UNIVERSIDADE LIVRE DO MEIO AMBIENTE E DA CULTURA DE PAZ Espaço de difusão de educação socioambiental e cultura de paz na
Cidade de São Paulo
PREMIO SÃO PAULO
INSCRIÇÃO NA CATEGORIA URBANA E AMBIENTAL
INTEGRANTES
Angélica Berenice de Almeida, 529.881 4; Cássia Aparecida Vitzel Domingues, 507 812 1; Diogo Alvim Gonçalves, 757 386 3; Dulce Regina Bernardo Campos, 589 132 9; Estela Maria Guidi Pereira Gomes, 610.802.2.00; Eliana Sapucaia Rizzini, 645.604.1; Glacilda Pinheiro Correa Pedroso, 665.528.4.00; Jerusha Chang, 137 525 3; Márcia Amélia Moura, 504 821 4; Marcia Halluli Menneh, 524 846 9; Maricy Elisabeth Montenegro, 625 334 2; Shirley Dayse Gomes Pellicciari, 527 477 0; Thereza Christina Rosa, 554 837 3; Vitor Octavio Lucato, 526028.1; Alice K. Naime, RF 746 913 6 ; José Maestro de Queiroz, RF 503 836 700; Gilberto José Monteiro, RF 555.407 1.01; Débora Pontalti Marcondes, 729 484 1, Marlene Fontes dos Reis, 630605 5; Maria de Lourdes Diniz, 601 374 1; Daniel de Oliveira, 650 266 1.
RESPONSÁVEL
Rose Marie Inojosa, 185 324
SECRETARIA: SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTE DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
DESCRIÇÃO DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DA INICIATIVA
CIDADÃOS E SOCIEDADE
A Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz - UMAPAZ nasceu de uma proposta delineada, em 2005, com o propósito de contribuir para sensibilizar e capacitar pessoas na Cidade de São Paulo para viverem e tomarem decisões capazes de contribuir para a sustentabilidade socioambiental, ou seja, com o provimento das suas próprias necessidades e da espécie humana, de forma equânime e pacífica, respeito às outras espécies da comunidade da vida e às futuras gerações.
1.1. Conhecimento das necessidades dos usuários, dos cidadãos e da sociedade. A Cidade de São Paulo, uma das quarenta maiores do mundo, reproduz e amplifica as conseqüências do modelo de desenvolvimento prevalente no planeta, desveladas nos relatórios publicados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). A redução da cobertura vegetal, a deterioração da qualidade do ar, da água, do solo, da vida das espécies e múltiplos conflitos sócio-ambientais resultam de um modelo de dominação e conflito com a natureza que tem sido hegemônico e, historicamente, orientado as escolhas para o desenvolvimento. Essas escolhas não são apenas técnicas nem cabem exclusivamente às estruturas de governo. São configuradas a partir dos múltiplos e conflitantes interesses presentes na sociedade. Mudar o paradigma implica transitar para uma visão orientada pelo paradigma da sustentabilidade. São escolhas da sociedade, que devem tornar-se, também, determinações da sociedade ao Estado que a representa.
Além da divulgação de informações pela mídia, as pessoas necessitam espaços onde possam articular essas informações e construir suas opiniões, de modo a que possam fazer novas escolhas, individuais e coletivas, em uma teia de relações complexas, como é a de São Paulo. A UMAPAZ surgiu com esse propósito e a resposta de seus usuários, lotando os cursos e programas tão logo são divulgados, indica que a iniciativa tem sido considerada oportuna.
A UMAPAZ inspirou-se em experiências semelhantes, já que a questão da sustentabilidade é planetária e local ao mesmo tempo, como a Universidade Livre do Meio Ambiente, de Curitiba, a U-Peace, na Costa Rica, o Schumacher College, na
Inglaterra, porém, além disso, a sua proposta foi feita de forma participativa, visando sua adequação à realidade local. Para isso a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo convidou seus funcionários, bem como estudiosos, gestores e técnicos de organizações não-governamentais para refletirem em conjunto. Um grupo de 60 pessoas, metade de servidores e metade de organizações não governamentais (conforme Relatório Jan.a jun.2006 - SVMA), gerou a proposta de uma universidade aberta, como um centro de educação socioambiental da Cidade, para públicos de diferentes origens, faixas etárias e formações, devendo trabalhar em um eixo de sensibilização e um eixo de formação.
A formulação foi aprovada pelo Secretario e pelo Prefeito, que, designou um imóvel no Parque do Ibirapuera (Av. IV Centenário, 1268, portão 7-A) para a instalação da UMAPAZ. A UMAPAZ iniciou suas atividades em 25 de janeiro de 2006, tendo como equipe própria oito educadores ambientais, servidores públicos municipais e o apoio da rede de organizações parceiras, por meio de professores e palestrantes voluntários, como a UNESCO, por meio do seu escritório em São Paulo, a Associação Palas Athena, o Grupo Ecobairro, do Instituto Roerich, o grupo Ecovila São Paulo, o Grupo GEN (Gaia Education, de Findhorn), a U-Peace, a Associação Monte Azul, o Instituto Sou da Paz, a Aliança pela Infância, a UNIPAZ, entre outros.
