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ESTRESSE PRÉ-COMPETITIVO DE ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO EM ATUAÇÃO NO CAMPEONATO ESTADUAL SÊNIOR DE JUDÔ EM SANTA CATARINA

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ESTRESSE PRÉ-COMPETITIVO DE ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO EM ATUAÇÃO NO CAMPEONATO ESTADUAL SÊNIOR DE JUDÔ EM SANTA

CATARINA

Hélio Nunes Domingos

Resumo: O estresse pré-competitivo é um problema, que atinge cada vez mais atletas de alto rendimento. Com isso, este estudo visou investigar o estresse pré-competitivo de atletas de alto rendimento, em atuação no campeonato estadual sênior de judô em Santa Catarina. Com o objetivo de mostrar os sintomas do estresse pré-competitivo que um praticante de judô de alto rendimento, pode vir a ter antes de uma competição. Para o estudo, realizou-se uma pesquisa de campo, pois, foi aplicado um questionário para a coleta de dados, que pretende descrever um pouco dos problemas que o esporte de rendimento, vem sofrendo ao passar do tempo. O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário de perguntas fechadas, adaptado de DE ROSE JR (1998) intitulado a Lista de Sintomas de Estresse Pré-competitivo Infanto-Juvenil (LSSPCI). Como resultados foram encontrados os sintomas que influenciam mais ou menos, no estresse pré-competitivo com 60% das respostas para o sintoma “roô (como) as unhas”, com o maior percentual de “nunca”, e 47% para as respostas, “não vejo a hora de competir” e “tenho medo de cometer erros na competição” com maior percentual de “sempre”. Assim, concluímos que existe o estresse pré-competitivo por parte dos atletas, alguns sofrem menos e outros mais.

Palavras-chave: Judô. Estresse. Competição.

Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de graduação da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel. Orientador: Prof. Romulo Luiz da Graça, Mestre. Tubarão, 2017.

Hélio Nunes Domingos do curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina. helionunesdomingos@outlook.com

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo, mostrar os sintomas que o estresse pré-competitivo, pode ocasionar em atletas de judô de alto rendimento, ao longo da sua carreira profissional.

O mundo desportivo tem sido marcado pela existência de forte competição e conflito na busca de vitórias. Nesse contexto, cada vez mais a psicologia do esporte e do exercício tem sido alvo de discussões doutrinárias e debates sobre a preocupação com o desempenho dos atletas nos treinamentos e nas competições. A Psicologia do Esporte e do Exercício é o estudo científico de pessoas e seus comportamentos em contextos esportivos e de exercício, com aplicações práticas de tal conhecimento.

O judô assim, como as demais modalidades esportivas, também sofre com o estresse pré-competição, pois o estresse está inserido diariamente na vida das pessoas. Todavia, este estresse em níveis elevados ou mantidos por longos períodos pode produzir consequências ruins para o organismo, acarretando diversos problemas à saúde do indivíduo.

O Judô é uma arte marcial esportiva, criado no Japão, em 1882, pelo professor de educação física Jigoro Kano. Ao criar esta arte marcial, Kano tinha como objetivo criar uma técnica de defesa pessoal, além de desenvolver o físico, espírito e mente.

Para a entidade Federação Catarinense de Judô (2016), em 14 de novembro de 1914, Mitsuyo Maeda chegou ao Brasil desembarcando na cidade de Porto Alegre onde, com seus companheiros japoneses, se exibiu pela primeira vez. Após seguiram viajando por várias cidades brasileiras fazendo demonstrações e desafios públicos, até chegarem finalmente a Manaus. (apud Federação Catarinense de Judô, 2017).

