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Importância da flexibilidade na coluna vertebral para a dança zouk: estudo bibliométrico

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA DEBORA FARCILI FERNANDEZ

IMPORTÂNCIA DA FLEXIBILIDADE NA COLUNA VERTEBRAL PARA A DANÇA ZOUK: ESTUDO BIBLIOMÉTRICO

Palhoça 2012

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IMPORTÂNCIA DA FLEXIBILIDADE NA COLUNA VERTEBRAL PARA A DANÇA ZOUK: ESTUDO BIBLIOMÉTRICO

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Educação Física e aprovado em sua forma final pelo Curso de Educação Física, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Orientador: Prof.ª Geórgia Maria Ferro Benetti, Drª.

Palhoça 2012

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IMPORTÂNCIA DA FLEXIBILIDADE NA COLUNA VERTEBRAL PARA A DANÇA ZOUK: ESTUDO BIBLIOMÉTRICO

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Educação Física e aprovado em sua forma final pelo Curso de Educação Física, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 26 de novembro de 2012.

___________________________________________________ Prof.ª e orientadora Geórgia Maria Ferro Benetti, Drª.

Universidade do Sul de Santa Catarina

___________________________________________________ Prof.ª Simone Karmann Souza, Ms.

Universidade do Sul de Santa Catarina

__________________________________________________ Prof. Rafael Andreis, Ms.

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Dedico este trabalho a minha mãe que sem seu amor, apoio e, preocupação, às vezes excessiva,

muitas coisas em minha vida não se

concretizariam. Também dedico ao Bruno Machado, pessoa que me apresentou à dança de salão e especialmente ao zouk, que como professor, me ensinou os primeiros passos, como parceiro de dança pisei pela primeira vez em um palco e, que com tudo isso e seu amor pela dança também fez me apaixonar por ela.

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Primeiramente gostaria de agradecer a base de tudo o que sou hoje, a minha família, que respeitou sempre minhas escolhas por mais “absurdas” que julgassem ser ou que realmente eram e, por me dar apoio e me confortar quando as coisas não davam certo, me motivando a recomeçar e lutar pelos meus sonhos.

Segundo, agradeço aos meus amigos que fiz nesta trajetória acadêmica e que serviram de incentivadores nesta conquista.

Agradeço imensamente a Professora Drª Georgia Maria Ferro Benetti que foi compreendeu minha visão para este trabalho e me apoiou do início ao fim por mais inesperado e desconhecido tenha sido o tema escolhido, por se colocar a disposição sempre, em momentos de estresse me tranquilizar e, por se empolgar com minhas ideias a serem realizadas futuramente, continuando a parceria criada através desta construção acadêmica.

Aos membros da banca, pelas considerações na intensão de melhorar ainda mais o trabalho e pelos elogios também. Em especial a Professora Ms. Simone Karmann Souza, que aceitou meu pedido para compor a banca e que de alguma forma através de suas aulas, fez crescer minha paixão pela fisiologia humana e colaborando para que eu quisesse fazer esta pesquisa.

Por último mas não menos importante, agradeço aos meus amigos da dança que hoje se tornaram uma segunda família para mim, me ajudaram a evoluir como pessoa e como dançarina e bailarina. Nesta família, alguns nomes devo citar, pela oportunidade e por acreditar em mim, Bi Almeida, Ruan Patricio e Bruno Machado, professores da minha vida que carregarei um carinho especial sempre comigo.

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“Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nem uma vez! E falsa seja para nós toda a verdade que não tenha sido acompanhada por uma gargalhada!” (NIETZSCHE, 2012)

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Este trabalho teve o propósito de verificar como se constrói a relação do zouk com a flexibilidade da coluna vertebral nas publicações. Para isso realizou-se uma pesquisa exploratória, bibliográfica em base de dados online, livros e sites. Foram buscadas nove bases de dados, sendo que apenas sete foram selecionadas mediante aos critérios de relevância de conteúdo e a partir de artigos encontrados primeiramente pelo Google Acadêmico. Sites e livros foram o alicerce para a pesquisa na construção inicial de fundamentos teóricos sobre o assunto, já que publicações em forma de artigos acadêmicos e científicos encontrados nas buscas com a palavra-chave “zouk” atingiu quase nenhuma relevância entre todos os artigos, pois não abordavam o zouk como dança. Isto ocorreu também quando se buscou “flexibilidade e coluna vertebral” cujos artigos correspondentes não abordaram o conteúdo teórico e fisiológico esperado. Ainda assim, foi possível reunir fundamentos acadêmico-científicos e sobre o tema proposto, apontar possibilidades e necessidades para estudos futuros.

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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA...9

1.2 OBJETIVO GERAL...9

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...10

1.4 JUSTIFICATIVA...10

2 DANÇA DE SALÃO: ZOUK...12

2.1 RELAÇÃO: DANÇA E FLEXIBILIDADE...12

2.2 DANÇA DE SALÃO...13

2.2.1 Histórico e evolução...14

2.2.2 Zouk ou Lambada...16

2.3 FLEXIBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL...21

2.3.1 Anatomia básica da coluna vertebral...22

2.3.2 Zouk: movimentos | passos...23

3 METODOLOGIA...28

4 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS...30

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...40

REFERÊNCIAS...42 ANEXOS

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEXTO E PROBLEMA

A dança é uma arte muito antiga executada pelo ser humano e seu corpo. É considerada como sendo, “movimentos cadenciados incluindo passos e saltos, executados ao som e ao compasso da música”. (BARBANTI, 2003, p. 150)

Atualmente, com a ajuda da mídia através da exposição da dança em programas de televisão em horário nobre, filmes e novelas, a dança ganhou força como atividade física e lazer na sociedade. Dentre os vários estilos que a dança abrange, a dança de salão foi uma das beneficiadas e retornou ao mercado com crescente procura.

Entre os ritmos mais conhecidos na dança de salão estão o forró, samba de gafieira, bolero e tango. Entretanto, há um estilo novo ganhando espaço, o zouk, este que nos dias de hoje deriva-se da antiga lambada, sendo tratado tanto como música quanto como dança.

O zouk traz como característica, ser uma dança sensual por possuir na maioria das vezes maior contato corporal entre o cavalheiro e a dama devido, por exemplo, ao “encaixe” de um quadril com o outro nos passos fechados durante a dança.

Além disto, para praticantes deste estilo, se tratando diretamente das mulheres, se faz necessário um mínimo de flexibilidade na coluna vertebral com o intuito de executar passos como, pêndulos ou espirais (giros da dama com a coluna em extensão), cambre (coluna curvada para trás - hiperextensão), “movimentos de cabeça” (finalizações e/ou enfeites através da rotação do pescoço e cabeça se estendendo até o cabelo). Estes movimentos que se fazem viáveis graças às junções de várias articulações na qual é formada a coluna vertebral, podendo com esta estrutura então, mexer-se em vários planos.

Sendo assim, propõe-se analisar com base no conhecimento acadêmico-científico qual a importância da flexibilidade na coluna vertebral para a dança zouk.

1.2 OBJETIVO GERAL

Verificar como se constrói a relação do zouk com a flexibilidade da coluna vertebral por meio de publicações.

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1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Verificar existência de estudos publicados no formato de artigo e disponíveis em bases online sobre zouk;

b) Verificar existência de estudos publicados no formato de artigo e disponíveis em bases online relacionando zouk e coluna vertebral;

c) Verificar existência de estudos publicados no formato de artigo e disponíveis em bases online relacionando flexibilidade e coluna vertebral;

d) Verificar existência de estudos publicados no formato de livros sobre zouk; e) Verificar a quantidade de artigos sobre zouk e flexibilidade na coluna vertebral;

f) Selecionar publicações com conteúdo relevante que forneçam fundamentos teóricos sobre zouk, e zouk e coluna vertebral;

1.4 JUSTIFICATIVA

Em contato com o zouk nos últimos dois anos tanto como praticante como observadora, foi possível notar que os movimentos impostos à coluna vertebral são uma característica frequente durante a execução da dança. Esta movimentação que é um diferencial das outras danças de salão tende a chamar atenção de quem assiste e, é o que aparentemente as alunas mais anseiam aprender nas aulas dentro do estúdio que estagio.

