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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Orientador: Dra. Susana Ourô

Regente da Unidade Curricular: Professor Doutor Rui Maio

Ricardo Carvalheiro

Ricardo da Silva Carvalheiro | A2014325

Mestrado Integrado em Medicina

Relatório Final

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Enquanto não alcances

Não descanses.

De nenhum fruto queiras só metade.

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Ricardo da Silva Carvalheiro

ÍNDICE

Introdução ... 3

Síntese das Atividades dos Estágios Parcelares ... 4

Ginecologia e Obstetrícia ... 4

Saúde Mental ... 5

Medicina Geral e Familiar ... 5

Pediatria... 6

Cirurgia Geral ... 7

Medicina Interna ... 8

Reflexão Crítica ... 9

Anexos ... 11

1. Trabalho de revisão COVID19 - Medicina Interna ... 11

2. Atividades Extracurriculares realizadas no Ano letivo 2019-2020 ... 12

3. Estágios Extracurriculares realizados ao longo do MIM ... 18

4. Participação Associativa ... 22

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Ricardo da Silva Carvalheiro

INTRODUÇÃO

O Médico, como entidade situada na sociedade, assume-se como o veículo de concretização de um direito humano essencial e constitucionalmente consagrado – o direito à Saúde. Este entendimento implica que a formação médica seja conduto de transmissão de um adequado conjunto de valores, atitudes e aptidões [ao estudante de Medicina] que lhe permita tornar-se um médico fortemente empenhado nas bases científicas (…),

nos princípios éticos, na abordagem humanista (…) e no aperfeiçoamento ao longo da vida das suas próprias capacidades de modo a promover a saúde e o bem-estar das comunidades que serve.1 Compreende-se, portanto, que um Curso de Medicina deverá formar Mestres capazes de definir e solucionar os problemas clínicos mais comuns – pela correta definição dos problemas do doente, relato da anamnese, desempenho de gestos semiológicos, desenho de hipóteses diagnósticas, avaliação da necessidade e interpretação de exames complementares de diagnóstico, e, finalmente, implementação de um plano de referenciação, tratamento e/ou seguimento. Deverá, igualmente, formar agentes promotores de Saúde Pública na comunidade, como a presente situação epidemiológica – da pandemia a COVID-19 – tão bem ilustra, esperando-se médicos que promovam a literacia em Saúde e que influenciem os indivíduos no sentido de assumirem hábitos de vida saudáveis e comportamentos que previnam doença. Por fim, e não menos importante, deverá formar profissionais íntegros, comprometidos com o cumprimento da Lei e da Deontologia Médica, que compreendam as necessidades dos doentes e que com eles empatizem e interajam eficazmente, bem como com as suas famílias e restantes profissionais de saúde.

Estou em crer que o Mestrado Integrado em Medicina (MIM) na NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (NMS|FCM) está concebido de forma a veicular estas competências. Procurei que o meu último ano de curso – pela realização de estágios que, por definição, se assumem como profissionalizantes – concretizasse os objetivos descritos, colmatando as minhas lacunas no conhecimento médico teórico, sua aplicação prática e procedimentos, particularmente na área terapêutica, e promovendo o treino da interação no âmbito da relação médico-doente e entre pares. O presente relatório apresenta-se, portanto, como resumo e apreciação do trabalho por mim desenvolvido neste ano, compreendendo a Síntese das Atividades dos Estágios Parcelares e sua posterior Reflexão Crítica. Em Anexo disponibilizam-se certificados de atividades extracurriculares em que participei este ano e de outras pregressas que considero definidoras e diferenciadoras do meu percurso académico e, por isso, merecedoras de apreciação, incluindo participação associativa e estágios extracurriculares.

