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RESUMO-PROCPENAL-PROVAS

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Academic year: 2021

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PROVAS

Provar significa demonstrar, reconhecer, formar juízo de.

Juridicamente, a prova é a demonstração que se faz, pelos meios legais, da existência ou veracidade de um fato material ou de um ato jurídico, em virtude da qual se conclui por sua existência ou se afirma a certeza a respeito da existência do fato ou do ato demonstrado. Objeto:

Provam-se os fatos, o direito o juiz já conhece. São objeto de prova todos os fatos, acontecimentos, coisas e circunstâncias relevantes e uteis para forçar a convicção do julgador acerca do fato ocorrido, para que ele possa solucionar a lide.

Não precisam ser provados:

 Fatos inúteis para a apuração da causa  Fatos notórios (sabidos por todos)

 Fatos em relação aos quais existe presunção legal

Os fatos incontroversos (admitidos e aceitos por ambas as partes) precisam ser provados, pois no processo penal vigora o princípio da verdade real, não podendo o juiz aceitar certos fatos como verdadeiros apenas porque ambas as partes admitiram.

Meios de prova:

Pode servir de prova tudo aquilo que seja útil para a apuração da verdade real. O CPP enumera alguns meios de prova, mas tal enumeração não é taxativa, podendo servir de prova quaisquer outros meios não previstos na lei (provas inominadas).

São meios usuais de provas as perícias, o interrogatório, a confissão, as testemunhas, os documentos, etc.

Não há hierarquia entre as provas.

Em regra todas as provas são admissíveis, salvo se forem produzidas por meio ilícito (provas ilícitas).

Ônus da Prova:

É de quem alega (quem alega prova).

O juiz pode determinar prova de ofício – busca da verdade real

Cabe às partes fazer a prova do alegado, mas o juiz pode determinar provas de ofício em razão da busca da verdade real. Arts. 155-157 CPP.

Sistemas de valoração das provas:

Sistema das provas irracionais (sistema ordálio): Adotado na Antiguidade. A decisão acerca da veracidade dos fatos era entregue ao sobrenatural (ex: submissão do acusado a segurar

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ferro em brasa, que deveria ser seguro sem produzir queimadura, o que provaria sua inocência).

Sistema da prova legal (ou da certeza moral do legislador): A lei atribui a cada prova um valor, não podendo o juiz desvincular-se de tais parâmetros. Neste sistema, “a confissão é a rainha das provas” permitindo-se, para tanto, inclusive a tortura. Fazia parte do sistema inquisitório em que todas as funções processuais eram concentradas em uma só pessoa. Vigorou durante as inquisições.

Sistema da íntima convicção (livre convencimento imotivado): A lei atribui ao julgador a liberdade para avaliar as provas, não precisando fundamentar sua decisão. Vigora atualmente apenas no julgamento por júri.

Sistema da livre convicção do juiz motivada: O livre convencimento motivado é adotado pelo CPP (art. 157). O juiz deve sopesar todas da provas existentes nos autos, formulando livremente seu convencimento, que, no entanto, deve fazer-se acompanhar de motivação.

Classificação das provas:

 Quanto ao valor: Plena ou não plena (não justifica condenação, ex: indício)

 Quanto à natureza: Direta (sobre o próprio fato) ou indireta (sobre fatos correlatos)  Quanto à origem: Originária (não há intermediários entre a prova e o fato; ex:

testemunha presencial) ou derivada (há intermediação; ex: testemunho do testemunho)

 Quanto ao sujeito: Real (sobre objetos) ou pessoal (sobre pessoas)

 Quanto à forma: Documental (documentos) ou material (exames, vistorias, perícias, instrumentos do crime, etc)

Prova emprestada:

Colhida em uma ação e transportada para outro processo, no qual será utilizada. Para alguns é válida somente quando se destina a gerar efeito contra uma das partes do processo

originário no qual foi produzida, pois afirma-se que, em caso contrário, haveria violação do princípio do contraditório.

Perícia:

 É o exame realizado por pessoa com conhecimento específico sobre matéria técnica útil para o deslinde da causa, destinado a instruir o julgador.

 Laudo pericial = documento elaborado pelos peritos com base no que por eles foi observado.

 A perícia pode ocorrer na fase do inquérito ou durante o processo, por determinação da autoridade policial (art. 6º, VII) ou do juiz (de ofício ou a requerimento).

 Não viola o contraditório a realização de perícia durante o inquérito e não repetida em juízo.

 É nulo o exame pericial realizado por apenas 1 perito (Súm. 361 STF). A perícia precisa ser realizada por 2 peritos (art. 159).

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 Corpo de delito são os vestígios, as alterações materiais deixadas pela infração penal.  Nos crimes que deixam vestígios o exame de corpo de delito é indispensável, sob

pena de nulidade (art. 564, III, b). Se a infração deixou vestígio e a perícia não foi feita a prova é nula, devendo o réu ser absolvido.

