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Conjuntura Macroeconômica Semanal

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Academic year: 2021

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CONJUNTURA

MACROECONÔMICA

SEMANAL

Departamento de Pesquisas e

Estudos Econômicos

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Conjuntura Macroeconômica Semanal

22 de abril de 2016

Ellen Regina Steter Leandro Câmara Negrão

Com dinâmica mais favorável da taxa de câmbio e descompressão adicional da inflação de serviços, revisamos o IPCA deste ano para uma alta de 6,5%

• A inflação ao consumidor encerrou 2015 com alta de 10,67%, umas das variações mais elevadas desde a implementação do regime de metas de inflação no Brasil. No início deste ano, a inflação ainda segue pressionada, atingindo elevação de 2,6% no primeiro trimestre do ano. Essa foi a segunda maior variação acumulada no período desde 2004, ficando abaixo somente do ano passado, quando tivemos uma concentração do realinhamento de preços administrados. • Apesar desse patamar ainda elevado, já é possível observar descompressão em alguns grupos de preços além do que esperávamos. O caso mais emblemático é a inflação de serviços, que já mostra sinais mais claros de desaceleração, refletindo o efeito de um hiato de produto negativo. Somado a esse efeito, que começa a prevalecer sobre o efeito inercial da inflação, destacamos a evolução mais favorável do que a esperada da taxa de câmbio nesses primeiros meses do ano. O real já registrou uma apreciação acumulada de 9,5% frente à moeda norte-americana e, segundo nossas novas estimativas, deverá ficar ao redor de R$/US$ 3,60 até o fim deste ano e permanecer nesse nível em 2017. Patamar mais apreciado que o esperado anteriormente, que era de R$/US$ 4,00 para 2016 e R$/US$ 4,20 para 2017. Por fim, as expectativas do mercado para a inflação nos próximos doze meses caíram pouco mais de 50 pontos base neste ano e deverão continuar cedendo nas próximas divulgações do Focus, sendo esse outro vetor que atuará favoravelmente para a convergência das projeções de inflação. Dado esse ambiente mais favorável, revisamos nossas estimativas para o IPCA de 2016, de 6,9% para 6,5%, e de 2017, de 5,4% para 4,5%. • Apesar dessa perspectiva mais favorável para inflação, é importante destacar alguns riscos altistas em relação ao cenário. O primeiro deles está associado ao fenômeno climático La niña. Em nosso cenário contemplamos que ele ocorrerá, porém em baixa intensidade. Caso estejamos errados e a intensidade do fenômeno seja forte, podemos ter, em um caso extremo, um acréscimo de até 100 pontos base em nossas projeções. Como mencionado, atualmente atribuímos baixa probabilidade para essa ocorrência. O outro risco que é importante destacar é a taxa de câmbio. Caso ocorra um movimento de depreciação forte da moeda brasileira, seja por determinantes internos como externos, parte dessa descompressão dos preços poderá estar comprometida.

Trajetória de inflação na Área do Euro ainda requer vigilância da autoridade monetária • Considerando a trajetória de inflação corrente da Área do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) deverá manter uma política monetária expansionista ao longo dos próximos meses, levando em conta que o indicador agregado de inflação ao consumidor ainda não traz pressões de alta. Com a meta de ancorar a expectativa da inflação ligeiramente abaixo de 2,0% a.a., o BCE se depara com um grande desafio. Apesar de a atividade econômica mostrar alguma recuperação, o ritmo segue bastante moderado, limitando, portanto, as pressões inflacionárias. O último dado de inflação ao consumidor mostrou estabilidade em março ante o mesmo mês do ano anterior. • De qualquer forma, mesmo com a trajetória de inflação impondo cautela ao BCE, em virtude de uma atividade ainda moderada, não vislumbramos arrefecimento da atual dinâmica econômica. Entendemos que a economia europeia experimentará uma recuperação bastante gradual, tendo como desafios a reversão da tendência deflacionista, a continuidade do ajuste fiscal e a redução da volatilidade política. Com isso, projetamos expansão de 1,5% do PIB para este ano, variação próxima à observada no ano passado.