1 Victorino RM et al.; O Licenciado Médico em Portugal–Core Graduates Learning Outcomes Project;Coord.

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Ricardo da Silva Carvalheiro

SÍNTESE DAS ATIVIDADES DOS ESTÁGIOS PARCELARES

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

Realizei o estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), sob orientação da Dra. Leonor Aboim, entre os dias 9 de setembro e 4 de outubro de 2019. O estágio dividiu-se na frequência semanal em consultas de Obstetrícia e Ginecologia, Serviço de Urgência (SU) e Bloco Operatório, com presença ocasional no internamento de Obstetrícia. A título pessoal, defini como prioritária a consolidação da minha aptidão na realização de exame objetivo ginecológico e obstétrico, bem como a capacidade de executar diagnóstico diferencial da sintomatologia de apresentação mais frequente na especialidade (como dor pélvica ou hemorragia ginecológica), por considerar estas as minhas principais lacunas pregressas.

No âmbito da Obstetrícia, assisti a consultas para realização do rastreio combinado do primeiro trimestre ou para planeamento do parto, onde pratiquei a realização do exame objetivo à grávida, incluindo medição da tensão arterial, avaliação de altura uterina, manobras de Leopold, auscultação da frequência cardíaca fetal e colheita de exsudado para pesquisa de Streptoccocus do grupo B. Estive presente em consultas de seguimento de Gravidez de Alto Risco por patologia prévia ou desenvolvida durante a gestação, assisti a consultas de Insucesso Obstétrico e observei a realização de Ecografia Obstétrica. Na Enfermaria contactei principalmente com a avaliação da puérpera e com pontuais casos de grávidas internadas para indução de trabalho de parto por idade gestacional avançada.

Relativamente à Ginecologia, assisti a consultas de Ginecologia Geral, Uroginecologia, Patologia do Trato Ginecológico Inferior, Senologia e ainda a alguns métodos complementares de diagnóstico, como a Ecografia Ginecológica e Colposcopia.

No Bloco Operatório, assisti a Tumorectomia de neoplasia da mama, Laqueação Tubárica bilateral laparoscópica, Ninfoplastia e a Miomectomia por ressectoscopia, e participei como terceiro ajudante em cirurgia de Histerectomia com Salpingectomia por laparotomia.

No SU, contactei com grande diversidade de patologias e sintomatologia, nomeadamente queixas de algias pélvicas na gravidez ou hemorragias no primeiro trimestre, quadros de hemorragia uterina anómala ou infeções ginecológicas. Pratiquei a anamnese e o exame objetivo ginecológico, incluindo observação ao espéculo, palpação bimanual e exame obstétrico, com avaliação do colo uterino, e sistematizei o levantamento de hipóteses diagnósticas para as respetivas apresentações clínicas. Assisti à abordagem da grávida em trabalho de parto e à execução do parto eutócico e distócico.

Apresentei, ainda, um trabalho intitulado Prevenção da doença de início precoce por Streptococcus do Grupo B

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Ricardo da Silva Carvalheiro

SAÚDE MENTAL

O estágio parcelar de Psiquiatria foi realizado no Hospital Fernando da Fonseca, sob orientação da Dra. Susana Jorge, tendo decorrido de 7 de outubro a 1 de novembro de 2019. Fui alocado à Equipa de Psiquiatria Comunitária de Queluz, tendo o meu estágio decorrido essencialmente em contexto de Consulta Externa, com frequência pontual no SU no Hospital. Defini como objetivos principais para este estágio a consolidação de competências na realização de exame do estado mental, diagnóstico psiquiátrico e no reconhecimento de indicações para internamento e tratamento psicofarmacológico nas principais entidades clínicas.

Assim, contactei principalmente com a monitorização de sintomas e da adesão terapêutica de doentes estáveis, funcionais e maioritariamente adaptados ao contexto social, com doença mental crónica ou aguda em contexto de estabilização ou remissão, com as Perturbações do Humor – incluindo principalmente a Depressão e a Perturbação Afetiva Bipolar – a constituírem a maioria dos diagnósticos observados. Pude, ainda, escrever e discutir uma História Clínica sobre um caso de Psicose Pós-Parto observado na consulta.