O zouk então se trata de um estilo de dança, dentro da dança de salão, que exige da dama uma flexibilidade mínima da coluna vertebral para que se consiga executar os movimentos. Então, como uma das particularidades desta dança, é a flexibilidade da coluna vertebral que mutuamente está ligada aos passos e movimentos próprios do zouk, buscando a maior amplitude de movimento articular desta região em questão, com a intensão de embelezar ainda mais a dança.

Através da divulgação na mídia destacando a dança de salão e até mesmo o zouk, houve um aumento de interesse e procura por esse estilo. Com este crescente número de praticantes da modalidade, o acompanhamento mais detalhado desta região, a coluna vertebral, é de suma importância, já que devido a repetição dos exercícios/passos através da prática das aulas, tendem a acarretar lesões ou agravar as já existentes se não executadas e abordadas com os devidos cuidados pelo praticante e pelo profissional. Além de que, como

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em qualquer outra atividade, em sua regular prática pode-se notar melhoras nas valências físicas que a determinada modalidade contempla.

Ou seja, “a técnica de dança foi transmitida ao longo dos anos com pouca análise anatômica. Essa tradição pode ter funcionado por gerações, mas hoje, para que você tenha alguma vantagem sobre outros dançarinos, deve conhecer a anatomia básica e receber o treinamento mais eficiente” (Haas, 2011, p. vii).

Outro fator a levar em conta é a pouca exploração desta área no ambiente acadêmico e principalmente dentro da educação física que é considerada também como preventiva quanto à saúde do ser humano.

Sendo assim, a fim de proporcionar eficiência, segurança e estética do movimento dentro deste estilo que exige tanto da coluna vertebral, pretendeu-se reunir informações que possibilitassem aprofundar e viabilizar aos professores de dança, fundamentos para melhor trabalhar com as técnicas deste estilo, tendo o conhecimento anatômico necessário para ampliar e melhorar a execução dos movimentos com o mínimo de constrangimento articular e muscular que possa gerar futuras lesões e/ou agravamentos.

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2. DANÇA DE SALÃO: ZOUK

2.1 RELAÇÃO: DANÇA E FLEXIBILIDADE

Para melhor compreender a importância da flexibilidade no zouk (um estilo específico dentro da dança de salão), primeiramente vamos conhecer a conceituação que existe dentro destes aspectos, dança e flexibilidade e a relação entre ambos.

“De todas as artes, a dança é a única que depende só do corpo. Por isso dizem-na a mais antiga, aquela que o ser humano carrega dentro de si desde tempos imemoriais” (PORTINARI, 1989, p. 11).

Na Enciclopédia Barsa (1994), a palavra dança significa arte do movimento plástico e rítmico do corpo humano, ou seja, é produzida e limitada por sua ferramenta: o corpo humano. A dança pode ser executada individual ou coletivamente, no decorrer de um som gerado por instrumentos, ou por voz.

Outros conceitos de dança é que ela “representa equilíbrio impecável, controle muscular intenso, graça, ritmo e velocidade” (HASS, 2011, p. vii). “Em qualquer de suas formas expressivas, é um espelho das manifestações vitais: emoção, arte, filosofia e religião” (RIED, 2003, p. 8).

Visto as definições, Silva (2007) comenta que certas atividades esportivas, como por exemplo, a dança, ginástica rítmica e olímpica, dentre outras, demandam um nível elevado de flexibilidade. Neste âmbito, os profissionais trabalham mutuamente com a meta principal, de melhorar o rendimento do atleta, prevenir lesões e desenvolver a máxima amplitude de movimento envolvida nas habilidades motoras.

Com essa característica tão presente na dança, a flexibilidade pode ser conceituada, como sendo, a maior amplitude fisiológica de movimento para realização de um gesto qualquer, considerada um componente importante da aptidão física (FARINATTI, 2000). A palavra flexibilidade procede do latim flectere (dobrar-se) ou flexibilis (dobradiço), e é definida como "qualidade do que é flexível, maleável; facilidade e ligeireza de movimento" (HOUAISS, 2001).

Barbanti (2003, p. 270 e 271) descreve flexibilidade em termos mais técnicos sendo:

A capacidade de realizar movimentos em certas articulações com amplitude de movimento apropriada. Ela é pré-requisito básico para a execução tecnicamente correta dos movimentos. Embora seja classificada como capacidade condicional, ela

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tem grande participação do sistema nervoso central, portanto é também uma capacidade coordenativa. Também denominada extensibilidade ou mobilidade articular.

Em se tratando de flexibilidade como mobilidade articular, Barbanti (2003, p. 401) descreve:

É o movimento em uma articulação que resulta de uma frouxidão normal dos ligamentos, músculos e cápsulas. Permite movimentos de rotação, de deslizamento, de corrediça. É importante para se conseguir a maior amplitude de movimento.

Relacionando ambos os assuntos, Alter (2010, p. 291) diz que “os dançarinos são famosos por sua extrema flexibilidade em praticamente todas as partes do corpo”. “Uma de suas qualidades físicas básicas, é executar movimentos com grande amplitude articular” (SOUZA, 2010). Esta flexibilidade que é de fundamental importância em mais ou menos 90% das modalidades de danças ocidentais (BARROS, 2010).

A flexibilidade está diretamente relacionada com as técnicas dos movimentos da dança, assim como, é uma das valências físicas mais exigidas dentre tantas na execução do movimento (MONTEIRO, 2009). “Tornando-se assim pré-requisito biofisiológico e aporte para uma dança de excelência na sua execução com o máximo de desempenho e performance, além de ser uma medida profilática das mais poderosas, a de evitar lesões” (BARROS, 2010).

“Então, como a prática da dança exige a utilização completa dos arcos articulares especificamente envolvidos em seus gestos, fica muito difícil, se não impossível, a performance de alto rendimento sem se usar de um bom nível de flexibilidade” (SILVA; BONORINO, 2008, p. 49). “Sendo de extrema importância o domínio integral do corpo e suas limitações, para que possamos ampliar sua capacidade e colhermos bons frutos disso através da consciência corporal” (SOUZA, 2010).

2.2 DANÇA DE SALÃO

Após entender a semelhança entre a dança e a flexibilidade, vamos aprofundar mais especificamente em uma das danças ocidentais, a dança de salão. Para isto, é feito uma retrospectiva breve para conhecer mais a fundo as características bases que compõe qualquer ritmo dançado dentro da modalidade de danças a dois, inclusive o zouk.

De maneira a compreender melhor este universo da dança de salão, brevemente Volp e outros (1995, p. 52) explanam:

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Desde os primórdios o homem se utiliza do movimento e da dança. Com isso, ele se comunica, se expressa, se satisfaz, se encanta, se educa. Dentre os vários tipos de dança, a dança de salão é uma atividade, cuja complexidade, pode se adaptar às habilidades individuais, é acessível a qualquer sexo e faixa etária podendo proporcionar situações de experiência máxima.

A dança de salão recebeu o termo “salão”, devido à necessidade de salas grandes, os salões, para que se possam realizar as evoluções das danças e festas de confraternização dançantes (PERNA, 2005, p. 10).

A dança de salão que, pode ser ajustada na categoria de dança popular, já era praticada há cerca de três mil anos, tanto pela comunidade, quanto pela família. Essa categoria tem como característica acontecimentos evidenciados do momento, e pode ser chamada de dança social por ser praticada, aos pares, em bailes ou reuniões e tem, em seu bojo, o objetivo de socializar e divertir (PERNA, 2005; ROCHA; ALMEIDA, 2007).

Entretanto, existe uma diferença entre os termos “dança de salão” e “dança social”. A dança social, em primeira perspectiva, representa todo dançar em companhia, incluindo as danças folclóricas e de roda. Ambas compõem uma atividade social, que se particulariza pela presença de interação social. Introduzida nesse conceito como subcategoria, estaria a dança de salão, concepção restrita àquela atividade social dançante que acontecia no salão de baile, ou seja, em ambiente nobre e requintado. Embora, nos dias atuais, possa ser praticada em locais menos refinados e/ou de classe alta, a expressão remete à origem nobre da atividade (RIED, 2003).

Rocha e Almeida (2007, p. 76) ainda completam dizendo que “em alguns momentos aprendia-se a dança de salão apenas como qualquer outro novo conhecimento; em outros, se vislumbrou que servia para amenizar o estresse, os estados de tensão; ou ainda para superar os conflitos do cotidiano”.

2.2.1 Histórico e evolução

Como se conceituou a dança globalmente antes, agora se traz uma rápida evolução de quando se originou a dança, até quando ela ganha particularidades que a tornam dança de salão.