Em Santa Catarina segundo VIRGILIO (2002 p. 117) dados oficiais relatam que em 05 de maio de 1962 o professor Kenzo Minami, ostentando a Faixa Preta 4º. Dan, do Kodokan, e formado em Economia, com 25 anos em Joinville inicia um trabalho com base na real proposta de seu criador. Um pouco após, teve a companhia do Prof. Kazuo Konish, outro japonês, porém este já nascido em terras tupiniquins. Com trabalhos isolados e focos diferenciados, tomam mais tarde conhecimento de três outros profissionais atuando no estado com a mesma

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atividade, Mitsuharo Takehisa, Shiguero Sogo e Tsuneo Shimazaki, que atuavam nas cidades de Florianópolis e Blumenau. (apud Federação Catarinense de Judô, 2017).

Hoje em dia, alguns pontos vão à contramão do que Kano queria com a criação do judô, pois com o alto rendimento, perdeu se um pouco da filosofia do bem estar físico e principalmente mental. Devido as diferente fontes externas e internas de agentes estressores, que podem influenciar os atletas, adaptações inadequadas frente a situações desportivas também podem vir a ocorrer.

Oliveira et al. (2014), relatam que as fontes externas podem ser enquadradas em estressores de desempenho (fracasso de situações de desempenho, treinamentos excessivos); estressores sociais (conflitos com técnico, viagens muito longas, isolamento de parentes); outros estressores (patrocinador, reações de torcida, conflitos com a família em relação ao esporte) e fontes internas, como autoestima relacionada a comparações com colega de equipe ou equipe rival, com a comissão técnica, perfeccionismo, ansiedade, insatisfação e desvalorização de si mesmo.

O principal objetivo deste estudo é mostrar os principais sintomas do estresse pré-competitivo que um praticante de judô de alto rendimento, pode vir a ter antes de uma competição. E como objetivos específicos, busca identificar o que é o estresse pré-competitivo, relatar o que pode vir a acontecer fisiologicamente e psicologicamente com o atleta, que sofre de estresse pré-competitivo e por fim, analisar se a idade, tempo de pratica do judô tem relação no score final dos atletas.

O tema de pesquisa tem considerável relevância, pois além de ser um problema mundial, que afeta a saúde mental e física da população, o estresse também vem de encontro com o esporte e está cada vez mais relacionado à saúde dos atletas. O que eles passam antes de uma competição importante, por conta de uma rotina que é imposta para obter resultados, também pode, na maioria das vezes interferir no rendimento dos atletas. O estresse em nível elevado pode acarretar diversos problemas para o homem, a curto e longo prazo.

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2.1 Tipo de pesquisa

Realizou-se uma pesquisa de campo, pois, foi aplicado um questionário para a coleta de dados, que pretende descrever um pouco dos problemas que o esporte de rendimento vem sofrendo ao passar do tempo. Em relação a analise dos dados coletados caracteriza se como uma pesquisa de campo quantitativa transversal, pois serão avaliados apenas uma vez e descritos os resultados encontrados, sobre os aspectos psicológicos que os atletas sofrem por conta do estresse pré-competitivo.

Quanto aos objetivos se caracteriza como um estudo descritivo pois, visa identificar, relatar e descrever, as características do estresse pré-competitivo e suas consequências em atletas de alto nível em uma competição de nível estadual no estado de Santa Catarina. (ANDRADE, 1998).

Para GERHARDT e SILVEIRA (2009), quanto aos procedimentos, a pesquisa se caracteriza como de campo, pois, a mesma será realizada com pesquisador indo até o local para a coleta de dados, que será em uma competição de judô de nível estadual. A amostra é composta pelos atletas de judô e o instrumento de coleta de dados foi um questionário sobre os sinais e sintomas do estresse pré-competitivo aplicado uma única vez com os atletas, Após a coleta realizou-se a analise dos dados.

2.1.2 Instrumento de pesquisa

Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da UNISUL, sob o numero do CAAE: 71330817.7.0000.5369. Foi aplicado como instrumento de pesquisa um questionário de perguntas fechadas, adaptado de DE ROSE JR (1998) intitulado a Lista de Sintomas de Estresse Pré-competitivo Infanto-Juvenil (LSSPCI). O mesmo contem 31 perguntas onde o individuo responde de 1 a 5, (‘‘nunca = 1’’, ‘‘poucas vezes = 2’’, ‘‘algumas vezes = 3’’, ‘‘muitas vezes = 4’’, ‘‘sempre = 5’’) com que frequência essas 31 situações ocorreram no período de 24h que antecederam a competição.