Em março de 2006, professores da U-Peace vieram colaborar para o desenvolvimento de um planejamento participativo para a UMAPAZ. Nessa ocasião foi gerada uma Carta Aberta, com o objetivo de consolidar a UMAPAZ. Ela é reveladora desse processo e seus propósitos. Segue reprodução de parte da Carta:
“De seis a dez de março de 2006, pessoas físicas e representantes de instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, com participação de decano e educadores da U-Paz, a Universidad para la Paz, criada por mandato das Nações Unidas, reuniram-se na sede do projeto UMAPAZ, à Avenida IV Centenário, 1268, no Parque do Ibirapuera, São Paulo, Brasil, para fazer o planejamento das primeiras ações estruturais, em parceria, do projeto em epígrafe.
Em meados de 2005, nasceu a proposta da Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz, originária da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, uma iniciativa pioneira ao integrar cultura de paz e desenvolvimento sustentável. Desde então, a reflexão e a proposição da sua
missão, valores e objetivos vêm sendo realizadas em rede com instituições comprometidas com um novo padrão de convivência sócio-ambiental ética, responsável, cooperativa, pacífica e de proteção da vida, alicerçado nas iniciativas da ONU para a Década Internacional de Cultura de Paz e Não-Violência (2001 a 2010), Década Internacional de Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005 à 2014), na CARTA DA TERRA: Valores e Princípios para um Futuro Sustentável (www.cartadelatierra.org) e na Agenda 21. (...)
Os signatários propõem, a partir desse diagnóstico, realizar atividades culturais e de educação sócio-ambiental, produção e disseminação de conhecimentos, em cooperação e de forma transdisciplinar, com o objetivo de sensibilizar, conscientizar e capacitar cidadãos para a convivência sócio-ambiental ética, responsável, cooperativa, pacífica e de reverência à vida.
Com o propósito de expressar a sua disposição e empenho em cooperar para que a UMAPAZ seja essa Casa das Ações Unidas, espaço de realização de iniciativas em parceria, onde cada um ofereça e articule a contribuição de seus saberes e experiências, assinam esta carta aos cidadãos paulistanos, dirigentes municipais e representantes eleitos dessa população, para que conheçam essas intenções de cidadania e apóiem a iniciativa, participando da sua viabilização de forma permanente dentro de uma política sustentável. São Paulo, 10 de março de 2006, verão.”
Em julho de 2007, a UMAPAZ foi formalizada na estrutura organizacional da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente e passou a compartilhar o orçamento da Educação Ambiental. No final desse mesmo ano, foi possível iniciar a contratação de professores palestrantes, o que conferiu maior estabilidade e diversificação à sua programação.
1.2. Identificação dos serviços prestados.
A gênese da proposta da UMAPAZ e seu planejamento participativo orienta as escolhas de conteúdos da programação, cujo o eixo norteador é a sustentabilidade sob seus diferentes aspectos: ecológico, social, econômico, cultural.
Em relação à abordagem, são consideradas as dimensões da sensibilização, da capacitação para intervenções específicas e da formação, no sentido da construção de conhecimentos sobre teia da sustentabilidade.
Assim, a UMAPAZ tem desenvolvido sua programação orientada pela questão da sustentabilidade, procurando alcançar públicos de diferentes faixas etárias e formações, com diferentes formas de abordagem.
Na oferta de programas que visam a proporcionar bem-estar e disposição para que o educando ganhe prontidão para reflexões sobre sustentabilidade, estão a aventura ambiental (trilha com valores) e as práticas contínuas (semanais) de tai-chi, danças circulares, meditação, oficinas de barro, desenho da natureza. Esses programas procuram despertar o interesse para aspectos socioambientais e introduzir a questão da sustentabilidade. As pessoas que freqüentam essas práticas são informadas e convidadas para palestras e cursos. Observa-se que elas de fato têm participado dessa programação e são importantes na sua divulgação.
Há uma oferta de cursos específicos de instrumentalização para a compreensão e introdução de práticas e ações sustentáveis como a coleta seletiva, o uso energia solar; ou a aplicação de tecnologias de relacionamento pacífico. São cursos curtos de 12 a 20 horas/aula, para interesses específicos. Esses interesses são captados tanto em relação a inovações na legislação, como foi o caso dos cursos para arquitetos, engenheiros e instaladores sobre o uso de energia solar, como na observação de potenciais interesses, como foi o caso da capacitação para mediação de conflitos. Os cursos de Energia Solar, realizado em parceria com a ABRAVA, de 8 horas/aula, tiveram demanda para 6 turmas e estão sendo programadas novas turmas. No caso da capacitação para resolução pacífica de conflitos, foram realizados o Curso de Resolução Pacífica de Conflitos, para 60 pessoas, abordando tecnologias como comunicação não-violenta e mediação de conflitos, e uma turma de 120 pessoas do Curso Agentes da Paz, em parceria com Palas Athena e Viva Rio.
Outro grupo da programação busca configurar um processo de capacitação mais amplo, integrando as várias dimensões da sustentabilidade. Nesse bloco, aliam-se exercícios individuais e em grupo, utilizando instrumental de estimulo a vivência comunitária, ao mesmo tempo em que se trabalha a situação do planeta e as alternativas sustentáveis do ponto de vista tecnológico, ecológico, econômico e social.