Em seu início, a dança imediatamente começou a inserir ritmos (batidas, sons) e rituais (rituais de dança). Dançar era, ao mesmo tempo, viver, superar o cotidiano, iniciar-se nos mistérios da vida, da morte e da fertilidade. Primeiramente, até chegar ao que hoje,

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chamamos de música, usaram-se palavras, depois batidas com as mãos e pés e, então surgiram os acompanhamentos. Com o passar do tempo, a dança desenvolveu-se extraordinariamente. Fórmulas diversas e criações com passos tão numerosos quanto às palavras, passaram a interpretar, na verdade, situações e sensações, sentimentos. Uma união tão perfeita e agradável ao homem, que o levou a praticá-la não apenas sozinho, como também com um (a) parceira (a), ou um grupo de pessoas (ROCHA; ALMEIDA, 2007).

A dança de salão, por sua vez, pode-se dizer que surgiu na Europa, na época do Renascimento. A mesma, desde o século XV, tanto pelo povo (classe baixa) quanto pela realeza (classe alta), virou uma forma de lazer muito apreciada (PERNA, 2005).

Dos tantos acontecimentos históricos e conquistas desta modalidade destaca-se a disputa do primeiro Campeonato Mundial no ano de 1909 em Paris, nesta mesma época e local foram fundados os primeiros Clubes de Dança de Salão, alguns existentes até os dias de hoje e, a proibição de dançar na França e Alemanha durante a I Guerra Mundial (RIED, 2003).

Em se tratando do surgimento dos vários ritmos da dança de salão, a valsa Vienense é a mais antiga das danças de salão tradicionais. O samba invadiu as pistas europeias como primeiro ritmo genuinamente latino, em 1924. Já em 1931, foi a vez da rumba aparecer pela primeira vez nos salões de baile europeus. E foi na época da II Guerra mundial que surgiram vários outros ritmos como Boogie, Jive, e Jitterbug partindo de Blues, Swing e Lindy Hop (RIED, 2003).

Apenas no século XVI, a dança de salão chegou ao Brasil. Esta trazida pelos portugueses e, posteriormente pelos imigrantes de outras nacionalidades europeias, que aqui chegaram. A mistura desses imigrantes com os indígenas e negros africanos, propiciaram a formação de nossa cultura e foi muito importante para nossa música e dança (PERNA, 2005).

Um fator histórico a destacar foi “A primeira dança a dois enlaçada a chegar ao Brasil, foi a valsa, por volta de 1837. Nunca foi uma dança popular, sempre foi uma dança aristocrática, sendo dançada ainda hoje em bailes de debutantes e casamentos.” (PERNA, 2005, p.16)

Rocha e Almeida (2007, p. 78) comparam a dança de salão dentro do Brasil, com outros estilos dizendo que, “assim como o jazz, moderno e contemporâneo, e o sapateado, as danças de salão, com os ritmos de bolero, samba, salsa, forró, entre outros, todos têm peculiaridades que os tornam únicos. Em outras palavras, é uma verdadeira arte saber expressar os mais variados ritmos”.

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Perna (2005, p. 117) diz que “poucas outras danças de salão nacionais conseguiram repercussão como o samba, o bolero e o soltinho, exceção ao forró nordestino que possui diversas variações e à lambada, que hoje em dia está mais lenta e é dançada ao som do zouk”.

Com isso, a dança de salão, sobretudo, pode ser dividida em cinco tribos. A primeira é considerada genérica, pois se dança vários ritmos, samba de gafieira, bolero e soltinho como principais estilos, mas sem descartar os outros. Já a segunda tribo é a da lambada, que dança especialmente a lambada ao som de zouk, música cigana, e a lambada original, também incluso os ritmos salsa e merengue. A tribo de número três é a do tango, no qual dança o tango, tango-valsa e milonga. Na sequencia vem a tribo do forró e, por último, a tribo dos ritmos latinos com dominância da salsa, seguida do merengue. Nesses bailes, é óbvio que se é dançado outros ritmos, mas em muito menor quantidade que as danças principais da tribo (PERNA, 2005).

Então, hoje, a dança de salão é a consequência de décadas ou até centenas de anos de evolução, delineando e se ajustando perante necessidades e características típicas de cada sociedade (cultura) e época desde a Idade Média até o século XXI. Como inferência dessa evolução, a mesma constitui hoje uma ampla difusão por todo o mundo, na prática desta atividade física que é impulsionada pelos motivos mais distintos, tais quais, lazer, esporte e saúde (REID, 2003).

Desta forma, este estilo de dança, que nas últimas décadas apresentou “altos e baixos”, sofreu a influencia da lambada, no final dos anos 80, tendência de curto prazo, contudo muito bem recebida pelo público fanático por dança. Relata-se um aumento significativo de uns tempos pra cá, principalmente entre jovens e adolescentes (ROCHA; ALMEIDA, 2007), mas agora, conhecida como zouk.

2.2.2 Zouk ou Lambada

Neste momento expõe-se então o histórico e a relação entre as duas danças, lambada e zouk. Começando pela lambada, pois foi a que influenciou e ajudou a criar o zouk. Com isso dito, “a dança lambada teve sua origem no norte do Brasil, a partir da mistura da dança carimbó, originada na tribo indígena Tupinambá, com danças nordestinas e ainda algumas figuras do maxixe, como o balão apagado” (FLORIÃO, 2008).

“Esse novo ritmo musical passou a ser dançado, a partir de uma adaptação da dança ‘carimbó’, que era dançada com duplas soltas, para ser dançada com duplas enlaçadas,

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tendo na polca a sua referência enquanto passo básico” (OLIVEIRA; CASTRO JÚNIOR, 2010).

“A expressão, lambada, está relacionada ao movimento de ‘lambadeio’ das saias das praticantes” (OLIVEIRA; CASTRO JÚNIOR, 2010, p. 1). Isto se deve, por que a dança carimbó tem como principais características movimentos onde a mulher tenta envolver o homem com a saia. A lambada tinha como característica fundamental, os casais bem próximos (FLORIÃO, 2008).

Tratando da lambada como gênero musical, esta teve seu surgimento em meados da década de 1970 no Pará. Além de descender do carimbó sofreu influências também de ritmos caribenhos como o merengue. Até o final da década de 1980 este ritmo conseguiu repercussão do Norte do Brasil até chegar à Bahia e em São Paulo. Nesse final de década foi criado o grupo multinacional Kaoma, por franceses que colocaram como líder do grupo um brasileiro. “Chorando se foi” foi a música lambada mais popular tanto do grupo como de gênero musical (PERNA, 2005).

A lambada teve então sucesso internacional, sendo que neste período o ritmo como dança de salão já existia (PERNA, 2005). Exportada do Brasil para a França, a lambada ganhou novas interpretações ao entrar em contato com outras danças. O balé foi uma das modalidades que mais predominou nela, a fim de agregar fundamentos de palco devido à necessidade de aumentar o seu potencial enquanto espetáculo, com o intuito de atender as expectativas de lucro idealizadas pelos empresários franceses que acreditaram na lambada (OLIVEIRA; CASTRO JÚNIOR, 2010).

A lambada ao retornar para o Brasil, ainda em seu auge de reconhecimento, ganha força no cenário midiático reproduzindo os elementos que lhe foram incorporados e, para suprir a falta de produção da lambada enquanto música desenvolveu-se dois estilos: Porto e Rio, a partir da adaptação em ritmos musicais diferentes (OLIVEIRA; CASTRO JÚNIOR, 2010).

Porém o sucesso “global” que a lambada conquistou durou apenas cinco anos aproximadamente. Já por volta dos anos 90, poucos eram os músicos de lambada e a maioria dos dançarinos desse ritmo tinha perdido sua inspiração. Entretanto alguns dançarinos procuraram continuar o estilo e começaram a dançar lambada com a influência da música caribenha, zouk (ROTTIER, 2010). Ou seja, “acredita-se que, com o declínio da Lambada como gênero musical, por volta de 1988, professores e DJs do Brasil tenham partido em busca de uma música que se enquadrasse rítmica e melodicamente à dança. É neste cenário que o zouk chega ao Brasil” (WILLADINO, 2012, p. 33).

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Porém “desde a época que estourou a lambada , o zouk já era executado em vários países da Europa e América Central. É um ritmo realmente fascinante, sua cadência enseja muito romantismo” (NÚCLEO DE DANÇA RENATA PEÇANHA, 2012).