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Foram incluídos na pesquisa, atletas das categorias peso meio-médio até 81 quilos, conforme a tabela da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), que participaram do campeonato estadual de judô classe sênior, que aconteceu em Itajaí e o evento conta como ranking para os atletas, foi organizado pela Federação Catarinense de Judô (FCJ), e que responderam ao questionário e assinaram o termo de consentimento livre esclarecido.

Foram excluídos da pesquisa todos os atletas que por ventura não quiseram participar da pesquisa e que não se encaixam na categoria pesquisada.

2.1.4 Amostra

A amostra foi composta por 15 atletas do sexo masculinos, da categoria até 81 quilos, com idade entre 18 á 39 anos, com tempo de pratica de judô entre 08 á 34 anos de judô.

3 ANALISE DOS DADOS

Tabela 1. Porcentagem de resposta por item.

Sintomas Nunca Poucas

Vezes Algumas Vezes Muitas Vezes Sempre

1- Meu coração bate mais rápido que

o normal 20% 27% 20% --- 33%

2- Suo bastante

13% --- 40% 20% 27% 3- Fico agitado

7% 33% 20% 13% 27%

4- Fico preocupado (a) com as

críticas das pessoas 27% 20% 20% 7% 27%

5- Sinto muita vontade de urinar

20% 47% 13% 7% 13%

6- Fico preocupado (a) com meus

adversários --- 27% 13% 20% 40%

7- Bebo muita água

7% 20% 20% 20% 33%

8- Roô (como) as unhas

60% 13% 7% 13% 7%

9- Fico empolgado (a)

7% 27% 27% 20% 20%

10- Fico aflito (a)

27% 20% 27% 13% 13%

11- Tenho medo de competir mal

(6)

12- Demoro muito para dormir

27% 20% 20% 13% 20%

13- Tenho duvidas sobre a minha

capacidade de competir 27% 13% 27% 13% 20%

14- Sonho com a competição

33% 33% 20% 13% --- 15- Fico nervoso (a)

20% 33% 13% 13% 20%

16- Fico preocupado (a) com o

resultado da competição --- 27% 20% 13% 40%

17- Minha boca fica seca

27% 13% 7% 27% 27%

18- Sinto muito cansaço no final do

treino 7% 27% 20% 40% 7%

19- A presença de familiares e amigos

na competição me preocupa 47% 20% 7% 20% 7% 20- Falo muito sobre a competição

20% 47% 33% --- --- 21- Tenho medo de perder

40% 20% --- 13% 27% 22- Fico impaciente

33% 13% 13% 20% 20%

23- Não penso em outra coisa a não

ser a competição 27% 33% 7% 20% 13%

24- Não vejo a hora de competir

33% 7% 13% --- 47%

25- Fico emocionado (a) 13% 20% 20% 27% 20%

26- Fico ansioso (a)

20% 13% 20% 7% 40%

27- No dia da competição acordo mais

cedo que o normal 27% 13% --- 27% 33%

28- Tenho medo de decepcionar as

pessoas 20% 13% 27% 27% 13%

29- Sinto-me mais responsável

13% 13% 33% 20% 20%

30- Sinto que as pessoas exigem muito

de mim 33% 40% 13% 13% ---

31- Tenho medo de cometer erros na

competição 13% 20% 13% 7% 47%

Fonte: Autor, 2017.

Como podemos observar na tabela 1, todas as opções de respostas, foram assinaladas, e alguns sintomas obtiveram um pouco mais de percentual que outras, tanto no quesito de apresentar algum sintoma, ou não. O sintoma com mais percentual de resposta de todos foi a de numero 8 “roô (como) as unhas” com 60%, “nunca”.