 A perícia é feita por perito oficial (portador de diploma de curso superior e de diploma de perito habilitado – a habilitação só passou a ser obrigatória após a Lei

11.690/2008)

 O exame de corpo de delito não pode ser suprido pela confissão (art. 158)

 Se os vestígios desapareceram (a perícia - exame de corpo de delito - não é mais possível), poderá ser suprido por prova testemunhal (167). Se não houver

testemunhas, impõe-se a absolvição.

 Exame direto = realizado sobre a pessoa ou coisa objeto da ação delituosa

 Exame indireto = realizado sobre dados paralelos (ex: ficha médica do paciente ou depoimento de testemunha)

 Exame complementar = feito para complementar ou substituir outro

Interrogatório:

 Falta injustificada em interrogatório é causa de nulidade (185-196)

 Se o interrogatório não foi feito no momento adequado (em regra, no início do processo), pode ser feito a qualquer tempo até a sentença.

 Pode ser renovado, se necessário.

 Réu preso é interrogado em sala própria da prisão.

 Pode se dar por videoconferência, se necessário (art. 185, L. 11.900/2009).

 No final do interrogatório o juiz consulta as partes para saber se existe algum fato a ser esclarecido, formulando perguntas para o interrogado (188)

 No caso de citação por edital, só ocorre interrogatório se o interrogado comparecer (363, §4º, L. 11.719/08)

 Direito ao silêncio = o preso tem o direito de permanecer calado e o direito a advogado, de acordo com o artigo 5o, LXIII, CR/88. O silêncio é uma garantia

constitucional.O art. 186 do CPP trata da advertência que o juiz fará ao réu que não é obrigado a responder as perguntas, mas que o silêncio poderá ser interpretado em prejuízo da própria defesa.

 Confissão = se o réu confessa a autoria do crime, o juiz ainda precisará saber de outras informações (motivos, circunstâncias, etc), por disposição legal, para uma condenação, não bastando a confissão para a condenação.

 Serão interrogados (após a qualificação) os acusados que (art. 185): forem presos; comparecerem espontaneamente; comparecerem em virtude de intimação.

Confissão:

 O réu reconhece a autoria dos fatos que lhe são imputados.  Tem o mesmo valor que qualquer outra prova.

 Deve ser confrontada com outros elementos dos autos.  Não supre o exame de corpo de delito (158)

 O silencio do réu não implica confissão (o réu não pode ser prejudicado por seu silencio) – ele tem o direito de não produzir prova contra si mesmo (52, LXIII CF; 186, § ún CPP)

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o Retratável = o réu pode volta atrás a tudo que disse, e o juiz decidirá onde se encontra a verdade

o Divisível = pode ser aceita ou repudiada pela outra parte  Pode ser:

o Expressa ou tácita o Judicial ou extrajudicial

 Judicial = perante o juiz

 Extrajudicial = no inquérito ou em declaração escrita – deve ser convalidada pelo juiz

 Confissão extrajudicial (durante o inquérito) – mesmo que retratada depois, em juízo, permanece válida, se em harmonia com os demais elementos.

 Confissão qualificada = para fundamentar excludente de ilicitude ou culpabilidade

Prova testemunhal:

 Em regra, a testemunha não pode se recusar a depor  Para não comparecer deve ter motivo justificado (sob pena de multa, crime de desobediência, responsabilização por custas)

o Exceções (401, §1º):

 Algumas pessoas podem se recusar a depor:

 Parentes do acusado, cônjuge (mesmo que separado judicialmente – 206)

 Podem prestar declarações, mas sem prestar compromisso (208)  Há corrente que defende que também os parentes e cônjuge do

ofendido podem se recusar a depor

 Algumas pessoas não prestam compromisso de dizer a verdade (declarantes / informantes):

 Ofendido  Doentes

 Deficientes mentais  Menores de 14 anos

 Pessoas que podem se recusar a depor (parentes e cônjuge do ofendido)

 Corrente: Tbm os inimigos capitais ou amigos íntimos da parte (aplicação do art. 405, §3º, III, CPC por analogia); e

companheiros/concubinos (226, §3º, CF)  Algumas pessoas são proibidas de depor:

 Pessoas que em razão da função, ministério, oficio ou profissão, devem guardar segredo - art. 297 CPP (a menos que a parte interessada as desobriguem – 207; 7º, XIX do estatuto da advocacia)

 Falso testemunho = 342 CP

 Antes de depor, as partes podem realizar:

o Contradita (contraditar a testemunha é indicar circunstancias que tornem suspeitas de parcialidade – ex: amizade íntima, inimizade capital). A contradita é feita antes de tomada de depoimentos (art. 214).

o Argüição de defeito (indicar defeito que a torne indigna de fé, ex: condenação por falso testemunho)

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 Não comparecimento da testemunha à audiência ou julgamento: Haverá a requisição à autoridade policial de condução com auxílio de força pública, se necessário (art. 218), além de multa, processo por crime de desobediência e custas da diligência.  Depoimento por escrito: apenas para Presidente e Vice da República e presidentes do

Senado, Câmara e STF, de acordo com artigo 221, § 1º CPP).  Carta precatória: não suspende a instrução criminal (art. 222, § 1º

CPP). A inversão da ordem de oitiva de testemunhas em carta precatória não induz nulidade, pois não causa prejuízo às partes ou ao processo.