Nesse grupo estão programas abertos a população em geral e programas para públicos específicos.
Na capacitação oferecida para público aberto, mediante inscrição e seleção, estão cursos como Educação Gaia, que, nas suas 172 horas/aula, aborda as dimensões social, ecológica, econômica e de visão de mundo, e que já formou três turmas de 80 alunos cada uma (2006, 2007 e 2008); Carta da Terra, também multidimensional, com 40 h/aula; Água: recurso estratégico para a vida, com 40 h/aula, que embora focalizando um recurso natural trabalha a teia da sustentabilidade; Economia Nova, com 32 horas/aula, que trabalha a sustentabilidade a partir da visão econômica. Programa como estes Esses programas procuram captar pessoas que já estão sensibilizadas e que têm disposição para construir e integrar conhecimentos e para vivenciá-los.
Os programas para públicos específicos buscam alcançar grupos que, pelo seu próprio trabalho de produção e entrega de serviços à população, têm potencial influência e de difusão de informações, constituindo-se em modelo, intencional ou não, para as pessoas que atendem, como é o caso dos professores. Além de ofertas específicas para educadores na sede da UMAPAZ, como é o Curso Semeando Valores na Educação Infantil, há programas realizados, de forma descentralizada, nas regiões da cidade, como o PAVS e o programa de Difusão da Carta da Terra.
O PAVS – Programa Ambientes Verdes e Saudáveis foi realizado de 2007 a 2008, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, organizações parceiras do PSF, organizações não governamentais e o PNUMA, e capacitou 5 mil agentes comunitários de saúde e agentes de proteção social, em temas como lixo, água, biodiversidade, consumo responsável e resolução pacífica de conflitos.
O Programa de Difusão da Carta da Terra para a rede municipal de educação, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, iniciado em setembro de 2007, está capacitando 800 educadores, coordenadores pedagógicos e diretores de escolas da rede municipal de educação. Tendo como elemento orientador a Carta da Terra, documento produzido a partir da Eco 92 e aceito como um “código de ética da Terra”, o programa aborda as diferentes dimensões da sustentabilidade e sua relação com o processo de ensino-aprendizagem.
A UMAPAZ oferece programação nos três períodos, manhã, tarde e noite; aos sábados, no período diurno e, eventualmente, nos domingos.
Durante a semana, a secretaria escolar oferece informações ao público pessoalmente, por telefone, fax e e.mail. Inscrições para os cursos podem ser feitas pessoalmente ou por e.mail. Com o crescimento exponencial das inscrições está sendo preparado o processo de inscrição on-line.
O e.mail umapaz@prefeitura.sp.gov.br é disponibilizado em todos os materiais de divulgação da UMAPAZ e tem sido intensamente utilizado, tanto para informações sobre a programação como outras requisições.
A página www.prefeitura.sp.gov.br/umapaz traz informações sobre a sua programação. Desde o início do seu funcionamento, tem sido alimentado o mailing da UMAPAZ, que hoje tem mais de 3 mil inscritos. Os integrantes desse mailing recebem com antecedência a programação dos cursos e atividades da UMAPAZ, que também são divulgados pelo Diário Oficial do Município e pela área de Comunicação à Imprensa da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.
A cada término de curso é feita uma avaliação de satisfação pelos alunos, tabulada e levada em consideração na reprodução do próprio curso e na definição da programação em geral. Essa avaliação diz respeito à satisfação com o conteúdo, a metodologia, a carga horária, horário e infraestrutura e tem espaço para sugestões, críticas e opiniões. Está em processamento uma avaliação enviada a todo o mailing, que busca captar outras dimensões, como a da possível influência na mudança de hábitos ou opiniões. Desse modo estamos buscando trabalhar com dois tipos de indicadores. De satisfação, que diz respeito a opinião imediata do educando com a programação realizada e suas expectativas. De resultado, que diz respeito às possíveis mudanças produzidas pela oferta.
1.5. Promoção da transparência e do controle social
O fato de ter em sua gênese uma rede de parcerias e continuar em contato contínuo com essas organizações, a programação da UMAPAZ e seus resultados são continuamente compartilhados.
A programação é divulgada por vários meios e há canais de recebimento de opiniões e sugestões. Muitos cursos e atividades são diretamente propostos por freqüentadores da
UMAPAZ, que também participam diretamente de sua realização. Um exemplo é a atividade semanal Palavras de Paz e os programas mensais da Aliança pela Infância. Os resultados são divulgados e colocados em painéis na própria UMAPAZ, além dos relatórios formais produzidos.
Como unidade da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente a UMAPAZ produz relatórios anuais e é fiscalizada pelo Tribunal de Contas do Município.
PESSOAS
No que diz respeito à gestão de pessoas, destacamos, inicialmente, que a UMAPAZ envolve três grupos que se articulam para a realização dos objetivos: a equipe própria, multidisciplinar, formada por servidores públicos; os integrantes de organizações e grupos parceiros; os professores palestrantes convidados (da própria SVMA) e contratados.
