/
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE SANTA CATARINA
CEN
TRO DE
CIÊNCIAS
DA
SAÚDE
Departamento
de MedicinaSP
022
'LEVANTAMENTO
DE
MICROFUROS
NAS
LUVAS DE
LÁTEX
APÓS
PROCEDIMENTOS
DIAGNÓSTICOS
E
CIRÚRGICOS
NA SANTA
CASA
DE
MISERICÓRDIA
DE
GOIÂNIA.
Marcos André
SantinGOIÂNIA GOIÁS
2000
AcdP
Marcos André
SantinLEVANTAMENTO
DE MICROFUROS
NAS
LUVAS DE LÁTEX
APÓS
PROcEDnvn3NTOs
DIAGNÓSTICOS
E CIRÚRGICOS
NA
SANTA CASA DE
MISERICÓRDIA
DE
GOIÂNIA.
Monografia
apresentadana
conclusãodo
Curso de graduaçãoem
Medicina
pela Universidade Federal de Santa Catarina.Orientadores:
Ângela
CristinaBueno
Vieira.Edvaldo
Romeiro
dos Santos.Marco
AurélioDa
Ros.GOIÂNIA
LEVANTAMENTO
PROCEDIMENTOS
DI
BANCA EXAMINADORA
MARCOS ANDRÉ
SANTIN
DE M1cRoEURoS NAS LUVAS DE LÁTEX
APÓS
AGNÓST1coS
E CIRÚRGICOS
NA
SANTA CASA DE
MISERICÓRDIA
DE
GQIÁNIA.
Monografia
apresentadana
conclusãodo
Curso de graduaçãoem
Medicina
pela Universidade Federal de Santa Catarina.Orientadores:
Ângela
CristinaBueno
Vieira.Edvaldo
Romeiro
dos Santos.Marco
AurélioDa
Ros.Aos meus
pais, quemesmo
à distânciasempre
estiveram ao
meu
lado.A
Simone, Victor e Júlia pela paciência ecompreensão
incansável.
A
Lázaro e Batista, os irmãoque
mais contribuírampara a formação de
meu
caráter.AGRADECIMENTOS
Ao
Governo
Federal por ofereceruma
Universidade públicae gratuita de tal magnitude a sociedade brasileira.Ao
Colegiado de Curso e seu Presidenteque
demonstraram
empenho
e respeito por seus alunos alunos.Aos membros
da
SantaCasa
de Misericórdia de Goiâniaque
desprendem
esforços para desenvolver o Centro de Ensino e Pesquisa.SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
... ..OBJETIVOS
... ..REVISÃO
BIBLIOGRÁEICA
... ..MATERIAIS E
MÉTODOS
... ..RESULTADOS
... ..20
DISCUSSÃO
... ..22
CONCLUSAO
... ..REFERÊCIA
BIBLIOGRÁFIcA....
Tabela 1 ... ._
LISTA
DE TABELAS
LISTA
DE ABREVIATURAS
Cab.
-
Cabeça.CCIH
-
Centro de Controle de Infecção HospitalarCir.
-
Cirurgia.CLT
-
Consolidação das Leis Trabalhistas.EPI-
Equipamento
de Proteção Individual.PCSO
~
Programa
de Controleda Saúde
Ocupacional.SIDA -
Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida.RESUMO
Introdução:
O
profissionalda
saúdetem
riscos de contatoscom
sangue esecreções dos clientes.
Os
Equipamentos
de Proteção Individual (EPI) são dispositivosutilizados para proteger das contaminações.
O
uso forada
técnica dos dispositivos debarreira
como
luvas, máscara, gorro e avental, são importantes fatoresque levam
a contaminação/ infecção desses profissionais.A
Consolidação das Leis Trabalhistas oferece esteamparo
aos trabalhadores.Objetivos:
Avaliamos
onúmero
de microfuros das luvas de látex após oato cirúrgico e o risco de exposição das equipes cirúrgicas.
Materiais e Métodos:
Foram
analisadas 1282 luvas de látexmarca
Mucambo®
(com
registrono
Ministérioda
Saúde
e certificado de qualidade Iso9001
e9002), utilizadas
em
195 procedimentos escolhidos aleatoriamente de 15 especialidadesmédicas.