 Antecipação de prova testemunhal: para ausência (enfermidade ou velhice) ou receio de não estar presente no momento da audiência (artigo 225 CPP).

 Classificação das testemunhas:

o Numerárias = arroladas pelas partes

o Referidas = apontadas por outras testemunhas o Próprias = depõem sobre fatos do processo

o Improprias = são chamadas para assistir determinado ato formal, como a lavratura de um auto de prisão em flagrante

 As perguntas são formuladas diretamente pelas partes à testemunha (art. 212) Testemunhas

Categorias Podem recusar-se a

depor Não prestam compromisso Proibidos de depor - Numerárias - Referidas - Informantes - Próprias - Instrumentais - Parentes do acusado - Cônjuge e ex-cônjuge - Ofendido - Os que podem se recusar a depor - Doentes e deficientes mentais - Menores de 14 anos

- Pessoas que em razão da função, ministério, oficio ou profissão, devem guardar segredo (ex: médicos e

advogados)

Reconhecimento de pessoas e coisas:

 Arts. 226 a 228 CPP

 Reconhecimento = ato pelo qual alguém verifica e confirma a identidade de pessoa ou coisa que lhe é apresentada, como pessoa ou coisa que já viu. O reconhecimento se dá quando se tem dúvida sobre a autoria, normalmente em uma sala especial, lavrando-se auto com duas testemunhas.

Acareação:

 É o confronto de pessoas, sejam acusados, testemunhas e ofendidos, sempre que as declarações entre ambos se divergirem (art. 229). Serão reperguntados. Destina-se ao esclarecimento de pontos divergentes em depoimentos e declarações.

 Permite a forma de precatório, onde serão enviadas as declarações divergentes para confronto realizado pelo juiz do local (art. 230).

Documentos:

 Art. 231 CPP

 Não é permitida a exibição ou leitura de documento no Júri sem a ciência antecipada da parte contrária (art. 479)

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 As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo (art. 233). O mesmo se dá com fitas magnéticas e escuta telefônica.

Indícios:

 Provas circunstanciais, elementos dos quais podem derivar certas suposições (art. 239)

 Servem como começo de prova. Não são provas, apenas circunstâncias do fato. Os fatos não podem ser provados apenas por indícios. Porém, os indícios autorizam algumas medidas legais tais como a prisão preventiva, a pronúncia e o seqüestro de bens.

 O inquérito policial pressupõe a existência de indícios da infração penal e da autoria, sem o quê poderá ser trancado por falta de justa causa, mediante habeas corpus.  Podem fundamentar a condenação em conjunto (conjunto de indícios).

Busca e apreensão:

 A busca é uma medida acautelatória, liminar, destinada a evitar o perecimento das coisas, podendo ser feitas no inquérito, instrução criminal ou execução.

 Pode ser domiciliar (em casa de alguém) ou pessoal (na própria pessoa).

 O domicílio é inviolável, salvo algumas exceções (com o consentimento do morador, ou para prestar socorro, ou em caso de desastre).

 A busca domiciliar deve ser feita de dia. Só poderá ser feita de noite em caso de flagrante delito.

 Para flagrante de delito não se exige o mandado de busca e apreensão. Quem, por exemplo, guarda em casa armamento sem registro ou drogas pratica crime permanente, está sempre em flagrante de delito, justificativa para que a polícia tenha o direito de realizar buscas em pessoas e casas.

 A busca em mulher deverá ser feita por outra mulher, salvo urgência (art. 249 CPP).  É permitido ultrapassar as fronteiras de outros Estados em perseguição, mas deve-se

dar conhecimento às autoridades da nova jurisdição, antes ou após a perseguição policial.

 Devem ser atendidos os requisitos legais, pois não se admite provas obtidas por meios ilícitos.

 Não é permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo se constituir elemento do corpo de delito (art. 243, §2º)

 O que pode ser buscado e apreendido (art. 240): criminosos; coisas obtidas por meios ilícitos; instrumentos de falsificação e objetos falsificados; armas, munições e similares; objetos de prova (para defesa ou acusação); cartas suspeitas do conteúdo relevantes ao processo; vítimas de crimes; elementos de convicção.

 Fundamento da busca e apreensão (art. 244): prisão; suspeita de que a pessoa tenha posse de armas ou documentos de corpo delito; quando o juiz determinar.

Referências

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