Logo que instalada no Parque do Ibirapuera, a UMAPAZ foi provida por uma equipe composta por oito educadores ambientais, servidores públicos que já se ocupavam de programas de educação ambiental. Atualmente a equipe própria, de servidores públicos, é composta por 14 educadores ambientais, com diferentes formações básicas, 2 bibliotecárias, uma comunicóloga, 3 servidores de apoio técnico, 3 servidores de apoio administrativo e um operacional.
2.1. Formas de avaliação do desempenho, reconhecimento e incentivo para atingir resultados.
Descreva o modo como é avaliado o desempenho da equipe de trabalho e como as informações obtidas são usadas para identificar as necessidades de desenvolvimento dos servidores. Explique como as pessoas são incentivadas a alcançar os objetivos e as metas definidas ou aperfeiçoar as práticas de gestão. Destaque os principais fatores ou indicadores de desempenho utilizados.
A equipe se autoavalia constantemente em reuniões semanais em que os programas são formulados, reformulados, examinados em suas riquezas e dificuldades.
O compartilhamento das avaliações feitas pelos participantes dos cursos e atividades tem sido um instrumento importante nesse processo.
A missão da UMAPAZ é constantemente resgatada nos momentos de rever programas e incluir novos cursos e atividades: como eles contribuem para os objetivos da organização?
Constituem incentivos à equipe a possibilidade dos servidores terem contato com uma gama de visões, autores e inovações; poderem propor e realizar suas próprias idéias, que passam a integrar a programação; participar de programas externos de desenvolvimento e a prática de avaliação de satisfação pelos educandos e resultados visualizados.
2.2. Capacitação e desenvolvimento dos servidores para executar os serviços. Em termos de dinâmica, é nas reuniões das terças-feiras e reuniões de produção dos programas por estação do ano, que a equipe tem tido a oportunidade de, com o método da roda, dos círculos de visão, crescer em conjunto.
Muitos conteúdos têm sido desenvolvidos em conjunto. Como a equipe tem formações básicas e experiências específicas, esse momento é muito enriquecedor. O uso da Carta da Terra, cujos princípios alcançam todas as dimensões da sustentabilidade, revelou-se uma excelente estratégia de integração e gerenciamento dos conhecimentos da equipe, pois todos podem contribuir para desenhar os conteúdos que ora aprofundam a dimensão ecológica, ora a econômica, social ou de visão de mundo. Enquanto um aporta uma dinâmica outro traz um autor novo ou uma visão apoiada por sua formação. Nesse processo, muitos autores têm sido explorados em conjunto, propiciando o desenvolvimento da equipe. O caso do estudo de autores de abordagem tão diferentes como o do físico Ilya Prigogine e do sociólogo Zigmund Bauman, tem permitido a explicitação de conhecimentos tácitos de cada membro e a construção coletiva de conhecimentos compartilhados,
Além disso, os membros da equipe têm tido oportunidades de desenvolver conhecimentos específicos ou adquirir novos conhecimentos participando de cursos e programas externos, identificados por eles mesmos, pela equipe ou pela coordenação. Como a maior parte da equipe estava mais capacitada para trabalhar temas ambientais específicos – água, resíduos, verde - foram, por exemplo, estimulados a participarem da formação de Agentes da Paz, de modo a se apropriarem de tecnologias de
resolução pacífica de conflitos, que podem articular para trabalhar os conflitos socioambientais.
Os próprios membros da equipe, quando articulam professores externos, que trazem novidades à programação da UMAPAZ, estimulam seus companheiros a participarem, de modo a terem contato com perspectivas inovadoras.
2.3. Organização dos trabalhos e da equipe para estimular o melhor desempenho. Numa organização que busca a transdiciplinaridade, como a UMAPAZ, é indispensável o aprendizado do trabalho cooperativo e em rede.
Esse aprendizado tem o desafio de superar a prática de trabalho disciplinar isolado ou em grupos de conhecimentos e experiências similares. Ao ampliar a equipe e criar uma dinâmica de trabalho compartilhado busca-se superar essa prática e orientar as pessoas para experimentarem o prazer e os desafios de produzirem conteúdos em conjunto e, mais, de gerenciarem, dessa forma, a programação da UMAPAZ.
O planejamento participativo, iniciado em março de 2006, é uma característica da organização dos trabalhos da UMAPAZ.
Outro aspecto fundante da organização do trabalho na UMAPAZ é a presença de organizações parceiras. Elas permitem circular a reciprocidade e a cooperação e contribuem tanto para o público externo como para a equipe interna, na medida em que viabilizam sejam regularmente apresentadas na UMAPAZ conferências e aulas com especialistas estrangeiros e brasileiros, de grande experiência e inspiração, como Johan Galtung, May East, Michel Shaw, Jonathan Dawson, Pierre Weil, Henrique Rattner, Lia Diskin, Denis Vialou, Peter Webb, Ricardo Guelman, David Holmgren, Luc Vankrunkelsven, Ignácio de Loyola Brandão, Antonio Carlos Diegues.
Embora o desafio de superação da fragmentação seja um processo, que apenas começa, tem demonstrado o seu potencial no estímulo ao melhor desempenho da equipe e na sua capacidade de construir a programação de forma integrada e transdisciplinar.