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Cenário Doméstico

Variação anual do IPCA

Leandro Câmara Negrão

Com dinâmica mais favorável da taxa de câmbio e descompressão adicional da

inflação de serviços, revisamos o IPCA deste ano para uma alta de 6,5%

A inflação ao consumidor encerrou 2015 com alta de 10,67%, umas das variações mais elevadas desde a implementação do regime de metas de inflação no Brasil. No início deste ano, a inflação ainda segue pressionada, atingindo elevação de 2,6% no primeiro trimestre do ano. Essa foi a segunda maior variação acumulada no período desde 2004, ficando abaixo somente do ano passado, quando tivemos uma concentração do realinhamento de preços administrados. Apesar desse patamar ainda elevado, já é possível observar descompressão em alguns grupos de preços além do que esperávamos. O caso mais emblemático é a inflação de serviços, que já mostra sinais mais claros de desaceleração, refletindo o efeito de um hiato de produto negativo1. Somado a esse efeito, que começa a prevalecer sobre o efeito inercial da inflação, destacamos a evolução mais favorável do que a esperada da taxa de câmbio nesses primeiros meses do ano. O real já registrou uma apreciação acumulada de 9,5% frente à moeda norte-americana e, segundo nossas novas estimativas, deverá ficar ao redor de R$/US$ 3,60 até o fim deste ano e permanecer nesse nível em 2017. Patamar mais apreciado que o esperado anteriormente, que era de R$/US$ 4,00 para 2016 e R$/US$ 4,20 para 2017. Por fim, as expectativas do mercado para a inflação nos próximos doze meses caíram um pouco mais de 50 pontos base neste ano e deverão continuar cedendo nas próximas divulgações do Focus, sendo esse outro vetor que atuará favoravelmente para a convergência das projeções de inflação. Dado esse ambiente mais favorável, revisamos nossas estimativas para o IPCA de 2016, de 6,9% para 6,5%, e de 2017, de 5,4% para 4,5%.

1 Uma vez que o PIB está crescendo bem abaixo do potencial, diante da recessão em curso da economia brasileira.

8,9% 6,0% 7,7% 12,5% 9,3% 7,6% 5,7% 3,1% 4,5% 5,9% 4,3% 5,9% 6,5% 5,9% 6,4% 10,7% 6,5% 4,5% 0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% 14,0% 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016* 2017* IPCA ANUAL Fonte: IBGE Elaboração e projeção: BRADESCO

Com esse efeito um pouco mais claro do hiato do produto sobre a evolução dos preços livres, projetamos uma descompressão desse grupo de uma alta de 8,5% observada em 2015 para 6,7% neste ano e 4,5% em 2017. Um dos principais vetores para essa desaceleração será o de preços de serviços, que

projetamos desaceleração de 8,1% em 2015 para 6,0% em 2016 até chegar em 5,1% em 2017. O movimento recente dos preços de serviços, com a média três meses dessazonalizada e anualizada passando de 8,2% em dezembro de 2015 para 5,9% em março, nos fez a acreditar que o hiato está exercendo um efeito

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Cenário Doméstico

Fonte: IBGE Elaboração e projeção: BRADESCO IPCA - Serviços excluindo passagens aéreas: variação de três e seis meses, com ajuste sazonal e em termos anualizados Variação anual do IPCA – Alimentação no domicílio Fonte: IBGE Elaboração: BRADESCO maior sobre os preços desse grupo do que esperado anteriormente. É importante notar que esse ambiente de um hiato do produto negativo deverá permanecer até o fim do próximo ano. Em nossas projeções, consideramos queda de 3,5% do PIB neste ano e

crescimento de 1,5% em 2017, ainda um pouco abaixo da nossa estimativa de PIB potencial. Nesse cenário, a taxa de desemprego média do ano deverá terminar 2016 em 11,8% e ficar praticamente no mesmo patamar em 2017, 11,7%. Além dos preços de serviços, a alimentação no domicílio será outro grupo que também contribuirá para essa descompressão dos preços livres. Isso porque estamos saindo de um ambiente de pressão do efeito climático El niño2, que foi um dos mais severos desde os anos 1950, para, provavelmente, entrarmos em um ambiente de La niña3 de intensidade fraca. Ou seja, não terá grandes impactos sobre os preços de produtos agrícolas. Vale destacar que os efeitos de um possível La niña são um clima mais seco em alguns estados dos Estados Unidos e na América do Sul. Na Austrália, Indonésia e América Central, o efeito é inverso, gerando um clima mais úmido que a média. Além disso, o fenômeno