Cada
luva foi invertida, enchidacom
água
ecomprimida
para observar apresença de microfuros.
Luvas
rasgadasou
com
furos visíveisforam
excluídas.Resultados:
Havia 1210
(94.4%) luvassem
microfuros e72
(5.6l%)com
microfuros. Foi observado microfuros
em
42.9%
Cirurgia Torácica,l2.2%
CirurgiaPlástica,
10%
Neurocirurgia,8.2%
Proctologia,7%
Urologia,6.6%
Ortopedia,6.2%
Cirurgia Vascular,5.9%
Cirurgia Geral,5.8%
Cirurgia Geral (vídeo),5.7%
da
Cirurgia Cardíaca,5.3%
Gineco/ Obstetrícia,4.3%
CirurgiaCabeça
e Pescoço,2.7%
da
Otorrino,2.4%
Urologia (vídeo),l.6%
Marcapasso,0%
Ofcahnologia e0%
Ortopedia (vídeo) e0%
nas luvassem
usoem
campo
operatório.Conclusão: Neste experimento luvas
sem
furos visíveis apresentaram0%
a42,9%
de microfuros.Observamos na
amostra amédia
de5,6%
de microfuros.A
presença de microfuros provavelmente expôs as equipes a fluídos biológicos
potencialmente infectantes.
O
risco de contaminação/ infecção através de microfurosexiste, e as equipes cirúrgicas não
percebem
e/ouignoram
tal risco potencial.O
usofluídos biológicos.
É
fundamental lavar asmãos
rigorosamente antes e após todo o procedimento cirúrgico.SUMMARY
The
health professional has risksof
contact with blood and customer's secretions.The Equipment of
Individual Protection are devices used to proctect againstcontaminations.
The
use outof
the protection devices tecnique, as gloves, mask, capand
apron, is na important factor that has caused the professional°s contamination.
We
have
evaluated the
number
of
microformsof
the latex gloves after the surgical actand
the riskof
exhibitionof
the surgical teams. 1282 latex gloves-
“Mucambo”(commercial
mark
with registration at ministryof
the healthand
quality certificates Isso 9001 and 9002)-
Were
used in 195 procedures chosenrandom
of
15 medical specialties.Each
glovewas
inverted, filled with water
and
compressed to observe the presence.Tom
gloves or withvisible holes they
were
excluded. Therewere 1210
(94.4%) gloves withoutmicron
perfuration and
72
(5.6l%) with micron perfuration.Micron
perfurationwas
observed in42.9%
Surgery Thoracic,l2.2%
Plastic,10%
Neurology,8.2%
Proctology,7.0%
Urology,
6.6%
Orthopedics,6.2%
Vascular Surgery,5.8%
Surgery General,5.7%
Surgery General (vídeo),5.7%
Surgery Heart,5.3%
Ginecology/Obstetric,4.3%
SurgeryHead
Thoat,2.7%
Otorhinolaryngology,2.4%
Urology
(video),1.6%
Beat Time,0%
Ophtahnology, Orthopedics (video) and
0%
of
holes in the gloves Control (without use in surgical field).The
riskof
exhibitionof
the surgicalteam
variedfrom
0%
to 42.9%. Inour experiment gloves without visible holes presented
0%
to42,9%
of micron
perfuration.We
observed in our sample the averageof
5,6%
of micron
perfuration.The
micron
perfuration presence probably exposed theflowed
teams it biological potentiallyinfective.
The
contamination/infection risk throughmicron
perfuration exists,and
the surgical teams don't noticeand
they ignore such a potential risk.The
correct useof
the surgical gloves doesn't protect the professionalof
the contact at all with havingflowed
biological. It is fundamental to
Wash
the hands strictly before and after thewhole
~
1
Introduçao
Os
profissionaisda
saúdetêm
risco de exposição a sangue e secreções dosclientes.
