UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE DIREITO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO
ANTONIO CARMELO ZANETTE
A CRISE DO CONTRATO AGRÁRIO: Novos paradigmas do arrendamento e da parceria rural
Porto Alegre 2018
ANTONIO CARMELO ZANETTE
A CRISE DO CONTRATO AGRÁRIO: Novos paradigmas do arrendamento e da parceria rural
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Direito.
Orientador: Prof. Dr. Bruno Miragem
Porto Alegre 2018
ANTONIO CARMELO ZANETTE
A CRISE DO CONTRATO AGRÁRIO: Novos paradigmas do arrendamento e da parceria rural
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Direito.
Aprovada em ____ de __________ de 2018.
__________________________________________________ Prof. Dr. Bruno Miragem
Orientador __________________________________________________ Prof. Dr. __________________________________________________ Prof. Dr. __________________________________________________ Prof. Dr.
É inevitável agradecer aqueles que nos apoiaram durante o período anterior ao ingresso do mestrado, bem como durante o estudo até a nossa conclusão. Agradecer de forma muito especial ao meu professor orientador e amigo Bruno Miragem, a quem nutro admiração e muito respeito pela sua integral dedicação com tempo e experiência a este trabalho. Agradecer à professora Claudia Lima Marques pela disciplina e diálogos. Ao professor e amigo Daniel Mitidiero pela parceria e obras indicadas. Agradecer à professora Judith Martins Costa e o professor Miguel Reale Jr. por abrirem o Instituto de Estudos Culturalistas, para realizar a pesquisa com afinco, local em que é possível definir como uma parte do céu que habita na terra. Agradecer ao Dr. Ruy Rosado de Aguiar Junior por abrir a sua biblioteca e poder nutrir as luzes que o levaram a ser um dos maiores nomes dentre os juristas que o Brasil tem. Agradecer ao meu padrinho e advogado ruralista Ricardo Alfonsin pela inspiração, aprendizado de vida e debates a respeito do tema. Agradecer de forma especial meu primo irmão Pedro Alfonsin, bem como o amigo Juliano Madalena, que me incentivaram ao ingresso no Mestrado e corroboraram para que eu pudesse tatear na vida acadêmica. Ao Henrique Saraiva pelos livros da biblioteca do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Ao Tiago Santana, pelas obras da biblioteca do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Câmara dos Deputados e Senado Federal. À minha família, que é a verdadeira anciã mestra de todo o caminho trilhado. Aos amigos em geral e colegas de escritório. Por fim, mas não menos importante, agradecer à minha mãe Tânia e aos meus avós, Arnaldo e Maria, a quem dedico este trabalho, pois sem eles, nada disto seria possível.
RESUMO
Considerando que o Estatuto da Terra (lei 4.504/64) e seu decreto regulamentador (59.566/66) tem mais de meio século, idealizados com cláusulas protetivas ao arrendatário e parceiro-outorgado, antes considerado vulnerável, este trabalho objetiva fazer um resgate histórico a respeito da legislação, alcançando os dias atuais em diversos aspectos para que seja analisada a crise que se instalou na pactuação do contrato agrário de arrendamento e parceria rural, frente a autonomia privada das partes e da função social da propriedade. Tendo o trabalho como finalidade perquirir novos paradigmas, primando por uma maior liberdade na contratação, utilizando como tábua axiológica o Código Civil a partir da sua constitucionalização, suas fontes, tais como a legislação, usos e costumes, princípios, jurisprudência e precedentes, com a intenção de traçar um novo perfil contratual destes típicos contratos agrários, em respeito a função do contrato e ao interesse útil dos contratantes. Assim, conforme será visto, possibilitará uma interpretação que afaste o Estatuto da Terra e seu decreto nos casos em que o arrendatário ou parceiro-outorgado não é considerado vulnerável na relação, devendo então, não ser estendidas as benesses, ou melhor, as proteções inseridas na legislação e regulamentação, tais como as cláusulas protetivas de prazos mínimos, obrigatoriedade de fixação do preço em dinheiro, bem como o exercício do direito de preferência, é como será visto.
Palavras-chave: Contratos agrários. Arrendamento e parceria rural. Autonomia privada. Dirigismo contratual. Crise no contrato. Novo perfil contratual.
ABSTRACT
Considering that the Land Statute (Law 4,504/64) and its regulating decree (59,566/66) have been for over half a century, idealized with protective clauses to the lessee and partner-grantor, previously considered vulnerable, this work aims to make a historical summary respecting the legislation, reaching the present day in several aspects to analyze the crisis that settled in the agreement of the agrarian contract of lease and rural partnership, facing the private autonomy of the parties and the social function of the property. The aim of this work is to investigate new paradigms, focusing on a greater freedom in contracting, using as an axiological table the Civil Code from its constitutionalization, its sources, such as legislation, uses and customs, principles, jurisprudence and precedents, with the intention of drawing up a new contractual profile of these typical agrarian contracts, respecting the function of the contract and the useful interest of the contractors. Thus, as we shall see, it will provide an interpretation that departs from the Land Statute and its decree in cases in which the lessee or grantor is not considered vulnerable in the relationship, and therefore, the benefits, or rather the protections inserted in the legislation and regulations, such as minimum term protection clauses, mandatory pricing in cash, as well as the exercise of preemptive rights, will be seen.