climático aumenta a probabilidade de formação de ciclones tropicais no Pacífico. Tal fenômeno em forte intensidade faz com que os preços de trigo, milho e soja registrem fortes variações altistas. Em meados de 2010, após a confirmação de La Niña entre moderado e forte, os preços de trigo subiram 21% e os de soja avançaram 39% em doze meses. A expectativa é que o fenômeno ocorra em uma intensidade fraca. Dessa forma, não deveremos observar grandes variações nos preços dessas culturas. Com isso, estimamos um bom desempenho dos preços do grupo de alimentação do domicílio, que deverão apresentar variação de 9,0% neste ano, descomprimindo para 6,0% em 2017.

2 El Niño é um fenômeno climático que ocorre quando os ventos do Pacífico equatorial perdem força ou mudam de direção. Isso causa o aquecimento da

água em uma vasta área, o que por sua vez pode ter consequências meteorológicas no mundo todo, dificultando o cultivo de diversos produtos agrícolas. Quando ocorre em intensidade elevada o efeito é ainda maior.

3 La niña é um efeito climático que ocorre quando o padrão de ventos sobre o oceano se altera e causa o esfriamento anormal das águas da região central

e leste do Oceano Pacífico. Essa mudança na temperatura pode influenciar o clima de diversos países. Sua intensidade é mensurada pelas temperaturas do oceano e pelas modificações nos padrões de ventos.

9,6% 21,6% 6,7% 2,6% 0,6% -0,1% 12,4% 10,7% 0,9% 10,7% 5,4% 10,0% 7,6% 7,1% 12,9% 9,0% 6,0% -1,0% 1,0% 3,0% 5,0% 7,0% 9,0% 11,0% 13,0% 15,0% 17,0% 19,0% 21,0% 23,0% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 * 2017 * ALIMENTAÇÃO ANUAL 9,7% 7,7% 5,9% 8,1% 10,8% 7,5% 9,6% 9,2% 7,2% 9,8% 8,0% 8,5% 5,9% 9,1% 8,6% 9,0% 7,2% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% jun/0 8 set /08 dez /08 m ar /09 jun/0 9 set /09 dez /09 m ar /10 jun/1 0 set /10 dez /10 m ar /11 jun/1 1 set /11 dez /11 m ar /12 jun/1 2 set /12 dez /12 m ar /13 jun/1 3 set /13 dez /13 m ar /14 jun/1 4 set /14 dez /14 m ar /15 jun/1 5 set /15 dez /15 m ar /16 Serv 3M e 6M 3 meses 6 meses

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Cenário Doméstico

Variação anual do IPCA – Preços Administrados Fonte: IBGE Elaboração e projeção: BRADESCO

Além desse movimento dos preços livres, que tem apresentado sinais mais claros de desaceleração, os reajustes mais moderados do grupo dos preços administrados é um vetor adicional que exercerá uma pressão menor sobre a inflação cheia e ajudará na convergência para dentro do intervalo da meta de inflação neste e no próximo ano. Para este ano,

projetamos variação de 6,0% para esse grupo, considerando uma queda de 3,0% nos preços de energia elétrica e estabilidade dos preços de gasolina (item que considera queda de 5,0% na refinaria). Enquanto que para 2017, com um efeito menor da inflação passada além de uma variação cambial esperada mais baixa, projetamos elevação dos preços desse grupo de 4,8%. 9,0% 4,3% 1,7% 3,3% 4,7% 3,1% 6,2% 3,7% 1,5% 5,3% 18,1% 6,0% 4,8% 0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% 14,0% 16,0% 18,0% 20,0% 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016* 2017*

Apesar dessa perspectiva mais favorável para inflação, é importante destacar alguns riscos altistas em relação ao cenário. O primeiro deles está associado ao fenômeno climático La niña. Em nosso cenário contemplamos que ele ocorrerá, porém em baixa intensidade. Caso estejamos errados e a intensidade do fenômeno seja forte, podemos ter, em um caso extremo, um acréscimo de até 100 pontos

base em nossas projeções. Como mencionado, atualmente atribuímos baixa probabilidade para essa ocorrência. O outro risco que é importante destacar é a taxa de câmbio. Caso ocorra um movimento de depreciação forte da moeda brasileira, seja por determinantes internos como externos, parte dessa descompressão dos preços poderá estar comprometida.