Por uma vez, acompanhei a minha tutora no SU de Psiquiatria no HFF, onde melhor entendi critérios de internamento para algumas das situações agudas observadas (como a Esquizofrenia), bem como tive a oportunidade de discutir questões relativas ao internamento compulsivo em Psiquiatria.

MEDICINA GERAL E FAMILIAR

Realizei o estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar (MGF) na Unidade de Saúde Familiar (USF) Alfa Beja, supervisionado pela Dra. Madalena Valente, entre os dias 4 e 29 de novembro de 2019. Defini como principais objetivos a compreensão da implementação de programas de rastreio e vigilância no âmbito da Medicina Preventiva, a consolidação de competências na realização de exame objetivo dirigido a sintomatologia comum em MGF (como a musculoesquelética), e a sistematização da terapêutica das doenças mais frequentes na especialidade (como Hipertensão Arterial [HTA], Diabetes Mellitus [DM], ou Infeções das Vias Respiratórias Superiores). O estágio decorreu essencialmente em contexto de Consulta Programada de Adultos, onde abordei, de forma autónoma, doentes maioritariamente idosos, com múltiplas comorbilidades, inseridos em programas de vigilância de DM ou HTA, com foco na monitorização terapêutica e vigilância de complicações. Pude presenciar consultas de Saúde Materna ou Saúde Infantil e Juvenil, onde foi implementada a vigilância de gravidezes normais e de crianças sem doença, identificando-se fatores de risco e promovendo a aplicação de rastreios e a adoção de estilos de vida saudáveis, tendo assistido a poucas (duas) consultas de Planeamento Familiar. Adicionalmente, contactei com procedimentos burocráticos rotineiros como a renovação de receituário, a emissão de Certificados de Incapacidade Temporária ou a prescrição de outros atestados diversos.

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Na Consulta Aberta, destaco a observação de doentes com sintomatologia musculoesquelética (nomeadamente lombalgia), e patologia infeciosa do trato respiratório, gastrintestinal e urinário, onde registei os problemas dos doentes, exercitei manobras semiológicas diversas, requisitei exames complementares de diagnóstico e propus terapêutica.

Acompanhei, ainda, uma deslocação à Extensão de Saúde de Baleizão, onde são prestados cuidados de saúde a uma população periférica com difícil acesso às instalações da USF.

Finalmente, apresentei um trabalho sobre Otite Externa Aguda ao corpo clínico da Unidade.

PEDIATRIA

O estágio parcelar de Pediatria foi realizado no Hospital CUF Descobertas entre os dias 2 de dezembro de 2019 e 10 de janeiro de 2020, tendo sido orientado pela Dra. Helena Neves. O estágio decorreu maioritariamente na Enfermaria de Pediatria e Serviço de Urgência, tendo participado também na Consulta Externa de Pediatria Geral, Consulta Externa de Cirurgia Pediátrica e Consulta Externa de Ortopedia Pediátrica, às quais assisti uma vez. Defini como objetivos pessoais o desenvolvimento de competências de comunicação com a criança e pais, bem como o reconhecimento de sinais de gravidade e estabelecimento de hipóteses diagnósticas a partir da sintomatologia inespecífica que muitas vezes caracteriza a patologia nesta faixa etária.