Também os prestadores de serviços de vigilância e limpeza têm tido a oportunidade de participar de um programa de informação e articulação orientado por um técnico da equipe.
.2.4. Fatores que afetam a motivação, a satisfação, a valorização e o bem-estar dos servidores.
Fatores como benefícios salariais, mobilidade na carreira, vantagens e benefícios dependem de decisões externas. Nesse âmbito, a coordenação apenas cumpre as determinações relacionadas a direitos e deveres, com as regras e a flexibilidade inerentes a uma organização de ensino-aprendizagem.
O trabalho de gestão de pessoas é, por isso, concentrado em dois aspectos: gestão do conhecimento e qualidade de vida no trabalho.
A gestão do conhecimento, como explicitado no item anterior, é um foco importante da organização do trabalho e do estímulo à motivação e desenvolvimento da equipe. Quanto à qualidade de vida no trabalho, os aspectos a serem ressaltados são a efetiva participação dos integrantes da equipe na produção da programação, acolhendo seus sonhos, capacidades e relações, e as condições de trabalho.
A UMAPAZ tem um prédio excelente, porém, com necessidade de reformas constantes em função de seu tempo de construção (50 anos). Esse processo traz algum desconforto à equipe. Quanto aos equipamentos e insumos também tem sido progressiva a sua incorporação. Ainda há algumas dificuldades na distribuição física da equipe e de equipamentos, e um esforço progressivo para sua superação.
O crescimento rápido da programação da UMAPAZ é, ao mesmo tempo, fator de satisfação e de tensão, pois a equipe tem de se desdobrar para realizar e acompanhar todos os cursos, ao mesmo tempo em que, ela mesma, propõe novas atividades.
.2.5. Mecanismos para incentivar a participação e o envolvimento dos servidores. Nas reuniões de equipe, onde se configura o programa das estações do ano e de cada mês, é utilizado o método de planejamento participativo e a dinâmica da roda, onde cada um tem o espaço necessário para a sua contribuição e as decisões são tomadas por consenso. A prática de produção conjunta de programas e de conteúdos, aliada às perspectivas e pontos de vista inovadores trazidos pelos professores externos, somam-se a constante pesquisa de satisfação e expectativas dos educandos. Essomam-se conjunto de práticas contribui para manter a equipe alinhada com a missão e os objetivos da UMAPAZ.
PROCESSOS
3.1. Identificação dos principais processos e de seus objetivos.
Os principais processos de trabalho dirigidos à realização da missão e prestação de serviços ao público da UMAPAZ são:
Planejamento e avaliação, com definição da programação, nas linhas de sensibilização, capacitação e programas para públicos multiplicadores; avaliação de resultados. O objetivo desse processo que é contínuo e participativo, com momentos de concentração para a produção da programação anual e sua revisão e redesenho a cada estação do ano, é manter a organização alinhada com sua missão e eixos de atuação, atualizando-se e redefinindo-se face a novas demandas e oportunidades. Organização e gerenciamento dos cursos e atividades contínuas, com definição de programas: propósitos, conteúdos, público, professores; contratação e pagamento de professores;captação de alunos;secretaria escolar;avaliação da realização, da satisfação e dos resultados. O objetivo desse processo é realizar e alimentar o planejamento.
Produção e captação de conteúdos, feitas pela equipe, gerando, de forma compartilhada, planos de aula, dinâmicas, apostilas, materiais de exposição, e identificando e convidando professores externos para aportar novos conteúdos. O objetivo é a qualidade da oferta da programação em termos de conteúdo.
Organização e realização dos eventos, com identificação de oportunidades; articulação de parceiros;preparação do evento;comunicação e convite ao público interessado. Esse processo também realiza e alimenta o planejamento, sendo fonte constante de inovações.
Gerenciamento do apoio técnico, com biblioteca especializada em meio ambiente e cultura de paz; sala verde: organização e oferta de informações em multimeios e apoio à pesquisa; sala de exposições. O objetivo desse processo é apoiar o corpo discente e docente na realização da programação.
Gerenciamento da comunicação, com a produção dos programas anuais e por estações do ano; do boletim mensal; preparação de publicações;; alimentação do site, e.mail. O objetivo desse processo é manter a comunicação com o público potencial da UMAPAZ e com seus alunos e professores, bem como divulgar a organização.
Para apoiar e viabilizar a prestação de serviços, são desenvolvidos processos de gestão de pessoas e gerenciamento de recursos, quais sejam:
Gestão de pessoas, tratado no item PESSOAS, com o objetivo de garantir o cumprimento de direitos e deveres, cuidar do desenvolvimento e da gestão do conhecimento e da qualidade de vida no trabalho.
Gerenciamento de recursos financeiros, que envolve a previsão e realização de recursos orçamentários, recursos para pagamento de professores contratados; contratação de serviços e aquisições de materiais. O objetivo é garantir o adequado provimento das despesas necessárias a realização da programação e manutenção dos serviços.
Gerenciamento do patrimônio: imóvel e bens permanentes. O objetivo desse processo é manter as condições de uso adequado do imóvel e de seu mobiliário e equipamentos, inclusive de informática e audiovisuais.