Os
Equipamentos
de Proteção Individual (E.P.I.) são dispositivos obrigatóriospara proteção e normatizados pela legislação trabalhista através
do
Programa
de Controlede
Saúde
Ocupacional (P.C.S.O.) (o4,oó).O
risco biológico de exposição às doençasinfectas contagiosas é inerente a toda atividade
na
área de saúde, sendo diretamente proporcional ao tipoda
função exercida, ao inóculo e ao contatocom
fluídos orgânicos.No
meio
hospitalar, osEPI
são a primeira barreira de prevenção a inúmeras doenças.O
termo profilaxia derivado
grego e significa precauçãoui), sendo sinônimo de medicina preventiva/ saúde coletiva.No
hospital aCCIH
juntamentecom
oServiço de
Saúde
Ocupacional sãoquem
defme
os tipos de isolamentos de barreira eoutras medidas de prevenção e controle, segundo as áreas de risco.
Todas normas
emedidas
de segurançadevem
ser escritas e divulgadas peloCCIH bem
como
serem
atualizadas periodicamente.
O
termo Precaução Padrão,em
relação a antiga expressãoPrecauções Universais, indica processo ativo de padronização e revisão das
normas
e rotinas, o que possibilita oCCIH
ePCSO
padronização adaptada a realidade de cadahospital/ serviço (04).
Sabemos
que
os riscos de doenças infecto-contagiosasem
funcionáriosda
saúde são maiores que
na
populaçãoem
geral. Isto se deve a inúmeros fatores, dentre osquais estão o não uso
ou
inadequado dos EPI.Além
do
mais dispositivos de barreira,como
luvas, máscara, gorro e avental inadequados e demá
qualidadeaumentam
o
riscode exposição a materiais biológicos.
VERONESI
&
FOCACCIA
salientam a importância das precauções poiséinviável
economicamente
a realização de testes sorológicosem
todos os pacientes quesão submetidos a procedimentos invasivos.
A
grande maioria dos portadoresdo
SIDA
éassintomática,
na
proporção de l:l00 doentes.Todo
contatocom
sangueou
fluídosbiológicos
devem
ser consideradoscomo
portadores de doenças infecto-contagiosasNa
legislação brasileira, o acidente de trabalho é definidona
Consolidaçãodas Leis trabalhistas
(CLT) no
artigo 19da
Lei8213
de24
de julho de 1991como
“queocorre
no
exercíciodo
trabalho a serviçoda
empresa,provocando
lesão corporalou
perturbação funcional que cause a morte
ou
a perda,ou
redução permanenteou
temporária
da
capacidade para o trabalho”.Porém
considera-se acidente a material biológico qualquer contato que ocorracom
pele e/ou mucosa,ou
através de aerossóis,mesmo
que
não haja lesões visíveis.No
inciso IIIdo
mesmo
artigo acrescenta-se “doençaproveniente de contaminação acidental
do empregado no
exercício de suas atividades”(oó).Com
base nos aspectos legais, os altos índices de acidentes de trabalhorelatadas por inúmeras publicações, poderão ser evitadas
com
as PrecauçõesPadão
taiscomo
(12,1s):-Lavar as
mãos
sempre antes e após todo procedimento.-Utilização de luvas ao manipular sangue e fluídos orgânicos; ao tocar
mucosas
ou
pelecom
lesões, materiais contaminados, ao puncionarou
executar qualquerprocedimento curativo
ou
cirúrgico.-Máscaras e óculos protetores, sempre
que
houver possibilidadedo
procedimento gerar aerossóis de sangue,
ou
outro fluído orgânico,com
risco de atingir asmucosas da
boca, nariz, e olhos.-Aventais, durante procedimentos
com
risco de contatocom
sangue e/ou outrosfluídos.
-Lavagem
dasmãos
imediatamente e intensamentesempre
que houver contatocom
sangueou
outros fluídos orgânicos.-Precauções para evitar ferimentos
com
materiais pérfuro-cortantes,como
nãoreencapar
ou
dobrar agulhas; desprezar materiais pérfuro-cortantesem
recipientes deparedes rígidas o mais
próximo
possívelda
áreaem
que
estão sendo utilizadas.- Acondicionar materiais não descartáveis
em
recipientes apropriados, para2 Objetivos
Levantar o
número
de luvas de látexcom
microfuros após o usoem
campo
operatório.