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Cenário Externo

Área do Euro: índice de preços ao consumidor - cheio e núcleo. Variação interanual Fonte: Bloomberg Elaboração: BRADESCO

Trajetória de inflação na Área do Euro ainda requer vigilância da autoridade

monetária

Ellen Regina Steter

Considerando a trajetória de inflação corrente da Área do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) deverá manter uma política monetária expansionista ao longo dos próximos meses, levando em conta que o indicador agregado de inflação ao consumidor ainda não traz pressões de alta. Com a meta de ancorar a expectativa da inflação ligeiramente abaixo de 2,0% a.a., o BCE se depara com um grande desafio. Apesar de a atividade econômica mostrar alguma recuperação, o ritmo segue bastante moderado, limitando, portanto, as pressões inflacionárias. O último dado de inflação ao consumidor mostrou estabilidade em março ante o mesmo mês do ano anterior. Quando observamos a série de preços, notamos que desde meados de 2014 o índice cheio tem oscilado ao redor de zero, sendo que em alguns momentos chegou a reportar deflação. 0,6% -0,7% 1,7% 2,8% 2,5% 3,0% 2,6% 1,6% 0,5% 0,4% -0,6% 0,3% -0,1% 0,3% 0,0% 1,8% 1,3% 0,8% 1,0% 1,2% 1,6% 1,7% 1,0% 1,0% 0,9% 0,7% 1,0% 1,0% -1,0% -0,5% 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% m ar /09 jun/0 9 set /09 dez /09 m ar /10 jun/1 0 set /10 dez /10 m ar /11 jun/1 1 set /11 dez /11 m ar /12 jun/1 2 set /12 dez /12 m ar /13 jun/1 3 set /13 dez /13 m ar /14 jun/1 4 set /14 dez /14 m ar /15 jun/1 5 set /15 dez /15 m ar /16

Area do Euro: indice de precos ao consumidor - cheio e nucleo. Variacao interanual. Fonte: Bloomberg

Cheio Núcleo

Sabemos que o índice de preços ao consumidor está sujeito a choques de diversas naturezas, especialmente climáticos e ligados à cadeia de energia. Dessa forma, para expurgar esses choques, que normalmente são interpretados como transitórios ou sazonais, é observado o comportamento do núcleo da inflação, que exclui alimentação, energia e combustíveis. Nesse caso, notamos um desempenho um pouco distinto do observado no indicador cheio. Ainda que distante da meta, o núcleo da inflação tem oscilado ao redor de 1,0%, sem mostrar tendência de aceleração, tendo em vista os salários ainda contidos. Vale mencionar que parte relevante do descasamento observado entre o índice de inflação cheio e o núcleo está atrelada ao preço de energia, e, portanto, ao petróleo. O significativo recuo da cotação dessa commodity tem influenciado a dinâmica de preços de energia em muitos países, como observamos também na Área do Euro. No gráfico a seguir, é possível observar a aderência entre esses preços. Ainda que a retração do preço da energia seja favorável ao consumo, por aumentar a renda disponível das famílias, esse impulso não é suficiente para permitir uma retomada consistente da economia europeia. Dessa forma, seu impacto tende a ser moderado e devolve ao BCE o papel de estimular a economia.