Gerenciamento de materiais de consumo, com requisição de materiais e controle de almoxarifado. O objetivo é manter o provimento dos materiais necessários às atividades. Gerenciamento da vigilância, da limpeza e manutenção, dos serviços de copa. São serviços contratados. O objetivo é manter as condições essenciais para a manutenção das atividades.
3.2. Mecanismos de controle e medição do desempenho dos resultados dos processos.
São utilizados indicadores quantitativos e qualitativos.
A meta quantitativa no que se refere ao cumprimento do planejamento é o cumprimento da programação definida. Nos três anos de funcionamento nenhum curso ou atividade deixou de ser cumprido. Outra meta quantitativa diz respeito ao número de vagas de cada curso. As inscrições têm superado o número de vagas. Durante a realização dos cursos, há um índice de evasão de, em média 15%. Nos casos em que o índice de evasão ultrapassa esse percentual há um alerta para a revisão ou reformulação do curso, junto aos professores.
O desempenho é medido em termos de satisfação dos usuários, com aplicação de questionário ao final de cada curso e, recentemente, foi feita uma pesquisa com egressos para identificar eventuais mudanças de hábitos ou opiniões influenciadas pela
participação na programação da UMAPAZ. Essa questão será desenvolvida no item Resultados.
Em 2008, com o término da reforma do telhado na ala direita do prédio da UMAPAZ, foi possível instalar a biblioteca, com um acervo inicial de 2.500 obras. Esse acervo reuniu, inicialmente, livros e teses que estavam em parte na sede da Secretaria e em parte na própria UMAPAZ. A partir da sua instalação, o acervo está sendo atualizado com novas aquisições.
Os processos de trabalho de apoio técnico e administrativo são avaliados no cotidiano, segundo sua capacidade de garantir a infraestrutura para o trabalho finalístico. Nessa área as dificuldades estão relacionadas ao número exíguo de pessoal de apoio administrativo, com o que os membros da equipe técnica precisam utilizar parte de seu tempo para essas atividades. Isso prejudica a definição e avaliação de metas. Dentro desse bloco, porém, foi possível resolver, neste exercício, a padronização e fluxo dos processos de cadastramento, contratação e pagamento de professores, que estão em dia. 90% dos recursos destinados no orçamento a esse item estão empenhados e sendo realizados no exercício.
3.3. Desenvolvimento de parcerias.
Esse aspecto já foi tratado no primeiro item, já que é parte essencial da UMAPAZ. Foi por meio de uma rede de parcerias com organizações não governamentais que a UMAPAZ conseguiu desenhar e realizar a programação inicial e essas parcerias continuam a aportar sua contribuição participando de programas em conjunto e trazendo professores e palestrantes.
Essa rede não é formalizada. Além da Carta assinada em março de 2006, que expressa a sua intenção, essa rede opera num processo de cooperação voluntária. Quando uma organização sugere um evento ou traz um professor às suas próprias expensas, conta com um espaço importante para a realização do evento, inserção da programação e divulgação feita pela UMAPAZ. Quando se trata de um curso, a parceria se estende para a definição conjunta da programação e captação de alunos. As organizações que fazem parte dessa rede compartilham interesses com a UMAPAZ e complementam as necessidades e objetivos entre si. Há um processo de fortalecimento mútuo, e este é o ganha-ganha que possibilita essas parcerias,
Outro tipo de parceria, também fundamental para a UMAPAZ, são os programas para públicos específicos da própria municipalidade. Assim é que para a realização do Programa Ambientes Verdes e Saudáveis, foi feita uma ampla parceria envolvendo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, a Secretaria Municipal de Saúde, a Secretaria de Proteção Social, as organizações parceiras do PSF (Programa de Saúde da Família), o PNUMA e o Ministério da Saúde. Essas organizações compartilharam recursos e formalizaram um contrato de parceria para viabilizar o processo de capacitação descentralizada de 5000 agentes comunitários de saúde e de proteção social.
O Programa de Difusão da Carta da Terra na rede municipal de educação realiza-se mercê de uma parceria entre a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente com a Secretaria Municipal de Educação (SME), iniciada por meio de um Protocolo de Intenções, em 2007. Esse acordo tem viabilizado a capacitação de 800 educadores, diretores de escola e coordenadores pedagógicos da rede municipal de educação. O indicador de resultado, nesse caso, são os projetos que as escolas estão desenvolvendo.
3.4. Uso eficiente dos recursos disponíveis, incluindo orçamentário.
Durante a primeira fase da UMAPAZ, enquanto projeto, que se estendeu de janeiro de 2006 a julho de 2007, os recursos para a instalação e manutenção da UMAPAZ vieram do Gabinete da Secretaria e da Supervisão Geral de Administração da mesma.
Desde sua institucionalização na organização administrativa da SVMA, a UMAPAZ passou a compartilhar do orçamento de educação ambiental da Secretaria. Suas necessidades e previsões foram agregadas no orçamento para 2008 e estão sendo realizadas neste exercício.
Como os contratos são agrupados, a limpeza e segurança da UMAPAZ são contratados juntamente para outras unidades da Secretaria. Cabe à UMAPAZ fiscalizar e atestar os serviços.