No Internamento contactei com a abordagem da criança internada, acompanhando a discussão diária de casos clínicos na reunião matinal de serviço e as marchas diagnóstica e terapêutica iniciadas subsequentemente. O principal diagnóstico por mim observado foi o de Bronquiolite Aguda, assumindo a quase totalidade dos internamentos de crianças com idade inferior a 1 ano. As restantes patologias mais frequentemente observadas foram também Infeções Respiratórias, nomeadamente Amigdalite aguda, Gripe e Pneumonia Adquirida na Comunidade, pelo que a semiologia pulmonar foi a principal competência prática desenvolvida neste estágio. Pude, ainda, escrever e discutir uma História Clínica sobre um caso clínico de Mononucleose Infeciosa. Também na frequência semanal em SU contactei com os diagnósticos previamente descritos, destacando-se apresentações menos graves de Infeções Respiratórias Altas, Otite Média Aguda ou Gastrenterite aguda. Contactei ainda com doentes em contexto de internamento em Serviço de Observação, consistindo, na sua maioria, doentes com patologia respiratória aguda com necessidade de Ventilação Não Invasiva.

A maioria dos doentes observados na Consulta Externa foram-no no âmbito de vigilância, tratando-se de crianças saudáveis em contexto de acompanhamento do desenvolvimento estaturo-ponderal e psicomotor, promoção de saúde e esclarecimento de dúvidas.

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Na Consulta de Ortopedia Pediátrica observei a realização do exame objetivo locomotor da criança, particularmente na avaliação de deformidades do pé, sua estratificação de gravidade e reconhecimento de necessidade cirúrgica. Na Consulta de Cirurgia Pediátrica assisti à revisão cirúrgica de casos de Hérnia Inguinal e Sinus Pilonidalis.

Apresentei, ainda, um trabalho subordinado ao tem Gripe: Diagnóstico Microbiológico, Tratamento Antiviral e

Vacinação numa Sessão Clínica do Serviço.

CIRURGIA GERAL

Realizei o estágio parcelar de Cirurgia Geral no HBA entre os dias 27 de janeiro e 9 de março de 2020, sob orientação da Dra. Mónica Oliveira, tendo sido interrompido a quatro dias da sua conclusão programada dada a evolução da situação epidemiológica da epidemia a COVID-19 em Portugal. Defini como objetivos pessoais sistematizar indicações para a referenciação de patologia cirúrgica, treinar a realização de exame abdominal, e aperfeiçoar gestos técnico-cirúrgicos como a sutura, assepsia e pensos cirúrgicos.

A primeira semana do estágio consistiu numa série de sessões teórico-Práticas que abordaram competências transversais, como Liderança, Comunicação, Gestão de Stress ou Gestão, entre outras, bem como tópicos como Nutrição, o Programa Easy Recovery After Surgery (ERAS), ou a realização do curso TEAM - Trauma Evaluation

and Management (Anexo 2.5). Adicionalmente, permitiram o treino de competências práticas, incluindo colocação

de acessos venosos periféricos, treino de suturas, entubação traqueal ou inserção de sonda nasogástrica, entre outros. As restantes sete semanas foram divididas em quatro semanas no Serviço de Cirurgia Geral (contemplando Internamento, Urgência, Bloco Operatório e Consulta Externa), uma no Serviço de Urgência Geral (SUG), e duas de estágio opcional - no meu caso na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI).

Na UCI contactei com doentes com diagnósticos muito diversos, alguns dos quais do âmbito da Cirurgia Geral, como a Hemorragia Digestiva Alta, Peritonite ou Pancreatite Aguda. Não só fortaleci conceitos no âmbito da abordagem do doente crítico, nomeadamente em relação à instituição da marcha terapêutica, como observei procedimentos invasivos, como algaliação, entubação oro-traqueal, colocação de cateter venoso central, colocação de linha arterial, ou realização de mielograma e de biópsia óssea, e adquiri noções básicas de suporte ventilatório. Em cada dia do estágio no SUG fui alocado a uma de 5 áreas: Posto de Estadia Curta (PEC), Serviço de Observação (SO), Balcão de Verdes e Azuis, Posto de Observação Rápida (POR) e Pequena Cirurgia. Sendo difícil a síntese da multiplicidade de doentes e diagnósticos que observei, destaco a a presença no PEC e no SO enquanto momentos nos quais realizei autonomamente a anamnese, registos e exame objetivo, executando pequenos procedimentos, como gasimetrias de sangue arterial, em doentes com patologia predominantemente do foro médico.

