades específicas como referenciais à compreensão da informação e de sua abrangência, em busca da fluência e das capacidades necessárias à geração do conhecimento novo e sua aplicabilidade ao cotidiano das pessoas e das comunidades ao longo da vida (BELLUZZO, 2005, p. 38 apud FARIAS, BELLUZZO, 2017, p. 118).

Belluzzo, Kobayashi e Feres (2004) afirmam que a competência em informação está ligada ao aprendizado e à capacidade de criar significado a partir da

(38)

informação, sendo uma condição indispensável para que as pessoas saibam “aprender a aprender” e, assim, realizem o “aprendizado ao longo da vida”.

Neste sentido, as autoras citam Bruce (1997, p. 1) que entende que:

[...] o acesso e o uso crítico da informação e da tecnologia da informação são absolutamente vitais para a formação permanente [...] e ninguém pode se considerar intelectualmente preparado se não for competente em informação (BRUCE, 1997 apud BELLUZO; KOBAYASHI; FERES, 2004, p. 87).

A partir dessas perspectivas conceituais, é necessário compreender como as habilidades para a competência em informação podem ser desenvolvidas no ensino superior, discussão apresentada na próxima subseção.

4.1 COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR

Os estudantes do ensino superior, no decorrer de seu percurso acadêmico, se deparam com situações de necessidade informacional, nas quais precisam ter habilidades para tomar atitudes adequadas para a busca por informações que contribuam para o desenvolvimento de suas pesquisas, com a capacidade de usá-las para a construção de novos conhecimentos.

Desta forma, a competência em informação, no ensino superior, ensinará o estudante a aprender, construir conhecimentos de forma crítica e contínua, contribuindo para sua formação social, acadêmica e profissional. Por isso, é importante que as instituições de ensino superior preparem cidadãos informados, capazes de buscar um aprendizado contínuo ao longo de suas trajetórias acadêmicas e profissionais. É importante integrar a competência em informação aos projetos pedagógicos dos cursos de graduação, de modo que a competência para acessar, selecionar, organizar e utilizar as informações disponíveis seja desenvolvida (PEREIRA, 2017).

De acordo com Hatschbach e Olinto (2008), os estudantes têm sido o público-alvo das ações da CoInfo. No entanto, como não formam uma amostra homogênea, uma vez que representam várias idades, habilidades, comportamentos frente ao uso da informação, experiências com recursos tecnológicos, entre outras características, constituem um grande desafio para a área.

(39)

Apesar do desafio, os autores chamam a atenção para a importância do desenvolvimento da competência em informação entre os alunos:

O desenvolvimento de habilidades para o uso da informação tem um grande impacto no desempenho do estudante, pois fortalece sua capacidade de acessar, selecionar, avaliar e incorporar a informação. Essa competência vai agir ativamente no processo de assimilação, criação e transmissão do conhecimento, elementos-chave para o crescimento intelectual (HATSCHBACH; OLINTO, 2008, p. 26). Conforme Farias e Belluzzo (2017), o ensino superior deve formar pessoas críticas e reflexivas capazes de contribuir para o desenvolvimento econômico e social. Neste sentido, a competência em informação se faz elemento indissociável do ensino, pois ela permite que o aluno desenvolva habilidades críticas, criativas e reflexivas.

AACRL (2000), baseada em seu conceito de competência, elaborou o Information Literacy Competency Standards for Higher Education (Anexo A), no qual estabeleceu padrões de competência em informação para estudantes do Ensino Superior. O documento é composto por cinco padrões e 22 indicadores, relacionados às habilidades necessárias para um indivíduo ser considerado competente em informação (Quadro 3).

Quadro 3 – Padrões e indicadores da competência em informação no Ensino Superior.

Padrão 1 - Determinar a natureza e o nível da necessidade de informação

1.1 – Definir e articular necessidades de informação;

1.2 – Identificar uma variedade de tipos e formatos de fontes potenciais de informação; 1.3 – Considerar a relação custo-benefício na aquisição da informação necessária; 1.4 – Reavaliar a natureza e a extensão da informação necessária

Padrão 2 – Acessar a informação efetiva e eficientemente

2.1 – Selecionar o método investigativo ou o sistema de informações mais apropriado para acessar a informação necessária;

2.2 – Construir e implementar estratégias de pesquisa efetivamente planejadas; 2.3 – Recuperar informação on-line ou pessoalmente utilizando uma variedade de métodos;

2.4 – Refinar a estratégia de busca se necessário;

2.5 – Extrair, registrar e gerenciar a informação e suas fontes.

Padrão 3 – Avaliar criticamente a informação e suas fontes, incorporando a informação selecionada aos seus conhecimentos básicos e aos seus sistemas de

valores

3.1 – Resumir as ideias principais a serem extraídas da informação reunida;

3.2 – Articular e aplicar critérios iniciais para avaliar tanto a informação quanto suas fontes;

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