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Relato de caso: educação sexual para crianças e adolescentes.

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Academic year: 2021

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Resumo revisado pelo Coordenador da Ação de Extensão: Orientação sexual para crianças e adolescentes, 66698.344.49475.26112010, coordenadora: Verônica Aparecida Pereira.

¹ Universidade Federal da Grande Dourados - daianebrasil_@hotmal.com ² Universidade Federal da Grande Dourados - veronicapereira@ufgd.edu.br

Relato de caso: educação sexual para crianças e adolescentes.

BRASIL, Daiane¹ PEREIRA ,Verônica Aparecida²

Palavras chave: educação sexual, crianças e adolescentes.

A sexualidade atualmente apresenta-se como um tema transversal, de caráter multidisciplinar. A discussão transpõe os aspectos biológicos inerentes, passando

pelas questões psicossociais (BRASIL, 1998).

Percebe-se a necessidade de educação sexual em desde a infância, em espaços de educação formal e informal. Esse processo educativo deverá abordar a sexualidade como algo inerente a todo ser humano, algo que se constrói e aprende, integradora do desenvolvimento da personalidade, capaz de interferir no processo de aprendizagem, saúde mental e física do indivíduo (BRÊTAS, 2004).

Embora a sexualidade esteja presente durante toda a vida, a adolescência é percebida como um período muito especial no desenvolvimento humano, marcada por transformações típicas da puberdade e a vivência cultural de seus desdobramentos. É considerada como a transição entre a infância e a idade adulta, caracterizada por intenso crescimento e desenvolvimento que se manifesta por marcantes transformações anatômicas, fisiológicas, psicológicas e sociais. No que se refere às mudanças psicológicas, é a etapa na qual o indivíduo busca consolidar sua identidade , apoiando-se nos modelos parentais (BRETAS, 2002).

Em ambientes educacionais, diversos autores defendem a ideia de que o ensino da sexualidade deve integrar a proposta pedagógica, possibilitando aos educadores e dirigentes condições para atuar como educadores sexuais (NUNES, SILVA 2000; MAIA, 2004; VERGUEIRO; SILVA; 2007).

Neste sentido, percebe-se a importância do educador sexual no ambiente escolar, formal e informal, bem como a necessidade de renovação contínua dos seus próprios conhecimentos sobre sexualidade, para cumprimento eficaz de seu papel (EGYPTO, 2003).

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A família, por sua vez, precisa estar integrada ao processo educativo, embora tenha papéis distintos. Muitas vezes os pais consideram delicado abordar questões de sexualidade com seus filhos adolescentes, justamente por não terem muito claro o que aconteceu com eles próprios, atribuindo essa responsabilidade à escola, e esta, por sua vez, apresenta dificuldade em cumprir tal tarefa (BRÊTAS, 2007). A família e a escola têm papeis diferentes e complementares na orientação dos adolescentes, uma não substituiu a outra. A escola complementa o que é iniciado no no âmbito familiar, suprindo lacunas, combatendo preconceitos, desenvolvendo respeito pelo corpo e pelos sentimentos (Fonseca, 2004).

O programa de orientação sexual para adolescentes justifica-se pela necessidade de considerar a sexualidade presente em todas as etapas da vida. Diante disso, é necessária a veiculação de informações acerca do conhecimento do próprio corpo e a promoção de uma vivência saudável da sexualidade.

Objetivos

O projeto Educação sexual para crianças e adolescentes tem como principal objetivo em sua prática de extensão levar conhecimento e informações aos frequentadores de um centro social a respeito da sexualidade em seu amplo sentido, biológico e psicossocial.

Metodologia

Participam do programa de orientação sexual 140 crianças (06 a 11 anos), 40 adolescentes (12 a 16 anos) e seus respectivos familiares e educadores frequentadores de uma instituição filantrópica do interior do Mato Grosso do Sul-Brasil. As intervenções são realizadas no centro educativo. As crianças e adolescentes são distribuídos em turmas de até 20 participantes.

Nas intervenções são realizados encontros dinâmicos com palestras e discussões para esclarecimento de dúvidas e discussões sobre possíveis conflitos acerca da temática.

As intervenções são realizadas de forma sistemática e continua, para todas as turmas. Os conteúdos dos encontros partem de questões acerca do conhecimento e descoberta do próprio corpo, mudanças típicas da puberdade, higiene, orientação e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis até os

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processos que englobam os aspectos sociais e psicológicos da adolescência, afetividade e relações interpessoais.

As intervenções do projeto foram elaboradas de acordo com as idades, sendo a primeira oficina de explicitação e esclarecimento a respeito do projeto para os pais dos educandos e educadores do Centro, a fim de estabelecer uma parceria para que as intervenções fossem efetivas.