No Internamento de Cirurgia Geral, que assumiu a maior parte do meu estágio, contactei com doentes na sua grande maioria internados em contexto pós-cirúrgico, acompanhando a abordagem pós-operatória dos mesmos,

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nomeadamente no que toca à vigilância da reposição de trânsito intestinal, a monitorização de sinais inflamatórios, a instituição de medidas profiláticas e a otimização do conforto. Observei uma população envelhecida, em que os diagnósticos mais frequentes foram Neoplasias do Cólon, em doentes internados após Hemicolectomia ou Sigmoidectomia. Treinei a colheita da anamnese e escrita de diários clínicos, aplicando a abordagem SOAP à particularidade dos doentes cirúrgicos.

Nos dias designados à Urgência de Cirurgia Geral, acompanhei a minha tutora na observação dos doentes em Internamento e na colaboração com colegas do SUG ou de outras especialidades em casos com necessidade de avaliação cirúrgica. Neste âmbito, assisti à avaliação de doentes com quadros de Suboclusão Intestinal, Cólica Biliar ou Hérnias Abdominais, com indicação para tratamento de suporte. Adicionalmente, tive a oportunidade de presenciar cirurgias urgentes, destacando-se a observação de uma Hemicolectomia por Oclusão Intestinal completa com compromisso intestinal.

Por três vezes acompanhei a minha tutora na Consulta Externa de Cirurgia Geral. No âmbito dos doentes em contexto de primeira consulta, pude assistir à exploração do motivo de referenciação, esclarecimento diagnóstico e estabelecimento de indicações cirúrgicas ou de tratamento conservador em doentes que, na sua maioria, apresentaram Patologia da Vesícula e Vias biliares ou Hérnias Abdominais. Acompanhei, também, a vigilância de doentes em seguimento pós-cirúrgico, incluindo por Neoplasia do Cólon.

Para além do anteriormente descrito, assisti a cinco cirurgias programadas nos dias designados à presença no Bloco Operatório: Sigmoidectomia Laparoscópica e por Laparotomia, duas Colecistectomias Videolaparoscópicas e uma Hemicolectomia Direita Alargada.

Finalmente, realizei e submeti para avaliação um trabalho que seria apresentado no minicongresso do estágio intitulado Duas faces da mesma moeda - Abordagem de oclusão intesinal: Comparação entre 2 casos clínicos.

MEDICINA INTERNA

O estágio parcelar de Medicina Interna decorreria entre 16 de março e 15 de maio de 2020, mas as circunstâncias determinadas pela pandemia a COVID-19 ditaram o seu cancelamento. Alternativamente, realizei um trabalho de revisão em grupo intitulado A Obesidade e a Infeção a SARS-CoV-2: Evidência, Mecanismos e Implicações, sob orientação da Dra. Catarina Ferreira, do Serviço de Medicina Interna 7.2 do Hospital Curry Cabral – onde realizaria o estágio e onde o trabalho foi apresentado, a 12 de junho. A capa e resumo deste trabalho podem ser consultados em anexo (Anexo 1.1).

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REFLEXÃO CRÍTICA

Tomando como ponto de partidas as já referidas competências nucleares a serem adquiridas no término da formação médica pré-graduada, procurei relacionar os objetivos pessoais que tracei com estas, refletindo se os mesmos foram alcançados em cada estágio.

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia foi o primeiro por mim realizado, e considero ter alcançado em grande medida as metas propostas. Pela organização do próprio estágio no HBA, pude estar presente em múltiplas valências da especialidade, contactando com diversas entidades nosológicas, procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Pude treinar o exame objetivo ginecológico e obstétrico com orientação e autonomamente, colmatando a minha principal lacuna na área, dado o caráter predominantemente observacional do estágio que havia realizado no 4º ano na Maternidade Alfredo da Costa (MAC). Adicionalmente, as 12 horas de frequência semanal no SU assumiram-se como o principal momento de aprendizagem no estágio, permitindo-me consolidar a abordagem dos sintomas mais comuns do foro ginecológico, particularmente na grávida.