Avaliar o risco de exposição das equipes cirúrgicas por microfuros nas
À
3 Revisão
Bibliográfica
Os
acidentes de trabalhocom
sangue e outros fluídos potencialmentecontaminados são tratados
como
emergência médica. Intervenções para profilaxia dainfecção pela
SIDA
e hepatiteB
necessitam ser iniciadas logo após a ocorrênciado
acidente, para a sua maior eficácia fazemos
em
menos
de duas horas após acidente, aassociação de
AZT
e3TC
até sair o resultado do Elisa anti-HIVdo
paciente fonte.Caso
for negativo suspende-se a profilaxia.Se
positivo e o paciente não estiverem
tratamentoou nunca
recebeu antivirais, manterAZT
e3TC
pôr30
dias.Caso
o paciente estivercom SIDA
esem
tratamento,além
dessas acrescentarum
inibidorda
protease.Se
estiverem
tratamento, usar omesmo
esquema
terapêuticodo
paciente fonte (1s,2o,3o).Para profilaxia
da
hepatite B, se o profissionalda
saúde apresentarsoroconversão vacinal
do
AntiHBs,
não é necessário reforçosou
gamaglobulinahiperimune.
Caso
o profissionalda Saúde
não seja vacinado, fazer gamaglobulinahiperimune e quatro doses
da
vacinaD0,
D3O
eD60
eum
reforçono D180. Sendo
imunizado e não sabe
da
soroconversãodo
AntiHBs,
colher soro para avaliação dessesanti-corpos e prescrever gamaglobulina hiperimune para hepatite B.
No
Brasil, autilização
da
vacina para hepatiteB
érecomendada
para todos os profissionais de saúde.Após
exposição ocupacional a material biológico,mesmo
para profissionais não imunizados, o usoda
vacina, associadoou
não a gamaglobulina hiperimune éuma
medida que comprovadamente,
reduz o risco de infecção (1s,2o,32).Doenças
infecto-contagiosas de longo período de incubação,SIDA,
hepatite viral
B
e hepatite viral C, dentre outraspodem
ser transmitidas ao trabalhador easeus familiares, daí a necessidade de controle sorológico periódico dos funcionários de
risco (o4,3o).
É
importante ressaltar que asmedidas
profiláticas pós-exposição não são totalmenteeficazes, enfatizando a necessidade de se implementar ações educativas permanentes, que
familiarizem os profissionais
da
saúdecom
as Precauções Padrão e os conscientizemda
O
riscomédio
de se adquirir aSIDA
éaproximadamente
de0.3%
após exposição percutânea, e0.09%
após exposição mucocutânea. Esse risco foi avaliadoem
situações de exposição a sangue; o risco de infecção associado a outros materiais
biológicos é inferior ainda que não seja definido.
O
risco de transmissão após exposiçãoda
pele íntegra a sangue infectado porSIDA
é estimadocomo menor
do
que o risco após exposiçãomucocutânea
(20).A
probabilidade de infecção pelo vírusda
hepatiteB
após exposiçãopercutânea, é significativamente maior
do
que a probabilidade de infecção porSIDA,
podendo
atingir até40%
em
exposiçõesonde
o paciente fonte apresente sorologiaHbsAg
reativa (20).
O
risco de transmissãodo
vírusda
hepatiteC
está associada à exposiçãopercutânea, mucosa, a sangue
ou
outro material biológico contaminado por sangue.O
risco
médio
é de 1.8%;dependendo
dos testes utilizados para o diagnóstico, o riscopode
variar de
1%
a10%
(20).Não
existenenhuma
medida
específicaeficaz
para reduçãodo
risco detransmissão após exposição ocupacional ao vírus
da
hepatite C.A
únicamedida
importante para eliminação
do
risco de infecção pelo vírusda
hepatiteC
é pormeio da
prevenção
da
ocorrênciado
acidente (o7,14).Os
indivíduosque
trabalhamem
hospitais estão potencialmente exposto auma
diversidade de doenças infecto-contagiosas,podendo
por sua vez, ser a fonte detransmissão de microrganismos para os pacientes e para outros profissionais.
A
partirda
epidemiada Síndrome
de Imunodeficiência Adquirida (SIDA),observamos
um
despertarda
consciência prevencionistaem
empregado
e empregador,com
necessidade de divulgação demedidas
relacionadasà
transmissão das doençasno
trabalho.