Então observando melhor o estilo musical, “não se utiliza apenas a música lambada ou zouk para se dançar lambada. Utiliza-se também música cigana, como do conjunto Gipsy Kings, música árabe e axé-music” (PERNA, 2005, p. 123). Músicas de outras descendências também garantiram a continuidade do estilo de dança, como por exemplo, músicas francesas, espanholas, árabes, estadunidenses, áfricas, entre outras. Só que de todas estas, o zouk foi a que melhor se encaixou, tornando-se a preferida para se dançar a lambada (FLORIÃO, 2008).

A fusão da música zouk com o estilo de dança lambada foi altamente atraente e, eventualmente conduziu para o tipo de dança bastante difundido e que pode ser visto atualmente, o zouk brasileiro (ROTTIER, 2010).

O zouk brasileiro é uma dança que foi desenvolvida a partir da dança brasileira lambada. A dança ficou conhecida pelo nome zouk devido a combinação da dança lambada com a musica caribenha zouk (ROTTIER, 2010).

Contudo Perna (2005) contradiz afirmando que a tendência de chamar a dança de zouk aqui no Brasil é apenas uma jogada de marketing, já que o nome lambada não está mais na moda para o público que não faz parte do ambiente da dança de salão, sendo que a palavra zouk é nova podendo vender mais.

Com isso, se faz necessário entender o zouk desde sua origem e Guilbaut e outros (1993) diz que a palavra ‘zouk’ é em si creole e originou na Martinica, onde era a expressão comum para “festa”. O termo entrou em uso mais frequente quando, os salões de dança começaram a desaparecer e foram substituídos por festas de dança chamadas “zouk”, com músicas gravadas em vez de apresentações de músicos ao vivo.

Nas Antilhas, onde nasceu o movimento musical intitulado “zouk”, dança-se esse ritmo de uma forma desconhecida para a grande maioria dos brasileiros, lá existe uma dança chamada “zouk”. Aqui no Brasil não se dança o ritmo zouk da mesma forma que no Caribe, dança-se da mesma forma que a lambada, só que de maneira mais lenta e sensual (PERNA, 2005, p. 122 e 123).

“Hoje temos uma dança adaptada ao tempo do Zouk, com suas músicas mais melodiosas e sua batida mais lenta. Porém, ainda assim, a lambada, com seu gingado de quadril, cambrés e giro da dama” (GUINLE, 2005). Perna (2005) cita o movimento de cambré

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como exemplo de passo que ao som de zouk é possível uma execução mais facilitada por consequência da batida mais lenta.

O reconhecimento como “dança proibida” imposta à lambada devido ao estilo mais libidinoso de se dançar, cedeu lugar para a sensualidade requintada do zouk. Na Martinica assim como em Guadalupe, locais onde se tem as primeiras aparições desse ritmo, foi também criada uma dança para ele. Chegando ao Brasil primeiramente a música e, a interpretação em termos de movimento ficou na responsabilidade dos dançarinos que dito anteriormente viram no zouk (música) uma possibilidade de manter a lambada (dança) viva (NÚCLEO DE DANÇA RENATA PEÇANHA, 2012).

Então hoje, temos dois estilos parecidos, porém diferentes: o estilo Porto e, o Rio. “O estilo Porto se aproxima mais da lambada de década de 80 e se desenvolveu a partir do uso de músicas mais rápidas mantendo a base da polca, tendo a cidade de Porto Seguro como pólo de prática, produção e difusão” (OLIVEIRA; CASTRO JÚNIOR, 2010, p. 1). Este estilo opta principalmente por músicas mais rápidas, dando destaque do movimento nos tempos pares da música ou alternando nos pares e ímpares. Músicas com estas características emanam muita energia para quem dança e para quem observa, dançadas com giros múltiplos da dama e oscilações dos ombros (FLORIÃO, 2008).

Por sua vez, o estilo Rio ou carioca que também é chamado na maioria das vezes de lambazouk, lambada zouk, zouk, zouk love, zouk brasileiro, zouk carioca, entre outros, que geralmente utiliza músicas lentas preservando a base da valsa e atuando mutuamente com outras danças, como o samba de gafieira, por exemplo. Neste caso diferenciando-se do estilo Porto, principalmente por usar mais a melodia, tendo como ênfase do movimento nos tempos ímpares. Como tipo de músicas lentas deste estilo, pode-se citar o zouk love e a quizomba (love), sendo dançadas de maneira mais sensual, com muitas espirais, torções de tronco e bastante contato. Tendo a se considerar uma grande combinação entre os dois estilos (porto e Rio) e alguns subestilos. (FLORIÃO, 2008; OLIVEIRA; CASTRO JÚNIOR, 2010).

“Em síntese, a produção cultural da lambada convive em constantes processos de troca que promovem novas singularidades que outros consideram como perda de identidade” (OLIVEIRA; CASTRO JÚNIOR, 2010, p. 1). Com essa constatação Perna (2005, p. 10) confirma que “por ser uma manifestação do momento, uma dança de salão pode surgir a partir de outra(s), bem como desaparecer ou sofrer modificações ao passar dos anos”.

Ou seja, atualmente, a lambada-zouk apresenta diversas vertentes que incorporam novos elementos, porém, conservam a especificidade de um dos estilos (Porto ou Rio). Em decorrência desse processo, novos nomes são criados sob o pretexto de

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delimitar as fronteiras de dançar os estilos, mas, na verdade, o que ocorre é uma adesão à tendência neoliberal de comercialização da cultura e, desde que a concorrência é muito acirrada, os estilos são nomeados como marcas de produtos. Sendo assim, surgem ‘novas’ estéticas, tais como: o zouk árabe, soulzouk, neozouk, zoukrevolution, flow, entre outros (OLIVEIRA; CASTRO JÚNIOR, 2010, p. 1).

Para Florião (2008) como alguma destas variações de estilos dentro do zouk pode-se citar, confirmando o que já foi dito por Oliveira e Castro Junior, o “flow” criado pelo DJ e professor Arkan’jo, o “neozouk” criado pelo DJ e professor Mafie Zouker, o “soulzouk” que agrega o hip hop e o Reggaeton que é mais acelerado e é famoso nos Estados Unidos.

Um fato que deve ser mencionado que ocorreu no final de 2009 em Minas Gerais, Belo Horizonte, foi a 1ª Convenção de Zouk que reuniu professores, dançarinos, Djs, produtores, admiradores e idealizadores do movimento zouk no Brasil. Como consequência desta iniciativa inédita, a discussão sobre como denominar zouk aqui do Brasil, progrediu. Ao fim, chegou-se a um consenso entre as pessoas presentes no evento, de que o nome “zouk” não era suficiente para caracterizar a dança brasileira, pois originalmente refere-se à denominação do ritmo caribenho, gerando uma grande confusão, principalmente entre os estrangeiros. Logo se instaurou uma corrente para fortalecer o nome ‘zouk brasileiro’, que reflete mais a maneira única de se dançar o ritmo zouk em nosso país (ALMEIDA, 2010).

Por constatar esta confusão existente também entre o zouk caribenho e o zouk brasileiro, Rottier (2010) discute essa distinção entre ambos diferenciando um do outro através do uso do termo “zouk lambada” quando se refere ao estilo brasileiro. Só que como foi dito anteriormente, os brasileiros, preferems evitar a associação com a dança proibida, não somente por não se dançar mais no estilo sinuoso (onda), uma vez relacionado ao nome lambada, mas ainda porque não se tem o mesmo costume de dançar ao som da música lambada.

Então a comunidade de dança do zouk brasileiro tem usado o termo zouk, ou zouk brasileiro, para se designar a dança. Porém a comunidade caribenha ressente a essa expressão “zouk brasileiro”, alegando que isso implicaria ao zouk (caribenho) ser considerado de alguma forma, brasileiro (ROTTIER, 2010).

Isto posto, Rottier (2010) investiga, a fim de diferenciar as danças zouk caribenho, lambada e zouk brasileiro assistindo as três danças e verificando que o zouk brasileiro assimilou mais do que meramente as influencias musicais de zouk. Elementos da dança zouk originada no Caribe como o deslocamento lento do peso de um lado para o outro em contato próximo ao parceiro (a) é observada na reinvenção do Zouk lambada brasileiro.