Em relação ao estágio de Saúde Mental, não posso dizer que tenha alcançado na plenitude os objetivos por mim propostos. Ainda que tenha consolidado conhecimentos na realização da entrevista em Psiquiatria, na monitorização da adesão e eficácia terapêuticas e seus efeitos adversos, bem como sobre a importância da intervenção social no tratamento da doença mental, a realização do estágio quase exclusivamente em cuidados de ambulatório determinou a falta de contacto com o diagnóstico primário, abordagem à manifestação aguda da doença mental e seu tratamento em contexto de internamento. Para esta situação concorre o facto de o meu anterior contacto com a Psiquiatria, no 5º ano, ter igualmente ocorrido em contexto de Psiquiatria Comunitária, em Oeiras. Ainda assim, considero que apesar do reduzido contacto hospitalar, adquiri conhecimentos de Psiquiatria que, complementados com os estágios de MGF que realizei, me permitem ter as noções básicas necessárias para pesquisar expressões de psicopatologia, entender a necessidade de referenciação à especialidade e reconhecer as principais modalidades terapêuticas da área.

O estágio de MGF superou os propósitos por mim delineados. Isto porque a autonomia de que gozei no desempenho de consultas não só constituiu uma oportunidade para consolidar conhecimentos sobre a abordagem de grande diversidade de grupos de doenças, como também se assumiu como um momento ímpar para treino de competências de comunicação no âmbito da relação médico doente. Adicionalmente, as particularidades da prática médica em Beja permitiram-me o desenvolvimento de noções sobre as necessidades médicas do interior do país. Aspetos como o contacto com particulares comunidades étnicas, com o elevado tempo de espera de referenciação a consultas de especialidades hospitalares, a elevada taxa de abuso de benzodiazepinas e de suicídio ou a dificuldade

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Ricardo da Silva Carvalheiro

no acesso aos cuidados de Saúde por determinadas populações não só enriqueceram a minha futura prática clínica, como a minha consciência social enquanto cidadão.

No que concerne ao estágio de Pediatria, penso que alcancei a maioria das metas traçadas. Pude treinar a colheita de história clínica, a realização de exame objetivo e a comunicação com a criança e pais. Ainda assim, julgo que a altura do ano em que realizei o estágio (no inverno), bem como as próprias idiossincrasias do exercício da Pediatria em ambiente de Cuidados de Saúde Privados, ditou que lidasse com um espectro de doenças, que, embora muito prevalente na idade pediátrica, fosse bastante limitado – tendo contactado quase exclusivamente com infeções respiratórias. Contarei com o estágio no Internato da Formação Geral (IFG) para alargar o leque de doenças pediátricas com o qual tenha contacto, aplicando os conceitos teóricos previamente adquiridos.