Ainda na tabela 1, vamos dar ênfase nos itens “sempre” que apareceram nos sintomas 1, 4, 6, 7, 16, 17, 24, 26, 27 e 31 que foram assinalados com maior frequência. Nessas opções com o mínimo, 27% de atletas respondendo. Os sintomas respondidos nas questões 1, 7, 17, 18 são sintomas de estresse fisiológicos como “sinto muita sede, meu coração bate mais rápido que o normal”, já

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os outros sintomas 4, 6, 16, 24, 26 e 31 são sintomas estressores psicológicos como a ansiedade, frustração e outros. Tanto os sintomas psicológicos quanto os fisiológicos os dois podem influenciar no desempenho do atleta perante uma competição.

Assim como na pesquisa de Estresse pré-competitivo em jogadores adolescentes de badminton desenvolvida pelo autor Abián et al. (2015) pesquisadores da Universidade das Ilhas Baleares e Universidade Autônoma de Barcelona, mostram que os itens com mais frequência em seu estudo foram: "fico preocupado com o resultado da competição ", sinto-me mais responsável " não vejo a hora de competir "e" tenho medo de cometer erros". Corroborando com os sintomas da amostra em questão relatados na pesquisa como mostra a tabela1.

Tabela 2. Sintomas e suas respostas.

Sintomas Respostas do Questionário LSSPCI 1- Meu coração bate mais rápido que o normal Sempre

2- Suo bastante Algumas vezes

3- Fico agitado Poucas vezes

4-Fico preocupado (a) com as críticas das pessoas

Nunca / Sempre

5- Sinto muita vontade de urinar Poucas vezes 6- Fico preocupado (a) com meus adversários Sempre

7- Bebo muita água Sempre

8- Roô (como) as unhas Nunca

9- Fico empolgado (a) Poucas vezes / Algumas vezes

10- Fico aflito (a) Nunca / Algumas vezes

11- Tenho medo de competir mal Algumas vezes

12- Demoro muito para dormir Nunca

13- Tenho duvidas sobre a minha capacidade de competir

Nunca / Algumas vezes

14- Sonho com a competição Nunca e poucas vezes

15- Fico nervoso (a) Poucas vezes

16- Fico preocupado (a) com o resultado da competição

Sempre

17- Minha boca fica seca Nunca / Muitas Vezes / Sempre 18- Sinto muito cansaço no final do treino Muitas vezes

19- A presença de familiares e amigos na competição me preocupa

Nunca

20- Falo muito sobre a competição Poucas vezes

21- Tenho medo de perder Nunca

22- Fico impaciente Nunca

23- Não penso em outra coisa a não ser a competição

Poucas vezes

24- Não vejo a hora de competir Sempre

25- Fico emocionado (a) Muitas vezes

26- Fico ansioso (a) Sempre

27- No dia da competição acordo mais cedo que o normal

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28- Tenho medo de decepcionar as pessoas Poucas vezes / Algumas vezes

29- Sinto-me mais responsável Algumas vezes

30- Sinto que as pessoas exigem muito de mim

Poucas vezes

31- Tenho medo de cometer erros na competição

Sempre

Fonte: Autor, 2017.

Dada à complexidade e o numero de sintomas do protocolo utilizado, destacaremos os itens com o maior percentual de resposta sempre “5”.

Os sintomas que podemos destacar como psicológicos que obtiveram maior percentual foram “não vejo a hora de competir” (47%), “fico ansioso” (40%), “fico preocupado com os meus adversários” (40%), “fico preocupado com o resultado da competição” (40%), “fico preocupado com as criticas das pessoas” (27%), “tenho medo do cometer erros na competição” (47%), “no dia da competição acordo mais cedo que o normal” (27%).

Os autores Weinberg e Gould (2017), descrevem que a psicologia do esporte e do exercício, é o estudo de pessoas e seus comportamentos, em contextos esportivos e de exercício e na aplicação prática desse conhecimento. Os psicólogos do esporte e do exercício identificam princípios e diretrizes que os profissionais podem empregar para ajudar adultos e crianças a participarem e se beneficiarem de atividades esportivas e de exercício. A psicologia esportiva tem dois principais objetivos, no qual um visa entender sobre os efeitos de fatores psicológicos sobre o desempenho físico ou motor. O outro visa entender os efeitos da participação em atividades físicas sobre o desenvolvimento psicológico, a saúde e o bem-estar.