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Cenário Externo

Fonte: Bloomberg Elaboração: BRADESCO

Área do Euro: variação interanual do índice de preços ao consumidor

Fonte: Bloomberg Elaboração: BRADESCO

Área do Euro: preço do petróleo (em euros) e inflação de energia. Variação interanual Apesar de a trajetória de estabilidade de preços ser praticamente homogênea entre os países do bloco, há aqueles que ainda experimentam deflação. O destaque fica com a inflação ao consumidor na Espanha, que mostrou recuo de aproximadamente 1,0% em março na comparação interanual. Tal resultado reflete as condições fracas da economia espanhola, desde meados de 2014. -1,32% 2,67% 3,51% 1,76% 2,20% 0,05% -1,46% -1,13% -0,99% -0,05% 0,87% 1,22% 0,80% 0,10% 3,81% -0,20% -2,0% -1,0% 0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0% m ar /09 jun/0 9 set /09 dez /09 m ar /10 jun/1 0 set /10 dez /10 m ar /11 jun/1 1 set /11 dez /11 m ar /12 jun/1 2 set /12 dez /12 m ar /13 jun/1 3 set /13 dez /13 m ar /14 jun/1 4 set /14 dez /14 m ar /15 jun/1 5 set /15 dez /15 m ar /16

Area do Euro: variacao interanual do indice de precos ao consumidor. Fonte: Bloomberg

Espanha Euro Alemanha Itália França Diante desse cenário, no qual o risco de deflação ainda se faz presente, o Banco Central Europeu deverá manter o viés para o afrouxamento monetário ao longo do ano. Em sua penúltima reunião, em março, o BCE divulgou novos estímulos monetários que compreenderam tanto a redução da taxa de depósito (de -0,3% para -0,4%) quanto a compra de títulos corporativos para estimular o mercado de crédito. Já na sua última reunião, realizada nesta semana, a opção adotada foi pela manutenção das medidas anunciadas, aguardando os efeitos do pacote anunciado em março. Dessa forma, acreditamos que essa postura mais cautelosa do BCE deverá permanecer até o final deste primeiro trimestre, pois parte das medidas anunciadas (como a compra de títulos corporativos) só será efetiva de fato a partir de junho. Apesar de discussões acerca do alcance e das ferramentas ainda disponíveis para o BCE impulsionar a economia, consideramos elevada a probabilidade de o banco central adotar novas medidas de estímulo no terceiro trimestre deste ano, visando principalmente destravar o mercado creditício. De qualquer forma, mesmo com a trajetória de inflação impondo cautela ao BCE, em virtude de uma atividade ainda moderada, não vislumbramos arrefecimento da atual dinâmica econômica. De fato, a economia

12,9% -0,9% 17,1% -14,4% -11,0% 12,3% 9,1% 1,6% -2,3% -2,6% -5,8% 26,6% 66,7% -18,9% 24,6% -49,3% 71,3% 16,7% 14,0% -13,9% 4,5% -40,5%-34,4% -70,0% -50,0% -30,0% -10,0% 10,0% 30,0% 50,0% 70,0% 90,0% -16% -12% -8% -4% 0% 4% 8% 12% 16% 20% m ar /05 jun/0 5 set /05 dez /05 m ar /06 jun/0 6 set /06 dez /06 m ar /07 jun/0 7 set /07 dez /07 m ar /08 jun/0 8 set /08 dez /08 m ar /09 jun/0 9 set /09 dez /09 m ar /10 jun/1 0 set /10 dez /10 m ar /11 jun/1 1 set /11 dez /11 m ar /12 jun/1 2 set /12 dez /12 m ar /13 jun/1 3 set /13 dez /13 m ar /14 jun/1 4 set /14 dez /14 m ar /15

Area do Euro: preco do petroleo (em euros) e preco de energia. Variacao interanual. Fonte: Bloomberg

índice de preços ao consumidor (energia) preço do petróleo (tipo Brent), medido em euros

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Cenário Externo

europeia começou o segundo trimestre crescendo em ritmo semelhante ao observado nos primeiros três meses deste ano, conforme apontado pelo índice PMI, segundo resultado prévio também conhecido nesta semana. O indicador chegou a 53,0 pontos em abril, ante média de 53,2 pontos registrada no primeiro trimestre, período no qual a economia deve ter crescido 0,4% (lembrando que esse dado será conhecido na sexta-feira que vem). Para tanto, o indicador do setor de manufatura chegou a 51,5 e o de serviços a 53,2 pontos – sinalizando certa estabilidade em relação às marcas de 51,6 e 53,1 pontos verificadas em março. Entendemos que a economia europeia experimentará uma recuperação bastante gradual, tendo como desafios a reversão da tendência deflacionista, a continuidade do ajuste fiscal e a redução da volatilidade política. Com isso, projetamos expansão de 1,5% do PIB para este ano, variação próxima à observada no ano passado.