A execução orçamentária é acompanhada, no nível central, pelo grupo dos gestores da Secretaria, com avaliações periódicas.
RESULTADOS
A avaliação de resultados de um processo educativo é complexa e difícil de avaliar a curto prazo. A aprendizagem, compreendida como a construção de conhecimentos e
sua incorporação nas práticas de vida dos indivíduos, não pode ser medida imediatamente nem numa relação simples do aluno com o curso.
Não obstante, as medições quantitativas e qualitativas durante e após a realização dos programas são necessárias para orientar a ação da organização em relação ao cumprimento de sua missão e planejamento.
Pesquisas com egressos permitem sondar impactos em hábitos e opiniões.
4.1. Resultados dos principais indicadores de desempenho e uso de informações comparativas.
Três conjuntos de dados ajudam a refletir sobre os resultados da UMAPAZ nestes três anos de funcionamento: quantidade de inscrições nos cursos e atividades e na freqüência a eventos; pesquisas de satisfação; aferição de impactos percebidos.
No que diz respeito a resultados quantitativos de inscrições e freqüência, no primeiro ano de funcionamento, 2006, a UMAPAZ atendeu 18 mil pessoas, porém grande parte foi de visitantes a exposição “Corpo D´Água”. No segundo ano, 2007, passaram pela UMAPAZ 22.738 pessoas, em cursos e atividades contínuas presenciais, um curso à distância de Mediação de Conflitos Socioambientais e, também, clientelas do Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS), agentes comunitários de saúde e de promoção social, e do Programa de Difusão da Carta da Terra na rede municipal de educação. Essa conta é feita computando-se o número de pessoas/dia na UMAPAZ, entre cursos, atividades contínuas e eventos.
Em 2008, até agosto, já havia sido atingidas 20 mil pessoas, como em todo o ano de 2007, projetando-se pelo menos mais 30% de acréscimo até o final do ano, pois há 1.600 horas/aulas programadas.
Os resultados quantitativos parecem indicar que há uma prontidão dos cidadãos para o tema, para o que é provável que contribua a divulgação das mudanças climáticas e outros temas ambientais tratados pela mídia.
No que diz respeito à satisfação, é realizada uma avaliação ao término de cada curso, que serve para reiterar ou reformular o programa. Nessa avaliação o participante responde sobre sua satisfação com o conteúdo, o material didático, a metodologia, o professor, o horário, o local e a satisfação em geral.
O que se observa é que os alunos que concluem o processo tendem a avaliar o curso como ótimo ou bom em termos o conteúdo, metodologia e professor. Algumas restrições são feitas quanto ao material didático, pois poucos materiais são ofertados em papel, tanto pelo custo das cópias como pela questão da sustentabilidade ambiental. Os materiais são disponibilizados em meio eletrônico.
Nos vários cursos há insatisfações com horários, embora ofereçamos cursos nos três períodos e nos finais de semana. Porém, muitas vezes o curso de interesse de um aluno é oferecido em horário que torna difícil sua presença. Nos cursos noturnos os alunos costumam indicar a dificuldade de acesso ao Ibirapuera, em função do trânsito, e é freqüente o atraso no início das aulas.
O gráfico 1 mostra um exemplo de avaliação de satisfação:
0 5 10 15 20 25 Conteúdo Material didático Metodologia Professor(es) Horário Local Satisfação em geral
Avaliação de satisfação pelos alunos do Curso Danças Circulares e Educação Ambiental, 2008
Ruim Regular Ótimo
Porém, no geral, o índice de evasão, que alcança, em média, 15%, é mais revelador da insatisfação do que o questionário.
4.2. Identificação de melhorias nas práticas de gestão e disseminação do conhecimento.
Os resultados qualitativos, impactos na vida dos educandos, são mais difíceis de mensurar, pois, cursos costumam ser como sementes que eclodem tempos depois de serem lançadas no solo, dependendo não apenas da sua qualidade, mas de outras condições.
Com o propósito de vislumbrar esses resultados, que dialogam, diretamente, com o alcance de objetivos, foram realizadas três pesquisas.
A primeira pesquisa foi realizada, em 2007, com os servidores públicos municipais participantes do Curso a distância de Mediação de Conflitos Socioambientais, realizada mediante contrato com a Fundap e que manteve, por um ano, fóruns de discussão na internet. 97% responderam que “compreendem melhor os conflitos, suas causas, interesses e conseqüências” e o mesmo percentual também declarou que “mudou algum hábito no decorrer do curso”.
Alguns exemplos dados pelos participantes dessa pesquisa sobre a mudança de hábitos foram: “Diminuição de utilização de embalagens, com por ex. isopor”; “Intensifiquei a reciclagem do lixo, agora reciclo óleo e pilhas também. Incentivei a minha família e os colegas de trabalho a fazerem mesmo “;“Intensifiquei a coleta seletiva, reduzi os copos descartáveis, repassei as informações do curso”; “Passei a economizar água, energia”; “Passei a colaborar mais com o projeto de reciclagem do meu prédio”; “Tenho andado mais a pé e de ônibus”,”Oriento as pessoas que sacolas plásticas de supermercado, por mais práticas que pareçam, a médio e longo prazo, serão extremamente prejudiciais para todos nós”; “Estou menos consumista”; “Mais paciência em resolver problemas que envolve conflitos de interesses”, “Eu falo mais sobre economia, desperdícios e sobre nosso futuro se continuarmos destruindo a natureza incessantemente.””