Segundo os autores Guarezi e Nunes (2008), a psicologia do esporte é uma ciência que estuda o comportamento humano antes, durante e depois de uma atividade esportiva ou de lazer. Em competições de alto rendimento, sempre é possível presenciar vitórias tidas como certas que escapam ao alcance de atletas extremamente preparados. Dentre algumas explicações que podem ser dadas, certamente uma das mais apontadas é a da falta de preparação psicológica dos atletas e equipes. Talvez a dificuldade em lidar com as pressões para obter resultados cada vez mais expressivos perca de patrocínio, bolsa atleta, entre outros fatores que podem ser os responsáveis por um desempenho fraco por parte do atleta. E, nesta hora, o papel do profissional de psicologia que se especializa no “treinamento” das emoções de esportistas é fundamental.

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Contudo, podemos perceber a importância que uma equipe multidisciplinar pode ocasionar para um atleta ou para uma equipe, um psicólogo do esporte intervém nos agentes estressores, que estão ocasionando e estresse naquele atleta, podendo assim melhorar o desempenho dele nas competições, e melhorar também a saúde mental.

Dentre os sintomas fisiológicos que apareceram com as respostas na opção sempre “5”, foram “meu coração bate mais rápido que o normal” (33%) “bebo muita agua” (33%), “minha boca fica seca” (27%).

Para melhor esclarecimento os autores Forjaz e Tricoli (2011), no seu estudo a fisiologia em educação física e esporte, falam que podemos tomar como exemplo o interesse da área da Fisiologia do Exercício em investigar os efeitos da atividade física sobre a frequência cardíaca. Alguns pesquisadores poderiam estar interessados em saber se a frequência cardíaca se altera durante a execução de um exercício - efeitos agudos per exercício.

Para a fisiologia básica, o exercício é empregado como um estressor ao organismo, assim como poderia ser utilizado um estresse térmico, psicológico ou qualquer outro. O importante é colocar o organismo numa situação de instabilidade e verificar suas respostas. Fica claro que o exercício físico é utilizado como um meio de investigação científica. Por outro lado, para os pesquisadores da Fisiologia do Exercício, os conhecimentos da fisiologia básica são utilizados para explicar as respostas humanas ao exercício. O exercício passa a ser o ponto principal da análise, ele é o objeto de estudo propriamente dito, é a finalidade da pesquisa.

Tabela 3. Relação idade, tempo de judô e escore final.

IDADE TEMPO DE JUDÔ SCORE

18 09 96 18 11 124 18 12 56 21 10 144 21 12 80 23 12 98 24 18 96 26 08 41 28 20 113 29 21 107 31 20 117 32 09 83 36 31 98

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38 29 57

39 34 60

Fonte: Autor, 2017.

A tabela 3 esta mostrando a idade, tempo em que o atleta pratica judô e o score obtido com as respostas do questionário. O quanto maior o score mais sintomas aquele atleta apresenta, independente do valor do score apresentado se ele for maior que 31 todos os atletas já apresentam algum tipo de estresse pré-competitivo.

Podemos observar que essas duas variáveis, idade e tempo de pratica do judô, não influenciam no score final dos atletas, pois temos atletas jovens que estão com um escore muito mais baixo que atletas mais velhos e vice versa. Os autores Jorge et al. (2010), vem de encontro com o seu estudo, relatando que o estresse competitivo ou pré-competitivo ocorre independentemente do nível, da idade e da experiência do atleta e é um dos principais fatores determinantes do desempenho esportivo. Embora a forma como cada atleta responde aos fatores estressores, se diferencia de um indivíduo para outro, em função do modo como cada um lida com as situações que precisa enfrentar.