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Quadro de Projeções Macroeconômicas Externas

Quadro de Projeções - PIB real Mundial e países selecionados 2007-2017

Fonte: FMI Elaboração e (p) projeção: BRADESCO 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015p 2016p 2017p Países Desenvolvidos 2,8 0,1 -3,6 3,0 1,7 1,2 1,1 1,8 1,9 1,8 2,1 Estados Unidos 1,9 -0,3 -3,5 2,5 1,6 2,2 1,5 2,4 2,4 2,0 2,5 Área do Euro 3,0 0,4 -4,3 1,8 1,5 -0,6 -0,4 0,9 1,5 1,5 1,7 Alemanha 3,4 0,8 -5,1 3,6 3,1 0,9 0,4 1,6 1,7 1,7 1,7 França 2,3 -0,1 -3,1 1,7 1,7 0,0 0,3 0,4 1,1 1,3 1,5 Itália 1,7 -1,2 -5,5 1,8 0,4 -2,7 -1,9 -0,3 0,4 1,3 1,2 Reino Unido 3,6 -1,0 -4,0 1,8 0,9 0,3 1,9 2,7 2,2 2,1 2,5 Japão 2,2 -1,0 -5,5 4,7 -0,5 1,5 1,5 0,0 0,4 1,0 1,0 Países Emergentes 8,6 6,2 2,8 7,4 6,3 5,2 5,0 4,4 3,9 3,9 4,4 China 14,2 9,6 9,2 10,4 9,3 7,7 7,7 7,4 6,9 5,8 5,2 Coréia 5,1 2,3 0,3 6,3 3,6 2,0 2,8 3,3 2,6 2,0 2,5 Rússia 8,5 5,2 -7,8 4,5 4,3 3,4 1,3 0,6 -3,7 -3,1 1,0 Índia 9,7 8,2 6,4 9,7 7,5 5,1 4,5 5,2 7,6 7,4 7,7 América Latina 5,8 4,3 -1,3 6,1 4,9 3,1 2,9 1,4 -0,4 -0,4 1,7 Brasil 6,0 5,0 -0,1 7,5 3,9 1,9 3,0 0,1 -3,8 -3,5 1,5 Argentina 8,0 3,1 0,1 9,1 8,4 0,8 2,9 0,5 1,3 -1,5 1,5 Chile 5,2 3,3 -1,1 7,5 4,8 5,5 4,3 1,9 2,0 1,8 2,5 Colômbia 6,9 3,6 5,8 4,0 6,6 4,0 4,9 4,6 3,1 2,6 3,0 México 3,2 1,2 -6,2 5,1 4,0 4,0 1,4 2,1 2,5 2,3 2,5 Peru 8,9 10,1 1,1 8,4 6,5 6,0 5,6 2,4 3,3 3,3 3,8 Mundo 5,4 2,9 -0,6 5,4 4,2 3,4 3,3 3,4 3,1 3,0 3,2

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Quadro de Projeções Macroeconômicas Domésticas

Fonte: Dados oficiais para números efetivos Elaboração e (*)projeção: BRADESCO

(1): Em 2016, a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) será descontinuada e apenas a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua passará a existir. / A série foi retropolada até 2012. .

Atualizado com dados até 22/abril/2016

(*) Estatísticas referentes ao Balanço de Pagamentos seguem metodologia nova BPM6.