Outra pesquisa foi realizada no âmbito do Programa de Difusão da Carta da Terra para educadores. No final do processo de um ano de trabalho, do grupo de 47 educadores da Diretoria Regional de Jaçanã-Tremembé, 89% declararam ter mudado algum hábito ou opinião sob influência do Curso, tais como :
(a) Ampliação do Consumo Consciente:"Conscientização do desperdício foi o mais forte que a todo o momento vem a tona", “Maior conscientização e responsabilidade" “Menos consumo, menos desperdício”, “Um olhar mais clínico nas ações de desperdício”, "Economia em casa", “Repensar no momento de consumir sobre a verdadeira necessidade” , “Reduzir o uso do carro”, ”Reduzir o número de descartáveis utilizados”, “Reutilizar objetos”, “Usar sacola não descartável”,”Redução de consumo de copos
plásticos, hábito ainda arraigado” "Orientar os alunos sobre o uso desnecessário de água";
(b) Maior Cuidado com os Resíduos: “Comecei a reduzir o lixo que produzo", “Coleta seletiva”, “Cuidado na separação e acondicionamento do lixo”, “Passei a influenciar familiares e colegas de trabalho”, "Passei a separar o lixo também em minha residência",“Não jogar óleo na pia","Separar o óleo", “Controlo o consumo de água e energia em casa e na escola”.
( c ) A Resolução Pacífica de Conflitos: “Maior tolerância frente a situações de conflito/ gestão de conflitos”, “Abordagem mais humanizada", "Aceitar com mais tranqüilidade as diferenças", “Compreensão mais alargada do tema Diversidade”, “Mudança na minha percepção da influência de outra cultura, que muitas vezes não percebia, não reconhecia e nem valorizava”, “Buscar leituras relacionadas a cultura de paz”
(d) Mudanças mais amplas: “Ver a questão ecológica de forma mais profunda, principalmente sob o aspecto econômico”, "Olhar para a questão ambiental com mais seriedade",“Maior noção dos dados dos acontecimentos mundiais do meio ambiente em geral”
A terceira pesquisa, ainda em curso, busca alcançar a população do mailing, 3.000 nomes, construído ao longo dos três anos de vida da UMAPAZ. Seu propósito é conhecer melhor a população interessada na UMAPAZ, sua visão da programação e, também, os possíveis impactos em sua vida. Nos primeiros dez dias após o envio, tivemos o retorno de 300 questionários. O perfil desses 10% de respondentes é de uma população 70% feminina e 30% masculina, sendo que 18% tem o segundo grau, 65% curso superior e 17% é pós-graduada. Quanto ao setor onde exerce atividades profissionais, a população se distribui em 16% em empresas, 18% no terceiro setor, 22% são profissionais liberais e 44% são servidores públicos. No segmento de servidores públicos há uma expressiva presença de educadores da rede municipal de educação.
Dessa amostra não-intencional, 84% consideraram que o(s) curso(s) ou atividade(s) de que participaram atendeu às suas expectativas, 11% que atendeu parcialmente e 5% que não atendeu. Esse dado parece dialogar com os 15% de evasão.
Os gráficos seguintes mostram a opinião dos respondentes sobre se a participação nos cursos e atividades teve influência na mudança de hábitos ou opiniões e, em caso positivo, que tipo de mudança ocorreu..
É grande o percentual dos que identificam a ocorrência de alguma mudança de opinião ou hábito sob a influência de cursos ou atividades. Uma nova pesquisa daqui há algum tempo poderá verificar se essa tendência se confirma.
Nos dados e respostas dessas pesquisas sustentamos a conclusão de que a inovação mais significativa introduzida pela UMAPAZ tem sido aliar a educação ambiental e a educação para a convivência, num olhar sistêmico e transdisciplinar, capaz de envolver vários aspectos da vida das pessoas e dos grupos.
Mas, as informações quantitativas e qualitativas propiciadas pelas pesquisas também são essenciais para orientar o processo de trabalho da equipe, confirmando programas e conteúdos ou indicando as necessidades de inovação.
O acompanhamento sistemático das informações internas – do público atendido – e externas, de questões e conflitos socioambientais abordados na mídia e nas pesquisas e literatura atual, são objeto de reuniões de equipe e informam a avaliação do trabalho da UMAPAZ e seu processo de planejamento.
A equipe sabe que há muito mais a fazer, pois, como expressou um participante do Curso Carta da Terra: “a discussão sobre preservação do meio ambiente é muito mais ampla do que a preocupação em se reciclar produtos, separar o lixo e se preocupar com a poluição. Para podermos caminhar em busca da preservação do planeta, precisamos mudar também a visão de mundo e de homem"
Você considera que a sua participação em curso ou atividade da UMAPAZ teve influência na mudança de hábitos
ou opiniões?
83% 17%
Sim Não
Em que tipo de hábito ou opinião ocorreu a influência? 44% 24% 20% 12% Nova visão Novos valores ovos Hábitos Maior Consciência