Resultados e discussão

Descrição da atuação junto a crianças e adolescentes:

O trabalho com os educandos de 6 a 7 anos teve as intervenções são baseadas na descoberta do corpo, possibilitando a discriminação de gênero e suas manifestações.

Com os educandos de 8 a 11 anos buscou-se favorecer a ampliação de informações acerca do conhecimento do próprio corpo, modificações típicas da puberdade e as diferenças de gênero.

Com os adolescentes de 12 a 16 anos, houve uma discussão visando ampliar o conceito de sexualidade reconhecendo as suas expressões no cotidiano, além de cuidados com a saúde.

As relações interpessoais, expressão de sentimentos positivos, amizade e enamoramento foram debatidas em todas as turmas, com ênfase na expressão de afeto e relações de amizade.

Ao todo foram realizados onze encontros.

Foi apresentada a proposta de intervenção aos pais, com objetivo de esclarecer e informar os procedimentos do projeto, com a finalidade de trabalhar em parceria com a família para que informação seja efetiva.

Com os educadores do centro, foi realizado um encontro para apresentação do projeto, esclarecendo os objetivos, procedimentos e métodos com a intenção de trabalho em equipe para uma intervenção continuada.

Pode perceber que falar em sexualidade ainda envolve tabus e preconceitos, no entanto se observamos ao nosso redor percebemos, paraxodalmente, que a mídia em geral difunde musicas, modas e comportamentos que abordam o tema de modo aberto. Corriqueiramente vemos em propagandas, filmes ou telenovelas

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apelando ao sexo, estimula-se a incansável busca pelo corpo saudável e esteticamente perfeito, especialistas e celebridades se dispõem em ensinar técnicas e estratégias para manter os corpos jovens e ativos.

O frequente acesso de crianças e adolescentes cada vez mais precoce a internet, o descompromisso da mídia com a educação, com a ascensão dos meios de comunicação e por sua grande amplitude, a mídia produz efeitos que podem mudar os costumes de uma sociedade acabando por banalizar a sexualidade, exibindo figuras expostas em propagandas incentivando a sexualidade precoce, podendo essa ser erroneamente interpretada pelo telespectador.

Percebe-se que quando o assunto é sexualidade o que é comentado por adolescentes é o que passa se mídia em forma de músicas, cenas de telenovelas, na vestimenta e até mesmo nas formas de expressões, que podem ser facilmente identificadas em crianças a partir da idade escolar até adolescência.

E embora muito comentada e discutida pelos programas educativos e saúde pública que distribuem preservativos e anticoncepcionais gratuitamente ainda há muitas informações que devem ser desmistificadas, discutidas e trabalhadas tanto com crianças quanto com adolescentes.

É preciso levar as crianças e adolescentes à reflexão e negociar com eles a utilização do seu conhecimento para sua proteção. As crianças e jovens do novo milênio querem falar de seus sentimentos, ansiedades, dúvidas e emoções compartilhadas.

Conhecer a sexualidade neste momento enquanto criança e adolescente é fundamental para que não se crie mitos quanto ao próprio sexo, nesse sentido a orientação sexual é de suma importância para que se busque amenizar a gravidez precoce e a transmissão das doenças sexualmente transmissíveis. Mostrar aos jovens a sexualidade ainda que complexa possa ser discutida abertamente e para que seja vivenciada com responsabilidade e prazer.

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Referências Bibliográficas

BENTO, J. GONÇALVES M. C. & PRIZMIC, P.. (2007) Sexualidade Autoconhecimento e Qualidade de Vida. São Paulo: Alaúde.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares

Nacionais:terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília:

MECSEF1998

BRÊTAS JRS. A mudança corporal na adolescência: a grande metamorfose. Temas

sobre Desenvolvimento 2004;

BRÊTAS JRS, Rua DV, Querino ID, Cintra CC, Ferreira D, Correa DS. Compreendendo o interesse de adolescentes do sexo masculino e feminino sobre corpo e sexualidade. Temas Sobre Desenvolvimento 2002;

BRÊTAS JRS, Pereira SR. Projeto de Extensão Universitária: um espaço para formação profissional e promoção da saúde. Trabalho, educação e saúde 2007; EGYPTO AC. O projeto de orientação sexual na escola. In: Egypto AC, organizador. Orientação sexual na escola: um projeto apaixonante. São Paulo: Editora Cortez; 2003. p. 13-31. In. BRETAS, José Roberto da Silva et al. Aspectos

da sexualidade na adolescência. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2011, v..16, n.7, p.

3221-3228.

FONSECA H. Abordagem Sistêmica em Saúde dos Adolescentes e suas

Referências

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