Nas
informações estão a base para a conscientização, não só dostrabalhadores,
mas
também
dos administradores hospitalares. Paralelamente, é necessárioa implementação na área motivacional, para
que
os profissionais que assistem aos pacientes utilizem, exijam osEPI
e condições adequadas de trabalhocom
segurança.Os
contatoscom
materiais biológicos, através de acidentesdo
trabalhorespingos
em
mucosas, são acidentesdo
trabalho“TIPO”, podendo
levar a doençaprofissional aguda, crônica
ou
atémesmo
a morte (23,14). Acidentes“TIPO”
são riscosHospitalares referentes a agentes fisicos, biológicos, químicos e ergonômicos (23).
Há
relatos na literaturada
transmissão de malária peloplasmodium
falciporum e vivax de acidentes perfuro cortantes e
com
risco de óbito(FLORVATH,l997
E
SANTOS,1998).
Segundo
a organizaçãoMundial da Saúde
(1991)a malária por
plasmodium
falciporum éuma
emergênciamédica
e seu diagnóstico etratamento
devem
ser feitos até sete dias após infecção, devido aos riscos decomplicações/ óbitos.
Os
materiais biológicos são classificados em:- fezes
-
maiornúmero
de microrganismos;- secreções naso e orofaríngeas
-
número
de microorganismo equivalente as fezes;- secreções vaginais
-
grandenúmero
de microrganismos;- pele
-
possuimenor
número
de microrganismos;- sangue
-
fonte de infecções de vírus e protozoários;- vias de eliminação
-
orificios naturaisdo
corpohumano
e pele;quem
elimina esses materiais? Indivíduos doentesou
portadores.- a principal
forma
de transmissão dos agentes infectantes é atravésdo
contatodireto
com
biológicos.A
maioria dos casos de transmissão ocupacional deSIDA
e hepatiteB
ocorre após acidente percutânea, gerahnente
com
agulha.O
centro cirúrgico,especialmente as salas de cirurgia,
em
termos de ambiente, é o localque
envolve o maiorrisco de contato
com
sangue e fluídos corpóreos.A
literatura nos mostra37,5%
(5) e56,8%
(23) de luvascom
furosno
campo
opertório.Em
um
trabalho (s)com
maiornúmero
(1209), é relatado
11,6%
de luvas furadas.O
método
de investigação dos furos foisemelhantes ao presente estudo,
porém
todas as luvas furadasforam
consideradas.`
Embora
sejam escassas as evidências a respeito de transmissão deSIDA
através
do
contatocom
sangue e secreçõesem
mucosas
e pele íntegra, existe a possibilidade de transmissãoda
hepatite B, e provavehnente de outras doenças, por essas vias.As
luvas cirúrgicas fabricadasem
látex, desdeque
intactas, constituemuma
barreira eficiente para a penetração de microorganismos. Entretanto,mesmo
autilização de dois pares de luvas não
impedem
o ferimento pôr agulhas.Após
uma
cirurgia ortopédica, cerca de50
%
a60%
das vezes ocorre a perfuraçãoda
luva extra e6%
a10%
das duas luvas.O
mais preocupante éque
em
cerca de50%
das vezes estasperfurações não são percebidas pelos cirurgiões (30).
O
volume
de sangue necessário para a transmissãodo
SIDA
deve sermaior
do que
o que está presentenuma
agulha de sutura, e apassagem
pôr duas luvaslimpa a agulha, reduzindo a quantidade de sangue que chega à pele
do
cirurgião. Muitasdas contaminações de profissionais
da
saúdeforam
conseqüência de inoculaçõesprofundas de agulhas ligadas a seringas contendo grande quantidade de sangue (so).
A
exposição a outros líquidos diferentesdo
sangue nãoprovocou
qualquercaso de infecção.