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Portanto a dança resultante a qual chamamos mais constantemente de “zouk” pode ter como contribuinte os três elementos (dança lambada, zouk como gênero musical e movimentos do zouk caribenho) (ROTTIER, 2010). Sem deixar de considerar que atualmente outros estilos tem se agregado ao zouk brasileiro gerando varias identidades. “Hoje muito forte no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, ganhando força novamente em Porto Seguro e muitas outras cidades do Brasil e do mundo” (NÚCLEO DE DANÇA RENATA PEÇANHA, 2012).

2.3 FLEXIBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL

Agora que o histórico e alguns aspectos que compõe a dança zouk foram expostos, para que se analise de maneira mais científica, abordam-se brevemente as especificidades que comporta a coluna vertebral e, assim associando a flexibilidade e a dança em questão.

“A coluna vertebral é chamada de espinha dorsal, o que descreve a sua posição no corpo, mas não a sua estrutura nem suas possibilidades de movimento” (ALTER, 2010, p. 246). Ela “é o eixo do corpo e deve conciliar dois imperativos mecânicos contraditórios: a rigidez e a flexibilidade” (KAPANDJI, 2000, p.12). “Não é composta de um único osso, mas de uma pilha de 33 ossos flexivelmente conectados, um em cima do outro, desde o crânio até a pelve”, (ALTER, 2010, p. 246) “graças aos quais o corpo pode manter-se ereto” (BARBANTI, 2003, p.111).

“A flexibilidade do eixo vertebral é devido a sua configuração por múltiplas peças superpostas, unidas entre si por elementos ligamentares e musculares” (KAPANDJI, 2000, p.12), estes, que ajudam na estabilidade da mesma (VASCONCELOS, 2002). “Deste modo, esta estrutura pode deformar apesar de permanecer rígida sob a influência dos tensores musculares” (KAPANDJI, 2000, p.12).

“Embora seja uma entidade puramente esquelética, do ponto de vista prático, quando nos referimos à ‘coluna vertebral’, na verdade estamos também nos referindo ao seu conteúdo e aos seus anexos, que são os músculos, nervos e vasos com ela relacionados” (VASCONCELOS, 2002, p. 13). Então, “quando alongamos, ampliamos a capacidade do movimento da articulação e a elasticidade dos músculos ligados a esta. Mas não são apenas estes dois importantes componentes envolvidos: a capacidade de se distender dos tendões e da pele contribui” (BARROS, 2010) levando-se em conta na sua totalidade de flexibilidade.

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2.3.1 Anatomia básica da coluna vertebral

“A coluna vertebral, ou coluna raquídea, faz parte do esqueleto axial” (MIRANDA, 2007, p. 21), “é um pilar constituído por ossos resistentes denominados vértebras, as quais se conectam ao crânio, ombros, costelas, quadris e membros inferiores; ela é o centro do seu esqueleto” (HASS, 2011, p. 13). “Está situada na linha da parte posterior do tronco” (MIRANDA, 2007, p. 21) e, “seu comprimento é aproximadamente dois quintos da altura total do corpo” (VASCONCELOS, 2002, p. 13). “A coluna aloja ainda a medula espinhal e suas ramificações. Constitui uma das partes mais seguras do corpo” (BARBANTI, 2003, p. 111).

“Em geral, ela é agrupada da seguinte forma: Sete vértebras cervicais (pescoço); Doze vértebras torácicas (área da caixa torácica); Cinco vértebras lombares (parte inferior das costas); Cinco vértebras sacrais (base da coluna); Quatro vértebras coccígeas (cóccix)” (ALTER, 2010, p. 246).

“As vértebras também envolvem e protegem a medula espinal, a qual transmite os impulsos que controlam todos os movimentos voluntários e involuntários” (HASS, 2011, p. 13). Alter (2010, p. 248) tenta explicar as características da forma de uma vértebra comparando com a estrutura de uma casa:

A vértebra típica é composta do corpo (encontrado anteriormente) e do arco vertebrais (localizado posteriormente), que são, na verdade várias partes fundidas, que desmanteladas, lembram uma casa. O corpo vertebral, a maior parte da vértebra, serve de alicerce; localizado na parte anterior, tem forma cilíndrica e é mais largo do que alto. Ele é a parte da vértebra que suporta o peso. Já o arco vertebral é composto de quatro estruturas menores; duas delas são os pedículos, que formam as paredes de sustentação e podem suportar a aplicação de forças grandes. As duas outras são as lâminas, que formam o teto.

Esses ossos são separados uns dos outros por discos (pequenas bolsas resistentes de fibrocartilagem com líquido em seu interior) ou laminas de tecido, unidos por fortes ligamentos; aqueles, que proporcionam sustentação às vértebras e um pequeno amortecimento (MIRANDA, 2007; HASS, 2011). “Os discos intervertebrais, os quais compõem cerca de 25% da coluna vertebral, ajudam a absorver impactos, funcionando como amortecedores de choque hidráulicos e, que permitem compressão e distorção, oportunizando o movimento entre as vértebras sem que se produza fricção entre as vértebras, especialmente na execução de saltos e movimentos de levantamento” (ALTER, 2010; BARBANTI, 2003; HASS, 2011).

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“Entre o sacro e a base do crânio, a coluna vertebral intercala vinte e quatro peças móveis; numerosos ligamentares asseguram a união entre estas diferentes peças” (KAPANDJI, 2000, p.28). “Apenas as vértebras sacrais e coccígeas são fundidas em uma única peça” (MIRANDA, 2007, p. 21).

Além disto, a coluna vertebral “constitui uma espécie de mola natural em forma de S que por sua natureza elástica evita os incessantes choques a que estaria submetido o corpo se a coluna estivesse formada por um só osso” (BARBANTI, 2003, p. 111).

“O disco intervertebral é formado de duas partes: o núcleo pulposo [parte central]

e o ânulo fibroso [parte periférica]. As propriedades líquidas e elásticas de ambas as partes, atuam em combinação, permitem ao disco suportar grandes cargas” (ALTER, 2010, p. 248). A parte central: o núcleo pulposo, é uma substância gelatinosa, transparente, que compõe na sua estrutura 88% de água. Já a parte periférica: o anel fibroso constitui um verdadeiro tecido de fibras, que no indivíduo jovem impede qualquer exteriorização da substância do núcleo (KAPANDJI, 2000).

Ainda falando do núcleo pulposo e relacionando a sua funcionalidade quanto ao trabalho articular Kapandji (2000, p. 32) descreve:

Fechado sob pressão no seu compartimento, entre dois platôs vertebrais, o núcleo pulposo tem uma forma parecida com uma esfera. Por tanto, numa primeira aproximação se pode considerar que o núcleo se comporta como uma bolinha intercalada entre dois planos. Este tipo de articulação denominada ‘patela’ permite três espécies de movimento: inclinação (sagital, frontal), rotação e deslizamento. Resumindo, este tipo de articulação oferece uma grande possibilidade de movimentos, exatamente seis graus de liberdade: flexão-extensão, inclinação de cada lado, deslizamento sagital, deslizamento transversal, rotação direita e esquerda; porém cada movimento é de escassa amplitude. Os movimentos de grande amplitude só podem ser obtidos graças à soma de numerosas articulações deste tipo.

Dentre os movimentos que a coluna vertebral pode exercer estão, flexão e extensão, flexão lateral. A região toracolombar é composta de flexão, extensão e flexão lateral. Já na região cervical, há a flexão, extensão, flexão lateral e rotação da mesma (ALTER, 2010).

2.3.2 Zouk: movimentos | passos

Com esta noção breve de movimentos que a coluna vertebral é capaz de executar, visa-se agora correlacionar esta funcionalidade da coluna com a dança zouk, no qual sabe-se que o equilíbrio do corpo é fundamental e ter consciência dele e saber que transferir a gravidade no movimento das suas partes torna-se vital para dançar e, que a coluna vertebral é

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uma das grandes responsáveis por este equilíbrio e postura que é exigido também dentro dos passos de zouk.

Então quanto ao movimento da coluna na dança pode-se dizer que “a coluna vertebral é capaz de gerar movimentos multidirecionais que o tornam capaz de executar vários estilos de dança com fluidez e suavidade. A coluna pode caracterizar-se pela flexibilidade, ou pode ter um aspecto mais rígido e estável, porém elegante” (HASS, 2011, p. 13). “No universo da dança, alguns movimentos exigem muito da musculatura da coluna vertebral, principalmente dos músculos paravertebrais e dos abdominais. É o que acontece com o zouk” (MÓSCA; MENEZES 2007, p. 4).