Keywords: Agrarian contracts. Rural lease and partnership. Private autonomy. Contractual management. Crisis in the contract. New contractual profile.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ... Erro! Indicador não definido. 2 A DISCIPLINA LEGAL DOS CONTRATOS AGRÁRIOS DE ARRENDAMENTO E PARCERIA RURAL NO DIREITO BRASILEIRO ... Erro! Indicador não definido. 2.1 ANÁLISE HISTÓRICA E MOTIVAÇÃO DA DISCIPLINA LEGAL DOS
CONTRATOS AGRÁRIOS ... Erro! Indicador não definido. 2.2 PRINCÍPIOS ESPECIAIS DO DIREITO AGRÁRIO INCIDENTES NOS CONTRATOS AGRÁRIOS ... Erro! Indicador não definido. 2.2.1 Função social da propriedade ... Erro! Indicador não definido. 2.2.2 Justiça social ... Erro! Indicador não definido. 2.2.3 Prevalência do interesse público sobre o particular .... Erro! Indicador não definido. 2.2.4 Reformulação da estrutura fundiária ... Erro! Indicador não definido. 2.3 NATUREZA DO CONTRATO E SEUS TIPOS LEGAIS. Erro! Indicador não definido. 2.3.1 Contrato de arrendamento rural ... Erro! Indicador não definido. 2.3.1.1 Prazo ... Erro! Indicador não definido. 2.3.1.2 Preço ... Erro! Indicador não definido. 2.3.1.3 Preferência ... Erro! Indicador não definido. 2.3.2 Contrato de parceria rural ... Erro! Indicador não definido. 2.3.2.1 Prazos ... Erro! Indicador não definido. 2.3.2.2 Preços ... Erro! Indicador não definido. 2.3.2.3 Preferência ... Erro! Indicador não definido. 3 A CRISE NOS CONTRATOS AGRÁRIOS ... Erro! Indicador não definido. 3.1 O FENÔMENO DA CRISE NOS CONTRATOS ... Erro! Indicador não definido. 3.1.1 Autonomia privada e deveres de proteção ... 58 3.1.2 Autonomia privada e vulnerabilidade ... 63 3.1.3 Autonomia privada e a crise do contrato ... 70 3.2 A CRISE NOS CONTRATOS AGRÁRIOS E DAS SUAS CONSEQUÊNCIAS ... Erro! Indicador não definido.
3.2.1 Crise nos prazos ... Erro! Indicador não definido. 3.2.2 Crise no preço ... Erro! Indicador não definido. 3.2.3 Crise na preferência ... Erro! Indicador não definido. 4 NOVOS PARADIGMAS DOS CONTRATOS AGRÁRIOS DE ARRENDAMENTO E PARCERIA RURAL ... Erro! Indicador não definido.
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4.1 A NECESSIDADE DE READEQUAÇÃO AXIOLÓGICA NOS CONTRATOS DE PARCERIA E ARRENDAMENTO RURAL E A EFICÁCIA DOS PRINCÍPIOS CONTRATUAIS ... Erro! Indicador não definido. 4.1.1 Princípio da autonomia privada ... Erro! Indicador não definido. 4.1.2 Princípio da função social do contrato ... Erro! Indicador não definido. 4.1.3 Princípio da boa-fé objetiva ... Erro! Indicador não definido. 4.1.4 Princípio da equivalência das prestações ... Erro! Indicador não definido. 4.2 USOS E COSTUMES E A NATUREZA DO CONTRATO COMO CRITÉRIOS HERMENÊUTICOS PARA INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
AGRÁRIOS ... Erro! Indicador não definido. 4.2.1 A função dos usos e costumes no contrato agrário ... Erro! Indicador não definido.
4.2.2 Natureza do contrato e a natureza do contrato agrário como critérios
hermenêuticos ... Erro! Indicador não definido. 4.2.2.1 Usos e costumes e a natureza do contrato agrário como fonte do direito .... Erro! Indicador não definido.
4.2.2.2 Na interpretação da lei, dos negócios jurídicos e sua aplicabilidade no contrato agrário ... Erro! Indicador não definido. 4.3 O NOVO PERFIL DO CONTRATO AGRÁRIO: RESPEITO À FUNÇÃO DO CONTRATO E AO INTERESSE ÚTIL DOS CONTRATANTES Erro! Indicador não definido.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... Erro! Indicador não definido. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... Erro! Indicador não definido.