Até
hoje, o sangue é o único fluído corporal responsabilizado pelatransmissão
da
SIDA
nos atosmédicos
(12).O
risco de aquisiçãodo
vírusSIDA
a partirdo
sangue deum
portador estádiretamente ligado ao estado de evolução
da
doença.Os
casos descritosna
literatura, queapresentaram soroconversão,
foram
contaminados na maior parte das vezes por pacientessintomáticos. Outros fatores incluem 0
tamanho do
inóculo (presença de sangue visível4
MATERIAIS
E
MÉTODOS
Serão descritas a presença de microfuro nas luvas
de
látex após usono
Centro Cirúrgico
da
SantaCasa
de Misericórdia de Goiânia.O
método
escolhido para testar as luvas, passou pelas avaliações de 05(cinco) testes:
l- Insuflação
com
ar comprimido.2- Insuflação
com
arcomprimido
e exposição à fonte luminosa,com
superficieescura ao fiindo.
3- Insuflação
com
arcomprimido
e submersãoem
tanquecom
água. 4-Enchimento
com
água.5-
Enchimento
com
água e aplicação de leve compressão manual.Através
do
Mapa
Cirúrgicoforam
eleitas as cirurgias aleatóriamente;colhida as luvas e embaladas imediatamente após o ato operatório, pela equipe de
enfermagem.
Todas
as luvasforam
condicionadasem
uma
embalagem;
identificando onome
do
cirurgião, especialidade, procedimento realizado e data.Não
houve
apreocupação de identificar se as luvas
eram do
cirurgião, auxiliarou
instrumentador.Foram
transportadas até a Central de Material, por funcionáriosdevidamente paramentado.
Os
testesforam
realizados pelo autor, após paramentação padrão: gorro,máscara, óculos, capote e dois pares de luvas.
Foram
computadas
as luvasque
dianteda
inspeçãonão mostraram
furos.Luvas
com
furos visíveis e/ou rasgadas nãoforam
consideradascomo
amostra.Os
números foram
anotados junto aoMapa
do
Centro Cirúrgicocom
suasrespectivas equipes.
Após
os testes, todas as luvasforam
descartadasno
lixoda
Centralde Materias.
5
RESULTADOS
As
luvas testadasforam
colhidasno
período de 19.05.2000 a 27.07.2000das cirurgias realizadas
no
Centro Cirúrgicoda
SantaCasa
de Misericórdia de Goiânia.Um
hospital escolaque
possui residência médica, internatomédico
e treinamento deinstrumentadores.
Luvas
com
furos visíveisforam
descartadas.Foram
analisadas 1282 luvas para identificar a presença de microfuros.Envolvendo
194 atos operatórios e 14 especialidades cirúrgicas.A
porcentagem
de luvas furadas variou de0%
a 42,86%.O
maiornúmero
de luvasforam
colhidasda
Urologia, Cirurgia Geral, Cardiologia, Ginecologia/Obstetrícia e Cirurgia de
Cabeça
e Pescoço,num
total de 813 luvas, tendo índices de microfuroscom
variação de4,3%
a7%.
Na
média
geral, foi encontrado5,61%
de luvasmicrofuradas nas cirurgias convencionais e
4,08%
nas vídeo cirurgias.Luvas
desembaladas esem
uso,foram examinadas
um
total de 14sem
apresentar
nenhum
furo.A
composição
das equipes, variouem
seusmembros
nas diversas cirurgiasda
mesma
especialidade.Cada
especialidade contribuiucom
diferentenúmero
de luvas eatos operatórios, sendo a amostra escolhida por sorteio diário.
Os
procedimentos e cirurgiasforam
os mais diversas possíveis.Envolvendo
cirurgias de grande, média,pequena
duração e procedimentos diagnósticos.A
Cirurgia Torácica apresentouum
extremo isolado, contribuindocom
TABELA
1:Demonstrativo
do
número
de
cirurgias, luvas furadas, totalde
luvasanalisadas e
%
de
luvas furadaspor
especialidades.Especialidade Torácica Plástica Neurocirurgia Proctologia Urologia Ortopedia Vascular Geral Geral Video Cardiologia Ginec. Obstetrícia Cab. Pescoço Otorrino Urolog. Vídeo Marcapasso Ortop. Vídeo Oftalmologia
Luva
sem
usoTotal Vídeo
Total Geral
Cirurgia
Luvas
Furadas TotalLuvas
%
Luvas
Furadas1
3
7
6 5 41 1 1 10 8 5 61 16 7 100 7 3 45 8 2 32 29 13 221 6 3 52 16 14 248 16 8 151 19 4 93 16 2 73 11 1 42 23 1 64 1 0 4 10 0 24 0 0 14 1 8 4 98 1 94 72 1 28242,86%
12,20% 1 0,00% 8,20% 7,00%
6,66% 6,25% 5,88%
5, 77°/o 5,67% 5,30%
4,30%
2,74% 2,38% 1 ,56%0%
0%
0%
4,08% 5,61%ó
1›1scUsÃo
Os
resultados encontrados são frutosda
identificação de luvascom
microfuros após o ato cirúrgico.