Oliveira et al. (2014), concordam que o estresse pré-competitivo é influenciável por estressores de fonte interna e externa que podem desestabilizar física e psiquicamente o atleta variando de um individuo para o outro, e que por sua vez, expressar um enfrentamento ou desistência, baseando se nos processos de aprendizagem obtidos pelo atleta, e ou as características individuais de percepção cognitiva e emocionais, e as demandas do meio do mesmo.

No âmbito das artes marciais, o atleta realiza uma avaliação prospectiva (resultados futuros) e retrospectiva (acontecimentos passados) através de analises subjetivas, determinando um estresse antecipado. Todavia, em relação a ele mesmo e a sua contribuição na atividade esportiva, quanto mais motivado intrinsecamente ele estiver para realizar a atividade, mais deixara a situação estressora ao seu favor, em beneficio a sua manutenção do corpo e mente.

Como medidora de desempenho do atleta, a velocidade do processamento mental é ativada positivamente ou negativamente por diferentes níveis de estresse, em diferentes indivíduos e diferentes artes marciais. Ou seja, a zona ideal do processo contínuo do estresse dependera da ativação fisiológica e da interpretação

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do atleta desse estimulo. Cada atleta reage de maneira diference aos agentes estressores sendo eles psicológicos ou fisiológicos.

4 COSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos essa pesquisa falando um pouco sobre o estresse, que vem sendo chamado de doença do século, e já esta inserida na nossa sociedade de uma maneira muito pertinente, e no esporte como envolve pessoas não é diferente, ai entramos no estresse pré-competitivo está vinculado ao esporte de alto rendimento e com isso a saúde psicológica e fisiológica dos atletas, esta em destaque.

O estresse pré-competitivo de modo geral e sucinto, é o estudo das pessoas e seus comportamentos em contextos esportivos e de exercício. O estresse pré-competitivo, como observamos na pesquisa traz vários sintomas psicológicos quanto fisiológicos, muitas vezes denominados como psicofisiológicos, que interferem diretamente no desempenho do atleta, pois interferem no comportamento antes, durante e depois de uma atividade esportiva ou de lazer. Para a fisiologia, o exercício é utilizado como um estressor ao organismo, assim como poderia ser utilizado um estresse térmico, psicológico ou qualquer outro.

Outra questão interessante que vale ressaltar, é a analise do score final dos atletas com a relação da idade e tempo em que pratica a modalidade judô. Obtivemos resultados bem surpreendentes, em relação a atletas experientes terem um escore de sintoma de estresse pré-competitivo maior que atletas mais jovens. Presumiam-se que o escore de um atleta mais experiente seria menor por conta de toda a bagagem de competições e treinamentos, mas o estudo mostrou que cada atleta tem o seus problemas e sintomas, independente da idade e experiência. Conclui-se que todos os atletas, independente da experiência no esporte apresentam sintomas de estresse pré-competitivo.

Após as análise dos dados desse trabalho, é possível ressaltar a importância de uma equipe multidisciplinar acompanhando a carreira dos atletas, como preparador físico, técnico, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta, médico, esses profissionais contribuem para a saúde física e mental do atleta. O trabalho desses profissionais auxilia no bom o seu desempenho dos atletas nas lutas e

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consequentemente, podem prolongar a sua carreira o mais longe possível e de forma saudável, o que é o mais interessante. Deixo como sugestão de uma próxima pesquisa, um estudo sobre a necessidade de uma equipe multidisciplinar no esporte de alto rendimento.

PRE-COMPETITIVE STRESS OF HIGH PERFORMANCE ATHLETES IN JUDO SENIOR STATE CHAMPIONSHIP IN SANTA CATARINA

Abstract: Pre-competitive stress is a problem, reaching more and more high-performance athletes, this study aimed to investigate the pre-competitive stress of high-performance athletes, in action in the state judo senior championship in Santa Catarina. In order to show the symptoms of pre-competitive stress that a high-performance judo practitioner, may come before a competition. For the study, a field survey was carried out, therefore, a questionnaire was applied for the data collection, which intends to describe a little of the problems that the sport of income, has been suffering over time, the research instrument used was the questionnaire closed questions, adapted from DE ROSE JR (1998) entitled the List of Symptoms of Pre-competitive Child-Youth Stress (LSSPCI). As results were found the symptoms that influence more or less, with 60% of the answers the symptom "roô (to eat) the nails", appeared with the highest percentage of "never", with 47% of the responses had two symptoms tied, "I can not wait to compete" and "I'm afraid of making mistakes in the competition." Thus we conclude that athletes suffer from some symptoms of pre-competitive stress.