Características que são muito utilizadas para movimentos durante uma dança, em qualquer que seja o estilo, são as curvas lordóticas, ou seja, com convexidade para dentro. Estas curvas estão presentes nos segmentos: cervical e lombar da coluna vertebral, reconhecidos por este fator, pois comparado aos outros segmentos, é o que contém a maior mobilidade, permitindo a grande variedade de movimentos de pescoço e cintura, solicitados na dança (GAVIOLI, 2010).

Comparando o tango com o zouk, Gavioli (2010) distingue as exigências sobre a coluna vertebral durante a dança, respectivamente:

Conforme o ritmo praticado dentro da dança de salão, mudarão as exigências sobre a coluna vertebral: os movimentos característicos do estilo e o modelo de calçado serão os principais determinantes para as forças que atuarão sobre a coluna. O tango e o zouk são bons exemplos de ritmos que exigem bastante da coluna do bailarino. O zouk executa grande variedade de movimentos como a flexão (anterior e lateral), a extensão e a rotação da coluna, em diversas amplitudes; geralmente é dançado com sapatilhas baixas [diferentemente do tango que é dançado de salto alto].

Ainda em comparação, agora com as outras danças de salão, Souto (2011) diz que: “Diferentemente das demais danças de salão, o zouk é tridimensional, ou seja, utiliza a combinação dos planos frontal, sagital e transversal em seus movimentos”. Ou seja, “o zouk exige do dançarino grande mobilidade de coluna com forças bem distribuídas em todos os segmentos vertebrais. É uma dança que ondula, gira, circula bastante a coluna em diversas

combinações de plano de movimento”(DENOVARO, 2011 apud SOUTO, 2011).

Olhando agora mais para a dança em relação aos passos, “as Danças Latinas têm caráter completamente diferente das europeias. Enquanto nas europeias o par se desloca pelo salão, sem nunca se separar, nas latinas o par muda de postura a todo instante: ora abraçado frente a frente ou lado a lado, ora com apenas uma mão dada ou até bastante longe um do

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outro, mantendo contato apenas pelo olhar e pela sincronia dos movimentos” (RIED, 2003, p. 107), estes detalhes muito presentes e perceptíveis no zouk.

O zouk trabalha muitos movimentos de quadril, tronco e pescoço. Como tem características da antiga lambada há o passo em que o casal fica com as pernas afastadas e os joelhos levemente flexionados, levantando um dos pés e movendo o quadril para o lado oposto e vice versa. Mais um passo característico marcante da lambada e presente no zouk é arquear o tronco para trás ou, cambré, como é conhecido popularmente.

Fotografia 1: Movimento de cambre executado pela dama com auxílio do cavalheiro.

Fonte: elaboração dos autores, 2012.

Analisando o cambré de maneira fisiológica Alter (2010, p. 248) diz que “durante a hiperextensão espinal, os discos tornam-se mais finos na parte posterior e mais grossos na anterior. Essa deformação permite que as vértebras fiquem mais próximas posteriormente e mais separadas anteriormente, aumentando a curva de extensão da coluna” e Haas (2011, p. 13) completa dizendo que: “Apesar de um amplo movimento de cambré parecer maravilhoso, a tendência é hiperestender o pescoço e a região lombar sem tentar incluir qualquer movimento eficaz da parte torácica da coluna vertebral. A transmissão uniforme de forças permite que toda a coluna trabalhe para você”.

Além deste passo, a contagem de tempo no ritmo lambada se manteve o mesmo dentro do zouk. Movimentos que geraram variedade dentro do zouk foram movimentos de

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rotação da cabeça/pescoço, ocasionando efeitos com o cabelo, durante a realização do movimento. Há derivações a partir do cambré, como ondulação do tronco (o corpo faz movimento como se fosse uma onda, podendo ser lateral ou anterior/posterior), rotação do pescoço durante a execução de giros ou não e também os pêndulos ou espirais, onde a dama gira mantendo a coluna em extensão.

Aí está a beleza e também o perigo: para realizar esta movimentação de maneira segura, é necessário usar a técnica adequada e ter um bom condicionamento muscular. E um bom condicionamento muscular significa ter força e alongamento na musculatura envolvida no movimento (‘agonista’) e também na do segmento do lado oposto, que faz as compensações mecânicas do movimento (‘antagonista’) (GAVIOLI, 2010).

“Parece evidente que, para a maior parte das atividades, há um mínimo necessário de mobilidade articular para um bom desempenho. A importância da flexibilidade aumenta quando lidamos com esportes em que há movimentos executados nos extremos da mobilidade articular” (FARINATTI, 2000, p. 92).

“Numa aula de zouk, a coluna lombar e cervical são os segmentos mais mobilizados, as pernas trabalham em flexão leve e o abdome deve ter bom tônus muscular para proteger a coluna em seus movimentos mais amplos” (GAVIOLI, 2010). “Dançar zouk exige um corpo móvel, forte e extremamente flexível para uma execução menos lesiva” (DENOVARO, 2011 apud SOUTO, 2011). “No final da aula, espera-se a compensação axial (flexão anterior da cervical e da lombar) e alongamento da musculatura anterior da coxa” (GAVIOLI, 2010).

“Na dança de salão o dançarino precisa saber sempre onde está o core1

(‘centro do corpo’) de sua parceira. Ambos os parceiros precisam manter a cintura firme a fim de proporcionar estabilidade à pelve para o trabalho ágil dos pés e o movimento desafiador do parceiro” (HASS, 2011).

“Nas danças latinas, nas quais se enquadra o zouk, normalmente os passos são de figuras abertas, o que ocasiona um maior distanciamento corporal” (WILLADINO, 2012, p. 41). Neste caso a percepção do ‘centro do corpo’ da parceira fica mais difícil, o que não deixa de requerer de ambos, equilíbrio (centralização) corporal, afim de não prejudicar na execução dos movimentos durante a dança. Equilíbrio este advindo do core tanto quanto flexível e forte.

1

Core, musculatura postural, umas das denominações pela qual é conhecida. Core nada mais é que todo o grupo muscular na parte central do corpo, o tronco. Fazem parte, os músculos abdominais, eretores da espinha e da região do quadril.

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Então, “desde que adequadamente orientada, a prática de Dança de Salão pode auxiliar decisivamente na prevenção de lesões do aparelho de sustentação consequentes de sedentarismo” (RIED, 2003, p. 21), além de permitir uma melhor consciência corporal, eficiência na execução do movimento adquirido com o tempo de prática, entre outros.

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3. METODOLOGIA

O presente estudo foi desenvolvido mediante a leitura, exploração, compreensão e interpretação de dados obtidos, por isso caracteriza-se como uma pesquisa exploratória. Segundo Severino (2007, p.123) a pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto. na verdade ela é uma preparação para a pesquisa explicativa.

Neste trabalho também foram utilizados recursos de pesquisa bibliográfica, sendo que para Ponte e outros (2007), “é por meio da pesquisa bibliográfica que o pesquisador faz contato direto com tudo que foi publicados, dito, filmado ou de alguma forma registrado sobre determinado tema, inclusive através de conferências seguidas de debates”, ou seja, “a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas ( em livros, revistas, etc.)” (RAMPAZZO, 2005, p.53).

Já que ficou caracterizado como pesquisa bibliográfica, os dados para este estudo foram retirados de livros, artigos científicos e acadêmicos, monografias e publicações em sites, e a análise encaminhou-se para a elaboração de uma discussão das informações levantas sobre o estilo zouk dentro da dança de salão e a importância da flexibilidade na coluna vertebral dos praticantes nesta modalidade.

Quanto à natureza essa pesquisa pode ser descrita como quanti-qualitativa, uma vez que compreende uma continuidade entre a organização e tratamento quantitativo das informações e análise qualitativa dos dados, tal como defende Minayo (1993).

Para elaborar esta pesquisa foram consultados periódicos indexados em 9 bases de dados disponíveis online, são elas:

a) 2 bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS);

b) 4 bases de dados Biblioteca Unisul (Domínio Público, BDTD, ICAP, SciVerse HUB); c) base de dados Scielo;

d) base de dados CAPES; e) base de dados Redalyc.