As
luvascom
microfurosexpõem
a equipe cirúrgicasem
que esta possa perceber, quebrando as barreiras de proteção
sem
que
estestomem
medidas
efetivas.A
escovação,o
uso de anti-sépticos e omeio
estéril oferecido,ficam
sendo inválidas se as barreiras de proteção
forem
quebradas.Durante
um
procedimento invasivo, os profissionaisda
saúdecorrem
riscos de adquirir doenças de seus pacientes.
Na
maioria das vezes, estes pacientes nãopossuem
história epidemiológicacom
boas informações e osexames
pré-operatórios não investigam estes aspectos peloaumento
dos custos.Também
existeum
número
significativo de cirurgias realizadas
em
caráter de urgência, que setem
omínimo
de informaçõesdo
paciente.Os
Equipamentos
de Proteção Individual (EPI) são barreirasque
diminuem
estes riscos.Quando
um
EPI
falha, outrasmedidas
devem
ser adotadasimediatamente.
As
luvas rasgadasou
com
furos visíveispodem
ser percebidas pelousuário e executado as medidas de precauções complementares.
Após
o profissionalperceber a ocorrência
do
furona
luva, imediatamente irá retirar, realizaruma
inspeçãopara identificar se ocorreu a perfuração, fazer
nova
escovação e programar o uso de medicações profiláticas se o caso indicar. Estasmedidas
só poderão ser executadas se oprofissional perceber a ocorrência
do
filrona
luva. Estes são os aspectos quemotivaram
a realização
do
presente estudo.Neste experimento luvas
sem
furos visíveis,mostraram
microfuroscom
índices de até
42,9%
emédia
geral de 5,6%. Estes índicesdemonstram
uma
violação nasregras de Biossegurança destes trabalhadores.
A
exposição ao material biológico não épercebida por estes profissionais e as
medidas
complementares de barreira, por tanto, nãoA
possibilidade de entrarem
contatocom
material biológico émultiplicada a cada ato operatório e
também
pelonúmero
de cirurgias executadasdiariamente, acumulando-se ao longo
da
vida profissional.Uma
vasta bibliografia nos mostra, que o hábito de lavar asmãos
não éexecutado
na
freqüência necessária por estes profissionais e principalmente por médicos.Podemos
suporque
servirãocomo
difusores destes agentes infecciosos para outrasdependências
do
hospital, a pacientes e atémesmo
ao seu próprio organismo.O
simples ato de lavar as mãos, tem-se mostrado eficientena
transmissãodos agentes infecciosos das doenças de preocupação epidemiológica mais importantes
como
0SIDA,
Hepatites virais, Malária, Sífilis e Chagas; desde que a pele exposta não7
coNcLUsÃo
No
nosso experimento luvassem
furos visíveis apresentaram0%
a42,9%
nas diversas especialidades emédia
geral de5,6%
de luvas microfuradas.A
presença de microfuros provavelmente expôs as equipes a fluídosbiológicos potencialmente infectante.
O
risco de contaminação/ infecção através demicrofuros existe, e as equipes cirúrgicas não
percebem
e/ou
ignoram
tal risco potencial.A
infecção após o contato poderá ocorrerou
não.A
somatória de algunsfatores
como
a virulência, onúmero
de microorganismos, omeio
de transmissãoda
doença, a integridade
da
pele e a resposta imunológicado
organismo expostocaracterizam a ocorrência de infecção.
O
uso correto das luvas cirúrgicas nãoprotegem
em
absoluto oprofissional
do
contatocom
fluídos biológicos.É
fundamental lavar asmãos
rigorosamente antes e após todo o procedimento cirúrgico.s
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