Keeywords: Judo. Stress. Competition.

REFERÊNCIAS

ABIÁN-VICÉN, Javier et al. Estrés pre-competitivo en jugadores adolescentes de bádminton. Revista de Psicología del Deporte, Madrid, v. 24, n. 8, p.217-224, out. 2015.

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1998.

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Confederação Brasileira de Judô. 2017. Disponível em: < http://www.cbj.com.br/>. Acesso em: 20 de julho de 2017.

DE ROSE JR, D. et al. Esporte e atividade física na infância e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 256p.

Federação Catarinense de Judô. 2017. Disponível em: <www.judosc.org.br>. Acesso em: 20 de julho de 2017.

FORJAZ, Cláudia Lúcia de Moraes; TRICOLI, Valmor. A fisiologia em educação física. Disponivel em: < http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v25nspe/02.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa: 1.ed. Rio Grande do Sul. Gráfica da UFRGS, 2009. 120p.

GUAREZI, Gheysa Bittencourt; NUNES, Daniela da Silva. A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO PSICOLÓGICO COM ATLETAS DE ALTO NÍVEL. 2008. 47 f. TCC (Graduação) - Curso de Especialização em Treinamento Esportivo., Universidade do Extremo Sul Catarinense- Unesc, Criciúma, 2008. Disponível em:

<http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/000039/000039B3.pdf>. Acesso em: 20 out. 2017.

OLIVEIRA, R. NETO, N. MORALES, A. CALOMENI, M. Influência do estresse pré-competitivo no desempenho de lutadores. Persp. Online: biol. & saúde. Campo dos Goytacazes. p.1-9, 2014.

VIRGILIO (Santa Catarina). Federação catarinense de judô. 2017. Disponível em: <www.judosc.org.br/historiadojudo>. Acesso em: 25 abr. 2017

WEINBERG, S. Robert ; GOULD, Daniel . FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA DO ESPORTE E DO EXERCÍCIO. 6. ed SãoPaulo: Dieimi Deitos,2017.603 p.

(14)

APENDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL

TELEFONE (48) 3279-1013

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado a participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após ser esclarecido sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado de forma alguma, pois você não é obrigado a participar deste estudo.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA

Título do Projeto: ESTRESSE PRÉ-COMPETITIVO DE ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO EM ATUAÇÃO NO CAMPEONATO ESTADUAL SÊNIOR DE JUDÔ EM SANTA CATARINA.

Pesquisador Responsável: Rômulo Luiz da Graça Telefone para contato: (48) 99611-7579

A presente pesquisa tem por objetivo principal, mostrar os efeitos do estresse pré-competitivo que um praticante de judô de alto rendimento, pode vir a ter antes de uma competição.

O tema de pesquisa escolhido tem muita relevância, pois além de ser um problema mundial, que afeta a saúde mental e física da população o estresse também vem de encontro com o esporte, e está cada vez mais relacionado à saúde dos atletas, o que eles passam antes de uma competição importante, por conta de uma rotina que é imposta para obter resultados, e que na maioria das vezes pode vir a interferir no rendimento dos atletas. O estresse em nível elevado pode acarretar diversos problemas para o homem, a curto e longo prazo.

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No esporte o estresse não é diferente ainda mais se for de alto nível, o que exige do atleta longos períodos de treinamento exposto á diversos agentes estressores, são eles resultados, patrocinadores, treinamentos excessivos, autoestima entre outros que fazem com que o atleta de alto nível venha a adquirir o estresse pré-competitivo.