Foram também utilizados como meio de referência livros abordando os assuntos, dança de salão, lambada, zouk, flexibilidade e coluna vertebral. Considerando a crescente

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circulação de informações científicas em redes sociais, foram também consultados sites, blog e similares.

A partir das fontes de referência consultadas, fez-se uso de palavras chaves como “dança”, “dança de salão”, “lambada”, “zouk”, “coluna”, “coluna vertebral”, “dança + coluna”, “dança + coluna vertebral”, “dança + cambre”, “movimentos da coluna na dança”, “flexibilidade” e “flexibilidade da coluna vertebral” para encontrar resultados relevantes dentro das bases de dados e até mesmo no Google e Google Acadêmico como facilitadores da pesquisa.

O acervo da biblioteca da Unisul também foi utilizado na locação de exemplares, tais quais, livros, alguns referenciados em artigos lidos e muitos para a formação geral do assunto proposto. A pesquisa destes foi através de palavras chaves como “coluna vertebral”, “flexibilidade”, “flexibilidade da coluna”, “dança”, “dança de salão”.

Após esse levantamento de conteúdo os dados encontrados nas bases de dados e no Google Acadêmico foram quantificados e organizados em forma de gráficos e tabelas formuladas no programa Excel.

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

Os dados ora apresentados, foram quantificados, representados graficamente e também analisados com base em critérios qualitativos que dizem respeito ao conteúdo das publicações. Para este estudo foram consideradas relevantes as publicações que descreviam fatos históricos da dança de salão, da lambada e do zouk, o zouk como dança e como música e, flexibilidade da coluna vertebral com direcionamento a parte teórica.

Foram consultadasnove bases de dados online: duas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); quatro bases de dados Biblioteca Unisul (Domínio Público, BDTD, ICAP, SciVerse HUB); base de dados Scielo; base de dados CAPES; base de dados Redalyc. Destas, seis apresentam resultados relevantes, os quais estão apresentados no gráfico 1, considerando a BVS só como representação comparativa de resultados totais referente as duas bases indexas nela, LILASC e MEDLINE.

Gráfico 1- Número de publicações referente à busca por palavras-chave, em seis bases de dados.

Além da representação gráfica, para uma análise mais criteriosa dos resultados encontrados elaborou-se também a tabela que segue:

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Tabela 1: Número de publicações referente à busca por palavras-chave, em seis bases de dados.

BASES DE DADOS

SCIELO REDALYC BDTD BVS BVS/MEDLINE BVS/LILACS ICAPS TOTAL

PALAVRAS CHAVES

Dança 85 2.335 619 1.085 930 69 90 5.213

Dança de salão 0 375 14 8 5 9 10 421

Zouk 0 53 2 0 0 0 0 55

Flexibilidade 443 3.443 1.753 4.451 4.118 134 92 14.434

Flexibilidade e coluna vertebral 11 65 6 44 42 0 3 171

Flexibilidade e dança 0 231 5 67 52 7 2 364

Zouk e coluna vertebral 0 0 0 0 0 0 0 0

TOTAL 539 6.502 2.399 5.655 5.147 219 197 20.658

Fonte: elaboração dos autores, 2012.

No gráfico 1 é possível constatar que “flexibilidade” possui o maior índice de retorno em publicações. Com os dados totais da tabela foi viável quantificar de maneira que a palavra-chave “flexibilidade” representa 70% do número de publicações encontradas e, que “flexibilidade e coluna vertebral” e “flexibilidade e dança” assumem apenas 1% e 2% respectivamente, dentro desta porcentagem.

Ainda no mesmo gráfico, é aparente que “dança” ocupa a segunda colocação nas publicações totais, refletindo 25%. Entretanto “zouk e coluna vertebral” não apresentou resultados entre todas as bases de dados.

Os resultados permitiram delinear o recorte temporal ao qual as publicações de artigos acadêmico-científicos, monografias, teses e dissertações ficaram restritas, ou seja, o período de 1995 a 2012, já que entre os estudos relevantes, o mais antigo foi datado de 1995.

Olhando agora para as bases de dados, com ajuda tanto da tabela 1 como do gráfico 1, pode-se evidenciar em questões gerais que a Redalyc retém o maior número de publicações (31%) entre as palavras-chave limitantes. E que esta base de dados integra 96% dos resultados com a palavra chave “zouk” e 88% em “dança de salão” comparado as outras bases. Esta que é uma rede de revistas científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal, onde a procura pelas palavras-chave foi feita em espanhol, porém o índice de relevância foi mínimo.

A Redalyc não sustentou o alto retorno com a palavra “zouk”, pois apesar da porcentagem, os resultados vieram direcionados a música, suicídio, agressão, comportamento impulsivo e autores, nada direcionado a dança Zouk.

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Com os menores índices de retorno estão as bases de dados LILACS e ICAP cada uma com 1% do todo. Sendo que a base de dados LILACS está a 26 anos no ar e, é o mais importante e abrangente índice da literatura científica e técnica da América Latina e Caribe em ciências da saúde. Já a ICAP compartilha artigos e periódicos nacionais de instituições que fazem parte da rede Pergamum. Isto mostra que tanto internacionalmente, quanto nacionalmente, estes assuntos parecem ter pouco interesse de pesquisa com foco na dança.

Embora se tenha encontrado um alto volume de publicações com a palavra-chave “flexibilidade”, a base de dados BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) mostrou que o assunto principal relacionado a esta palavra é o Ácido desoxirribonucleico, mais conhecido como DNA. Em contra partida, “flexibilidade” relacionando amplitude de movimento articular constou apenas 3% (152). Dentro deste segmento, amplitude de movimento articular, grande parte contemplou temas ligados à aplicação de testes, exercícios de alongamento, maleabilidade (resposta a alguma ação que resulte ou influencie na aquisição da flexibilidade), entre outros.

Somente 10 estudos foram vinculados à coluna vertebral e, estes tratavam de patologias (escoliose, dor lombar), aplicação de teste (goniometria) e maleabilidade (ex. yoga). Por este motivo, não se conseguiu fundamentar de maneira mais qualificada a partir de estudos científicos e acadêmicos. Foi utilizada a BVS como parâmetro de análise, pois obteve 4.451 (31%) resultados dos 14.434 gerados pela coleta.

Entretanto, leva-se em consideração que do resultado geral obtido na BVS, 92% mostrado era pertencente a MEDLINE, sendo que os resultados na BVS abrangem todas as bases de dados indexadas a ela, inclusive LILACS e MEDLINE. Esta última, que é uma base de dados da literatura internacional da área médica e biomédica, produzida pela NLM (National Library of Medicine; USA).

Apesar de representar aproximadamente do total que o Google Acadêmico (que será mostrado posteriormente) reuniu, o número de publicações encontradas pelas bases de dados ainda foi grande, a ponto de não permitir a conferência de todos os estudos apresentados com as buscas.

Três bases de dados foram excluídas da tabela e do gráfico por não mostrarem resultados significativos, estas foram: Domínio Público, SciVerse HUB e CAPES. Já que, a base de dados Domínio Publico não apresentou artigos com foco na saúde diante das palavras pesquisadas. A SciVerse HUB também demonstrou dificuldade, ou seja, na procura com a palavra-chave “flexibilidade”, por exemplo, obtiveram-se artigos falando sobre a

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flexibilidade, no processo produtivo industrial, de resultados de instrumentos, de estruturas metálicas, nos negócios. Entretanto, um ou outro artigo sobre flexibilidade ligado a saúde que foi encontrado na SciVerse, pertencia a MEDLINE.

E apesar de conter um dos artigos utilizados neste trabalho pela CAPES, esta base de dados tem um acesso mais complicado aos textos, pois necessita de cadastro no sistema e, ainda assim não foi possível ler os arquivos completos através do site, apenas quando procurado no Google Acadêmico (G.A.) com o título do artigo, trazendo em PDF.

Apresentado um panorama geral dos resultados, aborda-se uma questão fundamental que se apresenta quando analisamos fontes de referência disponíveis online. Nesse meio ocorre de um mesmo artigo estar indexado em mais de uma base de dados ou até mesmo de uma base de dados estar contida em outra. O Google Acadêmico, por exemplo, contém várias bases de dados, entre elas o SciELo. Assim, a pesquisa que tem com critério apenas a seleção de palavras-chave não se apresenta suficiente para o estudo bibliográfico em bases de dados online, é necessário entender também a estrutura e organização da base de dados em que as buscas são realizadas.