Quadro de Projeções Macroeconômicas - Ano base 2007-2017

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016* 2017*

ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS

PIB (%) 6,1 5,1 -0,1 7,5 3,9 1,9 3,0 0,1 -3,8 -3,5 1,5

Agropecuária (%) 3,2 5,5 -3,8 6,8 5,6 -3,1 8,4 0,4 1,8 2,0 2,5

Indústria (%) 6,0 3,9 -4,8 10,4 4,1 -0,7 2,2 -1,2 -6,2 -5,0 2,5

Serviços (%) 5,8 4,8 1,9 5,8 3,4 2,9 2,8 0,7 -2,7 -3,5 1,0

Consumo Privado (%) 6,3 6,4 4,2 6,4 4,8 3,5 3,6 0,9 -4,0 -4,0 1,0

Consumo da Adm. Pública (%) 4,1 2,1 2,9 3,9 2,2 2,3 1,5 1,3 -1,0 -1,0 0,5

Investimento (FBKF) (%) 12,0 12,7 -1,9 17,8 6,6 -2,6 5,9 -4,4 -14,1 -11,0 4,5

Exportações Bens e Serviços Não Fatores (%) 6,2 0,4 -9,2 11,7 4,8 0,3 2,4 -1,1 6,1 3,0 4,0

Importações Bens e Serviços Não Fatores (%) 19,6 17,0 -7,6 33,6 9,4 0,7 7,2 -1,0 -14,3 -9,0 3,0

PIB (R$) - bilhões (Preços Correntes) 2.720 3.110 3.333 3.886 4.374 4.806 5.316 5.687 6.121 6.385 6.908

PIB (US$) - bilhões 1.397 1.695 1.669 2.208 2.611 2.459 2.464 2.417 1.837 1.612 1.682

População - milhões 189,5 191,5 193,5 195,5 197,4 199,2 201,0 202,8 204,5 206,1 207,7

PIB per capita - US$ 7.281 8.717 8.469 11.084 13.229 12.344 12.256 11.919 8.986 7.823 8.097

Produção Industrial - IBGE (%) 5,9 3,1 -7,1 10,2 0,4 -2,3 2,0 -3,3 -8,3 -5,6 1,9

Taxa Média de Desemprego - IBGE (1) 10,9 9,5 9,7 8,3 7,6 7,3 7,0 6,7 8,5 11,8 11,7

Vendas no Comércio Varejista - Restrita (%) 9,7 9,1 5,9 10,9 6,7 8,4 4,3 2,2 -4,3 -3,4 0,9

IPCA - IBGE (%) 4,5 5,9 4,3 5,9 6,5 5,8 5,9 6,4 10,7 6,5 4,5

IPC - FIPE (%) 4,4 6,2 3,7 6,4 5,8 5,1 3,9 5,2 11,1 6,5 4,5

IGP-M - FGV (%) 7,8 9,8 -1,7 11,3 5,1 7,8 5,5 3,7 10,5 6,1 4,2

IGP-DI - FGV (%) 7,9 9,1 -1,4 11,3 5,0 8,1 5,5 3,8 10,7 6,1 4,2

Taxa Selic (final de período) % 11,25 13,75 8,75 10,75 11,00 7,25 10,00 11,75 14,25 12,25 10,25

Taxa Selic nominal (acumulado 12 meses) % 11,85 12,48 9,92 9,78 11,62 8,48 8,21 10,91 13,29 13,56 11,50

Taxa Selic real / IPCA (acumulado 12 meses) % 7,1 6,2 5,4 3,7 4,8 2,5 2,2 4,2 2,4 6,6 6,7

Taxa Selic real / IGP-M (acumulado 12 meses) % 3,8 2,4 11,8 -1,4 6,2 0,6 2,6 7,0 2,5 7,0 7,0

EXTERNO, CÂMBIO, RISCO E BOLSA

Balança Comercial (US$ bilhões) 40,0 24,8 25,3 20,1 29,8 19,4 2,6 -3,9 19,7 45,2 54,2

Exportações (US$ bilhões) 160,6 197,9 153,0 201,9 256,0 242,6 242,2 225,1 191,1 196,4 224,1

Importações (US$ bilhões) 120,6 173,0 127,6 181,6 226,2 223,1 239,6 229,0 171,5 151,2 169,9

Corrente de Comércio (% PIB) 20,1 21,9 16,8 17,4 18,5 18,9 19,6 18,8 19,7 21,6 23,4

Déficit em serviços e rendas (US$ bilhões) -42,5 -57,3 -52,9 -70,3 -107,5 -94,2 -78,8 -100,3 -79,4 -63,4 -78,5