Os Benefícios que esta pesquisa poderá obter são muitos alguns, um deles será tentar melhorar a performance dos atletas que talvez sofram com o estresse pré-competitivo, identificando e intervindo para possa ser tratado, trabalhar no treinamento esportivo os atletas com uma equipe multidisciplinar com psicólogos e profissionais de educação física, talvez responder algumas perguntas sobre desempenhos abaixo do esperado que o atleta pode vir a ter entre outros.

A coleta de dados será realizada no campeonato estadual sênior, onde o atleta participante responderá um questionário de simples compreensão, que foi adaptado pelo pesquisador responsável.

Fica garantido que a identidade do participante não será exposta a terceiros, isto é, seu nome não será revelado, inclusive as informações constantes do questionário. As únicas pessoas que terão acesso às informações serão os pesquisadores que estão envolvidos diretamente no estudo. Ao final da coleta cada atleta receberá uma cópia do termo de consentimento livre esclarecido. O participante da pesquisa poderá ser indenizado caso haja algum tipo de dano causado pela pesquisa.

Também fica garantido que o atleta ao participar da pesquisa não pagará nada e nem receberá remuneração. Se você, agora ou em qualquer momento do estudo, tiver dúvidas acerca da pesquisa e do teste, o pesquisador estará à disposição e terá a satisfação de atendê-los. Para contato ligue para o Professor pesquisador Rômulo Luiz da Graça, inclusive ligações a cobrar: telefone nº 48 99611-7579. A atleta poderá desistir abandonar ou deixar de participar da realização do questionário a qualquer momento, antes, durante ou após seu término.

Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a respeito de mim serão sigilosos. Eu compreendo que neste

(16)

estudo as medições dos experimentos/procedimentos de testes serão feitas em mim. Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.

Nome por extenso:_______________________________________________________ RG:____________________________________________________________ Local e Data:___________________________________________________________ Assinatura:______________________________________________________ Pesquisador_____________________________________________________ Orientando TCC_________________________________________________________

(17)

ANEXO A

Lista de Sintomas de Estresse Pré-competitivo Infanto--juvenil (LSSPCI) adaptado.

Idade:

Quantos anos pratica judô:

Respostas/frequências

Sintomas Nunca Poucas

Vezes Algumas Vezes Muitas Vezes Sempr e 1-Meu coração bate mais rápido que o normal

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2- Suo bastante

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 3- Fico agitado

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 4- Fico preocupado (a) com as críticas das

pessoas ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 5- Sinto muita vontade de urinar

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 6- Fico preocupado (a) com meus

adversários ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 7- Bebo muita água

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 8- Roô (como) as unhas

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 9- Fico empolgado (a)

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 10- Fico aflito (a)

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 11- Tenho medo de competir mal

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 12- Demoro muito para dormir

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 13- Tenho duvidas sobre a minha capacidade

de competir ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 14- Sonho com a competição

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 15- Fico nervoso (a)

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 16- Fico preocupado (a) com o resultado da

competição ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 17- Minha boca fica seca

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 18- Sinto muito cansaço no final do treino

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 19- A presença de familiares e amigos na

competição me preocupa ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 20- Falo muito sobre a competição

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 21- Tenho medo de perder

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 30-Fico impaciente

(18)

31-Não penso em outra coisa a não ser a

competição ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

AGRADECIMENTOS

Gostaria de manifestar meus agradecimentos primeiramente a Deus, e também a todos envolvidos em minha pesquisa, meu mentor, orientador, Sensei e amigo Romulo Luiz da Graça, minha esposa Ingrid pela compreensão e ajuda, e aos meus pais Hélio e Beth, por não medirem esforços para me tornar a pessoa que sou hoje.

Agradeço imensamente, a todos os professores e colegas que passaram em minha vida acadêmica, e termino meus agradecimentos com uma frase que significa muito para mim, “nunca uma falha, sempre uma lição”. Devemos aprender a lição com as nossas falhas, e absorver o ensinamento que ela nos trouxe, esses foram meus sinceros agradecimentos, muito obrigado.

Referências

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