Para ilustrar a situação descrita no parágrafo anterior, expõe-se a partir daqui a comparação da análise dos dados obtidos nas publicações com palavras-chave ligadas à dança na base de dados SciELO (gráfico 2) e Google Acadêmico (gráfico 3), na intenção de quantificar a diferença de retornos no G.A. e numa base de dados.

A SciELO, foi selecionada para comparação com o Google Acadêmico, por ser a base de dados brasileira gratuita mais conhecida e pesquisada e, o G.A. escolhido por ser o primeiro meio de buscas quando se vai fazer uma pesquisa.

Gráfico 2: Número de publicações por palavras-chaves entre 1995 até 2012 na base de dados SciELO.

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Do total de resultados obtidos com as três palavras-chave, a palavra “dança” computou ao longo dos 17 anos 93% da quantidade de publicações encontradas na base de dados SciELO entre os assuntos buscados. “Zouk” não resultou em nenhuma publicação e, “dança de salão” só apareceu com resultados nos últimos dois anos. Aliás, o ano de 2010 é o que alcançou o maior número de publicações.

Como se pode notar a quantidade de publicações encontradas com “dança de salão” aparece empilhada aos de “dança”, isto porque a “dança” engloba os resultados das demais palavras-chave. Então, para não repetir a contagem de publicações verificou-se cada resultado achado. Este procedimento foi possível devido ao baixo índice de retorno dentro da base de dados em questão.

Três foram os resultados obtidos com a palavra-chave “dança de salão”, estes intitulados: “Influencia da dança de salão na percepção corporal”, “Contato corporal entre adolescentes através da dança de salão na escola” e “Motivos da prática de dança de salão nas aulas de educação física escolar”. Onde foi possível reparar que dois dos três estudos, abordaram a relação da dança de salão com o ambiente escolar.

Os resultados com a palavra-chave “dança” tiveram um direcionamento para o ballet, lesões e a dança como qualidade de vida. Mediante a verificação de cada publicação, constatou-se que nenhuma obteve relevância suficiente para compor este estudo.

No gráfico abaixo, para que os resultados encontrados no Google Acadêmico obtivessem maior relevância de conteúdo, foi selecionado os ícones de ‘patentes’ e ‘citações’, como forma de exclusão na aparição das buscas e, para a elaboração da quantificação foi selecionado por período de publicação, intervalos de cada ano, exemplo: entre 1995 até 1995, para obter os resultados anuais, e o intervalo total, que foi entre 1995 até 2012.

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Gráfico 3: Número de publicações por palavras-chave entre 1995 até 2012 no Google Acadêmico.

Assim como no gráfico 2, no gráfico acima observa-se um índice também elevado de resultados em publicações com a palavra chave “dança” (92%) comparada as outras duas pesquisadas. “Zouk” agora aparece com 6% dos resultados encontrados enquanto a “dança de salão” fica apenas com 2%. Além disto, é possível perceber com o gráfico, o crescimento em publicações na área da dança durante este período.

Outro dado importante é que, fora deste crescimento está o ano de 2012 que apresenta uma queda de 41% nas publicações em relação a 2011. O mesmo ocorreu no gráfico 2 com a base de dados SciELo, no qual 2012 refletiu o equivalente a 82% de baixa ao ano anterior. Entretanto deve-se levar em conta que a coleta destas informações foi feita até setembro de 2012, tendo ainda meses até fechar o ano.

Apesar desta queda em 2012, como era de se esperar obteve-se valores altos durante a pesquisa no G.A. À medida que no gráfico 2 somou-se um total de 45 resultados encontrados, o gráfico 3 foi para a casa dos milhares (63.195). Por isto, a separação correta entre as palavras-chave, como foi feita no gráfico 2, ficou comprometida no gráfico 3, pois não foi possível verificar todos os retornos pelo Google Acadêmico.

Um aspecto a relevar quanto à busca com a palavra chave “zouk” no G.A., é que a maioria dos resultados estava associada a o nome de autores, editora e, assuntos que abordavam a psicologia comportamental, assim como ocorreu na base de dados Redalyc.

Após reunir estas informações acima, buscou-se averiguar as publicações referenciadas dentro desta pesquisa, com a finalidade de perceber onde estão concentrados os

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resultados achados e utilizados em relação ao tipo de publicação, já que pouco foi encontrado em formato de artigo que pudesse compor esse estudo. Para isto, fez-se a contabilização das referencias empregadas no estudo e dividindo-as em categorias tais como artigos originais, artigos de revisão, artigos de revista, artigos de jornal, dissertações, sites e livros.

É importante destacar que, enquanto outros tipos de publicação concentraram-se nas datas2 entre 1995 e 2012, as publicações de livros, ficaram entre 1989 a 2011, também selecionado pelo mesmo critério relevância de conteúdo, já mencionado anteriormente.

Gráfico 4: Quantidade de referencias neste estudo dividida em tipos de publicações.

A partir do gráfico 4, pode-se reparar que os livros foram o alicerce de pesquisa, com 42% do total das referencias usadas para este estudo. Os sites comportaram o segundo índice mais alto, com 32% e apenas 26% foi em estudos científicos. Considerando, que dentro destes 26% atingidos em estudos científicos, 87% são referentes a artigos.

Os livros tiveram este índice, pois foi feita uma explanação sobre o histórico tanto da dança de salão quanto do Zouk, o que dificultava a utilização de citações por artigos. No intuito de não fazer o uso do “Apud”, conduziu-se a busca em livros referenciados dentro dos artigos. Com isto, houve um aumento no intervalo do período das publicações, que ficaram agora entre 1989 a 2011, mas tentando limitar-se aos livros mais recentes possíveis.

Ainda com olhar para os livros, deve-se destacar que além dos que foram buscados e locados no acervo da Biblioteca da Unisul, outros livros foram adquiridos por meio da compra do exemplar, e procurados em função da leitura de artigos que referenciavam autores com assuntos de nível relevante para compor este trabalho.

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Assim como se teve problemas com a relevância de conteúdo na procura por “zouk” em artigos acadêmico-científicos, nos livros não foi diferente, onde só se acharam livros que abordavam sobre a música zouk e não sobre a dança, além de serem todos escritos em inglês ou francês.

Os sites atingiram a segunda melhor porcentagem, isto ocorreu uma vez que poucas respostas foram obtidas com os artigos e livros. Com ajuda do Google para procurar por sites com assuntos de interesse a este trabalho, fez-se o uso das mesmas palavras-chave utilizadas anteriormente nas bases de dados e G.A. Com o propósito de manter a qualidade das referências, só foram considerados aptos sites que continham para a construção de seu texto, referências bibliográficas e/ou citações de autores.

Alguns sites ainda assim foram citados, mesmo não contendo referencias em relação a construção do texto encontrado, pois são sites reconhecidos pelo seu valor no ambiente da dança, como por exemplo o Núcleo de dança Renata Peçanha, que existe desde 2003 e que sua fundadora, Renata Peçanha, trabalha há 17 anos com a dança zouk.

Foram desconsideradas no gráfico, referências utilizadas para a formulação da metodologia neste trabalho.

Os estudos científicos e acadêmicos considerados relevantes para fornecer elementos teóricos relativos ao tema estudado foram apenas oito, que constarão no quadro 1 logo abaixo, sendo associados com as palavras-chave que geraram a descoberta. Este quadro vem com o objetivo de evidenciar as palavras-chave que conquistaram resultados mais específicos e relevantes ao assunto tratado aqui.

Quadro 1: Título dos artigos por palavras-chave.

TÍTULO PALAVRAS-CHAVE

Flexibilidade e esporte: uma revisão da literatura "flexibilidade" Incidência de lombalgia em praticantes de zouk (lambada) do sexo

feminino do sul do Brasil

"zouk" - "zouk e coluna vertebral"

Dança de salão, instrumento para a qualidade de vida "dança" - "dança de salão" Por que dançar? Um estudo comparativo "dança"

IMC e flexibilidade de bailarinas de dança contemporânea e ballet clássico "dança e flexibilidade" Influência do alongamento por facilitação neuromuscular proprioceptiva

(FNP) na flexibilidade em bailarinas "dança e flexibilidade" Dança Zouk: trajetória do aprendiz "zouk" - "zouk e coluna

vertebral" Processos de hibridização cultural na lambada-zouk "lambada zouk" Fonte: elaboração dos autores, 2012.

Referências

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