Em Cirurgia Geral, realizei um estágio que complementou a experiência que havia tido com a especialidade na Unidade Hepato-Bilio-Pancreática do Hospital Curry Cabral no 3º ano, permitindo-me desta feita o contacto com patologia do foro colorretal. No estágio, pude ter contacto com o bloco operatório, mas não pude participar como ajudante em nenhuma cirurgia, nem me foi dada a possibilidade de treinar suturas ou pensos cirúrgicos, limitando o treino da técnica asséptica. O reduzido volume de doentes cirúrgicos com que contactei em contexto de SU constituiu a principal limitação deste estágio, em que não pude consolidar noções sobre a gestão do doente agudo e diagnóstico primário em Cirurgia Geral. Consegui, no entanto, observar um conjunto elevado de consultas de patologias comuns, bem como internamentos pós-cirúrgicos, onde pude praticar a sua respetiva abordagem. Não posso deixar de referir a impossibilidade de realização do estágio de Medicina Interna como a principal lacuna do estágio profissionalizante de 6º ano, lamentando a conceção tardia de alternativas para a mitigar. Nesse estágio, procuraria adquirir autonomia e responsabilidade progressivas no cuidado dos doentes, treinar a colheita de anamnese e exame objetivo no contexto de internamento e no SU, melhorar o raciocínio clínico e a prescrição terapêutica em contexto de internamento, competências que procurarei colmatar com o estudo para a Prova Nacional de Acesso à Formação Específica e com o estágio a realizar no IFG. Apesar destas limitações, há que referir que a pandemia constituiu uma oportunidade para reconhecer a importância de agentes informados em Saúde na tomada de decisões e na discussão pública, esperando ter sido um recurso de valor nesta situação, no auxílio e esclarecimento a amigos e familiares, no apoio logístico a instituições de saúde (Anexo 2.1), na promoção de comportamentos adequados e no combate à desinformação nas redes sociais.

Pese embora a existência de algumas lacunas, que sempre as haverá, o Estágio Profissionalizante de 6º ano constituiu a solidificação de 6 anos de progressiva aquisição de competências científicas, técnicas e humanas no exercício da Medicina. Concluo com a humilde convicção de que estarei sempre impreparado para o que a futura prática clínica me reservar, mas que este curso me terá dotado das ferramentas necessárias para me assumir como

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ANEXOS

1. TRABALHO DE REVISÃO COVID19 - MEDICINA INTERNA

1.1. Capa e Resumo do Trabalho de Revisão A Obesidade e a Infeção a SARS-CoV-2:

Evidência, Mecanismos, Implicações realizado no âmbito da substituição do estágio

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2. ATIVIDADES EXTRACURRICULARES REALIZADAS NO ANO LETIVO 2019-2020

2.1. Certificado de participação no Projeto de Notificação e Seguimento da COVID-19 no Hospital CUF Sintra

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Ricardo da Silva Carvalheiro

2.2. Certificado de Vogal da Direção Geral da Federação Académica de Lisboa para o mandato de 2019

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Ricardo da Silva Carvalheiro

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Ricardo da Silva Carvalheiro

2.4. Certificado de participação nas 7as Jornadas do Departamento de Cirurgia do HBA

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Ricardo da Silva Carvalheiro

2.6. Certificado de participação na palestra Conviver com familiares com Demência

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Ricardo da Silva Carvalheiro

2.8. Certificado de participação na palestra Ser Médico no Hospital Prisional

2.9. Certificado de participação no Webinar 1º Congresso Nacional de Imunoalergologia do Hospital da Luz

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3. ESTÁGIOS EXTRACURRICULARES REALIZADOS AO LONGO DO MIM

3.1. Certificado de realização de estágio observacional de Enfermagem em julho de 2015

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Ricardo da Silva Carvalheiro

3.2. Certificado de realização de Intercâmbio Científico na área de Neurociências em Praga, em agosto de 2017

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Ricardo da Silva Carvalheiro

3.4. Certificado de realização de Intercâmbio Clínico em Medicina Intensiva em Tel Aviv, em agosto de 2019

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4. PARTICIPAÇÃO ASSOCIATIVA

4.1. Certificado de Vogal da Direção da Associação de Estudantes da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (AEFCM) no mandato de 2016

4.2. Certificado de Vice-Presidente da Direção da Associação de Estudantes da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (AEFCM) no mandato de 2017

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Ricardo da Silva Carvalheiro

4.3. Certificado de Presidente da Direção da Associação de Estudantes da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (AEFCM) no mandato de 2018

5. OUTRAS ATIVIDADES DE RELEVO

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5.2. Certificado de realização de voluntariado continuado na Academia do Futuro no ano letivo de 2015/2016

Referências

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