Saldo em conta-corrente (US$ bilhões) 1,6 -28,2 -24,3 -47,3 -77,0 -74,1 -74,8 -103,6 -58,9 -15,6 -21,4

Saldo em conta-corrente (% PIB) 0,1 -1,7 -1,6 -3,4 -2,9 -3,0 -3,0 -4,3 -3,2 -1,0 -1,3

Investimento Direto no País (US$ bilhões) 34,3 45,1 25,9 48,5 66,7 65,3 64,0 96,9 75,1 58,0 62,0

Taxa de câmbio (final de período) R$ / US$ 1,77 2,34 1,74 1,67 1,88 2,08 2,35 2,65 3,90 3,60 3,60

Taxa de câmbio (média anual) R$ / US$ 1,95 1,83 2,00 1,76 1,67 1,95 2,16 2,35 3,33 3,71 3,60

Desvalorização nominal ponta (%) -17,15 31,94 -25,49 -4,09 12,58 10,86 12,81 12,96 47,35 -7,81 0,00 Desvalorização nominal média (%) -10,53 -5,82 8,98 -9,93 -4,85 16,67 10,43 9,06 41,54 11,38 0,00

Reservas internacionais (US$ bilhões) - liquidez 180,3 206,8 239,1 288,6 352,0 378,6 375,8 374,1 379,7 387,3 395,0

Dívida Externa Total Médio e Longo Prazo (US$

bilhões) 193,2 198,3 198,2 256,8 298,2 312,9 308,6 348,7 355,6 362,8 377,3

Dívida Externa / Exportações 1,2 1,0 1,3 1,3 1,2 1,3 1,3 1,6 1,9 1,8 1,7

Reservas Internacionais / Importações 1,5 1,2 1,9 1,6 1,5 1,7 1,6 1,6 2,2 2,6 2,3

Rating Soberano Moody's Ba1 Ba1 Baa3 Baa3 Baa2 Baa2 Baa2 Baa2 Baa3 -

-Rating Soberano S&P BB+ BBB- BBB- BBB- BBB BBB BBB BBB- BB+ -

-IBOVESPA - Pontos 63.886 37.550 68.588 69.305 56.754 60.952 51.507 50.007 43.349 - -FISCAL

Resultado primário do setor público (R$ bilhões) 88,1 103,6 64,8 101,7 129,0 105,0 94,1 -33,5 -111,2 -95,7 -103,5

Resultado primário do setor público (% PIB) 3,2 3,3 1,9 2,6 2,9 2,2 1,7 -0,6 -1,9 -1,5 -1,5

Resultado nominal do setor público - sem câmbio

(% PIB) -2,7 -2,0 -3,2 -2,4 -2,5 -2,3 -3,1 -6,2 -10,0 -9,3 -8,1

Dívida Bruta do Setor Público (R$ bilhões) 1.542,9 1.740,9 1.973,4 2.011,5 2.243,6 2.583,9 2.748,0 3.252,4 4.049,9 4.719,2 5.462,5

Dívida Bruta do Setor Público (% PIB) 56,7 56,0 59,2 51,8 51,3 53,8 51,7 57,2 66,2 74,0 79,2

Dívida Bruta do Setor Público - Reservas

Internacionais (% PIB) 45,0 41,4 46,7 39,4 36,2 37,4 34,6 39,2 42,7 50,9 56,7

(10)

Equipe Técnica

Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fernando Honorato Barbosa - Superintendente executivo

Economia Internacional: Fabiana D’Atri / Felipe Wajskop França / Thomas Henrique Schreurs Pires / Ellen Regina Steter

Economia Doméstica: Igor Velecico / Estevão Augusto Oller Scripilliti/ Andréa Bastos Damico / Myriã Tatiany Neves Bast / Daniela Cunha de Lima / Ariana Stephanie Zerbinatti

Análise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo

Pesquisa Proprietária: Leandro Câmara Negrão / Ana Maria Bonomi Barufi

Estagiários: Gabriel Marcondes dos Santos / Wesley Paixão Bachiega / Carlos Henrique Gomes de Brito

Equipe Técnica

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